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Grupos Especiais na Escola e Aspectos Nutricionais

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Unidade 1 Página inicial 
PROGRAMAS DE 
INTERVENÇÃO EM 
POPULAÇÕES 
ESPECIAIS 
Professor (a) : 
Dr. Braulio Henrique Magnani Branco 
Dr. Leonardo Vidal Andreato 
Objetivos de aprendizagem 
•Propiciar aspectos relacionados à prevenção e tratamento da obesidade e comorbidades associadas. 
•Abordar o tratamento multiprofissional aplicado ao tratamento da obesidade e comorbidades associadas em crianças e 
adolescentes. 
•Discutir as mudanças comportamentais como norte para a redução do peso corporal e promoção da saúde e qualidade de vida. 
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Plano de estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
•Programas Multiprofissionais para o Tratamento da Obesidade e Comorbidades Associadas 
•Mudanças comportamentais 
•Adesão ao protocolo de tratamento 
Introdução 
Prezado(a) aluno(a), nesse estudo iremos abordar aspectos alusivos à prevenção e tratamento da obesidade e comorbidades 
associadas (a comorbidade se refere à ocasião em que duas ou mais patologias são e/ou estão clinicamente associadas), no cenário 
escolar, desde as crianças até os adolescentes. Nessa perspectiva, é essencial pontuar que a obesidade se tornou um dos maiores 
problemas de saúde pública em todo o mundo, superando até mesmo a desnutrição. 
Veremos também que as aulas de educação física conduzidas na escola são insuficientes para a promoção da saúde e qualidade de 
vida dos escolares. Em vista disso, delineamentos que prestigiem a execução de programas de atividades físicas em contraturnos 
na escola, elaborem programas multicomponentes ou multiprofissionais e/ou impulsionem políticas públicas vinculadas aos 
governos municipal, estadual e federal podem ser promissores para a redução da prevalência da obesidade e comorbidades 
associadas nas crianças e adolescentes. 
Além disso, a educação em saúde no contexto abordado na primeira unidade proporciona meios e métodos para a prevenção e 
tratamento das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNTs) e busca agregar professores, escola, alunos, pais e comunidade, uma 
vez que é indispensável o suporte para a obtenção de sucesso no combate a essa pandemia de ordem multifatorial. Por fim, 
desejamos que a leitura desse documento propicie novos parâmetros para as aplicações práticas da prevenção e tratamento das 
DCNTs no âmbito escolar. 
Bons estudos! 
Avançar 
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Programas Multiprofissionais para o 
Tratamento da Obesidade e 
Comorbidades Associadas 
Pesquisas epidemiológicas apontam que nos últimos anos a obesidade, diabetes mellitus tipo II (DMII), hipertensão arterial 
sistêmica (HAS) e dislipidemias (que são caracterizadas por alterações no perfil lipídico, com elevadas concentrações de colesterol, 
LDL-c, VLDL, colesterol não HDL-c e triglicerídeos, bem como baixas concentrações de HDL-c) crescem exponencialmente no 
Brasil em diferentes faixas etárias e níveis socioeconômicos (SCHMIDT et al., 2011a; VIGITEL, 2017). 
Por outro lado, o nível de escolaridade reduz a prevalência do sobrepeso e obesidade dentro de uma conjuntura epidemiológica. A 
Figura 1 mostra a prevalência de sobrepeso e obesidade em brasileiros com idade ≥ 18 anos de idade levando em consideração a 
escolaridade (em anos). 
Figura 1 - Prevalência de sobrepeso (painel A) e obesidade (painel B) na população brasileira em decorrência dos anos de estudo 
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Fonte: adaptado de Vigitel (2017). 
Baseado nos resultados apresentados na Figura 1, nota-se uma queda na prevalência do sobrepeso e obesidade em decorrência do 
aumento da escolaridade (em anos). 
Essa informação é extremamente relevante no que concerne à fomentação de políticas públicas instrutivas na escola, que 
abordem aspectos alusivos à prevenção, tratamento e controle das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNTs). Adicionalmente, 
no mesmo grau de importância, deve-se desenvolver na escola ações que contemplem a formação de bons hábitos alimentares. 
Em consonância com Schuh et al. (2017), acredita-se que o ambiente escolar (ensino fundamental até o ensino médio) deve ser um 
espaço para a promoção da saúde e tratamento das DCNTs. Nesse sentido, o foco central deve ser direcionado para a obesidade 
(considerando que a DMII, HAS e dislipidemias são comorbidades associadas a essa pandemia), para a reestruturação e 
modificação desse status quo . 
Além disso, torna-se vital que as disciplinas na escola destinem espaço para o trabalho interdisciplinar no combate à obesidade e 
comorbidades associadas. Nesse ponto de vista, além das intervenções para a promoção da saúde, qualidade de vida e atividade 
física, a educação nutricional demanda ser adequada e aplicada no dia a dia escolar (ISSA et al., 2014). 
Para a prevenção e tratamento da obesidade e comorbidades associadas no contexto escolar, é substancial a condução da 
atividade física, i.e., qualquer ação corporal que resulte na elevação do gasto energético acima dos níveis de repouso e/ou exercício 
físico, i.e., forma organizada e sistematizada para a realização de movimentos corporais (CASPERSEN, 1985), que sejam realizados 
além das aulas realizadas na escola que apresentam carga horária mínima de 2 horas semanais (BRASIL, 2012). 
No entanto, a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para crianças a partir de 5 anos até os adolescentes de 17 
anos refere-se à consumação de 60 minutos de atividade física moderada (3 a 6 METS, em inglês: metabolic equivalent of task e 
português: equivalente metabólico da tarefa) e vigorosa efetivados diariamente (≥ 7 METS) (WHO, 2011). Ressalta-se ainda que 
os 60 minutos de atividade física diários compreendem a consumação de jogos, esportes, recreação, tarefas domésticas, aulas de 
educação física e exercício físico. Nesse contexto, tais recomendações demandam empenhar-se na melhora da condição 
cardiorrespiratória e muscular, saúde óssea, assim como os parâmetros metabólicos (WHO, 2011). 
À vista das informações apresentadas no parágrafo anterior, as aulas de Educação Física conduzidas na escola são insuficientes 
para a promoção da saúde e redução dos riscos relacionados às DCNTs. Portanto, o emprego de políticas públicas que fomentem a 
prática de atividade física na escola em contraturnos e esportes nos centros esportivos dos bairros/regiões são substanciais para a 
dconsumação da prevenção primária das DCNTs nas crianças e adolescentes. Ademais, é notável realçar que a prática da atividade 
física e de exercício físico deve ser contextualizada, ou seja, utilizando como instrumento a “práxis”, que demanda a teoria e prática 
(pedagogia do movimento humano contextualizada) caminhando conjuntamente (FREIRE, 2001). 
Destarte, durante as aulas de Educação Física e práticas esportivas no contraturno/centros esportivos, o profissional de Educação 
Física necessita contextualizar teoricamente a relevância das atividades desenvolvidas com o propósito de fomentar o senso 
crítico e autonomia das crianças e adolescentes. 
Evidências científicas têm apontado que os programas multiprofissionais para o tratamento da obesidade em criançase 
adolescentes são responsivos para a promoção da saúde, promovendo efeitos terapêuticos no combate à obesidade e 
comorbidades associadas (BIANCHINI et al., 2014; DA SILVA et al., 2015; MATSUO et al., 2016). 
Entre os pilares do programa multiprofissional para o tratamento da obesidade e DCNTs em crianças e adolescentes, pode-se 
elencar a atuação dos profissionais de Educação Física, Nutrição, Psicologia, Fisioterapia e médicos (pediatras, endocrinologistas e 
psiquiatras). Desse modo, para o êxito do programa multiprofissional para o tratamento das DCNTs, as mudanças 
comportamentais são imprescindíveis para atenuar e/ou modificar os maus hábitos que suscitam o panorama associado à 
obesidade e comorbidades associadas. Complementarmente, a participação dos pais, família e amigos é essencial para o sucesso 
das intervenções no processo de tratamento. 
A Figura 2 ilustra o alicerce do programa multiprofissional para o tratamento da obesidade e comorbidades associadas. 
Figura 2 - Alicerce do programa multiprofissional para o tratamento da obesidade e comorbidades associadas 
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Fonte: os autores. 
Diante dos expostos listados na Figura 2, os profissionais de diferentes áreas das ciências da saúde são encarregados de 
implementar meios e métodos para a redução da gordura corporal, bem como mudanças comportamentais no programa 
multiprofissional para o tratamento da obesidade e DCNTs. Por outro lado, na literatura científica também é observado o 
programa multicomponente para o tratamento da obesidade e DCNTs (MORANO et al., 2016). 
Entretanto, neste método de tratamento, apenas o profissional de Educação Física atua no combate à obesidade e comorbidades 
associadas. As intervenções proporcionam a prática da atividade física e exercícios físicos e sugestões sobre boas práticas 
alimentares e motivacionais para manutenção e aderência dos voluntários ao tratamento a longo prazo. Apesar disso, acredita-se 
que o método multicomponente denota ressalvas, dado que a formação do profissional de Educação Física não lhe dá 
embasamento teórico-científico necessário para instruir os voluntários adequadamente em outras áreas de conhecimento. 
Além disso, aspectos vinculados à orientação dietética são competências do profissional de Nutrição e o acompanhamento 
psicológico, do profissional de Psicologia. 
Por outro lado, na exiguidade de outros profissionais de saúde para a condução do programa multiprofissional para o tratamento 
da obesidade e DCNTs, preconiza-se a utilização do método multicomponente, porém com parcimônia, atentando-se aos aspectos 
supramencionados no presente parágrafo. 
As atividades físicas durante as intervenções multiprofissionais para crianças e adolescentes envolvem a realização de recreações, 
jogos e prática esportiva por meio de esportes coletivos, como por exemplo: o basquetebol, exercícios físicos: séries de 
agachamentos, flexões de braço e movimentos que simulam as atividades da vida diária (AVDs) com medicine balls , corridas 
contínuas e intervaladas, ciclismo, assim como atividades aquáticas (BIANCHINI et al., 2013; LOPERA et al., 2016). 
Adicionalmente, os exercícios resistidos/musculação também têm sido efetivos para o tratamento da obesidade e comorbidades 
associadas em adolescentes (NÚCLEO DE ESTUDOS MULTIPROFISSIONAL DA OBESIDADE, 2017). 
Em relação às intervenções nutricionais, o enfoque aplica-se à orientação sobre a pirâmide alimentar, densidade energética dos 
alimentos, importância dos micro e macronutrientes para a saúde, composição nutricional dos alimentos, controle das porções, 
estratégias para se alimentar fora de casa, comidas “diet” versus “light”, preparação da comida e frequência das refeições 
(BIANCHINI et al., 2016). 
Para as intervenções psicológicas, a abordagem é direcionada para a terapia comportamental cognitiva (perspectiva com olhar no 
problema vigente do paciente), concentrada no estabelecimento de metas, auto-observação dos próprios comportamentos e 
consequências (imediatas, a médio prazo e a longo prazo), discriminação de sensações e análise de sentimentos, imagem corporal, 
ampliação do autoconhecimento e análise dos eventos internos (pensamentos) e suas consequências, aspectos relacionados à 
automotivação e autocontrole e relacionamentos interpessoais (habilidades sociais) (BIANCHINI et al., 2016). 
Os médicos atuam dentro de suas respectivas especialidades, ou seja, os endocrinologistas investigam os componentes biológicos 
da obesidade, relacionados às disfunções metabólicas e hormonais por meio do monitoramento de exames bioquímicos e 
prescrição de fármacos (caso seja necessário). 
Os cardiologistas realizam o diagnóstico do sistema cardiovascular que impacta diretamente sobre a saúde cardiovascular das 
crianças e adolescentes, visto que os obesos tendem a apresentar baixa aptidão cardiorrespiratória. Diante disso, as crianças e os 
adolescentes obesos estão mais propensos a apresentar doenças cardiovasculares (NIELSEN et al., 2003). Suplementarmente, 
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pode-se elencar os psiquiatras que desempenham a reabilitação das diferentes conjunturas de aflição mental de perfil orgânico e 
funcional. Os psiquiatras são eminentemente significativos na prevenção e tratamento das comorbidades psiquiátricas e 
transtornos compulsivos alimentares concatenados à obesidade. 
Por fim, destaca-se a participação dos fisioterapeutas, que contribuem no processo de atenuação das limitações físicas impostas 
pelo excesso de gordura corporal, como por exemplo: alterações posturais, encurtamentos musculares e hipotonia muscular, além 
do tratamento estético que pode impactar positivamente na autoestima das crianças e adolescentes obesos (ABESO, 2016). 
Recentemente, Mendes et al. (2016) publicaram uma revisão sistemática acerca dos programas de tratamento multiprofissional no 
Brasil, utilizando os seguintes termos de procura em português e inglês: obesidade, intervenção e tratamento, sendo utilizados 
para a pesquisa: intervenção multiprofissional da obesidade, tratamento multidisciplinar da obesidade e tratamento 
multiprofissional da obesidade. 
Como critério de inclusão, utilizaram-se artigos originais de pesquisas científicas concretizadas no Brasil, com pelo menos 2 ou 
mais profissionais das ciências da saúde, entre os anos de 2005 a 2015. Na Tabela 1, é apresentada uma síntese dos artigos 
incluídos na revisão sistemática de Mendes et al. (2016). 
Tabela 1 - Síntese dos estudos multiprofissionais no Brasil com crianças e adolescentes entre 2005 a 2015 
Fonte: adaptado de Mendes et al. (2016). 
Os principais desfechos observados nos programas multiprofissionais para o tratamento da obesidade e comorbidades associadas 
apresentados na Tabela 1 são a redução dos seguintes parâmetros antropométricos e de composição corporal: índice de massa 
corporal (IMC), massa corporal total, massa magra, massa gorda, percentual de gordura corporal, gordura visceral, circunferência 
da cintura, circunferência do quadril, razão cintura-quadril (RCQ) e conteúdo mineral ósseo. Além disso, verifica-se o aumento das 
concentrações de HDL-c (lipoproteína de alta densidade) e redução de LDL-c (lipoproteína de baixa densidade), VLDL (lipoproteína 
de densidade muito baixa), triglicerídeos, AST (aspartato aminotransferase), ALT (alanina aminotransferase), HOMA-IR 
( homeostasis model assessment , determina a resistência à insulina), glicose em jejum e melhora da sensibilidade à insulina. 
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Suplementarmente, constata-se também o aumento do consumo máximo de oxigênio (VO2máx), redução dos parâmetros 
hemodinâmicos, tais como a frequência cardíaca de repouso e pressão arterial sistólica e diastólica, bem como a diminuiçãoda 
ingestão calórica total/dia (Kcal), além da melhora de parâmetros sobre a saúde física, emocional, social, escolar e psicossocial 
inferidas no preenchimento dos questionários antes e após o período de intervenção. 
Na Figura 3 é apresentada a sistematização das atividades do programa multiprofissional para o tratamento da obesidade e 
DCNTs em crianças e adolescentes. 
Figura 3 - Sistematização do programa multiprofissional para o tratamento da obesidade e DCNTs em crianças e adolescentes 
baseado em estudos prévios 
Fonte: adaptado de Bianchini et al. (2016) e Lopera et al. (2016). 
O modelo de intervenção multiprofissional apresentado na Figura 3 refere-se a estudos prévios conduzidos para o tratamento da 
obesidade e DCNTs, realizados por meio de fomento do governo federal e estadual. As intervenções nesse método foram 
realizadas em instalações universitárias. Todavia, nas escolas públicas e até mesmo nas privadas, salvo exceções, existe a 
insuficiência de materiais para o professor de Educação Física conduzir as aulas de forma plena (GASPARI et al., 2006; 
CANESTRARO; ZULAI; KOGUT, 2008). Portanto, em vista disso, para a condução de intervenções para o combate à obesidade e 
comorbidades associadas na escola, seria oportuno trabalhar com atividades recreativas, jogos coletivos, exercícios aeróbios na 
quadra poliesportiva e com o próprio peso corporal. Nesse aspecto, a consumação das atividades físicas pode ser realizada no 
período contraturno. 
Outra estratégia que pode ser incorporada conjuntamente às intervenções para o tratamento da obesidade e DCNTs na escola é o 
programa saúde na escola (PSE), que foi instituído em 2007 com o propósito de suscitar políticas de saúde e educação para 
crianças, adolescentes e adultos (BRASIL, 2011). Resumidamente, o PSE é um programa vinculado ao Ministério da Educação, 
Saúde e ao Sistema Único de Saúde (SUS). Para a efetivação do PSE, é exigida a assinatura um termo de compromisso entre as 
secretarias municipais de saúde e educação com o governo em nível federal. 
No mesmo caminho, o núcleo de apoio à saúde da família (NASF), criado em 2008 pelo Ministério da Saúde, configura-se por uma 
equipe multiprofissional de diferentes áreas de conhecimento para favorecer práticas em saúde para a população (BRASIL, 2009). 
No mesmo caminho, o Programa Segundo Tempo (PST) do Ministério do Esporte busca propagar práticas corporais com 
característica educacional abrangendo as dimensões conceitual, procedimental e atitudinal (BRASIL, 2017). 
A criação dos programas supracitados decorre da imprescindibilidade do incitamento de políticas públicas para o desenvolvimento 
da educação por meio do esporte, da cidadania e promoção da saúde. 
A abordagem para o tratamento da obesidade e comorbidades associadas, a saber: hipertensão arterial 
sistêmica, diabetes mellitus tipo II e dislipidemias pode ser conduzida por meio de intervenções 
multiprofissionais ou multicomponentes. Na intervenção multiprofissional para o tratamento da obesidade, 
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uma equipe multidisciplinar busca atuar de modo integralizado na prevenção e tratamento da obesidade e 
comorbidades associadas, ou seja, o médico realiza a anamnese e as avaliações iniciais, o profissional de 
educação física conduz as intervenções de atividade física e/ou exercício físico, os nutricionistas atuam na 
reeducação alimentar e/ou prescrição de cardápios, os psicólogos desempenham as orientações 
motivacionais e comportamentais e os fisioterapeutas trabalham para minimizar os desvios posturais, 
encurtamentos musculares, bem como os componentes estéticos. 
Por sua vez, no modelo de intervenção multicomponente, apenas um profissional desempenha o 
tratamento da obesidade e comorbidades associadas. 
Fonte: os autores. 
Mudanças Comportamentais 
A manutenção dos voluntários ao programa de tratamento da obesidade e DCNTs é um processo que deve ser constantemente 
avaliado e monitorado. Uma parcela das crianças e adolescentes tende a se desmotivar e abandonar o processo de tratamento 
(BIANCHINI et al., 2013; DA SILVA et al., 2015). Nessa perspectiva, o modelo transteórico (MT) pode ser considerado um 
instrumento promissor de auxílio à compreensão da mudança comportamental relacionada à saúde (TORAL; SLATER, 2007). 
O modelo foi proposto e utilizado na década de 1980 em programas que objetivavam a cessação do tabagismo (PROCHASKA; DI 
CLEMENTE, 1983). Entretanto, o MT, similarmente, tem sido empregado para investigar hábitos alimentares (TORAL et al., 2007), 
da mesma forma na atividade física (MADDISON; PRAPVESSIS, 2006). A utilização do MT denota estreita relação com sua 
aplicabilidade e baixo custo, tanto para a pesquisa quanto para os programas de atenção primários (DUMITH; DOMINGUES; 
GIGANTE, 2008). Cabe ressaltar ainda que o MT converge no aperfeiçoamento da auto eficácia no processo de mudança do 
comportamento. Assim, enfatiza-se que o processo de mudança do comportamento intercorre em 5 estágios divergentes, em 
conformidade com a Figura 4. 
Figura 4 - Fases do modelo transteórico 
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Fonte: adaptado de Toral e Slater (2007). 
O processo de mudança de comportamento dos avaliados ocorre por meio de 5 estágios singulares, a seguir descritos 
(PROCHASKA; DI CLEMENTE, 1983; TORAL; SLATER, 2007): 
1 Estágio de pré-contemplação 
Nesse momento, a mudança comportamental do avaliado não foi incorporada, ou seja, não existe o propósito de mudar um 
comportamento de risco durante um futuro próximo. Essa circunstância pode ser resultante da insuficiência de informações 
acerca do comportamento e tentativas ineficazes na modificação das atitudes. Nesse estágio é observada a solução, porém não é 
reconhecido o problema. Diante disso, as pessoas classificadas no referido estágio não estão preparadas para os programas de 
promoção da saúde. Além disso, destaca-se para o comportamento alimentar, insipiência das condutas alimentares inapropriadas 
e/ou negligência para mudança de comportamento. Via de regra, no período de pré-contemplação, os indivíduos não manifestam 
interesse em realizar a mudança de comportamento durante aproximadamente 6 meses. 
2 Estágio de contemplação 
Nesse período, o avaliado denota disposição para realizar a mudança comportamental. Todavia, o prazo para a consumação da 
mudança ainda não foi instituído. Nesse cenário, existe a consciência da importância para a mudança de comportamento, porém, o 
indivíduo apresenta bloqueios que impedem a propagação da ação pretendida. À vista disso, observa-se que o indivíduo expressa 
desejo para a mudança de comportamento, mas requer encorajamento, por conta das barreiras impostas. Usualmente, a mudança 
de comportamento propende a acontecer nos próximos 6 meses. 
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3 Estágio de decisão ou preparação 
Nessa condição, o indivíduo planeja modificar o comportamento em um futuro rápido, como por exemplo, nos próximos 30 dias. 
Frequentemente, após experiências malsucedidas, um novo planejamento com parcimônia é processado. 
Um exemplo clássico é a exteriorização da efetivação do planejamento, como por exemplo a utilização da seguinte frase: “na 
próxima semana iniciarei a dieta”. 
4 Estágio de ação 
Nessa circunstância, o indivíduo, de fato, mudou seu comportamento, de modo a ultrapassar as barreiras dos estágios anteriores. 
O processo de mudança intercorreu há pouco tempo, como nos últimos 6 meses. Nesse estágio, é indispensável o empenho para 
resguardar-se de eventuais recaídas. 
5 Estágio de manutenção 
Nessa circunstância, a pessoa já incorporou as mudanças de comportamento conjecturadas ao longo de 6 ou mais meses. Nesse 
caso, quando se utiliza como exemplo aspectos relacionados à alimentação,elenca-se a consumação da reeducação alimentar 
durante 1 ano. Por fim, na ocasião em que o tratamento foi efetivo para a mudança de comportamento, os benefícios perduram 
após o término do tratamento. 
Por sua vez, os estágios de mudança de comportamento não podem ser avaliados de forma linear, pois habitualmente os indivíduos 
categorizados nos estágios observados (1 a 5) não permanecem compenetrados na primeira tentativa, e desse modo, são 
categorizados nos estágios anteriores (TORAL; SLATER, 2007). O fenômeno acima descrito é denominado como “recaída”, e ocorre 
uma vez que a mudança de comportamento se refere a um processo complexo, que demanda amadurecimento, no que concerne às 
atitudes e hábitos nocivos à saúde. Consequentemente, o processo de mudança comportamental apresenta oscilações até a 
emancipação total do indivíduo no transcurso do processo de tratamento. 
Baseado nas informações observadas no modelo transteórico, Da Silva et al. (2015) avaliou o impacto da prontidão para mudar o 
comportamento sobre os efeitos de um modelo de intervenção multiprofissional em crianças e adolescentes obesos, publicado no 
periódico Appetite . Os resultados mostraram que as crianças e adolescentes classificados nos estágios 1 e 2 apresentaram maior 
desenvolvimento da flexibilidade daqueles identificados no estágio 5. Além disso, foi verificado que as crianças e adolescentes 
classificados no estágio 1 mostraram melhorias mais elevadas no teste de abdominais, quando comparados àqueles categorizados 
no estágio 5. 
Por outro lado, para as variáveis antropométricas, hemodinâmicas e cardiorrespiratórias, observou-se que as crianças e 
adolescentes classificados no estágio 5 denotaram melhoras mais acentuadas quando classificados de acordo com o domínio geral. 
Em síntese, pode-se concluir o MT é sensível para identificar as mudanças biológicas nas crianças e adolescentes. A adesão e 
permanência ao programa de tratamento da obesidade e DCNTs tem sido motivo de investigação de profissionais de saúde e 
pesquisadores (BRENNAN; WALKLEY; WILKS, 2012; NOGUEIRA; ZAMBON, 2013). 
Em conformidade com Brennan, Walkley e Wilks (2012), 57% dos ingressantes em um programa de tratamento da obesidade que 
incluía a participação conjunta de pais e filhos desistiu das intervenções. A amostra do estudo contou com 56 adolescentes obesos 
(idade: 11,5 a 18,9 anos de idade) mais seus pais (idade: 28 a 61 anos de idade), sendo 94% compostos pelas mães biológicas. Os 
motivos mais comuns relatados para a desistência dos adolescentes foram: falta de tempo (19%), compromissos escolares (16%), 
monitoramento diário (16%) e viagens (16%). Para os pais, a desistência foi relacionada à falta de interesse e motivação (19%) e 
tempo insuficiente (16%), as barreiras mais usuais na descontinuidade do processo de tratamento. 
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É notável frisar que os autores do presente estudo salientaram que as intervenções apresentavam flexibilidade de horários, de 
acordo com a disponibilidade dos participantes. Portanto, as respostas indicadas pelos voluntários sugerem que a desmotivação, 
desconhecimento sobre a gravidade dos riscos à saúde ocasionados pela obesidade e comorbidades associadas, bem como a 
ansiedade e patologias mentais influenciam diretamente na adesão ao programa de tratamento. Destarte, é notório que as 
intervenções para o tratamento da obesidade e DCNTs utilizem estratégias comportamentais e motivacionais para a redução das 
desistências de pais e filhos. 
Sob a mesma perspectiva, Nogueira e Zambon (2013) analisaram as razões de abandono de um programa de intervenção com 
crianças e adolescentes acima do peso corporal. Neste estudo, foram recrutados 41 participantes com idade média de 14 anos. Os 
motivos comunicados pela desistência do programa de intervenção foram: falta de tempo e dificuldade de adaptação ao horário 
das consultas e atividades dos pais (29,3%), recusa das crianças e adolescentes para a realização do tratamento (29,3%), 
descontentamento com os resultados (17,0%), realização de orientação em outro programa de tratamento (12,2%), impedimento 
para realização do retorno (7,3%) e delonga no atendimento (4,9%). 
Adicionalmente, 85% dos entrevistados informaram que ainda se encontram acima do peso corporal (tendo como parâmetro o 
IMC). Nessa circunstância, os principais fatores abordados foram a dificuldade de realizar a reeducação alimentar e prática regular 
e sistematizada de exercícios físicos. Complementarmente, 33 entrevistados comunicaram que sofriam com bullying , ansiedade e 
irritabilidade (78,8%), cansaço (15,1%) e dificuldade para se vestir (15,1%). Finalmente, os entrevistados relatavam ter 
discernimento quanto aos problemas de saúde decorrentes da obesidade, tais como: doenças cardíacas (97,6%), psicológicas 
(90,2%), obesidade na vida adulta (90,2%), diabetes mellitus (85,4%) e alguns tipos de câncer (31,4%). Assim, fundamentado nas 
evidências científicas supramencionadas, vê-se que a obesidade é uma patologia de ordem multifatorial e, nesse cenário, 
intervenções multiprofissionais devem ser conduzidas com o apoio dos pais, família e amigos, uma vez que a adesão e permanência 
são imprescindíveis para o sucesso no programa de tratamento. 
Um estudo transversal de nível epidemiológico conduzido por Bӧrnhorst et al. (2015) identificou que o 
tempo de tela (tempo despendido assistindo televisão, jogando em tablets ou smartphones, bem como no 
computador) e duração do sono influenciavam a escolha alimentar das crianças (6-9 anos de idade) 
analisadas. Foram coletadas informações de 10.453 crianças de cinco países europeus. Os resultados da 
pesquisa sugerem uma relação entre o tempo de exposição em tela e o aumento da ingestão de alimentos 
ricos em gordura, açúcar e sal, ao passo que maiores períodos de sono (noturno) favoreceram o consumo de 
alimentos mais saudáveis, tais como: frutas frescas e vegetais. Em conclusão, os autores esclarecem que os 
dois hábitos investigados na pesquisa são modificáveis, portanto, devem ser incorporados no combate à 
obesidade e comorbidades associadas. Com base nas informações apresentadas nessa pesquisa, é 
incontestável que os pais organizem estratégias para reduzir o tempo de tela nas crianças, uma vez que a 
obesidade está relacionada também ao sedentarismo. 
Fonte: Bӧrnhorst (2015). 
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Adesão ao Protocolo de Tratamento 
Com base nos aspectos discutidos nas duas primeiras aulas, nota-se baixa adesão ao programa de tratamento da obesidade e 
comorbidades associadas, mesmo com a flexibilidade de horários para o atendimento às crianças e adolescentes e disponibilidade 
da equipe multiprofissional para atender esse público de modo satisfatório. O cenário atual que impacta a obesidade salienta-se 
alarmante, dado que as crianças e adolescentes obesos que não modificarem o estilo de vida por meio da prática de atividade 
física, reeducação alimentar e mudanças comportamentais provavelmente serão adultos obesos. 
Complementarmente, evidências científicas apontam que na primeira infância podem ser desenvolvidas as comorbidades 
associadas à obesidade, tais como diabetes mellitus tipo II, hipertensão arterial sistêmica, doenças cardíacas, dislipidemias, 
acidente vascular cerebral (AVC), doenças hepáticas, osteoartrite, problemas sociais e emocionais, disfunções hormonais e alguns 
tipos de câncer (EBBELING et al., 2002; VIRGILIO, 2015). Ademais, atesta-se que o tratamento da obesidade e comorbidades 
associadas, alicerçado na mudança de comportamento, trata-se de uma conduta diária de renúncia de hábitos e atitudes viciosas e 
negativas que podem propiciar o reganho de peso corporal e desistência do programa de tratamento. Em suma, é substancial que 
os profissionais de saúde participantes do programade tratamento multiprofissional de obesidade e comorbidades associadas 
enfoquem ao comportamento biopsicossocial das crianças e adolescentes para minimizar as desistências e, consequentemente, 
elevar a efetividade das intervenções. 
Adicionalmente, foi observado que o nível de escolaridade reduz a prevalência da obesidade. Dessa forma, é incontestável que a 
educação impacta positivamente na redução da prevalência da obesidade. No entanto, a realização da atividade física e/ou 
exercício físico de forma ininterrupta é primordial para a promoção da saúde nas crianças e adolescentes. Por outro lado, sabe-se 
que as aulas de educação física na escola (2 horas) semanais são insuficientes para o desenvolvimento biopsicossocial das crianças 
e adolescentes. Consequentemente, de acordo com a OMS, é imprescindível que nessa faixa etária sejam realizadas atividades 
físicas durante 60 minutos todos os dias da semana. Portanto, políticas públicas que impulsionem a consumação da atividade física 
em contraturnos na escola são indispensáveis para o combate à obesidade e comorbidades associadas. 
Suplementarmente, considerando que a obesidade é uma doença de ordem multifatorial, programas de intervenção 
multiprofissionais (profissionais de educação física, nutrição, psicologia e medicina), são substanciais para minimizar os impactos 
dessa pandemia sobre a população de modo integral. No entanto, na incipiência de outros profissionais para a condução do modelo 
multiprofissional, recomenda-se a utilização do método multicomponente, com abordagem sobre a relevância da atividade física, 
reeducação alimentar e mudanças comportamentais, objetivando condições responsivas e terapêuticas para a promoção da saúde 
e aderência a um estilo de vida saudável. 
De acordo com estudos populacionais, a obesidade pode ser considerada uma pandemia, ou seja, uma 
enfermidade amplamente disseminada em todo o mundo. Nos dias atuais, observa-se mais pessoas com 
excesso de peso corporal do que desnutridas. De acordo com dados estatísticos publicados em 2015, 
aproximadamente 2,1 bilhões de pessoas evidenciam sobrepeso e 670 milhões são obesas. Esse número 
caracteriza-se em torno de 30% da população mundial, sendo que ainda tende a aumentar e acometerá 50% 
da população mundial em 2030. Relativamente ao Brasil, em torno de um terço das crianças entre 5 a 9 
anos de idade denota peso corporal acima dos níveis ideais. Além disso, de acordo com estimativas, a 
obesidade infantil propende a elevar ao longo do tempo. 
Fontes: Agência Fiocruz de Notícias (2015), Gualdoni (2015) e Hutter (2017). 
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A portaria 424 de 19 de março de 2013 do Ministério da Saúde redefine as diretrizes para prevenção e 
tratamento do sobrepeso e obesidade. Nesse aspecto, a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com 
Doenças Crônicas atenderá de modo prioritário às pessoas acometidas por esse quadro que pode ser 
considerado como um problema de saúde pública. Essa portaria busca financiar linhas de cuidado para as 
DCNTs, em especial a obesidade. 
Maiores informações podem ser verificadas em: 
< http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0424_19_03_2013.html >. 
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ATIVIDADES 
1. A obesidade é uma doença multifatorial e para ser tratada, é necessária a intervenção de profissionais de diferentes áreas da 
saúde. Diante disso, assinale a alternativa correta quanto aos procedimentos e estratégias terapêuticas que devem ser realizados 
no transcurso do tratamento multiprofissional da obesidade e doenças crônicas não-transmissíveis. 
a) Realização de uma dieta restritiva, atividade física, reabilitação funcional, terapia educacional e cirurgia bariátrica. 
b) Reabilitação funcional, terapia educacional e terapia cognitivo-social. 
c) Reeducação alimentar, atividade física e/ou exercício físico, reabilitação funcional, terapia educacional, terapia cognitivo- 
comportamental, dentre outras, que envolvem mudanças no estilo de vida das pessoas submetidas ao tratamento, objetivando 
reduzir a gordura corporal. 
d) Em primeiro plano, a prescrição de dieta moderada (profissional de nutrição) e, em segundo plano, a realização de atividade 
física, reabilitação funcional e terapia educacional. 
e) Apenas atividade física e reeducação alimentar, não sendo necessária a condução da terapia cognitivo-comportamental. 
2. Em relação ao modelo transteorético proposto por Prochaska et al. (1983), assinale a alternativa correta de acordo com a 
seguinte afirmação: “Na ocasião em que o tratamento multiprofissional para o tratamento da obesidade e DCNTs foi efetivo, os 
benefícios adquiridos permanecem, mesmo na situação em que o tratamento é encerrado”. 
a) Contemplação. 
b) Decisão ou preparação. 
c) Ação. 
d) Manutenção. 
e) Pré-contemplação. 
3. Tendo em vista a portaria 424 sancionada em 19 de março de 2013 pelo Ministério da Saúde, assinale a alternativa correta. 
a) No Brasil, a portaria 424, sancionada em 19 de março de 2013, aponta que as diretrizes para organização, prevenção e 
tratamento do sobrepeso e obesidade devem ser linha de cuidado prioritário no Sistema Único de Saúde. 
b) No Brasil, a portaria 424, sancionada em 19 de março de 2013, redefine as diretrizes para a sistematização e prevenção da 
síndrome metabólica como linha de cuidado prioritária na Rede de Atenção à Saúde dos pacientes que apresentam doenças 
crônicas não transmissíveis. 
c) No Brasil, a portaria 424 sancionada em 19 de março de 2013 redefine as diretrizes para a sistematização, prevenção e 
tratamento do sobrepeso e obesidade unicamente para crianças e adolescentes como linha de cuidado prioritário na Rede de 
Atenção à Saúde para as doenças crônicas não transmissíveis. 
d) A principal limitação da portaria 424, sancionada em 19 de março de 2013, é a realização da prevenção e tratamento de adultos, 
excluindo as crianças, haja vista que o principal centro de prevenção do sobrepeso e obesidade nessa faixa etária é a escola. 
e) No Brasil, a portaria 424 sancionada em 19 de março de 2013 aponta que a prevenção do sobrepeso e obesidade deve ser 
realizada pelo Sistema Único de Saúde para o tratamento apenas de pessoas que apresentam obesidade severa, ou seja, a 
obesidade grau III. 
Resolução das atividades 
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RESUMO 
Nesse estudo foram abordados aspectos intimamente ligados às intervenções para o tratamento da obesidade e comorbidades 
associadas. Veremos que o tratamento das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNTs) apresenta grande flexibilidade quanto ao 
tipo de atividade física desenvolvida. 
Nessa conjuntura, o método multiprofissional para o tratamento da obesidade e DCNTs pauta-se em intervenções conduzidas por 
profissionais de Educação Física, Nutrição e Psicologia. Em alguns protocolos, profissionais de Medicina e Fisioterapia também 
participam da equipe multidisciplinar para o tratamento das DCNTs. É substancial que os profissionais das diversas áreas do 
conhecimento trabalhem interconectados, por meio de reuniões periódicas para discutir os casos clínicos e promovam melhoras 
no tratamento das crianças e adolescentes. 
Para ascrianças, recomenda-se a realização de atividades lúdicas, jogos coletivos e atividades recreacionais. Tendo em conta os 
adolescentes, a perspectiva da atividade física pode ser canalizada para conjunções sistematizadas, como, por exemplo, o emprego 
do exercício físico. Sem embargo, o profissional/professor de educação física deve estar sintonizado quanto às atividades 
efetuadas durante as intervenções. Nessa conjuntura, torna-se elementar que as crianças e adolescentes expressem prazer 
durante as práticas corporais, pois, desse modo, a aderência ao programa de tratamento apresentará maior efetividade no 
combate à obesidade e comorbidades associadas. 
Finalmente, um aspecto que deve ser ponderado é o modelo transteórico, que indica os estágios de mudança do comportamento 
em que as pessoas se encontram. Nesse ponto de vista, são constatados cinco estágios de mudança de comportamento: pré- 
contemplação, contemplação, decisão ou preparação, ação e manutenção, os quais são explanados em maior profundidade na 
segunda aula da primeira unidade. À vista de todas as informações elencadas nesse resumo, esperamos que o material proporcione 
o direcionamento de atividades teórico-práticas em escolas e outros meios para que os profissionais atuantes no tratamento da 
obesidade e DCNTs tenham êxito no decorrer do programa multiprofissional. 
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Material Complementar 
Leitura 
Educando as crianças para a aptidão física: uma abordagem 
multidisciplinar 
Autor: Stephen J. Virgílio 
Editora: Manole 
Sinopse: O livro fornece ferramentas essenciais não só para professores 
de educação física, mas para todos os professores de educação infantil. 
Com uma abordagem multidisciplinar, que promove a colaboração com o 
professor de sala de aula e o envolvimento dos pais e da comunidade, o 
livro oferece, além de estratégias motivacionais e de ensino, testes de 
aptidão física, exemplos de planos de aula, exercícios de 
desenvolvimento, jogos ativos e propostas para o ensino dos principais 
conceitos de educação física. 
Na Web 
O documento é fruto do trabalho do Ministério da Saúde para a avaliação 
e tratamento da obesidade e comorbidades associadas desde as crianças 
até os idosos, com informações acerca da classificação do estado 
nutricional, manejo, abordagem, avaliação e tratamento das DCNTs. 
Acesse 
Filme 
Muito além do peso 
Ano: 2012 
Sinopse: O documentário Muito Além do Peso foi lançado em novembro 
de 2012, em um contexto de amplo debate sobre a qualidade da 
alimentação das nossas crianças e os efeitos da comunicação 
mercadológica de alimentos dirigida a elas. O filme é fruto de uma longa 
trajetória da Maria Farinha e do Instituto Alana na sensibilização e 
mobilização da sociedade sobre os problemas decorrentes do 
consumismo na infância. 
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BIANCHINI, J. A. et al. Parent-proxy perception of overweight adolescents’ health-related quality of life is different according to 
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BIANCHINI, J. A. et al. Intervenção multiprofissional melhora a aptidão física relacionada à saúde de adolescentes com maior 
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TORAL, N.; SLATER, B. Abordagem do modelo transteórico no comportamento alimentar. Ciência Saúde Coletiva , v. 12, n. 6, 2007. 
VIRGILIO, S. T. Educando crianças para a aptidão física: uma abordagem multidisciplinar. 2. ed. São Paulo: Manole, 2015. 
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APROFUNDANDO 
Redução de peso 
Conforme todas as discussões realizadas neste estudo, vimos que a obesidade é uma doença de ordem multifatorial, sendo, do 
mesmo modo, muito complexa. Nessa perspectiva, a adesão e manutenção do tratamento para a redução do peso corporal é uma 
tarefa que deve denotar a participação de pais, filhos e equipe multiprofissional, dado que o reganho de peso corporal é evidente 
em crianças e adolescentes que terminam o tratamento multiprofissional da obesidade. Isso ocorre em consequência da ausência 
da mudança comportamental plena, ou seja, no dia a dia das crianças e adolescentes, uma vez que a mudança comportamental é o 
alicerce para a manutenção e redução do peso corporal. 
Habitualmente, em consonância com estudos prévios apresentados no presente tópico, o pico da perda de peso corporal é 
observado, em média, no transcurso de seis meses de tratamento multiprofissional. Considerando a manutenção da saúde no 
âmbito físico e psicossocial (durante o tratamento multiprofissional), a redução do peso corporal entre 5% a 10% contribui 
satisfatoriamente para melhorias nos distúrbios metabólicos, osteoarticulares e psicossociais relacionados à obesidade em 
crianças e adolescentes. 
No entanto, para outras pessoas, é imprescindível a redução mais significativa do peso corporal para a obtenção de melhora nos 
parâmetros bioquímicos, hormonais, hemodinâmicos (pressão arterial e frequência cardíaca) e composição corporal (massa magra, 
massa gorda e percentual de gordura corporal), principalmente quando consideramos obesos severos, ou seja, a obesidade grau III, 
em adultos é considerado o índice de massa corporal (IMC) como parâmetro com valor igual ou superior a 40 kg/m². 
Ademais, vale ressaltar que as pessoas que são capazes de manter a redução do peso corporal entre dois a cinco anos (após o 
período de tratamento) tendem a apresentar maior sucesso (peso corporal reduzido) no transcurso de vários anos. Todavia, é 
inegável afirmar que as crianças e adolescentes permanecem em contato permanente com vários tipos de mídias, isto é, televisão, 
internet, escola, outdoors, dentre outros e diante disso, podem ser mais suscetíveis às recaídas, fator que proporcionará reganho 
de peso corporal. 
Tendo em conta os principais fatores que determinam com maior distinção a redução e a manutenção do peso corporal, são 
suplantados os fatores concatenados aos aspectos comportamentais, tais como: a manutenção de uma dieta equilibrada (prescrita 
por nutricionistas), a realização de atividade física regular e sistematizada (≥ 200 min por semana, sistematizada por profissionais 
de Educação Física) e o monitoramento periódico do peso corporal. Cabe ressaltar que o monitoramento do peso corporal, quando 
realizado pela equipe multiprofissional para o tratamento da obesidade e comorbidades associadas, torna-se substancialmente 
eficiente na ocasião em que é comparado ao mesmo procedimento (mensuração do peso corporal) quando realizado pelas crianças 
e adolescentes. 
Fonte: os autores. 
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EDITORIAL 
DIREÇÃO UNICESUMAR 
Reitor Wilson de Matos Silva 
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Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
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Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi 
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação 
a Distância; BRANCO , Braulio Henrique Magnani; ANDREATO , 
Leonardo Vidal. 
Grupos Especiais na Escola e Aspectos Nutricionais. Braulio 
Henrique Magnani Branco; Leonardo Vidal Andreato. 
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 
33 p. 
“Pós-graduação Universo - EaD”. 
1. Nutricional. 2. Escola. 3. EaD. I. Título. 
CDD - 22 ed. 362 
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Unidade 2 Página inicial 
OBESIDADE EM 
ESCOLARES 
Professor (a) : 
Dr. Braulio Henrique Magnani Branco 
Dr. Leonardo Vidal Andreato 
Objetivos de aprendizagem 
•Apresentar conceitos e formas de avaliação da obesidade. 
•Demonstrar as prevalências, causas e consequências da obesidade como doença. 
•Discutir formas de tratamento da obesidade, bem como apresentar as adaptações decorrentes do treinamento físico regular. 
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Plano de estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
•Conceitos e avaliação da obesidade 
•Epidemiologia, causas e consequências da obesidade 
•Tratamento da obesidade e adaptações ao treinamento físico regular 
Introdução 
Prezado(a) aluno(a), neste encontro iremos focar nossos estudos na obesidade, uma doença considerada como problema de saúde 
pública de ordem mundial. 
Aqui iremos entender a importância do tecido adiposo no nosso corpo e definir em qual ponto o aumento da adiposidade se torna 
prejudicial à saúde. Iremos debater sobre alguns modelos de avaliação da composição corporal e do estado nutricional. 
Posteriormente, vamos discutir a prevalência da obesidade na população mundial e nacional, especialmente em crianças e 
adolescentes. Iremos analisar os fatores que levam o indivíduo à obesidade e quais são as consequências de uma composição 
corporal desbalanceada, com excesso de adiposidade. Em seguida, serão abordados assuntos relacionados ao tratamento da 
obesidade, focando na redução da gordura corporal. Nesse momento, vamos abordar a importância do tratamento realizado de 
forma multidisciplinar e iremos analisar a relevância do exercício físico no emagrecimento. Por fim, discutiremos as adaptações 
que ocorrem no corpo humano decorrentes do treinamento físico regular. 
Esperamos que este conteúdo o auxilie a compreender melhor a obesidade e forneça elementos que o ajudem no diagnóstico, 
prevenção e tratamento da obesidade, especialmente no cenário escolar. 
Bons estudos! 
Avançar 
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Unidade 2 Página inicial 
Conceitos e Avaliação da Obesidade 
Aspectos Relacionados à Definição da Obesidade 
A obesidade atualmente é considerada uma doença que pode ser entendida como o acúmulo excessivo de gordura no corpo 
humano. O aumento da adiposidade corporal ocorre devido ao aumento do depósito de lipídios dentro da célula adiposa, 
conhecida como adipócito, fazendo o seu tamanho original aumentar, fenômeno conhecido como hipertrofia do adipócito. Em 
algumas fases específicas do desenvolvimento humano (que serão apresentadas mais adiante), onde há uma elevada hipertrofia do 
adipócito ocorre também o aumento do número de células adiposas, fenômeno conhecido como hiperplasia de adipócitos 
(MCARDLE et al., 2011). 
Nesse sentido, faz-se necessário estar bem claro o entendimento de que o tecido adiposo exerce papel importante para o corpo 
humano. O tecido adiposo é o principal depósito de energia, o qual garante a sobrevivência, fornecendo energia para a 
manutenção das atividades fisiológicas em momentos de escassez alimentar, em momentos de baixa glicose disponível e, também, 
durante a prática de exercícios prolongados. Além disso, ele tem atuação em diversas outras funções fisiológicas, pois secreta 
substâncias que atuam no sistema imunológico, controle da pressão arterial sistêmica, coagulação do sangue, controle da glicemia, 
angiogênese, mecanismo de fome, entre outras atuações (PINTO, 2014). 
Por outro lado, o aumento exacerbado das reservas de gordura no organismo está associado a uma série de disfunções e incidência 
de doenças crônicas não transmissíveis (BAMBA; RADER, 2007; BODEN et al., 2005; MESHKANI; ADELI, 2009; PERSSELL et al., 
2011; PILZ; MARZ, 2008). Diante disso, é importante definir quais são os limites considerados normais de gordura no corpo 
humano. A seguir (Quadro 1) segue uma tabela com valores de referencial para o percentual de gordura corporal de crianças e 
adolescentes. (HOUTKOOPER et al., 1996). 
Quadro 1 - Valores de referência para percentual de gordura para crianças e adolescentes 
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Fonte: Houtkooper et al. (1996). 
Como pode-se notar na Tabela 1, homens e mulheres apresentam valores diferentes para o percentual de gordura corporal. Além 
disso, é importante destacar que meninos e meninas tendem a apresentar diferenças na distribuição da gordura pelo corpo. 
A maior parte dos homens apresenta uma distribuição conhecida como androide, na qual a gordura se localiza mais na região do 
tronco. As mulheres tendem a apresentar uma distribuição denominada ginoide, na qual a gordura se concentra em maior parte 
nas regiões de quadril e coxa. De maneira didática, o modelo androide é conhecido como formato de maçã (homens), ao passo que 
o modelo ginoide é conhecido como formato de pera (mulheres) (GUEDES; GUEDES, 1998). 
Figura 1 - Fenótipo de distribuição de gordura 
Avaliação da Obesidade 
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Para diagnosticar se a adiposidade corporal é excessive, torna-se necessário recorrer ao processo de medidas e avaliação para 
estabelecer um diagnóstico, pois para que possa ser planejado um tratamento adequado é necessário, antes de tudo, que o 
problema seja conhecido. 
A avaliação da quantidade de gordura corporal pode ser realizada por diferentes métodos. Todos eles possuem vantagens e 
desvantagens. Alguns métodos apresentam uma ótima precisão, mas, em contrapartida, possuem alto custo financeiro ou difícil 
aplicabilidade, enquanto outros métodos são acessíveis financeiramente ou de fácil aplicabilidade, mas possuem um erro de 
estimativa maior. A seguir, vamos apresentar e discutir alguns dos métodos mais utilizados. 
O método considerado direto para a avaliação da composição corporal é a dissecação física ou físico-química de cadáveres. Por 
motivos óbvios, esse método tem aplicabilidade inviabilizada na prática profissional. Por outro lado, o referido método tem sido 
utilizado para embasar outros métodos que foram validadosa partir de estudos com cadáveres. Esses testes recebem a 
classificação de testes indiretos. 
O método considerado padrão-ouro de avaliação é a pesagem hidrostática. Nesse teste, o indivíduo senta-se sobre uma balança e 
emerge dentro de um tanque de água. O avaliado deve esvaziar seus pulmões dentro da água. Assim, após a imersão total do corpo 
e esvaziamento dos pulmões, é possível conhecer a massa corporal embaixo d’água, a qual vai variar de acordo com a densidade 
corporal. Esse método considera o princípio de Arquimedes (“Todo corpo mergulhado num fluido em repouso sofre, por parte do 
fluido, uma força vertical para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo”). Desse modo, é possível 
definir a composição corporal, pois os diferentes tecidos corporais (ex: massa óssea, massa muscular e tecido adiposo) possuem 
densidades diferentes (GUEDES; GUEDES, 1998; HEYWARD, 2013). 
Embora seja o padrão-ouro na avaliação da composição corporal, essa técnica possui algumas limitações, como (1) assumir que a 
densidade da gordura corporal e da massa livre de gordura é constante e (2) considerar que a quantidade de gases intracorporal é 
idêntica para todos os indivíduos. Ademais, esse método exige que o avaliado possua uma boa adaptação ao meio líquido, uma vez 
que o indivíduo deve esvaziar os pulmões embaixo d’água. No entanto, talvez a maior dificuldade desse teste seja a viabilidade dos 
instrumentos de avaliação (MCARDLE et al., 2011). 
Outra técnica de alta precisão é a absortometria de duplo raio-x (DEXA). Embora de alta precisão para a avaliação da gordura 
corporal, o custo do aparelho que realiza a medição é elevado. Assim, visto que tanto a pesagem hidrostática quanto a DEXA são 
modelos de difícil aplicação no dia a dia, por questões logísticas e financeiras, tem sido mais usual a avaliação por meio da 
bioimpedância elétrica ou pela técnica de dobras cutâneas. No entanto, embora esses métodos sejam válidos e apresentem maior 
aplicabilidade, tem de se considerar que são métodos que possuem uma menor precisão, configurando maior erro de medida ao 
resultado obtido. Uma das razões para o maior erro de medida é que esses dois métodos são considerados duplamente indiretos, 
ou seja, foram validados a partir de um método direto (ex.: pesagem hidrostática ou DEXA) (GUEDES; GUEDES, 1998; HEYWARD, 
2013). 
Apesar do fato de que avaliar a composição corporal seja uma estratégia mais vantajosa na confiabilidade dos resultados, nem 
sempre - ou quase nunca para alguns métodos - a realização desses métodos é aplicável na rotina escolar, seja pelo alto custo e 
dificuldade de acesso aos equipamentos necessários, ou pela alta demanda de tempo necessário para a condução das medidas, 
fato que inviabiliza a avaliação em alta escala. Diante dessa realidade, há a proposta de indicadores que podem ser utilizados em 
larga escala e possuem uma boa confiabilidade. 
O índice de massa corporal (IMC) é um desses indicadores. O IMC é inclusive recomendado pela Organização Mundial da Saúde 
como ferramenta para realizar o primeiro diagnóstico da obesidade. Esse indicador avalia o estado nutricional do avaliado. 
Esse método tem a limitação de não diferenciar os diferentes constituintes da composição corporal, como por exemplo: massa 
corporal gorda e massa corporal isenta de gordura. Diante disso, a avaliação do estado nutricional por meio do IMC tem sofrido 
diversas críticas sobre sua aplicabilidade. No entanto, seu uso deveria ser descartado para a avaliação de atletas ou indivíduos com 
elevado desenvolvimento de massa muscular, características que são fáceis de identificar visualmente. Ainda, para crianças e 
adolescentes, essa limitação se faz menor devido ao fato dessa população, devido a questões hormonais, não apresentar um 
desenvolvimento muscular acima dos padrões naturais biológicos. O Quadro 2 apresenta valores de corte para a estratificação do 
IMC de crianças e adolescentes. 
Quadro 2 - Valores de referência de índice de massa corporal para crianças e adolescentes 
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Fonte: adaptado de Cole et al. (2000). 
No entanto, embora seja possível classificar o estado nutricional de crianças e adolescentes com base no IMC, esse método é 
menos preciso nesse público do que em adultos. Uma das possíveis razões é a variação da corpulência durante o desenvolvimento, 
fazendo com que a interpretação do IMC sofra variações de acordo com o sexo e idade. Assim, uma análise mais sensível pode ser 
obtida com o uso do Z-IMC (Z-escore). Esse modelo cria limites de normalidade considerando o IMC de acordo com o sexo e a 
idade. O diagnóstico de sobrepeso e obesidade é concretizado quando o valor obtido é maior ou igual a +1 e +2 escores Z-IMC 
após os 5 anos de idade. As tabelas de referência de IMC para meninas e meninos de 5 a 19 anos podem ser visualizadas nos links 
abaixo, disponibilizados nas Diretrizes Brasileiras de Obesidade de 2016, redigidas pela Associação Brasileira para o Estudo da 
Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO, 2016). 
Figura 2 - Meninas 
Fonte: Diretrizes Brasileiras de Obesidade (2016, p.133). 
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Figura 3 - Meninos 
Fonte: Diretrizes Brasileiras de Obesidade (2016, p.134). 
Após a obtenção das medidas, é importante realizar o processo da avaliação, ou seja, diagnosticar o estado atual com base nos 
dados disponíveis. Uma estratégia interessante é conhecer a massa corporal necessária que o indivíduo obeso tenha que atingir 
para se enquadrar dentro dos parâmetros recomendados para a saúde. 
A avaliação do massa corporal esperada pode ser realizada com o uso da seguinte equação: 
Massa corporal esperada (kg) = IMC esperado (kg/m²) x Estatura (m²) 
Vamos analisar o caso da Maria que tem 13 anos, estatura de 1,40 m e massa corporal de 55 kg. Nessa condição o IMC dela é de 
28,1 kg/m² o que a classifica como obesa (com base nos valores de referência apresentados na Tabela 2). Para descobrirmos a 
massa corporal que Maria deve possuir para atingir um IMC de 22 kg/m², que a classificaria como estado nutricional normal, basta 
aplicarmos seus dados na equação apresentada acima. Logo: 
Massa corporal esperada (kg) = IMC esperado x estatura² (m) 
Massa corporal esperada (Kg)= 22 x (1.40 * 1.40) 
Massa corporal esperada (kg) = 22 x 1,96 
Massa corporal esperada (kg) = 43,1 kg 
Assim, para que Maria atinja um IMC de 22 kg/m², é necessário que ela diminua 11,9 kg. O valor para a redução de 1 grama de 
gordura corporal pode variar, mas vamos assumir que para a redução de cada grama seja necessário o dispêndio de 8 kcal. 
Assim, para Maria reduzir 11,9 kg de gordura corporal ela terá de realizar um déficit energético de 95.200 kcal. Esse déficit 
idealmente deve ser oriundo de uma combinação de redução do consumo alimentar associado ao aumento de exercício físico. 
Esse tipo de cálculo é importante para o diagnóstico do indivíduo, bem como para auxiliar a definição de metas para o alcance do 
peso corporal ideal. 
Há alguns anos, ao analisar dois canais da TV aberta e dois da TV por assinatura do Distrito Federal, foi 
observado que 97% dos anúncios publicitários eram referentes a alimentos considerados não saudáveis, do 
tipo refrigerantes e sucos industrializados, chocolates e doces, sorvetes e fast-food (MONTEIRO, 2009). 
Até então, essas propagandas envolviam promoções incluindo a distribuição de brindes e brinquedos, ou 
contando com a participação de artistas ou personagens famosos entre o público infantil (ANVISA, 2007). 
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Fontes: Anvisa (2007) e Monteiro (2009). 
Epidemiologia, Causas e Consequências 
da Obesidade 
Epidemiologia da Obesidade 
Os diferentes estudos epidemiológicos apresentam um cenário alarmante,fazendo com que a obesidade seja considerada um 
problema de saúde pública mundial. Recentemente, foi publicado um estudo em um dos principais periódicos médicos, o Lancet , no 
qual foi diagnosticado que, no ano de 2013, 36,9% dos homens e 38,0% das mulheres apresentavam IMC acima do recomendado. 
Em alguns países, mais de 50% da população estava acima do peso corporal recomendado. 
No Brasil, essa realidade não é diferente, visto que estima-se, com base em 2013, que 52,5% dos homens acima dos 20 anos estão 
acima do peso (IMC > 25 kg/m²), sendo que 11,7% são considerados obesos (IMC > 30 kg/m²). Entre as mulheres acima dos 20 
anos, 58,4% estão acima do peso (IMC > 25 kg/m²), sendo que 20,6% são consideradas obesas (IMC > 30 kg/m²) (NG et al., 2014). 
Mas não é somente a população adulta que tem apresentado altas taxas de sobrepeso e obesidade. Crianças e adolescentes têm 
acompanhado a mesma direção dos adultos à caminho da obesidade. No Brasil, entre jovens do sexo masculino abaixo dos 20 anos, 
22,1% está acima do peso corporal, sendo que 6,8% são obesos. Para o sexo feminino, estima-se que 24,3% estão acima do peso 
corporal, sendo 7,6% são consideradas obesas (NG et al., 2014). 
Causas da Obesidade 
A obesidade é considerada um problema de ordem multifatorial, em relação às causas que contribuem para o desenvolvimento 
desse quadro clínico. Esses fatores podem ser a causa ou facilitadores do processo de aumento de adiposidade. 
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Um desses fatores são as falhas na secreção de alguns hormônios relacionados aos mecanismos de controle de fome e saciedade. 
Assim, alguns indivíduos tem uma maior percepção de fome e/ou uma menor percepção de saciedade após se alimentar devido à 
baixa produção de alguns hormônios que atuam nesses mecanismos. 
Entretanto, em alguns casos, o organismo produz a quantidade necessária para o funcionamento adequado desse processo, no 
entanto, o referido mecanismo não funciona como o esperado em razão de falhas em receptores específicos que atuam nas vias de 
sinalização desse processo (SCHWARTZ et al., 2000). 
Existe também a possibilidade de disfunção hormonal, como a diminuição de produção e liberação de hormônios como a 
triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), que reduzem a taxa metabólica basal, perda de massa óssea e aumento de retenção hídrica 
(FRIEDMAN, 2009). A alimentação excessiva em algumas fases da vida, como a fase intra-uterina, pós-natal, infância e puberdade, 
provoca um aumento no número de células adiposas. Esse maior número de adipócitos promove uma predisposição ao acúmulo de 
gordura corporal (DIETZ, 1994). 
Ainda entre outros processos que podem facilitar o desenvolvimento da obesidade, existem as causas genéticas. Esse fator estaria 
relacionado à presença de polimorfismos ou falhas em genes específicos (ex: ob/ob, POMC, CART, ASIP, CEBPB, GNAS), 
especialmente aqueles ligados ao controle da massa corporal, controle da gordura corporal e da regulação de saciedade 
(FRIEDMAN, 2009; BARSH et al., 2000). 
Desse modo, considerando as informações acima, pode-se notar que diversos fatores podem estar associados ao aumento da 
adiposidade corporal. Entretanto, os fatores acima citados podem ser considerados secundários. Tal sugestão se sustenta devido 
ao baixo número de obesos originados por causas consideradas genéticas. 
Estima-se que as causas genéticas sejam a razão de 5 à 10% dos casos de obesidade severa; ou seja, indivíduos com IMC > 40 kg/m² 
(FRIEDMAN, 2009). Desse modo, a principal causa da obesidade pode ser apontada como o desequilíbrio da balança energética, 
que faz a relação entre energia dispendida e energia consumida (DONNELLY et al., 2009). Assim, o aumento da proporção de 
obesos, em grande parte, é fruto dos avanços tecnológicos que proveram comodidades que reduziram o gasto energético diário e 
aumentaram a disponibilidade de alimentos, especialmente alimentos do tipo fast-food e industrializados, com alto teor calórico e 
lipídico, mas baixo valor de nutrientes (SWINBURN et al., 2011). 
Essas mudanças na sociedade culminaram em alterações no estilo de vida das pessoas. Mas não só os adultos têm sido impactados 
por essas alterações, as crianças também. Nos dias atuais, tem sido observado que o nível de atividades físicas durante o dia a dia 
das crianças está aquém do ideal. As crianças que por muitos anos passavam o dia brincando em casa, nas ruas e escolas, hoje 
adotam brincadeiras e atividades de lazer que não envolvem atividades de elevada demanda muscular. 
Nesse sentido, há a estimativa de que 80% das crianças e adolescentes não atingem as recomendações de atividade física diária 
(HALLAL et al., 2012). No Brasil, em 2015, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apurou que aproximadamente 
66% dos adolescentes cumpriam a meta de 300 min de atividade física por semana (IBGE, 2015). Esse cenário se deve e muito ao 
aumento de horas à frente de computadores, celulares, televisão e videogame. Parte desse problema também é social, pois com o 
aumento da insegurança devido ao crescimento da criminalidade, houve diminuição das brincadeiras de crianças nas ruas e 
parques. 
Consequências do Excesso de Gordura Corporal 
A adiposidade excessiva aumenta a predisposição a diversas doenças, entre elas podemos destacar algumas das mais frequentes, 
como hipertensão arterial (PERSELL et al., 2011; STEINBERG et al. 2000), dislipidemias (BAMBA; RADER, 2007), aterosclerose 
(MESHKANI; ADELI, 2009), esteatose hepática (PILZ; MARZ, 2008), resistência insulínica, diabetes mellitus tipo 2 (BODEN et al., 
2005), doenças respiratórias (XANTHOPOULOS; TAPIA, 2017), distúrbios de sono (SOUSA et al., 2008), distúrbios psicológicos 
(ex.:aumento da ansiedade, diminuição da autoestima e satisfação da imagem corporal) (MATHER et al., 2008; PETRY et al., 2008) 
e tem sido observada uma maior prevalência de alguns tipos de câncer em indivíduos obesos (PILZ; MARZ, 2008). Além disso, a 
obesidade tem sido negativamente associada ao nível de aptidão física de adolescentes (NIKOLAÏDIS, 2012). 
Assim, devido às diversas consequências nocivas do excesso de gordura corporal sobre a saúde, a Organização Mundial da Saúde 
estima que a obesidade, isoladamente, é responsável por aproximadamente 5% de todas as mortes que ocorrem no mundo (OMS, 
2009). No entanto, seus efeitos podem ser ainda mais graves, por essa doença estar associada a outras doenças que apresentam 
alta taxa de mortalidade, como a hipertensão arterial, responsável por aproximadamente 13%, e a hiperglicemia, responsável por 
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6% dos óbitos mundiais. 
O sedentarismo e a obesidade estão associados a um maior risco de mortalidade e desenvolvimento de 
diversas doenças crônicas não transmissíveis. Por outro lado, o aumento dos níveis de atividade física e a 
prática regular de exercícios físicos promovem benefícios físicos e mentais incontestáveis aos praticantes, 
incluindo um processo de crescimento mais saudável a crianças e adultos (ABESO, 2016). No entanto, o 
estímulo à adoção de um estilo de vida mais ativo e saudável deve ser estimulado não apenas com base 
nessas informações. O enfoque dos profissionais da área da saúde deve ser proporcionar atividades 
efetivas para a saúde e seguras, mas sobretudo prazerosas. 
O praticante deve ter a possibilidade de realizar atividades que goste e que lhe propiciem prazer ao realizá- 
las. Esse fator será fundamental para que o praticante adote esse estilo de vida mais ativo, não por medo ou 
como um remédio, mas por ser gostoso e prazeroso ser mais ativo fisicamente. Afinal, o ideal é que as 
pessoas sejam mais ativas não por um pequeno período de tempo, mas por toda a sua vida. Nesse sentido, o 
prazer sem dúvidas é determinante (NAHAS, 2013). 
Fontes: Abeso (2016) e Nahas

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