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Aula 8 Síndrome Hipertensiva da Gravidez

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SÍNDROMES 
HIPERTENSIVAS 
DA GRAVIDEZ 
(SHG) 
 
Profª Me. Maríl ia Arantes Rezio 
2017 
• Conjunto de doenças relacionadas à 
hipertensão na gravidez 
 
• Prevenção com assistência pré-natal 
adequada 
 
• Controle dietético  prevenção das formas 
mais graves e no tratamento das SHG 
 
•Acompanhamento: evita óbitos mãe-bebê 
CONCEITO 
• Estão entre as principais causas de 
morbimortalidade materna e fetal 
 
• Ocorrem em 5-10% de todas as gestações no 
Brasil 
 
• Brasil: 26,5% dos óbitos maternos  Pré-
eclampsia (PE) e Eclâmpsia (E) 
 
• Centro-oeste e Nordeste 
EPIDEMIOLOGIA 
• PE grave  taxa 51% de mortalidade 
perinatal 
 
•Síndrome HELLP  taxa 24% de mortalidade 
materna e 60% de mortalidade perinatal 
EPIDEMIOLOGIA 
• Hipertensão: BPN, asfixia e morte fetal 
 
•PE e/ou E: 80-90% RCIU  sofrimento 
fetal  parto cirúrgico, prematuro 
COMPLICAÇÕES 
 Constituição física (obesas, baixa estatura, GP 
inadequado e brevilíneas) 
 
 História pessoal ou familiar (HAS > 4 anos, PE 
em gestação anterior, doença renal) 
 
 Fatores ambientais (distribuição geográfica, 
clima e nutrição) 
 
 Associações mórbidas (DM com proteinúria, HAS, 
nefropatia hipertensiva) 
FATORES DE RISCO 
 Idade materna (primigestas, idade de > 40 anos, 
adolescentes < 16 anos) 
 
 
 Hereditariedade (fator genético) 
 
 
 Raça/Etnia (negras, hindus, árabes, judias) 
 
 
 Nutrição (baixo teor de proteína e Ca) 
FATORES DE RISCO 
 Escolaridade/Atividade profissional (menor 
escolaridade e trabalhar fora de casa) 
 
 
 Paridade (primigestas e nulíparas) 
 
 
 Gestação múltipla 
 
 
FATORES DE RISCO 
CLASSIFICAÇÃO PA EM 
ADULTOS 
Classificação PAS (mmHg) PAD (mmHg) 
Normal < 120 < 80 
Pré-hipertensão 120-139 80-89 
Hipertensão 
Estágio 1 140-159 90-99 
Estágio 2 ≥ 160 ≥ 100 
(Ministério da Saúde, 2006) 
 Gestante sentada, braço no mesmo nível do coração 
 Aferir em pelo menos 2 medidas 
 O valor mais alto da PA estabelece o estágio 
Calibração do aparelho 
Hipertensão Arterial Crônica 
 
 Hipertensão (≥ 140/90mmHg) presente 
antes da gravidez ou diagnosticada até a 20ª 
semana da gestação 
 
 Não reduz 6 semanas após o parto 
 
 Hipertensas crônicas têm maior risco de 
desenvolver PE ou E 
CLASSIFICAÇÃO 
Hipertensão gestacional ou 
Doença Hipertensiva Específica da 
Gestação (DHEG) 
 
Desenvolvimento de hipertensão sem 
proteinúria - após 20 semanas 
 Diagnóstico temporário 
CLASSIFICAÇÃO 
Hipertensão gestacional ou 
Doença Hipertensiva Específica da 
Gestação (DHEG) 
 
 Pode representar HAS crônica recorrente 
nessa fase da gravidez 
 Pode evoluir para PE 
PA volta ao normal até 6 sem. após o parto 
CLASSIFICAÇÃO 
Hipertensão transitória 
 
 Diagnóstico retrospectivo 
 PA volta ao normal até 6 sem após o parto 
 Pode ocorrer nas gestações subsequentes 
 Considerar a presença de fatores de risco, 
lesões em órgãos-alvo e comorbidades 
CLASSIFICAÇÃO 
Pré-eclâmpsia ( PE ) 
 
 Geralmente ocorre após a 20° semana 
 
Desenvolvimento gradual de hipertensão (≥ 
140/90mmHg) 
 
 Proteinúria (300mg/24h) 
 Edema facial e de membros 
 Pode evoluir para E 
CLASSIFICAÇÃO 
Pré-eclâmpsia ( PE ) 
 
 Pré-eclampsia grave: 
• cefaléia intensa 
• mal estar/ prostração 
• confusão 
• turvação visual 
• escotomas (perda parcial da acuidade parcial) 
• diplopia (visão dupla) 
• amaurose (cegueira transitória) 
• edema agudo de pulmão ou cianose 
• dor epigástrica ou em hipocôndrio direito 
 
CLASSIFICAÇÃO 
Eclâmpsia ( E ) 
 
Convulsões generalizadas em mulheres com 
qualquer quadro hipertensivo (não causados 
por epilepsia ou outra doença convulsiva) 
 
Gravidez, parto e puerpério imediato (24h) 
 
 Em gestante com quadro convulsivo  1° 
diagnóstico considerado =>E 
CLASSIFICAÇÃO 
Eclâmpsia ( E ) 
 
 Geralmente precedida por cefaléia, alterações 
visuais, agitação psicomotora e hiper-reflexia 
 
 Pode estar associada a outras queixas: dor 
epigástrica, naúseas e vômitos 
 
 Precedida pelos sinais de pré-eclâmpsia grave 
 
 Pode chegar ao coma, com ou sem convulsões 
CLASSIFICAÇÃO 
Síndrome HELLP 
 
 Quadro clínico  agravamento da PE 
 
 Caracterizado por: 
• hemólise (destruição glóbulos vermelhos) 
• elevação enzimas hepáticas (ALT/AST) >60U/L 
• plaquetopenia (<100.000/mm³) 
 
 Sinais de extrema gravidade: ICC, icterícia, 
hepatomegalia, cianose, diurese < 500mL/24h 
CLASSIFICAÇÃO 
Síndrome HELLP 
 
 Piores resultados maternos e perinatais 
 
 Principais complicações: 
 
o Deslocamento prematuro da placenta 
o Insuficiência renal 
o Coagulopatia grave 
o Choque e alterações neurológicas 
CLASSIFICAÇÃO 
Fecundação do óvulo -> Tolerância imunológica 
 
Alterações bioquímicas e morfológicas 
 
Desenvolvimento placentário 
 
Prostaglandinas 
 
↑ Prostaciclina e ↓Tromboxano 
 
Vasodilatação generalizada 
(↑ vol. sanguíneo 50%) 
AJUSTE FISIOLÓGICO DA 
GESTAÇÃO 
Fecundação do óvulo -> ↓ Tolerância imunológica 
 
↓Prostaciclina e ↑Tromboxano 
 
Vasoespasmo, dano endotelial (radicais livres), 
agregação plaquetária, aumento da PA 
 
Hipoxia tecidual e alterações multissistêmicas 
FISIOPATOLOGIA DAS SHG 
 Aumento da PA é uma tentativa de manter o fluxo 
sanguíneo mínimo eficaz em um sistema vasular 
de alta resistência 
GANHO DE PESO E EDEMA 
 
 Aumento de peso súbito e excessivo é considerado 
como sinal sugestivo de SHG  edema oculto 
 
 Atenção GP ≥0,5Kg/sem – mesmo sem aumento da 
PA 
 
 Edema pode ocorrer pela 
elevação da pressão 
 
 Avaliar pelo sinal de cacifo 
ASPECTOS NUTRICIONAIS 
NA SHG 
CONSULTA INICIAL 
 
 Identificar os fatores de risco 
 História obstétrica pregressa 
 Avaliação clínica, nutricional, funcional 
ASPECTOS NUTRICIONAIS 
NA SHG 
FORNECERÃO SUBSÍDIOS PARA O CUIDADO 
NUTRICIONAL INDIVIDUALIZADO 
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL 
HAS/DHEG/PE: estágio 1 
 
o Diagnóstico internada  ambulatorial (1x/sem) 
o Dieta adequada para GP 
o Dieta normossódica (6g/dia) – restrição de Na => 
edema, restrição alimentar e GP inadequado. Evitar 
alimentos ricos em Na 
o Hiperproteica (2g/Kg/dia) 
ASPECTOS NUTRICIONAIS 
NA SHG 
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL 
HAS/DHEG/PE: estágio 1 
 
o Vitaminas: especialmente A, C e E  antioxidantes 
(evita lesão endotelial  ↓ tromboxano 
o Minerais: especialmente Ca (2g/dia) x PA 
o Preferir frutas, verduras (ptn vegetal x PA) e legumes, 
cereais integrais, leguminosas, leite e derivados 
desnatados 
 
ASPECTOS NUTRICIONAIS 
NA SHG 
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL 
HAS/DHEG/PE: estágio 1 
 
o Reduzir consumo de gorduras saturadas, trans e 
colesterol 
o Preferir óleos vegetais 
o Duas a três porções de peixe por semana 
o Suplementação de w6 (450mg/dia) associado com Ca 
(600mg/dia) e w3 (1000mg/dia)  ↑ Prostaciclina, ↓PE 
– melhora do PN 
ASPECTOS NUTRICIONAIS 
NA SHG 
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL 
HAS/DHEG/PE: estágio 2 
 
o Internação obrigatória 
o Dieta normossódica evitando alimentos ricos em Na 
o Valores anormais de PA/HAS grave persistente ou 
crônica  dieta hipossódica (2-3g/dia) 
o Dieta hiperproteica 
 
ASPECTOS NUTRICIONAIS 
NA SHG 
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL 
HAS/DHEG/PE: estágio 2 
 
o Adequada em vitaminas e minerais 
o Variar a consistência de acordo com aceitação 
 
ASPECTOS NUTRICIONAIS 
NA SHG 
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL 
Eclâmpsia 
 
o Dependendo do grau de consciência  SNG ou SNE 
o Seguir a conduta da PE estágio 2 
 
Síndrome HELLP 
 
o Adotar conduta similar à indicada na PE estágio 2 
 
ASPECTOS NUTRICIONAIS 
NA SHG 
 Controle de GP, estresse e infecções 
 
 Repouso noturno de 8h e diurno 2h  aumenta o 
fluxo uteroplacentário  aporte de nutrientes e 
oxigênio para o feto 
 
 Prática de AF regular  caminhada 2-3x/semana; 
hidroginástica. Cuidado com exercícios aeróbicos 
 
Não consumir álcool e cigarro 
 
Ingestão hídrica normal 
MEDIDAS GERAIS NA SHG 
 DHEG e PE leve  controle da PA e parto normal PE grave e E  controlar as convulsões e estabilizar 
paciente clinicamente, interromper a gravidez 
(IG>34s). O parto normal é aconselhável. Manter 
anticonvulsivante por 24h após o parto 
 
 Síndrome HELLP  estabilização clínica da paciente, 
interromper a gravidez em até 24 horas 
PARTO 
 Cesariana  maior risco de complicações maternas: 
hemorrágicas, infecção, picos hipertensivos e maior 
duração da hospitalização 
 
 Indicação de interrupção da gravidez  Parto 
normal 
 
 Médico avaliará as indicações de cesariana 
PARTO

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