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Clínica de aves e suínos Patologias de Suínos Doença de Aujeszky Enfermidade viral infectocontagiosa Notificação obrigatória Também conhecida como: • Pseudo-raiva (como afeta o sistema nervoso, ele dá aquela irritabilidade) • Paralisia bulbar • Peste de coçar (porque afeta outras doenças. Ela acomete os nervos periféricos e promove prurido intenso) Afeta os suínos e outros animais a partir dessas formas: • Distúrbios nervosos • Distúrbios respiratórios • Distúrbios reprodutivos Existe uma tabela do MAPA que é a “situação sanitária das doenças de animais terrestres”. Nela, fala sobre as espécias e o status dela no país (doença presente, doença nunca registrada, infecção limitada a uma ou mais zonas domésticas, doença erradicada...). Status sanitário. No caso da Aujeszky, é uma doença presente no território brasileiro. De acordo com os dados oficiais: • doença relatada no CE, SP, PR, MS • 2 espécies foram notificadas: suínos e bovinos. Não é uma doença muito preocupante em 2020. A suinocultura no RN é bem arcaica, de subsistência, pequeno produtor... Lembrando que esses dados não são 100% fidedignos devido à subnotificação. Introdução • alto índice de mortalidade • alto índice de morbidade • Um grande indicativo da doença é a queda de produtividade nas matrizes • Os leitões que nascem, possuem falhas no desenvolvimento, crescimento e terminação. • Doença endêmica no Brasil em MG, RJ, RS, MT Definição Doença infectocontagiosa do sistema nervoso que acomete diversas espécies de mamíferos domésticos, com maior prevalência entre os suínos, ocasionando à manifestações nervosas, reprodutivas e respiratórias, causada por herpes vírus. Acomete animais domésticos que convivem com os animais de criação. Etiologia • Família herpesviridae • Subfamília alphaherpesviridae • Gênero varicellovirus • O período de latência ocorre no sistema nervoso • Vírus de DNA. O animal infectado sempre estará infectado (não tem cura, mas tem vacina) • Icosaédrico envelopado • Herpesvirus suíno tipo I Como ocorre a replicação 1. Ocorre a ligação entre as glicoproteínas que estão na cápsula do vírus em um receptor celular. Isso faz com que ele seja englobado por uma célula 2. Ocorre a fusão de membranas e liberação do nucleocapsídeo do vírus 3. Liberação e circulação do DNA do vírus 4. O DNA viral comanda os RNAm para que eles transcrevam novos vírus. O RNAm vai lá no ribossomo 5. Ocorre a tradução de proteínas virais. Proteínas prontas 6. Replicação do DNA viral que está dentro dos nucleocapsídeos 7. Formação de novas partículas virais 8. formação de vacúolos 9. liberação de novos vírus espécies afetadas • o suíno é o principal, mas tem surto em: • bovinos • equinos • ovinos • pequenos animais (cães e gatos) Transmissão • Principalmente por aerossóis – presentes em secreções nasais e salivares e em excreções de sêmen, secreções genitais e restos fetais de porcas que abortam • Oral: água e alimento contaminado e leite • Vertical (intrauterina) • Para matrizes e reprodutores: É feito um teste de diagnóstico e deixado em quarentena. Por isso é importante adquirir os animais a partir de GRSCs (granja de reprodutores de suínos certificadas) Animais silvestres podem ser reservatórios... EPIs também podem carrear o vírus, etc. Patogenia O vírus se instala nas tonsilas palatinas (amígdalas) lá no epitélio respiratório. Aí se replica lá. Ele pode adentrar a partir de feridas, também. O vírus é retrógrado: age de fora pra dentro; ação retrógrada. Ele sobe no axônio da periferia para o sistema nervoso. Vai do nervo pro cérebro. Porque lembre-se que o sentido normal é o centrífugo: de dentro pra fora. Do SNC para o epitélio (periferia). Não é o que acontece com esse vírus. Afeta os nervos: olfatório, trigêmeo e glossofaríngeo. E aí vai para o resto do corpo e aparece as coceiras e demais sinais clínicos, reprodutivos e respiratórios. Tonsilas > nervos cranianos > cérebro > corpo Infecção aguda e não veio a óbito: o vírus entra em estado de latência. O vírus fica no gânglio trigêmeo ou bulbo olfatório. Por alguma questão de imunossupressão, ambiente estressante etc, a imunidade cai. Isso colabora para a reativação do vírus. Isso ocasiona em partículas virais se replicando e disseminando o vírus. Patogenia do Trato Respiratório O vírus fica no epitélio respiratório. Os macrófagos atuam. Nos casos de imunossupressão, a titulação do vírus é bem alta. As imunoglobulinas ficam bem evidentes nos exames. Parte Reprodutiva • Nascimento de leitegadas pequenas • Abortos macerados, mumificados • Natimortos • Leitegada normal e através do contato com o leite ou secreção materna, acabam se infectando. Em relação ao embrião ou feto, a gente observa a morte ou reabsorção dele. Sinais Clínicos Forma clássica: • Neurológica • Respiratória • Reprodutiva Leitões com 1-4 dias: • Febre • Anorexia • Depressão • Sialorreia e pelos arrepiados • Morte Leitões 5-10 dias • Sintomatologia anterior • Incoordenação motora • Convulsões • Mioclonias (espasmos) Leitões 30 dias • Sintomas anteriores • Movimento de pedalagem (bem característico) • Decúbito • Opistótono (alivia a pressão intracraniana) • Andar pra trás • Excitabilidade • Ranger dos dentes • Morte (24-48 dias pós sinais clínicos) Sinais Clínicos em adultos Respiratório • Pneumonia • Descarga nasal • Espirros • Porcas em gestação • Hipertermia • Anorexia, movimentos de falsa mastigação, salivação intensa • Reabsorção fetal • Retornos ao cio • Mumificação, abortos, natimortos, malformações • Nascimento de leitões fracos • Infertilidade Sinais Clínicos de porcas em lactação • Hipertermia (40,5oC – 41oC por 12-48 horas) • Constipação • Anorexia • Agalaxia (não produz leite) – pode confundir com MMA • Transtornos puerperais Podem apresentar sinais clínicos nervosos, como incoordenação leve ou paraplegia dos nervos posteriores Sinais Clínicos de recria, terminação e reposição • Quanto maior a idade dos animais, menor é o sinal clínico • Hipertermia • Anorexia durante 2-3 dias • Abatimento • Constipação • Eventualmente sinais clínicos respiratórios Ou seja: sinais clínicos bem generalistas Sinais Clínicos de Cachaços (machos reprodutores): • Hipertemia • Anorexia • Depressão • Sintomas respiratórios • Infertilidade • Raramente ocorre sinais clínicos nervosos Lesões macroscópicas: Muitas vezes nem existem, mas: • Congestão de meninges • Hemorragias • Focos necróticos nas tonsilas e laringe • Edema pulmonar • Consolidação pulmonar (alvéolos colabados, textura rígida... lembre que deveria ser como uma esponja) com áreas disseminadas por diversos lobos • Rinite fibrinosa Diagnóstico • Isolamento viral • Testes sorológicos: - soroneutralização - ELISA - imunofluorescência direta - aglutinação em látex eles veem a taxa de globulinas. IMPORTANTE: Os anticorpos colostrais contra o vírus da doença de Aujeszky podem estar presentes em leitões ate 4 meses de idade. Portanto, pode ser necessário que se faça amostra ou perfil sorológico pareado para avaliar os níveis descendentes de anticorpos maternos. Ou seja, se a sorologia de um porquinho estiver alta pode ser por causa do colostro. Indicação do MAPA Provas sorológicas de ensaio imunoenzimático (ELISA triagem ou ELISA diferencial para a glicoproteína viral gE, naqueles estabelecimentos onde a vacinação é praticada) e o Teste de Neutralização, realizados exclusivamente em laboratório oficial ou credenciado!!! Imunofluorescência direta Faz uma lâmina e vê uma cor fluorescente onde o vírus está presente. Diagnóstico Diferencial• Erisipela (tem manchas na pele) • Meningoencefalite dos leitões – Streptococcus suis • Septicemia por Escherichia coli • Peste suína (sinais neurológicos) • Gastroenterite transmissível • Polioencefalomielite • Doenças reprodutivas que causem abortos • Doenças respiratórias como influenza suína, etc • Hipoglicemia neonatal: os porquinhos entram em hipoglicemia se não se alimentam bem e tal Controle e profilaxia • Abate dos animais contaminados. As granjas acometidas devem ser identificadas para que não haja • Vacinação: tem a vantagem de reduzir a gravidade de surtos Esquema de vacinação • Primíparas: 135 dias de idade e reforço 21 dias • Todas as porcas: 70-90 dias de gestação em todas as gestantes • Cachaços: duas doses de 21 dias – intervalo – revacina semestralmente • Leitão: 60 dias primeira dose e reforço com 21 dias Cuidados de manejo • Boas condições para a criação de porcos com controle adequado do clima • Utilizar sistema all in all out • Boa higiene e desinfecção de zonas desocupadas • Boas seguranças da exploração suinícola de forma a manter um sistema fechado, restringindo o contato com outras explorações (não sair misturando porco com galinha) • Saber de onde compra o animal Como erradicar? • Eutanásia • Venda de leitões na fase de recria e de reprodução com garantia de que estão saudáveis • Monitoramento pela vigilância epidemiológica • Comunicar a OIE qualquer coisa (pra preencher aquela tabelinha do início do resumo) • GTA com a vacinação
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