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Mormo: uma zoonose grave

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@veterinariando_ 
 
Introdução 
 Doença infeciosa, altamente 
contagiosa e fatal 
 Causada pela bactéria Burkholderia 
mallei 
 A transmissão pode ocorrer por via 
oral, respiratória ou cutânea 
 Acomete primariamente os equídeos, 
e os ser humano é considerado 
hospedeiro acidental 
 
Epidemiologia 
 É um doença de notificação 
compulsória para a OIE 
 Possui alta morbidade e letalidade 
(zoonose grave) 
 Por não haver tratamentos e 
vacinas eficazes contra a bactéria, é 
recomendada a interdição de 
propriedade em casos registrados e 
eutanásia dos animais positivos 
 
Agente etiológico 
• Bactéria com formato de cocobacilo 
• GRAM negativa 
• Possui flagelos sendo imóveis e não 
formadoras de esporos 
• É um patógeno intracelular 
obrigatório que se adapta bem ao 
hospedeiro 
• Possui baixa resistência ao ambiente 
• Possui sensibilidade à luz solar, calor 
e desinfetantes comuns 
• Consegue sobreviver em ambientes 
úmidos entre 3 e 5 semanas 
• Esse bacilo é destruído em 10 min ao 
aquecimento a 55ºC 
• Pode permanecer vivo por até 1 mês 
em reservatórios de água, sob 
temperatura e umidade que 
favorecem sua sobrevivência 
 
Patogenia 
• A principal via de infecção é a oral 
• Após a ingestão do alimento ou água 
contaminada, a bactéria penetra 
pela mucosa intestinal, atinge a 
corrente sanguínea e se dissemina 
pelo organismo 
• Durante essa fase o animal pode 
apresentar: hipertermia, apatia e 
caquexia 
• Sinais respiratórios como pneumonia 
piogranulomatosa, dispneia, secreção 
mucopurulenta com estrias de 
sangue aparecem com a chegada da 
bactéria no pulmão 
• A forma cutâneo-linfática é 
denominada após o surgimento de 
nódulos rígidos nos vasos linfáticos 
(colar de pérolas ou rosário) → 
lesões costumam aparecer no 
pescoço, costado, abdômen, nos 
membros torácicos e pélvicos 
• Os sintomas ao final da doença 
incluem: broncopneumonia que leva a 
morte do animal por anoxia 
 
Sinais clínicos 
 Os mais comuns são: tosse, 
hipertermia e corrimento nasal 
 Período de incubação: 3 dias até 
meses para se inicia 
 Na fase aguda pode ocorrer edema 
na região peitoral e levar o animal à 
óbito em 48h 
• Hipertermia, 
redução do apetite, 
tosse, dispneia 
evolutiva, 
emaciação, 
ulceração de septo 
nasal, sendo 
acompanhada de 
descarga nasal, 
nódulos nas 
cavidades nasais e 
descargas oculares 
purulentas 
• 3 tipos de 
manifestações: 
cutânea, pulmonar 
e a nasal (podem 
ocorrer 
simultaneamente) 
 
Diagnóstico 
 Baseado nas observações das 
alterações clínicas, alterações 
patológicas, dados epidemiológicos da 
região e identificação da bactéria 
Burkholderia mallei → testes de 
Maleína, caracterização por métodos 
moleculares e testes sorológicos com 
Fixação de Complemento (FC) e ELISA 
 A maleína é injetada pela via 
intradérmica cerca de 0,1ml na 
pálpebra inferior, após 48h é feito a 
leitura 
o É considerado positivo se o 
animal apresentar edema de 
pálpebra, lacrimejamento, 
fotossensibilidade, podendo 
ocorrer descarga ocular 
purulenta 
o Após o teste da maleína, 
outros testes sorológicos 
podem apresentar resultados 
imprecisos por até 6 semanas 
 ELISA é feito como prova de triagem 
→ as vantagens são: possibilidade de 
automatizar a prova, reduzir riscos 
de interpretação errônea, 
padronização dos insumos, ausência 
de resultados inconclusivos, além de 
maior sensibilidade reduzindo os 
casos de falsos negativos 
 O teste de FC possui sensibilidade de 
aproximadamente 97%, este método 
pode apresentar resultados falsos 
positivos, inespecíficos, devido a 
reações cruzadas em equinos com 
garrotilho, febre petequial e 
influenza equina 
 Para exame confirmatório é utilizado 
a prova de Western Blotting (WB) 
caso a prova de triagem apresente 
resultado positivo 
o ELISA + WB realizados juntos, 
praticamente anula qualquer 
chance de falsos positivos e 
inconclusivos 
 O animal não poderá ser eutanasiado 
se apenas os exames de triagem 
como o ELISA ou a FC forem positivos, 
somente com o exame confirmatório 
WB positivo o animal poderá ser 
considerado portador do mormo 
 
Tratamento 
• Mesmo a bactéria sendo sensível a 
vários antibióticos, o tratamento é 
proibido pelo MAPA por ser uma 
doença com risco de transmissão 
para seres humanos 
• O tratamento não é indicado pela 
OIE, pois os animais acometidos pelo 
mormo se tornam portadores, 
tornando fonte de infecções para 
animais saudáveis, além de ser 
considerado zoonose 
• O MAPA recomenda a eutanásia de 
animais que testaram positivo para 
mormo devido à falta de tratamento 
apropriado e vacinas para profilaxia 
 
Prevenção e controle 
• Não existe vacina eficaz 
• Propriedades com animais positivos 
devem ser interditadas e realizado 
eutanásia somente nos animais 
positivos 
• Após a eutanásia, as carcaças 
deverão ser incineradas ou 
enterradas e todas as instalações, 
incluindo os utensílios utilizados, 
deverão ser descontaminados 
• Nos demais animais, devem ser 
realizados exames sorológicos 
consecutivos para mormo com 
intervalo de 21 a 30 dias 
• A propriedade só será 
desinterditada com autorização 
oficial após a realização de 2 exames 
FC sucessivos no plantel inteiro com 
intervalos de 45 a 90 dias e obter 
resultados negativos em ambos os 
exames 
• Outras medidas: desinfecção de 
instalações e fômites, higienização de 
veículos e equipamentos, abolir o uso 
de cochos coletivos, adquirir somente 
animais de áreas livres de mormo e 
todos que forma manipular o animal 
devem utilizar EPI 
 
 
 
 
• CHACON, Tiago Jorge Chacon Tiago Jorge et al. 
MORMO EM EQUINOS: UMA REVISÃO. Revista Científica, 
v. 1, n. 1, 2020.

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