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2018
Metodologia e técnicas 
de Pesquisa eM econoMia
Profª. Tatiane Thaís Lasta
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Profª. Tatiane Thaís Lasta
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
L349m
 Lasta, Tatiane Thaís
 Metodologia e técnicas de pesquisa em economia. / Tatiane 
Thaís Lasta – Indaial: UNIASSELVI, 2018.
 
 153 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0182-5
 
 1.Pesquisa - metodologia – Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo Da Vinci.
 
CDD 001.42 
Impresso por:
III
aPresentação
Prezado acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro de Estudos de 
Metodologia e Técnicas de Pesquisa em Economia! Estamos iniciando uma 
nova disciplina no seu curso. Esta disciplina tem por finalidade orientar as 
pesquisas no âmbito da economia, além de prepará-lo para o tão esperado 
trabalho de conclusão de curso. Além disso, a intenção é que ele seja um 
subsídio para as orientações metodológicas que lhe auxiliarão na escrita de 
artigos científicos ou de quaisquer textos que, por ventura, serão realizados 
até o final desta jornada. 
A proposta é que este livro seja um auxílio para a pesquisa acadêmica 
voltada especificamente para as ciências econômicas com a intenção de 
facilitar a construção de suas pesquisas acadêmicas futuras.
A pesquisa, a busca pelo saber e pelo conhecimento têm fundamental 
importância para a humanidade, pois é a forma de sistematizar a realidade a 
fim de compreendê-la. 
Neste contexto, a finalidade deste livro é fornecer elementos básicos 
para construir um bom projeto de pesquisa, que resultará posteriormente em 
uma boa pesquisa.
A Unidade 1, intitulada “Natureza do conhecimento científico”, está 
dividida didaticamente em três tópicos, sendo que o primeiro deles aborda o 
pensamento científico, ciência e conhecimento; posteriormente, trata-se dos 
primeiros passos da pesquisa e, por fim, a pesquisa científica. Nesta unidade 
vamos estudar as diferentes formas de conhecimento, a diferença entre o 
saber popular ou senso comum e o pensamento científico, além de conhecer 
as demais formas de conhecimento. Ademais, discute-se sobre o que é 
ciência, o que é pesquisa, a importância da pesquisa científica no âmbito da 
ciência econômica e os diferentes tipos de pesquisa, a saber, quais destes se 
enquadram melhor para o seu campo de atuação. 
Na Unidade 2 serão detalhados os métodos e as técnicas de pesquisa 
em economia. Além disso, ocorrerão abordagens dos diferentes métodos 
utilizados nas diferentes formas de se fazer pesquisa no campo da economia.
Por sua vez, a Unidade 3 corresponde ao estudo das normas técnicas 
da ABNT, as quais são utilizadas para a escrita de artigos científicos e 
relatórios de pesquisa. Outrossim, haverá orientação de como elaborar um 
bom projeto de pesquisa.
IV
Neste livro de Metodologia e Técnicas de Pesquisa em Economia 
como um dos subsídios principais para esta disciplina, ao longo do livro 
deixaremos links úteis, indicações de vídeos, leituras complementares e 
indicações bibliográficas que posteriormente servirão como fonte de pesquisa 
complementar. Ao final de cada tópico foram elaboradas algumas questões 
de autoatividade sobre o conteúdo abordado, a fim de fixar os conhecimentos 
recém-adquiridos. 
Espera-se que o conteúdo da disciplina possibilite a compreensão das 
premissas da pesquisa científica e a importância dela no âmbito da ciência 
econômica, bem como auxiliá-lo em trabalhos científicos futuros. Desejamos 
a você, acadêmico, um ótimo aprendizado e que ao final desta disciplina 
seja capaz de aplicar os conteúdos aprendidos aqui, principalmente, os que 
são úteis no processo final do curso, o trabalho de conclusão! Afinal, esta é a 
maior finalidade desta disciplina! 
Aproveite este livro! 
Bons estudos! 
Profª. Tatiane Thaís Lasta
V
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfi m, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
VI
VII
TÓPICO 1 – NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO .................................................. 1
TÓPICO 1 – PENSAMENTO CIENTÍFICO, CIÊNCIA E CONHECIMENTO ............................ 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 O CONHECIMENTO CIENTÍFICO E O SABER POPULAR ..................................................... 4
2.1 CONHECIMENTO POPULAR ..................................................................................................... 5
2.2 O CONHECIMENTO FILOSÓFICO ............................................................................................ 6
2.3 O CONHECIMENTO RELIGIOSO .............................................................................................. 7
2.4 CONHECIMENTO CIENTÍFICO ................................................................................................. 8
3 O QUE É CIÊNCIA ............................................................................................................................... 10
4 A PESQUISA NA CIÊNCIA ECONÔMICA ................................................................................... 12
4.1 OS DESAFIOS DA PESQUISA NA ECONOMIA ...................................................................... 14
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 17
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 18
TÓPICO 2 – PRIMEIROS PASSOS DA PESQUISA ......................................................................... 19
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19
2 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA PESQUISA .......................................................................19
3 FASES DA LEITURA ............................................................................................................................ 22
4 TÉCNICAS DE LEITURA E ESTUDO ............................................................................................. 23
5 ANÁLISE DE TEXTOS ....................................................................................................................... 24
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 27
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 28
TÓPICO 3 – INTRODUÇÃO À PESQUISA ....................................................................................... 29
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 29
2 POR QUE FAZER PESQUISA? ......................................................................................................... 30
2.1 AS ETAPAS DE UMA PESQUISA ................................................................................................ 31
2.2 ESCOLHA DO TEMA DE PESQUISA .......................................................................................... 31
2.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ............................................................................................... 33
2.4 FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES ................................................................................................. 35
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA ................................................................................................... 36
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 38
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 39
UNIDADE 2 – MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA ......... 41
TÓPICO 1 – OS DIFERENTES TIPOS DE PESQUISAS ................................................................. 43
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 43
2 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................................... 43
2.1 ESCOLHA DO TEMA NA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ........................................................ 45
2.2 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO PRELIMINAR .............................................................. 47
2.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA EM UMA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ........................ 48
2.4 PLANO DE PESQUISA .................................................................................................................. 50
suMário
VIII
2.5 BUSCA DE FONTE E LEITURA DE MATERIAL ...................................................................... 51
2.6 LEITURA E FICHAMENTO DO MATERIAL ............................................................................. 52
3 PESQUISA DOCUMENTAL ............................................................................................................. 54
3.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA E DOS OBJETIVOS NA PESQUISA DOCUMENTAL .. 56
3.2 ELABORAÇÃO DE UM PLANO OU PROJETO DE PESQUISA ............................................. 56
3.3 COLETA DE DADOS NA PESQUISA DOCUMENTAL .......................................................... 57
3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS NA PESQUISA DOCUMENTAL ................ 57
3.5 REDAÇÃO DO RELATÓRIO ........................................................................................................ 58
4 LEVANTAMENTO .............................................................................................................................. 59
4.1 PLANEJAMENTO DE UM LEVANTAMENTO POR AMOSTRAGEM ................................. 63
4.2 DEFININDO OS OBJETIVOS ........................................................................................................ 64
4.3 DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO ................................................................................................. 65
4.4 DADOS A SEREM COLETADOS E TÉCNICAS DE COLETA ................................................ 65
5 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................................. 67
6 PESQUISA EXPERIMENTAL ............................................................................................................ 67
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 68
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 70
TÓPICO 2 – MÉTODOS DE ABORDAGEM NA PESQUISA
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 71
2 MÉTODO INDUTIVO ....................................................................................................................... 71
3 MÉTODO DEDUTIVO ....................................................................................................................... 74
4 MÉTODO DIALÉTICO ...................................................................................................................... 75
5 MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO ........................................................................................... 77
6 MÉTODO HISTÓRICO ..................................................................................................................... 78
7 MÉTODO COMPARATIVO .............................................................................................................. 79
8 MÉTODO ESTATÍSTICO .................................................................................................................. 80
9 MÉTODO MONOGRÁFICO ............................................................................................................ 80
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 81
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 84
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 85
TÓPICO 3 – TÉCNICAS DE PESQUISA EM ECONOMIA ............................................................ 87
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 87
2 TÉCNICAS DE PESQUISA ................................................................................................................. 87
2.1 DOCUMENTAÇÃO INDIRETA ................................................................................................... 87
2.2 DOCUMENTAÇÃO DIRETA ....................................................................................................... 88
3 TIPOS DE PESQUISA DE CAMPO ................................................................................................. 89
3.1 ENTREVISTA .................................................................................................................................. 91
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 92
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 93
UNIDADE 3 – A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO.................................... 95
TÓPICO 1 – CRONOGRAMA, ORÇAMENTO E ELEMENTOS DE PESQUISA ...................... 97
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 97
2 CRONOGRAMA E ORÇAMENTO DE UMA PESQUISA ......................................................... 97
2.1 CRONOGRAMA DA PESQUISA ................................................................................................. 97
2.2 ORÇAMENTO DA PESQUISA ..................................................................................................... 98
2.3 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS, TEXTUAIS E PÓS-TEXTUAIS ..............................................100
2.4 A ESCRITA DE UM TEXTO CIENTÍFICO ................................................................................104
IX
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................107
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................110
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................111
TÓPICO 2 – FORMATAÇÃO, CITAÇÕES E REFERÊNCIAS ......................................................113
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................113
2 A FORMATAÇÃO DE UM TEXTO CIENTÍFICO ......................................................................113
2.1 PAGINAÇÃO ESPAÇAMENTO ................................................................................................115
2.2 ORGANIZAÇÃO DE TÍTULOS E SUBTÍTULOS NO CORPO DO TEXTO .........................116
3 CITAÇÕES E REFERÊNCIAS NO CORPO DO TEXTO ............................................................117
3.1 CITAÇÃO DIRETA .......................................................................................................................118
3.2 CITAÇÃO INDIRETA ..................................................................................................................119
3.3 CITAÇÃO DA CITAÇÃO ............................................................................................................121
3.4 NOTAS DE RODAPÉ ...................................................................................................................121
3.5 REFERÊNCIAS DE DIFERENTES FONTES ..............................................................................123
4 O PROBLEMA DO PLÁGIO ...........................................................................................................128
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................130
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................133
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................134
TÓPICO 3 – FORMATAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS ..........................................................135
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................135
2 TABELAS .............................................................................................................................................135
3 GRÁFICOS ..........................................................................................................................................141
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................146
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................147
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................149
ANEXOS ..................................................................................................................................................151
X
1
UNIDADE 1
NATUREZA DO CONHECIMENTO 
CIENTÍFICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir dos estudos desta unidade, você será capaz de:
• conhecer a diferença entre o pensamento científico e o saber popular;
• diferenciar os tipos de pensamentos científicos;
• compreender o que é ciência; 
• conhecer e compreender as premissas da pesquisa científica;
• conhecer e compreender a importância da pesquisa no âmbito da ciência 
econômica.
Caro acadêmico! Esta unidade de estudos está organizada em três tópicos 
de conteúdos. Ao longo deles, você encontrará sugestões e dicas que visam 
potencializar os temas abordados e, ao final de cada um, estão disponíveis 
resumos e autoatividades que visam fixar os temas estudados.
TÓPICO 1 – PENSAMENTO CIENTÍFICO, CIÊNCIA E CONHECIMENTO
TOPICO 2 – PRIMEIROS PASSOS DA PESQUISA
TÓPICO 3 – A PESQUISA CIENTÍFICA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
PENSAMENTO CIENTÍFICO, CIÊNCIA E 
CONHECIMENTO
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, recentemente tem crescido muito o interesse voltado 
aos assuntos econômicos. É muito comum ouvir a opinião de especialistas no 
que se refere aos temas relacionados ao campo econômico. Diariamente ouvem-
se nos noticiários ou leem-se nos jornais temáticas relacionadas à economia, 
como: inflação, desemprego, desigualdades, crescimento econômico, políticas 
econômicas, crises financeiras, entre tantos outros. 
Todavia, é consenso que ter somente opinião é algo superficial e, por isso, 
a busca por pesquisas fundamentadas tem sido muito frequente. Isto é observado 
por meio de jornais e periódicos que buscam noticiar sobre economia, utilizando 
como foco resultados de pesquisas sérias e fundamentadas, a buscar, assim, 
compreender a natureza dos fenômenos econômicos de forma clara e precisa.
A importância desta disciplina se dá pela busca em aguçar o seu senso crítico, 
por exemplo, ao realizar uma leitura de um texto ou uma notícia, seja em jornais ou 
na internet, as quais possibilitam questionar as fontes daquela pesquisa e verificar 
se as fontes são seguras e confiáveis. O propósito não apenas para fazermos um 
paper ou trabalhos acadêmicos obrigatórios é, fundamentalmente, fazer perguntas, 
questionamentos, é ter sempre a intenção de conhecer mais, e isto não vale apenas 
para o pesquisador, mas para todos os cidadãos, pois é por meio da curiosidade e 
do conhecimento que se realizaram grandes feitos e a humanidade evoluiu. 
A grande questão é sempre uma interrogação, pois ao ler uma notícia em 
um jornal e ter a capacidade de interpretá-la, compreendê-la, e depois debatê-la 
a partir dos vários pontos de vista e, além disso, saber filtrar aquilo que você 
escolhe para se informar é também construir o seu trabalho ou artigo científico. 
As fontes tratam de algo muito importante a ser escolhido e, com minucioso 
cuidado, pois são estas que vão dar embasamento ao seu trabalho. Assim, em 
tempos em que chega até nós um volume muito grande de informações e acesso 
à internet instantaneamente a todo momento e lugar, diante disso, é muito 
importante saber separar o que é bom, o que é útil e o que é inútil. 
Por isso existe a necessidade de haver a disciplina de Metodologia e 
Técnica de Pesquisa em Economia no seu curso. Esta disciplina tem como objetivo 
orientar o conhecimento, as técnicas e os métodos de pesquisa para auxiliá-lo 
na produção do trabalho de conclusão de curso, além da construção de artigos 
científicos na área da economia. 
UNIDADE 1 | NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
4
2 O CONHECIMENTO CIENTÍFICO E O SABER POPULAR 
Quando falamos em conhecimento científico, primeiramente, é necessário 
distingui-lodas demais formas de conhecimentos e saberes existentes, já que este não 
é único. Historicamente, a tarefa de buscar o conhecimento e a verdade é frequente 
entre os homens, o que não difere dos diais atuais. Por exemplo, um camponês sem 
estudos, sem algum diploma, saberá exatamente o momento certo do plantio, da 
colheita e da utilização dos adubos para as diferentes culturas nos variados solos ou 
da mesma cultura em diferentes períodos de tempo no mesmo solo. 
Isto significa que o camponês baseia seu conhecimento na experiência 
vivida ou no conhecimento informal que é passado de geração para geração. 
No entanto, apesar da falta de rigor científico, esse conhecimento não deixa de 
ser importante. Este camponês possui um saber específico, chamado de saber 
popular, que nem sempre teremos a oportunidade de aprender nas escolas e nas 
universidades. Portanto, é um conhecimento válido e não menos importante que 
o conhecimento ensinado nas salas de aula. 
Se nos remetermos à antiguidade, ao período feudal especificamente, as 
terras eram divididas em duas grandes faixas, a que seria cultivada e a que estaria 
em descanso no período de um ano. Assim, intercalava-se o cultivo, ano após ano, 
primeiro com uma cultura específica e depois com outra, mas sempre deixando o 
solo descansar por um período. 
Se pensarmos nos dias atuais, a agricultura passou por uma grande 
revolução, máquinas e implementos substituem a enxada do pequeno camponês e, 
além disso, não há mais a necessidade de intercalar a utilização do solo, pois existem 
fertilizantes desenvolvidos em laboratórios, adubos químicos, novas técnicas de 
irrigações, além das sementes geneticamente modificadas, tudo isto permite uma 
alta produtividade e faz com que a qualidade do solo não seja prejudicada, sem que 
haja necessidade de deixar o solo descansar como se fazia no passado.
Tudo isso é possível por meio do conhecimento científico, oriundo das 
pesquisas voltadas para a modernização do campo, com introdução de tecnologias 
que vêm facilitando a vida do pequeno produtor. 
Paulatinamente são realizadas pesquisas a fim de aprimorar o manejo do 
solo, a utilização dos fertilizantes e o melhoramento das sementes para aumento 
da produtividade. Isto exemplifica como a pesquisa é importante na nossa vida, 
mas poderíamos pensar em outros exemplos que interferem no nosso dia a dia 
mais diretamente, como a evolução das tecnologias dos dispositivos de celular, 
dos computadores e do avanço da medicina a partir da descoberta de curas para 
diversas doenças ao longo do tempo. Tudo isto é possível graças à pesquisa e ao 
conhecimento científico! 
Ao retornamos ao raciocínio inicial, há claramente dois tipos de 
conhecimento; os quais serão tratados neste primaz instante. O primeiro, passado 
TÓPICO 1 | PENSAMENTO CIENTÍFICO, CIÊNCIA E CONHECIMENTO
5
de geração em geração por meio de uma educação informal que se baseia muito 
na imitação e experiência no dia a dia de uma família camponesa, a qual passa 
o conhecimento empírico dos mais velhos para os mais novos e que se pauta na 
tentativa e erro. 
Por sua vez, o segundo é um conhecimento obtido através de experimentos 
e treinamentos na busca por respostas e na explicação de como os fenômenos 
ocorrem. Por exemplo: por que o plantio desta cultura não frutificou em 
determinada época do ano? Por que durante o ano a produção do mesmo cultivo 
teve resultado menor que o ano anterior? O que o clima interfere na produção 
desta cultura? Qual é a relação da produção de uma determinada cultura com o 
tipo de solo? 
Assim, vão se buscando respostas para perguntas que parecem simples, 
mas que ainda não têm a solução correta. O conhecimento científico tem o papel 
fundamental de buscar estas e tantas outras respostas para diferentes problemas. 
Além de buscar, ele também serve para ampliar a visão, de maneira globalizante, 
sobre os fenômenos (LAKATOS; MARCONI, 2003; GIL, 2008).
2.1 CONHECIMENTO POPULAR 
O conhecimento popular, também chamado de senso comum, é baseado 
em crenças, religiões e tradições passadas durante décadas, as quais não têm 
necessidade de comprovação científica (tal qual o exemplo do camponês). 
Algumas das características do conhecimento popular podem ser pontuadas com 
base nos sentidos, nas crenças e nas tradições. Acredita-se no que se pode ver e 
sentir! Além disso, o senso comum é baseado nas experiências cotidianas, é um 
conhecimento informal que foi adquirido por meio das vivências em sociedade. 
Embora seja importante ressaltar que o saber popular é tão importante 
quanto qualquer outra forma de conhecimento. O quadro a seguir sintetiza as 
características do conhecimento popular. 
QUADRO 1 – CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO POPULAR 
Superficial
Conforma-se com a aparência, com aquilo que 
se pode comprovar simplesmente estando 
junto das coisas: expressa-se por frases 
como porque o vi, porque o senti, porque o 
disseram, porque todo mundo o diz.
Sensitivo Refere-se às vivências, aos estados de ânimo e às emoções da vida diária.
Subjetivo
Sujeito que organiza suas experiências e 
conhecimentos, tanto os que adquire por 
vivência própria, quanto os por ouvi dizer.
UNIDADE 1 | NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
6
Assistemático
Organização das experiências que não visa a 
uma sistematização das ideias, nem na forma 
de adquiri-las e nem na tentativa de validá-las.
Acrítico Pouca ou nenhuma criticidade e ou questionamentos.
FONTE: Adaptado de Lakatos e Marconi (2003)
DICAS
Prezado acadêmico, tente lembrar algum ensinamento de sua avó ou mãe 
passados de geração em geração, que você escuta desde criança. Por exemplo, manga 
com leite faz mal ao estômago, ou ainda, cortar os cabelos de acordo com as fases da lua. 
Isto são alguns exemplos de senso comum.
2.2 O CONHECIMENTO FILOSÓFICO 
Entre as várias formas de conhecimento, temos, além do conhecimento 
popular e científico, o conhecimento filosófico. Etimologicamente, a palavra 
filosofia tem origem grega, philo (derivada de philia: amizade, amor fraterno) e 
de sophia (sabedoria, de onde vem a palavra sophos, sábio). Neste caso, ocorre o 
contrário do que acontece no campo da ciência, já que este não pode ser refutado 
e nem confirmado. 
O conhecimento filosófico é racional, pois consiste em um conjunto de 
ideias e argumentos que são logicamente correlacionados. Além disso, esta forma 
de conhecimento se difere do saber popular porque é sistemático, as hipóteses e 
os enunciados buscam representar de maneira coerente a realidade que se está 
estudando e a tentativa de compreendê-la na totalidade.
Além disto, o conhecimento filosófico é baseado numa reflexão embasada 
por conceitos, ideias e uso do raciocínio. Este conhecimento surge a partir da 
capacidade do ser humano de refletir e buscar verdades e explicações para sua 
existência. Assim, o conhecimento filosófico busca respostas para os problemas 
da humanidade, além de discernir sobre o que é certo ou errado. 
Uma das principais preocupações do conhecimento filosófico é questionar 
e buscar respostas racionais para as questões sem comprovação empírica. Pode-
se afirmar que este é o modelo especulativo (LAKATOS; MARCONI, 2003). O 
quadro a seguir sintetiza as principais características do conhecimento filosófico. 
TÓPICO 1 | PENSAMENTO CIENTÍFICO, CIÊNCIA E CONHECIMENTO
7
QUADRO 2 – CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO FILOSÓFICO 
Sistemático Tem por base a reflexão para solução de questões problemáticas.
Elucidativo
Busca compreender os pensamentos, os conceitos, os problemas e as 
demais situações da vida que são impossíveis de serem desvendadas 
cientificamente.
Crítico
As informações devem ser profundamente analisadas e refletidas 
antes de serem levadas em consideração, todas baseadas num 
pensamento crítico. 
Especulativo Conclusões são baseadas em hipóteses e possibilidades devido ao uso de teorias abstratas.
FONTE: Adaptado de Lakatos e Marconi (2003)
Desta maneira, o conhecimento filosófico tem por base aanálise de ideias, 
sendo que o 
objeto de análise da filosofia são ideias, relações conceptuais, 
exigências lógicas que não são redutíveis a realidades materiais e, por 
essa razão, não são passíveis de observação sensorial direta ou indireta 
(por instrumentos), como a que é exigida pela ciência experimental” 
(LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 79). 
Este pensamento tem seu foco voltado às ideias, pois busca compreender 
a realidade, o qual questiona a relação do homem e das coisas da vida. Alguns 
exemplos são as reflexões sobre o sentido da vida, sobre a liberdade, ou 
ainda, perguntas como: a tecnologia poderá dominar o homem? As máquinas 
substituirão os homens no futuro? (LAKATOS; MARCONI, 2003).
2.3 O CONHECIMENTO RELIGIOSO 
O conhecimento religioso, também conhecido como teológico, representa o 
estudo de Deus, que provém do grego theos, que significa Deus; e logos, discurso/
tratado. Esta forma de pensar está apoiada sobre as doutrinas que contêm proposições 
sagradas reveladas por algo sobrenatural e tratadas como verdades inquestionáveis. 
Trata-se de um conhecimento sistemático do mundo e da origem da 
vida, tudo é considerado como obra da criação divina, suas evidências não são 
verificadas e a fé é o que predomina como verdade. A entrada de pessoas nas 
religiões passa a ser considerado um ato de fé, pois a visão de mundo é de acordo 
com a vontade de um criador divino e nada é questionado ou verificado. Percebe-
se isto através da postura de muitos religiosos diante da teoria da evolução por 
base nos escritos sagrados e o não questionamento delas (LAKATOS; MARONI, 
2003). Alguns exemplos do conhecimento religioso ou teológico: acreditar que 
alguém foi curado milagrosamente, acreditar em cartas, tarô, búzios e outros. 
No quadro a seguir são apresentadas as principais características do 
conhecimento religioso: 
UNIDADE 1 | NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
8
QUADRO 3 – CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO RELIGIOSO
Sistemático Possui origem, significado, destino e finalidade, tal como a obra de um criador divino.
Infalível e Exato Verdades consideradas indiscutíveis e exatas.
Não verificável Está sempre implícita na atitude da fé. A veracidade, portanto, é incontestável.
Inspiracional Conhecimento revelado pelo sobrenatural.
Valorativo
Baseadas em diferentes doutrinas e crenças religiosas reveladas pelo 
sobrenatural que não se submetem aos testes de veracidade, tudo é 
baseado na fé.
FONTE: Adaptado de Lakatos e Marconi (2003)
FIGURA 1 – RAZÃO E FÉ 
FONTE: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/2vfgi1erbRU/VD07p1TNHTI/
AAAAAAAAARw/p55SzxtYvWI/s1600/Fe%2Be%2BRaz%C3%A3o.jpg>. Acesso 
em: 17 abr. 2018. 
2.4 CONHECIMENTO CIENTÍFICO 
O conhecimento científico apresenta os resultados de estudos, pesquisas e 
busca por conhecimento. Ele surgiu como uma necessidade de se buscar respostas 
para os questionamentos e por compreender como, de fato, as coisas funcionam. 
A marca do pensamento científico é a capacidade crítica, a capacidade de não 
aceitar as respostas como inquestionáveis. A busca por conhecimento científico 
parte da dúvida, do questionamento.
O conhecimento científico é real e pode ser comprovado empiricamente. 
As hipóteses são testadas, e por meio disto é possível verificar a confirmação ou a 
falsidade de uma hipótese. Neste caso, diferentemente do pensamento filosófico, 
que é baseado na razão e nas ideias, mas não no experimento, o conhecimento 
científico é baseado na experimentação e na comprovação de hipóteses. 
http://2.bp.blogspot.com/2vfgi1erbRU/VD07p1TNHTI/AAAAAAAAARw/p55SzxtYvWI/s1600/Fe%2Be%2BRaz%C3%A3o.jpg
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TÓPICO 1 | PENSAMENTO CIENTÍFICO, CIÊNCIA E CONHECIMENTO
9
Assim, ele é sistemático porque trata-se de um conhecimento ordenado 
por ideias e teorias capazes de comprovar a veracidade de um fato. Além disso, 
tem como característica a verificabilidade de fatos e hipóteses com a finalidade de 
comprovar sua veracidade ou não. 
Trata-se também de um conhecimento falível, ou seja, significa dizer que este 
conhecimento não é definitivo, absoluto e final, pode haver perguntas até aparecer 
alguma certeza. Por isso, trata-se de um conhecimento aproximadamente exato: 
novas proposições, o desenvolvimento e aplicação de novas técnicas, novas teorias. 
Além disso, o conhecimento científico merece destaque por ser racional, objetivo, 
analítico e explicativo, o que significa que está relacionado à investigação metódica. 
Um exemplo de conhecimento científico se mostra através da questão do 
aquecimento global, que atualmente se apresenta como um problema mundial 
e é presente nos diversos espaços de debate, tanto na academia quanto nas 
repartições públicas. Por conta da intervenção humana no meio ambiente, o 
problema vem, ano após ano, preocupando as comunidades científicas e demais 
setores da sociedade.
Hoje, a responsabilidade humana sobre as mudanças climáticas representa 
mais de 90%, segundo o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC, 2018 – 
Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas). Algumas consequências 
são notáveis, como o aumento do nível do mar por conta do derretimento das 
geleiras, aumento da frequência de ciclones, escassez de água potável, aumento 
da temperatura, entre outros efeitos. 
Apesar de sabermos a respeito das mudanças climáticas atualmente, 
tudo o que foi descrito anteriormente derivou de muitos estudos e pesquisas de 
diferentes áreas do conhecimento para que houvesse alguma conclusão. E a partir 
deste panorama preocupante (resultante de pesquisas) passou-se para a ação as 
quais vieram por meio de políticas públicas e do ensino sobre meio ambiente 
em escolas e universidades a fim de tornar este conhecimento científico popular, 
buscou-se conscientizar a sociedade sobre tal problema. 
O quadro a seguir ressalta as principais características do conhecimento 
científico. 
QUADRO 4 – CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Sistemático Consiste num saber ordenado, ou seja, formado a partir de um conjunto de ideias que são formadoras de uma teoria.
Falível
Não é definitivo, pois determinada ideia ou teoria pode ser 
derrubada e substituída por outra a partir de novas comprovações e 
experimentações científicas.
Verificabilidade
Determinada ideia ou teoria deve ser verificada e comprovada 
sob a ótica da ciência para que possa fazer parte do conhecimento 
científico.
UNIDADE 1 | NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
10
Crítico Possui senso crítico apurado.
Racional Interpretação racional dos fatos que estabelecem relações casuais entre fenômenos ao formular leis e integrar teorias. 
FONTE: Adaptado de Lakatos e Marconi (2003)
Conquanto haver separação metodológica entre os tipos de conhecimento, 
é possível estudar um objeto a partir de diferentes olhares, pois isto depende 
de cada pesquisador. Por exemplo, ao estudar o homem pode-se tirar diferentes 
conclusões sobre sua vivência em sociedade, tanto no senso comum, baseado na 
experiência cotidiana, quanto no aspecto biológico, a partir da experimentação 
e investigação, ou seja, pelo conhecimento científico; ou também poderia ser 
observado segundo a criação divina de acordo com o conhecimento religioso. 
Em geral, todos os tipos de conhecimento podem ser presentes em uma 
pessoa. Lakatos e Marconi (2003, p. 80) afirmam que "um cientista, voltado, por 
exemplo, ao estudo da física, pode ser crente praticante de determinada religião, 
estar filiado a um sistema filosófico e, em muitos aspectos de sua vida cotidiana, 
agir segundo conhecimentos provenientes do senso comum".
3 O QUE É CIÊNCIA
Etimologicamente, a palavra ciência é correspondente de conhecimento. 
No entanto, atualmente, esta definição estaria equivocada, pois como vimos 
anteriormente, o conhecimento pode se dar de diferentes formas e nem todas 
elas são de natureza científica. Algumas definições de ciência pontuam que ela 
é o conhecimento do que é racional,sistemático, exato, verificável e falível; ou 
ainda que se trata de atitudes racionais, obtidos de forma metódica e que pode 
ser submetido à verificação (GIL, 2002).
A ciência pode ser compreendida como a sistematização de conhecimentos 
ou um conjunto de proposições logicamente correlacionadas para compreender o 
comportamento de fenômenos ou do objeto que se deseja estudar. Além disso, ela 
é um conjunto de atividades racionais e qualquer conclusão pode ser colocada à 
prova por meio de verificação, podendo, assim, chegar a outros resultados. Pode-
se afirmar que a ciência tem como objetivo e finalidade diferenciar características 
comuns ou leis gerais que regem determinados eventos. 
A ciência também possui objeto que pode ser formal ou material. No 
formal, tem-se por base um ponto de vista específico a partir das diversas ciências 
que possuem determinado objeto material. Por sua vez, o material trata daquilo 
que se pretende estudar, analisar, interpretar ou verificar de forma mais geral.
Por causa da complexa e grande gama de diferentes fenômenos e objetos 
a serem estudados, a ciência, ao longo dos anos, foi sendo subdividida em ramos 
específicos de acordo com a complexidade, conteúdo, objetos, temas e diferenças 
TÓPICO 1 | PENSAMENTO CIENTÍFICO, CIÊNCIA E CONHECIMENTO
11
nos métodos de pesquisa empregados. Por isso, passou-se a ter uma classificação 
para as ciências, as quais podem ser vistas na figura a seguir.
 FIGURA 2 – CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS
FORMAIS
NATURAIS
SOCIAIS
CIÊNCIAS
APLICADAS
LÓGICA
MATEMÁTICA
BIOLÓGICAS E OUTRAS QUÍMICAS
ANTROPOLOGIA
ARQUITETURA
INFORMÁTICA
ENGENHARIA
SOCIOLOGIA
MEDICINA
PSICOLOGIA
POLÍTICA
ECONOMIA
DIREITO
QUÍMICA
FÍSICA
FACTUAIS
FONTE: Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/1234331/3/images/9/Classifica%C3
%A7%C3%A3o+das+Ci%C3%AAncias.jpg>. Acesso em: 18 abr. 2018. 
A ciência, entre as muitas fontes de conhecimento, tem sido aquela 
que passa maior credibilidade justamente por suas características com base na 
experimentação e na verificação de hipóteses empiricamente. Ela é uma das 
formas que apresentam maior probabilidade de provar a veracidade dos fatos, 
maior até do que as que são oferecidas por qualquer outro tipo de conhecimento 
conforme visto anteriormente. 
Atualmente, a ciência é a forma mais comum de buscar respostas do 
mundo em que vivemos. Este método científico passou a ser utilizado com maior 
ênfase hoje em dia. 
http://slideplayer.com.br/slide/1234331/3/images/9/Classifica%C3%A7%C3%A3o+das+Ci%C3%AAncias.jpg
http://slideplayer.com.br/slide/1234331/3/images/9/Classifica%C3%A7%C3%A3o+das+Ci%C3%AAncias.jpg
UNIDADE 1 | NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
12
FIGURA 3 – CIENTISTA
FONTE: Disponível em: <https://png.kisspng.com/20171207/
fa0/5a296fc7b8afd3.1590082615126650317565.png>. Acesso em: 
15 jun. 2018.
Geralmente, o senso comum estereotipa a ciência a partir do uso de 
laboratórios, dos cientistas que trajam jalecos, dos microscópios, das fórmulas 
etc., todavia, ela não se define por esta visão popular, tampouco pelo que se faz 
nos laboratórios, mas sim por todo conhecimento adquirido através do estudo 
ou da prática acompanhados de algum método científico. Assim, os cientistas 
sociais, os antropólogos e os economistas também fazem ciência por meio de seus 
estudos e pesquisas.
UNI
O que é ciência? A ciência tem origem do latim Sciencia, que significa aprender, 
conhecer. Trata-se do conhecimento cientificamente falando. É o resultado de uma profunda 
investigação sobre uma determinada temática. Além disso, o uso dela intenciona construir 
teorias que possam explicar os fenômenos.
4 A PESQUISA NA CIÊNCIA ECONÔMICA 
A economia, como se sabe, é uma ciência social, que busca estudar a 
forma como a sociedade se organiza e de que maneira administra os recursos que 
são escassos para atender às ilimitadas necessidades humanas. Todavia, ao longo 
do tempo, a ciência econômica teve diferentes enfoques. A palavra economia, na 
Grécia Antiga, servia para definir a administração da casa ou do particular. 
TÓPICO 1 | PENSAMENTO CIENTÍFICO, CIÊNCIA E CONHECIMENTO
13
Por sua vez, a expressão economia política era útil para expressar a 
administração da coisa pública da pólis, da cidade e do Estado. Tal expressão 
caiu em desuso e voltou a ser utilizada em meados do século XVI. No século XIX, 
com a inauguração da escola marginalista, novamente deixa-se de utilizá-la, mas 
torna-se dominante entre os meios acadêmicos e, a saber, a expressão economia 
política geralmente é utilizada no âmbito marxista. 
FIGURA 4 – PESQUISA NA ECONOMIA
FONTE: Disponível em: <https://abrilveja.files.wordpress.com/2016/06/dinheiro-
economia-cheque-calculadora-original5.jpeg>. Acesso em: 15 jun. 2018.
NOTA
Acadêmico, lembra o que é economia? Trata-se de um termo que deriva do 
grego oikonomia, oikos, casa; e nomos, cuidado. Economia é a disciplina que estuda a 
atividade social, que trata da produção, das trocas e do consumo de mercadorias e por isso 
é uma ciência social. 
Neste sentido, entre os termos economia ou economia política não há 
consenso quanto à definição, muitos a relacionam como a ciência da escassez, 
que significa afirmar, segundo os manuais (ROSSETI, 2003); (SANDRIONI, 
1999); (PASSOS; NOGAMI, 2012); (PINHO; VASCONCELOS, 2003) que esta é a 
disciplina a qual busca alocar os recursos escassos para satisfação das necessidades 
ilimitadas das pessoas; ou ainda, que a economia estaria relacionada à riqueza, ao 
poupar, ou seja, fazer economia na prática.. 
Há uma série de definições que, muitas vezes, são superficiais dada a 
dificuldade de defini-la porque transita entre uma extensa área do conhecimento. 
Escolas afirmam que a economia estaria mais próxima das exatas; outras de que 
o enfoque seria mais nas sociais, eis a dificuldade de encontrar um termo que a 
defina (GIL, 2002).
UNIDADE 1 | NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
14
A definição mais ampla abrange as subdivisões da ciência econômica 
responsável pelo estudo das atividades humanas que se voltam a satisfazer as 
necessidades. Para Napoleoni (1997, p. 25), a economia 
estuda as ações que os homens realizam para satisfazer suas 
necessidades enquanto estas ações comportam escolhas em 
consequência da limitação dos meios que podem tornar-se disponíveis 
para a satisfação dessas necessidades.
As principais dimensões da economia ainda parecem comuns entre 
as diferentes escolas de pensamento que buscam definir o objeto da ciência 
econômica, entre estas, têm-se: 
O entendimento dos seres humanos na busca pela satisfação das suas 
necessidades ilimitadas e com recursos paulatinamente mais escassos. Segundo 
Napoleoni (1997),
1 A compreensão das trocas comerciais e do sistema que as regulam. 
2 O estudo das organizações humanas com a intenção de torná-las mais eficientes 
a fim de aumentar o bem-estar de todos os seres humanos.
Assim, alguns objetivos para esta ciência apresentam-se: 
a) Na análise das atividades econômicas em seus mais diferentes aspectos, desde 
a produção de bens e serviços até a distribuição.
b) Na compreensão e explicação de mecanismos da atividade econômica como 
produção, mercado, preços e moeda.
c) No controle e melhora da atividade econômica com a intenção de oferecer 
maior justiça social.
Para atingir o primeiro objetivo, que trata das análises da realidade, 
surgem os métodos e técnicas de pesquisa em economia. Para o segundo, 
as teorias aparecem para explicar os fatos e fenômenos econômicos a fim de 
ocasionar compreensão e explicação. Por fim, o terceiro objetivo busca a melhoria 
na qualidade de vida das pessoas e na justiça social pela qual são desenvolvidas 
as políticas econômicas que necessitam de análise da realidade e explicação dos 
fenômenos, apenas assim é possível a formulação (GIL, 2002). 
4.1 OS DESAFIOS DA PESQUISA NA ECONOMIA 
A economia, se comparada às ciências naturais, por exemplo, é uma 
ciência social. As ciências sociais, em sua maioria, são desprovidas deleis e 
teorias, o que, segundo as exatas, diminui o poder explicativo de forma mais 
ampla. É difícil haver teorias que são capazes de explicar completamente os 
fenômenos sociais, humanos, e que por ventura sejam repetitivos. Entre os 
estudiosos e investigadores existem divergências com relação ao método adotado 
na investigação, por exemplo, alguns fatos que são criticados nas ciências sociais, 
mas não são entendidos como ciência verdadeira (GIL, 2002).
TÓPICO 1 | PENSAMENTO CIENTÍFICO, CIÊNCIA E CONHECIMENTO
15
A economia, em se tratando de uma ciência social, não fica longe das 
críticas. Todavia, ela parece se sobressair em relação às demais áreas das ciências 
sociais, pois consegue oferecer teorias mais rigorosas sobre a realidade do que a 
sociologia e a ciência política, por exemplo. Devido ao uso da matemática e da 
estatística, equivocadamente afirmam que ela se aproxima das ciências exatas. 
Vale ressaltar que a economia enquanto ciência é relativamente nova, com 
pouco mais de 200 anos, ao contrário da ciência matemática, a qual tem mais 
de 2 mil anos. Por causa disso há maior dificuldade de fornecer explicações 
sobre os fenômenos, diferentemente das ciências naturais que oferecem maior 
exatidão nas análises.
Hegenberg (1969) apresenta e explica algumas das dificuldades que se 
apresentam ao estudioso de economia. A primeira delas apresenta-se através 
da complexidade, é possível compreender o porquê já que os fatos e fenômenos 
físicos, químicos e biológicos, se comparados aos fatos econômicos, são mais 
complexos porque não possuem exatidão, além de haver uma série de fatores 
interligados. 
No entanto, esta complexidade se trata de um termo vago, e os assuntos 
dados como complexos, anteriores à descoberta, tornaram-se simples à vista da 
técnica adequada. Ao pensarmos na química, por exemplo, a qual se tratava de 
algo altamente complexo, mas após a técnica de classificação por meio da tabela 
periódica tornou-se algo relativamente simples.
Assim, a partir desse exemplo, podemos refletir como este campo de 
conhecimento econômico admita que os fatos da economia são complexos, no 
entanto, isto não significa que não possam ser superados. Ao longo do tempo, a 
economia tem progressivamente definido um vocabulário mais claro e preciso, e 
progressivamente os pesquisadores vêm formulando teorias e leis também claras 
e precisas passíveis de testes empíricos e outras verificações, o que supera, aos 
poucos, o obstáculo da complexidade (GIL, 2002).
Outra dificuldade apontada é a não exatidão da economia, já que ela não 
se trata de uma ciência exata como física, matemática ou química. Apesar do uso 
da matemática, todavia, a economia, como mencionado, por se tratar de uma 
ciência social relaciona-se com as mudanças sociais e humanas, não podendo 
oferecer exatidão dos fatos, embora seja entre todas as ciências humanas e sociais 
a que tem maior grau de exatidão científica. Isto porque na ciência econômica são 
mais aplicáveis os métodos precisos do que em outras ciências humanas e sociais, 
como na sociologia, na filosofia ou entre outras (GIL, 2002).
A economia estuda o comportamento do consumidor, os desejos e outras 
manifestações humanas em que a exteriorização aparece como incentivo para 
determinada ação, a qual se pode medir de forma exata e científica. A introdução 
da estatística e dos métodos matemáticos na economia a tornou mais exata. 
Embora não se possa provar com total certeza, neste caso, a estatística fornece 
resultados com maiores graus de proximidade, mais precisos. 
UNIDADE 1 | NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
16
A economia trabalha com os gostos do consumidor e a intenção de 
consumir, ela tende a ter esta parte que não é exata e nem precisa. Por exemplo, o 
prazer que um ser humano sente ao comer chocolate não pode ser comparado com 
o de outra pessoa, cada qual terá uma sensação particular ao comer o chocolate. 
No entanto, se uma pessoa tem dúvidas se deve gastar seu dinheiro 
em uma xicara de café, de chocolate quente ou em pagar um táxi para fazer 
o trajeto que seria a pé, poderíamos dizer que todas estas coisas trariam para 
cada pessoa um nível de prazer diferente, e que se trata de algo muito subjetivo, 
eis a dificuldade em estudar certos temas com exatidão no contexto da ciência 
econômica (GIL, 2002).
Outra questão que dificulta a pesquisa na economia diz respeito à 
experimentação prática. Muitos pensadores entendem que a experimentação é a 
mais importante das características do conhecimento científico.
Um experimento é tido como controlado quando se torna possível 
manipular variáveis para a ocorrência do fenômeno pesquisado 
à medida que haja condições de fazer variar alguns fatores, os 
pesquisados podem medir os efeitos que tais variações exercem sobre 
o fenômeno, descobrindo as relações de dependência entre as variáveis 
e o fenômeno considerado (GIL, 2002, p. 27). 
Assim, nos estudos econômicos há a dificuldade de desenvolver 
experimentos controlados, pois parece inviável ao pesquisador não ter a 
possibilidade de modificar o objeto de sua pesquisa. 
Outra questão que se sobressai nas pesquisas, dentro do campo da 
economia, são os valores, digamos que um determinado pesquisador está 
envolvido com o universo a ser pesquisado. Dessa forma, o pesquisador, ao 
buscar compreender os fenômenos, seria influenciado pelos valores pessoais, 
e isto poderia colocar em xeque os resultados da pesquisa. Tal argumento não 
atinge somente a economia, mas também as várias ciências sociais, embora seja 
um problema cuja resposta envolve os diferentes pontos de vista de pesquisadores 
sobre o que vem a ser ciência. 
17
Neste tópico, você aprendeu que: 
• O conhecimento popular, também chamado de senso comum, é baseado 
em crenças, e tradições passadas durante décadas, sem a necessidade de 
comprovação científica.
• Os conhecimentos filosóficos não podem ser refutados e nem confirmados. O 
conhecimento filosófico é racional, pois consiste em um conjunto de ideias e 
argumentos que são logicamente correlacionados.
• O conhecimento filosófico é baseado na reflexão embasada por conceitos, ideias 
e uso do raciocínio. Este conhecimento surge pela capacidade do ser humano 
de refletir e buscar verdades e explicações sobre a própria existência.
• O conhecimento religioso é uma forma de pensar que se apoia sobre as 
doutrinas que contêm proposições sagradas, reveladas por algo sobrenatural e 
tratadas como verdades inquestionáveis. 
• O conhecimento científico é sistemático, pois trata-se de um conhecimento 
ordenado sistematicamente por ideias e teorias capazes de comprovar a 
veracidade de um fato. Além disso, tem como característica a verificabilidade 
de fatos e hipóteses com a finalidade de comprovar sua veracidade ou não.
• Ciência é um conjunto de atividades racionais e qualquer conclusão pode ser 
colocada à prova por meio de verificação, podendo, assim, chegar-se a outros 
resultados.
• A economia, como se sabe, é uma ciência social, que busca estudar de que 
forma a sociedade se organiza e de que forma administra a escassez de recursos 
frente às demandas ilimitadas.
• Por fim, estudou-se a respeito dos desafios de se pesquisar no campo econômico.
RESUMO DO TÓPICO 1
18
1 Sabe-se que o conhecimento científico se trata da incansável busca pela verdade 
já que este tipo de conhecimento parte da dúvida e do questionamento. O 
conhecimento científico pode ser comprovado empiricamente, uma vez 
que geralmente são testadas as hipóteses que levam ou a confirmação ou ao 
falseamento. Sobre o conhecimento cientifico assinale V para verdadeiro e F para 
as alternativas falsas: 
( ) Compreender a evolução humana enquanto uma criação divina 
inquestionável.
( ) Conhecimento cientifico é aquele transmitido para cada uma das gerações 
por exemplo um camponês sabe os períodos de plantio e colheita por conta 
de um ensinamento passado de pai para filho.
( ) Conhecimento científico é aquele que se obtém de forma racionale 
sistemática e busca explicar como e de que forma os fenômenos ocorrem.
( ) Interpretação racional dos fatos na qual estabelece relações casuais entre 
fenômenos, formulando leis, mas não integrando teorias.
( ) As informações devem ser profundamente analisadas e refletidas antes de 
serem levadas em consideração, baseado num pensamento crítico.
Marque qual a opção que corresponde a ordem CORRETA:
a) ( ) F – F – V – V – F.
b) ( ) V – F – V – F – V.
c) ( ) V – V – F – F – V.
d) ( ) F – F – F – V – V.
e) ( ) V – V – V – F – F. 
2 Ligue as colunas a cada tipo de conhecimento que está relacionada: 
a) Conhecimento religioso ou teológico. 
b) Conhecimento científico. 
c) Conhecimento filosófico. 
d) Conhecimento Popular. 
 
Agora relacione com as seguintes afirmações: 
 
( ) A descoberta da cura de um vírus.
( ) Utilizar um chá para curar dor.
( ) Trabalha com verdades consideradas indiscutíveis e exatas.
( ) Crença em um criador divino.
( ) Utiliza teorias abstratas.
( ) Levar uma criança em uma benzedeira.
3 Descreva com as suas palavras o que é ciência. Explique o porquê se trata de 
algo de fundamental importância para a humanidade na atualidade.
AUTOATIVIDADE
19
TÓPICO 2
PRIMEIROS PASSOS DA PESQUISA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, neste tópico estudaremos os primeiros passos da 
pesquisa. Buscaremos auxiliar você acadêmico no processo de construção da pesquisa, 
destacando a importância de algo que parece até trivial como o processo de leitura. 
Realizar uma boa leitura, aproveitando todos os elementos do texto, saber analisá-
lo de forma profunda e compreender as ideias do autor, é de suma importância no 
desenvolvimento de uma fundamentação teórica. Assim inicialmente, vamos estudar 
algumas técnicas de leitura para um melhor aproveitamento do texto. 
Quando falamos em pesquisa, o processo de leitura talvez seja um importante 
e decisivo fator, já que é por meio da leitura que ampliamos o nosso conhecimento. 
Ao realizar a leitura obtemos as informações básicas ou especificas necessárias 
para a abertura de novos horizontes, novos conhecimentos, bem como para a 
sistematização dos pensamentos e ideias, formulação de novas ideias ou melhoria 
de ideias já superadas e ampliação do vocabulário. A leitura, portanto, é o primeiro 
passo para quem precisa ou deseja estudar um tema mais específico dentro da ciência 
econômica ou qualquer outra área do conhecimento. A leitura é uma tarefa que deve 
ser contínua e constante, já que os conhecimentos são obtidos por meio desta. 
2 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA PESQUISA 
A leitura é de fundamental importância. Através da prática da leitura 
é possível assimilar, reter conteúdos e também é possível criticar, comparar, 
integrar e agregar aos seus conhecimentos. 
À nossa disposição temos diariamente um volume grande de opções de 
leitura para fazermos, seja na mídia, em revistas, jornais, todavia é normal sermos 
seletivos nas leituras, o mesmo ocorre no caso da pesquisa, é preciso selecionar 
o que ler de acordo com nosso objeto de pesquisa ou assunto já que o objetivo é 
também ganhar tempo. Neste caso, é importante selecionar bem as os materiais, 
já que geralmente todas as pesquisas, envolvem a leitura de um artigo cientifico 
até uma monografia de graduação e para isso geralmente temos um prazo ser 
cumprido. Então quanto mais você conseguir selecionar as leituras úteis das 
superficiais, maior será a otimização do seu tempo. Quando buscamos um 
material para a pesquisa e leitura é importante levar em conta alguns elementos 
que podem ser úteis como ressaltam (LAKATOS; MARCONI, 2003).
UNIDADE 1 | NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
20
UNI
Leitura significa conhecer, desvelar, interpretar distinguir os elementos mais 
importantes e assim passar a utilizá-los como fonte para novas ideias. 
Por isto, a leitura é de fundamental importância e através da prática dela 
é possível assimilar, reter conteúdos e também criticar, comparar, integrar ou 
agregar seus conhecimentos. 
À nossa disposição temos, diariamente, um grande volume de opções de leitura 
para lermos nas mídias, como revistas, jornais. Todavia, é normal sermos seletivos nas 
leituras e o mesmo ocorre no caso da pesquisa, é preciso selecionar o que ler de acordo 
com nosso objeto de estudo ou assunto, uma vez que o objetivo é ganhar tempo. 
Neste caso, é importante selecionar bem os materiais porque, em geral, 
todas as pesquisas envolvem a leitura, desde o artigo científico até a monografia 
de graduação e, para isso, frequentemente há prazo a ser cumprido. Quanto mais 
se selecionam as leituras úteis das superficiais, maior será a otimização do tempo. 
Ao buscar material para a pesquisa e leitura, é importante levar em conta alguns 
elementos que podem ser úteis, como ressaltam Lakatos e Marconi (2003): 
• O título é muito importante na busca de um material para leitura, uma tese, 
ou artigo científico, e se houver título ou subtítulo é possível, em muitos casos, 
ter-se uma ideia, assunto ou a intenção que interessa ao pesquisador.
• Outro elemento importante na escolha da leitura é a data da publicação. Ao pesquisar 
determinado assunto, importa que a publicação seja recente, como a atualização de 
um determinado periódico ou revista científica e a aceitação nos meios acadêmicos, 
é relevante certificar-se a respeito disso. Embora haja uma exceção aceitável no que 
concerne à data de publicação são os textos e autores clássicos que, dependendo da 
área de pesquisa, estão sempre em evidência e atuais.
• A contracapa é a parte da publicação em que se encontra as qualificações do 
autor, outro ponto importante a verificar também.
• O sumário, se a busca for através de um livro, este facilita a verificação dos 
assuntos de interesse de leitura excluindo, muitas vezes, os capítulos que 
acrescentariam menos à pesquisa, isto ocasiona uma busca mais objetiva.
• Outra parte importante de um material selecionado para leitura é a introdução, 
nela é possível verificar os objetivos que o autor tem com determinado texto, 
livro ou artigo, também é possível verificar a metodologia aplicada na pesquisa.
• Por fim, a bibliografia que o autor utiliza pode dar indícios da orientação que, 
geralmente, se encontram nas notas de rodapé ou mesmo no final das obras.
TÓPICO 2 | PRIMEIROS PASSOS DA PESQUISA
21
Ao selecionar livros, textos e artigos científicos que servem para leitura, 
consultas e que auxiliam na busca por conhecimento atualizado em relação à 
determinado tema, tais materiais oferecem contribuições recentes para o trabalho 
ou pesquisa que está sendo realizada. Por isso, é importante, no momento do 
estudo, que haja visita frequente à biblioteca na busca de obras atualizadas para 
seus trabalhos, artigos e papers das disciplinas, mas, sobretudo, para produção do 
trabalho final de curso (LAKATOS; MARCONI, 2003). 
DICAS
Geralmente, para iniciar um trabalho buscam-se os clássicos daquele tema 
que servirá de apoio à base conceitual, em seguida se passa as áreas mais específicas da 
pesquisa, as que são relacionadas ao seu interesse e/ou tema (LAKATOS; MARCONI, 2003).
A prática da leitura leva ao acúmulo de informações que podem ser 
básicas ou específicas. Da mesma forma, existem diferentes formas de praticar 
a leitura. Podemos realizá-la com o objetivo de avaliar o que se lê, porém, sem a 
preocupação com os conhecimentos das palavras, ou seja, o vocabulário utilizado 
pelo escritor; ou ainda, com a finalidade de discutir as ideias de um determinado 
autor com outras pessoas.
Para que de fato uma leitura seja proveitosa, é importante seguir alguns 
aspectos que se fazem fundamentais, destacam-se a seguir: 
• O primeiro ponto é a atenção! O foco durante o tempo dedicado à leitura é 
fundamental, atenção profunda no intento e esforço de aproveitá-la ao máximo, 
ao buscar o entendimento e a compreensãodas ideias do autor e apreensão do 
conteúdo básico que está sendo lido; outro ponto a ser ressaltado é a intenção, 
ou seja, o interesse por retirar algum proveito intelectual do que se está lendo; e 
não menos importante é pensar sobre o que foi lido, a reflexão acerca do texto, 
faça anotações, considerações sobre o que você lê.
• O segundo ponto diz respeito ao espírito junto à reflexão, isto é, o espírito 
crítico para fazer a avaliação do texto, que significa comparar, aprovar ou não 
aceitar, ou refutar com as diferentes opiniões ou pontos de vista. A leitura 
feita de forma crítica implica fazer também a reflexão durante a leitura, 
examinar minunciosamente as ideias do autor, buscando perceber o lado 
fraco das teses ou ressaltar o que é positivo na leitura. A análise também é 
uma parte importante da leitura porque consiste em dividir o tema em partes 
até que seja possível compreender a relação entre a totalidade; e por fim, a 
síntese, a qual visa reconstituir o texto de forma entendível e resumida ao dar 
ênfase nas principais ideias sem perder a sequência do pensamento do autor 
(LAKATOS; MARCONI, 2003). 
UNIDADE 1 | NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
22
NOTA
A leitura tem grande importância para a aprendizagem de todos. A prática da 
dela ajuda a formular e organizar os pensamentos, auxiliando, assim, na escrita de redações, 
textos e trabalhos científicos. 
3 FASES DA LEITURA
A leitura envolve várias fases e podem ser classificadas da seguinte forma, 
segundo Lakatos e Marconi (2003): 
1ª etapa: consiste no reconhecimento porque se trata de uma leitura rápida, 
a qual objetiva procurar o tema de seu interesse e de consultar a existência 
de determinadas informações que lhes possam ser relevantes. Esta leitura 
acontece quando você olha o sumário de um livro previamente, por exemplo, 
pelo qual se verificam os títulos cujo assunto possa ser o procurado.
2ª Etapa: a leitura exploratória é uma sondagem pela qual o leitor busca 
informações, pois já conhece parte do texto ou o autor. Isto parte da premissa 
de que o texto em si explora o tema de interesse do pesquisador. Geralmente 
são exploradas a introdução, os prefácios e a bibliografia.
3ª Etapa: a fase seletiva da leitura engloba a seleção de informações-chave para 
o problema de pesquisa levantado. Nesta fase, o pesquisador deve ter em 
mente os objetivos específicos de sua pesquisa, o que permite uma seleção 
mais apurada das leituras a fim de eliminar as que podem ser distração ou 
supérfluas à investigação.
4ª Etapa: a etapa reflexiva trata de aprofundar mais os conhecimentos e as 
informações coletadas com a leitura a fim de torná-las úteis à investigação.
5ª Etapa: na etapa crítica buscam-se avaliar as informações do autor. Implica 
escolher e diferenciar as ideias centrais do autor, além de perceber, no texto, a 
sequência das ideias principais, secundárias. A leitura crítica tem o propósito 
de compreender as intenções do autor com o texto e, a partir disto, emitir 
alguma opinião.
6ª Etapa: esta interpretativa busca relacionar as leituras com o tema investigado.
7ª Etapa: a etapa explicativa tem por finalidade, como sugere o nome, a explicação 
das ideias e das teses encontradas durante a investigação pelo pesquisador, 
consistindo na elaboração de relatórios, monografias, dissertações, artigos 
científicos, entre outros (LAKATOS; MARCONI, 2003).
TÓPICO 2 | PRIMEIROS PASSOS DA PESQUISA
23
4 TÉCNICAS DE LEITURA E ESTUDO 
Após compreender a importância da leitura e suas etapas para pesquisa, 
estudaremos algumas técnicas que podem auxiliá-lo no processo de leitura com 
fins de estudos e investigação acadêmica. Para que uma leitura seja proveitosa, 
é muito importante dominar duas técnicas fundamentais, sublinhar as partes 
relevantes e saber como fazer um bom resumo do que foi lido para reter o 
conteúdo estudado. 
Durante a leitura é importante saber que para cada capítulo, texto ou 
parágrafo há uma ideia principal, um conceito importante, ou palavras-chave, as 
quais são elementos que apresentam o fio condutor do pensamento. Geralmente, em 
um bom texto, as ideias estão organizadas de forma hierárquica e cada parágrafo 
contém uma ideia elementar que, no final do texto, tem um sentido global que 
orientará a linha de raciocínio.
A ideia global do texto está sempre ligada às ideias fragmentadas durante 
o texto, mas para a compreensão global do texto fazem sentido e são importantes. 
Lakatos e Marconi (2003) utilizam de analogia, o sistema solar, no qual as ideias 
fragmentadas nos parágrafos seriam como os planetas e o sol, a ideia principal, 
assim, para se chegar ao sol de fato é necessário compreender todo esse sistema 
que o cerca. É necessário compreender as pequenas ideias espalhadas pelo texto, 
conectadas a um propósito mais geral e global. Dessa forma, quem quer ter uma 
leitura mais profunda, ou compreender as ideias espalhadas e conectadas à ideia 
global, é importante adquirir o hábito de sublinhar, destacar e assinalar quando 
é possível identificá-las espalhadas pelo texto.
Lakatos e Marconi (2003) definem algumas técnicas a serem observadas 
quando a finalidade é destacar o melhor de um texto, sublinhando-o, entre as 
técnicas citadas:
a) não devemos, na primeira leitura, assinalar logo no primeiro contato com o 
texto, a princípio é importante organizar o texto mentalmente e depois destacar 
o que parece mais relevante; 
b) a dica é sempre sublinhar as partes em que se identificam as ideias centrais do 
autor do texto; 
c) quando houver dificuldade com palavras é importante consultar um dicionário, 
todavia, é importante que a leitura não seja interrompida por conta de uma 
palavra, pois geralmente ela será esclarecida ao longo do texto. 
Depois de realizada a leitura e aplicada as técnicas, é importante elaborar 
um esquema do texto. Este deve ser feito de acordo com a organização das ideias 
autorais, seguindo a linha de raciocínio e tentando realizar a ligação entre as ideias 
secundárias e a ideia geral do texto. Dessa forma estará feita a análise em forma 
de um resumo organizado. 
UNIDADE 1 | NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
24
Basicamente o resumo de um texto: 
consiste na capacidade de condensação de um texto, parágrafo, frase, 
reduzindo-o a seus elementos de maior importância. Diferente do 
esquema, o resumo forma parágrafos com sentido completo: não 
indica apenas os tópicos, mas condensa sua apresentação. Por último, 
o resumo facilita o trabalho de captar, analisar, relacionar, fixar e 
integrar aquilo que se está estudando, e serve para expor o assunto, 
inclusive em uma prova (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 11). 
Os resumos e as fichas de leitura são elementos obrigatórios no andamento 
de uma pesquisa séria. No entanto, os resumos só terão utilidade na prática se forem 
feitos de forma clara, realmente sintética do texto lido e analisado, tirando sempre as 
conclusões mais importantes e a ideia central de um autor dentro do texto. 
É importante ao ler um texto é pensar em duas questões: O que o autor 
pretende com texto? Qual a ideia central do texto? Depois vale se perguntar como 
o autor tentou “falar” através do texto. De modo que fica mais fácil para as suas 
descobertas sobre quais as principais partes do texto do autor e a estrutura que 
este utilizou e descreveu. Em textos científicos, é comum observar que quando um 
autor vai descrevendo as ideias, geralmente ele se utiliza de um novo parágrafo. 
Na próxima seção partimos para a fase de análise dos textos e leituras.
5 ANÁLISE DE TEXTOS 
A análise de texto significa estudar, interpretar e examiná-lo minunciosamente. 
A análise corresponde a um exame mais sistemático dos elementos que estão contidos 
nele, é esmiuçá-lo todo a fim de encontrar a ideia central do autor para, assim, obter 
um conhecimento mais completo do texto estudado. 
É a análise que vai permitir os componentes de um conjunto, perceber 
suas possíveis relações, ou seja, passar de uma ideia-chave para 
um conjunto de ideiasmais específicas, passar a generalização e, 
finalmente, à crítica (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 28).
Lakatos e Marconi (2003, p. 29) ressaltam alguns objetivos que se têm com 
a leitura, esta que projeta levar o estudante a: 
a) aprender a ler, a ver, a escolher o mais importante dentro do texto;
b) reconhecer a organização e estrutura de uma obra ou texto;
c) interpretar o texto, familiarizando-se com ideias, estilos, vocabulários;
d) chegar a níveis mais profundos de compreensão;
e) reconhecer o valor do material, separando o importante do 
secundário ou acessório;
f) desenvolver a capacidade de distinguir fatos, hipóteses e problemas;
g) encontrar as ideias principais ou diretrizes e as secundárias;
h) perceber como as ideias se relacionam;
i) identificar as conclusões e as base que as sustentam.
Outra dica dos autores é quanto aos procedimentos para se atingir cada 
um destes objetivos (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 29). 
TÓPICO 2 | PRIMEIROS PASSOS DA PESQUISA
25
Por sua vez, o procedimento deve conter as seguintes etapas:
a) para se ter um sentido completo, proceder à sua leitura integral com 
o objetivo de obter uma visão do todo;
b) reler o texto, assinalando ou anotando palavras e expressões desconhecidas, 
valendo-se de um dicionário para esclarecer seus significados;
c) dirimidas as dúvidas, fazer nova leitura, visando à compreensão 
do todo;
d) tornar a ler, procurando a ideia principal ou palavra-chave, que 
tanto pode estar explícita quanto implícita no texto; às vezes, encontra-
se confundida com aspectos secundários ou acessórios;
e) localizar acontecimentos e ideias, comparando-os entre si, 
procurando semelhanças e diferenças existentes;
f) agrupá-los, pelo menos por uma semelhança importante, e organizá-
los em ordem hierárquica de importância;
g) interpretar as ideias e/ou fenômenos, tentando descobrir conclusões 
a que o autor chegou e depreender possíveis ilações;
h) proceder à crítica do material como um todo e principalmente das 
conclusões.
A análise de texto se divide em três partes. A primeira delas é chamada 
análise de elementos, esta se dá no momento da leitura em que é feito o 
levantamento de todos os elementos básicos que constituem o texto, levando, 
assim, à compreensão. 
 Estes elementos e as ideias principais podem estar muito ou pouco 
evidentes no texto, isto depende e varia de autor para autor. Há autores que deixam 
explícitos no texto os elementos principais, outros deixam-nos subentendidos e 
isto exige uma leitura analítica mais profunda para uma compreensão completa 
a fim de alcançar todos os elementos e ideias. Em determinados casos, para 
compreender a escrita do autor, importa acompanhar outras publicações e 
pesquisas dele (LAKATOS; MARCONI, 2003).
A segunda parte se chama análise de relações, esta parte objetiva 
localizar as principais relações no texto a fim de estabelecer as conexões entre 
os diferentes elementos presentes. Geralmente, as relações são encontradas 
nas ideias secundárias; nos fatos específicos que formam determinada opinião; 
elementos básicos de uma tese sobre a qual se apoia a reflexão; e nos argumentos 
e afirmações que são ou não pertinentes.
A terceira parte é a análise da estrutura. Nesta parte se verifica o todo 
na tentativa de evidenciar as relações que existem entre as demais partes. 
Entre as estruturas, elas se caracterizam tanto estáticas quanto dinâmicas. As 
estruturas estáticas são aquelas que resultam da sucessão de fenômenos como os 
textos históricos. Por sua vez, as estruturas dinâmicas são descritas pelas partes 
básicas do texto e descrevem o funcionamento e a finalidade. Geralmente, nestas 
estruturas encontram-se textos das ciências sociais (LAKATOS; MARCONI, 2003). 
UNIDADE 1 | NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
26
DICAS
ANTUNES, Celso. A grande jogada. São Paulo: Editora Vozes, 2009
Manual didático e interdisciplinar, com linha pedagógica construtivista. 
Faz do aluno o agente de sua própria aprendizagem e rejeita a 
apresentação de conhecimentos prontos e definitivos. Utiliza-se de 
uma linguagem direta, pertencente ao universo vocabular do estudante, 
de alguns ensinamentos, regras e princípios capazes de fortalecer 
a  autoestima, a capacidade de ler e aprender, estudar de forma 
operacional e significativa as disciplinas escolares e ainda a tirar melhor 
proveito das aulas, fazer fichamentos e preparar pesquisas e trabalhos 
escolares de diferentes naturezas.
27
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que: 
• A leitura significa conhecer, desvelar, interpretar e distinguir os elementos 
mais importantes para utilizá-los como fonte de novas ideias.
• A leitura é de fundamental importância e através da prática dela é possível 
assimilar, reter conteúdos e também criticar, comparar, integrar e agregar 
novos conhecimentos;
• A leitura tem grande importância para a autoaprendizagem. A prática de 
leitura ajuda a formular e organizar os pensamentos, auxiliando, assim, na 
escrita de redações, textos e trabalhos científicos.
28
1 Explique a importância do processo de leitura para fazer um bom trabalho 
acadêmico de pesquisa. 
2 Sabemos que o processo de leitura tem um papel fundamental para quem 
tem a intenção de fazer pesquisa. Por isso, quando vamos fazer um trabalho 
acadêmico científico é muito importante dedicar-se com cuidado à leitura 
dos materiais, tentando sempre extrair as melhores ideias dos textos além 
de desenvolver a capacidade de articulá-las na sua pesquisa. Analise as 
afirmativas a seguir:
I- Alguns pontos fundamentais ao se ler devem ser a atenção, a reflexão, o 
espírito crítico, a análise do que se leu e a síntese.
II- O processo de leitura envolve algumas etapas fundamentais como a análise 
das estruturas e análise dos elementos.
III- Quando lemos um texto, alguns pontos mais importantes devem ser 
destacados, como título e sumário. 
IV- Na leitura é importante saber que cada capítulo, texto, ou parágrafo 
contém uma ideia principal, um conceito importante; e as palavras-chave 
são elementos que apresentam o fio condutor do pensamento.
Assinale a sequência CORRETA: 
a) As afirmativas I e III estão corretas. 
b) As afirmativas I e II estão corretas.
c) As afirmativas I e IV estão corretas.
d) As afirmativas I, II e IV estão corretas. 
AUTOATIVIDADE
29
TÓPICO 3
INTRODUÇÃO À PESQUISA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, a intenção é compreender o que vem a ser pesquisa, já que se 
falou anteriormente dos diferentes tipos de conhecimento, do que vem a ser ciência 
e de como se dá o conhecimento científico na economia. Inicialmente trataremos 
das conceituações da pesquisa, e posteriormente falaremos das finalidades da 
pesquisa e das etapas que a compõem.
Primeiramente é importante que se defina o que é pesquisa, a qual se 
caracteriza em uma busca por respostas para determinado problema, utilizando 
as ferramentas e os métodos científicos para se chegar às respostas. A pesquisa na 
economia, especificamente, busca, mediante a utilização de métodos científicos, 
oferecer respostas para os problemas referentes à produção, à distribuição, à 
acumulação e ao consumo de bens e mercadorias. 
Lakatos e Marconi (2002) defendem que a investigação científica, isto é, 
a pesquisa, deve ser sistemática, controlada, empírica e crítica com proposições 
hipotéticas sobre a realidade que existem entre os fenômenos naturais. 
Quando se afirma que uma pesquisa é sistemática e controlada, isso 
significa que os resultados oferecidos serão confiáveis, sérios e obtidos mediante à 
adoção de métodos capazes de serem comprovados, refutados e fundamentados. 
Neste sentido, referenciar que uma pesquisa é empírica expressa que ela fora 
comprovada por meio de provas concretas. 
A pesquisa científica importa para o campo da economia porque trata da 
investigação dos problemas econômicos que são de interesse da sociedade. As pessoas, 
em sua maioria, tendem a opinar sobre assuntos econômicos, no entanto, as opiniões 
não são fundamentadas. Todos têm algoa dizer sobre economia, isto é absolutamente 
normal já que ela afeta a vida de todo cidadão. De modo que os economistas, através da 
pesquisa científica, podem oferecer um conhecimento mais adequado e confiável para 
que as pessoas possam tomar decisões em relação ao cenário econômico e entender de 
que forma os fatos econômicos impactam suas vidas (GIL, 2002).
30
UNIDADE 1 | NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
IMPORTANT
E
O que é pesquisa? A pesquisa é uma atividade social realizada por mulheres e 
homens a fim de gerar conhecimento sobre aspectos desconhecidos, pouco conhecidos, 
mal conhecidos ou controvertidos da realidade empírica a partir do uso de métodos e 
técnicas, ditos científicos, tendo o propósito último de melhorar as condições materiais e 
espirituais da vida humana.
2 POR QUE FAZER PESQUISA? 
A pesquisa científica pode ocorrer por duas razões específicas, em 
princípio, por razões intelectuais, pelo desejo de compreender e conhecer 
determinados fatos ou fenômenos com o objetivo de melhorar algo, de alguma 
forma. A pesquisa pode ter duas classificações: pura e aplicada. 
As pesquisas chamadas de puras são desenvolvidas frequentemente 
no meio acadêmico e, se pensarmos nelas pela ótica da economia, a maioria 
delas será orientada para formulação e aperfeiçoamento de teorias voltadas à 
explicação da realidade. 
No que diz respeito às pesquisas aplicadas, elas são voltadas para 
economistas que trabalham no setor público e privado. No setor privado, 
as pesquisas são focalizadas para o mercado para investigar, por exemplo, as 
perspectivas de mercado com o lançamento de um novo produto, ou ainda, as 
alternativas para uma empresa em diferentes localizações. Por sua vez, no setor 
público podem ser desenvolvidas investigações e pesquisas com a intenção de 
aprimorar uma política pública ou verificar os resultados, um exemplo disto, no 
Brasil, é o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). 
DICAS
O que é o IPEA? É o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, uma fundação 
pública federal vinculada ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. As 
atividades de investigação e pesquisa fornecem suporte técnico e institucional às ações 
governamentais para a formulação e reformulação de políticas públicas e programas de 
desenvolvimento para o país.
Acesse: <http://www.ipea.gov.br/portal/> e conheça o trabalho do Ipea porque esta pode 
ser uma oportunidade de trabalho para você, estudante de economia! Fique ligado nas 
oportunidades, geralmente são anunciadas vagas de estágios! 
http://www.ipea.gov.br/portal/
TÓPICO 3 | INTRODUÇÃO À PESQUISA
31
2.1 AS ETAPAS DE UMA PESQUISA 
A pesquisa científica não é uma das coisas mais simples de se fazer. Uma 
pesquisa necessita de tempo e de recursos, é um processo complexo. Tanto que 
para facilitar o processo da pesquisa, didaticamente passou-se a dividi-la por 
etapas. Embora cada etapa apresente características específicas que as distinguem 
das demais, é possível perceber que ocorre uma sucessão delas, ou seja, que uma 
complementa a outra ao longo do processo da pesquisa.
As pesquisas científicas, em geral, dividem-se em cinco etapas. Vamos 
estudá-las separadamente: 
Etapa 1 – Seleção e formulação do problema de pesquisa: uma pesquisa existe 
por causa de algum problema, de alguma dúvida, de algum questionamento. 
Dependendo do problema de pesquisa, este requer uma formulação para que se 
torne mais adequado ao ser investigado. A seguir estudaremos detalhadamente, 
os procedimentos para a escolha de um bom tema de pesquisa e a construção de 
hipóteses, as quais são essenciais em muitas pesquisas.
Etapa 2 – Delineamento: quando a problemática for escolhida e formulada, é 
necessário que quem pesquisa delimite ou faça um roteiro, que corresponde às 
atividades previstas ao longo da pesquisa. No caso da pesquisa em economia, é 
comum utilizar estes tipos para delineação: a pesquisa bibliográfica, a pesquisa 
documental ou os estudos de caso. 
Etapa 3 – Coleta de dados: a coleta de dados é uma das partes mais importantes 
da pesquisa, ela pode ser obtida por meio de entrevistas, questionários ou em 
bases de pesquisa bibliográfica, pesquisa documental ou estudos de caso. 
Etapa 4 – Análise e interpretação de dados: nesta etapa, depois de feita a coleta 
de dados, os quais serão processados, analisados, interpretados e organizados em 
tópicos, didaticamente segue-se para a próxima etapa. 
Etapa 5 – Redação do relatório de pesquisa: diz respeito à descrição dos 
resultados que foram obtidos com a pesquisa, estes devem ser organizados para 
serem comunicados em congressos e eventos científicos, ou seja, apresentados à 
comunidade científica (GIL, 2002). 
2.2 ESCOLHA DO TEMA DE PESQUISA
Toda pesquisa parte de um problema que geralmente é um tema para o 
qual se busca uma solução. No entanto, não é sempre que o tema ou problema de 
pesquisa está claro para o pesquisador. Quando isto ocorre, o pesquisador elege um 
grande tema de interesse e, a partir deste tema, é gerada uma problemática para que 
continue a investigação. Isto é muito comum em pesquisas acadêmicas, trabalhos de 
conclusão de curso, dissertações de mestrado e teses de doutorado. Por outro lado, 
nas pesquisas mais aplicadas, elas originam-se de maneira mais clara e objetiva. 
32
UNIDADE 1 | NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
No caso da ciência econômica, ela oferece uma gama de temas para 
pesquisas, os quais são oriundos das várias áreas que a economia abrange, 
como: financeira, políticas econômicas, políticas públicas, agropecuária, 
desenvolvimento regional, entre tantos outros que são possíveis para este campo 
do conhecimento. Todavia, alguns fatores são destacados quando se trata de 
algum tema relacionado à pesquisa na economia:
I– O desenvolvimento teórico do campo de estudos que se pretende pesquisar, 
na economia propriamente, em algumas áreas há graus de desenvolvimento 
teórico considerados notáveis. Muitos pesquisadores e profissionais se 
interessam em trabalhar com investigações nestes campos e deixam de lado 
outras áreas que não apresentam desenvolvimento teórico consistente. 
II– Outro fator que se sobressai diz respeito aos valores pessoais do pesquisador, 
às intenções e às inclinações do pesquisador, seus valores estão implícitos na 
escolha do tema de pesquisa. 
III– Os problemas econômicos, a economia enquanto ciência social está 
relacionada também à solução dos problemas que afetam a humanidade, 
como: o desemprego, a pobreza, as migrações, o subdesenvolvimento, 
as desigualdades sociais, as questões de políticas macroeconômicas e as 
questões ambientais, as quais apresentam problemas que têm orientado os 
economistas a seguirem investigações não apenas para compreender estes 
fenômenos socioeconômicos, mas na tentativa de buscar soluções.
IV– Os auxílios e a remuneração são fatores importantes para quem decide ser 
pesquisador, pois é preciso saber que, dependendo da área de pesquisa e 
do tema, os auxílios e remunerações são maiores do que outros e, por vezes, 
a pesquisa de temas que talvez não tenham tanta relevância ou impacto 
positivo na sociedade são melhor remunerados. 
V– As questões práticas para realizar uma pesquisa dizem respeito ao que é 
necessário, como: tempo, dinheiro e pessoal; e até mesmo a habilidade do 
pesquisador também se relaciona com a escolha do tema.
UNI
 É muito importante o pesquisador não se ater a temas que já foram superados. 
Por isso, quando você selecionar o tema de pesquisa, converse com seus professores e 
peça a opinião deles. É muito importante estar atento às temáticas mais atuais, as quais 
você quer pesquisar! 
Após a escolha do tema, parte-se para a formulação de um problema.
TÓPICO 3 | INTRODUÇÃO À PESQUISA
33
2.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA 
Quando o pesquisador escolhe o tema de investigação determinou-
se apenas o tema. É importante, após isso, delimitar o problema em volta da 
temática, o como a investigação será conduzida. Nesta fase da pesquisafaz-se o 
planejamento, como: montar um cronograma que esclareça os dados que serão 
coletados, a população de amostra, os principais autores a serem consultados e 
como será feita a análise de dados, tudo isto depende de como será a pesquisa. 
No entanto, faz-se um adendo importante, o qual se trata da formulação 
do problema, tarefa sempre difícil para quem pesquisa. O problema no campo da 
investigação é uma questão difícil de resolver ou que ainda não foi solucionada. 
É um consenso de que a palavra problema tem sentido pejorativo quando usado 
por pessoas comuns, ou seja, gente que não idealiza pesquisas, estudos etc. 
No campo da pesquisa e da investigação científica, todavia, o problema 
da pesquisa se resume a questões não resolvidas sobre um determinado tema 
que é objeto de discussão. Especificamente na ciência econômica pode-se definir 
problemas quaisquer questões relacionadas à produção, distribuição, acumulação 
e consumo de mercadorias e bens. 
Neste sentido, como saber se um problema é científico? Pensemos 
primeiro no que não é um problema científico, por exemplo, o que se deve fazer 
para melhorar a distribuição de renda? Ou o que se pode fazer para melhorar a 
situação da pobreza no Brasil? A rigor, nenhum destes problemas são de natureza 
científica, pois não relatam como são as coisas, e sim fazem uma pergunta de 
como se deve fazer. 
A formulação ideal de um problema científico não é uma tarefa fácil, 
especialmente na economia em que a formulação de problemas científicos tende 
a ser complexa porque se vinculam aos valores sociais do pesquisador e também 
requer solução de ordem prática (GIL, 2002).
Não há uma regra definida para a formulação de um problema de 
pesquisa, mas existem alguns caminhos que pesquisadores, ao longo do tempo e 
da experiência, recomendam para defini-la. Por exemplo, o problema sempre deve 
ser formulado com uma pergunta, então suponha o tema do exemplo a seguir. 
TEMA – Desigualdade de gênero: a participação da mulher no mercado de 
trabalho. 
Sobre o tema, quando se escolhe um para pesquisar é importante certificar-
se de que se trata de algo atual e que está em pauta nos debates do poder público 
e nas discussões acadêmicas, tanto no Brasil, quanto no mundo. É mais fácil 
acertar a escolha do tema se este for atual e do interesse de muita gente, e claro, o 
pesquisador precisa ser o maior interessado.
34
UNIDADE 1 | NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
O tema do exemplo anterior trata de uma pesquisa que discutirá a 
desigualdade de gênero e a questão da mulher frente ao mercado de trabalho no 
Brasil. Quando escolhido o tema, é importante que o delimitemos territorialmente. 
Neste caso, a pesquisa se propõe a estudar a participação da mulher no mercado 
de trabalho no Brasil. 
No Brasil, por sua vez, o pesquisador precisa estar ciente que sua pesquisa 
ficará ampla e talvez com pouca profundidade, resultando, assim, apenas num 
panorama mais geral do tema, mas a pesquisa não deixa de ser importante por 
isso, pois para haver aprofundamento temático faz-se necessário maior tempo e 
dedicação excepcional. 
Neste sentido, o pesquisador poderia escolher o recorte territorial 
estadual, por exemplo, ou ainda de uma região específica. Geralmente, para os 
recortes de pesquisa utilizam-se os estados, os municípios, as mesorregiões e as 
microrregiões. Recortes que são utilizados por instituições como o IBGE. 
Um possível problema no entorno deste tema poderia ser: 
PROBLEMA: qual é a participação da mulher no mercado de trabalho no Brasil? 
O tema e formulação de um problema, a depender do que será abordado, 
podem se tornar muito amplos, por isso, o problema de pesquisa deve ser 
delimitado de forma viável. Isso significa traçar limites para o problema, já 
que nem todos os aspectos dele podem ser pesquisados simultaneamente e de 
maneira aprofundada. 
Assim, tem-se a necessidade de reduzi-lo para que possa ser estudado em 
uma só pesquisa. Além disso, o problema deve ter clareza e deixar explícito o que 
se busca resolver. É importante tomar cuidado com a linguagem empregada para 
que posteriormente a pesquisa não seja prejudicada. 
O problema de pesquisa deve ser preciso, por exemplo, dentro da 
economia, se o pesquisador ou acadêmico deseja estudar sobre a população de 
baixa renda, é preciso esclarecer o que se entende por população de baixa renda. 
Além disso, é importante ressaltar que o problema de pesquisa deve ser objetivo 
e pontua-se que o pesquisador selecione o problema de pesquisa sem envolver as 
preferências pessoais (GIL, 2002).
Assinala-se que tema e problema de pesquisa são duas coisas diferentes. 
Do tema de pesquisa é que surge a problemática a ser investigada e o tema é 
sempre mais geral que o problema, e também pode se abrir para diferentes 
problemáticas, por isso, é importante sempre delimitá-lo bem. 
TÓPICO 3 | INTRODUÇÃO À PESQUISA
35
2.4 FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES 
Após escolher o tema e formular um problema, é chegado o momento de 
construir as hipóteses. 
Caracterizada como uma proposição sobre o tema e o problema, a hipótese 
é posta à prova. O papel dela na investigação científica é dar explicações aos fatos. 
Portanto, as hipóteses de um problema de pesquisa podem ser a solução para o 
problema da pesquisa. Assim, elas podem ser verdadeiras ou falsas e devem ser 
elaboradas com cuidado, já que conduzem a verificação empírica (GIL, 2002).
NOTA
O que é a hipótese? Sua origem vem do grego hypos que significa abaixo de; e 
de thesis, que significa posição. Assim, uma hipótese é uma suposta forma de resolver um 
determinado problema. Trata-se de uma formulação, uma suposição com a intenção de ser 
verificada posteriormente. 
Seguindo o caso do exemplo anterior, as hipóteses, de forma simples, 
poderiam ser: 
HIPÓTESE 1: a participação feminina no mercado de trabalho formal no Brasil é 
inferior em relação à participação masculina.
HIPÓTESE 2: no Brasil, as mulheres recebem salários inferiores trabalhando nas 
mesmas funções que os homens.
HIPÓTESE 3: as mulheres constituem a maior parte da massa de mão de obra 
desempregada no Brasil. 
As hipóteses citadas anteriormente são exemplos de como buscar 
respostas prévias para a problemática levantada. Todavia, quando se trata de 
uma pesquisa bibliográfica é importante que as baseiem em dados e bibliografias, 
ou seja, que se conheça minimamente, que haja leitura e interação com o assunto 
antes de formular o projeto de pesquisa para que as problemáticas e as hipóteses 
levantadas tenham maior coerência. 
Basicamente, todas as pesquisas precisam de construção de hipóteses, já 
que estas são fundamentais para todo desenvolvimento da pesquisa. De acordo 
com cada tipo de pesquisa, as hipóteses são diferentes, por exemplo, no caso de 
uma pesquisa explicativa a hipótese aparece de forma mais explícita. 
36
UNIDADE 1 | NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Nas pesquisas descritivas, as formulações dos problemas seguem os 
objetivos de pesquisa em vez da apresentação de hipóteses, entretanto, alguns 
pesquisadores também elaboram hipóteses de pesquisa.
No caso das pesquisas exploratórias, as hipóteses são apresentadas no 
final, pois esta é a proposta deste tipo de pesquisa, formular hipóteses sobre o 
problema que é pesquisado (GIL, 2002).
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA
As pesquisas podem ser caracterizadas como explicativas, exploratórias 
ou descritivas. Todavia, esta classificação embora seja útil apenas se refere aos 
aspectos teóricos da pesquisa. Em relação aos aspectos materiais, é importante o 
estabelecimento de outros sistemas classificatórios que compreendam os recursos 
disponíveis, como: a coleta de dados, o local de realização, o controle dos fatos ou 
determinantes do fenômeno a ser pesquisado. 
Com base em todos estes elementos torna-se possível estabelecer 
classificações para as pesquisas. No campo da economia especificamente em: i) 
pesquisas bibliográficas; ii) pesquisas documentais; iii) levantamentos; iv) estudos 
de caso;além de outros que não se aplicam na economia, como as pesquisas 
experimentais (GIL, 2002).
A pesquisa bibliográfica ou monográfica baseia-se na utilização de 
material exclusivamente elaborado com a finalidade de ser lido, sua construção 
se estrutura em dados coletados em livros, jornais e artigos científicos, além de 
periódicos especializados no assunto. 
A pesquisa documental apresenta algumas semelhanças com a pesquisa 
bibliográfica, a diferença considerável entre elas é basicamente as fontes. Na 
pesquisa bibliográfica utiliza-se livros e artigos de autores que escreveram e que 
possam contribuir com o tema investigado. Por sua vez, a pesquisa documental 
utiliza materiais puros que não foram analisados, entre os quais têm-se os 
documentos censitários, documentos oficiais, registro de arquivos de empresas 
ou setor público, ou documentos pessoais (GIL, 2002).
No levantamento, as pesquisas que envolvem o levantamento são caracterizadas 
pela interrogação direta das pessoas, com o objetivo de conhecer o comportamento 
do pesquisado. Além disso, é comum nestas pesquisas em questão o pesquisador 
procurar identificar os gostos e preferências do consumidor, por exemplo. Geralmente 
tais pesquisas são feitas como uma amostra estatística que serve de base. 
As conclusões da amostra são elaboradas para totalidade do universo, 
levando em conta sempre uma possível margem de erro que é obtida com base 
nos cálculos estatísticos. O estudo de caso é outra modalidade de pesquisa a ser 
considerado, o qual trata de estudo empírico em que se intenciona investigar 
TÓPICO 3 | INTRODUÇÃO À PESQUISA
37
algum fenômeno atual dentro de uma determinada realidade. Vamos explanar 
sobre o que é cada uma destas pesquisas e cada uma de suas etapas de forma 
detalhada na Unidade 2 do livro de estudos. 
38
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que: 
• A pesquisa científica tem importância para o campo da economia, pois procura 
tratar dos problemas econômicos que são de interesse da sociedade.
• Pesquisa é uma atividade social com vistas à geração de conhecimento sobre 
aspectos desconhecidos, pouco conhecidos, mal conhecidos ou controvertidos 
da realidade empírica, com o uso de métodos e técnicas, ditos científicos, tendo 
o propósito último de melhorar as condições materiais e espirituais da vida 
humana.
• A pesquisa científica pode ocorrer por duas razões específicas: primeiro pelas 
razões intelectuais, pelo desejo de compreender e conhecer determinados fatos ou 
fenômenos; e segundo pela possibilidade de poder melhorar algo de alguma forma.
• Uma pesquisa necessita de tempo, de recursos, é um processo complexo, tanto 
que para facilitar o processo da pesquisa didaticamente passou-se a dividi-la 
por etapas.
• As pesquisas podem ser: i) bibliográficas; ii) documentais; iii) levantamentos; 
iv) estudos de caso; v) estudo de campo; e vi) pesquisas experimentais. 
39
1 Fazer pesquisa científica trata-se de algo complexo, demanda tempo, 
recursos e organização para realizá-la. A pesquisa consiste em ser uma 
busca por respostas para o problema utilizando as ferramentas e os métodos 
científicos para se chegar nas respostas. Análise as afirmativas a seguir: 
I- As principais etapas de uma pesquisa são as seguintes: um tema, a formulação 
de hipóteses, uma pergunta, um cronograma e o desenvolvimento teórico.
II- A pesquisa pode ser: pesquisa bibliográfica; pesquisa documental; 
levantamentos; estudos de caso; estudo de campo e pesquisas experimentais.
III- As pesquisas descritivas são aquelas em que as hipóteses são apresentadas 
ao final, como é justamente a proposta deste tipo de pesquisa, formular 
hipóteses sobre o problema que é pesquisado.
IV- Uma pesquisa científica passa por diferentes etapas até estar pronta 
para apresentar os resultados para a sociedade. As etapas são a seleção 
e formulação do problema, delineamento, coleta dos dados, análise e 
interpretação dos dados e redação do relatório final. 
Assinale a sequência CORRETA: 
a) I, II e IV estão corretas.
b) II, III e IV estão corretas.
c) I, II e III estão corretas. 
d) II e IV estão corretas. 
2 Defina com as suas palavras o que é pesquisa. 
AUTOATIVIDADE
40
41
UNIDADE 2
MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS 
NA CIÊNCIA ECONÔMICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir dos estudos desta unidade, você será capaz de:
• conhecer as diferentes abordagens de pesquisa;
• compreender os métodos da pesquisa na área da economia;
• conhecer as diferentes técnicas de pesquisa em economia.
Caro acadêmico! Esta unidade de estudos está organizada em três tópicos de 
conteúdos. Ao longo de cada um deles, você encontrará sugestões e dicas que 
visam potencializar os temas abordados e, ao final de cada um, estão disponí-
veis resumos e autoatividades que visam fixar os temas estudados.
TÓPICO 1 – OS DIFERENTES TIPOS DE PESQUISAS
TÓPICO 2 – MÉTODOS DE ABORDAGEM NA PESQUISA 
TÓPICO 3 – TÉCNICAS DE PESQUISAS EM ECONOMIA
42
43
TÓPICO 1
OS DIFERENTES TIPOS DE PESQUISAS
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Nesta unidade vamos trabalhar as modalidades de pesquisa. 
Especificamente no Tópico 1 estudaremos os diferentes tipos de pesquisas. 
Passando pela pesquisa bibliográfica, veremos como escolher um tema, fazer um 
levantamento bibliográfico e formular um bom problema de pesquisa. Além disso, 
veremos como elaborar um bom plano de pesquisa e como buscar boas fontes de 
pesquisa além da prática de leitura e fichamento dos materiais coletados. 
Ademais, estudaremos a pesquisa documental, e veremos a formulação 
de um problema e dos objetivos para esse tipo de pesquisa. Estudaremos como se 
elabora um plano de pesquisa e como proceder com a coleta de dados neste caso; 
e a análise e interpretação dos dados na pesquisa documental.
Estudaremos também o levantamento, o planejamento e o levantamento 
por amostragem, os objetivos e a delimitação do universo nesse tipo de pesquisa. 
Veremos também estudos de caso e a pesquisa experimental. 
2 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em materiais já 
existentes sobre o tema geral a ser pesquisado. Geralmente, esta pesquisa é feita 
com auxílio de publicações científicas, livros e artigos. Ela é uma das modalidades 
de pesquisa mais comuns, uma vez que todas as pesquisas exigem algum 
trabalho bibliográfico. No entanto, no caso da pesquisa bibliográfica, a pesquisa é 
exclusivamente apoiada em fontes bibliográficas.
No âmbito da economia é comum pesquisas dessa natureza, principalmente 
as que são desenvolvidas nas universidades e em outros espaços acadêmicos, as 
quais dão base para as monografias de conclusão de curso ou para dissertações de 
mestrado. No campo da pesquisa em economia propriamente, o que contribui para 
que os trabalhos sejam numerosos é que o investigador tem a possibilidade de fazer 
pesquisas mais amplas graças a um olhar amplo em relação aos fatos (GIL, 2002).
O termo “monografia”, algo que será construído por boa parte dos 
alunos no final de cada curso de graduação, é um estudo minucioso sobre um 
determinado tema. A palavra monografia origina-se do grego monos que significa 
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
44
um só e grafein, que significa escrever, assim, a monografia trata de uma redação 
sobre determinado assunto. 
A monografia pode ser a respeito dos diferentes assuntos e sobre diversas 
perspectivas tanto científicas, quanto filosóficas ou religiosas. Geralmente, a 
monografia tem a finalidade de fornecer respostas a uma determinada pergunta, 
ou a um problema científico específico. Assim, a finalidade de uma monografia 
é confirmar que o acadêmico é capaz de abordar determinado tema baseando-se 
em uma perspectiva científica. 
A pesquisa bibliográfica pode resultar em diferentes modalidades de 
monografias, observado o nível de dificuldade que as pesquisas propõem. Podendo 
resultar em dissertações de mestrado, teses de doutorado e monografias de conclusão 
decurso de graduação. Todavia, as teses de doutorado são mais complexas, neste 
caso, exige-se do acadêmico um nível de cientificidade e originalidade em níveis 
superiores que um trabalho de conclusão ou uma dissertação de mestrado.
Por sua vez, a dissertação de mestrado é uma pesquisa científica com o 
mesmo objetivo de uma tese de doutorado, o que o difere é que a tese deve ser algo 
original, e ela analisa a capacidade do candidato de elaborar um bom vprojeto de 
pesquisa e investigar o tema evidenciando o conhecimento e literatura específica 
existente.
A monografia de conclusão de curso feita por meio de pesquisa bibliográfica 
não é um trabalho tão extenso quanto uma tese ou uma dissertação, tornando-a, assim, 
um trabalho menos pretencioso e não tão extenso quanto os anteriores. Todavia, são 
exigidos: rigor científico e capacidade de argumentação, escrita e, além disso, segue 
as mesmas normas que uma dissertação ou uma tese, pois são normas universais 
quando se trata de estudos e pesquisas de qualquer campo do conhecimento. 
No curso de economia, um dos requisitos para a colação de grau e 
conclusão do curso é a construção e apresentação de uma monografia sobre 
um tema relacionado ao curso, geralmente, orientado por um professor com 
afinidade na área do tema de escolha. A monografia de conclusão de curso na 
economia frequentemente consiste em pesquisas bibliográficas e análises de 
dados dependendo da escolha do tema a ser pesquisado pelo acadêmico.
Na monografia voltada para o curso de economia, espera-se que o 
acadêmico escolha um tema de natureza econômica, o qual levanta uma 
problemática para que se possa estudá-lo e pesquisá-lo, utilizando linguagem 
científica. Dependendo do rigor científico utilizado no trabalho, este pode ser 
original e reconhecido como uma pesquisa científica, vindo a ser estimulado 
para publicação em revistas e periódicos da área. No entanto, isto não é um 
requerimento, pois as pesquisas mais complexas demandam tempo para a 
realização e, no caso de uma monografia de conclusão de curso, o tempo estimado 
é de um semestre para os alunos que planejam fazer um trabalho mais complexo, 
este prazo estende-se para um ano.
TÓPICO 1 | OS DIFERENTES TIPOS DE PESQUISAS
45
É muito importante no Trabalho de Conclusão de Curso observar o rigor 
cientifico, é importante também seguir à risca os manuais com as normas de elaboração de 
trabalhos científicos. Isto conta muitos pontos a seu favor na hora de elaborar seu trabalho!
ATENCAO
DICAS
Está com dúvidas sobre citações ou referências? Confira sempre as normas 
ABNT quando elaborar uma monografia, um artigo científico ou um paper! Basta acessar o 
site: Disponível em: <https://www.normaseregras.com>. Acesso em: 14 maio 2018. 
A pesquisa bibliográfica, assim como todas as diferentes abordagens de 
pesquisas, se dá por uma sequência de etapas, como se fosse um roteiro que o 
pesquisador planeja antes de executar cada passo da pesquisa. Os passos da pesquisa 
de que tratamos anteriormente foi de forma geral. Neste instante, a abordagem 
especificará a pesquisa bibliográfica que é muito comum no Curso de Economia. 
Na pesquisa bibliográfica, portanto, tem-se as seguintes etapas: escolha 
do tema; levantamento bibliográfico preliminar; formulação do problema; 
elaboração do projeto de pesquisa; busca de fontes; leitura do material; fichamento; 
construção do trabalho e redação do texto. 
2.1 ESCOLHA DO TEMA NA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
A escolha do tema a ser pesquisado é o primeiro passo de qualquer 
pesquisa. Na economia não se trata de uma tarefa muito difícil já que ela abrange 
uma grande gama de diferentes temas. Por exemplo, a economia é subdivida em 
alguns principais campos de acordo com a quadro que segue: 
QUADRO 1 – ALGUNS CAMPOS DE PESQUISA EM ECONOMIA E TÓPICOS
Campos da Economia Tópicos
Agropecuária Estrutura fundiária; geografia econômica; preços e produção agrícola; reforma agrária, tecnologia agrária. 
Desenvolvimento Econômico 
Agências de desenvolvimento; ciclos de desenvolvimento; 
flutuações e crescimento econômico; desenvolvimento 
econômico; políticas de planejamento e subdesenvolvimento. 
https://www.normaseregras.com
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
46
Economia Geral Doutrinas econômicas; história econômica; sistemas econômicos; teoria econômica; história do pensamento econômico.
Economia Internacional 
Balanço de pagamentos; blocos econômicos; empresas 
multinacionais; investimentos estrangeiros; relações de comércio 
internacional; políticas internacionais; barreiras e tarifas 
internacionais; finanças internacionais; integração econômica. 
Economia Regional e Urbana Desenvolvimento regional; políticas públicas; urbanização, desigualdades socioeconômicas. 
Finanças Públicas Despesa pública; dívida pública; tributação; orçamento público. 
Economia e empresas 
Finanças nas empresas; gestão estratégica; orçamento 
empresarial; comercialização; preferencias do consumidor; 
pesquisa de viabilidade de um negócio; pesquisa de mercado.
Mercado financeiro e de capitais 
Inflação; meios de pagamento; investimentos financeiros; 
bancos de desenvolvimento; bancos públicos; bancos 
comerciais; operações de crédito; expansão das 
cooperativas de crédito; política monetária e fiscal; sistema 
financeiro nacional; taxa de juros; moeda e câmbio. 
Mercado de trabalho 
Força de trabalho empregada; desemprego; políticas de 
emprego e renda; remuneração; sindicalismo; trabalho 
informal; mulher e mundo do trabalho; juventude e trabalho.
Economia do meio ambiente e 
recursos naturais 
Questão ambiental; poluição do meio ambiente; políticas 
de conservação; as empresas e a questão ambiental. 
Economia industrial 
Capacidade produtiva; concentração industrial; política 
industrial do governo; tecnologia industrial; financiamento 
de empresas. 
Economia e demografia Migrações, natalidade, consumo, estudos populacionais. 
Formação econômica do Brasil Estudos sobre a formação da economia brasileira.
FONTE: Adaptado de Gil (2002)
Observa-se no quadro anterior que a economia pode ser dividida em vários 
campos de estudos, cujos temas de pesquisas, dentro da ciência econômica, são 
amplos. Você pode observar que os tópicos se abrem em assuntos específicos que, 
de acordo com a preferência do pesquisador, vão se tornando mais restritivos e 
específicos de acordo com a problemática escolhida. 
O quadro serviu para dar uma ideia de quão ampla é tal área, tornando fácil 
para o pesquisador escolher um tema de pesquisa ao elencá-los pela atualidade, 
relevância e por aquele que o pesquisador tem mais afinidade e curiosidade de 
aprofundar. 
A escolha do tema é um passo importante na pesquisa, mas, às vezes, 
não é tão simples, por isso geralmente se escolhe um professor para auxiliá-lo 
nessa tarefa. Algumas perguntas de partida poderão lhe orientar: Pelo que eu me 
interesso? Quais temas passaram durante as disciplinas do curso e que tive maior 
interesse de aprofundar e pesquisar? 
TÓPICO 1 | OS DIFERENTES TIPOS DE PESQUISAS
47
UNI
Caro acadêmico, lembre-se de que o seu interesse e gosto pessoal é muito 
importante em uma pesquisa, pois se escolher algo fora do seu interesse a pesquisa pode se 
tornar um trabalho frustrante e complexo. 
IMPORTANT
E
Não só o interesse pelo assunto é importante, mas ter alguma familiaridade 
com o tema escolhido é importante, e se for algo que você gosta de estudar e pesquisar, a 
leitura será algo fácil e prazerosa. Se dispor do mínimo de conhecimento acumulado sobre o 
assunto pesquisado, isso facilitará o levantamento da problemática e da redação.
Vimos anteriormente como os temas em economia podem ser amplos, por causa 
disso devemos tomar cuidado na escolha de um tema de pesquisa, principalmente em 
relação à amplitude e complexidade. Se falarmos aqui de uma pesquisa bibliográfica 
de conclusão de um curso de graduação, por exemplo, esta deve ser trabalhada em um 
semestre, ou seja, no máximo em seis meses (algunsalunos, dependo das perspectivas, 
podem começar o trabalho de conclusão antes e, por isso, conclui-lo em um ano), mas 
o que é importante observar é que se tratando de uma monografia a ser desenvolvida 
neste período, o tema não pode ser muito complexo e nem amplo porque talvez 
necessite de um período maior para realizar a pesquisa. 
Nesse sentido, portanto, a delimitação do tema e problemática da pesquisa 
são essenciais para que se possa fazer um planejamento dentro do tempo estimado 
que o pesquisador tem para realizar a pesquisa. Dentro deste tempo é possível fazer 
boas pesquisas com temas relevantes, contudo, é preciso tomar cuidado no momento 
de se propor a pesquisar algo, pois o tempo pode ser um inimigo do pesquisador.
2.2 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO PRELIMINAR 
Ao realizarmos a escolha do tema, damos um grande passo para a execução de 
uma pesquisa. Entretanto, essa caminhada requer outros passos importantes, ou seja, 
outras etapas que deverão ser seguidas, como o levantamento bibliográfico preliminar.
Realizar um levantamento bibliográfico preliminar significa buscar as 
fontes elementares para a pesquisa e também para que o acadêmico conheça 
ainda mais do tema com o qual está lidando. Este levantamento deve ser feito 
antes mesmo de formular o problema de pesquisa, quando feita a escolha do tema 
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
48
se parte então para o levantamento bibliográfico quando se busca suporte para 
elaborar um problema de pesquisa consistente de acordo com o tema escolhido 
pelo pesquisador.
Mencionado no exemplo anterior, o tema de uma pesquisa é escolhido de 
forma bastante ampla, sendo que a formulação de um problema para tal temática 
trata de algo a ser feito posteriormente. A etapa do levantamento bibliográfico 
serve justamente para isso, nortear as ideias sobre o tema e auxiliar na delimitação 
de uma boa problemática de pesquisa. Muitas vezes, dependendo do tema 
escolhido e de sua complexidade, o aluno, logo no levantamento preliminar, irá 
se deparar com dificuldades, seja pelo pouco material bibliográfico existente, seja 
pelo difícil acesso a eles. Nesse caso, o levantamento bibliográfico preliminar se 
torna importante, pois quanto mais cedo o acadêmico perceber certo grau de 
dificuldade no assunto ou mesmo pela pouca produção disponível, ele pode 
reconduzir a pesquisa enquanto há tempo. 
No levantamento bibliográfico preliminar é importante buscar os principais 
conceitos sobre o tema que se estuda. Ou seja, o acadêmico deve se colocar 
em contato com trabalhos teóricos da área, além de buscar as pesquisas mais 
atuais que são desenvolvidas sobre a temática. Lembremos que o levantamento 
bibliográfico é algo preliminar e utilizado geralmente antes de elaborar a pesquisa 
propriamente dita, mas que serve de norte para a pesquisa que será realizada. 
IMPORTANT
E
Geralmente quando fazemos um projeto de pesquisa para alguma agência de 
fomento à ciência e tecnologia, ou mesmo para elaborar um trabalho de pesquisa como 
trabalho de conclusão de curso, mestrado ou doutorado, pede-se um projeto de pesquisa, 
ou seja, um documento que apresenta a intenção de pesquisar algo. Neste projeto, é comum 
encontrar um campo pedindo um “levantamento bibliográfico preliminar”.
2.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA EM UMA PESQUISA 
BIBLIOGRÁFICA 
O problema de pesquisa é elaborado após o levantamento bibliográfico 
preliminar que dá condições ao pesquisador para formular o problema de 
pesquisa. Todavia, alguns cuidados devem ser tomados na hora da formulação 
dele. Responda uma vez mais às seguintes perguntas: O tema escolhido é do 
interesse? Este problema tem relevância teórica e prática? Você já tem um acúmulo 
de conhecimento sobre a temática que escolheu? Existe material bibliográfico 
de fácil acesso sobre o tema para solucionar o problema em questão? Sua 
problemática de pesquisa é clara e objetiva? O tema e o problema estão de acordo 
com sua disponibilidade de tempo e recursos financeiros? 
TÓPICO 1 | OS DIFERENTES TIPOS DE PESQUISAS
49
Só é possível iniciar a pesquisa depois de ter definido tudo o que se deseja 
fazer e como fazê-lo. Por isso, a importância da elaboração de um projeto de 
pesquisa em que o pesquisador planeja cada etapa da pesquisa como se fosse 
uma espécie de roteiro a seguir. O pesquisador não pode apenas afirmar que quer 
estudar a desigualdade de gênero ou a desigualdade de gênero no Brasil, é preciso 
especificar como ocorre, onde ocorre, quais as causas e quais as consequências. 
É necessário problematizar o tema, ou seja, colocá-lo na forma de uma 
problemática para que se possa buscar uma solução. A partir disso, entra a 
formulação do problema de pesquisa depois do levantamento bibliográfico 
preliminar. Para o pesquisador saber se o tema que ele decidiu pesquisar pode 
gerar uma boa problemática de pesquisa, é preciso colocá-lo na forma de um 
questionamento. Gil (2010, p. 68) traz o seguinte exemplo caso o tema seja sobre o 
gênero ou trabalho feminino, a pergunta da problemática ficaria assim: “Por que as 
mulheres encontram barreiras sociais que dificultam a sua participação mercado de 
trabalho?” Aqui se tem um problema de pesquisa formulado, mas não é suficiente, 
é preciso que se delimite esta problemática porque ela continua ampla. 
A pesquisa a ser feita deve focar em um lugar específico. Para o exemplo 
dado por Gil, a delimitação deste problema aparece e a partir disso podem ser 
feitas perguntas como: Onde e quando? Ou melhor, em que país? Em que região? 
Quais setores econômicos? Níveis hierárquicos serão considerados durante a 
execução da pesquisa? É importante fazer a delimitação temporal: Qual é o recorte 
temporal a ser utilizado? Assim, o problema deve ser novamente rascunhado a 
fim de se chegar a uma pergunta que envolva todos estes elementos citados acima. 
Isso poderia ficar assim, de acordo com Gil (2010): Com quais barreiras sociais se 
deparam as mulheres para ascender à função de gerência no setor empresarial 
no Brasil neste início do século XXI? Temos então a seguinte problemática de 
pesquisa delimitada:
“Com que barreiras sociais se deparam as mulheres para ascender à 
função de gerência no setor financeiro neste início do século XXI?” 
Hierarquia Período
Tema
Setor
Tema: trabalho feminino/desigualdade de gênero. 
Nível hierárquico: gerência.
Setor econômico: setor financeiro.
Período delimitado: início do século XXI.
É possível perceber a delimitação da problemática a ser estudada no 
exemplo anterior. Primeiro que não se trata de estudar toda a desigualdade de 
gênero entre homens e mulheres no mundo, e sim no Brasil. Com quais barreiras 
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
50
sociais se deparam as mulheres para ascender à função de gerência no setor 
empresarial no Brasil neste início do século XXI? Além disso, a delimitação 
esclarece que só será estudado sobre as mulheres que ascenderam à função de 
gerência dentro do sistema financeiro. A outra delimitação refere-se ao período a 
ser estudado, que é no início do século XXI, tornando, assim, a pesquisa possível 
e com direcionamentos para a problemática.
Geralmente, depois de formular um problema de pesquisa e de delimitá-
lo, são construídos objetivos a fim de serem perseguidos para que se atenda o 
problema de pesquisa. Assim, o objetivo já precisa ter incluído a problemática 
de pesquisa. Para a redação dos objetivos, utilizam-se verbos como: analisar, 
comparar, verificar, descrever, avaliar, investigar, identificar e descrever. Esses 
são alguns dos verbos a serem utilizados na hora de formular os objetivos.
 Para o problema elaborado anteriormente, os objetivos poderiam ser: 
• Analisar a participação das mulheres ocupando funções gerenciais no setor 
financeiro no Estado de Santa Catarina neste início do século XXI.
• Identificar as barreiras que as mulheres encontram para ascender às funções 
gerenciais no sistema financeiro no estado de Santa Catarina.• Identificar as resistências de grupos organizados de mulheres para o 
enfrentamento às barreiras as funções gerenciais neste setor. 
O levantamento bibliográfico preliminar é importante, pois ele é a base 
para a formulação de um bom problema de pesquisa, os objetivos e as hipóteses. 
É importante também ter a garantia que se trata de um tema de pesquisa que 
tem referências bibliográficas para a execução da pesquisa e que determinado 
pesquisador tem as mínimas condições de realizá-la.
2.4 PLANO DE PESQUISA 
Após passar por todas as etapas anteriores que envolvem: a escolha do 
tema, um breve levantamento bibliográfico preliminar e a formulação de um 
problema de pesquisa consistente, agora é momento de elaborar um plano de 
pesquisa, ou o que se chama de projeto de pesquisa. 
Como toda atividade importante que desenvolveremos no dia a dia, seja 
no âmbito profissional, seja no pessoal, é necessário que as atividades sejam 
planejadas para que se alcancem os objetivos propostos. 
Neste esboço ou plano de pesquisa preliminar serão inseridas todas as 
etapas da pesquisa, ou seja, é neste momento que se definirá a estrutura lógica 
da pesquisa. Por se tratar de um trabalho de pesquisa, é necessário que todas as 
partes desse trabalho estejam vinculadas umas às outras e devem conversar entre 
si (GIL, 2002). Vale fazer uma observação importante, um projeto de pesquisa 
é um grande rascunho do seu trabalho, quanto melhor for o seu projeto, mais 
TÓPICO 1 | OS DIFERENTES TIPOS DE PESQUISAS
51
fácil será a execução e a obtenção dos resultados de pesquisa. Além disso, cabe 
ressaltar que à medida que as leituras são realizadas e escrito o trabalho, várias 
modificações serão necessárias em relação ao projeto, as quais irão contribuir 
para o trabalho final. 
O projeto ou plano de pesquisa é uma espécie de roteiro a ser seguido pelo 
pesquisador. No projeto são esquematizadas todas as etapas a serem realizadas, 
incluindo: o problema, os objetivos, a justificativa (do porquê da escolha daquele 
tema), a metodologia (como a pesquisa será feita), a análise e apresentação dos 
dados (como serão analisados os dados e como serão apresentados os resultados), 
o orçamento e o cronograma (tempo previsto para a execução da pesquisa). 
Resumidamente, em um plano de pesquisa é um roteiro que o pesquisador se 
baseia para não perder a linha de pesquisa, além de permanecer sempre atento 
para não desviar o foco do problema que deseja resolver. 
Na Unidade 3 estudaremos mais sobre o assunto! 
ESTUDOS FU
TUROS
2.5 BUSCA DE FONTE E LEITURA DE MATERIAL 
Na pesquisa bibliográfica, depois de organizar um breve roteiro para a 
pesquisa, o próximo passo é a seleção de fontes que serão úteis para resolver o 
problema apresentado. Uma parte já foi resolvida na revisão bibliográfica, mas 
se lembrarmos bem, lá se tratava de algo ainda preliminar, que fosse capaz de 
auxiliar na formulação do problema e na construção dos objetivos e hipóteses. 
Agora precisa-se ir além nas fontes, buscando aquelas que sejam capazes de 
fornecer respostas adequadas ao problema. 
No entanto, como fazer para saber se uma fonte é adequada para a 
pesquisa? Em princípio, é importante encontrar um professor para auxiliá-lo nessa 
tarefa, a de indicar boas bibliografias. Considerando que o acadêmico em final de 
graduação já saiba que não se deve utilizar conteúdo duvidoso, principalmente 
em se tratando de fonte sem credibilidade na internet. É importante buscar fontes 
para seus trabalhos que se utilizam de materiais disponíveis em bibliotecas, livros 
e sites oficiais. É relevante considerar as obras de referência sobre aquele assunto 
que se pesquisa, como dissertações, teses e outros trabalhos de conclusão de 
graduação e periódicos científicos que são fontes importantíssimas, seguras e com 
qualidade garantida. Ademais, vale a pena pesquisar eventos científicos sobre 
o tema que se está pesquisando. Nos anais destes eventos é possível encontrar 
materiais atualizados. 
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
52
Outra fonte importante de pesquisa são os periódicos científicos na área 
de economia. Não é recomendado que se utilizam como fontes de pesquisas 
acadêmicas, revistas como: Exame, Isto é; ou jornais como: Folha de são Paulo, 
o Estadão ou Valor Econômico), pois tratam de publicações que não possuem 
embasamento científico. Todavia, não há impeditivos para usá-los quando se 
trata buscar algum dado. Prefira sempre as fontes oficiais como IPEA, IBGE, 
Banco Central, ONU, FMI, OIT, Banco Mundial e sites oficiais do governo. 
DICAS
É importante separar as fontes e as leituras por objetivos, primeiro selecionando 
as fontes, depois a leitura de reconhecimento do texto, em seguida se faz uma leitura crítica 
identificando as partes que poderão compor a revisão bibliográfica e, por fim, a redação do 
texto para responder a cada um dos objetivos. 
2.6 LEITURA E FICHAMENTO DO MATERIAL
Na Unidade 1 deste livro, vimos o quanto a leitura é importante no processo 
de elaboração de um trabalho acadêmico. Podemos afirmar que seria impossível 
desenvolver a pesquisa sem que se faça uma ampla leitura de materiais sobre o 
tema. Apesar de parecer uma tarefa fácil, é importante relembrar que o processo 
de leitura para fins de um trabalho científico é diferente de ler quadrinhos, 
ou romances, embora o processo seja o mesmo. A leitura voltada à pesquisa 
científica exige uma série de habilidades como: atenção, capacidade de relacionar 
as informações lidas com o problema de pesquisa proposto, análise dos dados e 
interpretação, e compreensão das informações que o autor apresenta.
Outro detalhe diz respeito às fontes de pesquisa. Nem todas as fontes que 
buscamos e elegemos são importantes de fato. Por isso, a necessidade de se fazer, 
inicialmente, a chamada leitura exploratória. 
A leitura exploratória consiste na análise de todo material que se coletou 
a fim de selecionar o que realmente é importante para a pesquisa. Geralmente, 
essa leitura tem início no sumário de um livro, por exemplo. A partir do 
sumário, destaca-se apenas o que é útil, e, às vezes, um ou dois capítulos terão 
a necessidade de uma leitura profunda. No caso de periódicos não é possível 
selecionar apenas o título, pois nem sempre conseguimos ter a ideia de todo o 
artigo. Por isso, neste caso, é importante realizar a leitura do resumo do artigo. 
Com isso é possível ter uma ideia sobre o que esperar do texto, além de saber se 
o material é ou não útil à pesquisa. 
Depois de eliminar o material que talvez seja superficial, é hora de partir 
para uma leitura seletiva. Tal leitura tem por objetivo eliminar os textos que 
TÓPICO 1 | OS DIFERENTES TIPOS DE PESQUISAS
53
ainda podem ou não serem úteis ao pesquisador. Para agilizar o trabalho do 
pesquisador, geralmente se utiliza a técnica da leitura dinâmica.
A leitura dinâmica é uma leitura rápida do texto sem deixar de reter as 
informações elementares que o autor traz. Por sua vez, na leitura seletiva restam 
os materiais mais relevantes levantados sobre o tema e que podem efetivamente 
auxiliar a responder os objetivos da pesquisa, e consequentemente o problema. 
Agora se parte para uma leitura analítica de todos os materiais lidos, ou 
seja, uma leitura mais aprofundada dos materiais selecionados. Neste momento, 
é importante observar as principais ideias do autor e as palavras-chave que o 
autor selecionou. Quando se faz uma leitura analítica é importante sublinhar 
tudo o que se encontra de relevante a fim de elaborar uma síntese ou resumo do 
texto, ou esquemas que também facilitam a organização das ideias.
UNI
O que são palavras-chave? Ao se referir a um texto científico, as palavras-chave 
são componentes característicos desse tipo de texto. Por exemplo, quando uma pessoa 
buscar em um portal científico algum trabalho sobre “Inovação”, esta poderá ser encontrada 
por meio de portais de buscas com a palavras-chave utilizada por exemplo pelo termo 
‘inovação”. Uma observaçãoimportante: utilizam-se, no mínimo, três palavras-chave e, no 
máximo, cinco palavras-chave por texto.
Além da utilização de resumos, sínteses e esquemas, à medida que 
o pesquisador trabalha nos textos e coleta os elementos e/ou os textos mais 
importantes, há a necessidade de se grifar determinadas partes, que poderão ser 
utilizadas na redação final. A técnica de documentar as partes grifadas de um 
texto recebe o nome de fichamento ou fichas de leituras. 
O fichamento consiste em registrar as partes grifadas do texto, já que não se 
consegue guardar todas as informações para fazer a redação final. Se por ventura 
você fizer a redação final sem fazer fichas bibliográficas de leitura, é possível que 
seu trabalho fique carente de aprofundamento e reflexão. 
Além disso, é importante manter uma organização quando elaborar as 
fichas de leitura. É necessário seguir sempre o mesmo padrão, bem como guardá-
las, identificando-as por ordem alfabética em uma mesma pasta física ou virtual. 
Assim, quando o pesquisador tiver alguma dúvida fica fácil recorrer à ficha de 
leitura para tirar a dúvida sem ter que voltar para biblioteca ou ler o texto todo. 
No quadro a seguir são destacados os principais elementos que compõem 
uma ficha de leitura. 
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
54
QUADRO 2 – ROTEIRO DE FICHAMENTO DE LEITURA
ROTEIRO DE FICHAMENTO
1 Referência: Seguir normas da ABNT para referências
2 Sumário ou a estrutura do texto - tópicos/subtópicos - como o texto está estruturado?
3 Resumo: descrição sucinta das partes componentes do texto - descritas anteriormente
4 Análise teórica:
4.1 Problemática que o autor trata
4.2	 Conceitos	e	métodos	que	o	autor	define
4.3 Pontos de dúvida em relação ás ideias do autor
5 Palavras-chave: no máximo três conceitos (pode ser um nome composto, ex.: parques urbanos);
 em ordem decrescente de importância no texto.
FONTE: A autora 
 Observe o quadro anterior, nele é possível observar um modelo e estrutura 
de uma ficha de leitura passo a passo. 
Após realizada a leitura e o fichamento do material, a próxima etapa 
consiste em organizar as ideias e fazer a redação final do relatório de pesquisa com 
base no plano e/ou projeto de pesquisa para que se possa responder aos objetivos 
e a problemática proposta pelo pesquisador. A primeira escrita do relatório final 
deve ser um grande rascunho que deverá passar por uma leitura e revisão. É 
importante pedir que outras pessoas leiam o seu trabalho para auxiliar na melhora 
contínua dele. Além disso, é importante tomar cuidado com as normas, tanto na 
questão ortográfica quanto nas normas da ABNT, específicas para a elaboração de 
trabalhos acadêmicos e científicos que foram vistas na disciplina de Metodologia 
Científica no início do seu curso. 
3 PESQUISA DOCUMENTAL 
Outra modalidade de pesquisa comum é a chamada pesquisa documental. 
A diferença entre a pesquisa bibliográfica e documental basicamente diz respeito 
às fontes utilizadas; no caso da bibliográfica, como vimos, as fontes de coleta são 
livros, artigos e periódicos. Já no caso da pesquisa documental, as fontes de coleta 
podem ser filmes, gravações, documentos, cartas, diários, atas de reunião, entre 
outros documentos. É importante observar que um trabalho acadêmico pode ser 
norteado tanto pela pesquisa bibliográfica quanto pela documental dependendo 
dos objetivos que se quer alcançar (GIL, 2002). 
Geralmente, quando se buscam materiais com finalidade da pesquisa 
documental, os próprios documentos são a matéria-prima da pesquisa. 
Dependendo do documento, eles podem ser escritos ou não. Estes tratam, muitas 
vezes, de fontes primárias, escritas ou não escritas a depender do documento e 
além disso as fontes secundárias. 
O que isto quer dizer? 
TÓPICO 1 | OS DIFERENTES TIPOS DE PESQUISAS
55
Em uma classificação simples, a pesquisa documental se divide em:
a) Documentos primários.
b) Documentos secundários.
Os documentos primários na pesquisa documental podem ser entendidos 
como aqueles que o pesquisador coleta e compila. Podemos citar como exemplo 
de documentos primários: documentos de arquivos públicos, publicações 
parlamentares, estatísticas, censos, documentos de arquivos privados como 
cartas e contratos. Além disso, também podem ser documentos que foram escritos 
depois de acontecer determinado evento, como diários de algum autor já falecido, 
autobiografias e relatos. 
Os documentos secundários são os documentos que foram transcritos 
das fontes primárias. São exemplos de documentos secundários: relatórios de 
pesquisa com base em trabalhos de campo, estudos históricos, pesquisas em que 
se utilizam correspondências entre pessoas.
Caro acadêmico, é importante lembrá-lo de que as duas classificações, 
tanto a primária quanto a secundária, são fontes escritas. No entanto, você 
também encontrará situações em que os documentos não estão escritos. Há 
muitos documentos nos quais não constam as informações descritas, são outras 
formas de documentos. Mas, neste caso, quando não escritos como proceder? 
Ademais, é possível fazer pesquisa com documentos que não contêm escrita? 
Que documentos seriam esses? 
Nesse caso, os documentos primários são dados para a pesquisa que o 
pesquisador constrói durante a pesquisa, por exemplo, fotografias, gravações, 
filmes, gráficos, mapas, ilustrações, pinturas, canções folclóricas etc. 
Já os documentos secundários que não apresentam escrita são aqueles que 
o pesquisador acaba utilizando, porém, já foram criados e utilizados por outros 
autores e que podem ser utilizados desde que seja citada a devida fonte. Alguns 
exemplos são: material cartográfico, filmes comerciais, rádio, cinema, televisão 
(LAKATOS; MARCONI, 2002). 
As etapas da pesquisa documental são: a definição do problema ou 
objetivos; a elaboração de um plano de trabalho; a identificação das fontes para 
coleta de dados; e a análise e interpretação dos dados e redação do relatório. 
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
56
UNI
Uma das características da pesquisa documental é que a fonte de coleta 
de dados trata de documentos, e estes podem ser escritos ou não. Para tanto, entram 
documentos públicos e privados, como: cartas, diários, anotações em geral, fotografias, 
filmes, contratos, leis, entre outros documentos. 
3.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA E DOS OBJETIVOS NA 
PESQUISA DOCUMENTAL
Na pesquisa bibliográfica vimos a necessidade de elencar um problema de 
pesquisa consistente para se trabalhar. Na pesquisa documental, Gil (2002) aponta 
que não é diferente. No início é importante ter clareza do que se quer pesquisar. 
Desta forma, escolher um tema e um problema claro (com os mesmos critérios do 
que se mostrou na pesquisa bibliográfica) para se pesquisar é fundamental, assim 
como a definição de objetivos talvez seja o primeiro passo para o pesquisador que 
trabalha com essa modalidade de pesquisa. Para que você compreenda melhor a 
formulação do problema na pesquisa documental, vejamos o exemplo a seguir:
Um exemplo de pesquisa documental seria, por objetivo, estudar a vida 
de algum autor importante. É possível que teria que se entrar em contato por 
meio de pesquisa bibliográfica com as obras, no entanto, a pesquisa documental 
ganha espaço quando, por exemplo, para o autor estudado, tenha sido criada 
uma fundação ou mesmo um instituto, é comumente possível entrar em contato 
com materiais valiosos como arquivos pessoais, anotações, diários, entre outros 
documentos para compilar e agregar a pesquisa. É importante mencionar, neste 
caso, que a pesquisa documental pode complementar uma pesquisa bibliográfica. 
Ainda podemos considerar outro exemplo, caso a pesquisa tenha como tema 
a “inovação no Brasil”, a pesquisa tende a ser bibliográfica, entretanto, o pesquisador 
realizará uma pesquisa documental no momento em que for consultar relatórios 
oficias, planos e leis, por exemplo (LAKATOS; MARCONI, 2002; GIL, 2010). 
3.2 ELABORAÇÃO DE UM PLANO OUPROJETO DE 
PESQUISA
Na pesquisa documental, assim como na pesquisa bibliográfica, é 
importante elaborar um plano de pesquisa. Este plano trata de um roteiro 
provisório para o pesquisador seguir. Todavia, quando se trata de uma pesquisa 
puramente documental, os objetivos devem ser bem claros, deve-se explicitar bem 
a forma da coleta de dados, quais serão e onde que o pesquisador os encontrará, 
e de que forma serão tabulados e organizados para a redação final da pesquisa. 
TÓPICO 1 | OS DIFERENTES TIPOS DE PESQUISAS
57
Para a construção do projeto ou plano de pesquisa, é necessário que haja 
uma mínima aproximação com a temática a ser estudada. O mesmo ocorre com a 
pesquisa documental, é necessário conhecer previamente o que se pesquisa para 
elaborar um bom projeto de pesquisa para enfim traçar o roteiro a ser percorrido. 
Quando se trata de pesquisa documental, às vezes, como alerta Gil (2002), 
não é possível ter uma confiança nos dados que temos à disposição naquele 
momento ou não são suficientes para auxiliar na busca por respostas aos objetivos 
do trabalho, o pesquisador se depara com dificuldades e a saída, muitas vezes, é 
alterar e adequar os objetivos da pesquisa.
3.3 COLETA DE DADOS NA PESQUISA DOCUMENTAL 
A coleta dos dados é uma das partes mais importantes do processo da 
pesquisa. Neste momento, o pesquisador seleciona os documentos fazendo uma 
espécie de garimpagem, escolhendo os que serão úteis para responder aos seus 
objetivos. Já mencionamos aqui que a diferença da pesquisa bibliográfica para 
a documental reside fundamentalmente nas suas fontes. Enquanto a pesquisa 
bibliográfica se utiliza de periódicos, livros, artigos, anais de eventos, entre 
outras fontes. A pesquisa documental utiliza, obviamente, documentos! Quais 
documentos? Quais seriam as fontes de dados na pesquisa documental? 
Na pesquisa documental, o pesquisador utilizará documentos oficiais, leis, 
planos e relatórios do governo, cartas, gravações, filmes, fotografias e documentos 
pessoais, como: diários, entrevistas concedidas, anotações, entre outros. 
Agora, os materiais que podem auxiliar a responder aos objetivos da 
pesquisa já foram selecionados, parte-se para a etapa seguinte que é também 
importante, a análise e interpretação dos dados coletados (GIL, 2002; 2010).
3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS NA PESQUISA 
DOCUMENTAL 
A etapa de análise e interpretação dos dados na pesquisa documental 
pode variar de acordo com a natureza dos documentos utilizados na pesquisa. Se 
forem documentos secundários, é normal que já tenham passado por algum tipo 
de análise, pois geralmente são relatórios de empresas, do governo e, neste caso, 
as análises são bem parecidas com a pesquisa bibliográfica (GIL, 2010).
No campo da ciência econômica, as pesquisas documentais se utilizam 
muito de dados quantitativos, que são disponibilizados por fontes oficiais na 
forma de tabelas, bancos de dados, gráficos, procedimentos estatísticos e modelos 
econométricos conforme a tabela a seguir:
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
58
TABELA 1 – RENDA MÉDIA PER CAPITA, BRASIL E GRANDES REGIÕES – 1999 A 2013 (EM REAIS)
Anos
Brasil e grandes regiões
Brasil Centro-oeste Nordeste Norte Sudeste Sul
1999 707,53 757,37 394,40 514,09 893,16 809,08
2001 718,38 779,28 393,58 528,25 908,14 841,86
2002 718,34 815,06 399,83 522,63 901,92 833,53
2003 676,51 742,71 372,41 472,17 844,45 828,23
2004 691,55 792,03 400,04 471,68 849,97 870,68
2005 733,08 835,97 420,11 489,02 916,12 896,23
2006 801,27 900,83 477,11 527,92 998,25 968,02
2007 822,47 981,34 489,82 551,86 1005,17 1021,40
2008 862,63 1042,61 527,71 581,53 1046,44 1057,14
2009 885,83 1049,97 555,86 609,58 1064,48 1095,61
2011 941,60 1164,61 586,85 652,00 1125,90 1148,51
2012 1016,32 1241,03 649,66 681,26 1221,85 1225,02
2013 1047,95 1279,01 670,69 702,39 1251,42 1289,41
FONTE: Adaptado de IPEA (2015)
Observe na tabela anterior como se apresentam os dados que foram 
coletados do IPEA sobre o PIB per capita nas grandes regiões. Neste caso, foram 
selecionados os anos e as regiões de interesse do autor. No entanto, esses dados 
poderiam ser apresentados de forma diferente para uma região, para um estado, 
tudo conforme a necessidade do trabalho que o pesquisador está desenvolvendo. 
Esses dados são secundários, pois já foram tabulados e organizados, por isso, é 
muito importante que se procure utilizar dados divulgados por órgãos oficiais, 
e é sempre necessário colocar a fonte dos dados coletados, preferencialmente 
organizando os dados da pesquisa de acordo com a necessidade. 
Quando os documentos são escritos ou transcritos na pesquisa 
documental, o procedimento utilizado é basicamente o mesmo da pesquisa 
bibliográfica. Inicialmente, realize uma leitura analítica dos materiais, sínteses, 
resumos e fichamentos, e extraia deles, o que pode ser útil para responder aos 
objetivos da pesquisa.
3.5 REDAÇÃO DO RELATÓRIO 
A última etapa da pesquisa documental consiste em produzir a redação 
do relatório de pesquisa. Cabe salientar que ao se tratar de dados quantitativos, 
haverá a necessidade de apresentá-los em forma de tabelas e de submetê-los aos 
testes estatísticos. Nas pesquisas em que os dados são de origem qualitativa, o 
relatório pode ser elaborado de diversas maneiras, conforme as orientações de 
cada instituição (GIL, 2010).
TÓPICO 1 | OS DIFERENTES TIPOS DE PESQUISAS
59
4 LEVANTAMENTO 
As pesquisas que envolvem o levantamento são caracterizadas pela 
interrogação direta das pessoas com o objetivo de conhecer o comportamento 
do pesquisado. 
O levantamento é uma das modalidades de pesquisa que mais se utiliza no 
campo da economia. Por exemplo, é quando o pesquisador procura identificar os 
gostos e preferências do consumidor, ou ainda, quando assistimos à TV, ou lemos 
uma notícia nos jornais, que falam de pesquisas, mostrando resultados sobre o 
custo de vida das pessoas, do salário ou até mesmo do desemprego. No entanto, 
como o universo da pesquisa é muito amplo, não conseguiremos apresentar o 
resultado envolvendo toda a população. Então, em economia é comum chamar 
isto de “levantamento por amostragem” (GIL, 2002).
De acordo com Gil (2002), o levantamento por amostragem é diferente do 
censo, já que este envolve todos os elementos que vão constituir o universo da 
pesquisa, ou seja, uma amostra. Essa amostra vai abranger um subconjunto de 
uma determinada população e, por meio desta amostra, tratam-se os dados para 
a população total. 
UNI
Entende-se por amostragem o processo de seleção e escolha dos elementos 
de uma população para construir uma amostra. Por população entende-se um conjunto 
definido de elementos que podem ser, por exemplo, os habitantes de um país, ou os 
empregados de uma fábrica, ou os alunos de uma universidade, a produção total de um 
determinador setor etc. (GIL, 2010).
UNI
Por amostra entende-se um subconjunto da população por meio do qual é 
possível estimar as características dessa população. Uma amostra pode ser constituída, por 
exemplo, de 500 funcionários dentre os 5000 que trabalham em determinada empresa, ou 
35 parafusos retirados da produção da produção diária etc. (GIL, 2010).
Por que a utilização da amostragem na pesquisa econômica é tão 
importante?
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
60
A utilização das técnicas de amostragem em pesquisa é muito antiga, 
vê-se que desde o fim da Segunda Guerra Mundial os levantamentos realizados 
por amostragem são utilizados nas pesquisas econômicas. É impossível nos dias 
atuais desenvolver boas pesquisas sem a utilização de técnicas de amostragem 
para a coleta de dados. 
De acordo com Gil (2010), para a realização de planejamentos econômicos 
o governo recorre às amostragens, principalmente quando os dados de pesquisa 
são relacionados à(s)/ao(s):
a) Salários e distribuição de renda.
b) Produção agrícola e PIB.
c) Produção industrial e PIB.
d) Preços no atacado e varejo.
e) Condições de saúdeda população e saneamento.
f) Educação e número de escolas.
g) Custos habitacionais.
h) Condições de trabalho na construção civil.
i) Nível de automação das indústrias automobilísticas.
j) Investimentos em tecnologia etc.
No entanto, essa técnica não é utilizada somente pelos governos. Muitas 
empresas privadas também procuram realizar pesquisas para compreender 
o mercado, seus concorrentes e para verificarem a viabilidade em se realizar 
investimentos em determinado setor ou utilizam da amostragem para mensurar 
dados internos como estoque, equipamentos, produtividade etc. 
Na pesquisa econômica utilizam-se classificações de dois grandes grupos: 
amostragem probabilística e amostragem não probabilística.
A amostragem probabilística consiste em dados puramente científicos e se 
baseia em leis estatísticas (lei dos grandes números, lei da regularidade estatística, 
lei da inércia dos grandes números e lei da permanência). Neste grupo estão a 
amostragem aleatória simples, sistemática, estratificada, por conglomerados e 
por etapas. 
Por sua vez, a amostragem não probabilística dos grupos não apresenta 
fundamentação matemática ou estatística, dependendo unicamente dos critérios 
estabelecidos pelo próprio pesquisador. Neste grupo estão inclusos a amostragem 
por acessibilidade, por tipicidade e por cotas. 
Para que os dados coletados sejam significados, o pesquisador deverá 
verificar no universo de pesquisa qual é o número de sua amostra. Para tanto, ele 
pode utilizar procedimentos estatísticos para obtenção do número da amostra, ou 
utilizar a tabela a seguir, ou utilizar de alguns softwares como o Survey Monkey, 
DATEV SINFOPAC Amostragem, Excel, entre outros.
TÓPICO 1 | OS DIFERENTES TIPOS DE PESQUISAS
61
QUADRO 2 – TABELA PARA DETERMINAR A AMPLITUDE DA AMOSTRA TIRADA DE UMA 
POPULAÇÃO FINITA COM MARGENS DE ERRO DE 1%, 2%, 3%, 4%, 5% E 10% NA HIPÓTESE DE 
P=0,5. COEFICIENTE DE CONFIANÇA DE 95%
Amplitude da 
população
Amplitude da amostra com as margens de erro indicadas
+/- 1% +/- 2% +/- 3% +/- 4% +/- 5% +/- 10%
......... - - - - 222 83
1.000 - - - 385 286 91
1.500 - - 638 441 316 94
2.000 - - 714 476 333 95
2.500 - 1250 769 500 345 96
3.000 - 1364 811 517 353 97
3.500 - 1458 843 530 359 97
4.000 - 1538 870 541 364 98
4.500 - 1607 891 549 367 98
5.000 - 1667 909 556 370 98
6.000 - 1765 938 566 375 98
7.000 - 1842 949 574 378 99
8.000 - 1905 976 480 381 99
9.000 - 1957 989 584 383 99
10.000 5000 2000 1000 488 383 99
15.000 6000 2143 1034 600 390 99
20.000 6667 2222 1053 606 392 99
25.000 7143 2273 1064 610 394 100
50.000 8333 2381 1087 617 397 100
100.000 9091 2439 1099 621 398 100
α 10000 2500 1111 625 400 100
FONTE: Adaptado de Gil (2010, p. 112)
A tabela anterior fornece o tamanho da amostra adequada para um nível 
de confiança de 95%. Nas colunas podemos observar o número de elementos a 
serem selecionados com as respectivas margens de erro.
Quando se trabalha com o tipo de pesquisa por levantamento e 
amostragem, podem-se ter tanto limitações quanto vantagens. As vantagens 
principais, segundo Gil (2002) são: 
1 O conhecimento da realidade: esse tipo de pesquisa é capaz de informar sobre 
as crenças, as opiniões e as preferências. Além disso, a pesquisa se torna mais 
livre para as interpretações do pesquisador. 
2 A economia e a rapidez: são dois pontos positivos, no entanto, é importante 
que se tenha uma equipe que trabalhe junto com o pesquisador, pois isso torna 
mais rápido o trabalho de coleta e tabulação dos dados. Além disso, os custos 
para este tipo de pesquisa são relativamente baixos.
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
62
3 Quantificação: os dados levantados podem ser organizados em tabelas e 
analisados por meio do método estatístico em que se possa fazer correlações 
entre as diferentes variáveis pesquisadas durante o levantamento. 
FIGURA 1 – BENEFÍCIOS DA AMOSTRAGEM
BENEFÍCIOS DA AMOSTRA
CUSTO
REDUZIDO
Utiliza-se
apenas uma
fração da
população
RAPIDEZ
População
menor exige
menos tempo
na análise
dos dados
EXATIDÃO
Apresenta
resultado
mais exatos e
equipe mais
qualificada
AMPLITUDE
Utilização de
pessoal
capacitado e
maior
amplitude nos
dados coletados
FONTE: Adaptado de Gil (2010)
Entre as limitações nessa modalidade de pesquisa (GIL, 2002) destacam-se:
1 Ênfase apenas na percepção: é comum que neste tipo de pesquisa se recolha 
a percepção das pessoas sobre determinados assuntos ou que os indivíduos 
tenham sobre si mesmos. Sabe-se que isto é algo subjetivo e que pode resultar 
em análises distorcidas da realidade. As respostas podem ser diferentes em 
uma pesquisa subjetiva, pois é muito fácil omitir ou dar uma resposta contrária 
ao que se pensa de fato. Para que isto não aconteça, é possível selecionar as 
perguntas com cuidado, eliminando aquelas que se sabe que as pessoas tendem 
a não saber responder. Além disso, é possível fazer perguntas mais diretas e 
não abertas para que a resposta seja clara e objetiva, assim o pesquisador pode 
controlar as respostas dadas pelos entrevistados.
2 Profundidade do estudo: este tipo de levantamento possibilita o acolhimento 
rápido e em grande quantidade de dados, todavia, os dados levantados são 
do indivíduo e não da sociedade como um todo. Ao realizarmos este tipo de 
pesquisa dentro da economia, é possível que ela fique superficial, pois ao tratar 
dos fatos econômicos se leva em conta as instituições do país. 
3 Limitada apreensão do processo de mudança: o levantamento mostra a 
questão estatística do que se estuda. O que se percebe, segundo Gil (2002), é 
que nestes casos não se podem verificar mudanças estruturais com este tipo de 
levantamento.
Apesar deste tipo de pesquisa ter tantas limitações quanto vantagens, 
ela trata de um recurso importante que pode ser utilizado juntamente com as 
pesquisas bibliográficas e documentais para enriquecer as pesquisas. 
TÓPICO 1 | OS DIFERENTES TIPOS DE PESQUISAS
63
São comuns os levantamentos e pesquisas por amostragem. Geralmente 
quem trabalha com levantamentos são as instituições oficiais, como IBGE, IPEA, 
entre outros. Os censos são um exemplo. Boa parte dos dados são utilizados para 
análise de informações da realidade para que os governos e o poder público 
possam oferecer políticas públicas de acordo com a realidade de cada região 
com base em levantamentos feitos pelos órgãos oficiais. Alguns deles são dados 
relacionados ao desemprego e emprego; à produção industrial; aos preços; às 
condições educacionais da população; às condições sanitárias; aos salários e 
distribuição de renda; e ao orçamento familiar. 
Os dados também podem ser mais especificados, por exemplo, 
a inadimplência de um determinado segmento da população, como os 
universitários ou o emprego de economistas no setor privado; ou ainda o salário 
médio de um economista. 
Nas pesquisas científicas e nas monografias de conclusão de curso, a 
utilização de dados é imprescindível para um trabalho de qualidade. Geralmente, 
dependendo do estudo que o acadêmico realiza, é possível coletar dados prontos 
nas fontes oficiais. Isso também depende do tipo de trabalho que está sendo 
elaborado. Caso o acadêmico optar por pesquisar, por exemplo, a inadimplência 
de jovens estudantes matriculados na “Universidade X”, em Blumenau, 
certamente não encontrará dados previamente prontos, antes terá que realizar 
um levantamento de dados e formar sua própria base de dados. Neste caso, como 
o universo é muito amplo, a pesquisa terá que ser por amostragem para que se 
chegue a uma conclusão. 
UNI
O levantamento é uma modalidade de pesquisa que se caracteriza pela 
interrogação direta das pessoas com o objetivo de conhecer o comportamento do 
pesquisado em relação a uma variável específica. Pode ser a renda, a preferência por 
alguma grande marca ou medir o nível de inadimplência dos universitários do curso X da 
universidade Y, por exemplo. 
4.1 PLANEJAMENTO DE UM LEVANTAMENTO POR 
AMOSTRAGEM 
A base para toda pesquisa é o planejamento.No caso do levantamento por 
amostragem, o planejamento precisa ser ainda mais preciso e sistematizado para 
que tudo ocorra dentro do planejado para que se consiga apresentar o relatório final 
de pesquisa. É importante observar que os levantamentos por amostragem podem 
ter diferentes graus de complexidade, como aponta Gil (2002, p. 106), que “retirar 
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
64
uma amostra de 1000 cartões numerados e organizados num arquivo constitui uma 
tarefa simples. Já selecionar uma amostra de 50 caciques de tribos indígenas no 
território brasileiro representa uma tarefa bastante exaustiva”, aponta. 
Em qualquer um dos casos, mais ou menos complexos, isso igualmente 
ocorre nas outras formas de pesquisa em que se faz necessário seguir etapas e 
que independem da sua complexidade, tanto nas mais simples quanto nas mais 
complexas etapas (ou o planejamento) a serem seguidas, ambas são basicamente 
iguais. 
De forma geral, o planejamento de uma pesquisa denominada 
levantamento são basicamente as seguintes etapas: definição de objetivos; 
delimitação do universo; identificação dos dados a serem coletados; escolha da 
técnica de coleta de dados; tipos de amostragem; seleção da amostra; análise e 
interpretação dos dados e redação do relatório. 
4.2 DEFININDO OS OBJETIVOS 
No caso de uma pesquisa de levantamento, os objetivos são colocados 
de forma mais geral assim, se utilizam os objetivos para especificar cada vez 
mais o objeto. Para prosseguir com a definição dos objetivos é necessário saber 
exatamente onde se quer chegar com o levantamento. Se o pesquisador conseguir 
traçar objetivos claros já no início do levantamento é possível ter um resultado 
mais satisfatório. 
De modo geral, os objetivos são o passo inicial da pesquisa e é por meio 
deles que a pesquisa irá se desenvolver. São os objetivos de uma pesquisa que 
orientam e norteiam o pesquisador durante a investigação. Em uma investigação 
geralmente se utiliza um objetivo geral que é mais amplo. Assim, o pesquisador 
se obriga a elaborar objetivos específicos que estão de acordo com o objetivo geral, 
mas apenas o ramifica para que o trabalho seja feito em etapas. 
Os objetivos específicos (sempre relacionados ao geral), por exemplo, os 
acadêmicos do curso de ciências econômicas por pedido da professora Vanessa 
farão um trabalho de pesquisa, nele a professora solicita, já dando o objetivo 
geral, traçar o perfil socioeconômico populacional de suas cidades. Este objetivo 
geral indica o que a professora deseja como resultado. O objetivo geral indica o 
que a professora deseja como resultado, os objetivos específicos são um suporte 
para responder o objetivo geral da pesquisa. 
Para atingir a finalidade de forma completa, pode-se ter os seguintes 
objetivos específicos: a) gênero; b) idade c) estado civil d) número de filhos; e) 
escolaridade; f) nível salarial; g) profissão. Esses são alguns dos levantamentos 
necessários para que se possa traçar o perfil socioeconômico de uma população, 
por exemplo (GIL, 2002; 2010).
TÓPICO 1 | OS DIFERENTES TIPOS DE PESQUISAS
65
4.3 DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO 
Delimitar o universo da pesquisa no caso de levantamento não é diferente 
da pesquisa bibliográfica. Delimita-se uma pesquisa nos objetivos, por exemplo, 
quando o pesquisador decide investigar o perfil socioeconômico dos jovens 
de uma cidade, já está delimitando uma possível população: o jovem, e outra 
delimitação é a cidade escolhida.
Um exemplo típico de delimitação da amostra poderia ser a seguinte: 
digamos que um pesquisador necessite investigar o orçamento dos jovens de 
uma determinada cidade. Faz-se necessário que o pesquisador defina e conceitue 
o que é jovem enquanto categoria social, além disso, precisa delimitar um recorte 
de faixa etária, pois quem avalia a pesquisa pode compreender que juventude se 
inicia aos 12 anos e termina aos 18. Outros recortes oficiais, por sua vez, tratam de 
jovens indivíduos que têm entre 15 e 29 anos. Esse é um exemplo de delimitação 
em pesquisa que trabalha com amostras. 
Um pesquisador que tem como objetivo investigar, por exemplo, 
o endividamento dos jovens que cursam economia em uma determinada 
universidade, se o curso tem cerca de 850 matrículas seria complicado entrevistar 
cada um dos alunos, assim, seria necessário elencar uma amostra com base em 
cálculos que vimos no início do curso, na disciplina de Métodos Quantitativos, 
a fim de buscar a amostra ideal que, neste caso, poderiam ser aproximadamente 
150 alunos a serem entrevistados.
UNI
Atualmente, o método por amostragem é bastante popular entre pesquisadores, 
tanto que há aqueles que consideram levantamento e pesquisa a mesma coisa, todavia é 
sempre bom lembrar que o levantamento constitui um dos vários tipos de pesquisa (GIL, 2002).
4.4 DADOS A SEREM COLETADOS E TÉCNICAS DE COLETA 
Para efetuar a coleta de dados no levantamento, é importante que se 
verifiquem os objetivos específicos. Uma pesquisa para investigar o orçamento 
de famílias em uma determinada cidade, por exemplo, pode ser importante 
ter um número maior de dados que caracterizem as pessoas e a unidade de 
consumo; dados de ocupação e renda; os bens que a família possui e as despesas 
com consumo. Caso seja necessária uma amostragem do universo mencionado 
anteriormente, outro passo será a elaboração de questionários, formulários e 
entrevistas, coisas comuns de se fazer em pesquisas de levantamento feitas com 
base em amostragens.
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
66
O questionário é uma sistematização de perguntas voltadas a uma população 
para atender a um objetivo, e as questões são respondidas por escrito pelo indivíduo 
pesquisado. Por sua vez, a entrevista é a técnica que envolve o pesquisador e o pesquisado 
frente a frente, o pesquisador pergunta e o investigado responde. O formulário trata de 
questões previamente elaboradas em que se anota as respostas (GIL, 2010).
UNI
O que é uma amostra? Quando uma pesquisa tem um extensão muito grande 
e o pesquisador não consegue considerar a sua totalidade é utilizada a amostra. Trata-se de 
uma parte relativa do universo total de uma população que será submetida à coleta e análise 
dos dados representando o universo total. 
DICAS
Vai fazer um trabalho que envolve amostra? Use a calculadora amostral. Disponível 
em: <http://comentto.com/blog/calculadora-amostral/>. Acesso em: 12 maio 2018.
Após a realização do levantamento de dados, teremos o que se chama de 
censo. Todavia, pelas dificuldades materiais para se realizar um censo, apenas 
os governos e institutos vinculados a este podem realizar este tipo de pesquisas 
porque demandam altos recursos. No censo, os dados são de suma importância 
para o poder público, pois oferecem um panorama geral e real da situação 
pesquisada, fazendo com que estas entidades possam operar as políticas públicas 
onde realmente se tenha a necessidade (GIL, 2010).
O levantamento de dados não se aplica a todos os integrantes da população 
do estudo. Neste caso, é selecionada uma amostra de toda pesquisa que servirá 
como objeto de investigação. As conclusões da amostra são elaboradas para a 
totalidade do universo, levando em conta sempre uma possível margem de erro 
que é obtida com base em cálculos estatísticos. 
DICAS
Ao final do livro de estudos deixaremos um exemplo de questionário, entrevista 
e formulário para que você, acadêmico, possa se orientar se seu interesse está voltado neste 
tipo de pesquisa de levantamento. 
http://comentto.com/blog/calculadora-amostral/
TÓPICO 1 | OS DIFERENTES TIPOS DE PESQUISAS
67
5 ESTUDO DE CASO 
Os estudos de casos caracterizam-se pelo estudo profundo e exaustivo 
de um objeto, com a finalidade de se conhecer ampla e detalhadamente o que 
é uma tarefa complexa se observarmos os demais delineamentos de pesquisas 
apresentados aqui.
O estudo de caso é um estudo empírico com vistas a investigar algum 
fenômeno atual dentro da suarealidade. Gil (2002) apresenta os propósitos do 
estudo de caso, geralmente feita por pesquisadores sociais, entre os propósitos:
I- Analisar situações da realidade em que os limites não estão claramente definidos.
II- Descrever o contexto da situação em que está sendo feita a investigação.
III- Explicar as variáveis do fenômeno estudado em situações muito complexas, 
onde não se pode fazer levantamento e ou experimentos (GIL, 2002).
6 PESQUISA EXPERIMENTAL 
A pesquisa experimental se constitui de: 
I- Sujeitos da pesquisa que sejam alocados aleatoriamente para aonde comporão 
determinados grupos experimentais e de controle. 
II- Que sejam submetidos a algum tipo de influência.
III- Que seus efeitos sejam avaliados em condições de controle de observação. 
Dessa forma fica complicado admitir a possibilidade de pesquisas 
experimentais na área da macroeconomia tanto de um ponto de vista político 
quanto operacional. É antiético realizar pesquisas que envolvam, por exemplo, 
manipulação política em para testar uma determinada teoria. 
As pesquisas experimentais no âmbito da economia podem ser mais úteis 
no campo da microeconomia, por exemplo, quando a pesquisa trata de assuntos 
relacionados às finanças ou organizações industriais. Todavia, neste método 
específico são poucas as pesquisas na economia (GIL, 2002). 
68
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que: 
• A Pesquisa Bibliográfica é aquela desenvolvida com base em materiais já 
existentes sobre o tema geral a ser pesquisado. Geralmente esta pesquisa é feita 
com auxílio de publicações científicas, livros e artigos.
• A escolha do tema a ser pesquisado é o primeiro passo de qualquer pesquisa.
• Realizar um levantamento bibliográfico preliminar significa buscar fontes 
elementares para a pesquisa e também para que o acadêmico conheça ainda 
mais sobre o tema. 
• Uma das etapas importantes da pesquisa bibliográfica é a formulação de uma 
problemática de pesquisa sobre o tema escolhido pelo pesquisador. 
• Após passar por todas as etapas anteriores, que envolvem a escolha do tema, um 
breve levantamento bibliográfico preliminar e a formulação de um problema 
de pesquisa consistente, agora é hora de elaborar um plano de pesquisa, ou o 
que se chama de projeto de pesquisa.
• O projeto de pesquisa é um roteiro para o pesquisador se basear e não perder o 
norte além de permanecer sempre atento e não desviar o foco do problema que 
deseja resolver.
• A diferença entre a pesquisa bibliográfica e documental é basicamente a fonte 
utilizada, no caso da bibliográfica, como vimos, as fontes de coleta são livros, 
artigos, periódicos, entre outros. 
• No caso da pesquisa documental, as fontes de coleta podem ser filmes, 
gravações, documentos, arquivos públicos, cartas, diários, atas de reunião, 
entre outros documentos.
• As pesquisas que envolvem o levantamento são caracterizadas pela 
interrogação direta das pessoas, com o objetivo de conhecer o comportamento 
do pesquisado. 
• Entende-se por amostragem o processo de seleção e escolha dos elementos de 
uma população para construir uma amostra.
• Entende-se a amostra como um subconjunto da população, por meio do qual é 
possível estimar as características dessa população.
69
• O estudo de caso é um estudo empírico com vistas a investigar algum fenômeno 
atual dentro da sua realidade. 
• As pesquisas experimentais no âmbito da economia podem ser mais úteis no 
campo da microeconomia, por exemplo, quando trata de pesquisar assuntos 
relacionados a finanças ou organizações industriais.
70
AUTOATIVIDADE
1 A Pesquisa Bibliográfica consiste em trabalhar com base em materiais já 
existentes sobre o tema geral a ser pesquisado. É comum se utilizar, nestas 
pesquisas, as publicações científicas, livros e artigos científicos sobre o 
tema que se pesquisa. Sabendo disto, descreva cada uma das etapas da 
pesquisa bibliográfica. 
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2 Sobre os diferentes tipos de pesquisa, assinale V para as afirmativas 
Verdadeiras e F para as afirmativas Falsas:
( ) A pesquisa bibliográfica consiste em um estudo minucioso do tema 
escolhido, geralmente pesquisado em fontes como revistas e jornais. 
( ) A pesquisa documental é aquela feita com auxílio de filmes, gravações, 
documentos, arquivos públicos, cartas, diários, atas de reunião, entre 
outros documentos.
( ) A pesquisa documental envolvem o levantamento que se trata de pesquisas 
feitas com a interrogação direta das pessoas, com o objetivo de conhecer o 
comportamento do pesquisado.
( ) O estudo de caso é um estudo empírico com vistas a investigar algum 
fenômeno atual dentro da realidade. Um dos seus propósitos é o de 
analisar situações da realidade. 
Agora, assinale a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V – F – V.
b) ( ) F – V – F – V.
c) ( ) F – F – V – V.
d) ( ) V – F – V – F.
71
TÓPICO 2
MÉTODOS DE ABORDAGEM NA 
PESQUISA
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Quando nos referirmos ao conhecimento científico, significa que se busca 
a veracidade dos fatos. Para que isto seja possível, é necessário o domínio de 
técnicas que possibilitam a veracidade dos fatos. Método significa “caminho para 
se chegar a um fim” (GIL, 2002, p.31). De todo modo, o método científico pode ser 
entendido como uma ferramenta para se verificar a verdade na ciência, ou ainda, 
um “conjunto de procedimentos que ordenam o pensamento e esclarecem acerca 
dos meios adequados para se chegar ao conhecimento” (GIL, 2002, p.31). 
Assim, método é um conjunto de normas e orientações que devem ser 
seguidas para se chegar a um determinado objetivo. Existem, como veremos, 
diferentes tipos de métodos de abordagens científicas específicas para os 
diferentes campos do conhecimento. Embora seja importante mencionar que 
cada método escolhido segue uma ordem de etapas lógicas e racionais para que o 
pesquisador possa aplicar a sua investigação para colher os resultados esperados.
 
Nesse sentido, neste tópico abordaremos os métodos de pesquisa, como: 
o método indutivo, o método dedutivo, o método dialético, o método hipotético-
dedutivo, o método histórico, o método comparativo, o método monográfico e, 
por fim, o método estatístico.
2 MÉTODO INDUTIVO 
O método indutivo é um processo mental que contata um fenômeno 
particular capaz de afirmar uma veracidade de modo geral. Assim, Lakatos e 
Marconi (2005, p. 86) afirmam que “o objetivo do raciocínio indutivo é levar a 
conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais 
se baseiam”. Por exemplo, constata-se que um cachorro tem coração, logo, pode-
se inferir que todos os cachorros têm coração. Ou ainda, Eleonora morreu, logo 
ela é mortal, Carlos é mortal, Zelinda é mortal, logo todos são mortais, pois são 
seres humanos (GIL, 2002; LAKATOS; MARCONI, 2005).
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
72
FIGURA 2 – PESQUISADOR EM BUSCA DE PISTAS
FONTE: Disponível em:<https://www.shutterstock.com/image-
illustration/detective-magnifying-glass-103426064>. Acesso em: 
28 maio 2018.
O método indutivo se baseia na observação e veracidade de casos que 
confirmam a realidade, como visto nos exemplos citados anteriormente. Esse método 
foi utilizado pelos cientistas Bacon, Hume, Hobbes e Locke. Eles acreditavam que o 
conhecimento está fundado na experiência. No caso do método indutivo, observar 
osfatos é parte do método para se conhecer verdadeiramente aquele fato e com 
base também na experiência como se fosse uma espécie de comparação, além de 
descobrir se existe relação entre os fatos que se deseja conhecer. 
Lakatos e Marconi (2005, p. 86) fazem algumas conclusões a respeito do 
método indutivo, entre elas: 
a) de premissas que encerram informações acerca de casos ou 
acontecimentos observados, passa-se para uma conclusão que contém 
informações sobre casos ou acontecimento não observados;
b) passa-se pelo raciocínio, dos indícios percebidos, a uma realidade 
desconhecida por eles revelada; 
c) o caminho de passagem vai do especial ao mais geral, dos indivíduos 
às espécies ao gênero, dos fatos as leis ou as leis especiais as leis; 
d) a extensão dos antecedentes é menor do que a conclusão, que é 
generalizada elo universalizante “todo”, ao passo que os antecedentes 
enumeram apenas “alguns” casos verificados; 
e) quando descoberta uma relação constante entre duas propriedades 
ou dois fenômenos, passa-se dessa descoberta a afirmação de uma 
relação essencial e, em consequências, universal e necessária, entre 
essas propriedades ou fenômenos.
Os autores esclarecem que se consideram três elementos fundamentais 
para toda questão indutiva, ou seja, o método indutivo realiza-se a partir de três 
etapas Lakatos e Marconi (2005):
A primeira trata da observação dos fenômenos; a segunda, seria a descoberta 
da relação entre os fenômenos; e a terceira etapa é a generalização da relação. 
https://www.shutterstock.com/image-illustration/detective-magnifying-glass-103426064
https://www.shutterstock.com/image-illustration/detective-magnifying-glass-103426064
TÓPICO 2 | MÉTODOS DE ABORDAGEM NA PESQUISA
73
Observe no esquema a seguir as etapas do método indutivo. 
FIGURA 3 – ETAPAS DO MÉTODO INDUTIVO
Etapa 3:
• Generalização da relação com
 os fatos observados.
Etapa 2:
• Relação entre os fenômenos.
Etapa 1:
• Observação dos fenômenos.
FONTE: A autora
Agora veremos a aplicabilidade dessas etapas no exemplo a seguir: 
Etapa 1 – Observação dos fenômenos: O gato é mortal. O cachorro é mortal. O 
pássaro é mortal. O coelho é mortal. 
Etapa 2 – Relação entre eles: Todos são mortais. 
Etapa 3 – Generalização da relação ao fato que se observa: logo, chega-se à 
conclusão que todos animais são mortais.
Esse tipo de método, o indutivo, pode causar alguns enganos, pois 
nem sempre as generalizações que se fazem são acertadas, por isso Lakatos e 
Marconi (2005) apontam algumas etapas para que equívocos não ocorram ou 
sejam minimizados. Primeiro, é necessário comprovar que a relação que se 
faz é necessária para evitar conclusões errôneas. Em seguida, confirmar que 
os fenômenos são realmente iguais, ou seja, se pode realmente fazer alguma 
relação entre eles. Por fim, observar sempre o aspecto qualitativo dos fenômenos 
(LAKATOS; MARCONI, 2005). 
Esse método foi incluído nas ciências econômicas e tratado como um 
método ideal para esse tipo de pesquisa pelos alemães, na segunda metade do 
século XIX. Isto foi importante na época para que se deixasse de trabalhar com a 
especulação e se voltasse a observação para se atingir o conhecimento científico 
de fato (GIL, 2002). 
O método indutivo é um processo mental em que se contata um fenômeno 
particular capaz de afirmar uma veracidade de modo geral. 
ATENCAO
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
74
FIGURA 4 – PESQUISADOR
FONTE: Disponível em:<https://cdn5.vectorstock.com/i/1000x1000/60
/94/african-student-using-a-computer-for-education-vector-20596094.
jpg>. Acesso em: 28 maio 2018.
3 MÉTODO DEDUTIVO 
O método dedutivo parte do geral para o particular. O método duditivo 
trabalha com a lógica dos fatos a partir daquilo que já é reconhecido como verdade 
e, por isso, chega a conclusões de maneira excusivamente formal por conta de 
uma lógica. Esse método foi proposto por Descartes, Sapinoza e Leibniz. Para 
esses pensadores só é possível chegar ao conhecimento científico se partirmos de 
pressupostos óbvios. Isto é, se baseia em verdades gerais que já foram confirmadas 
para chegar a novos conhecimentos.
Observe o esquema a seguir, nele podemos observar a difereça de 
argumentos entre o método indutivo e o método dedutivo. 
FIGURA 5 – MÉTODOS INDUTIVO E DEDUTIVO
Dedutivos
Se todas as premissas são
verdadeiras, a conclusão
deve ser verdadeira.
Toda informação ou
conteúdo factual já estava,
pelo menos, implicitamente
nas premissas.
A conclusão encerra a
informação que não estava
implicitamente nas
premissas.
Indutivos
Se todas as premissas são
verdadeiras, conclusão é
provavelmente verdadeira
mas não necessariamente.
FONTE: Adaptado de Lakatos e Marconi (2005)
TÓPICO 2 | MÉTODOS DE ABORDAGEM NA PESQUISA
75
Agora, para melhorar a compreensão, vejamos como se constrói um 
exemplo do metodo dedutivo: 
1ª Premissa: Se Juliana tirar nota inferior a 7,0 será reprovada. 
2ª Premissa: Juliana tirou nota inferior a 6,0.
Jualiana será reprovada.
Neste caso, o argumento dedutivo para que a conclusão seja “Juliana 
será reprovada” se fosse um argumento falso, os argumentos anterior também 
deveriam ser, ou pelo menos um deles. No caso do argumento indutivo é possível 
que os argumentos sejam verdadeiros e a conclusão falsa. 
Quando a conclusão afirma que Juliana será reprovada, se afirma algo 
que já veio da premissa de que os alunos que tirarem nota inferior a 7,0 serão 
reprovados, a informação já está contida na premissa que afirma que se Juliana 
tirar nota inferior a 7,0 será reprovada, a informação já estava contida no 
argumento anterior (LAKATOS; MARCONI, 2005).
O método dedutivo parte do geral para o específico baseado em uma lógica 
para se chegar às conclusões. 
ATENCAO
4 MÉTODO DIALÉTICO 
Ao longo de mais de um século, os economistas de diferentes escolas 
de pensamento debatiam sobre a questão do método. Na economia pura, que 
não considera muito o âmbito social, utilizaria a lógica do método dedutivo, já a 
economia aplicada trabalharia mais proximo do método indutivo. 
Entre as muitas tentativas de ultrapassar a divisão dedutivo-indutivo, foi 
a de Karl Marx que se sobressaiu com o método dialético. O conceito “dialética” 
antecede Marx, tendo sua origem na época da Grécia, e para os filósofos dialética 
significava diálogo ou “a arte de conversar”. Nesse sentido, Hegel é quem 
antecede Marx e apresenta uma concepção moderna da dialética, afirmando que 
seria uma ideia de conciliação dos contrários. Esta conciliação apresentaria três 
etapas: tese, antítese e síntese. 
Observe a figura a seguir, nela observamos cada uma das etapas da 
conciliação Dialética: 
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
76
FIGURA 6 – O QUE É DIALÉTICA 
FONTE: Disponível em:<http://1.bp.blogspot.com/-xKLmd5uIr80/VEFaeRqQ5NI/AAAAAAAAAD4/7S
YRUFbOU3Y/s1600/Sem%2Bt%C3%ADtulo.png>. Acesso em: 28 maio 2018.
Afinal, o que é dialética? 
Dialética é o modo de pensarmos as contradições da realidade, o modo 
de compreendermos a realidade como essencialmente contraditória e em 
permanente transformação” (KONDER, 1994, p. 8). 
Basicamente, isso significa dizer que uma “determinada realidade é 
negada ou destruída em sua forma orignal, mas ao mesmo tempo é conservada 
ou aproveitada e assume uma nova forma” (GIL, 2002, p. 37). Como exemplo, 
poderíamos utilizar o trigo, primeiro como uma planta, e depois de maduro 
e triturado, ele é transformado em pão, e nesse processo, apesar de todos os 
processos que o trigo passou, no fim ele ainda se encontra presente no pão. 
Como idealista, Hegel dominava os movimentos da realidade como 
se fossem absolutos. Já Marx acreditava que Hegel estava enganado , como 
materialista que era, Marx elaborou a concepção materialista dialética e a 
fundamentou através de três leis principais: 
a) unidade dos ospostos: todos os objetos e fenômenos apresentam 
aspectos contraditórios, que são organicamente unidos e constituem 
a indissolúvel unidadedos opostos. Os ospostos não se apresentam 
simplesmente lado a lado, mas num estado constante de luta entre si. A 
luta dos opostos constitui a fonte do desenvolvimento da realidade.b) 
quantidade e qualidade: a quantidade e qualidade são características 
imanentes a todos os objetos e fenômenos e estão inter-relacionados. 
No processo de desenvolvimento, as mudanças quantitativas 
graduais geram mudanças qualitativas, e essa tranformação opera-se 
por saltos. c) negação da negação: a mudança nega o que é mudado e 
o resultado, por sua vez, é negado, mas essa segunda negação conduz 
a um desenvolvimento e não a um retorno ao que era antes(GIL, 2002, 
p. 38, grifo nosso).
http://1.bp.blogspot.com/-xKLmd5uIr80/VEFaeRqQ5NI/AAAAAAAAAD4/7SYRUFbOU3Y/s1600/Sem%2Bt%C3%ADtulo.png
http://1.bp.blogspot.com/-xKLmd5uIr80/VEFaeRqQ5NI/AAAAAAAAAD4/7SYRUFbOU3Y/s1600/Sem%2Bt%C3%ADtulo.png
TÓPICO 2 | MÉTODOS DE ABORDAGEM NA PESQUISA
77
O método dialético é um dos métodos mais utilizados nas pesquisas 
em economia, ja que por meio dele é possível captar as dinâmicas da realidade 
que estão em constante transfomação. Por meio do método dialétio é possível 
explicar, por exemplo, a passagem de um sistema econômico para outro. Esse 
médoto consegue observar os mais diferentes aspectos da realidade, fazendo a 
relação entre a particularidade e a totalidade. No caso da pesquisa na economia, 
é possível pesquisar os fatos de forma isolada, mas é preciso sempre considerar o 
todo e as várias conexões.
 
O método histórico dialético vai além de uma simples narração dos 
fatos ou de uma descrição dos fatos ao longo do tempo, esse método ressalta a 
necessidade de estudar a realidade como ela de fato é, estudando inclusive suas 
contradições (GIL, 2002). 
O método dialético trata da análise da realiadade. A dialética tenta captar por 
meio do particular a totalidade dos fatos e não trata os fenômenos de forma isolada. Além 
disso, é baseada na contradição. 
ATENCAO
5 MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO 
O método hipotético-dedutivo foi desenvolvido por Karl Popper baseado 
nas críticas ao método indutivo que vimos anteriomente. O método indutivo, 
na compreensão desse pensador, não se justificaria ao passo que para passar 
de “alguns” para “todos”, ou seja, para a generalização, deveria acontecer em 
casos isolados, apenas se fossem assim. Seria necessário que atingissem o infinito. 
Quando se afirma, por exemplo, que “o cisne é branco, logo todos os cisnes o 
são”, é preciso estudar o fato, verificar o passado e o presente, pois a ralidade é 
uma soma de casos. 
Para Popper, o método científico deve partir de um problema, para este 
problema se oferece uma solução precária, o que chama de teoria tentativa, para depois 
criar uma solução possível a fim de elimiar o erro. Assim, o processo se recriaria nele, 
sempre dando origem a um novo problema. Observe o esquema a seguir: 
Esquema de Popper para Método hipotético-dedutivo.
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
78
Observação FalseamentoProblema Conjecturaspossíveis
Novos
Problemas
FONTE: Adaptado de Lakatos e Marconi (2005)
Conforme o esquema anterior criado por Popper, inicialmente se observaria 
o fenômeno a ser estudado ou se conheceria previamente a realidade. Para ele, 
isto seria de fundamental importância, já que a observação é uma atividade com o 
objetivo de se perceber um determinado problema. Neste caso, o problema surge 
de conflitos entre expectativas e teorias já existentes. O problema para Popper é 
o que leva a pesquisa, uma vez que toda a pesquisa nasce efetivamente de um 
problema teórico, prático ou sentido.
Cada problema que se busca resolver vai por si só mostrar o que é 
importante e relevante observar, e quais dados serão mais úteis na hora de 
selecionar. Para efetuar a seleção, é importante que se formulem conjecturas e isso 
significa a tentativa de soluções para o problema que se apresenta. O falseamento 
seria a refutação. Esta formulação de conjecturas é uma espécie de hipótese 
criada para explicar e tentar responder ao problema que se criou. E, por fim, tudo 
resultaria em novos problemas (POOPER, 1974).
O método hipotético-dedutivo inicialmente é resultado da observação de uma 
lacuna, após isto se formulam as hipóteses ou conjecturas, como tentativa de solução ao 
problema, depois se faz o falseamento ou teste das hipóteses, estas hipóteses são testadas 
e confrontadas com a realidade, são postas à prova. 
ATENCAO
6 MÉTODO HISTÓRICO 
Entre tantos métodos de abordagem diferentes na pesquisa, tem-se um 
método muito utilizado nas ciências sociais e também na economia quando se 
trata de pesquisa de cunho bibliográfico. Chamado de método histórico, ele 
foi criado por Boas. O método histórico surge quando se busca compreender as 
raízes das sociedades, por exemplo, ou da formação social delas. Sabemos que o 
hoje é resultado de um passado a ser considerado, assim, para se pesquisar algum 
problema do presente é de fundamental importância que se conheça o passado, 
as origens, os costumes, as instituições etc. 
TÓPICO 2 | MÉTODOS DE ABORDAGEM NA PESQUISA
79
Esse método tem como função investigar fatos do passado, acontecimentos 
e processos das intituições, além de verificar a influência que isto tem no presente, 
na sociedade atual. No caso da economia, quando um pesquisador se propõe a 
estudar a formação social e econômica do Brasil, ele utilizará, entre outros métodos, 
o método histórico para dar conta de tal tarefa. Segundo Lakatos e Marconi 
(2005, p. 107), o método histórico preenche os vazios dos fatos e acontecimentos, 
apoiando-se em um tempo, mesmo que artificialmente reconstruído, que assegura 
a percepção da continuidade e do entrelaçamento dos fenômenos”.
Basicamente, se trata de investigar determinados acontecimentos do 
passado e observar se a realidade atual sofreu influência do passado.
O método histórico é utilizado nas ciências sociais e também na economia 
quando é necessário se remeter ao passado para solucionar algum problema de pesquisa 
recente, por exemplo, estudar a formação social de um país onde os fenômenos ocorridos 
no passado possam explicar a realidade atual. 
ATENCAO
7 MÉTODO COMPARATIVO 
O método comparativo estuda as semelhanças e as diferenças entre os 
diferentes tipos de grupos, sociedade e auxilia na compreensão do comportamento 
humano. O método comparativo é utilizado para comparar tanto o presente 
quanto o passado as civilizações, os povos e as sociedades em diferentes etapas de 
desenvolvimento. Esse método permite que se analisem os dados concretos e reais, 
é como uma “experimentação direta” (LAKATOS; MARCONI, 2005, p. 107). 
O método comparativo é muito utilizado para comparar, por exemplo, o 
desenvolvimento do capitalismo em sociedades desenvolvidas e subdesenvolvidas, 
diferentes formas de governo, taxas de analfabetismo entre países desenvolvidos 
e subdesenvolvidos. Esse tipo de métodos permite se utilizar tanto da pesquisa 
qualitativa quanto da qualitativa. 
O método comparativo consiste em colocar os fenômenos um ao lado do 
outro e compará-los para estabelecer diferenças e semelhanças entre os eles, tirando assim 
a conclusão.
ATENCAO
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
80
8 MÉTODO ESTATÍSTICO 
O método estatístico é puramente quantitativo. É por meio da estatística 
que se consegue manipular dados econômicos para uma pesquisa, por exemplo. 
Além disso, esse método é capaz de esboçar uma descrição quantitativa da 
sociedade. Um exemplo é: analisar a correlação entre o nível de instrução e o 
número de filho de uma determinada população; ou analisar a classe social dos 
estudantes do Curso de Ciências Econômicas da universidade X. 
FIGURA 7 – MÉTODO ESTATÍSTICO 
FONTE: Disponível em:<https://dinamicaglobal.files.wordpress.com/2012
/01/statistical_page.jpg?w=1400>. Acesso em: 28 maio 2018. 
A estatística é de fundamental importância tanto nas ciências sociais 
quanto na econômica, uma vez quese preocupa em coletar os dados, organizar, 
tabular etc. 
9 MÉTODO MONOGRÁFICO 
O método monográfico é fundamentado em um profundo estudo de um 
caso específico, podem ser indivíduos, instituições, grupos, comunidades etc. 
Este método tem a vantagem de permitir que se estude apenas um elemento 
isoladamente evitando que o objeto estudado se fragmente. Nestes casos é muito 
utilizada na economia quando se estuda, por exemplo, uma empresa e a partir 
dela se estudam os diferentes aspectos (GIL, 2002). 
[...] a vantagem do método consiste em respeitar a totalidade solitária 
dos grupos, ao estudar, em primeiro lugar, a vida do grupo na sua 
unidade concreta, evitando, portanto, a prematura dissociação de 
seus elementos. São exemplos desse tipo de estudo as monografias 
regionais, rurais, as de aldeia e, até as urbanas (LAKATOS; MARCONI, 
2005, p. 108).
Esse método pode tanto considerar e isolar apenas um aspecto para ser 
estudado, como pode também abranger a totalidade e generalizar o objeto a ser 
estudado. 
https://dinamicaglobal.files.wordpress.com/2012/01/statistical_page.jpg?w=1400
https://dinamicaglobal.files.wordpress.com/2012/01/statistical_page.jpg?w=1400
TÓPICO 2 | MÉTODOS DE ABORDAGEM NA PESQUISA
81
LEITURA COMPLEMENTAR
A TÉCNICA DA ESCRITA CIENTÍFICA
Osvaldo N. Oliveira Jr.
Cientistas precisam se comunicar com a sociedade, o que se dá 
principalmente através de artigos científicos, e em alguns casos de divulgação. 
Estes últimos podem ser mais difíceis de produzir, pois o cientista precisa manter 
a precisão da informação ao mesmo tempo em que tem que tornar o texto acessível 
a um público não especializado. A escrita de um artigo científico, em particular, 
deve obedecer a critérios semelhantes àqueles do método científico, uma vez 
que a publicação só é justificável se houver contribuições relevantes. Ou seja, o 
artigo deve ser resultado de um trabalho de pesquisa sistemático, criteriosamente 
planejado para resolver problemas científico-tecnológicos que tragam avanços 
significativos ao campo de pesquisa. O conhecimento da literatura e o domínio 
da metodologia apropriada são essenciais para atingir tal objetivo.
Um artigo científico deve conter novas ideias, conceitos, interpretações, 
modelos teóricos, e não apenas um relato de resultados. Obviamente que em áreas 
como a física, não se concebe publicação de ideias que não sejam consubstanciadas 
por resultados, experimentais ou teóricos. Entretanto, o que deve ser enfatizado 
são os conceitos, as ideias inovadoras; os resultados servem para comprovar essas 
ideias e conceitos.
O estudo e a aprendizagem da escrita científica são hoje baseados numa 
área denominada linguística de corpus, em que fenômenos linguísticos são 
estudados a partir da análise de grande volume de textos. Um corpus é uma 
coleção de textos – falados ou escritos – organizados ou indexados para um 
propósito específico. São exemplos os corpus com textos traduzidos de uma 
língua para outra usados no desenvolvimento de tradutores automáticos.
A aplicação de metodologias de linguística de corpus levou a observações 
importantes. O texto científico é altamente estereotipado, e um artigo tem 
uma estrutura praticamente fixa. Deve conter as seguintes seções: Título, 
Resumo, Introdução, Materiais e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusão, 
Agradecimentos e Referências, nessa ordem. Há áreas com alguma variação, por 
exemplo, incluindo uma seção para destacar trabalhos relacionados na literatura 
ou detalhamento de uma teoria. Mas a estrutura principal é mantida. 
Além disso, o fluxo de texto num artigo científico deve obedecer a um 
movimento bem definido. A Introdução começa do tema mais geral, e afunila para 
mencionar a contribuição do artigo, num movimento do geral para o específico. A 
Conclusão, ao contrário, deve ter o movimento oposto, iniciando-se com o retomar dos 
principais resultados do artigo e terminar com as implicações das contribuições para 
uma área mais geral ou mesmo para a sociedade, dependendo do tipo de trabalho.
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
82
O Resumo é o componente mais importante do artigo, por vários motivos. 
Em muitas bases de dados científicas, apenas o título e resumos são fornecidos, 
de forma que um artigo só será lido se o leitor julgar relevante a partir do resumo. 
Este deve trazer a síntese das ideias e concepções inovadoras do trabalho. Há dois 
estilos principais de resumo: os descritivos e os informativos. Para um artigo que 
traz resultados originais, o resumo deve ser obrigatoriamente informativo, e conter 
as principais contribuições do trabalho. Sua estrutura também é relativamente fixa, 
tendo como componentes: Contextualização, Lacuna, Propósito, Metodologia, 
Resultados e Discussão, e Conclusão e Perspectivas. Quando a revista limita 
o tamanho do Resumo, normalmente os dois primeiros componentes são 
eliminados, iniciando-se com o Propósito.
Na Contextualização, menciona-se o tópico geral de que trata o artigo, 
particularizando para a pesquisa em questão. Limitações ou restrições da área 
são mencionadas na Lacuna, que será preenchida com o trabalho cujo Propósito 
vem logo a seguir. Este último é obrigatório, pois informa os objetivos principais 
da pesquisa. Os meios para atingir esses objetivos constituem a Metodologia, 
podendo incluir procedimentos experimentais, análises teóricas ou estatísticas. 
As principais contribuições do trabalho devem estar contidas no componente 
Resultados e Discussão, inclusive com dados quantitativos se for o caso, e 
com a interpretação dos resultados mais relevantes. Ressalte-se que o resumo, 
assim como o artigo científico, deve ter o material organizado de forma lógica, 
privilegiando a transformação dos resultados em ideias e conceitos. A ordem 
lógica pode não coincidir com a cronológica em que a pesquisa foi realizada. 
O componente Conclusões e Perspectivas encerra o resumo, colocando-se as 
principais contribuições do artigo no contexto mais abrangente do tópico de 
pesquisa e apontando-se suas implicações.
Os resumos descritivos são úteis para sumarizar o conteúdo de livros, 
capítulos de livros e artigos de revisão da literatura, pois nestes casos as 
contribuições mais relevantes podem não ser originais ou mesmo estar contidas 
em trabalhos de outros autores, discutidos no texto. O resumo tem o papel de 
descrever como o tópico em questão será abordado. Para os resumos descritivos, a 
estrutura é menos fixa do que nos informativos, mas o leitor precisa ser informado 
de que se trata de revisão da literatura ou dissertação sobre determinado assunto.
Quanto ao texto do artigo propriamente dito, deve-se buscar concisão e 
precisão na informação. Precisão é essencial, pois muitos termos têm significados 
específicos em física (ou em ciência), que podem diferir de seu uso corriqueiro. Por 
exemplo, a palavra “interferência” é muito empregada em linguagem coloquial 
para uma diversidade de situações. Mas em física tem significado específico, no 
fenômeno de interferência de ondas. A busca por concisão, por outro lado, deve 
ser incansável, especialmente porque autores tendem a exagerar no uso de clichês 
e em palavras desnecessárias. Há várias recomendações para ganhar concisão: 
reduzir ao mínimo o número de adjetivos e advérbios, particularmente evitando 
aqueles que não trazem precisão para a informação.
TÓPICO 2 | MÉTODOS DE ABORDAGEM NA PESQUISA
83
Em física, palavras como grande, pequeno, amplamente, extensamente, 
extremamente não contribuem para transmitir informação precisa. O mesmo se 
aplica a expressões como sendo assim, quase sempre dispensável.
Como se pode depreender, os conceitos relevantes da escrita científica são 
independentes da língua em que o artigo é escrito. Entretanto, como hoje é o inglês 
a língua franca para a ciência, tecnologia, comércio, turismo e quase qualquer área 
da atividade humana, existe o desafio adicional de escrever bem numa língua 
estrangeira para cerca de 90%da população mundial. Para os brasileiros, em 
particular, apesar de o português e o inglês compartilharem muitas características, 
as estruturas gramaticais e o uso de coligações podem ser bastante distintos. A 
propósito, a influência da língua materna é uma das maiores limitações para a 
escrita de qualidade numa língua estrangeira. Não é incomum que um aprendiz, 
conhecedor do vocabulário e gramática de uma segunda língua, escreva sentenças 
gramaticalmente corretas que soam estranhas para um nativo da língua.
Uma possível solução para esta dificuldade em escrever textos com o 
padrão próximo daquele produzido por escritores nativos e experientes também 
pode ser encontrada na linguística de corpus. Trata-se de uma estratégia, delineada 
detalhadamente num livro recente, que consiste em aprender por exemplos a partir 
de um corpus montado pelo próprio aprendiz. Inclui treinamento intensivo com 
leitura de textos científicos em inglês, publicados preferencialmente por nativos 
da língua, e anotação da função de expressões e sentenças. Para montar o corpus, 
o pesquisador deve ler cuidadosamente grande quantidade de textos, e anotar 
como expressões transmitem conceitos e ideias. De fato, é correta a percepção 
de que para escrever bem é preciso ler muito. Porém, não se trata de leitura 
qualquer; deve ser sistemática e meticulosa, concentrando-se mais na forma do 
que no conteúdo do texto.
O estudo sistemático pode ser facilitado se os textos compilados para o 
corpus forem classificados de acordo com as seções e componentes de um artigo, 
e se forem anotadas as funções retóricas das expressões. É útil para qualquer 
escritor em língua estrangeira saber executar funções retóricas como “descrever”, 
“contrastar”, “definir”, “concluir”, etc, para que possa se expressar com a 
mesma proficiência que o faz na língua materna. Mencione-se que esse trabalho 
de identificação de subcomponentes e funções já constitui ótimo exercício de 
aprendizado em escrita científica, independentemente da língua.
A estratégia inspirada em linguística de corpus só é bem-sucedida se o 
aprendiz já tiver um conhecimento mínimo de inglês, pois caso contrário não 
será capaz de identificar as expressões e funções relevantes. Além disso, a tarefa 
de aprender escrita científica em inglês, a partir de um corpus que precisa ser 
construído, não é simples e nem rápida. Exige dedicação e tempo, pois não há 
fórmulas mágicas para aprender escrita científica com pouco esforço, como 
também não as há para aprender física.
FONTE: Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-111720150
00200001>. Acesso em: 28 maio 2018.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-11172015000200001
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-11172015000200001
84
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que: 
• O método indutivo é um processo mental no qual se contata um fenômeno 
particular capaz de afirmar a veracidade de modo geral.
• Este método está baseado em três etapas, a primeira trata-se da observação dos 
fenômenos; a segunda etapa seria a descoberta da relação entre os fenômenos; 
terceira etapa a generalização da relação.
• O metodo dedutivo é o método que parte do geral para o particular. O método 
dedutivo trabalha com a lógica dos fatos. Parte daquilo que já é reconhecido 
como verdade e, por isso, chega a conclusões de maneira excusivamente formal 
por conta de uma lógica.
• Lembrar o método dedutivo parte do geral para o específico. Baseado na lógica 
para chegar as conclusões. 
• Dialética: “É o modo de pensarmos as contradições da realidade, o modo 
de compreendermos a realidade como essencialmente contraditória e em 
permanente transformação” (KONDER, 1994, p. 8).
• O método dialético é um dos métodos mais importantes utilizados nas 
pesquisas em economia, ja que por meio dele é possivel captar as dinâmicas da 
realidade que estão em constante transfomação.
• O método histórico dialético vai além de uma simples narração dos fatos 
ou de uma descrição dos fatos ao longo do tempo, este método ressalta a 
necessidade de estudar a realidade como ela de fato é, estudando inclusive as 
suas contradições.
• O metodo hipotético-dedutivo inicialmente resulta da observação de uma 
lacuna, após isto se formulam as hipóteses ou conjecturas, como tentativa de 
solução do problema, depois se faz o falseamanto ou teste das hipóteses, estas 
são testadas e confrontadas com a realidade, pondo-as à prova.
• O método comparativo é utilizado para comparar tanto o presente quanto 
o passado das civilizações, povos e sociedades em diferentes etapas de 
desenvolvimento.
• O método estatístico é puramente quantitativo. É por meio da estatística que se 
consegue manipular dados econômicos para uma pesquisa.
• O método monográfico é fundamentado em um profundo estudo de um caso 
específico, como indivíduos, instituições, grupos, comunidades etc.
85
AUTOATIVIDADE
1 Sobre os diferentes métodos científicos, assinale V para as afirmativas 
Verdadeiras e F para as Falsas:
( ) O método dialético é baseado em um profundo estudo de um caso 
específico. 
( ) O método estatístico é qualitativo. Por isso é importante quando trata de 
fazer coleta e tratamento de dados socioeconômicos, por exemplo.
( ) Por meio do método dialético é possível captar as dinâmicas da realidade 
que estão em constante transfomação. Baseado na contradição e na 
formação de sínteses.
( ) O método histórico consegue observar os mais diferentes aspectos da 
realidade fazendo a relação entre a particularidade e a totalidade. No caso 
da pesquisa em economia, é possível pesquisar os fatos de forma isolada, 
mas é preciso considerar o todo e as várias conexões. 
Agora, assinale a sequência CORRETA:
a) ( ) F – V – F – V.
b) ( ) V – F – V – F.
c) ( ) V – V – F – V.
d) ( ) F – F – V – F.
2 Observe o esquema a seguir referente ao método hipotético-dedutivo 
sugerido por Popper. Sabendo disto, descreva cada uma das etapas do 
método sugeridas pelo pensador. 
86
87
TÓPICO 3
TÉCNICAS DE PESQUISA EM 
ECONOMIA
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos as diferentes técnicas de pesquisa que se 
utilizam durante a realização de um trabalho científico. Entre elas veremos a 
documentação indireta, a documentação direta. Veremos também os tipos de 
pesquisa de campo, como as descritivas, exploratórias e quantitativas. 
Neste tópico estudaremos as diferentes técnicas de pesquisa que se 
utilizam durante a realização de um trabalho científico. Entre elas veremos a 
documentação indireta, a documentação direta. Veremos também os tipos de 
pesquisa de campo, como as descritivas, exploratórias e quantitativas. 
2 TÉCNICAS DE PESQUISA 
Para realizar quaisquer tipologias de pesquisa citadas no tópico anterior, 
é necessário que o pesquisador se utilize de técnicas de pesquisas. As técnicas de 
pesquisa consistem em uma série de processos para desenvolver habilidades para 
utilizar normas, parte técnica. Para se obter ciência de forma séria é necessário 
que se utilizem técnicas para obter resultados. 
Nas técnicas de pesquisa, boa parte dos autores seleciona uma 
documentação direta, indireta, entrevista e questionário. Veremos cada uma 
destas técnicas (LAKATO; MARCONI, 2005).
2.1 DOCUMENTAÇÃO INDIRETA 
A documentação indireta trata da investigação de dados de diversas 
fontes diferentes para qualquer que seja o método empregado. Este material 
geralmente é de ordem primária e sua organização acaba servindo a outros 
pesquisadores da área quando se deparam com o que já estiver organizado 
previamente, evitando, assim, duplicações ou mesmo energia gasta para realizar 
um mesmo levantamento (LAKATO; MARCONI, 2005). 
A pesquisa indireta tem como finalidade investigar e coletar informações 
prévias sobre o que se pesquisa. Esse tipo de técnica de pesquisa geralmente é 
utilizado para o levantamento de dados da pesquisa documental quando trata de 
fontes primárias ou secundáriasna pesquisa bibliográfica.
88
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
Os arquivos chamados de primários são aqueles que o pesquisador 
busca coletar os dados e organizá-los. Podemos citar, como exemplo, os 
arquivos públicos nas diferentes esferas de governo municipal, estadual, federal. 
Especificamente são documentos oficiais, relatórios, leis e ofícios, entram também 
as publicações do parlamento, como atas, debates, projetos de lei, entre outros. 
Os documentos jurídicos, documentos de cartório como testamentos, inventários, 
certidões e também as documentações por imagem, como fotografias, imagens, 
objetos, entre outros.
Por sua vez, os arquivos secundários são os documentos que já estão 
construídos, por exemplo, material cartográfico, relatórios de pesquisa baseados 
em trabalhos de campo, além disso, há o cinema, a televisão, o rádio, os filmes e 
os trabalhos já transcritos.
Outro detalhe importante a ser observado, é que as fontes de coleta 
de dados da documentação indireta podem ser escritos ou não escritos. Os 
escritos são os documentos oficiais, relatórios de fontes confiáveis, documentos 
encontrados desde o nível municipal, estadual e federal. Estes documentos são 
secundários, portanto, o pesquisador não tem o controle de como foram criados 
os textos a partir deles, por isso é importante selecionar aquilo que lhe for útil 
para a pesquisa com cuidado. 
As publicações da união, como os documentos parlamentares também 
são documentos, por exemplo, projetos de lei, leis e relatórios. Estes documentos 
possuem igualmente uma fonte de confiabilidade elevada geralmente este tipo 
de documento está em posse da câmara de senado, congresso. Os documentos 
jurídicos também são fontes importantes para a pesquisa, já que neles há a 
possibilidade de encontrar decisões jurídicas que podem ser úteis a pesquisa que 
se realiza (LAKATO, MARCONI, 2005).
Os documentos que não constituem escrita são chamados de iconografia, 
ou seja, a documentação por imagem. Temos então imagens, gravuras, desenhos, 
utensílios, vestuário, objetos, canções folclóricas etc. Apesar de não possuir 
escrita, é possível fazer pesquisas de época sobre objetos, vestuário, entre outras.
2.2 DOCUMENTAÇÃO DIRETA 
A documentação direta trata do levantamento de dados feitos pelo 
próprio investigador no local onde os fenômenos a serem pesquisados ocorrem. 
De modo que isto pode ocorrer de formas distintas, como na pesquisa de campo 
e na pesquisa em laboratórios. 
A pesquisa de campo é aquela em que o investigador tem o objetivo de 
coletar informações sobre um determinado problema para o qual se busca uma 
solução. Nesse caso, o investigador observa o fato a ser estudado da forma como 
eles ocorrem na realidade. A pesquisa de campo não é simplesmente a coleta dos 
TÓPICO 3 | TÉCNICAS DE PESQUISA EM ECONOMIA
89
dados, exige-se que se faça o controle e objetivos precisos que descrevam como 
será coletado o material necessário (LAKATO; MARCONI, 2005).
As fases da pesquisa de campo implicam inicialmente a pesquisa 
bibliográfica sobre o tema que se investiga, isso porque esta primeira etapa 
servirá como um primeiro passo a ser dado no trabalho, e com o levantamento 
bibliográfico é possível saber quais trabalhos sobre o tema já foram realizados, até 
onde se avançou cientificamente naquela temática e quais os problemas que ainda 
necessitam serem resolvidos. O segundo passo da pesquisa de campo, depois de 
levantados os dados, é a elaboração de um modelo teórico referencial feito pelo 
pesquisador (LAKATO; MARCONI, 2005).
Posteriormente, é importante que se observe que as técnicas que serão 
utilizadas na pesquisa, especificamente no que se refere à coleta de dados e qual 
será a amostra necessária. A amostra é delimitada a depender do universo total, 
que deve ser representativo e considerável para apoiar a amostra e a coleta de 
dados da pesquisa, levando a uma conclusão relevante. Na sequência veremos 
os tipos de pesquisa de campo que, geralmente, são as que levam as técnicas 
de pesquisa como coleta de dados, entrevistas e questionários (LAKATO; 
MARCONI, 2005).
3 TIPOS DE PESQUISA DE CAMPO 
Geralmente, nas pesquisas de campo é necessária que a coleta de dados 
seja por meio de entrevista, questionário ou formulário. Esse tipo de pesquisa 
se divide em três grandes grupos: quantitativos descritivos, experimental e 
exploratórias. 
A pesquisa quantitativo-descritiva é a investigação na qual se busca 
verificar o fato empiricamente, uma vez que o principal objetivo é o de analisar 
as características do fato que se investiga. Trata-se, portando, da coleta de dados 
sistemática, por isso quantitativa, em que geralmente a finalidade é estudar algum 
aspecto de alguma população específica por meio de amostras. 
As pesquisas quantitativas-descritivas são subdivididas 
metodologicamente em quatro subgrupos, a saber: os estudos de verificação 
de hipóteses; avaliação de programas; estudo de descrição de população; e os 
estudos de relação de variáveis.
Na verificação de hipótese, trata-se das pesquisas que abrangem tanto 
estudo descritivos quanto quantitativos os quais têm a intenção de analisar 
hipóteses que devem ser verificadas. As hipóteses a serem averiguadas são 
construídas por meio das teorias e são confirmadas por pesquisa quantitativa de 
coleta de dados de uma determinada população.
90
UNIDADE 2 | MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA CIÊNCIA ECONÔMICA
Outra subdivisão é o estudo de avaliação de programa, que são estudos 
quantitativos descritivos que buscam verificar os resultados ou a implicação 
de um programa de atividades ou serviços que podem ser relativos à saúde e 
educação, por exemplo. 
Os estudos de descrição de população são aqueles que têm como função 
fundamental a descrição de características quantitativas de uma determinada 
população, podendo ser organizações ou coletivos específicos que o investigador 
seleciona para pesquisar. Neste caso, geralmente, se utiliza uma amostragem 
para representar o todo. 
Por sua vez, o estudo de relações de variáveis trata da pesquisa quantitativa-
descritiva, da descoberta de variáveis que pertencem a determinada questão ou 
situação em que se relacionam mais de uma variável, por exemplo (LAKATOS, 
MARCONI, 2005).
No âmbito das pesquisas exploratórias, que são pesquisas empíricas, 
portanto, voltadas para a realidade. Nestas pesquisas se tem, segundo Lakatos 
e Marconi (2005), uma tripla finalidade, pois, neste caso, além de formular um 
problema, a intenção é desenvolver hipóteses, e ainda, aumentar a familiaridade 
do pesquisador com o ambiente em que se pesquisa para que futuras pesquisas 
sejam desenvolvidas com maior precisão. Geralmente, nesse tipo de pesquisas são 
aplicados procedimentos sistemáticos. Neste caso, são vários os procedimentos 
a serem aplicados para a coleta de dados, tanto entrevistas, quanto observação 
empírica. 
No caso da pesquisa exploratória há três subdivisões, são elas, a 
saber, os estudos exploratórios descritivos combinados, os estudos usando 
procedimentos específicos para a coleta de dados e os estudos de manipulação 
experimental. 
Os estudos exploratórios descritivos combinados são estudos que têm o 
objetivo de descrever um determinado fenômeno ou fato. É quando são realizados 
estudos de análise empírica e teórica. As pesquisas podem ser tanto descrições 
quantitativas quanto qualitativas, dependendo da quantidade de informações 
já obtidas pelo pesquisador em observação participante, que significa que o 
pesquisador participa da comunidade ou grupo que está sendo pesquisado 
(LAKATOS MARCONI, 2005).
Os estudos usando procedimentos específicos para a coleta de dados 
são aqueles que se utilizam de procedimentos específicos para a coleta de dados 
para o desenvolvimento de ideias e que utilizam um determinado procedimento 
para a investigação. Por sua vez, os estudos de manipulação experimental são 
estudos exploratórios que buscam manipular uma variável independente coma finalidade de localizar variáveis dependentes que possam estar associadas ao 
fenômeno estudado (LAKATOS; MARCONI, 2005).
TÓPICO 3 | TÉCNICAS DE PESQUISA EM ECONOMIA
91
Os estudos experimentais são investigações de pesquisa que se chamam 
comumente de empíricas. Geralmente, a finalidade deste tipo de pesquisa é 
testar hipóteses que dizem respeito às relações de causa e efeito. Neste tipo de 
pesquisa é utilizada a coleta de dados por amostra, por exemplo. Na pesquisa 
de campo, geralmente, o pesquisador tem interesse em estudar determinados 
grupos ou indivíduos em comunidades onde se deseja conhecer certos aspectos 
da sociedade. 
3.1 ENTREVISTA 
A entrevista constitui uma técnica de coleta de dados dentro da 
metodologia da pesquisa, no entanto, não se trata de algo tão simples como parece 
quando posto em prática. A entrevista em si é o encontro de dois indivíduos 
quando se deseja obter informações sobre um determinado assunto por meio 
da conversa, do diálogo profissional. Essa técnica é muito utilizada no âmbito 
da pesquisa social, uma vez que se buscam coletar dados para solucionar um 
problema de ordem social.
A entrevista “consiste no desenvolvimento de precisão, focalização, 
fidedignidade e validade de certo ato social como a conversação” (GOODE; 
HATT, 1969, p. 237 apud LAKATOS; MARCONI, 2005, p. 198). Assim, a entrevista 
nada mais é do que a conversa entre duas pessoas buscando informações sobre 
um determinado tema para a coleta de informações necessárias. Para muitos 
autores da metodologia da pesquisa, a entrevista consiste em uma ferramenta 
primordial para o pesquisador levantar dados relevantes sobre a realidade 
estudada (LAKATOS MARCONI, 2005). 
92
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que: 
• As técnicas de pesquisa consistem em uma série de processos para desenvolver 
habilidades para utilizar normas, parte técnica. Para se obter ciência de forma 
séria é necessário que se utilize técnicas para obter suas finalidades.
• Nas técnicas de pesquisa, boa parte dos autores seleciona em documentação 
direta, indireta, entrevista e questionário.
• A documentação indireta trata-se da investigação de dados de diversas fontes 
diferentes para qualquer que seja o método empregado
• A documentação direta trata do levantamento de dados feitos pelo próprio 
investigador no local onde os fenômenos pesquisados ocorrem. De modo que 
isto pode ocorrer de formas distintas como: na pesquisa de campo e na pesquisa 
em laboratórios. 
• A pesquisa de campo é aquela na qual o investigador tem objetivo de coletar 
informações sobre um determinado problema para o qual se busca uma 
solução.
• A pesquisa de campo pode ser dividida em três grandes grupos: quantitativos 
descritivos, experimental e exploratórias.
• A pesquisa quantitativo-descritiva é a investigação na qual se busca verificar o 
fato empiricamente, e o principal objetivo é analisar as características do fato 
que se investiga.
• As pesquisas exploratórias são pesquisas empíricas, portanto voltadas para a 
realidade.
• Os estudos experimentais são investigações de pesquisa chamadas comumente 
de empíricas. Geralmente, a finalidade desse tipo de pesquisa é de testar 
hipóteses que dizem respeito a relações de causa e efeito.
• A entrevista constitui uma técnica de coleta de dados dentro da metodologia 
da pesquisa. A entrevista em si é o encontro de dois indivíduos a fim de obter 
informações sobre um determinado assunto por meio da conversa, do diálogo 
profissional.
93
1 Sobre os estudos realizados no Tópico 3, julgue as afirmativas a seguir e 
assinale V para Verdadeiro e F para Falso. 
( ) As técnicas de pesquisa consistem em uma série de processos para 
desenvolver habilidades para utilizar normas para a elaboração de 
trabalhos científicos. 
( ) As técnicas de pesquisa se dividem em subjetivas e indutivas. As técnicas 
indutivas são utilizadas nas pesquisas de cunho bibliográfico e as subjetivas 
em levantamento de dados. 
( ) Entre os tipos de técnicas utilizadas na pesquisa científica, destaca-se a 
documentação indireta e a documentação direta.
( ) Entre as técnicas de pesquisa, tem-se a pesquisa de campo, na qual o 
investigador tem objetivo de coletar informações sobre um determinado 
problema para o qual se busca uma solução na realidade in loco. 
Agora, assinale a sequência CORRETA:
a) ( ) F – V – V – V.
b) ( ) V – F – V – V.
c) ( ) V – F – V – V.
d) ( ) F – F – F – V.
2 Explique o que são técnicas de pesquisa.
AUTOATIVIDADE
94
95
UNIDADE 3
A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E 
FORMATAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você será capaz de:
• compreender a formatação de um texto científico;
• construir o cronograma de um orçamento de uma pesquisa;
• conhecer os elementos de um texto científico;
• conhecer sobre a questão do plágio nos textos científicos.
Caro acadêmico! Esta unidade de estudos está organizada em três tópicos de 
conteúdos. Ao longo de cada um deles, você encontrará sugestões e dicas que 
visam potencializar os temas abordados e, ao final de cada um, estão disponí-
veis resumos e autoatividades que visam fixar os temas estudados.
TÓPICO 1 – CRONOGRAMA, ORÇAMENTO E ELEMENTOS DE PES-
QUISA 
TÓPICO 2 – FORMATAÇÃO, CITAÇÕES E REFERÊNCIAS 
TÓPICO 3 – FORMATAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS
96
97
TÓPICO 1
CRONOGRAMA, ORÇAMENTO E 
ELEMENTOS DE PESQUISA
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, nesta unidade vamos estudar mais duas etapas do 
projeto de pesquisa. Após você ter estudado várias etapas de uma pesquisa, neste 
momento iremos estudar o cronograma e o orçamento para o desenvolvimento 
dela. Estes elementos são importantes para que se consiga realizar uma pesquisa 
no período predeterminado, a fim de não ter surpresas em relação aos custos no 
decorrer da pesquisa. 
Além disso, um projeto contempla os elementos de um texto científico, 
assim, na sequência, estudaremos os chamados elementos pré-textuais, textuais e 
pós-textuais. Veremos ainda neste tópico as técnicas e dicas para se escrever bem 
e se destacar com a organização e escrita do seu projeto ou texto, neste momento 
que é crucial e definitivo na sua vida acadêmica. 
2 CRONOGRAMA E ORÇAMENTO DE UMA PESQUISA 
Quando nos propomos a realizar uma pesquisa, é muito importante 
a organização do tempo e também dos custos previstos para a sua realização. 
A etapa de planejamento é fundamental. Geralmente, quando vamos estudar 
a parte de metodologia nos manuais, estudamos muito sobre os aspectos de 
ordem científica e esquecemos dos aspectos fundamentais, como cronograma (a 
organização do espaço e do tempo) e do orçamento (custos da pesquisa). 
2.1 CRONOGRAMA DA PESQUISA 
Em primeiro lugar, para o simples ato de estudar e ler, é necessário que 
o estudante tenha um lugar adequado com seus materiais, boa iluminação e que 
possa desenvolver suas atividades com certa tranquilidade e interrupções. 
Como qualquer atividade que realizamos, a pesquisa cumpre várias etapas 
diferentes a serem seguidas. Por isso é importante se pensar em um cronograma 
para programar as atividades científicas a serem desenvolvidas em cada uma 
das fases. Assim, é importante criar um cronograma para o desenvolvimento das 
atividades ao realizar uma pesquisa acadêmica, como um trabalho de conclusão 
de curso. Muitos pesquisadores submetem projetos de pesquisa para editais 
nestes projetos e neles são solicitados o cronograma e os custos da pesquisa. 
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
98
Assim, é importante que se defina um cronograma de atividades, 
geralmente é comum nas pesquisas utilizar um esquema, conhecido como gráfico 
de Grant, para preencher as diferentes etapas da pesquisa. São linhas e colunas 
nas quais se preenchem as diferentes fases da pesquisa científica. O quadro a 
seguir indica o esquema comumente utilizado entre os pesquisadores.
QUADRO 1 – ESBOÇO DE CRONOGRAMA DE PESQUISA 
 
Tarefa
2019
Fev Mar Abr MaiJun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar
Projeto
Entrega do pré-
projeto X
Revisão e 
entrega projeto 
final
X X
Discussão com o 
professor X
Pesquisa
Introdução e ref. 
teórico X X
Desenvolvimento X X X X X
Resultados e 
discussão X
Considerações 
finais X X
Revisão e 
adequação do 
método
X
Entrega final X
Apresentação 
final X 
FONTE: Elaboração da autora 
O esboço do cronograma anterior representa um exemplo. O pesquisador 
poderá adequar seu cronograma de acordo com a necessidade de sua pesquisa e/
ou normas de sua instituição.
2.2 ORÇAMENTO DA PESQUISA 
É importante, ao realizar uma pesquisa, que o pesquisador esteja ciente dos 
gastos com materiais necessários para a realização dela. Entretanto, dependendo 
do tipo de atividade, talvez haja demandas de visitas técnicas que terão custos 
com viagens ou entradas, por exemplo, nos casos de visitas a museus e centros 
históricos. Além disso, de acordo com a característica da pesquisa, poderá haver 
a necessidade de se utilizar laboratório com equipamentos especializados. Ou 
ainda, em se tratando de uma pesquisa bibliográfica, o pesquisador precisa 
ter à disposição uma biblioteca. Quando isso não ocorre, muitas vezes surge 
a necessidade de o pesquisador custear a compra de livros, computador e 
contratação de internet de boa qualidade para o desenvolvimento da pesquisa. 
TÓPICO 1 | CRONOGRAMA, ORÇAMENTO E ELEMENTOS DE PESQUISA
99
Nesse sentido, Gil (2010) apresenta alguns itens a serem considerados no 
orçamento, entre eles: material permanente (que são os materiais que permanecerão 
no departamento e/ou laboratório após a realização da pesquisa. Geralmente, são 
bens duráveis, equipamentos, como: computadores, impressoras, móveis, livros, 
entre outros. 
Também se estima a quantidade de material de consumo que será 
utilizado para o desenvolvimento da pesquisa. Os materiais de consumo, como 
o próprio nome já refere, são materiais que não têm durabilidade prolongada 
e normalmente são consumidos durante a realização da pesquisa. Destacam-se 
como materiais de consumo: papel, tinta para impressora, canetas, material de 
fotografia, vídeos, ou ainda, diárias, despesas com alimentação e gastos com 
passagens e despesas para se locomover a outros lugares para efetuar a coleta de 
dados quando necessário.
Em algumas pesquisas é necessário considerar o gasto com terceiros, 
nisto se incluem, por exemplo, fretes, serviços de comunicação, elaboração de 
cartografia e mapas com especialistas quando necessário. Além de conferências, 
congressos e palestras.
UNI
A discriminação correta dos gastos é importante, sobretudo quando se tratam 
de projetos e editais que ofereçam verbas para a realização da pesquisa. As agências que 
fomentam a atividade científica exigem um orçamento para organizar as contas e a parte 
financeira ao verificar a viabilidade do projeto e o seu financiamento. 
No quadro a seguir, apresentamos dois modelos de cronograma de 
pesquisa. 
QUADRO 2 – MODELO DE ORÇAMENTO DA PESQUISA
Material de Consumo Valor R$
Impressão de folhas 120,00
Tinta 80,00
Encadernação 30,00
Xerox 45,00
Transporte 220,00
Serviços de terceiros 80,00
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
100
Total Material de Consumo 575,00
Material Permanente Valor R$
2 Computadores 2.200,00
2 Impressora 800,00
2 Mesa para computador 300,00
2 Cadeiras de escritório 200,0
Total material permanente 3.500,00
FONTE: A autora
Quando o orçamento for pessoal e não for direcionado a nenhum projeto 
de pesquisa, o pesquisador tem a liberdade para elaborá-lo de acordo com as 
normas da ABNT ou normas da instituição para a qual apresentará o orçamento. 
Se caso optar por um financiamento da pesquisa, é necessário adaptar o orçamento 
conforme modelo ou solicitações específicas do edital. 
2.3 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS, TEXTUAIS E PÓS-TEXTUAIS
Elaborar um projeto de pesquisa não é uma simples tarefa de se realizar. 
Além de toda a questão teórica que envolve a escolha do tema, da revisão 
bibliográfica, como mencionado nas unidades anteriores, o primeiro passo 
da pesquisa é elaborar um roteiro, chamado de projeto de pesquisa. Além 
de falarmos também das partes teóricas fundamentais que um projeto deve 
apresentar, agora apresentaremos alguns elementos de ordem mais prática. Para 
quem está iniciando no mundo da pesquisa, as normas da ABNT para os projetos 
de pesquisa devem apresentar elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais. 
Vejamos cada um desses elementos a seguir: 
FIGURA 3 – ESQUEMA DOS ELEMENTOS DE UM TEXTO 
Elementos
Pré-textuais
Elementos
Textuais
Elementos
Pós-textuais
FONTE: Adaptado de Gil (2010) 
Os elementos pré-textuais são aqueles que aparecem antes do texto 
propriamente, por isso são pré-textuais. Os elementos pré-textuais servem para 
identificar o trabalho e elaborar uma rápida síntese para quem o avalia. Um dos 
itens é a capa do projeto, item que geralmente é utilizado quando se apresenta 
um projeto para alguma banca. A capa contém informações como o nome da 
entidade, universidade, nome do autor do projeto, título, subtítulo, quando 
houver, e que deve ser separado por dois pontos, e é na capa ainda que se informa 
local, cidade e ano do projeto (GIL, 2010).
TÓPICO 1 | CRONOGRAMA, ORÇAMENTO E ELEMENTOS DE PESQUISA
101
Outro elemento pré-textual é a folha de rosto ou lombada. A lombada é 
uma complementação da capa, e nela aparece novamente o nome do autor, o título 
do trabalho, local e cidade de apresentação. Além disso, é após estas informações 
que se adiciona a lista de figuras, de gráficos/tabelas, e caso seja necessário, põe-
se uma lista de abreviaturas ou siglas que foram escritas durante a produção do 
trabalho e, antes do texto propriamente, o sumário, parte que indica ao leitor o 
que ele encontrará nas próximas páginas e um pequeno resumo seguido de três a 
cinco palavras-chave separadas por ponto e vírgula, ou apenas ponto.
FIGURA 4 – MODELO DE CAPA E FOLHA DE ROSTO 
NOME DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
NOME DO ALUNO
NOME DO ALUNO
(MONOGRAFIA, ARTIGO,
TRABALHO, ETC.)
apresentado ao (CURSO,
PROGRAMA, ETC.) como
requisito para obtenção de
(NOTA, TÍTULO, ETC.).
Orientador(a): _________
Local
Ano
Local
Ano
TÍTULO DO TRABALHO
Subtítulo do Trabalho
TÍTULO DO TRABALHO
Subtítulo do Trabalho
FONTE: Disponível em:<https://static.significados.com.br/foto/capa-abnt-ac.png>. Acesso em: 
15 maio 2018.
O resumo é um pequeno texto que sintetiza o projeto ou o trabalho. 
Nele as informações básicas do trabalho são apresentadas por meio de uma 
contextualização rápida, objetivos, metodologia, resultados e as indicações das 
conclusões. Geralmente, a formatação exige que seja um texto entre 250 e 500 
palavras. Para o resumo, há duas fontes padrões, Arial ou Times New Roman, 
e o tamanho da fonte é 10 em alguns casos específicos como normas de revistas 
ou artigos para eventos. No caso de monografias, dissertações e teses, o tamanho 
da fonte do resumo é normalmente 12, e as fontes citadas em Arial ou Times 
New Roman (é sempre importante verificar as normas da instituição). É comum 
que se solicite também um resumo em língua estrangeira, que é a repetição do 
resumo feito na língua portuguesa traduzido para a língua solicitada ou a critério 
do pesquisador, que em inglês é abstract; em espanhol é Resumen; e em francês 
é Résumé. Após isto, as palavras-chave devem ser acrescentadas logo abaixo do 
https://static.significados.com.br/foto/capa-abnt-ac.png
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
102
resumo, Keywords em inglês; Palabras Clave em espanhol; e Mots Clefs em francês, 
separadas tal como no resumo em português, com ponto e vírgula ou ponto. 
Vale destacar que ao se fazer um trabalhado acadêmico ou científico, é 
imprescindível utilizar uma fonte padrão, geralmente, para os trabalhos científicos 
e acadêmicos, é solicitada a fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12, no 
corpo de texto. Assim, se o acadêmico utilizar a fonte Arial na capa, por exemplo, 
todo seu trabalhoposterior deverá seguir a mesma fonte. 
Lembrando que o sumário também é um elemento pré-textual muito 
importante, é por meio dele que o leitor ou avaliador pode ter uma primeira 
impressão do trabalho como um todo, da organização das ideias do autor e do 
trabalho em si. Além disso, o sumário tem a finalidade de indicar cada capítulo 
e subtítulo, sendo mais prático na hora do leitor buscar um capítulo ou assunto 
específico ao indicar as páginas onde pode encontrá-los. 
 No caso do sumário, os padrões da ABNT são fonte 12 e espaço entrelinhas 
de 1,5. Deve-se enumerar os elementos textuais como: 1 INTRODUÇÃO, 2 
CAPÍTULO, 2.1 Subseção de um capítulo, linhas pontilhadas e tracejadas 
partindo da escrita até a indicação do número de páginas, as linhas devem ser 
justificadas. Lembrando que o Microsoft Word conta com esse recurso, podendo 
ser facilmente utilizado ao ir em “Referências”, indo em “Sumário”.
FIGURA 5 – MODELO DE SUMÁRIO 
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..........................................................06
2 REFERENCIAL ............................................................07
3 METODOLOGIA ........................................................08
3.1 Elemento secundário ..............................................09
3.1.1 Elemento terciário ................................................10
3.1.1.1 Elemento quartenário .....................................10
3.1.1.1.1 Elemento quinário ........................................11
4 CRONOGRAMA ........................................................12
REFERÊNCIAS ............................................................13
ANEXO .........................................................................14
Palavra "SUMÁRIO":
fonte Arial, tamanho
14, negrito, maiúsculo
e centralizado.
Indicativos das
seções, títulos e
páginas: fonte Arial,
tamanho 12,
espaçamento entre
linhas de 1,5cm e
justificado.
FONTE: Disponível em:< https://pt-static.z dn.net/files/d47/08841baa644957ec00ff62887
88f4b25.jpg > Acesso em: 15 maio 2018. 
TÓPICO 1 | CRONOGRAMA, ORÇAMENTO E ELEMENTOS DE PESQUISA
103
Após falarmos dos elementos pré-textuais, que são os que antecedem 
o texto do projeto ou da monografia em si, agora trataremos dos elementos 
textuais, que são o trabalho propriamente dito e onde está contida a maior 
parte dele. Por elementos textuais se entende que é quando o autor descreve a 
introdução, os métodos que utilizou na pesquisa (ou que pretende utilizar se 
tratando do projeto), os objetivos, o desenvolvimento ou a revisão bibliográfica, 
e os resultados que pretende alcançar ou as conclusões. Os elementos textuais, 
portanto, constituem-se como a maior parte de um trabalho acadêmico. 
A introdução de um trabalho ou de um projeto de pesquisa deve conter 
basicamente uma contextualização do tema, o propósito do trabalho, isto é, os 
objetivos, a metodologia, as hipóteses e a justificativa. Tratamos anteriormente 
dos tópicos: tema, objetivos e hipóteses na unidade anterior, e se faz importante 
mencionar a justificativa como algo essencial no âmbito de um projeto de pesquisa. 
Além disso, é importante mencionar que a introdução, assim como o restante do 
trabalho, segue uma formatação padrão que deve ser: fonte Times New Roman 
12, justificado, espaçamento entrelinhas 1,5; e a enumeração das páginas se inicia 
a partir da introdução, mas é contada a partir dos elementos pré-textuais que são 
enumerados, devendo estar localizada no canto superior direito. 
Basicamente, a justificativa de um projeto de pesquisa serve para informar 
o porquê do pesquisador achá-lo relevante a ponto de despender tempo e recursos 
para realizá-lo. É nessa seção que se informa a relevância teórica e prática de 
um projeto de pesquisa ou mesmo do trabalho (a justificativa consiste em uma 
das partes do projeto que pode ser utilizada posteriormente no trabalho final 
de conclusão ou na monografia, na parte introdutória do trabalho.). É a partir 
da seção justificativa, no projeto, que se informam os motivos, detalhadamente, 
de o pesquisador querer resolver um determinado problema de pesquisa: qual 
a importância e relevância? O projeto vai beneficiar alguma comunidade? É 
possível buscar respostas para a formulação de políticas públicas mais efetivas 
naquele local? Estas são algumas perguntas para se inspirar na hora de formular 
uma justificativa para um projeto. 
Outra parte importante é o desenvolvimento do trabalho de forma 
completa. Momento que se dá a partir da construção do trabalho articulado às 
ideias de autores com base nas fontes que o autor coletou e organizou. Tudo se 
divide sistematicamente em capítulos e subcapítulos nos quais o autor articula as 
ideias e os dados coletados na busca por explicar a realidade ou o problema para 
o qual busca solução. Após o desenvolvimento, o autor apresenta as conclusões 
obtidas ao longo do trabalho.
No caso de um projeto de pesquisa, apresenta-se uma contextualização 
de tema em que não há muito aprofundamento, pois isso será efetuado 
posteriormente. Por sua vez, as conclusões não se aplicam a um projeto de 
pesquisa em elaboração, e sim a um trabalho que já foi desenvolvido. No entanto, 
convém explicitá-los, pois ambos são elementos textuais de um trabalho. 
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
104
Os elementos pós-textuais são os elementos que se encontram na última 
parte do trabalho. Esses elementos servem para complementar o projeto ou o 
trabalho com informações que se passaram durante a realização dele. Além 
disso, os elementos pós-textuais são importantes para que o leitor possa avaliar 
o trabalho e observar a(s) fonte(s) que autor baseou suas ideias, uma vez que 
as referências são partes importantes e obrigatórias de um trabalho e um dos 
elementos pós-textuais. Com estes elementos pode-se verificar, por exemplo, se o 
autor se utilizou de alguma base teórica consistente ou não. 
Além das referências do trabalho, o glossário, o anexo, o apêndice e o 
índice também são elementos pós-textuais. Geralmente aparecem na forma 
de documentos importantes que não couberam dentro do desenvolvimento 
do trabalho e que são colocados no final dele. Os anexos são documentos de 
outros autores que o pesquisador considera importante colocar na pesquisa. 
Já o apêndice são documentos que o próprio pesquisador elabora durante a 
pesquisa e que apresenta desta forma, pois acredita que possam ser úteis e que 
complementam o trabalho. 
DICAS
Você ainda tem dúvidas sobre como proceder com as normas e formatações do 
seu trabalho ou artigo? Uma dica é visitar o site da Associação Brasileira de Normas Técnicas 
no link: Disponível em:<http://www.abnt.org.br/normalizacao/lista-de-publicacoes/abnt>. 
Acesso em: 15 maio 2018.
2.4 A ESCRITA DE UM TEXTO CIENTÍFICO 
Para muitos acadêmicos, o encontro com o trabalho final, ou o trabalho 
de conclusão, se torna um momento tenso por causa da inexperiência ou pela 
insegurança em ter que escrever e apresentar um trabalho científico. Justamente 
por isso é que foram desenvolvidas as normas técnicas e a padronização desse 
tipo de trabalho.
O ato de escrever é um instrumento importante para convencer as pessoas. 
Uma mensagem passada de forma coerente em um manuscrito causa um impacto 
nos leitores. Por isso, tão importante quanto ter boas ideias na hora de escolher 
o tema e o problema de pesquisa, é dedicar tempo na escrita do trabalho final. A 
escolha das palavras e a clareza são fundamentais para escrever textos. 
O que é necessário para escrever bem? Ler muito. As pessoas que leem 
mais têm maior capacidade de articular as ideias, têm um vocabulário mais 
extenso e, por consequência, a escrita flui melhor. Afinal, o trabalho científico é 
uma forma de comunicação.
http://www.abnt.org.br/normalizacao/lista-de-publicacoes/abnt
TÓPICO 1 | CRONOGRAMA, ORÇAMENTO E ELEMENTOS DE PESQUISA
105
Na área das Ciências Sociais Aplicadas, especificamente na economia, 
existem muitos termos técnicos que são utilizados restritamente,e quando 
escrevemos textos científicos nessa área é necessário utilizar os termos de uma 
linguagem mais economicista. 
É comum, na hora de escrever, utilizarmos abreviações, todavia, quando 
se trata de um texto científico é preciso tomar cuidado ao utilizá-las. Quando uma 
abreviação aparecer pela primeira vez no texto devemos identificá-la primeiro 
pelo seu nome por extenso, depois pela sigla, por exemplo, Associação Brasileira 
de Normas Técnicas (ABNT), depois de identificarmos a abreviação, ela poderá 
aparecer posteriormente abreviada. É importante também tomar cuidado para 
não utilizar muitas abreviações na mesma frase. 
Exemplo de abreviação: Universidade de São Paulo (USP), depois de escrita 
por extenso e identificada no texto entre parênteses, a abreviação poderá ser utilizada no 
restante do texto. 
ATENCAO
Ademais, outra questão que se sobressaí no momento de produção 
textual diz respeito aos tempos verbais. Qual tempo verbal utilizar para escrever 
cientificamente? Passado, presente ou futuro? Geralmente utiliza-se o presente, 
por exemplo, “este estudo tem por objetivo apresentar”. O tempo verbal “passado” 
é usado nas conclusões, “este trabalho buscou”, por exemplo. Pontua-se também 
que a escrita é produzida na terceira pessoa do singular. 
Outra questão importante referente ao estilo da escrita científica é que a 
escrita é formal e impessoal. Ser impessoal significa que não é aconselhável que 
o autor escreva em trabalhos científicos expressões como: “na minha opinião”, 
“o meu projeto de pesquisa tem a intenção de” etc., geralmente se utiliza a forma 
impessoal, como: “este projeto de pesquisa” etc. Portanto, o uso de pronomes 
pessoais que façam referência ao autor deve ser evitado. 
Além disso, é importante ter objetividade nos textos científicos. Por isso, 
uma dica é escrever frases curtas e claras baseadas em argumentos científicos 
como dados e provas, e jamais na opinião pessoal do autor. Quanto à clareza, 
é importante apresentar um vocabulário adequado, sem expressões do senso 
comum e sem repetições ou expressões com duplo sentido.
Quanto à estrutura do texto, ela se divide em parágrafos e sentenças. 
Cada sentença expressa uma ideia e uma informação para o leitor. Por isso, as 
sentenças devem ser curtas, claras e objetivas. Quando utilizamos sentenças ou 
frases muito longas, isso se torna um problema, já que o leitor não consegue captar 
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
106
a mensagem de forma clara. Não existe um número ou uma quantidade de linhas 
precisas para formular uma sentença. No entanto, desenvolver um parágrafo com 
apenas uma sentença, por exemplo, é um problema grave na escrita científica. O 
ideal é utilizar o bom senso, ler e reler a frase escrita para perceber a coesão e a 
coerência. Geralmente, utiliza-se aproximadamente duas ou três linhas para uma 
frase – no entanto, como já mencionado, não há uma “regra” para isso.
Além disso, em um texto científico as ideias devem ser apresentadas com 
uma sequência lógica e de forma ordenada. É importante que um texto científico 
seja escrito de forma harmoniosa, é por isso que sentenças não devem ser tão 
extensas, nesse sentido, é importante observar os parágrafos. Cada parágrafo 
deve conter uma ideia, de modo geral, a frase inicial abre a ideia principal do 
parágrafo e as demais sentenças são as ideias complementares. Vale mencionar 
que os parágrafos devem estar interligados uns com os outros, caso contrário, o 
texto fica sem sentido e desconexo.
É importante tomar cuidado com a redundância nos textos científicos. A 
redundância consiste na repetição de uma ideia no texto. Muitos especialistas 
chamam isto de vício de linguagem, pois a ocorrência é comum e o pesquisador 
não consegue identificar durante a revisão do manuscrito. Quando ocorrem 
repetições, o texto fica com um sentido confuso e torna a leitura cansativa, prolixa, 
o que compromete a qualidade do texto. Alguns exemplos de redundância: 
“conclusão final”, “planejar antecipadamente”, entre outras expressões. 
O texto científico deve ser polido, conciso, bem estruturado em seus 
parágrafos, e com encadeamento de ideias. Observe atentamente o significado 
das palavras, pois muitas podem ter significados e aplicações distintas, por isso, é 
importante saber “limpar” cada frase, deixando apenas o necessário para denotar 
clareza e objetividade ao leitor. Para melhorar a explanação de ideias em seus 
textos, pense em quem irá lê-lo, em qual a necessidade do leitor. Um texto nunca 
é escrito para si, mas sempre é direcionado para outras pessoas e elas precisam 
compreender a mensagem, as ideias de quem escreve.
DICAS
Para você que quer aprimorar a sua escrita científica, existe um canal da 
Universidade de São Paulo (USP) que disponibiliza videoaulas gratuitas com a intenção de 
auxiliar aos acadêmicos a desenvolver a escrita científica! O link é este: Disponível em:<http://
www.escritacientifica.sc.usp.br/cursos-on-line/>. Acesso em: 16 maio 2018. 
http://www.escritacientifica.sc.usp.br/cursos-on-line/
http://www.escritacientifica.sc.usp.br/cursos-on-line/
TÓPICO 1 | CRONOGRAMA, ORÇAMENTO E ELEMENTOS DE PESQUISA
107
LEITURA COMPLEMENTAR
A Metodologia da Pesquisa Científica como ferramenta na Comunicação 
Empresarial
Maria Joaquina Fernandes Pinto 
O estudo de Metodologia Científica nas universidades raramente é bem 
aceito pelos alunos. As perguntas cruciais advêm do porquê e para quê estudar 
tantas regras, tantos detalhes, indicações rígidas para digitação e formatação 
do texto, que parecem cercear a liberdade do aluno em pensar e escrever sem 
nenhuma exigência metodológica. Num mundo marcado pela pressa, pela falta 
de tempo, pelo tic-tac do relógio, falar de disciplina e de método é realmente 
desesperador. Acostumamo-nos a um necessário e exacerbado ativismo, a agir 
como robôs mecanizados, a copiar idéias e posturas – é mais fácil! – e deixamos 
de lado uma das maiores riquezas humanas que é a capacidade de pensar.O 
primeiro objetivo da disciplina de Metodologia Científica é resgatar em nossos 
alunos a capacidade de pensar. Pensar significa passar de um nível espontâneo, 
primeiro e imediato, a um nível reflexivo, segundo, mediado. 
O pensamento pensa o próprio pensamento, para melhor captá-lo, distinguir 
a verdade do erro. Aprende-se a pensar à medida que se souber fazer perguntas 
sobre o que se pensa. (LIBÂNIO, 2001, p. 39). Uma segunda meta a ser alcançada 
pela Metodologia Científica é aprender a arte da leitura, da análise e interpretação 
de textos. Vivemos o fenômeno do aluno-copista, que reproduz em suas pesquisas 
e trabalhos acadêmicos aquilo que outros disseram, sem nenhum juízo de valor, 
de crítica ou apreciação. Sabemos da dificuldade que a leitura e a hermenêutica de 
um texto apresentam em relação à interpretação de um autor, a sua real intenção 
e que um texto/palavra é um mundo aberto a ser lido e interpretado – já dizia 
Wittgenstein – e, exatamente por isso o texto linguagem significa, antes de tudo, 
o meio intermediário, pelo qual duas consciências se comunicam. Ele é o código 
que cifra a mensagem (SEVERINO, 2002, p. 49). E um terceiro ponto que norteia o 
ensino da Metodologia é aprender a fazer, que significa colocar-se num movimento 
histórico em que o presente assume continuamente uma instância crítica em relação 
ao passado. Aprender a fazer captando o lado ético de todo agir humano implica um 
senso de responsabilidade pois quanto mais cuidamos de vislumbrar o futuro nos 
atos presentes, mais aprendemos a fazer. Aprender a fazer e a pensar não é privilégio 
de inteligências. Grandes gênios se perderam no encurralamento de seu saber 
fragmentado e hiperespecializado, desenvolvendo experiências que terminaram 
em produtos nefastos para a humanidade. Não se pode entender o investimento de 
inteligências na pesquisa de armamentos de morte, a não ser porque essas pessoas 
nunca aprenderam a pensar e a fazer (LIBÂNIO, 2002, p. 43-47). 
Vemos, portanto, quea Metodologia objetiva bem mais que levar o 
aluno a elaborar projetos, a desenvolver um trabalho monográfico ou um artigo 
científico como requisito final e conclusivo de um curso acadêmico. Ela pode 
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
108
levar o/a aluno/a a comunicar-se de forma correta, inteligível, demonstrando um 
pensamento estruturado, plausível e convincente. O método, quando incorporado 
a uma forma de trabalho ou de pensamento, leva o indivíduo a adquirir hábitos 
e posturas diante de si mesmo, do outro e do mundo que só têm a beneficiar 
a sua vida tanto profissional quanto social, afetiva, econômica e cultural. Por 
método entendemos caminho que se trilha para alcançar um determinado fim, 
atingir-se um objetivo; para os filósofos gregos metodologia era a arte de dirigir 
o espírito na investigação da verdade. Ora, as regras e passos metodológicos 
que são ensinados na universidade, visando à inserção do estudante no mundo 
acadêmico-científico – que são pertinentes e necessárias –objetivam também, 
e sobretudo, a criar hábitos que o acompanharão por toda a sua vida, como o 
gosto pela leitura, a compreensão dos diferentes interlocutores, um espírito 
crítico maduro e responsável, o diálogo claro e profundo com os outros e com 
o mundo, a auto-disciplina, o respeito à alteridade e ao diferente, uma postura 
de humildade diante do pouco que se sabe e da infinidade de saberes existentes, 
o exercício da ética e do respeito a quem pensa diferente, a ousadia/coragem de 
expor o próprio pensar.
A disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica nas universidades deve 
ajudar os alunos na experiência de sentirem-se cidadãos, livres e responsáveis, a 
administrar suas emoções e exercitar o bom senso e a eqüidade. De um modo 
peculiar, os alunos do Curso de Administração muito se enriquecem quando 
assimilam bem tudo que foi exposto. Como tantos outros cursos, os alunos de 
Administração saem da faculdade cheios de teorias, de idéias para revolucionarem 
as empresas, levá-las a patamares recordes de lucro e eficiência; acumulam teorias 
dos mais renomados especialistas em marketing, em controle de qualidade, 
logística, organização empresarial, enfim, administração pública, reserva de 
mercado. Deparam-se, muitas vezes, com a questão do método. Por onde começar? 
Qual o primeiro passa a ser dado? O que é mais urgente? Entre teoria e método 
há uma grande diferença, ainda que sejam interdependentes. Ambos buscam 
realizar o objetivo proposto, a teoria pode gerar e dar forma ao método e vice-
versa; o método quando alimentado de estratégia, de iniciativa, invenção e arte 
estabelece uma relação com a teoria capaz de propiciar a ambos regenerarem-se 
mutuamente pela organização de dados e informações (MORIN apud VERGARA, 
1996, p. 335).O método numa empresa ou instituição abre caminhos, aponta 
ou intui soluções, minimiza tempo e gastos, estimula o diálogo entre opiniões 
contrárias e/ou diferentes, resgata a postura ética, cria o espírito de participação e 
responsabilidade comuns na solução de problemas, no enfrentamento de desafios 
e na conquista de metas. O/A administrador/a de empresas que pauta sua vida 
por princípios metodológicos adquiridos na universidade adquire possibilidades 
de pensar e ver para além do que lhe é mostrado e exigido; ele/a pode levar a 
empresa a se destacar e até mesmo inovar em áreas específicas, pois aprendeu a 
traçar metas e objetivos claros, convencidos das hipóteses levantadas, apoiados 
em referenciais de análise seguros que justificam os argumentos expostos. Tudo 
isto como fruto de alguém que aprendeu a pensar, aprendeu a ler, analisar e 
interpretar – não só os textos como a vida – aprendeu, assim, a fazer! Isto também 
é Comunicação Empresarial! 
TÓPICO 1 | CRONOGRAMA, ORÇAMENTO E ELEMENTOS DE PESQUISA
109
A importância da Metodologia Científica para os/as alunos/as dos Cursos 
de Administração de Empresas consiste, sobretudo, no salto qualitativo que tal 
prática pode desencadear, ou seja, no aprender a ser. Acreditamos que o mundo 
acadêmico-científico é uma cartilha – um pouco mais elaborada – para aprender a 
arte de com-viver. E viver com é a arte de ser. Quando assimilarmos no cotidiano 
da vida, não apenas as regras metodológicas da ABNT e suas infinitas exceções e 
peculiaridades, com o objetivo de elaborar um trabalho científico de excelência, 
mas avançarmos, transformando as mesmas regras frias e intelectuais em hábitos 
que integralizam a pessoa, então estaremos, também, aprendendo a ser. 
Entrar nesse processo significa superarmos a tentação de medir tudo em 
termos de eficiência e de interesses e substituirmos esses critérios quantitativos 
por intensidade da comunicação, pela difusão dos conhecimentos e das culturas, 
pelo serviço recíproco e a boa harmonia para levar adiante uma tarefa comum 
(LIBÂNIO, 2002, p. 85). Esta forma de ver e aprender Metodologia da Pesquisa 
Científica talvez possa contribuir para um maior desempenho dos professores que 
se responsabilizam pelo seu ensino, uma melhor aceitação da matéria por parte 
dos alunos – nem sempre muito receptivos –, e poderá, finalmente, proporcionar 
uma dinâmica interdisciplinar com as demais matérias visando um ensino eficaz 
e integrador.
FONTE: Disponível em: <http://www.comtexto.com.br/2convicomcomunicaMariaJoaquina.htm>. 
Acesso em: 4 jun. 2018.
http://www.comtexto.com.br/2convicomcomunicaMariaJoaquina.htm
110
Neste tópico, você aprendeu que:
• O cronograma é uma parte importante do processo de organização do tempo e 
do desenvolvimento de uma pesquisa.
• O orçamento é um item fundamental para a organização de um projeto de 
pesquisa e é por meio dele que medimos os custos e a viabilidade de realização 
da pesquisa.
• Os elementos textuais são os elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais.
• Os elementos pré-textuais servem para identificar o trabalho e elaborar uma 
rápida síntese para quem o avalia.
• Os elementos textuais são os elementos contados da introdução até as últimas 
folhas do trabalho. 
• Os elementos pós-textuais aparecem depois dos elementos textuais, são os 
anexos e os apêndices.
• Um texto científico deve ser claro, objetivo, além de seguir uma lógica de ideias 
que são encadeadas e apresentadas a cada parágrafo.
• É importante tomar cuidado com as abreviações nos textos científicos e com os 
tempos verbais utilizados. 
• O texto científico é impessoal, por isso, deve-se evitar as expressões como “meu 
trabalho”, “meu projeto”, “eu acho” etc.
• É importante tomar cuidado com a redundância nos textos científicos.
RESUMO DO TÓPICO 1
111
1 Explique o que são os elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais 
informando pelo menos um exemplo para cada um dos elementos. 
2 De acordo com os estudos do Tópico 1, considere as afirmativas abaixo e 
assinale as afirmativas que estiverem corretas.
I- Os elementos textuais de uma pesquisa são aqueles que aparecem antes do 
texto e são compostos propriamente pela folha de rosto e sumário. 
II- Geralmente, nos trabalhos acadêmicos ou científicos, é imprescindível 
utilizar uma fonte padrão, geralmente para os trabalhos científicos e 
acadêmicos se solicita a fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12.
III- Na hora de escrever um trabalho acadêmico ou cientifico é imprescindível 
utilizar abreviações. Não havendo a necessidade de escrever por extenso. 
IV- O ideal nos textos científicos é que se utilizem longas sentenças e longos 
parágrafos. 
V- Nos trabalhos científicos é importante que o autor seja impessoal em seu 
texto. Isto significa que não é aconselhável que o autor escreva em trabalhos 
científicos expressões como: “na minha opinião” ou “no meu trabalho”. 
Agora assinale a alternativa que contém a sequência correta:
a) ( ) As assertivas I, II e V estão corretas.
b) ( ) As assertivas II, III e IV estão corretas.
c) ( ) As assertivas II e IV estão corretas.
d) ( ) As assertivas I, II, IV e V estão corretas.
e) ( ) As assertivas II e V estãocorretas. 
AUTOATIVIDADE
112
113
TÓPICO 2
FORMATAÇÃO, CITAÇÕES E 
REFERÊNCIAS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Várias dúvidas surgem no momento de escrever um trabalho científico, 
principalmente em relação à formatação. Para tanto, esta seção intenciona auxiliá-
lo na produção de seu texto. 
Mencionamos durante todo este livro algumas referências sobre a 
formatação do texto. Além disso, caro acadêmico, você já deve ter visto algo nas 
primeiras disciplinas do curso, especificamente em Metodologia Científica. Aqui 
vamos relembrar o principal formato dos textos científicos, suas formatações, a 
organização do texto em si, o espaçamento, as citações e as referências de um 
texto científico que são fundamentais para a construção de um bom texto ou 
trabalho científico. 
2 A FORMATAÇÃO DE UM TEXTO CIENTÍFICO 
Tão importante quanto escrever um bom texto, é saber referenciá-lo e 
formatá-lo de acordo com as normas exigidas. Primeiramente, quanto à produção, 
é importante saber que geralmente é usado o editor de texto Word, com uso 
das fontes Times New Roman ou Arial, tamanho 12, com o documento da área 
de trabalho configurado para o tamanho A4 (210 x 297 mm). O espaçamento 
utilizado entrelinhas é de 1,5 cm. Nas margens, espaço entre o texto e as bordas 
da folha, utilizam-se: 3 cm para a margem superior e à esquerda; e 2 cm para a 
inferior e à direita. 
114
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
FIGURA 6 – CONFIGURAÇÃO DE PÁGINA
FONTE: Disponível em<https://www.normaabnt.com/wp-content/
uploads/2017/06/margens-abnt.png>. Acesso em: 16 maio 2018.
DICAS
Passo a passo no Word para formatar um arquivo: PASSO 1 – Para começar, 
abra um novo arquivo no Word e clique na guia “Layout da Página”. Clique em “Margens” 
e escolha a opção “Margens personalizadas”. PASSO 2 – Faça a configuração conforme as 
normas da ABNT nos locais adequados: seguindo as medidas explicadas anteriormente. 
Deixe na Medianiz: 1,0 cm, pois este espaço servirá caso queira encadernar. Acerte a 
Orientação de Página para: Retrato e dê “Ok”. PASSO 3 – Agora você precisa configurar o 
tipo de papel. Vá até a aba Papel. Configure o tipo de papel para “A4”. A largura é de 21 cm, 
e a altura é de 29,7 cm. Então clique em “Ok”. 
FONTE: Disponível em:<https://www.normaseregras.com/normas-abnt/margens-e-espaca
mento/>.Acesso em: 16 maio 2018. 
https://www.normaabnt.com/wp-content/uploads/2017/06/margens-abnt.png
https://www.normaabnt.com/wp-content/uploads/2017/06/margens-abnt.png
https://www.normaseregras.com/normas-abnt/margens-e-espacamento/
https://www.normaseregras.com/normas-abnt/margens-e-espacamento/
TÓPICO 2 | FORMATAÇÃO, CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
115
2.1 PAGINAÇÃO ESPAÇAMENTO 
O texto deverá ser escrito com fonte tamanho 12 e espaçamento entrelinhas 
de 1,5 (exceto as citações diretas, as quais veremos no próximo tópico). No que 
se refere à paginação, todas as folhas devem ser contadas desde a folha de rosto, 
contam-se os pré-textuais que vimos no Tópico 1, mas eles não são numerados, 
a saber: capa, folha de rosto, epígrafe (se houver), listas de tabelas, gráficos e o 
sumário, conforme a figura a seguir: 
FIGURA 7 – PAGINAÇÃO DE UM TEXTO CIENTÍFICO 
Capa
Folha de Rosto
Agradecimentos
Lista de Ilustrações
Lista de Siglas e Abreviaturas
Sumário
Lista de Símbolos
Elementos Textuais
Anexo
Apêndice
Referências
Resumo
Epígrafe
Dedicatória
Errata
Contadas e numeradas
Contadas, mas não numeradas
Não contada
Contada, mas não numerada
Não contada
FONTE: Disponível em:<http://www.portalindependente.com/imagens/paginacao.jpg>. Acesso 
em: 16 maio 2018. 
A paginação do texto é aplicada a partir da introdução, a primeira parte textual 
de um artigo ou trabalho acadêmico. A partir disso, todas as folhas são enumeradas, 
incluindo as referências, anexos e apêndices (se houver) no final do texto. 
http://www.portalindependente.com/imagens/paginacao.jpg
116
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
O espaçamento entrelinhas dos textos acadêmicos e científicos é de 
1,5, com exceção das citações diretas (com mais de três linhas) e as notas de 
rodapé, casos em que se utiliza o espaço simples. Os títulos das subseções são 
separados por dois “enter” de espaço, que é 1,5 para iniciar um parágrafo em 
um novo subtítulo. 
2.2 ORGANIZAÇÃO DE TÍTULOS E SUBTÍTULOS NO 
CORPO DO TEXTO
A organização do texto se dá através de capítulos, títulos e subtítulos que 
também seguem uma formatação específica de acordo com as normas da ABNT. 
A primeira regra importante é que os capítulos comecem em uma folha nova, isto 
é regra, e são separados pela numeração por um espaço. Os títulos dos capítulos 
são alinhados à esquerda e em negrito com letras maiúsculas, fonte Arial ou Times 
New Roman de tamanho 12, vale lembrar que a cada novo título o espaçamento 
entrelinhas é de 1,5 para começar um novo parágrafo (ABNT, 2002).
Em relação aos títulos e subtítulos, as seções primárias são os títulos 
dos capítulos e devem ser escritas em negrito e caixa alta. Por sua vez, as seções 
secundárias são os subtítulos e devem ser escritas em negrito e apenas com a 
primeira letra maiúscula. Caso haja necessidade no texto de abrir seções terciárias, 
elas devem ser escritas em itálico e somente com a primeira letra em maiúsculo. 
Se houver seções quaternárias, elas são escritas sem formatação especial, com a 
inicial do subtítulo em maiúsculo, e se houver seção quinária, segue-se o padrão 
da seção anterior, mas com uma diferença, o subtítulo é sublinhado. É importante 
pontuar que o recuo do parágrafo é de 1,25 cm na primeira linha de cada novo 
parágrafo (ABNT, 2002).
FIGURA 8 – EXEMPLO DE DIVISÃO DE SEÇÕES DE UM CAPÍTULO 
1 SEÇÃO PRIMÁRIA
1.1 Seções secundárias
1.2
1.3
1.3.1 Seções terciárias
1.3.2
1.3.3
1.3.3.1 Seções quartenárias
1.3.3.2
1.3.3.3.1 Seções quinárias
1.3.3.3.2
1.3.3.3.3
FONTE: Disponível em:<http://images.slideplayer.com.br/25/8206]
[352/slides/slide_19.jpg>. Acesso em: 16 maio 2018. 
http://images.slideplayer.com.br/25/8206352/slides/slide_19.jpg
http://images.slideplayer.com.br/25/8206352/slides/slide_19.jpg
TÓPICO 2 | FORMATAÇÃO, CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
117
A parte concernente à divisão e subdivisão dos capítulos de um trabalho 
é importante porque demonstra a capacidade de organização lógica das ideias 
do autor dentro de um trabalho. A divisão e a subdivisão de um texto científico 
bem-feitas demonstram ao leitor organização das ideias e proporcionam uma 
leitura mais adequada do material, além disso, auxiliam na localização de partes 
específicas de um trabalho. Essas regras são baseadas na Norma 6024 da ABNT.
3 CITAÇÕES E REFERÊNCIAS NO CORPO DO TEXTO 
Escrever bem demanda tempo, dedicação e muito trabalho envolvido. 
Pesquisar, como vimos, envolve basicamente a coleta de dados e a sistematização 
das ideias. Boa parte de uma pesquisa é feita a partir da busca de informações e dados 
de trabalhos e autores que possam contribuir com o tema de pesquisa, aí entram 
livros, artigos, papers publicados em congressos ou revistas científicas, livros, entre 
outras inúmeras matérias. Por isso, no caminho da pesquisa encontramos diversas 
fontes, autores e documentos que contribuem para o desenvolvimento da pesquisa 
e, neste caso, é muito importante citar as fontes utilizadas, dando devidamente 
os créditos de determinada ideia para o autor. No âmbito da academia, das 
comunidades científicas, isso é denominado de citação (ou citar) e há diferentes 
formas de fazê-la. A veremos nesta seção específica para reforçar o que você, 
acadêmico, já viu na disciplina de Metodologia Científica no início de seu curso. 
A utilização indevida de textos, ideias ou mesmo citações sem o 
devido crédito ao autor configuram plágio. Uma ação condenada por todas as 
instituições de ensino, inclusive há legislação contra tal ato. É por isso que se faz 
imprescindível citar as fontes e os autores utilizados nos trabalhos. O plágio é 
considerado crime prescrito no Código Penal brasileiro com uma seçãoespecífica 
relacionada à apropriação indébita de propriedade intelectual. Nesse sentido, 
estudaremos detalhadamente a respeito das referências e citações. 
UNI
Adiante veremos uma seção dedicada a situações de plágio. 
É importante citar todas as fontes utilizadas quando fazemos algum 
trabalho de pesquisa, afinal, o autor-pesquisador, assim como nós, dedicou 
tempo e dinheiro para desenvolver determinada teoria, ideia. Não é justo utilizar 
a ideia de alguém sem dar os devidos créditos. Afinal, enquanto acadêmicos 
e pesquisadores, ao nos colocarmos no lugar do outro, não gostaríamos que 
utilizassem nossas ideias e não nos destinassem os devidos créditos? Para tanto, 
aprenderemos como citar e referenciar autores a fim de evitar que usemos ideias 
de outrem sem dar quaisquer créditos. 
118
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
As citações e referências de textos são partes da norma específica da 
ABNT 10520. Nesta norma se apresentam os diferentes casos e possíveis situações 
de fontes utilizadas a serem citadas por alguém que está desenvolvendo uma 
pesquisa ou um texto científico. 
UNI
As citações são menções, diretas ou indiretas, de um texto de determinado 
autor do qual há informações extraídas com a finalidade de elucidar as ideias e fundamentar 
o que o pesquisador quer afirmar no texto. O autor e o manuscrito do qual foi extraída a 
citação devem ser identificados conforme a norma específica 10520/2003. 
3.1 CITAÇÃO DIRETA 
A citação direta consiste na reprodução integral de parte do texto original 
do autor. Para ser considerada uma citação direta, o texto deve conter mais de 
três linhas. No caso de a citação ser indispensável, com apenas três linhas, é que 
se deve abrir aspas e citar as frases seguido do autor, data e página, conforme o 
exemplo a seguir: 
Exemplos de citação direta com três linhas ou menos, temos as 
seguintes opções: 
Ex. 1: 
Conforme Furtado (2013, p. 341), “medimos o ritmo de crescimento 
da economia brasileira no último quarto de século e verificamos que esse 
crescimento, embora bastante intenso, tem se processado de forma muito 
desigual”. 
Ex. 2:
“A economia é uma ciência social que estuda como o indivíduo e a 
sociedade decidem empregar seus recursos produtivos escassos na produção 
de bens e serviços de modo a distribuí-los entre as várias pessoas ou grupos da 
sociedade” (VASCONCELOS; PINHO, 2003, p. 2).
Ex. 3:
Segundo Lakatos e Marconi (2005, p. 288), as citações diretas “consistem 
na transcrição literal das palavras do autor, respeitando todas as suas 
características”. 
É importante mencionar que quando fazemos uma citação direta, todas 
as características que o autor utilizou originalmente devem ser mantidas, desde 
pontuação, vírgulas, palavras, tudo deve respeitar o original. Além de sempre 
mencionar autor, ano e página (AUTOR, ANO, página). 
TÓPICO 2 | FORMATAÇÃO, CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
119
Quando a citação ultrapassar três linhas, ela deve ser destacada no texto 
com o recuo de 4 centímetros da margem esquerda, com fonte menor, tamanho 
10, Times ou Arial. Além disso, nessa situação não se utiliza aspas na frase citada. 
Vejamos o exemplo a seguir: 
Exemplo de citação direta com mais de três linhas no texto:
Ex. 1:
Mais adiante o autor acrescentará que:
É em bases precaríssimas que (o país) se assenta. Não constitui 
infraestrutura própria de uma população que nela se apoia, e 
destinada a mantê-la [...] aquela população não é senão o elemento 
propulsor, destinado a manter seu funcionamento em benefício 
de objetivos completamente estranhos. Subordina-se, portanto, 
inteiramente a tais objetivos e não conta com forças próprias e 
existência autônoma (PRADO JR., 2011, p. 133).
Ex. 2:
Com isto, Prado Jr. (2011, p. 132) afirma que 
[...] resultará uma consequência final, e talvez a mais grave é a forma 
que tomou a evolução econômica da colônia. Uma evolução cíclica, 
tanto no tempo como no espaço, em que se assiste sucessivamente a 
fases de prosperidade estritamente localizadas, seguidas depois de 
maior ou menor lapso de tempo, mas sempre curto, do aniquilamento 
total. Processo esse ainda em pleno desenvolvimento no momento 
que nos ocupa e que continuará assim no futuro. 
Outro tipo de citação nos textos acadêmicos é a citação indireta, vejamos 
a seção a seguir. 
3.2 CITAÇÃO INDIRETA 
As citações indiretas têm base no texto original sem alterar, no entanto, a 
ideia principal, embora sejam escritas com outras palavras, ou seja, é uma paráfrase. 
Em síntese, é um comentário do pesquisador a respeito das ideias do autor. 
A citação indireta é basicamente dizer que a ideia do autor é repassada 
para um texto com as próprias palavras sobre o texto original, mas que deixa 
permanecer a essência da ideia autoral. Nesse tipo de citação é muito importante 
ter cuidado redobrado na escrita para não alterar ou distorcer o sentido da ideia ou 
o pensamento do autor. O objetivo desse tipo de citação é traduzir para palavras 
mais simples o pensamento do autor e permitir uma compreensão mais fácil e 
acessível. Vejamos exemplos de citação indireta:
120
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
Exemplo de citação indireta:
Trecho original: 
[...] medimos o ritmo de crescimento da economia brasileira no 
último quarto de século e verificamos que esse crescimento, embora 
bastante intenso, tem se processado de forma muito desigual entre 
duas grandes regiões em que se concentram os mais importantes 
grupos populacionais do país (FURTADO, 2013, p. 341).
Citação indireta: 
A economia brasileira apresentou ao longo das últimas décadas um 
ritmo de crescimento intenso, todavia, se verificado, esse crescimento parece 
ter contribuído para acentuar as desigualdades regionais em duas regiões 
específicas (FURTADO, 2013).
Ou,
Segundo Furtado (2013), a economia brasileira apresentou ao longo das 
últimas décadas um ritmo de crescimento intenso, todavia, se verificado, esse 
crescimento parece ter contribuído para acentuar as desigualdades regionais 
em duas regiões específicas.
É preciso uma leitura cuidadosa do material que se utiliza para a 
pesquisa. Atentando sempre para o fato de que, quando for escrever, que seja 
sempre utilizada suas palavras, tomando o devido cuidado para que não se altere 
o conteúdo e o sentido das ideias originais do autor. É importante comentar sobre 
a ideia do autor tentando esclarecer um ponto de vista e buscando ampliá-las e, 
se possível, utilizando exemplos. 
As normas técnicas permitem que o autor possa ser referenciado no início 
ou no final do parágrafo, todavia, alguns pesquisadores recomendam que se cite 
autor e data sempre no final, por questão de estética no texto científico. Conforme 
o primeiro exemplo anterior. 
UNI
A citação indireta consiste na escrita com suas próprias palavras oriundas do 
texto original, de modo que este deva ser sempre referenciado. Atenção, a citação indireta 
não leva aspas e por isso não se deve substituir apenas as palavras do autor por sinônimos.
TÓPICO 2 | FORMATAÇÃO, CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
121
3.3 CITAÇÃO DA CITAÇÃO 
A citação da citação é a reprodução de uma citação utilizada pelo autor 
do texto a qual o pesquisador não teve acesso direto à obra. É preciso ter cuidado 
ao utilizar a citação da citação (o conhecido apud), devendo ser utilizada quando 
não há acesso à obra referenciada, caso contrário, é recomendável que se busque 
a fonte a fim de citar o original. Os pesquisadores mais experientes aconselham a 
não utilizar o apud com frequência. Acompanhe o exemplo a seguir: 
Exemplo de citação da citação
Logo, para este pensador não se deveria “copiar” nem criar instituições 
de fora do país, mas, fazê-las surgir dos próprios materiais do país (TORRES, 
1978, p. 168 apud REZENDE, s.d).
A avaliação de políticas públicas é parte integrante do ciclo de PP. 
De acordo com Anderson (1979, apud SECCHI, 2013 p. 62), a avaliação de 
política pública é o “processo de julgamentos deliberados sobre a validadede propostas para a ação pública, bem como sobre o sucesso ou a falha de 
projetos que foram colocados em prática”.
Conforme o exemplo anterior, utilizar o apud é mais simples do que 
parece, mas muitos acadêmicos relatam dificuldades. O que se deve fazer é 
acrescentá-lo no momento em que referenciar os autores, indicando, assim, o 
autor do texto citado e quem o citou. 
Nos exemplos anteriores, o autor Torres é o dono do texto citado e Rezende 
é o autor consultado. No segundo exemplo, o texto consultado foi o de Anderson, 
e a citação a que não tivemos acesso foi de Secchi.
A citação da citação consiste em citar o que foi citado pelo autor no texto 
que se lê. Apud é uma expressão latina que significa “citado por”. Todavia, vale 
chamar a atenção, mais uma vez, que esse tipo de recurso é utilizado quando 
o pesquisador não tem acesso ao referido texto citado, caso contrário, se a 
citação realmente for pertinente, é importante buscar o texto original. As bancas 
examinadoras não aprovam a prática de citação da citação, então cuidado! 
3.4 NOTAS DE RODAPÉ 
As notas de rodapé de um texto servem para o autor utilizar quando 
houver a necessidade de citar ou usar citações de outros autores ou fazer algum 
comentário importante sobre determinado trecho do texto. As notas de rodapé 
podem ter duas finalidades: notas bibliográficas ou notas explicativas.
122
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
As notas explicativas têm a função de mencionar, nas notas de rodapé, 
comentários que complementam o que é afirmado no corpo do texto. Por sua 
vez, as notas de referências indicam outras fontes bibliográficas que afirmam algo 
parecido com o que é afirmado no texto. 
Para inserir as notas de rodapé, veja os exemplos abaixo: 
FIGURA 9 – NOTAS DE RODAPÉ
1º Cliquem em
Referências
2º Clique em
Inserir Nota
de Rodapé
FONTE: Disponível em:< http://3.bp.blogspot.com/ D7eakIEp3ls/TZ31Mw0TflI/AAAAAAAAAFQ/
KrHWjod_C8c/s1600/W2010-1.jpg>. Acesso em: 18 abr. 2018. 
FIGURA 10 – EXEMPLO DE NOTA DE RODAPÉ
Guia Referências,
Inserir nota de rodapé
Para mais opções de nota 
de rodapé, clicar aqui
Após inserida, a nota de rodapé
se apresenta assim
FONTE: Disponível em:<https://regrasparatcc.com.br/wp-content/uploads/2017/07/nota-de-
rodape-abnt-1-450x300.jpg>. Acesso em: 18 maio 2018.
http://3.bp.blogspot.com/ D7eakIEp3ls/TZ31Mw0TflI/AAAAAAAAAFQ/KrHWjod_C8c/s1600/W2010-1.jpg
http://3.bp.blogspot.com/ D7eakIEp3ls/TZ31Mw0TflI/AAAAAAAAAFQ/KrHWjod_C8c/s1600/W2010-1.jpg
https://regrasparatcc.com.br/wp-content/uploads/2017/07/nota-de-rodape-abnt-1-450x300.jpg
https://regrasparatcc.com.br/wp-content/uploads/2017/07/nota-de-rodape-abnt-1-450x300.jpg
TÓPICO 2 | FORMATAÇÃO, CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
123
É importante mencionar que as notas de rodapé, conforme o exemplo 
anterior, são digitadas num tamanho menor, geralmente 10, e dentro das margens 
com espaçamento simples. 
3.5 REFERÊNCIAS DE DIFERENTES FONTES
Anteriormente mencionamos as referências que tratam de citações diretas 
e indiretas, bem como o modo de referenciá-las. Entretanto, o que ocorre é que 
nem sempre as fontes de pesquisa são os livros, mas são, muitas vezes, vídeos, 
documentos, artigos, revistas, anais, sites, jornais, entre outros. Por isso, veremos 
nessa seção como referenciar as mais diferenciadas fontes de pesquisa. Além 
disso, veremos como citar quando a publicação tem mais de um autor. 
No caso de haver mais de um autor na publicação, é necessário citá-lo 
corretamente. Neste caso, referencia-se o sobrenome dos autores entre parênteses 
separados por ponto e vírgula e, quando no corpo do texto, os nomes são 
separados pela letra “e”. Vejamos os exemplos a seguir: 
Se for no corpo do texto, a referência para dois autores fica assim: 
 (LAKATOS; MARCONI, 2005) ou ainda sem a necessidade de 
maiúsculas se citados da seguinte forma: Lakatos e Marconi (2005).
É importante mencionar que todas as referências utilizadas no corpo do 
texto devem ser citadas no final do trabalho na seção das bibliografias. Neste 
caso, a referência anterior ficaria assim: 
Exemplo de referência bibliográfica ao final do texto: 
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos 
de Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005. 
Se a fonte pesquisada apresentar três ou mais autores, utiliza-se apenas 
o primeiro autor e acrescenta-se a expressão “et al.”, que significa “e outros”, 
vejamos o exemplo a seguir: 
124
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
No corpo do texto, a referência para mais de três autores ficaria assim:
(FREIRE et al., 1986) 
Ou, 
Freire et al. (1986) 
Ao final do texto, a referência permanece com “et al.”. Ela se apresenta da 
seguinte forma: 
Ao final, nas referências bibliográficas, a referência para três autores ou 
mais fica da seguinte maneira: 
FREIRE, Paulo et al. Vivendo e aprendendo. 10. ed. São Paulo: 
Brasiliense, 1986.
Em muitos casos, quando há mais de uma autoria, a obra se configura 
como uma coletânea, em que uma ou duas pessoas organizam um livro sobre 
um determinado tema e convidam outros pesquisadores para escreverem artigos 
afins à temática. Nesse caso, as referências internas no texto são direcionadas para 
o autor do artigo, e apenas no final a referência bibliográfica que contém o nome 
do organizador aparece, vejamos um exemplo: 
Uma vez utilizado um dos artigos da coletânea referenciado no texto 
como (FURTADO, 2013), a referência final ficaria da seguinte maneira:
FURTADO, Celso. O subdesenvolvimento revisitado. In: ROSA, 
Freire d’Aguiar (Org.). Essencial Celso Furtado. São Paulo: Penguin Classics 
Companhia das Letras, 2013.
Observe que a forma correta de referenciá-la é destacando em negrito o 
título da obra “Essencial Celso Furtado” e não o título do artigo que foi utilizado, 
neste caso, “O Subdesenvolvimento revisitado”, além disso, é necessário utilizar 
o “Org.” para mencionar o nome do autor que organizou a coletânea, neste caso: 
Rosa Freire d’Aguiar. 
Em muitas pesquisas se utilizam relatórios de fontes governamentais, 
para tanto, a forma de referenciá-los em meio ao texto é: 
TÓPICO 2 | FORMATAÇÃO, CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
125
Quando citar no corpo do texto fontes governamentais:
(MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO E 
GESTÃO, 2018) 
Ou
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (2018). 
Quando trata da referência final, ela fica da seguinte maneira: 
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO 
E GESTÃO. Panorama macroeconômico março de 2018. Secretaria de 
Planejamento e Assuntos Econômicos, Brasil, 2018. 
 Outro caso que requer atenção é a referência de um mesmo autor que 
publicou mais de uma bibliografia no mesmo ano e que está citado no trabalho. 
Nesse caso, é preciso observar que a referência deve ser da seguinte maneira: 
RODRIGUES, Adyr Balastreri. Turismo e espaço: rumo a um 
conhecimento interdisciplinar. São Paulo: Hucitec, 1997a.
______. Turismo, modernidade e globalização. São Paulo: Hucitec, 
1997b.
Nesse caso específico acrescentam-se letras minúsculas ao final no lado do 
ano de publicação de acordo com a quantidade de publicações, ex.: (RODRIGUES, 
1997a; RODRIGUES, 1997b; RODRIGUES,1997c).
É comum para quem faz pesquisas utilizar como fonte revistas científicas 
e periódicos da área, para esse tipo de publicação a forma de citação deve conter 
o nome do autor, o título do trabalho e a revista científica. Além disso, é preciso 
mencionar o número da revista, o ano e quem edita o periódico. Vejamos a seguir 
como se faz: 
Referência de Revista científica ao final do trabalho: 
TAVARES, Hermes, Magalhães. Desenvolvimento, região e poder 
regional: a visão de Celso Furtado. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e 
Regionais. v. 13, n. 2, nov. de 2011. 
126
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
Observe que, no caso da referência do periódico, o título da revista aparece 
em negrito e não o artigo utilizado. No entanto, dentro do corpo do texto não 
aparece onome do periódico, mas sim o nome do autor do artigo que fica, por 
exemplo: (TAVARES, 2011).
Quando a referência for alguma norma técnica, ela fica ao final do texto, 
da seguinte maneira: 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: 
informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
Ao referenciar uma revista (científica) ou jornal de circulação impressa, 
eles devem ser citados da seguinte forma: 
As 500 maiores empresas do Brasil. Conjuntura Econômica, Rio de 
Janeiro, v. 38, n. 9, set. 1984. Edição especial.
No corpo do texto, a referência se aplicaria da seguinte maneira 
(CONJUNTURA ECONÔMICA, 1984). 
No caso de haver necessidade de citar uma referência de revista ou jornal 
consultados em meio eletrônico, referencia-se como no quadro a seguir:
O ESTADO DE SÃO PAULO. Manual de redação e estilo. São Paulo, 
1997. Disponível em: <http://www1.estado.com.br/redac/manual.html>. 
Acesso em: 19 maio 1998.
Obs.: o mês de maio é o único que não recebe abreviação quando 
estiver em uma referência, os demais são abreviados normalmente. 
Nesse caso, dentro do texto, a referência fica da seguinte forma: (O ESTADO 
DE SÃO PAULO, 1998). A notícia se refere a algum estudo específico, no entanto, é 
importante que o pesquisador busque mais informações sobre o que lê nos jornais, 
e se puder citar o estudo na fonte, ou buscar o original para não citar o jornal é o 
ideal a se fazer quando se trata de utilizá-lo para algum texto acadêmico.
 
Como se observou anteriormente, em primeiro lugar aparece o nome do 
jornal em maiúsculo, seguido do título da notícia, local de publicação e o ano. 
Como o arquivo foi consultado on-line, é importante citar a fonte precisa da busca 
no navegador seguido de “Disponível em:<link>”, bem como a data de acesso. 
Quando houver a necessidade de citar algum artigo de congresso científico, 
anais ou simpósios, isso é feito da seguinte maneira:
TÓPICO 2 | FORMATAÇÃO, CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
127
THEIS, Ivo Marcos. Desenvolvimento Regional numa fomação social 
semiperiférica: o caso do Brasil. Anais do encuentro XV de geógrafos de 
America Latina. Cuba, 2015.
No caso da citação for de algum texto da legislação, faz-se como a seguir:
BRASIL. Constituição (1988). Emenda constitucional nº 9, de 9 de 
novembro de 1995. Lex: legislação federal e marginália, São Paulo, v.59, p.1966, 
out./dez. 1995.
SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 42.822, de 20 de janeiro de 1998. Lex: 
coletânea de legislação e jurisprudência, São Paulo, v. 62, n. 3, p.217-220, 1998.
No corpo do texto, a publicação da referência se aplicaria da seguinte 
forma: (BRASIL, 1995), e no segundo exemplo, (SÃO PAULO, 1998).
Para referenciar um documento cartográfico, este ficaria da seguinte 
maneira: 
INSTITUTO GEOGRÁFICO E CARTOGRÁFICO (São Paulo, SP). Regiões 
de governo do Estado de São Paulo. São Paulo, 1994. 1 atlas. Escala 1:2000.
A referência desse documento, no corpo do texto, fica da seguinte forma: 
(INSTITUTO GEOGRÁFICO E CARTOGRÁFICO, 1994).
DICAS
Caro acadêmico, buscamos trazer as principais formas de diferentes fontes 
possíveis de pesquisa científica e o modo como referenciá-las no corpo do texto e nas 
seções de bibliografia ao final dos textos e trabalhos. Se na sua pesquisa houver alguma 
referência que não foi citada nos exemplos anteriores, nossa dica é que você busque as 
normas especificamente, nesse caso, a norma NBR 6023. Disponível na íntegra neste link, 
em:<http://www.usjt.br/arq.urb/arquivos/abntnbr6023.pdf>. Acesso em: 21 maio 2018. 
Vale mencionar que as referências ao final do trabalho devem ser organizadas 
por ordem alfabética. 
ATENCAO
http://www.usjt.br/arq.urb/arquivos/abntnbr6023.pdf
128
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
4 O PROBLEMA DO PLÁGIO 
Nas seções anteriores buscamos demonstrar como escrever um bom 
projeto de pesquisa com base em bons textos científicos para o sucesso acadêmico 
dos alunos. Além disso, dedicamo-nos a explicitar de que forma os textos e as 
fontes utilizadas devem ser referenciadas e citadas dentro dos textos científicos, 
pois caso se utilize uma ideia ou uma parte de um texto sem oferecer os devidos 
créditos ao autor, isto se torna crime de plágio. 
Nesta seção, iremos nos dedicar à questão do plágio e demonstrar que, hoje, 
existem muitas ferramentas para identificá-lo no meio acadêmico. Inicialmente 
convém explicar que o plágio é o ato de apresentar algo (texto, livro, ideias) como 
se fosse de sua autoria, entretanto foi produzido por outra pessoa. É, em linhas 
gerais, um furto de ideias. 
Nesse sentido, o plágio pode ser direto ou indireto. Quando direto, é a 
cópia mecanizada e integral de partes de um texto sem atribuir os créditos ao 
verdadeiro autor. Neste caso, a cópia é idêntica ao artigo ou texto de quem o 
produziu, desde frases, ideias, pontos e vírgulas etc., assim, o chamado plágio 
direto é a reprodução total de um texto igual ao do autor verdadeiro sem 
atribuição devida. 
Por sua vez, o plágio indireto é a tentativa de reproduzir um texto 
utilizando de sinônimos nas frases dos escritos originais, mas não utiliza, de fato, 
novas ideias. Chama-se assim porque, nesse caso, a citação deveria ser indireta. 
Se quem busca as informações não citar a fonte, comete igualmente o plágio 
(CABRAL; LEITE, s.d.). O artigo 184 do Código Penal brasileiro prescreve o crime 
de plágio da seguinte maneira: 
“Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
§ 1o Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito 
de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, 
interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do 
artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os 
represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de lucro direto 
ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, 
oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma 
reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou 
executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original 
ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos 
titulares dos direitos ou de quem os represente.
TÓPICO 2 | FORMATAÇÃO, CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
129
§ 3o Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, 
fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário 
realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar 
previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, 
direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista 
intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se tratar de exceção 
ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade 
com o previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra 
intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, 
sem intuito de lucro direto ou indireto.” (NR)” (BRASIL, 2003). 
 
Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.695.htm>. Acesso em: 21 
maio 2018. 
DICAS
Dê uma conferida no site <http://www.plagio.net.br/>, lá tem dicas e 
informações de como escrever um bom texto científico e com dicas de cuidado na hora 
de escrever bem, além de auxiliar a perceber o plágio em trabalhos acadêmicos, científicos. 
O que fazer para não cometer plágio? Simples, escreva seus textos com 
as próprias palavras e quando utilizar alguma fonte ou ideia, basta referenciá-
las. Nas citações indiretas, principalmente, escreva a ideia do autor e referencie-o 
sempre no final do parágrafo no qual desenvolveua ideia.
É importante mencionar que atualmente as instituições e os professores 
têm à disposição ferramentas que auxiliam na identificação do plágio nos trabalhos 
acadêmicos. São vários os softwares à disposição, seguem alguns exemplos: o 
Farejador, o Plagius – detector de plágios, o Plagiarism Detector. Esses são alguns 
softwares disponíveis para a caça ao plágio. Por isso, é muito importante ser ético 
e honesto com seus trabalhos acadêmicos, afinal, as consequências são muitas. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.695.htm
http://www.plagio.net.br/
130
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
A IMPORTÂNCIA DA METODOLOGIA CIENTÍFICA PARA O ENSINO E 
APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR
Tamires Aparecida Batista de Oliveira
Kleber Firpo Prado Valença
Introdução
Diferentemente do Ensino Básico, a entrada numa universidade e 
faculdade exige um grande uso de algumas habilidades, e a boa escrita é uma 
delas. Num país que passa por dificuldades estruturais na educação, como o 
Brasil, escrever tornou-se um problema crônico. Assim, a passagem do Ensino 
Básico para o superior deveria ser tratado com maior cuidado por parte dos 
sistemas de ensino público e privado. 
Para Rosane Tolentino Maia (2007), a situação atual do ensino médio 
encerra várias e complexas questões, como aspectos estruturais que ainda não 
foram resolvidos, a precariedade desse ensino público no Brasil. O cenário 
educacional em que convivem velhos e novos problemas aponta para a expansão 
do ensino médio com baixa qualidade, para a privatização da sua gestão e, 
simultaneamente, exibe um forte componente de exclusão. A reforma político 
educacional do ensino médio, em curso, vem afetando sensivelmente o trabalho 
do professor e a dinâmica institucional da escola e, em muito menor grau, a 
realidade educacional do aluno. Tal fato refletirá na sua atuação enquanto discente 
de uma instituição de nível superior. 
O impacto da chegada ao Ensino Superior é sentido em diversos aspectos, 
e o campo da pesquisa acadêmica é setor de maior repercussão. Obrigatória em 
todos os cursos, a metodologia científica é fundamental para todo percurso da vida 
acadêmica dos alunos que cursam o Ensino Superior no Brasil. Com o objetivo de 
solucionar problemas propostos, a pesquisa acadêmica tem seus pressupostos na 
metodologia científica e em normas devidamente rígidas e controladas. Assim, 
o objetivo deste trabalho é apresentar o universo da metodologia científica e a 
importância da mesma para o ensino/aprendizagem no Ensino Superior. 
A Metodologia Científica significa estudo dos métodos ou da forma, ou 
dos instrumentos necessários para a construção de uma pesquisa científica; é uma 
disciplina a serviço da Ciência. Metodologia é a parte onde será indicado o tipo 
de pesquisa que será empregado, as etapas a serem realizadas. O conhecimento 
dos métodos que auxiliam na elaboração do trabalho científico. Para Severino 
(2000, p. 18), Metodologia seria: 
[...] um instrumental extremamente útil e seguro para a gestação 
de uma postura amadurecida frente aos problemas científicos, 
políticos e filosóficos que nossa educação universitária enfrenta. 
131
[...] São instrumentos operacionais, sejam eles técnicos ou 
lógicos, mediante os quais os estudantes podem conseguir 
maior aprofundamento na ciência, nas artes ou na filosofia, o 
que, afinal, é o objetivo intrínseco do ensino e da aprendizagem 
universitária. 
Frente a essa afirmativa há a necessidade de sistematizar o conhecimento 
científico, pois a partir disso a metodologia começa a ser instituída e atrela a 
pesquisa o seu pleno desenvolvimento. Nesse sentido, Severino (2000) diz que a 
pesquisa assume três dimensões na Universidade: 
De um lado, tem uma dimensão epistemológica: a perspectiva do 
conhecimento. Só se conhece construindo o saber, ou seja, praticando a 
significação dos objetos [...] assume ainda uma dimensão pedagógica: 
a perspectiva decorrente de sua relação com a aprendizagem. Ela é 
mediação necessária e eficaz para o processo de ensino/aprendizagem. 
Só se aprende e só se ensina pela efetiva prática da pesquisa. Mas 
ela tem ainda uma dimensão social: a perspectiva da extensão [...] 
(SEVERINO, 2000, p. 26). 
Nesse contexto, a pesquisa assume papel importante, pois tanto docente, 
quanto o estudante fará uso da pesquisa para aprimorar, pôr em prática e 
construir conhecimento de maneira significativa. Severino (2000, p. 25-26) diz 
que o “professor precisa da prática da pesquisa para ensinar eficazmente; o aluno 
precisa dela para aprender eficaz e significativamente [...]”. 
Segundo Teixeira (2010), para que se alcance uma educação de qualidade 
esta deve estar atrelada ao conhecimento. Dessa maneira, será possível a 
construção do conhecimento voltado para uma educação comprometida e, 
realmente, construtiva. 
Portanto, compete aos professores e estudantes, através da prática de 
pesquisa, proporcionar a sociedade novos conhecimentos com a finalidade de 
torná-la padrão na praxe do ensino superior e nas demais modalidades de ensino 
(principalmente no ensino médio), o que certamente facilitaria, significativamente, 
a vida do ingressante de ensino superior. 
Para tal empreitada, utilizaremos um entrecruzamento de uma literatura 
de ponta especializada no âmbito da Metodologia Científica, aos quais serão 
citados no decorrer do trabalho. Buscando uma melhor apresentação, o trabalho 
estará dividido em dois tópicos, além da introdução e conclusão. Num primeiro 
momento será trabalhada a importância da ciência como um campo de atuação 
que busca o conhecimento e o seu papel na construção de soluções para diversos 
problemas na humanidade, o tópico é Entre formas e Conhecimento. 
No segundo momento, o tema a ser abordado será Da escrita à exposição. 
Aqui será analisada a função de algumas instituições, principalmente a da ABNT 
(Associação Nacional de Normas e Técnicas) para a normatização de trabalhos 
acadêmicos.
132
Considerações Finais 
Assim, pretendemos ter cumprido o desafio de apresentar os principais 
pressupostos da Metodologia Científica e a sua importância para um melhor 
desenvolvimento dos trabalhos acadêmicos no Brasil. 
A iniciação científica é um dever da instituição e não deve representar 
uma atividade eventual ou esporádica. A atividade de pesquisa universitária, 
especialmente a pesquisa básica, sempre exigiu um conjunto de condições 
que estão fora do alcance da realidade da maior parte dos estabelecimentos de 
ensino superior privados no Brasil. No setor público, a pesquisa universitária 
só se institucionalizou a partir do final da década de sessenta, em função 
da implementação da reforma de 1968. As várias propostas demandavam 
mudanças estruturais para o ensino superior brasileiro, objetivando modernizar 
e democratizar o sistema. 
As regras e passos metodológicos que são ensinados na universidade visam, 
portanto, a inserção do estudante no mundo acadêmico-científico desenvolvendo 
nele hábitos que o acompanharão por toda a sua vida, como o gosto pela leitura 
e o espírito crítico maduro e responsável. A disciplina de Metodologia Científica 
ajuda os alunos na experiência de sentirem-se cidadãos, livres e responsáveis e os 
auxilia a administrar suas emoções, a exercitar o bom senso e a enfrentar desafios 
na conquista de suas metas. 
Fica evidente a necessidade de se repensar na inserção da disciplina 
de Metodologia Científica na matriz curricular do ensino médio, uma vez que 
promovida a sua integração com as demais disciplinas, viabilizaria o que deveria 
ser o objetivo de todas as instituições de ensino: estimular a construção criativa 
de conhecimento pelo aluno. Lima (2004) deixa bem clara essa ideia ao declarar 
que a pedagogia de ensino fundada na reprodução indefinida de conhecimentos 
acumulados, que prevalece no ensino fundamental e médio, frequentemente não 
capacita técnica, conceptual, teórica e metodologicamente jovens universitários 
para construirum pensamento crítico e reflexivo mais elaborado.
DICAS
Acesse o link disponível em: <http://educere.bruc.com.br/arquivo/
pdf2015/17807_10482.pdf> para ter acesso ao texto completo da Leitura Complementar 
“A IMPORTÂNCIA DA METODOLOGIA CIENTÍFICA PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM NO 
ENSINO SUPERIOR”. 
133
Neste tópico, você aprendeu que:
• Para a formatação dos trabalhos científicos, a orientação é a seguinte: a fonte é 
Times New Roman ou Arial, tamanho 12, e folha A4. O espaçamento entrelinhas 
utilizado é de 1,5. Nas margens se utiliza 3 cm para a superior e à esquerda, e 
à direita e inferior, 2 cm.
• Quanto à paginação, todas as folhas devem ser paginadas a partir da introdução, 
mas devem ser contadas desde a folha de rosto, mas que não são numeradas, a saber: 
capa, folha de rosto, epígrafe (se houver), listas de tabelas e gráficos, e o sumário.
• A utilização indevida de textos, ideias ou mesmo citações sem o devido crédito 
ao autor configura plágio. E isto é algo condenado por todas as instituições de 
ensino, inclusive por legislação. É necessário, por isso, sempre citar as fontes e 
os autores utilizados nos trabalhos.
• O plágio é considerado crime, e o Código Penal brasileiro tem uma seção que 
trata da propriedade intelectual. Por isso, tenha cuidado com as referências e 
citações nos trabalhos acadêmicos e científicos. 
• As citações e referências de textos são parte da norma específica da ABNT 
10520. Nessa norma se apresentam os diferentes casos e possíveis situações 
de fontes utilizadas a serem citadas que podem ocorrer com alguém que está 
desenvolvendo uma pesquisa ou um texto científico.
• A citação direta consiste na reprodução integral de parte do texto original do autor. 
Para ser considerada uma citação direta, o texto deve conter mais de três linhas.
• Quando a citação ultrapassar três linhas, elas devem ser destacadas no texto 
com o recuo de 4 centímetros da margem esquerda, com letra no tamanho 10, 
do tipo Times ou Arial, tal como no corpo textual. 
• A citação indireta é basicamente dizer que a ideia do autor é repassada para 
um texto com as próprias palavras sobre o texto original, mas que permanece 
na essência da ideia original do autor.
• A citação da citação consiste em citar o que foi citado pelo autor no texto que 
se lê. Apud é uma expressão latina que significa “citado por”.
RESUMO DO TÓPICO 2
134
AUTOATIVIDADE
1 Com base nos estudos realizados no Tópico 2 da Unidade 3, julgue as 
afirmativas a seguir: 
I- A citação da citação consiste em citar o que foi citado pelo autor no texto 
que se lê. Apud é uma expressão latina que significa “citado por”.
II- Quando a citação ultrapassar 4 linhas, elas devem ser destacadas no texto 
com o recuo de 4 centímetros da margem esquerda, com letra no tamanho 
10, do tipo Times New Roman ou Arial, tal como no corpo textual. 
III- A citação direta consiste na reprodução integral de parte do texto original 
do autor. Para ser considerada uma citação direta o texto deve conter mais 
de 3 linhas.
IV- A citação indireta consiste em escrever com as próprias palavras a ideia do 
autor, com cuidado para não deturpar a ideia original e dando os devidos 
créditos ao autor no final da ideia.
Agora assinale a alternativa que consta a sequência correta: 
a) ( ) As assertivas I, II e IV estão corretas.
b) ( ) As assertivas II, III e IV estão corretas.
c) ( ) As assertivas II e IV estão corretas.
d) ( ) As assertivas I, III e IV estão corretas. 
2 No Tópico 2 estudamos, numa seção, a respeito do plágio. Sabe-se que o 
plágio trata da utilização de ideias de textos científicos sem o devido crédito 
ao autor das ideias originais. Sabendo disso, responda: 
a) O que é plágio direto?
b) O que é plágio indireto? 
135
TÓPICO 3
FORMATAÇÃO DE TABELAS E 
GRÁFICOS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Itens importantíssimos para os acadêmicos da área de economia são os 
dados e indicadores, uma vez que em suas pesquisas serão considerados muitos 
deles. E por isso que a construção de tabelas e gráficos é de fundamental importância 
para quem deseja trabalhar com dados, como os economistas fazem. Nesse sentido, 
este tópico se dedicará à elaboração e construção de tabelas e gráficos e nas formas 
de apresentação correta deles nos textos acadêmicos, científicos. 
2 TABELAS 
A apresentação de dados em um trabalho acadêmico ou científico é 
algo necessário, além do mais, é um trabalho fundamentado além da teoria, já 
que os dados enriquecem o trabalho, tornando-o confiável e com credibilidade. 
Todavia, é importante mencionar que as fontes de coletas de dados devem ser as 
fontes oficiais. Falaremos adiante de tais fontes e a localização dos dados nelas, 
como: IPEA, IBGE, Banco Mundial e outras fontes. Geralmente, as fontes oficiais 
apresentam os dados estatísticos de censos, de forma bruta, e alguns mecanismos 
de busca permitem selecionar os estratos que o pesquisador deseja. 
Por sua vez, a tabela é a organização e apresentação dos dados de forma 
gráfica e de forma não discursiva, geralmente representadas por dados numéricos 
com uma determinada ordem. São várias as regras para a apresentação de tabelas 
nos textos científicos, mas o mais importante é que a tabela possa ser lida com 
facilidade pelo leitor do trabalho. Quando o leitor “bater” os olhos na tabela, ele 
deve ter a capacidade de compreendê-la dispensando qualquer texto, assim, a 
leitura deve ser fácil, objetiva e clara. As tabelas podem ser uma forma de auxílio 
e enriquecimento do trabalho ou texto, mas é muito importante fazê-las com 
certo cuidado e de forma correta, dentro das normas estabelecidas (ABNT, 2012).
Quanto à formatação das tabelas, elas devem ser apresentadas com 
alguns elementos fundamentais, como estar clara e objetiva, compreensível sem 
que haja necessidade do leitor se reportar ao texto para compreendê-la. Na tabela 
não é recomendável o uso de muitas informações, pois causam desorganização 
e dificultam a leitura. As informações colocadas nas tabelas devem ser apenas o 
necessário para a compreensão. 
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
136
As estruturas das tabelas devem ser simples e objetivas, os dados 
organizados de forma lógica, se pensarmos em dados como o recorte temporal de 
2000-2018, por exemplo, organiza-se de modo lógico e não com os anos salteados. 
Além disso, vale lembrar que uma tabela serve para auxiliar no entendimento 
do texto que se está apresentando, então, logicamente que a tabela deve conter 
dados relacionados ao que o pesquisador se refere em seu texto.
Quanto à apresentação das tabelas, elas devem ser no corpo do texto. A 
fonte utilizada é a mesma fonte utilizada no restante do texto, dependendo do 
caso, a fonte pode até ser diminuída nas tabelas, mas de forma que não prejudique 
a leitura. É importante mencionar a fonte dos dados. Não é recomendável que em 
trabalhos acadêmicos científicos se utilizem imagens de tabelas da internet com 
os dados que se busca, muitas bancas e avaliadores condenam tal prática, mesmo 
que a fonte da tabela-imagem seja citada. Um bom pesquisador coleta e organiza 
seus dados indo diretamente às fontes oficiais. 
As tabelas podem ser utilizadas no corpo do texto ou podem ser referidas 
nos anexos, no final do texto. Caso uma tabela tenha um tamanho grande, ela 
deve conter, no canto superior direito, a descrição continuação e continua na página 
seguinte, sem prejudicar o corpo do texto. Além disso, na questão da formatação, 
a tabela quando inserida no corpo do texto deve estar alinhada no corpo do texto 
de acordo com as margens, o espaço entre as tabelas deve ser de duas entrelinhas 
na medida de 1,5. Além disso, os dados são apresentados em gráficos ou tabelas, 
o pesquisador deve considerar o que é mais importante e qual facilita mais o 
entendimento do leitor. Assim, os dados nunca devem ser apresentados (repetidos) 
no texto, nas duas formas, mas, sim, ou na tabela ou no gráfico. 
As tabelas devem conter alguns elementos que são representadospor 
números, títulos, cabeçalho e colunas. Os números devem ser adicionados quando 
houver no texto mais de uma tabela, com a especificação “Tabela 1”, “Tabela 2”, 
esta descrição aparece em negrito e deve seguir uma sequência de numeração no 
texto, seguida do título da tabela. 
No caso de haver apenas uma tabela no texto: 
Tabela: Renda média per capita, Brasil e grandes regiões – 2000-2015 
Quando existir mais de uma: 
Tabela 1: PIB das mesorregiões brasileiras 2000-2018
Tabela 2: Distribuição da população nas grandes regiões brasileiras 
2000-2015
TÓPICO 3 | FORMATAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS
137
Observe no exemplo anterior que os títulos devem ser expressados de 
forma clara e objetiva, indicando o conteúdo que se encontra na tabela. Ainda 
é importante observar que no título deve conter as indicações de natureza, ou 
seja, qual a informação que se está apresentando, as variáveis que o pesquisador 
escolheu para analisar. No exemplo anterior, é observável que trata da renda 
média, o PIB e a população e, além disso, indica o local e o período, os quais 
também devem ser apresentados no título da tabela. No caso do exemplo, 
utilizou-se as grandes regiões brasileiras e os períodos selecionados.
Vejamos um exemplo de tabela completa a seguir: 
Tabela 1: Renda média per capita, Brasil e grandes regiões – 1999 a 2013 (em reais) 
Anos
Brasil e grandes regiões
Brasil Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul
1999 707,53 757,37 394,40 514,09 893,16 809,08
2001 718,38 779,28 393,58 528,25 908,14 841,86
2002 718,34 815,06 399,83 522,63 901,92 833,53
2003 676,51 742,71 372,41 472,17 844,45 828,23
2004 691,55 792,03 400,04 471,68 849,97 870,68
2005 733,08 835,97 420,11 489,02 916,12 896,23
2006 801,27 900,83 477,11 527,92 998,25 968,02
2007 822,47 981,34 489,82 551,86 1005,17 1021,40
2008 862,63 1042,61 527,71 581,53 1046,44 1057,14
2009 885,83 1049,97 555,86 609,58 1064,48 1095,61
2011 941,60 1164,61 586,85 652,00 1125,90 1148,51
2012 1016,32 1241,03 649,66 681,26 1221,85 1225,02
2013 1047,95 1279,01 670,69 702,39 1251,42 1289,41
FONTE: Adaptado do IPEA (2015)
Além da indicação numérica e sequencial da tabela nos textos, ela precisa 
conter as informações e indicações no cabeçalho, nas colunas, nas casas e a fonte 
de coleta dos dados que apresenta. No cabeçalho estão descritas as informações 
de conteúdo das colunas. No caso do exemplo anterior, a informação é dada em 
cada uma das grandes regiões separadas por colunas. E a casa indica a informação 
de cruzamento com as colunas, nesse caso, o ano que se refere à informação do 
rendimento médio dos brasileiros. Observe como a leitura e interpretação dos 
dados flui e se torna fácil, clara e objetiva. Vale ressaltar que a fonte é de igual 
importância para as tabelas, devendo ser citada a instituição consultada na coleta 
dos dados. 
Vale mencionar que a tabela, ao seguir as normas de editoração de 
trabalhos científicos e acadêmicos, não possui linhas que a fecham nos lados. 
Quando esse for o caso, estamos falando de um “Quadro” e a formatação difere 
de uma tabela. 
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
138
Vejamos como formatar uma tabela. Primeiramente, deve-se ir em 
“Inserir”, selecionar tabela e escolher o número de linhas e colunas necessárias 
para digitar seus dados. Veja a indicação do exemplo: 
FIGURA 10 – INSERIR TABELA EM TEXTO 
FONTE: Disponível em:<http://bloginformaticamicrocamp.com.br/office/saiba-como-trabalhar-
com-tabelas-no-word-2007/>. Acesso em: 21 maio 2018.
Quando a tabela estiver selecionada, é possível perceber que as linhas 
laterais permanecem junto à tabela. Com a tabela montada, é hora de preencher 
as informações das linhas e das colunas, bem como título e fonte. Vejamos a seguir 
a tabela exemplo sendo montada: 
Tabela exemplo: Crescimento populacional dos municípios do Médio Vale (em %) 
Municípios Taxa de crescimento 
Blumenau 0,69%
Indaial 2,5%
Timbó 1,5% 
Fonte: IBGE 
Depois de preencher as linhas e colunas com as informações coletadas, é 
hora de formatar a tabela, pois, assim como a tabela exemplo foi apresentada, ela 
não pode ser utilizada em textos científicos e trabalhos acadêmicos porque está 
incorreta quanto à formatação. As tabelas não possuem linhas laterais, portanto é 
hora de formatar a tabela. O primeiro passo é selecionar a tabela toda, feito isto, 
clica-se com o botão direito do mouse e se abrirá uma barra para a seleção de 
várias opções conforme o exemplo a seguir, seleciona-se a opção “propriedades 
da tabela”. 
TÓPICO 3 | FORMATAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS
139
FIGURA 11 – FORMATAÇÃO DE TABELAS 
FONTE: A autora
Após a seleção feita, será aberta a opção para “propriedade da tabela”, 
em seguida seleciona-se “bordas e sombreamento”. Há duas figuras a seguir que 
mostram esse processo. Após a seleção, desmarcam-se as linhas dos lados da tabela. 
FIGURA 12 – FORMATAÇÃO DE TABELAS 
FONTE: A autora
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
140
O resultado será a tabela formatada sem as linhas nos lados, ficando com 
a seguinte formatação e apresentação: 
Tabela exemplo: Crescimento populacional dos municípios do Médio Vale (em %)
Municípios Taxa de crescimento
Blumenau 1,69%
Indaial 2,5%
Timbó 1,5%
Fonte: IBGE 
UNI
Vale lembrar que na disciplina de Métodos Quantitativos você, caro acadêmico, 
já teve contato com a construção correta de tabelas, se precisar de uma força a mais na hora 
de elaborar as suas, consulte o seu Livro de Métodos Quantitativos! 
No caso dos quadros, eles apresentam as linhas laterais fechadas, geralmente 
utilizados em casos de descrição organizada em linhas e colunas e sem a indicação 
de dados numéricos (já que esta é uma finalidade das tabelas). São diferentes das 
tabelas, pois os quadros não têm a intenção de demonstrar dados estatisticamente, 
e sim organizar e esquematizar descrições. Vejamos o exemplo:
Quadro 1: Dimensões e áreas de atuação segundo o PCD/SC 2015
Dimensão Descrição da dimensão Área de atuação
Economia e meio 
ambiente
Ações estratégicas do governo 
para garantir o desenvolvimento 
sustentável e a competitividade 
sistêmica do Estado
– Infraestrutura
– Iniciativas empreendedoras
– Agricultura e meio ambiente
Social
Políticas públicas e mecanismos 
para garantir o acesso aos direitos 
básicos e a inclusão social de todos 
os catarinenses no processo de 
desenvolvimento
– Saúde
– Assistência social, trabalho e renda
– Educação e cultura
– Segurança
Tecnologia
Apoio à ciência e à inovação 
tecnológica como forma de promover 
o desenvolvimento sustentável
– Ciência, Tecnologia e Inovação
Política Pública Gestão pública ética comprometida com a qualidade dos serviços – Gestão pública
Fonte: Santa Catarina (2011c, p. 21)
TÓPICO 3 | FORMATAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS
141
No caso de figuras, gravuras, mapas (que não são construídos pelo autor 
do texto) seguem a mesma regra. Indicação em cima, seguida de dois pontos e o 
título da gravura, figura ou mapa enumerados, caso haja várias figuras. Abaixo 
coloca-se a fonte da figura e se especifica o link que foi buscado, ou se for uma 
imagem de arquivo do próprio autor, coloca-se a descrição “do arquivo do autor”. 
Vejamos um exemplo de figura da internet. 
FIGURA 1– Estudante e as regras ABNT 
FONTE: Disponível em:<http://www.toonvectors.com/clip-art/cartoon-
woman-overwhelmed-by-paperwork/10771>. Acesso em: 21 abr. 2018.
3 GRÁFICOS 
Os gráficos consistem em uma organização mais elaborada de dados e 
servem para facilitar a leitura e apresentação. É importante saber qual tipo de 
gráfico escolher de acordo com a informação que se quer passar para que fique 
claro no texto, uma vez que são várias as opções, como: linhas, colunas, barras, 
pizza, entre outros modelos. 
Algumas dicas na hora de utilizar os gráficos são importantes, por 
exemplo, o gráfico de linhas é utilizado quando se tem informações crescentes e 
decrescentes, as linhas que unem os pontos enfatizam isso e dessa forma a leitura 
do gráfico fica clara e objetiva.Vejamos um exemplo deste tipo de gráfico: 
http://www.toonvectors.com/clip-art/cartoon-woman-overwhelmed-by-paperwork/10771
http://www.toonvectors.com/clip-art/cartoon-woman-overwhelmed-by-paperwork/10771
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
142
GRÁFICO 1 – INFLAÇÃO E DESEMPREGO 
FONTE: Disponível em:<https://roselisilva.wordpress.com/>. Acesso em: 21 maio 2018. 
Nesse caso, para a análise e apresentação de dois indicadores que 
estão intrinsecamente relacionados, a opção pelo gráfico de linhas auxilia na 
interpretação fácil, clara e objetiva dos dados. Nesse caso, se analisa um período e 
duas variáveis que em diferentes períodos oscilam para baixo ou para cima. 
Se os dados forem proporcionais, o gráfico mais indicado é o de círculos, 
chamado normalmente de “pizza”. Vejamos a utilização dele no exemplo a seguir: 
GRÁFICO 2 – INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA SOCIAL RTS – REGIÕES 
SELECIONADAS (2005 A 2011, EM REAIS)
FONTE: Adaptado da RTS (2011)
TÓPICO 3 | FORMATAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS
143
Nesse caso, utiliza-se o gráfico de círculo, pois geralmente a finalidade é 
demonstrar as porcentagens e a diferença logo no primeiro olhar do leitor. 
GRÁFICO 3 – CRESCIMENTO DO PIB EM % 2000-2015 
FONTE: Adaptado do Ipeadata (s.d)
Os gráficos de barra ou colunas são utilizados quando se trabalha com 
estudos relativos, comparativos e temporais. Acompanhe o exemplo de um 
gráfico de colunas a seguir. 
É importante mencionar que os gráficos seguem a formatação de figuras 
e tabelas, centralizados em meio ao texto justificado e a fonte utilizada deve ser a 
mesma do corpo do texto. Além disso, é importante seguir a numeração em cada 
gráfico, seguido do título na parte superior do gráfico e a fonte da coleta de dados 
abaixo do gráfico. O Word permite a criação e formatação de gráficos, mas é mais 
recomendável que se faça no Excel, pois a qualidade e o conjunto de ferramentas 
para a construção de gráfico se torna melhor e mais fácil. Além disso, é possível 
salvar o gráfico na forma de uma extensão de arquivo “Jpg” (imagem), isto evita 
que no manuseio do arquivo o gráfico perca a formatação original.
Lembre-se de que, para nós, acadêmicos da área das ciências sociais 
aplicadas, especificamente da economia, é primordial saber manusear os dados 
das mais diversas fontes que temos à disposição. É um dever saber analisar 
tabelas, dados e gráficos, bem como construí-los de forma correta. 
Para tanto, a principal fonte de busca de dados brutos e de fácil acesso é o 
Instituto de Pesquisa Aplicada em Economia (IPEA). Além de produzir publicações, 
análises e avaliações de políticas públicas, e de auxiliar no planejamento delas, o IPEA 
disponibiliza uma vasta e riquíssima organização de séries históricas sobre dados 
do Brasil. Dados macroeconômicos, regionais, financeiros, sociais, socioeconômicos, 
basicamente qualquer indicador que se procura, a plataforma do ipeadata oferece. 
UNIDADE 3 | A PESQUISA, NORMAS TÉCNICAS E FORMATAÇÃO
144
UNI
Enriqueça seu trabalho final com dados. Não deixe de usufruir desta ferramenta 
à sua disposição clicando no link, disponível em:<http://www.ipeadata.gov.br>. Acesso em: 
21 maio 2018.
Outra fonte de dados muito conhecida é o Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE). No IBGE é possível encontrar dados econômicos, ambientais, 
sociais, de trabalho e de produção. São diferentes tipos de dados que permitem o 
manuseio e análise dos mais diferentes dados. O IBGE é bem específico e oferece 
indicadores por município, por estado, por região, além de permitir a elaboração 
de mapas com os dados. Esta é outra fonte oficial imprescindível às pesquisas 
acadêmicas. 
UNI
Acesse o IBGE e conheça a variedade de dados que podem ser utilizados em 
seu trabalho acadêmico pelo link, disponível em:<https://www.ibge.gov.br/>. Acesso em: 21 
maio 2018.a
Outra fonte é o Banco Central, muitos pesquisadores acham que o Banco 
Central produz apenas dados com relação à política monetária do país, mas, na 
verdade, ele produz também vários indicares que estão disponibilizados em seu 
endereço eletrônico. 
UNI
Não deixe de verificar os dados disponíveis também no Banco Central consultando 
pelo link, disponível em:<http://www.bcb.gov.br/pt-br>. Acesso em: 21 maio 2018.
A depender do projeto, você terá que utilizar dados do Banco Mundial, 
a saber, é uma instituição que fomenta o desenvolvimento dos países no mundo 
todo. Além disso, o Banco Mundial possui um trabalho de panorama de cada país, 
trazendo os dados de cada economia. É também uma boa fonte de pesquisa de 
dados, ainda mais se você precisar trabalhar com dados de economia internacional
http://www.ipeadata.gov.br
https://www.ibge.gov.br/
http://www.bcb.gov.br/pt-br
TÓPICO 3 | FORMATAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS
145
UNI
O site do Banco Mundial é acessado por meio do link, disponível em:<http://
www.worldbank.org/pt/country/brazil>. Acesso em 21 maio 2018. Apesar do Banco Mundial 
ter suas publicações, na maioria, em língua inglesa, é possível ter acesso aos dados em 
português.
Essas são algumas das principais fontes de dados estatísticos que temos 
disponíveis de livre acesso e de forma gratuita. Por isso, faça uso destas fontes, 
aproveite e enriqueça o seu trabalho. 
Caro acadêmico, chegamos ao final do Livro de Estudos de Metodologia 
e Técnicas de Pesquisa em Economia. Esperamos que você o tenha aproveitado e 
que ele possa tornar o fardo e a obrigação do trabalho final do curso de Economia 
um pouco mais leve e simples. Deixaremos nos anexos algumas indicações e 
sugestões para facilitar o processo de busca e coleta de dados. Lembre-se sempre 
de utilizar fontes oficiais nos seus trabalhos acadêmicos. 
Desejo bons estudos nessa etapa final do curso! 
http://www.worldbank.org/pt/country/brazil
http://www.worldbank.org/pt/country/brazil
146
Neste tópico, você aprendeu que: 
• A tabela nada mais é do que a organização e apresentação dos dados de 
forma gráfica e de forma não discursiva, geralmente representada por dados 
numéricos em uma determinada ordem.
• As tabelas devem ser apresentadas ao leitor de forma clara e objetiva, 
compreensível e sem necessidade do leitor se reportar ao texto para compreender 
o que a tabela demonstra.
• A fonte das tabelas é a mesma utilizada no restante do texto, e dependendo 
do caso, a fonte pode ser diminuída nas tabelas, mas de uma forma que não 
prejudique a leitura.
• As tabelas devem conter alguns elementos que são representados por números, 
títulos, cabeçalho e colunas.
• No caso dos quadros, eles apresentam as linhas laterais fechadas e geralmente 
são utilizados nos casos de descrição organizada em linhas e colunas, e sem a 
indicação de dados numéricos, apenas informações textuais organizadas.
• Os gráficos consistem na organização de dados mais elaborados. Servem para 
facilitar a leitura e apresentação. É muito importante saber qual tipo de gráfico 
escolher de acordo com a informação que se quer passar.
• Os gráficos seguem a formatação de figuras e tabelas, centralizados em meio 
ao texto justificado, e a fonte (tipo de letra) utilizada deve ser igual a do corpo 
do texto.
RESUMO DO TÓPICO 3
147
AUTOATIVIDADE
1 Com base nos estudos realizados no Tópico 3, da Unidade 3, julgue as 
alternativas a seguir e assinale V para verdadeiro e F para Falso: 
( ) A tabela nada mais é do que a organização e apresentação dos dados de 
forma gráfica e de forma discursiva, geralmente representadas por dados, 
letras e numéricos em uma determinada ordem.
( ) Os quadros, assim como as tabelas, têm as linhas laterais abertas e 
geralmente são utilizados nos casos de descrição organizados em linhas e 
colunas, com a indicação de dados numéricos principalmente. 
( ) Os gráficos são utilizados para organizar dados mais elaborados. Servem 
para facilitar a leitura e apresentação. 
( ) A fonte das tabelas e dos gráficos se diferencia do corpo do texto justamente 
para dar destaque às tabelas e aos gráficos.
 
Agoraassinale a sequência correta: 
a) ( ) V – V – V – F.
b) ( ) F – F – V – F .
c) ( ) F – F – F – V.
d) ( ) V – F – V – F. 
148
149
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação 
e documentação: referências e elaboração. Rio de janeiro, 2002
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6024: informação 
e documentação – numeração progressiva das seções de um documento – 
apresentação. 2. ed. Rio de Janeiro, 2012. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: 
informação e documentação: citações em documentos. Rio de Janeiro, 2002. 
BRASIL. Lei no 10.695/2003. Brasília: DF, 2013. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.695.htm>. Acesso em: 29 maio 2018. 
FURTADO, Celso. O subdesenvolvimento revisitado. In: Essencial Celso 
Furtado. ROSA, Freire d’Aguiar (Org.). São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: 
Atlas, 2010. 
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: 
Atlas, 2008.
GIL, Antônio Carlos. Técnica de Pesquisa em economia e elaboração de 
monografias. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
HEGENBERG, Lêonidas. Explicações científicas. São Paulo: Brasiliense, 1995.
INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE – IPCC. Climate 
Change. Disponível em:<http://www.ipcc.ch/>. Acesso em: 18 dez. 2017. 
KONDER, Leandro. O que é Dialética. 21. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. 
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de 
Metodologia Científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de 
metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005. 
LAKATOS Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Técnica de pesquisa: 
planejamento e execução de pesquisas. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.695.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.695.htm
http://www.ipcc.ch/
150
LEITE, Dayane E. da Costa; CABRAL, Nilvanete. Plágio e a legislação penal 
brasileira. Disponível em:<https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.
php?id=2073658>. Acesso em: 29 maio 2018. 
NAPOLEONI, Cláudio. Curso de Economia Política. 5 ed. São Paulo: Graal, 
1997.
PASSOS, Carlos Roberto M; NOGAMI, Otto. Princípios de economia. 6 ed. São 
Paulo: Cengage Learning, 2012.
PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; 
GREMAUD, Amaury Patrick. Manual de Economia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 
2003.
POPPER, Karl. A lógica da Pesquisa Científica. 2. ed. São Paulo: Cultrix, 1974.
PRADO, Junior Caio. Formação do Brasil Contemporâneo: colônia. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2011. 
ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
SANDRONI, Paulo. Novíssimo dicionário de economia. 3. ed. São Paulo: Best 
Seller, 1999.
https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=2073658
https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=2073658
151
ANEXO A – LISTA DE PERIÓDICOS IMPORTANTES
NA ÁREA DE ECONOMIA
Todos estes periódicos listados a seguir são de livre acesso e estão 
disponíveis na internet, basta digitar o nome do periódico e a localização aparecerá 
na busca. Aproveite esse material para suas pesquisas. 
Revista Análise Econômica
Revista de Economia Aplicada 
Revista Economia e Sociedade 
Revista de Economia Política
Revista Conjuntura Econômica 
Ensaios FEE 
Estudos Econômicos
Nova Economia 
Pesquisa e Planeamento Econômico 
Planejamento e Políticas Públicas 
Revista Brasileira de Economia 
Revista de Economia Contemporânea 
Textos para discussão IPEA
Textos de Economia 
Revista de Desenvolvimento Econômico
Revista de Economia Rural 
Estudos Avançados 
Estudos CEBRAP
Dados: Revista de Ciências Sociais 
Revista da ANPEC
Perspectiva Econômica
Desenvolvimento e Meio Ambiente 
Economia e Tecnologia 
Revista Brasileira de Desenvolvimento Regional 
 
 
152
ANEXO B – LISTA DE ALGUNS INDEXADORES PARA CONSULTA A 
ARTIGOS CIENTÍFICOS
CAPES – Disponível em:<http://www-periodicos-capes-gov-br.ez67.periodicos.
capes.gov.br/>.
SciELO – Disponível em:<http://www.scielo.org/php/index.php>.
Scopus – Disponível em:<https://www.elsevier.com/americalatina/pt-br/
scopus>.
Redalyc – Disponível em:<http://www.redalyc.org/home.oa>.
Dialnet – Disponível em:<https://dialnet.unirioja.es/>.
Ciência Science – Disponível em:<https://ciencia.science.gov/>.
Science Research – Disponível em:<http://scienceresearch.com/
scienceresearch/>.
http://www-periodicos-capes-gov-br.ez67.periodicos.capes.gov.br/
http://www-periodicos-capes-gov-br.ez67.periodicos.capes.gov.br/
http://www.scielo.org/php/index.php
https://www.elsevier.com/americalatina/pt-br/scopus
https://www.elsevier.com/americalatina/pt-br/scopus
http://www.redalyc.org/home.oa
https://dialnet.unirioja.es/
https://ciencia.science.gov/
http://scienceresearch.com/scienceresearch/
http://scienceresearch.com/scienceresearch/
153
ANEXO C – FONTES ELETRÔNICAS DE DADOS
E PUBLICAÇÕES IMPORTANTES 
IBGE – Disponível em:<https://www.ibge.gov.br/>. 
IPEA – Disponível em:<http://www.ipeadata.gov.br/>. 
WORD BANK – Disponível em:<http://www.worldbank.org/pt/country/brazil>. 
FMI – Disponível em:<http://www.imf.org/>.
ONU – Disponível em:<http://onu.org.br/>. 
OIT – Disponível em:<https://nacoesunidas.org/>. 
BANCO CENTRAL – Disponível em:<http://www.bcb.gov.br/>. 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO – Disponível em:<http://
trabalho.gov.br/>. 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – Disponível em:<https://www.mec.gov.br/>. 
MINISTÉRIO DO PLANJAMENTO – Disponível em:<http://www.
planejamento.gov.br/>. 
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO – 
Disponível em:<http://www.mdic.gov.br/>. 
MINISTÉRIO DA FAZENDA – Disponível em:<http://www.fazenda.gov.br/>. 
ALICE WEB – Disponível em:<http://aliceweb.mdic.gov.br/>. 
https://www.ibge.gov.br/
http://www.ipeadata.gov.br/
http://www.worldbank.org/pt/country/brazil
http://www.imf.org/
http://onu.org.br/
https://nacoesunidas.org/
http://www.bcb.gov.br/
http://trabalho.gov.br/
http://trabalho.gov.br/
https://www.mec.gov.br/
http://www.planejamento.gov.br/
http://www.planejamento.gov.br/
http://www.mdic.gov.br/
http://www.fazenda.gov.br/
http://aliceweb.mdic.gov.br/

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