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O PAPEL DO MEDIADOR ESCOLAR E SEUS DESAFIOS
Ginna Cruz Pessanha, Pedagogia, 8º período
RESUMO: O presente artigo propõe-se a investigar, de forma clara e objetiva, as contribuições e práticas desenvolvidas pelo mediador escolar no ambiente educacional, seus desafios e como lidam com eles. Deseja-se apresentar um espaço de reflexão e crítica sobre as cobranças que esses profissionais enfrentam e ainda sua desvalorização por parte das instituições públicas e privadas, o que consequentemente pode impactar na eficiência do atendimento ao aluno com deficiência. Destacamos a importância de um trabalho integrado entre mediadores, familiares e equipe pedagógica, apresentando-o como uma das ferramentas possíveis para o êxito do paradigma inclusivo.
PALAVRAS-CHAVE: Mediadores, desafios, cobranças.
1. INTRODUÇÃO
A seguinte pesquisa sugere uma observação sobre a inclusão de alunos com necessidades especiais no ensino regular, elucidando a importância de um mediador escolar durante o processo de inclusão. A presença destes profissionais em sala de aula ainda é insuficiente, visto que muitas escolas ainda não priorizam este cargo. 
De acordo com a Declaração de Salamanca (1994):
Parte do princípio de que todas as diferenças humanas são normais e de que a aprendizagem deve, portanto, ajustar-se às necessidades de cada criança, em vez de cada criança se adaptar aos supostos princípios quanto ao ritmo e à natureza do processo educativo. (UNESCO, 1994, p.18)
Seguindo o contexto e complementando a fala sobre importância da mediação na hora da inclusão do aluno portador de alguma especialidade, reforça o papel do ensino voltado para uma criança que talvez tenha uma capacidade inferior aos demais alunos de aprendizagem, mas que não por esse motivo vai deixar de fazer parte do ensino. Com a mediação, inclusão e adaptação formada para cada questão dos respectivos alunos incluídos se faz cumprir o que foi escrito na Declaração. (cf. LOPES, 2018)
Eventualmente, é perceptível que pessoas com deficiência são tratadas de forma discriminatória e segregadora no meio social e educacional. Por esse motivo, surgem movimentos com o intuito de promover a inclusão desses indivíduos dentro e fora do espaço escolar, possibilitando aos discentes uma aprendizagem com vias à inclusão, utilizando ferramentas pedagógicas que atendem às suas necessidades específicas e gerais. (SOUZA, 2021)
Tendo em vista todo o contexto, o artigo vai retratar os desafios enfrentados pelo mediador, a importância do seu papel para formação de indivíduos portadores de necessidades especiais, mostrando a eles com clareza a vida dentro da sala de aula. 
	Frente os aspectos ora apresentados, este artigo visa investigar os benefícios do trabalho exercido pelo mediador escolar e como o trabalho dele é visto por todos, bem como apresentar os desafios e cobranças que enfrentam. 
Para responder às inquietações postas neste trabalho, organizou-se a proposta, no referencial teórico, em quatro subseções, que abordarão as seguintes temáticas: A educação inclusiva escolar no Brasil: um breve percurso histórico; O papel do mediador na perspectiva da inclusão escolar.
2. MEDIAÇÃO E SUPORTE
O objetivo da inclusão é permitir que os alunos atípicos participem ao máximo das atividades propostas conforme suas limitações permitam. Normalmente, segundo Vargas (2018), as atividades e provas precisam ser adaptadas àquilo que eles conseguiram absorver do conteúdo apresentado em sala de aula, visto que não conseguem acompanhar o ritmo da turma. 
Diante disso, a parceria entre mediador, professor e coordenação favorece o estabelecimento de metas realistas, o que muitas vezes impacta positivamente na autoestima do aluno, que se sente incluído na turma.
A Portaria nº 1.271 de 2014 afirma que 
O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os estudantes de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à idéia de eqüidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola. (BRASIL, 2014, p 1)
O benefício dessa cooperação enriquece também a avaliação da criança de acordo com suas próprias conquistas. Entretanto, a partir do que afirma Moreira (2018), sabemos que a inclusão vai muito além de estar em uma sala de aula, é preciso que o aluno faça parte da turma, interaja com os professores e as demais crianças, compreenda as questões pedagógicas e se desenvolva de acordo com as suas particularidades e o seu ritmo de aprendizado. 
A Conferência Mundial de Educação para Todos, Jomtien/1990, destaca a importância para as crianças, adolescentes e jovens em massa, não matriculados em redes de ensinos, apresentando como foco a promoção de transformações no sistema escolar para certificar o acesso e a permanência de todos dentro da sala de aula.
A Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais, declaram meios capazes de fazer com que nas escolas não existam descriminação:
 
O princípio fundamental desta Linha de Ação é de que as escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações distantes ou nômades; crianças de minorias linguísticas, étnicos ou culturais e crianças de outros grupos e zonas desfavorecidos ou marginalizados. (Brasil, 1997, p. 17 e 18). 
É importante que haja métodos e técnicas que tirem do foco as crianças portadoras de necessidade especiais, quando se trata do meio escolar a união dos principais participantes durante esse processo é fundamental, para que a inclusão seja feita da maneira certa, trazendo o aluno para a naturalidade do ambiente sem que ele se sinta diferente dos outros.
2.1. O papel do Mediador Escolar na Inclusão 
O mediador escolar ou mediador pedagógico é um professor que se especializa em mediar as aulas para alunos em situação de inclusão, utilizando de estratégias que possam ajudar o aluno na compreensão do conteúdo. Segundo Mousinho (2010), o trabalho pode envolver também ajudar o aluno em outras situações do ambiente escolar, dependendo de seus comprometimentos cognitivos e motores, como acompanhá-lo ao sanitário, permanecer ao seu lado no intervalo do recreio, nas aulas de Educação Física e acompanhá-lo na entrada e na saída. 
Esse profissional seria o encarregado pela assistência ao processo de inclusão escolar dos estudantes com deficiência. Vargas (2017), apresenta: 
A mediação mostrou-se uma possibilidade, uma maneira de garantir não somente o acesso, mas também a participação e a aprendizagem do aluno. Uma pessoa que teria condições de inclinar-se sobre as características do aluno, perceber suas potencialidades, dificuldades, padrões de comunicação e habilidades, e assim auxiliar o professor e a escola frente a esse desafio que se soma a tantos outros existentes no âmbito escolar. (VARGAS, 2017, p. 63)
É necessário que o mediador escolar tenha uma boa relação de harmonia e interação com o professor e o aluno, principalmente; além de: precisar ter aptidões e habilidades interpessoais para fortalecer e manter relações de trabalho decisiva com as crianças, família e demais profissionais da escola. Isso inclui, segundo Vargas (2017), evidentemente, saber respeitar e compreender as dificuldades da criança e da família, ter flexibilidade para se adequar à dinâmica do ambiente escolar. 
Já Santos (2020) afirma que a contratação do mediador escolar é de responsabilidade da escola, para que haja um atendimento inclusivo de fato, pronto para receber todo público de alunos, entre eles os portadores de necessidades especiais. O mediadordeve trabalhar em conjunto com a família, escola e possíveis responsáveis pelo tratamento do aluno em questão. Ainda em Santos (2020), esse elo é primordial para acompanhar o desenvolvimento e avanço em cada dificuldade percorrida. Atualmente, a influência do mediador na aprendizagem do aluno portador de necessidades especiais é de uma grande responsabilidade. Envolve constante pesquisa, com o intuito de buscar novas estratégias de ensino. 
Nem sempre as estratégias escolhidas previamente funcionam como se espera. Percebe-se que é um trabalho que exige bastante flexibilidade do mediador não só para lidar com as oscilações de humor e de comportamento do aluno. Com isso, utiliza-se o PEI (Plano Educacional Individualizado), um documento desenvolvido pelo professor, redigido a partir de uma avaliação do aluno portador de necessidades especiais. Neste documento apresentam-se as características do aluno em questão, suas instâncias, habilidades, falta delas. É uma espécie de relatório pessoal do aluno. 
Com objetivo de proporcionar um melhor atendimento, as salas de recursos foram criadas a partir da Lei de N° 5.623 em 10 de outubro de 2013 para receber alunos que possuem deficiências múltiplas, transtornos do espectro autista ou superdotação, possuindo em seu ambiente materiais pedagógicos que podem ser trabalhados de formas específicas, de acordo com suas necessidades, como por exemplo os jogos educativos, sejam eles reais e virtuais, tendo como objetivo o estímulo do raciocínio, psicomotricidade e socialidade, conforme Jesus (2018)
Mesmo com os recursos citados anteriormente, a inserção do mediador para facilitar a aprendizagem, dentre outras questões pedagógicas, depende da família como a principal interessada no desenvolvimento pleno do aluno, pois é a família que conhece a fundo o desenvolvimento da criança/ adolescente em seu dia a dia, e a escola, juntamente com sua equipe pedagógica, consegue identificar os objetivos a serem traçados no espaço escolar. Por isso, é de extrema importância essa parceria e troca, envolvendo também a equipe terapêutica que atende com seu olhar clínico, favorecendo uma adaptação necessária para o desenvolvimento do aluno. 
[...] cuidar de crianças, jovens e adultos e idosos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa com necessidades especiais; Colaborar com o processo de inclusão das pessoas com deficiência, Ajudar no banho, alimentação, no andar e nas necessidades fisiológicas; Auxiliar professor no desenvolvimento dos alunos, nas adaptações pedagógicas e de espaço físico em situações momentâneas para prover à acessibilidade; Auxiliar nas atividades pedagógicas, lúdicas e artísticas; acompanhar e auxiliar no monitoramento dos alunos em atividades na unidade escolar ou fora dela [...] (RORAIMA, 2012, p. 1). 
A habilidade do mediador em acalmar e ajudar esse aluno de forma eficiente é adquirida por se investir em conhecimento bem como com a convivência diária, porém, o trabalho não é mecânico, pelo contrário, envolve dedicação e amor.
	Um dos primeiros pontos a ser discutido no aspecto da mediação escolar diz respeito ao fato do que ainda é pouco discutido: a formação deste profissional. A legislação deixa uma abertura muito grande neste sentido, o que faz com que muitos concursos, ao abrirem vagas para esta área, fiquem em dúvida com relação a muitos pontos a serem exigidos em sua formação e, ao final, acabam por exigir muitas vezes apenas o ensino fundamental completo. Isto se estabelece no inciso XIII do Art. 3° da Lei n° 13.146/2015 (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência), o qual estabelece o que seria esse atendimento e sua função: 
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimentação, higiene e locomoção do estudante com deficiência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas. (BRASIL, Lei n° 13.146/2015) 
De fato, precisamos repensar sobre a formação deste profissional, tendo em vista que ele não prestará apenas para as necessidades de higiene, alimentação e locomoção, mas, muitas vezes na prática, por estar dia a dia próximo do aluno, também tem a possibilidade de desempenhar papel importante nas atividades escolares. Portanto, de acordo com Santos (2020), visto que todo indivíduo tem o direito ao acesso de uma educação de qualidade, que está garantido expressivamente desde a Constituição Federal de 1988. 
A partir disto, se faz necessário pensar em possibilidades de garantia desta “educação de qualidade” para todos os alunos. No que diz respeito à educação e alfabetização de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), é preciso anteriormente estar ciente das especificidades destes alunos para possibilitar que esse direito seja garantido da melhor maneira possível. A Cartilha Direito das Pessoas com Autismo (2013) afirma que:
A educação é um direito social garantido pela Constituição Federal. Conforme a Constituição e o Estatuto da Criança e Adolescente é obrigação do Estado garantir atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência preferencialmente na rede regular de ensino, já que toda a criança e adolescente têm direito à educação para garantir seu pleno desenvolvimento como pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho. (ESTADO 1996, p. 1443)
A Lei 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista também reafirma que 
(...) o acesso à educação da pessoa com autismo, assegurando, em casos de comprovada necessidade, o direito a acompanhante especializado. A Lei ainda tratou da impossibilidade de recusa da matrícula pelo gestor ou autoridade escolar, que poderá ser punido com multa ou, em caso de reincidência, com a perda do cargo. (BRASIL, Lei 12.764/2012, 12) 
Em 2002, foram promulgadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores e, nos anos seguintes, as Diretrizes Curriculares de cada Licenciatura passam a ser aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação. Em 2009, surge a Política Nacional de Formação de Professores, propondo cursos presenciais e a à distância, tendo como foco docentes que já exerciam a profissão, mas que ainda não possuíam a formação em nível de Ensino Superior (cf. GATTI, 2010 e 2013).
Posteriormente, em 2015, foram publicadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em Nível Superior e para a formação continuada (BRASIL, 2015), que obrigavam os cursos de formação a garantir, nos seus currículos, conteúdo específico, dentre eles, aqueles relacionados à Educação Especial:
Art.13. § 2ºOs cursos de formação deverão garantir nos currículos conteúdos específicos da respectiva área de conhecimento ou interdisciplinares, seus fundamentos e metodologias, bem como conteúdos relacionados aos fundamentos da educação, formação na área de políticas públicas e gestão da educação, seus fundamentos e metodologias, direitos humanos, diversidades étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa, de faixa geracional, Língua Brasileira de Sinais (Libras), educação especial e direitos educacionais de adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas.” (BRASIL, Resolução nº2, 2015)
Giroto (2012) afirma que com om a obrigatoriedade da inclusão, a tecnologia sem dúvida foi uma grande aliada para mediadores e alunos, já que por meio dela o público especial pode adquirir qualidade de vida, inclusão social e autonomia. Habitualmente, os recursos variam de acordo com a necessidade do educando, sendo desde uma simples acessibilidade dentro de sala de aula, de softwares e ferramentas pedagógicas digitais adaptadas, à adequação dos materiais pedagógicos, dentre outros.
O mediador escolar, tendo como garantidos os recursos necessários, conseguirá oferecer uma real inclusão nossistemas de ensino, em que todos os indivíduos tenham seus direitos respeitados, conforme asseguram as leis de inclusão (cf. OMOTE, 2012). Schreiber (2012: 91) destaca ainda que o mediador “não é proposto com o intuito de auxiliar o professor regente da classe comum [...] já que as funções delegadas ao professor envolvem o ensino de elementos importantes para o desenvolvimento pessoal e acadêmico dos alunos”.
Conforme afirma Menezes (2001), a Declaração de Salamanca desenvolveu o conceito de necessidades educacionais especiais, englobando todos os estudantes que não estão conseguindo se aperfeiçoar com a escola. Logo, a ideia de “necessidades educacionais especiais” passou a incluir, não só crianças portadoras de deficiências, mas também às que estejam enfrentando dificuldades, as que sejam forçadas a trabalhar, as que vivem nas ruas, as que sofrem de abusos contínuos físicos, emocionais ou até sexuais e qualquer outro caso que inclua crianças longe da sala de aula.
Incluir não é somente assegurar o acesso, mas também, a permanência de alunos e alunas nas instituições de ensino, por meio de iniciativas que motivem e contribuam para o real desenvolvimento deles. A finalidade é minimizar gradativamente os obstáculos que limitam a aprendizagem e a participação do discente com necessidades especiais na ambiência escolar.
A Declaração de Salamanca trouxe uma nova perspectiva para as pessoas com deficiência e seu principal objetivo é garantir a equidade no sistema de ensino em sua totalidade, oportunizando e garantindo que todos tenham as mesmas oportunidades educacionais, independentemente de suas necessidades físicas, cognitivas e/ou motoras 
2.2. Reflexões sobre o suporte necessário na mediação 
As entrevistas foram realizadas presencialmente, no dia 01 de julho de 2022, no interior de uma instituição de ensino particular (Colégio e Curso ESC, situado na Rua Guaratinguetá, 23 – Olaria/ RJ). Participaram dessa entrevista 4 mediadores. As perguntas respondidas foram as seguintes: 
· Em qual segmento atua?
· Como começou a trabalhar com mediação escolar?
· Na sua opinião, qual suporte gostaria de receber e quais desafios e cobranças enfrenta na profissão?
	
	Idade
	Identidade de Gênero
	Formação 
	Experiência
	Mediador 1
	24
	Homem
	Pedagogia
	2 Anos
	Mediador 2
	27 
	Mulher
	Pedagogia
	4 Anos
	Mediador 3
	27
	Mulher
	Pedagogia
	2 Anos
	Mediador 4
	22
	Mulher
	Pedagogia
	2 Anos
Entrevista com Mediador(a) Escolar 
Data: 01/07/2022.
Colégio ESC – Rua Guaratinguetá, 23
1) Nome: Patrick C. de Lima (Mediador 1)
2) Sexo: Masculino Idade: 24 anos
3) Em qual segmento atua? 
Ensino Fundamental II e Ensino Médio
4) Como começou a trabalhar com Mediação Escolar?
Após realizar estágio não obrigatório em uma escola municipal, localizada na zona norte do RJ.
5) Na sua opinião, qual suporte gostaria de receber e quais desafios e cobranças enfrenta na profissão?
Gostaria de receber suporte da escola e da família do discente, haja vista que, a inclusão é um trabalho em conjunto. Em relação às cobranças da instituição por resultados, é normal, todavia, o atendimento deve ser feito de forma individual, tendo em vista que cada aluno tem suas necessidades específicas.
_________________________________________________________________
Assinatura
Entrevista com Mediador(a) Escolar
Data: 01/07/2022.
Colégio ESC – Rua Guaratinguetá, 23
1) Nome: Fernanda (Mediadora 2)
2) Sexo: Feminino Idade: 27 anos
3) Em qual segmento atua? 
Ensino Fundamental II (7º e 9º ano)
4) Como começou a trabalhar com Mediação Escolar?
Em 2018, através de um programa financiado pela Prefeitura do RJ, mediando um aluno do 3º ano do Ensino Fundamental, que apresentava deficiência intelectual. Me apaixonei pela profissão e busco especializações na área.
5) Na sua opinião, qual suporte gostaria de receber e quais desafios e cobranças enfrenta na profissão?
O maior suporte que eu gostaria de receber é o retorno dos pais nesse processo. A aceitação é o ponto alto da mediação. 
_________________________________________________________________
Assinatura
Entrevista com Mediador(a) Escolar
Data: 01/07/2022.
Colégio ESC – Rua Guaratinguetá, 23
1) Nome: Camila (Mediadora 3)
2) Sexo: Feminino Idade: 27 anos
3) Em qual segmento atua? 
Ensino Fundamental I (4º ano)
4) Como começou a trabalhar com Mediação Escolar?
Recebi uma proposta para atuar na área. Vi nessa proposta uma porta de entrada para lecionar.
5) Na sua opinião, qual suporte gostaria de receber e quais desafios e cobranças enfrenta na profissão?
Até o momento não tenho o que opinar. Sei que é uma área com desafios diários, mas tenho toda a assistência tanto dos pais como da escola.
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Assinatura
Entrevista com Mediador(a) Escolar
Data: 01/07/2022.
Colégio ESC – Rua Guaratinguetá, 23
1) Nome: Luana Patrícia (Mediadora 4)
2) Sexo: Feminino Idade: 22 anos
3) Em qual segmento atua? 
Ensino Fundamental I e II
4) Como começou a trabalhar com Mediação Escolar?
A oportunidade apareceu enquanto trabalhava na Educação Infantil. Gostaram de mim e me contrataram.
5) Na sua opinião, qual suporte gostaria de receber e quais desafios e cobranças enfrenta na profissão?
Suporte familiar; não consigo fazer o trabalho da mediação sem uma comunicação amigável. A família às vezes não entende claramente as limitações do aluno e encara certas situações como regressão.
_________________________________________________________________
Assinatura
Percebemos nas palavras dos mediadores que alguns ingressaram nessa função educacional por ter surgido a oportunidade de emprego enquanto estavam procurando. É relatado pelo Mediador 4: “Necessito de suporte familiar na forma de uma comunicação amigável”. As famílias e a escola exigem resultados positivos no rendimento do aluno, mas muitas vezes não passam informações relevantes que poderiam ajudar o mediador a prestar um auxílio mais eficiente a esse aluno. O Mediador 1 ainda pontua: “A mediação é um trabalho em conjunto.” reforçando a importância de escola e família estarem unidos buscando as melhores estratégias a fim de promoverem o melhor atendimento ao aluno.	Comment by Julia Nunes: Onde estão as entrevistas completas? Eu achei que você ia tirar isso do trabalho. Eu não aprovei as perguntas antes de você aplicar...enfim. Agora já foi. É preciso ter tudo por escrito e registrado.Escreva uma análise melhor. Está muito curto e pouco aproveitado.
A Lei 13.146, de 6 de Julho de 2015, Art. 27, parágrafo único: É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação; e o Art. 28, incisos I, II, V, XI, alertam sobre o sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, garantindo condições de acesso, permanência, adoção de medidas individualizadas, formação e disponibilização de professores para o atendimento educacional especializado.
Percebe-se então que incluir alunos portadores de necessidades especiais em turmas regulares é respaldado por lei. As escolas devem cumprir as exigências e preparar os mediadores escolares para a função.
Cabe ao mediador escolar se preparar para a função, fazer cursos na área, reportar à escola quaisquer dificuldades no desempenho da função e quais as necessidades do aluno. É importante que a escola e o mediador elaborem estratégias pontualmente visto que o conteúdo precisa ser passado a este aluno de forma adequada. Quando todos os envolvidos estabelecem as estratégias e metas, o resultado é positivo, incluindo a família do aluno no processo. 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebemos, a partir da nossa pesquisa bibliográfica, que as demandas da educação inclusiva são diversas, e não são entregues aos profissionais da área como algo pré-estabelecido. No entanto,é algo que se constrói e tem por base o respeito e empatia, dando lugar a todos, buscando sempre o acesso e permanência para além da diferença.
Contudo, o que se quer é, ao mesmo tempo reforçar que a função do mediador – a qual é necessário maior reconhecimento e valorização de sua função – não está na responsabilidade da alfabetização ou relacionada aos aspectos pedagógicos, mas reconhecer o fato de que, ao contribuir com esse processo, são inegáveis as vantagens no ensino, aprendizagem e desenvolvimento dos alunos com necessidades especiais.
É aguardado todo o zelo pelo mediador, perante a situação delicada que é incluir um aluno que talvez já se sinta diferente e trazer-lhe conforto em relação a esse assunto, trazendo para realidade dentro da escola, vivenciando as coisas boas, sendo uma boa influência e direção para aquele aluno especial, além de claro educá-lo didaticamente.
Referência Bibliográficas 
American Psychiatric Association – APA (2014). DSM V: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artmed. Disponível em: https://scholar.google.com.br/scholar?q=American+Psychiatric+Association+%E2%80%93+APA+(2014).+DSM+V:+Manual+Diagn%C3%B3stico+e+Estat%C3%ADstico+de+Transtornos+Mentais.+Porto+Alegre:+Artmed.&hl=pt-BR&as_sdt=0&as_vis=1&oi=scholart,. Acesso em 10/07/2022.
ARAÚJO , Raquel Fontes de Aquino Mariano Silva; UHMANN, Silvana Matos (UFSM). O papel do mediador escolar: qualificar a mediação para qualificar a inclusão. Disponível em: https://www.revista.lapprudes.net/index.php/CM/article/view/598 Acesso em: 15/07/2022
BRASIL. 5162 - Cuidadores de crianças, jovens, adultos e idosos. ., [s. l.], 2018. Disponível em: http://profissoes.imb.go.gov.br/profissoes/view/ficha.php?tipo=1&CodCbo=5162. Acesso em 10/07/2022
BRASIL CONSTITUIÇÃO 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm . Acesso em 10/07/2022
DOS SANTOS, Felícia Maria Pereira et al. Mediadores escolares em formação no contexto inclusivo: da busca por conhecimento à constituição de saberes. 2020. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34703/1/MEDIADORES%20ESCOLARES%20EM%20FORMA%c3%87%c3%83O%20NO%20CONTEXTO%20INCLUSIVO%20DA%20BUSCA%20POR%20CONHECIMENTO%20%c3%80%20CONSTITUI%c3%87%c3%83O%20DE%20SABERES.pdf Acesso em 16/07/2022
DOS SANTOS, Felícia Maria Pereira et al. Mediadores escolares em formação no contexto inclusivo: da busca por conhecimento à constituição de saberes. 2020. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34703/1/MEDIADORES%20ESCOLARES%20EM%20FORMA%c3%87%c3%83O%20NO%20CONTEXTO%20INCLUSIVO%20 . DA%20BUSCA%20POR%20CONHECIMENTO%20%c3%80%20CONSTITUI%c3%87%c3%83O%20DE%20SABERES.pdf Acesso em: 15/07/2022
JACOMELI, Renan Bezzera. A INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NO ENSINO REGULAR. ., [s. l.], 20 ago. 2020. Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-inclusao-alunos-com-necessidades-especiais-no-ensino-regular.htm Acesso em: 15/07/2022
 
JESUS, Mariana Santos. A Sala de Recursos Multifuncionais e o Atendimento Educacional Especializado. ., [s. l.], 30 jan. 2018. Disponível em: https://petpedagogia.ufba.br/sala-de-recursos-multifuncionais-e-o-atendimento-educacional-especializado. Acesso em 12/07/2022
SOUZA, Fabyana. Educação para todos sob os olhos da inclusão escolar. Exigencias e diretrizes, [s. l.], 15 fev. 2021. Disponível em: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/fabiana-souza-araujoeducacao-para-todos-sob-otica-inclusao-escolar-exigencias-diretrizes.htm Acesso em 10/07/2022
MENEZES, Ebenezer Takuno de. Verbete Declaração de Salamanca. Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2001. Disponível em <https://www.educabrasil.com.br/declaracao-de-salamanca/>. Acesso em 18/07/2022
MOREIRA, William Scheidegger et al. O Mediador Escolar no Segundo Segmento do Ensino Fundamental: Interlocuções entre Espaços, Desafios e Possibilidades da Inclusão Escolar. Educação em Revista, v. 19, n. 1, p. 137-154, 2018. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/educacaoemrevista/article/view/7906 Acesso em 18/07/2022
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