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Patologia Amanda göedert patologias da mama Histologia da mama: 15-25 lóbulos de glândulas tubualveolares compostas Cada lóbulo é uma glândula individual com seu próprio excretor - galactórforo (que desembocam diretamente no mamilo) Lóbulos são separados por TC denso e por tecido adiposo (estroma) Antes da puberdade não há glândulas, somente canais Na puberdade corre aumento do estroma e o desenvolvimento lóbulo-acinar e crescimento e ramificação dos ductos A maioria desse desenvolvimento ocorre na, ou logo após a puberdade, porém parte ainda ocorre até os 30 anos Diz que a mama só termina de se desenvolver completamente com a gestação O tipo de secreção da mama é apócrina, em que pedaços do plasma da glândula são liberados com o leite Epitélios: Internamente estratificado colunar ou cuboide e externamente epitélio estratificado pavimentoso – vai se tornando parecido com a pele Os ductos interlobulares e lóbulos possuem epitélio simples cúbico ou colunar, envolto por 2 camadas de células mioepiteliais Células mioepiteliais: Abraçam as unidades secretoras das glândulas, estão entre a lâmina basal e as células, são filamentos de actina e miosina, e queratina com função contrátil - auxiliam na secreção Há ductos ramificados e dúctulos que terminam em ácinos Os ácinos agrupados formam um lóbulo Há ductos interlobulares (ou ductos terminais) e os extralobulares, que são os que estão se direcionando para o mamilo O estroma, que é o que dá sustentação para a mama pode mudar de acordo com a idade e sofre influência da quantidade de gordura corporal, quantidades de gestações, genética, etc Há estroma adiposo e fibroso Gestação e lactação: Intenso crescimento devido aos estrógenos, progesterona, prolactina e hormônio lactogênico placentário humano As células aumentam de tamanho, há aumento do número de lóbulos e ácinos Ocorre a completa formação das unidades alveolares terminais Crescimento do estroma Células epiteliais aumentam em tamanho, volume, citoplasma vacuolizado secretório Há armazenamento de leite no lúmen dos alvéolos Alvéolos: Ativamente secretores na lactação Citoplasma vacuolizado, preenchidos por gotículas de lipídios Na porção apical das células há ainda um número grande de vacúolos contendo caseínas e outras proteínas do leite, que incluem lactalbumina e IgA. Após o período lactacional ocorre regressão Alvéolos sofrem degeneração e apoptose Células são liberadas nos lúmens dos alvéolos e seus fragmentos retirados por macrófagos Na menopausa há uma tendência à involução devido ao estímulo hormonal reduzido Patologia mamária: Apresentações clínicas: Mastalgia ou Mastodinia: Dor relacionada ao ciclo menstrual, condição benigna que raramente está associada a neoplasia Inflamação: Relacionado ao período locacional Descarga papilar: É uma secreção saindo do mamilo, benigno ou maligno, as bilaterais com líquido mais transparente e fino são em sua maioria benignas as unilaterais com líquido sanguinolento são mais malignas - importante enviar para a citologia Massas palpáveis devem ser sempre investigadas Patologia: Risco de malignidade sobe com a idade, tendo um pico aos 50-60 anos Rastreamento mamográfico detecção das neoplasias mais precocemente, ainda não palpáveis Ultrassom de mamas Técnicas diagnósticas principais: PAAF, punção aspirativa por agulha fina, é uma técnica cada vez menos utilizada pois é muito inespecífica, sempre guiada por ultrassom, entretanto, não é possível visualizar muito tecido e mais células. Tem baixo custo então muitas vezes é a utilizada, mesmo não sendo específica e não dando muitas características CORE, biópsia por agulha grossa, é a mais indicada para nódulos com suspeita de malignidade, ela torna possível a análise histológica do tecido, e torna possível Imunoistoquímica e outras caracterizações do nódulo Exame transoperatório ou "congelação", feita durante a cirurgia, patologista durante a cirurgia raspa o tecido retirado pelo mastologista e na hora determina se há malignidade, linfonodos também. Diagnóstico depende da origem do tumor (epiteliais, mioepiteliais, estromais, estromais + epiteliais) · Processos inflamatórios · Neoplasias estromais (puras ou com componente epitelial junto) · Lesões epiteliais benignas · Neoplasias epiteliais malignas Carcinoma Processos inflamatórios: Mais comuns em período lactacional Germe mais relacionado é o S. aureus (pode haver abcesso) Reações por corpo estranho, infecções etc. · Mastite granulomatosa idiopática · Mastopatia linfocítica (associada a diabetes melito) · Processo inflamatório do tipo "corpo estranho" (principalmente associado a próteses mamárias, ocorre inflamação na capa fibrosa que é formada pelo organismo ao redor da prótese) reação por corpo estranho, pedaços de silicone Neoplasias estromais Existem as puras, que são do estroma interlobular, então não possui partes epiteliais. Ex: lipoma, sarcoma, hemangioma etc. E existem as neoplasias do estroma intralobular, possuem estroma + epitélio, lesões “bifásicas”. Ex: Fibroadenomas e Tumores filoides Neoplasias “bifásicas”: Proliferação neoplásica de fibroblastos lobulares também estimula a proliferação reativa de células epiteliais. (ESTROMA + EPITÉLIO) Conforme os fibroblastos se proliferam, “empurram” os ductos e lóbulos, que ganham aspecto alongado, em fenda Os dois principais tumores fibroepitelais é: fibroadenoma e tumor filoide FIBROADENOMA: Comum, benigno e muito frequente em adolescente e jovens, muitas vezes não precisa ser retirado, mas deve ser acompanhado Nódulos bem delimitados, superfície nodular na macroscopia tem aspecto fibroso Tende a ser bem redondo, aspecto de fenda com ductos alongados, estroma proliferado, "aspecto de chifre de veado" TUMOR FILOIDE: Pode ser benigno, intermediário e maligno, mesmo que seja benigno precisa de acompanhamento rigoroso e geralmente se opta pela retirada. São mais raros, ocorre supercrescimento estromal, nódulos bulbosos, padrão de crescimento foliácelo – parece uma folha O fibroadenoma e tumor filoide são praticamente impossíveis de diferencias em aspirações por PAAF (necessária avaliação da celularidade do estroma e avaliação arquitetural) Pode ser difícil diferenciar na biópsia, muitas vezes necessitando exérese do nódulo em casos duvidosos Neoplasias estromais “puras”: Não exclusivas da mama Hemangiomas, lipomas, sarcomas Pode ser o de vasos - Angiossarcoma, raro, mas muito associado a radioterapia Lesões epiteliais benignas não proliferativas: Sem risco de evoluir para carcinoma Tem três alterações morfológicas principais: Cistos, fibroses e metaplasia apócrina, essas alterações juntas são chamadas de alterações fibrocísticas da mama Adenoses podem ser benignas, depende do tipo Adenose = aumento de ductos mamários e eventualmente dilatação Possui uma única camada de células epiteliais (sem proliferação) + mioepiteliais Pode formar nódulos e microcalcificações Lesões proliferativas sem atipias: Hiperplasias policlonais: hiperplasia ductal usual/sem atipias, adenose esclerosante, alterações de células colunares, lesão esclerosante complexa e papilomas Risco ligeiramente maior de desenvolver câncer Lesões epiteliasi proliferativas com atipias Pré-neoplásico Risco moderadamente aumentado de desenvolver carcinoma (13-17%) O risco é bilateral Dois subtipos: Hiperplasia lobular atípica (HLA) e hiperplasia ductal atípica (HDA) Carcinoma mamário: Tumor maligno epitelial da mama Neoplasia maligna mais comum entre as mulheres Risco aumenta com a idade, com um pico entre os 50-60 anos Quase todas as doenças malignas da mama são adenocarcinomas Sempre se faz a Imunoistoquímica, para determinar o subtipo hormonal, para saber qual tratamento deve ser empregado Fator protetor: Aleitamento materno Fatores de risco: Mutação em genes supressores de tumor, menarca precoce e menopausa tardia, gestações tardias, doenças proliferativas da mama, histórico de radiação, obesidade, etilismo, tabagismo, reposição hormonal pós menopausaetc. Painel hormonal – Imuno Histoquímica: RE - receptor de estrogênio RP - Receptor de progesterona HER2 - receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (ERBB2) (oncogene) Também é pesquisado o índice de proliferação celular (marcador Ki-67, quanto mais alto, mais as células estão se dividindo) Subclassificações: RE positivo (HER2-negativo; 50%-65% dos cânceres). HER2 positivo (RE-positivo ou negativo, 10%-20% dos cânceres). Triplo negativo (RE, RP e HER2 negativos, 10%-20% dos cânceres) Os três subtipos possuem morfologias, resposta ao tratamento e prognóstico diferentes Outra classificação semelhante: Luminal A: (60%); Luminal B; HER enriquecido, basal-like etc. Patogenia – genética: Mutações herdadas em células da linhagem germinativa (herdadas) --> BRCA 1 e BRCA2, são supressores tumorais Codificam proteínas necessárias para o reparo de certos tipos de danos ao DNA Essas mutações dão maior risco de câncer de mama e de ovário A maioria dos portadores desenvolve o câncer de mama até os 70 anos Outros genes: TP53, PTEN Mutações esporádicas: BRCA pode ser esporádico TP53 comum Via de sinalização PI2KAKT Mutação do HER2 (amplificação): Neoplasias altamente proliferativas, antigamente péssimo diagnóstico, hoje há a terapia alvo com ac monoclonal (Trastuzumabe) - melhor prognóstico O HER2 é um receptor de tirosina quinase, vai promover proliferação celular e se opor a apoptose Influência hormonal: A maioria dos carcinomas de mama são estrogênio dependente O estrogênio estimula a produção de fatores de crescimento, que promove desenvolvimento do tumor Importância comprovada pelo benefício dos tratamentos com antagonistas de estrogênio (ex: tamoxifeno) Morfologia O carcinoma de mama pode ser classificado quanto a invasivo ou in situ, ou seja, se já ultrapassou a lâmina basal ou não Possui subclassificações: · Carcinoma “ductal” invasivo (Atualmente: Carcinoma mamário invasivo, de tipo não-especial - OMS, 2019) - 70-80% · Carcinoma Lobular invasivo - 10-15% · Carcinoma Tubular - 5% · Carcinoma com características Medulares – 5% · Carcinoma mucinoso/Coloide - 5% · Outros mais raros Carcinoma ductal – in situ: OU carcinoma ductal intraepitelial Atipias restritas ao epitélio, não ultrapassa lâmina basal – in situ Ducto cheio de células neoplásicas, restritas ao ducto - estão "contidas" dentro do ducto Padrões sólido, cribriforme, micropapilar, comedo-carcinoma Carcinoma lobular – in situ: Neoplasia lobular não invasiva Não se estadia como um carcinoma Expande os lóbulos Acomete os lóbulos, então os ácinos estão repletos de células neoplásicas, quando se torna invasivo ele rompe a membrana basal e se espalha pelo estroma Doença de paget do mamilo: 100% das pacientes têm algum carcinoma As células que compõe a doença de Paget derivam do carcinoma ductal Região eritematosa, mais avermelhadas, prurido, pode exibir exsudato ou eritema perimamilar, pode estar associado ao carcinoma invasivo subjacente Apenas 4% dos carcinomas mamários tem essa característica – raro Histologia: Células isoladas ou ninhos "subindo" na epiderme do mamilo - disseminação pagetoide Carcinomas ductal invasivo: Ultrapassa a membrana basal Carcinoma mamário invasivo do tipo não especial - OMS Não se enquadra em nenhuma variante - diagnóstico por exclusão Aspecto histológico variável Tende a formar ductos, glândulas, com padrão tubular Maioria forma túbulos ou “ductos”, e tem moderada atipia nuclear Origem da unidade ducto-lobular terminal Graduação de acordo com atipias: Bem diferenciado (forma túbulos), mais frequente (intermediário) e pouco diferenciado (difuso) Subtipos especiais de carcinoma mamário: Carcinoma lobular invasivo: Segundo mais frequente Mutação da E-caderina, e por isso as células não fazem adesão e isoladamente infiltram o tecido Na macroscopia geralmente são lesões menos delimitadas – não forma nódulos Histologia: células infiltrando de maneira isoladas, sem muitas atipias - lesão em fila indiana de células atípicas e lesão em alvo - células ductais se organizam em volta do núcleo Carcinoma com características medulares: Triplo negativo Lesões bem delimitadas Células altamente pleomórficas em blocos, cercados por acentuado infiltrado linfocitário (princ. Céls T) Indicam melhor prognóstico (melhor resposta à QMT) Pcte com mutação de BRCA1 frequentemente tem este subtipo ESSE ELA DISSE QUE É SÓ PRA SABER Q TEM, MAS VAI QUE cARCINOMA MUCINOSO/COLOIDE: Semelhante ao visto no Trato gastrointestinal. Blocos neoplásicos “boiando” em lagos de mucina >50% do tumor precisa ter este padrão DE NOVO, SÓ PRA SABER Q TEM Carcinoma inflamatório: Diagnóstico clínico Mama edemaciada, eritematosa, com “massa” difusa Pele com aspecto de casca de laranja (peau d’orange) Altamente agressivo, geralmente Carcinomas pouco diferenciados (Pode ser qualquer subtipo) Estadiamento avançado Carcinoma inflamatório: Infiltração difusa e oclusão de vasos linfático na derme Dificuldade de retorno do líquido intersticial – aspecto clínico Carcinoma mamários invasivos: Todos os subtipos são graduados (túbulos, núcleo e mitoses) Existem outras variantes mais raras (tubular, apócrino, micropapilar, metaplásico) ESTADIAMENTO (AJCC 8a. edição): pTNM pT = tamanho do tumor pN = quantidade de linfonodos + pM = presença de metástases à distância Mamas masculinas: Não desenvolve lóbulos ou ácinos, apenas ductos Ginecomastia (aumento das mamas masculinas) Em torno de 1% dos cânceres de mama são em pacientes masculinos Morfologia semelhante Conclusão: Rastreamento Investigação se presença de qualquer alteração suspeita Importância do anatomopatológico e também da Imuno-histoquímica (quando necessário também Biologia molecular/genética)
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