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REDAÇÃO TÉCNICA Profa. Dra. Kênia Mendonça Diniz CARTAS As cartas constituem um meio de comunicação bastante tradicional. Apesar de contarmos com os e-mails, mais rápidos e mais tecnológicos, elas ainda estão presentes em nosso dia a dia. Você já parou pra pensar em todos os tipos de cartas que existem? CARTAS Você já se perguntou sobre a importância e sobre as utilidades de uma carta? CARTAS As cartas são documentos comunicativos que podem marcar desde uma situação pessoal e informal, até um comunicado bastante formal, como os provindos de cartas comerciais e oficiais. Por serem escritas, as cartas constituem-se como registros concretos das mais diversas situações comunicativas. Assim, funcionam como importantes documentos, podendo apresentar informações que variam desde memórias pessoais, até informações formais. CARTAS Apesar de apresentarem assuntos e linguagens bastante distintas, as cartas atendem a alguns padrões, tais como: existência de um cabeçalho, que apresenta o local de onde a pessoa escreve (cidade), e a data. Ainda, há o uso do vocativo para iniciar o texto e a assinatura de quem escreve para finalizá-lo. As cartas sempre apresentam um emissor, que é quem as escreve, e, ao menos, um receptor, que é aquele que as recebe. CARTAS Basicamente, a classificação dos textos desse gênero se divide entre cartas formais e cartas informais: Formais: São tipos de cartas em que se emprega a linguagem formal, ou seja, aquela ditada pela gramática, que segue as normas de concordância, regência etc. Informais: São tipos de cartas em que não há a preocupação do uso de formalidades, já que são escritas para receptores íntimos, como parentes e amigos. TIPOS DE CARTAS: PESSOAL Pessoal: É a carta que escrevemos para alguém que temos bastante intimidade: um parente, um amigo, um amor… Normalmente, usa-se a linguagem informal nesses textos e, inclusive, podem aparecer gírias e expressões da oralidade, não convencionais à escrita. CARACTERÍSTICAS Marcas de pessoalidade na linguagem; Interlocução direta; Discussão de temas íntimos; Estrutura: - Local e Data; - Destinatário (para quem é remetida a carta); - Corpo do texto; Despedida; Assinatura. EXEMPLO (CARTA PESSOAL) TIPOS DE CARTAS: ARGUMENTATIVA Argumentativa: Nesse tipo de carta, o emissor deve persuadir o interlocutor por meio da exposição de seu ponto de vista sobre determinado assunto. Normalmente, esse tipo de texto é redigido a autoridades e, por isso, deve-se dar grande atenção à linguagem utilizada é a organização da ideias, de modo que fiquem claras e objetivas. CARACTERÍSTICAS Uso da primeira pessoa do singular ou plural; Introdução do tema e tese nos primeiros parágrafos; Possuir interlocutor definido; Apresentar argumentos que justifiquem o posicionamento do remetente; Estrutura: - Cabeçalho: indicação de local e data de escrita; - Vocativo: apontando para quem se dirige o texto; - Corpo do texto: motivo para escrita da carta e dos argumentos que sustentam tal motivação; - Saudação final: despedida; - Assinatura: nome de quem escreveu, seja ele indivíduo, grupo ou Instituição. EXEMPLO (CARTA ARGUMENTATIVA) TIPOS DE CARTAS: COMERCIAL O principal objetivo da carta comercial é gerar comunicação entre empresas ou entre empresas e clientes. Entre as informações emitidas por este documento, as mais comuns são: oferta, avisos, pedidos, reclamação, solicitação ou publicidade. É preciso que a carta comercial seja muito bem redigida, atrativa, objetiva e sedutora para que seu objetivo seja atingido. Essa tarefa precisa ser ainda mais eficaz na era moderna, com o advento da internet. Nem sempre a pessoa que recebe a carta comercial em mãos, é o destinatário. Por isso, ela precisa ser criativa e ter elementos que chamem atenção. CARACTERÍSTICAS Texto positivo. Ao invés de escrever “não pode” ou “sinto muito”, seja convincente e incisivo “sua situação foi resolvida, obrigada pela compreensão”. É indicado que os parágrafos sejam curtos e objetivos. Com a rotina corrida e dinâmica da atualidade, os e-mails se tornaram mais práticos e as cartas também devem está nessa sintonia. É muito importante deixar claro os benefícios daquele produto ou serviço; seja por parte da empresa que escreve a carta comercial ou o cliente. Não pode esquecer de deixar no texto a forma de como o destinatário pode contactar o remetente. ESTRUTURA Cabeçalho: é lá que estão as informações básicas da empresa, como nome completo, indicação do setor ao qual pertence, se oferece consultoria ou fornecimento. Além disso é no cabeçalho que contém endereço e contatos como telefone, fax, e-mail, Instagram, Facebook e site. Local e data: essas informações devem estar logo abaixo do cabeçalho. Dados do destinatário: devem estar alinhados à esquerda da folha. São informações de quem vai receber a carta comercial. Deve conter nome do destinatário, título ou cargo e sua moradia. Assunto: é o resumo do que será escrito no corpo da carta comercial. Precisa ser breve e objetivo. Saudação: este trecho também deve ser escrito do lado esquerdo da página, sempre remetendo-se a pessoa de forma saudosa e estimada. Corpo da carta: neste campo deve estar escrito o conteúdo da proposta da carta comercial. É no corpo da carta que o remetente deve expressar suas ideias de forma interessante e sucinta. Despedida: assim como a saudação, a despedida precisa ser cordial, formal e respeitosa. INTRODUÇÕES Informamos que Desejamos cientificá-los de que Comunicamos a vossa senhoria É com satisfação que informamos Como solicitado em sua carta Solicitamos a vossa senhoria que Acompanhamos todas as reclamações, e atenciosamente informamos que o aparelho será trocado Com referência à carta de vossa senhoria Com relação ao anúncio publicado no FECHAMENTOS Atenciosamente, Grato, Com elevada consideração, Cordiais saudações, Disponha, Saudações atenciosas, É com todo prazer, Sua proposta será prontamente analisada. Antecipadamente agradecemos, Cordialmente, Respeitosamente, EXEMPLO (CARTA COMERCIAL) WM PRODUÇÕES Rua: Dr. Heitor Guimarães, 223 Centro – Cep: 82.970-020 Curitiba/PR Brasil www.cfucc.com.br TAREFAS Escrita de duas redações: 1. Carta Comercial: Tema – Recebimento da entrega de produtos descartáveis 2. Carta Argumentativa: Proposta Carta Argumentativa Medicina científica X medicalização da vida Pessoas saudáveis são pacientes que ainda não sabem que estão doentes, considera o doutor Knock na peça de Jules Romains, em que o personagem convence a todos os habitantes de uma cidade de que estão doentes. A comédia, de 1923, antecipa, de certo modo, uma das características de nosso tempo, a medicalização progressiva de todos os aspectos da vida. Vivemos um momento privilegiado da história, quando a medicina atingiu um nível incomparável de conhecimentos e recursos tecnológicos. Com criatividade, a ciência conquistou terreno apropriando-se até mesmo de áreas de vida durante séculos fora do alcance de qualquer intervenção que não a religiosa – como as doenças psiquiátricas. Medicalizar consiste em “passar a definir e tratar algo como problema médico”, ou seja, direcionar conhecimentos e recursos técnicos da medicina para tratar algo que antes não era abrangido por essa área. É natural que, à medida que a ciência avança, novas patologias sejam detectadas, como a depressão ou o autismo, e outras, reinterpretadas e descartadas, caso da histeria e da homossexualidade. Avanços tecnológicos permitem não só diagnosticar melhor, mas diagnosticar mais, mesmo condições que não coloquem a vida em risco ou comprometam sua qualidade. O problema está precisamente na facilidade com que novas doenças podem ser “criadas”, quando situações antes tidas como normais acabam patologizadas. Algumas de formas justificadas, outras, não. Claro que há “boas” e “más” formas de medicalização. Entre os casos positivos, pode- se citar a introdução da pílula anticoncepcional, que permitiu uma revolução sexual. Um exemplo negativo foi a demonizaçãodo mau hálito no começo do século XX, ao ser rebatizado como… halitose. Em virtude disso, uma notável campanha publicitária estimulou a venda de uma nova “necessidade”, o antisséptico bucal. Hoje a lista de “doenças” questionáveis não para de crescer: de características pessoais estigmatizáveis como “calvície”, “síndrome das pernas inquietas”, “timidez”, sem falar nas características estéticas, situações de vida (“tristeza”, “luto”) e mesmo consequências do envelhecimento. Parece, portanto, que estamos vivendo o apogeu da “má” medicalização – a chamada “mercantilização das doenças”, como provam os absurdos níveis de consumo de fármacos como a ritalina (especialmente entre escolares, muitos sobrediagnosticados com TDAH) e antidepressivos. Remédio é chiclete. QUILLFELDT, Jorge. Medicina científica X medicalização da vida. Revista Scient American Brasil, ano 13, no 155. (Texto adaptado) PROPOSTA Com base nas ideias apresentadas no texto, redija uma CARTA ARGUMENTATIVA para o Ministro da Saúde, criticando a “criação” de novas doenças e/ou a medicalização de situações antes tidas como normais. Em sua carta, você, um cidadão brasileiro, deve também cobrar providências da área de saúde em relação a essas questões.