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Relatorio POEB 2

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Universidade de São Paulo
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto 
Política e Organização da Educação Básica
Prof. Dr. Elmir de Almeida
Educadora: Lúcia Tinós
Discentes 	 
Flavia Mota Alves da Silva 7569539 (37h - totais)
Mayra Arantes de Oliveira 7947169 (37h - totais)
Bruno Humberto Tapia 8123700 (37h - totais)
Renan de Souza Moser 6788188 (37h - totais)
Flávia Tamburús Chiaretti 8083936 (37h - totais)
Patrícia Maciel Trevizani 7983390 (37h - totais)
Grupo de estágio período da tarde
E. E. Prof. Jorge Rodini Luiz
Ribeirão Preto/2013
Unidade Escolar: Escola Estadual Professor Jorge Rodini Luiz
Endereço: Rua Luiz Augusto Velludo nº 215
Ato de Criação: Decreto nº 34.609, publicado no DOE de 04 de Fevereiro de 1992.
Data de instalação: Resolução da Secretaria da Educação de 15 de Abril de 1992 publicada em 16 de Abril de 1992.
Reorganização para atender o ensino fundamental de 1ª à 4º série: Resolução da Secretaria de Educação nº 37 de 24 de Abril de 1996 no DOE de 20 de Abril de 1992.
Organização da Escola: Ensino Fundamental Ciclo I
Roteiro de Observação (POEB) 2° parte
4. Sobre as Condições de Funcionamento do Pessoal Escolar
	Sobre o pessoal escolar construímos aqui uma tabela, com intenção de melhor organização e também obter maiores informações de variados agentes componentes o ambiente escolar. Segue abaixo a tabela com os dados obtidos do pessoal escolar:
	Profissão
	Formação
	Tempo de serviço na escola
	Vinculo empregatício
	Regime de Trabalho
	Outro emprego
	Diretora
	Ensino superior (matemática e pedagogia)
	4 anos e meio 
	Concursada
	8h30-16h30
	Não
	Professora
	Ensino superior 
	22 anos
	Concursada
	13h-17h30
	Sim 
	Professora sala de leitura
	Ensino superior
	2 anos
	Estável (categoria F)
	8h30-11h30 
13h40-16h40
	Não
	Professora informática
	Ensino superior; cursando pós-graduação em educação especial
	2 anos e 5 meses
	Readaptada 
	13h-17h30
	Sim
	Secretária
	Ensino médio completo
	20 anos
	Concursada
	7h-11h
13h-17h
	Não
	Merendeira
	Ensino médio completo
	3 anos
	Terceirizada
	6h30-11h
12h12-16h48
	Não
	Inspetora
	Magistério
	21 anos
	Concursada
	6h30-10h
12h45-18h20
	Sim (exerce a função de zeladora) 
5. Sobre as atividades desenvolvidas pelo pessoal escolar
	Diante da proposta de observar e descrever as atividades, em um dia comum, de dois personagens profissionais atuantes na escola - sendo um da equipe gestora e um operacional, desenvolve-se aqui uma discussão não somente limitada aos aspectos constituintes da realidade institucional escolar, como um local, mas uma busca pela compreensão da realidade humana (expressadas pelos sujeitos das relações sociais) que permeia a escola. Buscamos também a contextualização de suas situações no âmbito empregaticio e funcional, assim como se deu o processo de admição e suas consecutivas. 
	No que diz respeito aos funcionários operacionais, foram entrevistadas duas merendeiras, que são responsáveis pela parte da manhã e tarde do colégio, ou seja, o período completo. Ambas moram em bairros próximos a escola, o que permite ir e vir do trabalho a pé, sem a necessidade de um meio de transporte. O que também é interessante é o fato das mesmas pertencerem à comunidade que rodeia a instituição escolar. A inserção, na escola, de agentes que vivem em seu entorno, permite maior interação e comunicação entre ambos universos, tanto inserindo a presença da comunidade em atividades intra e extra escolar, como sendo uma via de acesso a informações dos dois lados, trazendo formas relacionais entre as classes, de fora para dentro e vice-versa. Segundo Cassin (2003), para estudarmos a escola e seus processos educativos e de ensino em uma perspectiva sociológica, temos que recuperar autores da “Sociologia da Educão Crítica”, em específico Louis Althusser. Ainda segundo Cassin (ibidem), para entendermos a perspectiva Althusseriana da Educação, devemos ter em mente conceitos de Estado e ideologia em Althusser:
Ao pensar a educação e, em particular, a escola a partir do referencial althusseriano, estas devem ser pensadas a partir da concepção de Estado e de ideologia do autor. Com relação ao Estado, este deve ser compreendido como a superestrutura da sociedade e composta pelos Aparelhos repressivos e os Aparelhos ideológicos de Estado, ampliando o conceito de Estado como aparece descrito na obra de Marx, mas mantendo a essência tal como aparece nesta, onde afirma que o Estado é um instrumento da classe dominante para se manter enquanto tal, portanto um instrumento de dominação e exploração (2003 p.4).
	Dessa forma, a escola apresenta-se como um Aparelho Ideológico de Estado Escolar, reproduzindo o modo de produção vigente, bem como a ideologia deste. Assim como, fora da escola, neste modo de produção temos a luta de classes (estas econômica, política e ideológica), dentro da escola também, estas forças, estabelecem os embates entre diferentes perspectivas de pertencimento à uma classe. Ou seja, as relações que perpassam e constituem o modo de produção capitalista, também perpassam e constituem o modo de organização escolar. No entanto, pode a escola se tornar um grande agente de mudança ou de naturalização de certa ideologia, no momento em que compreende seu papel como reprodutora ou formadora de novas relações. Assim, a troca de informações referida acima, tanto de fora dos muros da escola para dentro destes, como o movimento inverso, reflete formas e maneiras comunitárias de ideologias, condições economicas e consciência politica.
	Ainda em conversa com as merendeiras, buscamos informações sobre suas atividades na escola, desde a admissão, aos dias atuais. O processo de admissão foi muito parecido, devido a entrarem na instituição quase que juntas. A primeira foi admitida em 2008 e a segunda em 2009, ambas através de concurso público. O concurso oferecia emprego durante o período de um ano, sendo que ao término deste tinham que permanecer 200 dias sem trabalhar na escola, sob alegação de “evitar vinculo com a escola”, fato que nos pareceu muito peculiar e sem um sentido aparente. No entanto, essa falta de sentido aparente nos fez buscar relações politicas verticais que interferem nas relações entre funcionários da educação e os sujeitos “educandos”. Percebemos uma terceirização da educação, transformando esta em produto mercadológico do setor privado, onde o valor das relações entre funcionários e educandos é secundário quando comparado ao valor dos materiais didáticos oferecidos pelo governo e produzidos pelo setor privado. Ou seja, não há, mesmo com a terceirização, uma vinculação entre funcionários e sujeitos educandos, concordando com o paragráfo acima no que se refere à naturalização de certas “invisibilidades” produzidos pelo capitalismo. Serviços tidos como secundários (como a preparação da merenda) tornam-se externos aos alunos que, então, apenas merendam sem uma consciência de todo o processo de trabalho envolvido na comida que comem. Entendemos essa terceirização como uma politica de governo do Estado de São Paulo. Aqui, achamos necessário a diferenciação entre governo e Estado, tal como nos expressa Bresser (1995, p. 5)
O conceito de Estado é impreciso na ciência política. É comum confundir-se Estado com governo, com Estado-nação ou país, e mesmo com regime político, ou com sistema econômico. Na tradição anglo-saxã, fala-se em governo e não em Estado. Dessa forma, perde-se a distinção entre governo e Estado, o primeiro entendido como a cúpula político-administrativa do segundo. 
	Assim, o modelo de admissão por concurso para o cargo de merendeira, permaneceu até 11 de março de 2013, quando o serviço foi terceirizado pelo plano de governo do PSDB, onde, segundo elas a carga horária subiu e o salário baixou. 
Sobre seu cotidiano, elas chegam na escola as 6:30 para preparar o café da manhã dos alunos, este que é oferecido às 6:45. Quando iniciam as aulas (7:00), elas iniciam o preparo da merenda que é oferecida no intervalo (das 9:30 às 10:00). Entre o fim do intervalo e o horário de almoço delas (12:12) ambasse atarefam de limpar a cozinha e o que foi sujo durante a merenda. No período da tarde repete-se o processo apenas com cambio de horários. O contato com os alunos pareceu-nos muito restrito, talvez devido a ambas permanecerem quase todo o turno de trabalho dentro da cozinha (onde os alunos não entram), e sempre ocupadas, o que não da espaço para maior comunicação. Porém, durante o periodo que permanecemos com elas, dois alunos chegaram, fora do horário de merenda e pediram mais bolacha que foi servido no café da manhã. Não sem antes um sermão, elas atenderam o pedido prontamente.
6. Recursos Materiais e Financeiros
No segundo andar localiza-se a sala para os, segundo a escola, denominados alunos “deficientes intelectuais”. Inclusive estes mesmos que têm uma tabela na entrada da escola com a tal denominação e seus devidos dados, dentre eles o nome, idade, série e sala. Estes alunos permanecem na escola no período letivo da manhã, possuem uma sala individual onde uma professora especializada dá as aulas, juntamente com material também diferenciado, devido as escolhas da própria professora.
No período da tarde há atividades optativas em dois períodos, das 13h às 15h, e das 15h30 às 17h30. Onde são realizadas atividades complementares e paralelas ao conteúdo transmitido. Nesta sala há atividades e jogos voltados para alunos com dificuldades, mesmo embora nos pareceu que os participantes discentes estejam mais próximas de crianças “bagunceiras” do que deficientes.
O espaço físico da instituição em que estagiamos é limpo (diga-se de passagem, impecável) e agradável: boa ventilação, bem iluminado e colorido (com quadros pintados em tela pelos próprios estudantes, podendo ser cópia de alguma obra famosa, como obras de Picasso, ou não), com saneamento básico, banheiros com espelho e papel higiênico, entre outros. As salas de aula encontram-se no andar superior do prédio e, as escadas de acesso à elas, são bem iluminadas e com antiderrapantes. Estas escadas apresentam corrimão. Estes, com pedaços de madeiras colados em pequenos espaçamentos, a fim de diminuir os riscos com brincadeiras de escorrega nos corrimões. A escada é em “L” com dois lances de dez degraus cada um. Para o acesso de deficientes físico, existe um elevador localizado na entrada do espaço administrativo da instituição.
Há um ambiente de leitura, climatizado, com estantes que acomodam o acervo de livros da escola e cinco mesas redondas com cadeiras. Nesse ambiente trabalha uma profissional docente que desenvolve projetos de leitura em parceria com os professores.
Também existe uma sala de informática, que possui 16 computadores, com acesso à internet, dispostos lado a lado. O ambiente possui ar condicionado. As máquinas são bem conservadas, todas com caixas de som e a maior parte com monitores novos; apesar de dois não estarem funcionando. 
Cada sala tem aulas a cada duas semanas, segundo a professora, e nessas aulas são desenvolvidas atividades e pesquisas que podem ser relacionadas com a matéria trabalhada em aula. Nesse caso, a professora de informática é informada antecipadamente sobre o conteúdo que está sendo trabalhado e procura planejar a aula de forma a aprofundar ou exemplificar a matéria. Também podem ser desenvolvidas pesquisas sobre datas comemorativas como festa junina, carnaval, páscoa... 
O refeitório está localizado em frente à cozinha. Essa cozinha apresenta dois balcões - um menor e outro maior. O maior balcão é utilizado pelas merendeiras como suporte para servir a salada. O menor balcão serve para se devolver pratos e talheres. Tirando a salada, que é servida pelas merendeiras, as crianças servem sua própria comida. Neste caso, busca-se o exercício da autonomia dos alunos. 
Outro exercício prático do desenvolvimento da autonomia coletiva entre os alunos foi a assembleia que foi realizada dia 16 de maio de 2013 nos dois períodos. Nela, foram discutidas problemáticas propostas pelos alunos, como nos foi repassado pela diretora. As crianças reclamaram daqueles que jogam lixo no chão durante o recreio, fazem bagunça no refeitório e empurram os colegas para derrubar o lanche no chão; além do desperdício de sabonete nos banheiros. As meninas expuseram o desrespeito dos meninos, que as empurram e passam a mão no bumbum. 
Foram feitos dois pedidos pelos alunos presentes em assembleia, e a escola resolveu acatar ambos. O primeiro diz respeito à música que representa o sinal: os alunos se disseram enjoados da música atual, e a escola concordou em mudar, sendo que a nova melodia será escolhida pelos alunos do período da tarde, já que a atual foi escolhida pelo período da manhã. O segundo pedido é para que os alunos possam sentar-se ao fazer fila na hora da entrada e ao final do recreio, e a escola também concordou, sendo que só será preciso permanecer em pé no dia de cantar o hino nacional. 
Os alunos felicitaram a atenção que lhes é dada pela diretora, a limpeza e organização da escola, a sala de jogos, a merenda, as aulas de informática, as brincadeiras no chão do pátio, a pintura nos muros externos e os alunos que ficam quietos na hora da oração. 
Conforme destacamos anteriormente, a estrutura física da escola é impecável. Os recursos financeiros para a manutenção da mesma vêm da APM. No mês de maio, por exemplo, a receita foi de R$ 6 612,96 (seis mil seiscentos e doze reais e noventa e seis centavos), desta as despesas com a manutenção da unidade escolar (troca do motor do portão, pintura de painéis e da escola) somaram R$ 5 681,95 (cinco mil seiscentos e oitenta e um reais e noventa e cinco centavos), o saldo de R$ 481, 01 (quatrocentos e oitenta e um reais e um centavo) será utilizado em necessidades posteriores. Parte destes recursos é também utilizado para a compra de alimentos que compõem o cardápio da merenda escolar que é sempre muito bem elaborado, de forma a agradar às preferências dos educandos e. ao mesmo tempo possuem um alto valor nutritivo. 
7. Referências Bibliográficas
CASSIN, Marcos. “Louis Althusser e a sua contribuição para a sociologia da educação”. In: Marxismo e ciências humanas (vários autores). São Paulo: Xamã, 2003. Disponível em < http://pt.scribd.com/doc/33603724/LOUIS-ALTHUSSER-e-sua-contribuicao-a-Sociologia-da-Educacao>. Acesso em 04 jun 2013.
PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. Estado, aparelho do Estado e sociedade civil. Brasília: ENAP, 1995.

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