Buscar

relatório poeb 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade de São Paulo
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto 
Política e Organização da Educação Básica
Prof. Dr. Elmir de Almeida
Educadora: Lúcia Tinós
Discentes 	 
Flavia Mota Alves da Silva 7569539 (6h30)
Mayra Arantes de Oliveira 7947169 (6h30)
Bruno Humberto Tapia 8123700 (6h)
Renan de Souza Moser 6788188 (6h)
Flávia Tamburús Chiaretti 8083936 (6h)
Patrícia Maciel Trevizani 7983390 (6h)
Grupo de estágio período da tarde
E. E. Prof. Jorge Rodini Luiz
Ribeirão Preto/2013
Unidade Escolar: Escola Estadual Professor Jorge Rodini Luiz
Endereço: Rua Luiz Augusto Velludo nº 215
Ato de Criação: Decreto nº 34.609, publicado no DOE de 04 de Fevereiro de 1992.
Data de instalação: Resolução da Secretaria da Educação de 15 de Abril de 1992 publicada em 16 de Abril de 1992.
Reorganização para atender o ensino fundamental de 1ª à 4º série: Resolução da Secretaria de Educação nº 37 de 24 de Abril de 1996 no DOE de 20 de Abril de 1992.
Organização da Escola: 
Ensino Fundamental Ciclo I
Roteiro de Observação (POEB)
1. Sobre a História da Escola
Aqui inicia-se uma discussão sobre a formação da escola, cabendo uma pequena busca pelo contexto social conforme pode-se adquirir pelas vias apresentadas, através dos documentos presentes na instituição e conversas com profissionais da escola: 
A escola tem como patrono o professor e jornalista Jorge Rodini Luiz, que teve grande participação no meio intelectual e educacional na cidade de Ribeirão Preto. Está situada no bairro Jardim Procópio de Araújo Ferraz, e atende alunos do Ensino Fundamental I (1º Ano ao 5º Ano). Ela foi criada em 04 de fevereiro de 1992, em consequência do apelo da comunidade pela criação de uma unidade escolar que atendesse à demanda do bairro (PPP da Escola, 2011).
Primeiramente cabe-nos compreender, que esse processo de luta pela implementação da instituição no bairro, deve-se à uma organização polítca da comunidade sobre o Estado. Assim também, pode-se buscar entender o esforço da gestão escolar atual por um diálogo com a comunidade e por uma forma administrativa que procure uma gestão mais democrática propiciando desde o inicio uma identidade única, como afirma Cândido:
...se há uma organização administrativa igual para todas as escolas de determinado tipo, pode-se dizer que cada uma delas é diferente da outra, por apresentar características devidas à sua sociabilidade própria (p. 1)[footnoteRef:1]. [1: Nesta referência, citamos como página 1 em conformidade com o texto enviado pelo professor. No entanto, o arquivo enviado pelo professor não se refere à edição original do autor. Procuramo-la na internet e não conseguimos encontrá-la. Todas as referencias de Cândido será dada de acordo com o arquivo enviado pelo professor.] 
Através do dialogo com a leitura feita em Cândido (1964) sobre as relações sociais dentro da escola: uma compreensão sociológica da institucionalização formadora de grupos sociais, dentre esses grupos, a própria escola, é necessária para a apreensão total da realidade estudada. Dessa forma, faz parte da história da escola, momentos onde buscou-se incentivar agremiações estudantis, bem como, formas de mobilizações politicas, como assembléias para discussão de melhorias do espaço de sociabilidade. Um exemplo de decisão dessas assembléias, tange o sinal que é dado para a entrada e saida da escola, e também para o recreio. O sinal atualmente é uma música.
Em seus anos iniciais atendia a alunos do Ensino Fundamental, ciclos I e II, e também ao Ensino Médio. Segundo o Projeto Político Pedagógico presente na escola (este de 2011), no ano de 1996, uma resolução de seperação da educação em ciclos, da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, determinou que a unidade escolar atendesse apenas a estudantes do ciclo I do Ensino Fundamental. Em pesquisa, não encontramos nenhuma resolução, da Secretaria de Educação, no ano de 1996, que se referisse a separação das escolas por ciclos. Encontramos a Resolução nº 10.096/1998 que referia-se à essa separação. Dessa forma, nos diz Cândido: “A estrutura administrativa de uma escola exprime a sua organização no plano consciente e corresponde a uma ordenação racional, deliberada pelo Poder Público” (p. 1).
No entanto, ainda segundo Cândido
Limitando a sua visão ao ângulo administrativo, o educador terá, em conseqüência, uma visão limitada; abrangerá um aspecto importante, e para ele principal, mas que não exprime a realidade da escola. Com efeito, colocando-se numa posição em que pode considerar apenas a vida consciente e racionalizada do grupo, deixa de lado a sua vida profunda, espontânea, fruto da integração dos seus membros e que nem sempre encontra modos de exprimir-se pelas normas racionalmente previstas (p1).
 Assim, acreditamos que é em ‘sua vida profunda’, como nos diz Cândido, que o grupo social escolar consegue exercer sua autonomia enquanto grupo. Autonomia tal, refletida nas ações conjuntas e individuais de cada integrante do grupo, inclusive no que se refere às formas punitivas em caso de infração das regras estabelecidas coletivamente. 
Refletindo sobre a democratização da gestão escolar, recorremos à Makarenko, sob o olhar de Paro (p. 13, 1986):
Todavia, quando se trata da medida de participação, é preciso um cuidado maior para não se cair nem na restrição desmedida, sob o pretexto de que as crianças não sabem o que querem, nem no mero espontaneísmo, sob a alegação de que não se deve inibir nenhum desejo das crinaças. No primeiro caso se nega a subjetividade do educando, no segundo se o abandona à própia sorte. O que se precisa ponderar é que, se, por um lado, a autonomia não pode ser outorgada, mas se desenvolve com a participação do próprio educando, ela não nasce do nada, mas exige a mediação do educador.
Assim, reforçamos a ideia de que a gestão democrática se dá na legitimação do coletivo como um todo (desde os estudantes, à suas familias e aos profissionais da escola) e não somente de alguns grupos de coletivos existentes dentro da escola (grupos separados por sexo, interesses, idade, cada sala de aula...).
Sendo assim, em consonância com Cândido, concluimos que é fundamental se pensar na instituição escola sob uma perspectiva que não se limite aos aspectos administrativos, uma vez que, para esse autor, “este é apenas um elemento da estrutura total da escola”(1974, p.107). Dessa forma, acreditamos ser imprescindível para a compreensão do universo escolar, considerar as relações sociais presentes neste contexto, bem como os grupos que dinamizam tais relações.
Quanto às suas estruturas fisicas, o prédio da escola conta com quatorze salas equipadas com: carteiras, armários para professores e estantes para livros didáticos. Há também um ambiente de leitura com estantes que acomodam o acervo de livros da escola e cinco mesas redondas com cadeiras. Há uma exaltação da biblia e de livros religiosos nesse espaço. A pratileira para estes livros tem uma posição central nas estantes e é toda decorada coloridamente. Nesse ambiente trabalha uma profissional docente que desenvolve projetos de leitura em parceria com os professores. Na unidade escolar há também uma sala de informática equipada com 10 computadores, com acesso à internet. Como rotina da escola, as crianças rezam todos os dias, ao inicio das aulas, ainda no pátio, o Pai-Nosso por ser a “oração universal”.
Conversamos com três funcionários que trabalham na escola há bastante tempo. As funcionárias Neuza Fátima Araújo Carvalho (agente de organização escolar e zeladora) e Rosa Maria Pereira dos Santos Vieira (agente de organização escolar) que trabalham na unidade escolar desde sua fundação em 1992; e também com a Srª Rute Gerolim Fiúza (agente de organização escolar) é funcionária desde 1998, sendo as três funcionárias públicas, contratadas por meio de concurso público. A escola conta com duas merendeiras e três profissionais de limpeza, todos contratados de uma empresa terceirizada.
Em relação à estrutura da escola, todos nos deram as mesmas informações: antes de 2008 a escolasó havia passado por reformas simples, que envolviam a pintura do prédio e manutenção geral. A partir desse ano teve início a gestão de uma nova gestora e a estrutura e organização da escola mudaram significativamente. Várias partes da escola que eram compostas por muros, foram substituídas por grades a fim de tornar a escola mais ventilada e iluminada. Foi construído, ainda, em meio a um gramado, um espaço chamado “Aprender”, no qual os professores podem desenvolver seus projetos com os educandos, sendo que o espaço lembra um coreto (alto e bem ventilado) com carteiras e bem distante das salas de aula. Foi construído também um elevador, uma vez que, todas as salas de aula ficam no andar superior do prédio. A quadra foi coberta. Ainda de acordo com a conversa com a diretora e com os demais funcionários, a escola é pintada duas vezes por ano e está sempre impecável.
	Como conclusão da visão critica que tentamos elaborar sobre a história da escola estadual Professor Jorge Rodini Luiz, levantamos algumas questões que estamos supondo fazer parte não somente do cotidiano dessa escola, como também de muitas outras escolas do país. Questões tais expostas na supervalorização do espaço fisico em detrimento das formas de relações de ensino do conteúdo e da cidadania coletiva, da inserção de práticas religiosas em um espaço de educação laica por direito[footnoteRef:2] e de práticas institucionalizadas (burocraticamente pelo Poder Público) prevalecendo como único universo formador do espaço escolar. [2: No preâmbulo da Constituição de 1988 há menção da proteção de Deus sobre a própria constituição e sobre o povo que ela representa. Assim, caímos na discussão do que é ser laico. Como pode o Estado afirmar-se laico sobre a proteção de um único Deus - cristão? E a pluralidade de religiões e crenças?] 
2. Entorno
O bairro no qual a escola está localizada, atualmente conta com uma estrutura aparentemente satisfatória em relação a serviços (públicos, privados e comércio), bem como áreas/equipamentos de lazer. Em frente à unidade escolar existe o Parque Tom Jobim[footnoteRef:3], bem amplo e com um lago, animais, quadra, campinho de futebol, brinquedos e equipamentos de lazer. Nele a população realiza caminhadas e as crianças brincam com seus amigos e familiares. Além disso, às vezes são realizados eventos culturais, tais como: apresentações de música e teatro. Semanalmente é realizada uma feira no entorno do parque e a população se desloca para a região para efetuar compras e/ou passar horas na presença de familiares e amigos. Esses eventos são de caráter popular e não são institucionalizados. [3: Os acontecimentos no parque podem ser acompanhados no site da Prefeitura. De acordo com o site, dia 21 de março de 2013, a prefeitura promoveu a transferência de peixes entre parques, o que proporcionou posteriormente, dia 27 a pesca no parque.] 
A escola também se utiliza do espaço do parque para a realização de projetos. Presenciamos um projeto de reciclagem desenvolvido em parceria com o Departamento de Biologia da USP (Universidade de São Paulo) e E.E. Prof. Jorge Rodini Luiz. As crianças usaram canecas que seriam jogadas no lixo e as transformaram em enfeites para uma apresentação de Dia das Mães que foi realizada no Parque Tom Jobim, aberta a toda a população local. O que é interessante quando abordado o aspecto de interação entre a universidade, a instituição escolar e a comunidade, pois, o 
campo de aculturação não se limitaria ao encontro de culturas heterogêneas no espaço, mas se estenderia também à coexistência, numa mesma sociedade, de diferentes estratos temporais: aos desnivelamentos, aos conflitos e às modificações de sentido que resultem da pluralidade das durações históricas (Wachtek apud Azanha, p. 65, 1995).
Além desses trabalhos houve a apresentação de outros trabalhos artesanais desenvolvidos a partir de materiais recicláveis. E ao que nos pareceu, projetos envolvendo a escola, o espaço físico do parque e a comunidade já foram desenvolvidos anteriormente.
No entanto, ao perguntarmos à diretora se além do projeto de reciclagem - em parceria com a USP - estavam sendo realizados outros projetos que envolvessem o parque e a escola, ela nos disse que, em um tempo passado, eram mais frequentes os passeios realizados pela escola no parque. Atualmente tal contato da instituição com o parque é escassa, cabendo aqui, um parênteses, no que tange “a certos tipos de frequentadores” - como dito pela diretora. Parque que, segundo relatos, encontra-se, cada vez mais sendo ponto de encontro de usuários de drogas e delinquentes que são residentes do bairro e redondezas. Sendo possível observar, através de relatos, a formação dos agrupamentos cooperativos conforme Cândido “os agrupamentos cujos membros, voluntariamente associados, concorrem para uma finalidade comum, que, sendo embora de benefício pessoal, é definida segundo o interesse geral do grupo” (CÂNDIDO 1964, pag. 6). Agrupamentos estes, que mesmo externos aos muros da escola, constituem o espaço escolar, já que, de certa forma, são um problema às atividades realizadas no parque.
	O que se pode observar partindo da instituição, é uma atitude receosa e com a intenção de “proteger” seus alunos de tais grupos sociais, estes que segundo o autor “são agrupamentos cooperativos de tipo difuso os círculos de fumantes, as arruaças, as conjurações visando a transgressões de toda espécie” (CÂNDIDO 1964, pag.6) o que acaba por restringir, aos alunos, o acesso ao parque. Não cabe-nos um juízo de valor sobre tais personagens presentes no entorno escolar, já que, por residirem no bairro, também fazem parte do grupo social no qual está inserida a escola e os agentes que compreendem seu contexto. No sentido de revitalização das atividades escolar no parque e também revitalização do próprio parque (referentes ao plantio de árvores e segurança), a escola propôs, junto à Associação de Moradores do Bairro, um atividade no dia 25/05/2013, em comemoração ao dia das mães com abertura à toda sociedade. Espera-se com a atividade, inclusive exercer uma pressão junto aos órgãos públicos, para um olhar mais sensível e mais apurado sobre suas ações no parque e sua interferência na escola, na comunidade e na formação de cada indivíduo dos vários agrupamentos sociais constituintes daquele contexto comunitário.
Existe próximo à escola, também, uma unidade básica de saúde que atende à população do bairro em período integral. Ali são prestados serviços médicos e odontológicos. A escola não é atendida pelo projeto médico da família, mas recebe acompanhamento odontológico semanalmente. A diretora não soube nos informar com que frequência os serviços de saúde são utilizados pelos alunos da instituição e suas famílias. No entanto, ao visitarmos a Unidade Básica de Saúde, avistamos dois alunos uniformizados utilizando os serviços daquela Unidade.
No entorno da escola há supermercados, padaria, açougue, papelaria e instituições religiosas, tais como: Igreja Católica e Evangélica, Centro Espírita, enfim, uma ampla estrutura de serviços.
Como questões levantadas sobre a constituição da escola também delineada por seu entorno, ressaltamos a prática religiosa exercida por ela. Levantamos a possibilidade, por conversas com integrantes daquele bairro, de que o “Pai-Nosso” é rezado como uma pressão exercida pela comunidade sobre a escola. Levantamos também a questão das “marginalizações” de certos grupos que frequentam o parque Tom Jobim. Os mesmos grupos marginalizados fazem parte da cultura daquela comunidade, podendo alguns de seus integrantes, serem membros das familias dos estudantes da escola Jorge Rodini Luiz. Cabe aqui, uma citação de Azanha quanto a relexão sobre a ação pedagógica da escola, em diversas formas culturais, entre elas, as marginalizadas:
...é preciso discutir a função cultural da escola pública da periferia que quase sempre atua em grupos sociais culturalmente deslocados. É uma situação na qual a simples ação escolar, mesmo em condições materiais e pedagógicas satisfatórias,é potencialmente geradora das tensões e dos conflitos usuais num processo de aculturação (p.65, 1995)
3. Sobre o cotidiano escolar
3.1 – Organização
Quando solicitamos documentos relativos à organização escolar nos foi entregue apenas o PPP (Projeto Político Pedagógico). Ele não estava disponível para consulta de professores e funcionários, tivemos que retirá-lo com a diretora que o pegou em seu armário.
O PPP é do ano de 2011. A diretora nos afirmou que existe um anexo 2012, que não foi encontrado, e um anexo 2013 que ainda está em construção. Ele foi elaborado coletivamente (equipe gestora, professores, funcionários e representantes da Associação de Pais e Mestres) e redigido pela coordenadora Maria Cristina Zuanon. 
Cursos Oferecidos e Horários de Funcionamento:
Manhã
Ensino Fundamental – Ciclo I – 1º ao 5º Ano
Horário de atendimento: 07:00 às 12:00
Tarde
Ensino Fundamental – Ciclo I – 1º ao 5º Ano
Horário de atendimento: 13:00 às 18:00[footnoteRef:4] [4: Esses horários são os que constam no PPP (Projeto Político Pedagógico), mas as aulas no período da manhã iniciam às 07:00 e são encerradas às 11:30 e no período da tarde têm início às 13:00 com encerramento às 17:30.] 
Como dito anteriomente, a escola conta com quatorze salas de aulas. No período da manhã funcionam treze turmas, distribuídas da seguinte maneira: 
1º Ano – A, B e C
2º Ano – A, B e C
3º Ano – A,B e C
4º Ano – A e B
5º Ano – A e B
À tarde funcinam 11 turmas, organizadas da seguinte maneira: 
1º Ano – D, E e F
2º Ano – D e E
3º Ano – D, E e F
4º Ano – C e D
5º Ano – C
	A escola tem ao todo 621 alunos matriculados somados os dois períodos letivos[footnoteRef:5]. [5: As funcionárias da secretaria não se dispuseram a nos informar ou fornecer documentos que informassem a quantidade de alunos por sala ou período. Acessaram a um sistema e disseram que só era possível saber o total de alunos matriculados na unidade escolar, os dados que constam no PPP estão desatualizados.] 
Foi observado que há uma prestação de contas acessível à comunidade, uma vez que há um documento referente à verba recebida mensalmente, bem como o direcionamento de seus gastos, fixado logo na entrada da escola.
3.2 - Rotinas
Nos horários de entrada e saída, os pais têm livre acesso ao interior da escola, podendo optar por acompanhar seus filhos até o pátio, local em que se reunem todas as crianças e seus professores ao inicio e término de cada aula.
Foi possível observar que a maioria dos pais busca acompanhar os alunos até o interior da escola, o que permite um estreitamento das relações do universo familiar com o escolar. 
O contato entre os pais e os professores se dá de diversas formas, sendo que, conforme sua condição, oportuniza e crediza maior voz aos agentes que compreendem os corpos docentes, familiares, gestores, etc. Onde é visível a diferença dos graus de autonomia quando a relação é dada por recados escritos pelo professor no caderno do aluno (relação indireta), de quando é proposta uma assembléia em que tanto o corpo atuante na escola como o da comunidade e dos alunos tem o mesmo poder de representação ativa (relação direta).
A relação entre pais, professores e equipe gestora nos pareceu bastante próxima, embora não tenha sido esta uma impressão geral do grupo autor deste texto. Quando necessário, a escola entra em contato com os pais e também os recebe quando estes julgam ser importante falar pessoalmente com professores e/ou corpo administrativo. Apesar desse contato entre a escola e a família ter sido estabelecido de forma positiva, nem sempre é efetivo. Ou seja, nem sempre há a espontaneidade dos pais ou profissionais da educação em manter contanto direto para tanger o direito à educação que tem a criança. Sendo assim, algumas vezes, a presença do(a) pai(mãe) na escola é vista como um processo punitivo à alguma infração ou ação interpretada como externo à convivência coletiva. Dessa forma, na escolarização da criança, a interpretação do papel dos pais pode ser banalizado, ou reduzido, à um mero caráter “punitivo-educativo”[footnoteRef:6]. [6: Entendemos que o papel do pai não se refere, no processo de escolarização da criança, somente à educação, mas também sobre a reflexão do processo instrutivo dos conteúdos escolares.] 
São realizadas reuniões de professores com as famílias (bimestralmente), do Conselho de Escola, da APM e Conselhos de Classe. Infelizmente, no tempo que estivemos presente na escola só pudemos assisitir à ATPC. Esta expôs rapidamente um aspecto de como se dá e se compreende, naquela escola, a formação continuada do corpo docente. A reunião de ATPC teve como eixo central, a discussão acerca da sondagem de português. Os professores refletiram sobre o que foi cobrado pelo exame e o que os alunos responderam. Separados em pequenos grupos nas mesas circulares da sala de leitura, os professores discutiram sobre o que cada série respondeu nas diferentes provas para os diferentes niveis de escolarização. Esses grupos, eram constituídos por professores que lecionavam em uma mesma série. Nos fez refletir, que os agrupamentos sociais dentro do grupo maior que é a instituição de ensino, ocorrem não só entre aluno-aluno e funcionário-aluno, mas também entre os pares de funcionários, como professor-professor (CÂNDIDO, 1997; AZANHA, 1964).
A escola preza muito pela disciplina dentro e fora da sala de aula. Comportamentos julgados inadequados são penalizados com suspensão total ou parcial do recreio, das aulas de informática, artes e ou educação física. Nesses casos os pais geralmente são comunicados por bilhetes no caderno do aluno ou por telefone através de um funcionário da secretaria.
Para que as crianças tomem ciência do início do intervalo, começa a ser tocada no rádio da escola a música Aquarela do cantor e compositor Toquinho. As professoras então, com as crianças em fila, descem para o pátio. A partir desse momento aquela que deseja comer a merenda da escola dirige-se ao refeitório, enquanto as demais tomam seu lanche no pátio e depois podem brincar livremente pela escola (exceto no piso superior, que fica trancado). Embora existam marcações de brincadeiras no pátio da escola, bem como, uma cesta de basquete, não há brincadeiras dirigidas. As crianças, depois de comerem, correm de um lado para outro e só param quando escutam novamente a música que indica o retorno para a sala de aula.
Frequentemente a escola realiza festas, destacando-se a junina. O objetivo é angariar fundos para a manutenção diária da mesma ou algo que seja de interesse dos professores e alunos que a escola adquira.
Na unidade escolar existe grêmio estudantil, mas este não tem a função de levar proposta dos educandos à equipe gestora, mas sim de selecionar alguns alunos para que auxiliem os adultos a cobrarem as normas disciplinares da escola.
 No que diz respeito à participação da família na escola, envolve a participação de representante dos pais no Conselho de Escola, maneira oficial, mas a escola e a equipe gestora é aberta a sugestões que venham dos familiares dos alunos. 
	Ainda sobre o cotidiano da escola, levantamos questões que se referem à ideia de uma escola democrática
...a tarefa educativa tem como pressuposto ético a autonomia de quem educa. Esta autonomia do educador tem na autonomia regimental da escola apenas uma das condições de seu exercício, e não pode ser com ela confundida. A autonomia do educador - por paradoxal que possa parecer - é, hoje, num momento histórico de busca democrática, um comprometimento total com o ideal democrático de educação. Nessas condições, quanto se insiste na autonomia da escola como uma das condições de melhoria do ensino, não podemos reduzir essa melhoria a um ensino simplesmente mais eficiente no seu conteúdo estritamente escolar. Para isso, não seria preciso reinvindicar uma escola autônoma, até mesmo uma escola fortemenre presa a regulamentos rígidos e impostos seria capaz de ser uma boa escola. O fundamental é que a autonomia de nossas escolas públicas esteja impregnado de um ideal pedagógico que constituaa base de uma tarefa educativa, cuja excelência há de ser medida pela sua capacidade de instalar uma autêntica convivência democrática, e, por isso mesmo, de formar homens críticos, livres e criativos até mesmo a partir de condições sociais, políticas e econômicas adversas. Por isso, é preciso não perder de vista que a busca da autonomia da escola não se alcança com a mera definição de uma nova ordenação administrativa, mas, essencialmente, pela explicitação de um ideal de educação que permita uma nova e democrática ordenação pedagógica das relações escolares(CANDIDO apud In: In: PEREIRA e FORACCHI. 1964. p. 107-128).
 	Dessa forma, nos questionamos: tem o grêmio escolar apenas a função de auxiliar os adultos a manterem a disciplina dos demais alunos? Como propiciar uma autonomia representativa que consiga totalizar (abranger comunidade e usuários da instituição) o grupo social consituinte da escola? De que maneira podemos realizar práticas coerentes pela constituição de um ambiente de ensino onde se enfatize a vida coletiva?
4. REFERÊNCIAS
AZANHA, J. M. P. Cultura escolar brasileira. Um programa de pesquisa. In: Revista USP, São Paulo, dez-jan-fev., 1990-1991, pp. 65-69.
CÂNDIDO, Antônio. A estrutura da escola. In: PEREIRA, Luiz, FORACCHI Marialice M. Educação e sociedade: leituras de sociologia da educação. São Paulo: Nacional, 1964, p. 107-128
PARO, Vitor Henrique. Administração escolar: introdução crítica. São Paulo: Cortez, 1986.
CÂNDIDO, Antônio. A estrutura da escola. In: PEREIRA, Luiz; FORACCHI,
Marialice M. Educação e sociedade: leituras de sociologia da educação. São Paulo: Nacional, 1964. p. 107-128.

Outros materiais