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Estudo Dirigido - Doenças infecciosas dos animais domésticos

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Doenças infecciosas dos animais domésticos
Estudo dirigido 
1. Qual é a principal fonte de infecção na diarreia viral bovina (BVD)? Como ela pode ser controlada? Explique como se desenvolve a doença das mucosas.
A principal fonte de infecção na diarreia viral bovina (BVD) são os animais persistentemente infectados (PI) devido a grande quantidade de vírus excretada por longos períodos, a possível ausência de manifestação clínica e a dificuldade de detectá-los pela pesquisa de anticorpos séricos, visto o estado de imunotolerância ao BVDV.
A diarreia viral bovina (BVD) pode ser controlada a partir da: eliminação dos animais persistentemente infectados (PI), pelo fato dos mesmos serem os mais efetivos disseminadores da doença em um plantel; vacinação (vacinas inativadas: são consideradas seguras inclusive para uso em vacas prenhes, entretanto a imunidade fetal é de curta duração, especialmente para amostras heterólogas do BVDV; vacinas atenuadas: induzem proteção mais ampla e mais duradoura, mas podem causar danos ao feto, incluindo a formação de animais PI) e controle sem vacinação (deve ser feito em rebanhos sem histórico de BVD, sem introdução constante de animais, sem risco de contaminação pelos vizinhos; antes de adotar esse esquema, deve-se fazer uma amostragem do rebanho e testá-la para se conhecer o histórico sorológico do rebanho).
A doença das mucosas (MD) se desenvolve em animais que sofreram infecções intrauterinas por amostras do BVDVncp entre 40 a 125 dias de gestação (época em que o feto ainda é imunoincompetente), desenvolvendo imunotolerância ao BVDV. Essa infecção fetal com imunotolerância pode ter vários cursos, inclusive o nascimento de animais persistentemente infectados (PI) que eventualmente podem chegar até a fase adulta sem manifestações clínicas, com incapacidade de produzir anticorpos contra o BVDV e eliminando grandes quantidades de vírus. Existe ainda a possibilidade de um animal PI entrar em contato com uma amostra de BVDVncp diferente antigenicamente daquela indutora de imunotolerância e vir a apresentar anticorpos contra epítopos divergentes da nova amostra. Animais PI, quando posteriormente infectados por uma amostra citopatogênica que não tenha diferenças antigênicas em relação a amostra não citopatogência que induziu a imunotolerância, por serem também imunotolerantes a amostra de BVDVcp, são incapazes de elaborar anticorpos e desenvolvem a MD. A infecção com BVDVcp pode ocorrer por mutações do BVDVncp já presente no animal ou por uma superinfecção com um BVDVcp presente no ambiente. Uma forma mais lenta de MD tem sido descrita, onde o BVDVcp apresenta pequenas diferenças antigênicas em relação ao BVDVncp indutor da imunotolerância. Nesta situação o animal pode produzir uma resposta imune contra os epítopos divergentes presentes no BVDVcp, sendo no entanto insuficiente para proteger o animal e apenas retardando o curso da MD. Em síntese, atualmente a MD é tida como uma manifestação especial da infecção pelo BVDV, onde bovinos com imunotolerância induzida por infecções fetais com amostras de BVDVncp são infectados por amostras de BVDVcp.
2. Um programa de controle para a rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) pode ser feito de duas maneiras: com uso de vacinação e sem o uso de vacinação dos animais. Quais são os critérios avaliados para a adoção de uma ou outra medida?
As vacinas contra o BHV-1 são incapazes de impedir a infecção com o vírus de campo e consequentemente, o desenvolvimento de latência. A vacinação não pode ser considerada como medida única de programas de controle ou erradicação. Países considerados livres da doença não promovem a vacinação de animais e a eliminação dos sororeatores constitui a medida profilática mais eficaz para a manutenção dessa situação sanitária.
Em que pese sua incapacidade de prevenir a multiplicação e o estabelecimento de latência, as vacinas têm sido amplamente empregadas em todo o mundo para prevenir ou minorar os prejuízos econômicos decorrentes do desenvolvimento de manifestações clínicas após a infecção. No contexto epidemiológico, outra importante função das vacinas é a diminuição do título e da duração da excreção viral em animais infectados.
Vacinas inativadas, ou de vírus morto, são muito seguras em função do vírus vacinal ser incapaz de replicar-se, desenvolver latência e ser transmitido a outros animais. Entretanto, a despeito da incorporação de adjuvantes imunológicos que potencializam a resposta imune, as vacinas inativadas exigem revacinações periódicas.
Vacinas de subunidades virais contendo glicoproteínas do BHV-1 foram mais recentemente desenvolvidas. Este tipo de vacina utiliza apenas os principais componentes virais envolvidos com a indução de proteção e apresenta as mesmas características das vacinas inativadas no que diz respeito à segurança e à necessidade de adjuvantes imunológicos.
Vacinas atenuadas baseiam-se na infecção do animal com amostras de BHV-1 que apresentam menor patogenicidade. Estas amostras vacinais podem ser obtidas tanto pela seleção de mutantes como pela manipulação genética de genes específicos. O graus de patogenicidade dessas amostras vacinais é bastante variável. Por simularem uma infecção natural, incluindo a estimulação de imunidade local em mucosas, as vacinas atenuadas conferem maior proteção após uma única dose que as vacinas inativadas.
A utilização de vacinas contra o BHV-1 com marcadores antigênicos específicos, acompanhadas de seus respectivos kits diagnósticos, tem permitido diferenciar sorologicamente animais vacinados e infectados. Dessa forma é possível vacinar os
animais e detectar, pela pesquisa de anticorpos, os animais infectados. Esta metodologia baseia-se no emprego de amostra vacinal que possui deleção de uma determinada glicoproteína não essencial para a replicação. Animais vacinados podem ser diferenciados dos animais infectados com a amostra de compo pelo fato que somente os últimos apresentam anticorpos contra a glicoproteína que foi deletada na amostra vacinal.
3. Que medidas devem ser adotadas para a prevenção da artrite-encefalite a vírus nos caprinos. Justifique cada uma delas.
Recomenda-se o controle da infecção realizando-se testes sorológicos periódicos (uma a duas vezes por ano) nos caprinos acima de 9 meses de idade. O leite ou colostro de fêmeas com anticorpos para SRLV não devem ser fornecidos aos animais. Em cabras fornecedoras de colostro, para formar um banco de colostro, é indicada a utilização da técnica de PCR, a fim de confirmar a inexistência da infecção. Animais positivos devem ser eliminados do rebanho tão breve quanto possível. A formação de dois rebanhos, um com os caprinos positivos e outro com os negativos, mantidos separadamente, e a eliminação gradativa dos caprinos infectados, além da realização de testes periódicos nos animais negativos, são medidas eficazes no controle desta infecção. Não há tratamento específico para a infecção pelo CAEV ou por SRLV e não há vacina.
4. Que medidas devem ser adotadas para a prevenção da Maedi-Visna nos ovinos. Justifique cada uma delas.
Recomenda-se o controle da infecção utilizando-se o teste sorológico periódico (uma a duas vezes por ano) nos ovinos acima de 9 meses de idade. O leite ou colostro de fêmeas infectadas com anticorpos para MVV não deve ser fornecido aos cordeiros. Animais positivos devem ser eliminados do rebanho tão breve quanto possível. A separação de rebanhos positivos e negativos, com a eliminação gradativa dos ovinos infectados e o teste periódico dos animais restantes, são medidas eficazes no controle de infecção pelo MVV. Deve ser levado em consideração o fato de que a infecção cruzada entre as espécies ovina e caprina com os SRLV já foi evidenciada experimentalmente. Não há tratamento específico para infecção pelo MVV e não há vacina.
5. Faça o diagnóstico diferencial entre rodococose, garrotilho, mormo e influenza equina a partir de informações sobre: a) sintomas clínicos; b) lesões e achados histopatológicos; c) informações epidemiológicas; d) exames laboratoriais.
a) Diagnósticodiferencial quanto aos sintomas clínicos:
Rodococose: pneumonia aguda (febre, tosse, depressão, descarga nasal bilateral, estertores com crepitações na auscultação, aumento na frequência respiratória, dispneia) e pneumonia crônica (diarreia severa, sinovite, linfangite ulcerativa, demais órgãos: uveites, osteomielite, pericardite, nefrite e abcessos cerebrais e hepáticos); alto risco de septicemia. 
Garrotilho: presença de hipertermia, anorexia, depressão, corrimento nasal seroso a mucopurulento; tosse, dor, linfonodos aumentados e firmes (pode ocorrer formação de abcessos) – afeta mastigação, deglutição e respiração, pode evoluir para o óbito. 
Mormo: os sinais clínicos podem ser inaparentes, agudo ou crônico; pode ocorrer hipertermia, dispneia, tosse, aumento de linfonodos superficiais, secreção nasal mucopurulenta, secreção nasal unilateral, nódulos, ulcerações, claudicação, fraqueza, anorexia, morte.
Influenza equina: presença de hipertermia (42ºC), tosse severa, descarga nasal (pode ser serosa ou mucopurulenta – em caso de infecções secundárias), anorexia, depressão, fraqueza, descarga lacrimal, aumento dos linfonodos da cabeça, edema dos membros, laminite, dispneia, pneumonia. 
b) Diagnóstico diferencial quanto as lesões e achados histopatológicos:
Rodococose: lesões graves nos pulmões características de processo inflamatório granulomatoso.
Garrotilho: linfonodos aumentados e abcessos: a confirmação é feita pelo isolamento de S. equi subesp. equi a partir do material proveniente das lesões ou órgãos afetados (SCHILD, 2001).
Mormo: lesões pulmonares, nodulares (algumas vezes descritas como lesões em forma de “rosário”) e também com formação de lesões em órgãos como os pulmões, baço, fígado, pele e no septo nasal. Inicialmente, as lesões nodulares evoluem para úlceras que após a cicatrização formam lesões em forma de estrelas. 
Influenza equina: alterações pulmonares devido aos quadros de pneumonia, bronquite; processo infeccioso.
c) Diagnóstico diferencial quanto às informações epidemiológicas:
Rodococose: acomete potros e adultos imunossuprimidos; ruminantes e animais selvagens; caninos e felinos; humanos. Possui uma morbidade de 5-17%; letalidade de aproximadamente 80%; mundialmente é causa de morte de 3% dos potros. 
Garrotilho: possui distribuição mundial e é responsável por perdas econômicas importantes, considerando-se os custos com o tratamento, medidas de controle e eventuais mortes; a infecção é fatal em apenas 10% dos casos.
Mormo: a epidemiologia relaciona-se principalmente com manejo. Estábulos coletivos são descritos como grandes potenciais focos de disseminação e a idade pode ser considerada fator relevante, pois a doença apresenta maior prevalência em animais idosos e debilitados pelas más condições de manejo. Animais infectados e portadores assintomáticos são importantes fontes de infecção. A principal via de infecção é a digestiva, podendo também ocorrer pelas vias respiratórias, genital e cutânea. A disseminação do microorganismo no ambiente ocorre pelos alimentos, água e fômites, principalmente cochos e bebedouros. Raramente a forma cutânea da infecção decorre do contato direto com ferimentos.
Influenza equina: acomete principalmente equídeos com menos de 2 anos de idade; o confinamento é um fator predisponente; além de animais imunossuprimidos e abafados. Alta morbidade e baixa mortalidade. Distribuição mundial.
d) Diagnóstico diferencial quanto aos exames laboratoriais:
Rodococose: cultura e isolamento bacteriano (exsudato tráqueo-bronquial), radiografia torácica (pneumonia); IDGA, ELISA, PCR; exsudato tráqueo-bronquial; swab de secreção nasal; soro sanguíneo; e fragmentos de órgãos e linfonodos lesionados.
Garrotilho: demonstração do agente em esfregaços de exsudato nasal ou pus. A confirmação é feita pelo isolamento de S. equi subesp. equi a partir do material proveniente das lesões ou órgãos afetados (SCHILD, 2001).
Mormo: testes sorológicos (Fixação do Complemento – FC e ELISA), testes de reação imunoalérgica (maleína), além de isolamento bacteriano e inoculação em animais de laboratório.
Influenza equina: através do isolamento do vírus (Swab – a partir de secreções nasais); Directigen Flu A.
6. O que são propriedades monitoradas para tuberculose e brucelose bovinas?
São propriedades onde não foram detectados animais reagentes positivos para brucelose e tuberculose. Existe uma dificuldade de aplicação das normas técnicas estabelecidas para propriedades livres em estabelecimentos de criação extensiva e com muitos animais, como é característico da pecuária de corte no Brasil. Por esse motivo, criou-se a certificação de propriedade monitorada para brucelose e tuberculose, também de adesão voluntária. Nelas, os testes de diagnóstico são realizados por amostragem, seguindo procedimentos estabelecidos no Regulamento do PNCEBT. Se não forem detectados animais reagentes positivos, a propriedade receberá o certificado de monitorada para brucelose e tuberculose. Se forem encontrados animais reagentes positivos, os animais não incluídos na amostragem serão submetidos a testes de diagnóstico, e todos os animais reagentes positivos serão sacrificados ou destruídos. Somente após essa etapa a propriedade receberá o certificado de monitorada para brucelose e tuberculose.
Em propriedades monitoradas, os testes serão realizados apenas em fêmeas com mais de 24 meses e em machos reprodutores, com periodicidade anual para brucelose e a cada dois anos para tuberculose (após obtidos dois testes anuais de rebanho para tuberculose, com resultados negativos). Só poderão ingressar na propriedade animais com dois testes negativos ou provenientes de propriedades de condição sanitária igual ou superior. À semelhança das propriedades livres, as propriedades monitoradas são obrigadas a ter supervisão técnica de médico veterinário habilitado.
O certificado de propriedade monitorada para brucelose e tuberculose será atribuído exclusivamente a fazendas de gado de corte. O MAPA entende que esta é uma forma eficaz de diminuir a prevalência de tais enfermidades em propriedades com grande número de animais e de criação extensiva, enquanto garante o reconhecimento oficial de um trabalho sistemático de vigilância e saneamento. Para as indústrias exportadoras de carne, é muito importante poder dar garantias aos mercados consumidores de que o seu produto provém de propriedades de criação onde o controle dessas doenças é feito de forma sistemática, aplicando-se princípios de gestão de risco.
7. Sobre o diagnóstico da brucelose bovina, pergunta-se: a) quais são os métodos empregados? b) como podem ocorrer resultados falso positivos? c) como podem ocorrer resultados falso negativos?
a) O diagnóstico da brucelose pode ser feito pela identificação do agente por métodos diretos (incluem o isolamento e a identificação do agente, imunohistoquímica, e métodos de detecção de ácidos nucleicos, principalmente a reação da polimerase em cadeia (PCR)), ou pela detecção de anticorpos contra B. abortus por métodos indiretos ou sorológicos (no Brasil, o PNCEBT definiu como oficiais os seguintes testes: Antígeno Acidificado Tamponado (AAT), Anel em Leite (TAL), 2-Mercaptoetanol (2-ME) e Fixação de Complemento (FC); os dois primeiros como testes de triagem; os dois últimos como confirmatórios; células inteiras da amostra de B. abortus 1119-3 são utilizadas na preparação dos antígenos).
b) As reações falso-positivas são decorrentes de dois fatores distintos. Primeiro, a reação pode ocorrer devido à presença de anticorpos não específicos presentes nas infecções por outras bactérias, como Yersinia enterocolitica O:9, Salmonella sp, Escherichia coli O:157, ou Pseudomonas sp. Segundo, podem decorrer como resultado da vacinação com B19 após a idade recomendada.
c) As reações falso-negativas podem ocorrer devido a três fatores distintos: a) fenômeno pró-zona, onde há inibição da aglutinação pela presença de concentrações altas de anticorpos; ou seja, ausência de sinal de aglutinação nas diluições mais baixas dos testes de ligação secundária;porém quando o soro é diluído, o resultado converte-se em positivo. Isso acontecerá em soros com altos títulos de anticorpos ou em bovinos com infecção crônica (CARAS OLASCOAGA, 1976); b) infecção recente, embora se saiba que ao redor de trinta dias pós-infecção os animais exibem quantidades detectáveis tanto de IgM como de IgG (NIELSEN e DUNCAN, 1990) e c) período pré e pós-parto ou aborto, 15 dias antes e 20 a 30 dias após, as fêmeas podem apresentar baixos títulos, quando ocorre a mobilização de anticorpos para o colostro e também para os líquidos fetais (BRANDON et al, 1971). Para contornar esta situação o Regulamento Técnico do PNCEBT estabelece que fêmeas submetidas a testes sorológicos de diagnóstico para brucelose no intervalo de 15 dias antes do parto até 15 dias após o parto deverão ser retestadas 30 a 60 dias após o parto.
8. Responda o mesmo da pergunta anterior para o diagnóstico da tuberculose bovina
O diagnóstico da tuberculose bovina pode ser efetuado por métodos diretos e indiretos. Os diretos envolvem a detecção e identificação do agente etiológico no material biológico. Os indiretos pesquisam uma resposta imunológica do hospedeiro ao agente etiológico, que pode ser humoral (produção de anticorpos circulantes) ou celular (mediada por linfócitos e macrófagos). A tuberculinização é uma medida da imunidade celular contra M. bovis por uma reação de hipersensibilidade retardada (tipo IV).
A reação tuberculínica, a bacteriologia e a histopatologia são os métodos mais utilizados para o diagnóstico da tuberculose bovina e bubalina. A grande inespecificidade dos sinais clínicos, a dificuldade de isolamento do M. bovis do animal vivo e o baixo nível de anticorpos durante o período inicial de infecção fazem com que os diagnósticos clínico, bacteriológico e sorológico tenham um valor relativo.
O diagnóstico clínico, associado à tuberculinização, possibilita a identificação de animais com tuberculose avançada, os quais geralmente apresentam um decréscimo da sensibilização alérgica, podendo, por vezes, chegar à anergia. Pode-se afirmar que existem métodos diagnósticos adequados para o desenvolvimento de programas de controle e erradicação da tuberculose bovina; entretanto, não existe um método diagnóstico da tuberculose bovina que tenha uma eficácia absoluta. A prova tuberculínica, a vigilância epidemiológica em matadouros, os controles sanitários, o diagnóstico de laboratório, são todos elementos básicos que devem ser empregados com critério e de modo adequado a cada situação epidemiológica. Independentemente dos métodos de diagnóstico utilizados, é fundamental que os animais positivos sejam abatidos, evitando-se, assim, a disseminação da tuberculose.
Na tuberculose bovina as reações falso-negativas podem ocorrer por diversos fatores como em animais em estado avançado da doença que não apresenta os sintomas.
9. Como é feito o controle da brucelose nos ovinos?
O controle da brucelose nos ovinos é baseado nas medidas utilizadas pelo Plano Nacional de Vigilância e Controle da Epididimite Ovina (PNVCEO), com exceção da vacinação, que não existe para ovinos no país. Assim, o programa recomenda o diagnóstico precoce da enfermidade, causada por B. ovis, fazendo-se o uso da IDGA como prova de triagem em laboratórios credenciados e da FC como confirmatório, realizado somente por laboratórios oficiais. Assim, animais positivos pelo teste de IDGA e confirmados pela FC devem ser destinados ao abate sanitário, seguido de visita e interdição do estabelecimento onde ocorreu o caso. O trânsito e a participação de animais machos não castrados, acima de seis meses, em feiras e exposições, se faz mediante a apresentação da guia de trânsito (GTA) acompanhado de testes negativos, sendo o IDGA conclusivo para o trânsito e válido durante o período do evento.
Ainda como medida de controle, o programa prevê a certificação de propriedades livres de epididimite, obtido mediante três testes de IDGA negativos consecutivos e com intervalos semestrais, em todos os ovinos machos não castrados, com idade acima de seis meses, e eutanásia dos animais positivos. A certificação tem validade de 24 meses, durante os quais são realizados testes sorológicos semestralmente. Terminado os 24 meses, a certificação poderá ser renovada, mediante a realização de testes sorológicos na categoria animal. Ademais, o controle da infecção por B. ovis, deve se basear na eliminação dos machos com diagnóstico bacteriológico e/ou sorológico positivo.
10. Como é o controle da brucelose canina: a) em nível doméstico; b) em canil comercial.
a) O controle da brucelose canina em nível doméstico deve ser feito inicialmente com o isolamento do cão acometido, posteriormente realizar castração e tratamento; tratamento incerto, maiores probabilidades de êxito nas infecções prematuras; seguimento sorológico por 3 meses após o tratamento; a eutanásia deve ser considerada quando: incerteza do tratamento, custo elevado, frequente decepção.
b) O controle da brucelose canina em canil comercial deve ser feito da seguinte forma: cães positivos submetidos a eutanásia e isolamento dos demais cães; realizar provas sorológicas em todos os cães (provas Aglut/AGID (cultivo de sangue de todos os animais suspeitos)); eutanásia para todos os cães infectados; provas diagnósticas mensuradas durante 3 meses até que a colônia seja negativa em 2 provas sucessivas. 
O manejo dos cães e criatórios infectados é caro e leva muito tempo. Os veterinários devem estar preparados e capacitados para resolver o problema; devem-se programar medidas rigorosas até que a enfermidade seja erradicada, os criatórios devem passar por quarentena.

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