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449 Revista Científica disponível em: https://linktr.ee/artesdomultiverso BRITO, João Paulo da Silva. A Literatura na Disciplina de Artes: Interdisciplinaridade ou o Ensino de Uma Vertente das Artes Visuais?. Artes do Multiverso: Revista de Literatura e Arte, Cezarina, v. 1, n. 2, p. 449-457, mar. 2023. Mensal. ISBN 978-65-00-65484-4. Artigo Científico disponível em: https://abre.ai/n2artigoscientificos A LITERATURA NA DISCIPLINA DE ARTES: INTERDISCIPLINARIDADE OU O ENSINO DE UMA VERTENTE DAS ARTES VISUAIS? João Paulo da Silva Brito* RESUMO Os diálogos entre a literatura e as artes plásticas existem desde a antiguidade greco-latina. São inúmeros os exemplos de diálogo entre essas áreas, que podem atravessar séculos como reinterpretações da tradição ou compartilhamento de espaço em uma mesma obra, como na pintura “The scallop shell: notre avenir est dans l’air” (1912) de Pablo Picasso. As artes plásticas e a literatura são duas expressões de artes que apesar de diferentes, reservam pontos em comum. Assim sendo, questiona-se: Quando como se dá a aproximação entre o universo da escrita e o mundo das imagens? Como dois códigos aparentemente tão diversos podem conviver e dialogar, qual os pontos de convergência? Assim sendo objetivo do presente artigo é, ainda que de forma sucinta, repensar sobre o papel da literatura na disciplina de Artes, a fim de que se possa reconhecê-lo e considerá- lo em futuros estudos analítico-interpretativos. Este trabalho consiste apenas no registro de uma reflexão inicial, a qual se faz importante mesmo para os dias atuais, O presente estudo trata-se de uma pesquisa de caráter bibliográfico, abordagem qualitativa sendo método de amostragem não probabilístico, obtida as informações a partir de base de dados do Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Acadêmico. Ao final do estudo foi possível perceber que ao longo da história podemos perceber como literatura e as artes plásticas andaram de mãos dadas enquanto formas de expressão ou representação de uma realidade, sendo amplamente discutida essa relação no decorrer do tempo. Também foi evidenciado que através dos tempos, poemas e narrativas têm fornecido material para a criação musical, quer do tipo vocal quer na música programática, o que possibilitou compreender essa relação constante das artes, quer seja a música, dança ou artes visuais, o que engloba a literatura como expressão da arte da escrita. PALAVRAS-CHAVE: Artes Plásticas. Artes Visuais. Literatura Comparada. * Professor graduado nos cursos de bacharelado em Fisioterapia (2019), Serviço Social (2022), tecnologia em Estética e Cosmética (2019), licenciatura em Pedagogia (2020), Matemática (2021), Educação Física (2021), História (2021), Filosofia (2022), Artes (2021), Química (2022), Ciências Biológicas (2022) e Letras com habilitação em Português, Inglês (2019), Espanhol (2021), Libras (2022) e Japonês (2022). Pós- graduado em Fisioterapia Home Care / Atendimento Domiciliar (2020), Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia (2020), Fisioterapia Neurofuncional (2020), Metodologia de Ensino da Língua Portuguesa, Literatura e Língua Inglesa (2020), Metodologia do Ensino de Sociologia e Filosofia (2021), Educação a Distância 4.0 (2021), Lei Geral de Proteção de Dados - LGPD (2022) e em Gestão Educacional: Administração, Inspeção, Orientação e Supervisão (2020). Possui também curso técnico em Edificações (2021). 450 Revista Científica disponível em: https://linktr.ee/artesdomultiverso THE LITERATURE IN THE DISCIPLINE OF ARTS: INTERDISCIPLINARITY OR THE TEACHING OF A STRAIN OF VISUAL ARTS? João Paulo da Silva Brito ABSTRACT Dialogues between literature and the plastic arts have existed since greco-latin antiquity. There are numerous examples of dialogue between these areas, which can span centuries as reinterpretations of tradition or sharing space in the same work, as in the painting “The scallop shell: notre avenir est dans l'air” (1912) by Pablo Picasso. Plastic arts and literature are two expressions of art that, despite being different, have common points. Therefore, the question is: When and how does the approximation between the universe of writing and the world of images take place? How can two apparently so diverse codes coexist and dialogue, what are the points of convergence? Therefore, the aim of this article is, albeit succinctly, to rethink the role of literature in the discipline of Arts, so that it can be recognized and considered in future analytical-interpretative studies. This work consists only in registering an initial reflection, which is important even for the present day. database of the Scientific Electronic Library Online (SciELO) and Google Scholar. At the end of the study, it was possible to perceive that throughout history we can see how literature and the visual arts went hand in hand as forms of expression or representation of a reality, with this relationship being widely discussed over time. It was also evidenced that over time, poems and narratives have provided material for musical creation, whether of the vocal type or in programmatic music, which made it possible to understand this constant relationship between the arts, whether music, dance or visual arts, which encompasses literature as an expression of the art of writing. KEYWORDS: Plastic Arts. Visual arts. Comparative Literature. 451 Revista Científica disponível em: https://linktr.ee/artesdomultiverso 1 INTRODUÇÃO Diálogos entre a literatura e as artes plásticas existem desde a antiguidade greco- latina. Nesses diálogos, ora os pensadores exaltaram uma das duas artes, ora determinaram critérios para se estabelecer um paralelo entre elas, levando-se em conta tais relações ao longo da história (ROIPHE, 2010). Oliveira (2014) aponta que são inúmeros os exemplos de diálogo entre esses campos, seja no título ou na legenda, na poesia ou na prosa e o diálogo entre um signo verbal e um signo visual, que podem atravessar séculos como reinterpretações da tradição ou uso comum de espaço. do mesmo jeito. a obra, como na pintura “The scallop shell: notre avenir est dans l’air” (1912) de Pablo Picasso. A relação entre signo verbal e signo visual é amplamente estudada pela literatura comparada e seus diversos métodos, incluindo a intersemiótica e todos os seus derivados (semiótica visual, genética, etc.). A semiótica estuda como o significado conhecido é definido no significado do texto (OLIVEIRA, 2014). A relação entre literatura e arte adentrará um campo amplo, com possibilidade de muitos aspectos (MENDES, 1987). As artes plásticas e a literatura são duas expressões artísticas que, embora distintas, têm pontos em comum. Então a pergunta é: quando e como ocorre a convergência entre o universo da escrita e o mundo das imagens? Como dois códigos aparentemente diferentes podem coexistir e contrastar, quais são os pontos de convergência? Assim sendo objetivo do presente artigo é, ainda que de forma sucinta, repensar sobre o papel da literatura na disciplina de Artes, a fim de que se possa reconhecê-lo e considerá-lo em futuros estudos analítico-interpretativos. Este trabalho consiste apenas no registro de uma reflexão inicial, a qual se faz importante mesmo para os dias atuais, diante desse distanciamento que muitas vezes se observa na educação básica. O presente estudo trata-se de uma pesquisa de caráter bibliográfico, sendo método de amostragem não probabilístico, obtida as informações a partir de base de dados do Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Acadêmico, tendo como critérios de inclusão: textos de cunho bibliográfico que abordem o tema da relação entre a literatura e as artes plásticas. Foram os materiais incompletos e os textos repetidos entre as bases de dados. O estudo teve por abordagem qualitativa, essaabordagem é apropriada para a análise de estudos complexos, que apresentam técnicas variadas tanto para a coleta quanto para a análise dos dados, esse tipo de pesquisa se preocupa com os problemas sociais, a análise qualitativa é a mais indicada para os estudos complexos de natureza descritiva. 452 Revista Científica disponível em: https://linktr.ee/artesdomultiverso 2 DESENVOLVIMENTO Conforme destacado por Gonçalves (1997), durante séculos, a relação entre a literatura e as demais vertentes das artes se deu especificamente entre a poesia e a pintura. No século V a.C., o poeta lírico grego, Simônides de Cós, compôs um dístico celebrizado por Plutarco, em De gloria Atheniensium, ao elogiar a capacidade de os poetas e de os pintores “representarem” com vivacidade afetos e personagens: “Pintura é poesia muda. Poesia é pintura que fala.”. No século I a.C, em resposta a críticas relacionadas aos seus versos satíricos, Horácio elaborou a Epístola aos Pisões, ou Arte poética, obra que diz respeito à forma, e na qual o poeta, inspirado na Poética, de Aristóteles (384- 322 a.C.), deixou claro seu posicionamento com relação à pintura e à poesia: A poesia é como a pintura. Um te fascina mais se você ficar mais perto. caso contrário, se você estiver longe; Ele prefere a lua crescente; O primeiro vai querer vê-lo na luz, porque não tem medo do olhar perscrutador do crítico. que já foi orgulhoso; esta segunda, repetida dez vezes, sempre agradará (REBELLO, 2014). Entre 1490 e 1517, mais de mil anos depois, Leonardo da Vinci (1452-1519) escreveu o Tratado da pintura, denominado “O paragone”, considerando a supremacia da pintura sobre as outras artes. Para estabelecer a relação entre a pintura e a poesia, inicia seu argumento reformulando o segundo verso do dístico de Simônides de Cós e se referindo à ideia de “representação”, presente na Poética, de Aristóteles: A pintura é uma poesia muda e a poesia uma pintura cega; e tanto uma quanto a outra tentam imitar a natureza segundo seus limites, e tanto uma quanto a outra permitem demonstrar diversas atitudes morais, como fez Apeles na sua Calúnia (ROIPHE, 2010). Ao longo da história, podemos ver como a literatura e a pintura andaram de mãos dadas como formas de expressão ou representação da realidade. Embora alguns insistam na superioridade de um sobre o outro, o poder da analogia não pode ser negado. Cada um pode ser comparado com suas características particulares, mas com muitos pontos em comum, ora como instrumentos de rescisão, ora como documentos históricos, ora como simples manifestações artísticas de um período (OLIVEIRA, 2014). Partindo do fato literário ou não, a definição de Arte pode ser apenas uma aproximação e ainda requer polimento e não poucas nuances antes que os resultados possam ser consolidados. Nisto sigo fielmente os lemas que introduzem esta obra. Talvez tenha sido possível perceber ao longo do caminho quais são as dificuldades em desenvolver uma teoria que englobe não só as diversas artes, mas também evite as 453 Revista Científica disponível em: https://linktr.ee/artesdomultiverso inúmeras ciladas que o espírito da época lhe opõe. Numa época em que a especialização e atomização, e ainda mais assustadoramente, o relativismo, atingiram níveis imprevisíveis, a tendência de privilegiar a multiplicidade sobre a unidade é onipresente. O clamor permanente pelo cultivo da interdisciplinaridade é uma espécie de chamado à busca de caminhos capazes de nos tirar do labirinto de inúmeras diversidades e ajudar a redescobrir unidades (SPANG, 2005) Para Simônides de Cós, a “poesia é pintura que fala”. Para Leonardo da Vinci, “poesia é uma pintura cega”. O fato de se dar à poesia a possibilidade de ser “pintura que fala” é considerar a igualdade entre as linguagens, uma vez que, para o poeta lírico grego, “pintura é poesia muda”. O fato de se retirar da poesia a possibilidade de enxergar é supervalorizar a pintura, uma vez que, para o pintor renascentista, da mesma forma que para o poeta lírico grego, “A pintura é uma poesia muda” (ROIPHE, 2010). Para Oliveira (2014), esse diálogo que se iniciou com uma declaração do poeta Horácio, que perdurou por séculos e ainda hoje é relevante nos estudos literários comparados, prova que a união entre imagem e letra, entre a vontade estética e a vontade histórica permanecem como formas de narrativas sobre o real ou o que o representa. Ninguém duvida que a unidade da arte é aparentemente precária porque é difícil de conceber e abarcar na diversidade das diferentes artes e ainda mais na diversidade sem limites e inevitável das suas obras. Mas esses fatos não devem nos desencorajar; em primeiro lugar, porque a aceitação resignada da mera diversidade nos leva a uma permanente confusão e vacilação, e em segundo lugar, porque as nossas experiências racionais nos mostram que a verdade se encontra na unidade que está por detrás dela, as diversidades (SPANG, 2005) Dessa maneira, o artista revela a pintura como arte superior porque, para ele, essa linguagem é mais apropriada para “representar” o todo, enquanto a poesia só o faz passo a passo. Daí, justificar com a experiência pictórica de Apeles, artista que viveu no século IV a.C., sendo considerado o maior pintor da Antiguidade Clássica. É de se notar que os argumentos de Leonardo estão, diretamente, relacionados à imagem como persuasão (ROIPHE, 2010). As relações intra e inter-semióticas, ilustradas até agora pelas artes visuais, atuam, naturalmente, no terreno das outras artes, como a música. Também aqui o fenômeno está longe de ser novo. Através dos tempos, poemas e narrativas têm fornecido material para a criação musical, quer do tipo vocal quer na música programática. No período modernista, a composição de Igor Stravinsky (1882-1971), “Pulcinella” (1920), resulta 454 Revista Científica disponível em: https://linktr.ee/artesdomultiverso de uma apropriação da música de Giovanni Battista Pergolesi, do século XVIII. Já as vanguardas históricas utilizavam a linguagem verbal como simples material sonoro, prenunciando criações atuais, onde às vezes, para classificar um texto, hesita-se entre poesia sonora e música concreta. Nas artes e mídias da atualidade multiplicam-se as composições inspiradas no texto verbal, ora reforçando, ora metamorfoseando o sentido do texto de partida. (OLIVEIRA, 2007) Spang (2005) destaca que quando a interdisciplinaridade serve apenas para aumentar a multiplicidade, ela ainda não assumiu seu dever e sua missão. Para isso também contribuem inúmeros artistas, cujo objetivo deveria ser também a criação de unidades, fazendo-nos ver com elas o que é verdadeiro, o que é bom e o que é belo. A leviandade com que a arte é muitas vezes feita e os estudos de arte escritos é tão arriscada que a arte e a cultura estão em perigo. Ninguém deveria estar interessado nesse momento chegando. É justamente uma definição geral de arte que poderá descobrir os muitos pontos comuns e sobreposições entre as artes e as possibilidades de comparação. A mesma diferença que existe entre a representação dos objetos corpóreos pela pintura e pelo poeta, existe entre os corpos desmembrados e os corpos inteiros, porque o poeta ao descrever a beleza ou a feiura de um corpo qualquer, o faz membro a membro, em momentos sucessivos, e o pintor o torna visível de uma só vez. O poeta não pode colocar em palavras a verdadeira forma das partes que compõe o todo, como o pintor, que a apresenta com aquela verdade que só é possível na natureza. (ROIPHE, 2010). Um dos aspectos menos trabalhados e, no entanto, mais fecundos nesta ordem de ideias parece-me ser o estudo dos modos e géneros nas diferentes artes. E, sobretudo, o conhecimento dos aspetos comuns que todas as artes partilham facilitará a compreensão e interpretação das obras artísticas e ajudará, sem dúvida, a encontrar e aplicarcritérios mais sólidos que ajudem a distinguir de forma mais objetiva a arte da impostura (SPANG, 2005) É preciso admitir que, este diálogo entre a poesia e a pintura, aqui traçado de forma sucinta, em um estudo mais pormenorizado, necessitaria da discussão de outros teóricos ao longo de toda a história da literatura e da arte. Ainda assim, um importante ponto de vista que não se pode deixar de considerar a partir do que aqui se registrou é a necessidade da análise, isto é, a necessidade da busca da leitura de textos verbais e de textos visuais sob a perspectiva comparativa. No confronto, será possível problematizar tal comparação entre os textos, observando-se que, por exemplo, se os elementos temáticos, inicialmente 455 Revista Científica disponível em: https://linktr.ee/artesdomultiverso o principal dado de confronto para se aproximar ambas as formas de expressão, seriam suficientes nesse processo, ou se ainda se considerariam os elementos composicionais e estilísticos, também presentes, e igualmente importantes, na constituição de todo gênero discursivo (ROIPHE, 2010). As reescritas de composições musicais podem desempenhar funções retóricas comparáveis às encontradas nas outras artes e nas mídias, às vezes com implicações políticas. Segundo alguns biógrafos, certas composições de Dmitri Dmitrievich Shostakovich (1906-1975) contêm, codificadas, mensagens contra o regime soviético. Juntamente com a acusação de formalismo, isso lhe custou, por duas vezes, em 1936 e 1948, sérios problemas com as autoridades. Um exemplo mais evidente é Variations on América, de Charles Ives (1874-1954). Essa obra, onde o hino nacional inglês soa como apagado pano de fundo para exuberantes variações orquestrais, foi recebida como afirmação de autonomia da identidade norte-americana, afastada de seus distantes ancestrais (OLIVEIRA, 2007) Dentre as muitas formas de apresentação da poesia contemporânea brasileira está o exercício de dialogar com a tradição plástica, provocando não apenas um aumento na tensão entre linguagem e tempo, mas também uma alteração no ato de leitura. Do leitor implicado (impliedreader) de Iser (1974) vem a visão do leitor ampliado como sendo aquele capaz de estabelecer os cruzamentos entre a linguagem poética e a das artes visuais ou plásticas, contribuindo para redimensionar o sentido de ambas. Neste tipo de leitura são entretecidos processos e procedimentos formais que permitem o avanço das experimentações estéticas e da expansão de poéticas cada vez mais abertas e com diferentes dicções, como as que serão apresentadas neste artigo. São leituras que não se fecham e que permitem retornar e expor aspectos que não foram percebidos anteriormente (MENEGAZZO, 2013) 456 Revista Científica disponível em: https://linktr.ee/artesdomultiverso 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo surgiu com o objetivo de compreender, ainda que de forma sucinta, o diálogo da literatura na disciplina de Artes, a fim de que se possa reconhecê-lo e considerá-lo em futuros estudos analítico-interpretativos a partir de uma reflexão inicial. Ao final do estudo foi possível perceber que ao longo da história podemos perceber como literatura e as artes plásticas andaram de mãos dadas enquanto formas de expressão ou representação de uma realidade, sendo amplamente discutida essa relação no decorrer do tempo. Foi possível perceber isso das afirmações de Simônides de Cós, que disse que a “poesia é pintura que fala” e para Leonardo da Vinci, “poesia é uma pintura cega”. Esse fato faz considerar a igualdade entre as linguagens, uma vez que essas afirmações atravessaram séculos e mantem-se em relevância nos estudos de literatura comparada até os dias atuais, prova que a união entre a imagem e a letra, entre o estético e o histórico permanecerá como formas de narrativas do real ou daquilo que o representa. Também foi evidenciado que através dos tempos, poemas e narrativas têm fornecido material para a criação musical, quer do tipo vocal quer na música programática, o que possibilitou compreender essa relação constante das artes, quer seja a música, dança ou artes visuais, o que engloba a literatura como expressão da arte da escrita. É necessário compreender que essa temática é imbuída de complexidade, uma vez que trata-se de um assunto tão pretensioso e espinhoso, mas de grande relevância social. Assim sendo, sugere-se que novas pesquisas sejam feitas nessa área, afim de evidência e aproximar cada vez mais as Artes como área do conhecimento humano. 457 Revista Científica disponível em: https://linktr.ee/artesdomultiverso REFERÊNCIAS GONÇALVES, A. J. Relações homológicas entre literatura e artes plásticas: algumas considerações. Literatura e sociedade, v. 2, n. 2, p. 56-68, 1997. MENDES, N. M. Literatura e artes plásticas. 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