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Clínica de Aves e Suínos Doenças dos Suínos 05/06 Erisipela Suídea Também chamada de Ruiva dos Suínos Erisipela humana costuma ser causada por outra bactéria (Streptococcus pyogenes) Introdução • Importante em diversos países como ásia, europa, canada e eua • Foi diagnosticada no br em 1957 no RS • Não é só um problema de pele: também se apresenta como artrite infecciosa • Quem mais sofre são os mais jovens Etiologia • Bactéria Erysipelotrix rhusiopathiae • Bactéria presente em mamíferos no geral, mas os suínos são os mais afetados • Bactérias encapsulada. Não deixa os leucócitos fagocitarem • Logo: alta virulência • É um bacilo, apesar de não parecer • Organismos extremamente resistentes, principalmente em temperaturas baixas • Por isso o impacto é maior em regiões mais frias Suínos são os principais reservatórios. Muitas vezes acabam sem apresentar sinais clínicos, mas eliminam a bactéria nas fezes e/ou secreções, contaminando o ambiente Transmissão • Ingestão de água e alimentos infectados • Compartilhamento de comedouros e bebedoiros • Transmissão cutânea • Secreções nasais, orais As lesões da pele infectam o ambiente, inclusive as camas • Roedores e animais silvestres podem ser fontes de infecção • Se a bactéria estiver presente no ambiente, a bactéria adentra a partir de feridas pré existentes Suínos de todas as idades podem ser acometidos. Porém: se a mãe for vacinada, os leitões mais jovens recebem imunidade via colostro, desenvolvendo imunidade pra isso. Mas, se for infecção via oral, acaba que a imunidade materna não adianta muito. Serve mais pra via cutânea. Mas com o passar do tempo as taxas de imunoglobulina caem e o animal volta a ser susceptível. E, após 3 anos de idade, o animal não é afetado pois já tem imunidade necessária. Mas, se for imunossuprimido, não consegue debelar a infecção. Pré-disposição: • Mudanças na alimentação, temperatura, superlotação, transporte, estresse Suínos são muito sensíveis a variações de temperatura. • Presença de matéria orgânica: fazer o uso de desinfetantes fenólicos e cresóis, pois tem boa ação residual. Caso contrário, a bactéria se perpetua no ambiente Patogenia A patogenicidade relacionada a sobrevivência no interior das células fagocitarias devido a presença da sua cápsula. Ocorre influência de fatores como: • Idade do suíno • Nível de anticorpos (pelo colostro ou vacina) • Intensidade da contaminação ambiental • Virulência bacteriana: existem cepas mais ou menos virulentas • Fatores imunossupressores (“manejites”) Infecção a partir da ingestão de água e alimentos contaminados, lesões na pele. Isso causa a penetração da bactéria nas tonsilas e tecido linfoide, indo para a corrente sanguínea Pela corrente sanguínea, ela se espalha pelo resto do corpo. Essa é a fase de bacteremia. A bactéria é produtora de uma enzima chamada neuroaminidase. A presença dessa enzima é um dos fatores que pode levar a aborto em fêmeas e atingir tecido espermiogênico, apesar de não ser muito comum. Como tá na corrente sanguínea, a bactéria atinge outros órgãos alvos; isso pode causar outras afecções como artrite, problemas cardíacos, etc. Sinais clínicos Fase aguda • Febre de até 42 graus celsius • Prostração • Andar cambaleante, pois lembre que também afeta as articulações • Lesões cutâneas na forma de diamantes com áreas de necrose. Formatos bem assimétricos • Fêmeas podem abortar • Machos apresentam infertilidade temporária, já que se consegue debelar a doença a partir de antibioticoterapia • Morte Erisipela congênita: quando a mãe está enferma e passa pros leitões. Isso acarreta inabilidade para andar e as articulações ficam lesionadas. Subaguda • Mais leve. • Febre moderada • Menos lesões na pele • Apetite normal Crônica • Não se vê as afecções cutâneas • Artrite proliferativa que tende a evoluir • Insuficiência cardíaca. Ocorre proliferação de tecido granulas nas valvas cardíacas, destruindo as valvas e causando essa insuficiência Lesões Macroscópicas • Forma aguda: esplenomegalia, petéquias no epicárdio e córtex renal, linfonodos aumentados • Feridas na pele sob forma de diamante e necrose. É quase patognomônico • Endocardite vegetativa nas valvas atrioventriculares • Artrite: proliferação da membrana sinovial e erosão da cartilagem Microscópicas • Bastonetes gram positivos. São pequenos, finos, retos OU encurvados • Lesões de pele são caracterizadas por perivasculite mononuclear Diagnóstico • Granja: é uma doença de rebanho. Logo, observa-se os animais do lote inteiro. • Cultivo de bactérias de sangue, órgão ou pele • ELISA: animais vacinados podem apresentar falso positivo • PCR: desvantajoso por precisar de 24 cultivos para que haja um número detectável de bactérias Tratamento: • Antibioticoterapia: Responde super bem a Injeção de penicilina: 5 dias. Casos crônicos não respondem bem ao tratamento. • Controle e prevenção - Esquema de vacinação de leitões: Animais de 6-10 semanas de idade e repetir após um mês - Esquema de vacinação das matrizes: Recebe vacina antes da cobertura - Fêmeas de reposição Vacinação na chegada Repete após 20 dias Importante: Mesmo vacinados, os suínos ainda são portadores da doença Síndrome da diarreia pós desmame (SDPD) Introdução • Doença multifatorial que acomete leitões nas 2 primeiras semanas de vida • Fatores de estresse são importantes • Pode ter um ou mais fatores etiológicos • Tudo depende da questão ambiental de higiene e manejo • Atualmente: muita influência de criações tecnificadas, reduzindo a idade do desmame e mistura dos leitões de lotes diferentes • Grande importância econômica Etiologia Escherichia coli: polibacilose produz uma enterotoxina LT que destrói o epitélio intestinal Outros agentes também podem estar envolvidos Clostridium perfringens Isospora suis Lawsonia intracellularis Salmonella Coccidiose Fatores de risco: granja susceptível ou lote susceptível Epidemiologia Agente infeccioso pode vir da baia contaminada para a baia limpa a partir de: • contaminação do tratador • instrumentos de desinfecção sujos, • contaminação residual da creche • má desinfecção entre lotes Na creche existem alguns cuidados específicos nas primeiras semanas para ambientar os animais para não sofrerem tanto, logo, não adoecerem tanto. Tem que ver o conforto térmico, qualidade da água e alimento Patogenia Animais de 25-28 dias de idade vão estar com a imunidade abalada mesmo que tenha ingerido o colostro. O desmame precoce promove estresse. • Separação física da mãe • Mudança ambiental • Carga imunológica e microbiológica diferente • Nova hierarquia social na creche • Mudança brusca de dieta Como acontece Ingestão da E. coli patogênica, colonizando o íleo e jejuno. a bactéria se adere ao enterócito, estimulando a secreção de água e eletrólitos para o lúmen intestinal. Isso promove a diarreia, perda de peso e possivelmente morte. Sinais Clínicos • Diarreia aquosa, pastosa e de coloração cinza-amarelada • Desidratação • São sinais transitórios (desaparece em 3-5 dias) • A morte ocorre se a diarreia for muito grande • Surtos de colibacilose: desidrata muito e pode leva a morte em 24h por desidratação • Surto a partir de cepas pouco patogênicas: não causa mortalidade, mas reduz o ganho de peso e conversão alimentar Lesões macroscópicas • Carcaças desidratadas • Cianoses nas extremidades • Estômago cheio de alimento, serosa sem brilho, mucosa gástrica pode estar congesta •Fígado congesto • ID dilatado, mucosa congesta e conteúdo aquoso • Ceco com pH alcalino, que favorece a proliferação de E. coli • Hiperplasia das criptas: presença de muitos cocobacilos nas criptas • Hipotrofia das vilosidades ID principalmente em quadros associados a rotavírus Diagnóstico • Sinais clínicos (aparecimento de diarreia entre 5-10 dias pós desmame) • Exames laboratoriais em leitões não medicados, inteiros • Necrópsia de jejuno e íleo • Exame microbiológico e/ou molecular • Histopatológico Controle e profilaxia A doença ocorre em surtos. Sendo assim: • Arraçoamento de forma gradativa em pequenas quantidades • Fornecer medicação na água ou ração. Pode usar aminoglicosídeos e colistina • Reidratar com água. Acesso a água. • Pode fazer um soro caseiro (20g de glicose, 0,2g de bicarbonato de sódio, 0,2g de lisina e 0,05g de vit C por litro) • Vazio sanitário • Higiene da baia • Não desmamar leitões com menos de 6,3kg • Consumo médio de ração por leitão é de 500g/dia • Maximizar a ingestão de alimentos. Pode misturar com água pra aumentar a palatabilidade e colocar comedouros extras nas baias Meningite suína Introdução • Enfermidade emergente (ou seja, crescente) • Doença infectocontagiosa • Leitões na fase de maternidade, creche e terminação • Sinais nervosos, febre e morte súbita • Zoonose ocupacional Etiologia • Bactéria Streptococcus suis • Formato de colar de pérolas • Gram positivo • 35 sorotipos • Tipo 2: é o mais virulento • Os mais frequentes no BR são 2, 1, 3, 7 e 8 Resistência e sobrevivência • Sobrevive em temperatura ambiente nas fezes por 8 dias • Sobrevive em tecidos ou fluidos de suínos por 10 dias a 4 graus celsius • Sobrevive e se prolifera em vacinas de hidróxido de alumínio. Ou seja, se você guardar a vacina ou reutiliza a seringa pode carrear a bactéria • Sensível a iodo, hipoclorito, clorexidine, formaldeído, amômia quarternária e fenóis • Resistente ao álcool 70% Epidemiologia • Granjas de produção intensiva • Erros de manejo • A doença pode ser introduzida através de aniais portadores assintomáticos • A bactéria pode ser encontrada no trato respiratório ou tonsilas • Histórico de ocorrência de outras doenças, significa um manejo sanitário deficiente. Favorece o surgimento da meningite • Fase de desmame/creche/crescimento podem ser susceptíveis ao adoecimento devido a queda da imunidade • Fômites carreiam o S. suis. • Os leitões podem se contaminar no momento do parto, no canal vaginal Patogenia A bactéria entra via respiratória e se prolifera nas tonsilas. A partir disso, vai pros linfonodos mandibulares e a depender de como ela se replique, ela pode causar até septicemia. Mas não é todo caso que pode causar septicemia. Mas pode se multiplicar nos linfonodos e fazer com que elas se adentrem nas articulações, meninges e outros tecidos. O organismo produz mais monócitos, mas eles são improdutivos. Aí gera meningite. Sinais clínicos Em leitões lactantes • Apatia • Diarreia • Febre • Cerdas arrepiadas • Vomito • Forma septicêmica: artrite, articulações inchadas e doloridas, tremores musculares e hipersensibilidade ao tato Leitões desmamados • A bactéria sofre incubação por 1-2 semanas • Anorexia • Apatia • Febre • Hiperemia na pele (as vezes) • Incoordenação motora • Movimento de pedalagem • Decúbito lateral • Opistótono e convulsão • Cegueira • Surdez • Artrite • Claudicação • Ataxia e paralisia Morte 4h pós sinais clínicos neurológicos Lesões Macroscópicas Forma septicêmica • Carcaça hiperêmica • Linfonodos congestos e aumentados • Áreas disseminadas de pneumonia • Congestão de órgãos parenquimatosos e exsudação serofibrinosa sobre as serosas Lesões cardíacas: • Endocardite • Equimoses • Áreas brancacentas no miocárdio Microscópicas • Exsudação de fibrina • Infiltração de neutrófilos nas meninges que, com a evolução do quadro, tende a se tornar mononuclear Diagnóstico • Histórico • Sinais clínicos • Lesões nos suínos necropsiados • Exames bacteriológicos de swab colhido nas meninges ou do líquido cefalorraquidiano • Histopatológico: encéfalo, incluindo meninges • Portadores assintomáticos identificados através da biopsia ou swab de tonsilas Tratamento e controle • Antibioticoterapia: penicilina, ampicilina, amoxicilina, cefalosporina, fluorfenicol, quinolona, sulfa com trimetropim • Analgésico e antiinflamatório • Medicar e isolar os animais doentes • Comunicantes devem ser medicados • Tratamento do rebanho: misturar o antibiótico na ração ou água • Minimizar o estresse • Limpar e desinfetar as instalações
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