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1- Tratamento da Classe III compensatoria em adultos

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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
FUNORTE/SOEBRAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO DA CLASSE III COMPENSATÓRIA EM 
ADULTOS 
 
 
 
CARLOS ROBERTO FUCUTA JÚNIOR 
 
 
Monografia apresentada ao Programa de Especialização 
em Ortodontia da ICS Funorte/SOEBRAS Núcleo 
Ribeirão Preto como parte dos requisitos para obtenção do 
título de Especialista. 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Gelson Armando 
 
 
 
 
 
RIBEIRÃO PRETO 
2010 
 
 
 ii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
__________________________________________ 
Prof. 
 
___________________________________________ 
Prof. 
 
___________________________________________ 
Prof. 
 
 
 iii 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço a Deus, pois sem Ele nada seria possível. 
 
À minha família pela fé e confiança demonstrada. 
 
Aos meus amigos pelo apoio incondicional. 
 
Aos professores pelo simples fato de estarem dispostos a ensinar. Enfim, a todos que 
de alguma forma tornaram este caminho mais fácil de ser percorrido. 
 
 Aos meus pais Carlos Roberto Fucuta e Maria Lúcia Costa Fucuta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 iv 
SUMÁRIO 
 
 
RESUMO.................................................................................................................... v 
ABSTRACT................................................................................................................ vi 
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1 
2 REVISÃO DA LITERATURA............................................................................. 4 
2.1 Classificação das Más Oclusões.......................................................................... 5 
2.2 Má Oclusão da Classe III e o Prognatismo Mandibular.................................. 10 
2.3 Tratamento Compensatório da Má Oclusão Classe III................................... 14 
2.4 Técnica de Straight Wire – Individualização de Braquetes............................. 16 
3 DISCUSSÃO............................................................................................................ 24 
4 CONCLUSÃO......................................................................................................... 28 
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 v 
FUCUTA JÚNIOR, C. R. Tratamento da Classe III Compensatória em Adultos – 
Monografia – Ribeirão Preto – FUNORTE – 2010. 
 
 
RESUMO 
 
 
 
Apesar de sua baixa prevalência, a má oclusão de Classe III é considerada bastante 
complexa, devido ao envolvimento de estruturas esqueléticas, dentárias ou ambas, 
proporcionando uma grande desarmonia facial. Para o sucesso do tratamento é necessário 
estabelecer um diagnóstico preciso a cerca da melhor intervenção para o caso, se orto-
cirúrgico ou compensação dentária. A avaliação facial e uma correta manipulação do paciente 
em relação cêntrica, determinarão o tratamento que será realizado. O objetivo do presente 
trabalho é realizar uma revista da literatura sobre o tratamento da classe III compensatória em 
adultos. 
 
 
Palavras Chaves – Má oclusão, compensatória, classe III. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 vi 
FUCUTA JÚNIOR, C. R. Treatment of the Class Compensatory III in Adults – 
Monografia – Ribeirão Preto – FUNORTE – 2010. 
 
 
ABSTRACT 
 
 
In spite of its low prevalence, Class III malocclusion is considered quite complex, due 
to the involvement of skeletal, dental structures or both, providing a great facial disharmony. 
For the success of the treatment it is necessary to establish a precise diagnosis the about of the 
best intervention for the case, if orto-surgical or dental compensation. The facial evaluation 
and a correct manipulation of the patient in centric relationship, they will determine the 
treatment that will be accomplished. The objective of the present work is to accomplish a 
magazine of the literature on the treatment of the class compensatory III in adults. 
 
 
Keywords – Má-oclusion, compensatory, class III. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 vii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
 
2 
2 
As más oclusões podem ocorrer de formas diferentes e, para melhor compreendê-las, 
pode-se organizá-las em grupos de acordo com suas características. Como já está consagrado 
pela literatura e pelo uso, as más oclusões poderiam ser divididas em 3 grandes grupos: má 
oclusão Classe I; má oclusão Classe II: divisão 1 e divisão 2 e má oclusão Classe III. Desde 
então, a prevalência da oclusão normal e dos diferentes tipos de más oclusões tem sido 
investigado por diversos autores. 
As más oclusões Classe III são consideradas as mais desafiadoras para o tratamento 
pelo ortodontista. O diagnóstico ideal da Classe III deve ser realizado o mais cedo possível, 
preferencialmente na dentadura mista, quando o tratamento suscita maiores efeitos 
ortopédicos em detrimento dos indesejáveis efeitos dentários. 
Caracterizada por prognatismo mandibular e/ou por deficiência maxilar, a má oclusão 
de Classe III está associada à mordida cruzada anterior, que poderá trazer inadequação de 
postura labial. Dependendo da severidade do caso, o lábio inferior, acompanhando o 
posicionamento dentário, pode situar-se anteriorizado ao superior. Pode-se observar, ainda, 
um apoio do lábio superior sobre os incisivos inferiores. 
 Quando as discrepâncias basais são discretas, a ponto que não justifiquem cirurgias, ou 
em casos de protrusão dentoalveolar, as extrações dentárias são indicadas como tratamento 
compensatório. 
Há também o tratamento ortodôntico que pretende melhorar a função muscular e o 
posicionamento dos dentes através do uso de aparelhos apropriados, a fim de favorecer a 
mastigação, a oclusão, a fala, etc. O tratamento é dividido em: preventivo, interceptador 
(quando já há indícios de instalação da má oclusão) e corretivo (na presença da má oclusão). 
O tratamento exclusivamente ortodôntico para alterações de Classe III está restrito às 
más oclusões dentárias, nas quais, as bases ósseas estão bem posicionadas e existe apenas um 
posicionamento dentário incorreto. Esse tratamento também pode ser utilizado quando a 
desproporção esquelética é muito suave. A aparatologia utilizada nesses casos pode ser 
removível ou fixa, dependendo da idade do paciente e dos objetivos a serem alcançados. 
A filosofia Straight-Wire tem a finalidade do posicionamento ideal do dente ao final 
do tratamento, sem que se façam dobras nos fios ortodônticos. Os braquetes programados 
foram construídos de maneira a posicionar os dentes nos três planos do espaço, dando 
características de inclinação, angulação, insets e offsets para cada tipo de dente. 
O emprego de prescrições de braquetes que favoreça a compensação dentária facilita 
sobremaneira a correção das más oclusões características da Classe III. Os braquetes 
 
 
3 
3 
apresentam torques superiores aumentados em incisivos e caninos, além de maior angulação 
do canino superior, torque reduzido nos incisivos inferiores e ausência de angulação de 
caninos e incisivos inferiores. 
A compensação dentária é uma realidade na prática ortodôntica e requer conhecimento 
dos fenômenos de crescimento e desenvolvimento e dos meios de compensação natural nos 
casos portadores de discrepância esquelética, que têm as inclinações dos dentes anteriores 
dispostas de maneira a corrigir a discrepância sagital maxilo-mandibular. Na má oclusão da 
classe III há inclinação compensatória nos dentes anteriores, de maneira a aumentar o 
perímetro de um arco, e diminuir o outro, permitindo assim, uma oclusão ótima, apesar do 
erro na relação maxilo-mandibular.O objetivo do presente trabalho é realizar uma revista da literatura sobre o tratamento 
da classe III compensatória em adultos. 
Por tratar-se de um trabalho de cunho bibliográfico, utilizou uma vasta bibliografia 
buscando fundamentação teórica e prática a cerca do assunto, tornando possível a consecução 
dos objetivos propostos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
 
 
5 
5 
 
2.1 Classificação das Más Oclusões 
 
 
Foi ANGLE (1899)
5
 apud REIS et al. (2002)
29
 que introduziu o termo Classe III. O 
autor então definiu em artigo clássico os tipos básicos de má oclusão diferenciadas em Classe 
I, II e III, e subdivididas conforme a localização unilateral da alteração da relação molar. 
Angle definiu a oclusão normal como sendo a relação dentária da cúspide mésio-vestibular do 
primeiro molar permanente superior ocluindo no sulco entre as cúspides mésio-vestibular e 
disto-vestibular do primeiro molar permanente inferior. Diferenciando então, a partir desta 
definição, os padrões discrepantes no sentido anteroposterior. 
 
Edward H. Angle (1899)
5
 apud REIS et al. (2002)
29
 criou a classificação mais 
utilizada mundialmente, onde tomou como ponto de referência a oclusão do primeiro molar 
superior, supondo que sua posição na arcada era imutável, determinando assim a “chave de 
oclusão”. Angle sistematizou a má oclusão em três grupos principais: 
 
Classe I (neutroclusão): É quando a cúspide mesiovestibular do 1º molar superior 
permanente oclui no sulco mesiovestibular do 1º molar inferior permanente. Nesta categoria, 
basicamente existe uma relação normal entre a maxila e a mandíbula. As anomalias 
encontradas são apenas de posição dentária. 
 
Nesta classe são classificadas as anomalias de forma, número e posição dentárias, 
mordidas abertas, mordidas profundas, biprotrusões, e mordidas cruzadas. Neste caso pode ser 
encontrada uma desarmonia entre o volume ósseo e dentário, provocando apinhamentos 
dentários, principalmente na região anterior. 
 
STRANG (1957)
35
 apud RODRIGUES (2007)
30
 define Classe I como tipo de má 
oclusão na qual o corpo da mandíbula e sua correspondente arcada dentária estão em relação 
mésio-distal correta com a estrutura anatômica craniana. 
 
A má oclusão de classe I apresenta uma correta relação entre os primeiros molares 
permanentes, isto é, a cúspide mésio-vestibular do primeiro molar permanente superior oclui 
no sulco vestibular do primeiro molar permanente inferior, à semelhança da relação 
 
 
6 
6 
encontrada nos casos de oclusão normal (ANGLE, 1899)
5
 apud REIS et al. (2002)
29
. Este tipo 
de má oclusão se caracteriza principalmente por apresentar caninos e incisivos severamente 
apinhados (ARAÚJO, 1988)
6
. 
 
Classe II (Distoclusão): Neste grupo a mandíbula encontra-se em posição distal em 
relação à maxila. A cúspide distovestiular do 1º molar superior oclui com o sulco 
mesiovestibular do 1º molar inferior. A oclusão dos demais dentes reflete esta relação distal, 
sendo comum dizer que os dentes inferiores encontram-se em posição posterior aos dentes 
superiores. 
 
POULTON, WARE (1971)
25
 apud RODRIGUES (2007)
30
 as más oclusões Classe II 
esqueléticas possuem relação molar Classe II e ângulo ANB maior que 4,5°. Estima-se que 
quinze a vinte por cento da população esteja dentro desta categoria. Esta anomalia é 
caracterizada por uma alteração distal ou posterior da mandíbula em relação à maxila. Cabe 
ao diagnóstico diferencial estabelecer se a situação é de um retrognatismo mandibular com 
um retro posicionamento da mandíbula na face, muito mais freqüente, ou de um prognatismo 
maxilar com avanço da maxila na face. Portanto, a maioria dos pacientes com má oclusão 
Classe II esquelética têm problemas mandibulares. 
 
McNAMARA JR (1981)
22
 listou 12 estudos que confirmaram a posição esquelética 
retrognática da mandíbula em pacientes de Classe II. Concluiu que somente uma pequena 
porcentagem de pacientes mostrava uma protrusão maxilar esquelética. A retrusão mandibular 
foi mencionada como a característica mais comum dos pacientes com Classe II. 
 
VAN DER LINDEN (1986)
38
 às más oclusões Classe II foram divididas em dois tipos: 
más oclusões Classe II 1ª divisão e más oclusões Classe II 2ª divisão. Nas más oclusões 
Classe II 1ª divisão, os incisivos superiores apresentam uma inclinação lábio-lingual mais ou 
menos normal ou estão muito protruídos. Nas más oclusões Classe II, 2ª divisão, dois ou mais 
incisivos superiores e também os incisivos inferiores apresentam-se retroinclinados. Como o 
posicionamento dos lábios está diretamente relacionado com estes incisivos, a má oclusão 
Classe II 1ª divisão pode estar associada a um lábio inferior situado entre os incisivos 
inferiores e superiores. Um vedamento labial adequado pode não existir. Já nas más oclusões 
Classe II, 2ª divisão, os lábios estão em contato. 
 
 
 
7 
7 
Segundo MOYERS (1991)
21
, muitas vezes, a má oclusão e deformidade dentofacial 
não são causadas por processos patológicos, mas sim por distorções moderadas do 
desenvolvimento normal. Freqüentemente, estes problemas resultam de uma interação 
complexa de múltiplos fatores que influenciam o crescimento e o desenvolvimento, e sem 
tornar possível descrever um fator etiológico específico. 
 
Classe III (Mesioclusão): Nesta categoria, englobam-se as anomalias que apresentam 
uma relação anterior da mandíbula em relação à maxila. Na oclusão dos 1ºs molares, o sulco 
mesiovestibular do 1º molar permanente inferior oclui anteriomente à cúspide mesiovestibular 
do 1º molar permanente superior. Apresenta-se, muitas vezes, associadas a uma hiperplasia 
mandibular. Freqüentemente apresentam uma mordida cruzada anterior e os incisivos 
inferiores em linguoversão. 
 
As desproporções entre maxila e mandíbula induzem alterações no perfil do paciente. 
De acordo com o tipo de má oclusão, o paciente poderá apresentar três tipos de perfil: perfil 
reto (geralmente encontrado em pacientes de Classe I), perfil convexo (indicando Classe II) e 
perfil côncavo (indicando Classe III). 
 
 McNAMARA (1981)
22
 relata que quando ocorre o envolvimento esquelético da 
maxila, observa-se uma série de alterações acomodativas no complexo craniofacial, com o 
reposicionamento dos componentes esqueléticos e com uma repercussão menor nos elementos 
da base craniana média e calota craniana. 
 
 O diagnóstico diferencial dos tipos de mordida cruzada anterior é realizado tanto 
através de radiografias cefalométricas de perfil, nas quais se observam as posições da maxila e 
mandíbula entre si e em relação à base do crânio, além das inclinações axiais dos dentes 
anteriores, quanto através do exame clínico, analisando o perfil. 
 
O número de pacientes adultos nos consultórios de Ortodontia é cada vez maior e nos 
estimulou a investigar a prevalência de oclusão normal e de más oclusões entre os adultos, que 
pudessem ser considerados normais do ponto de vista da análise facial. 
 
Segundo ENLOW (1993)
15
, a oclusão dentária é um dos assuntos mais complexos da 
odontologia e tão fundamental aos estudos da fonoaudiologia, ou seja, necessita-se dos 
 
 
8 
8 
conhecimentos a respeito de como se estabelecem os perfeitos e corretos funcionamentos 
oclusais, na arcada decídua, mista e permanente, pois a oclusão é o resultado do controle 
neuromuscular dos componentes do Sistema Estomatognático que são os dentes, periodonto, 
maxila, mandíbula, articulação têmporo-mandibular e seus músculos associados. Durante a 
erupção normal dos dentes, para que ocorra a oclusão, espera-se que os dentes e o osso 
alveolar desenvolvam-se até que o antagonista do arco oposto seja encontrado. 
 
A oclusão ideal, numa visão estática, é aquela em que existe harmonia de todoo 
sistema estomatognático, quando os dentes estão em intercuspidação e com perfeita adaptação 
entre suas superfícies oclusais. 
 
MARCHESAN (1993)
20
 sob o ponto de vista funcional, oclusão ideal é aquela em que 
os contatos são simultâneos e estáveis entre todos os dentes na posição intercuspideana, sem 
que haja interferência nos movimentos mandibulares funcionais; deve haver distribuição das 
forças oclusais, nas zonas de trabalho, pelo maior número de dentes; a resultante das forças 
oclusais deve seguir uma direção axial ótima para as estruturas de suporte do dente; e 
finalmente, deve existir um equilíbrio funcional com a articulação têmporo-mandibular e o 
sistema neuro-muscular da mandíbula. 
 
 KRAKAUER (1995)
19
 a má oclusão de classe III apresenta um interesse especial para 
o Ortodontista devido ao comprometimento estético e ao prognóstico desfavorável à mecânica 
ortopédica e ortodôntica. Apesar de apresentar uma pequena incidência na população, suas 
características marcantes, como o perfil facial côncavo e a mordida cruzada anterior, 
ocasionam uma estética desagradável. A discrepância dento-esquelética sagital negativa entre 
as bases apicais pode ser facilmente notada, cuja prevalência na população branca oscila entre 
1% e 5%. 
 
 As mordidas cruzadas são descritas por AIDAR et al. (1998)
1
 como anomalias 
oclusais que se caracterizam pela inversão da posição dos dentes no sentido vestíbulo-lingual. 
É utilizado para indicar uma relação vestíbulo-lingual anormal dos dentes anteriores, em que 
os dentes inferiores estão posicionados anteriormente aos superiores. 
 
 O diagnóstico adequado é indispensável para a decisão do tratamento. Devem ser 
usados métodos que avaliem o tamanho da maxila e da mandíbula, suas relações 
 
 
9 
9 
proporcionais e como estão posicionados, no sentido sagital. O envolvimento da maxila é 
conclusivo para a opção do tratamento precoce e uma avaliação de antecedentes hereditários 
serve para ajudar a definir o prognóstico. 
 
 CAPELOZZA FILHO (2005)
10
 relata que as pesquisas do início da década de 90 
mostraram que a porcentagem de pacientes adultos nos consultórios especializados em 
Ortodontia era de 30% e estimava-se um aumento dessa porcentagem para o final da década. 
Este aumento na demanda é uma conseqüência de 4 fatores: o primeiro deles é a utilização de 
medidas preventivas na Odontologia, permitindo ao paciente atingir a idade adulta com um 
número maior de dentes na boca o segundo fator é o aumento da exigência estética da 
sociedade; o terceiro consiste no maior acesso à informação pela população, o que facilita ao 
paciente adulto saber que o tratamento ortodôntico é um recurso acessível, que pode ser 
utilizado para melhorar a aparência de seus dentes ou até mesmo de sua face, e o quarto fator 
é a modernização dos aparelhos ortodônticos, mais estéticos e confortáveis. 
 
Segundo ainda o autor acima, a maioria dos estudos considera como adulto o paciente 
acima de 18 anos de idade, no qual o crescimento formativo já está completo e a manipulação 
do mesmo através da terapia ortopédica não apresenta resultados satisfatórios. Além desta 
ausência de crescimento, o paciente adulto apresenta considerações especiais quando 
comparado aos jovens e crianças nas suas características psicossomáticas, periodontais, 
quanto à presença de interferências oclusais e alterações no sistema articular têmporo-
mandibular. 
 
Nesta classificação, a convexidade facial apresenta-se reduzida, resultando em um 
perfil reto ou mais raramente côncavo devido à deficiência maxilar, ao prognatismo 
mandibular ou à associação de ambos. O terço médio da face tende a parecer deficiente, 
mesmo que esteja normal, pois o excesso mandibular desloca para anterior o tecido mole da 
maxila, mascarando a leitura da projeção zigomática (CAPELOZA FILHO, 2005)
10
. O terço 
inferior da face tende ao aumento, principalmente prognatismo e a linha queixo-pescoço 
apresenta-se normal nos deficientes maxilares ou em excesso nos prognatas. O sulco 
mentolabial encontra-se aberto, devido à verticalização compensatória dos incisivos 
inferiores. 
 
 
 
10 
10 
A má oclusão do tipo Classe III, segundo CAPELOZZA et al.(2005)
10
, representa uma 
das mais freqüentes discrepâncias esqueléticas, podendo resultar de um crescimento 
mandibular excessivo, e uma provável interação com mudanças estruturais da base do crânio, 
mas sua etiologia não é completamente clara, sendo a hipótese mais concreta para sua origem, 
fatores genéticos modelados por fatores endócrinos e/ou ambientais. 
 
ALÉSSIO et al (2007)
7
 no indivíduo classe III, os primeiros molares inferiores 
posicionam-se mesialmente em relação aos superiores, e o arco mandibular encontra-se maior 
em relação ao maxilar. Essa alteração se define em decorrência do prognatismo mandibular 
(maior crescimento da mandíbula em relação à maxila), do retrognatismo maxilar 
(achatamento do terço médio da face, dando a falsa impressão de tratar-se de um prognata), 
ou de ambos. Em todos esses casos o paciente apresentará um perfil côncavo, podendo variar 
quanto ao grau de convexidade, dependendo da gravidade do caso. Nos casos de mandíbula 
“avançada”, o prejuízo funcional é mais intenso e o prognóstico tende a ser desfavorável. 
Estes indivíduos são identificados por portarem classe III verdadeira ou cirúrgica. 
 
 
2.2 Má Oclusão da Classe III e o Prognatismo Mandibular 
 
 
CARVALHO (1964)
12
 apud ROSA (2005)
31
 relatou que afortunadamente a 
porcentagem das más-oclusões de Classe III é relativamente pequena. Na grande maioria dos 
casos o padrão hereditário é aparente. Há também aqueles que são conseqüências de uma 
disfunção endócrina. 
 
VAN DER LINDEN (1971)
37
 definiu o prognatismo mandibular como uma projeção 
do maxilar inferior demasiadamente para frente, de forma que os dentes anteriores inferiores 
ultrapassam os dentes anteriores superiores quando a boca está fechada, evento que ocorre 
com dificuldades, desfigurando a face. 
 
JACOBSON (1975)
18
 apud ROSA (2005)
31
 relatou que os conceitos oclusionistas das 
más oclusões, assim como a idéia de a maxila ser uma referência estática, levaram a má 
oclusão Classe III a ser considerada, como um problema relacionado exclusivamente à 
mandíbula. A Classe III e o prognatismo mandibular praticamente tratados como sinônimos 
 
 
11 
11 
até a década de 1970. Desde então, muitos estudos relataram que a maxila também estaria 
envolvida e freqüentemente seria a etiologia primária deste problema. 
 
CREEKMORE (1979)
13
 relatou que a mordida cruzada anterior refere-se à relação 
anormal vestíbulo-lingual dos incisivos superiores e inferiores. O “overjet severo” apresenta-
se com um ou mais incisivos superiores posicionados lingualmente em relação aos incisivos 
inferiores quando em relação cêntrica. A causa desta má oclusão pode ser dental ou 
esquelética. 
 
Segundo a classificação de Angle não é determinado se o fator primário que originou a 
má oclusão está localizado na mandíbula, na maxila ou se há participação de ambas. 
 
McNAMARA JR (1981)
22
 relatou que as características do prognatismo mandibular 
são apresentadas em pacientes com o ângulo goníaco aberto, o ângulo ANB negativo, o 
ângulo nasolabial mais agudo e o sulco do lábio inferior mais raso, observa-se uma maior 
proeminência do lábio inferior e do mento associada a um maior contorno do lábio superior e 
uma inclinação lingual dos incisivos inferiores. A protrusão mandibular é acompanhada de 
mordida aberta em 54% dos pacientes. 
 
Para identificar as relações esqueléticas e dentais de adultos portadores de má oclusão 
da Classe III, McNAMARA JR (1981)
22
 avaliaram 302 telerradiografias de pacientes que 
apresentavam esta condição oclusal. Os reaultados mostraram que, nesta amostra, a maxila 
apresentou-se retruída em 65% a 67% dos casos, e em 69% a 74% a mandíbula estavanuma 
posição mais anterior. Os dentes maxilares estavam protruídos em 71% a 80% e retruídos em 
13% a 20% dos pacientes. Os dentes mandibulares encontravam-se retruídos na grande 
maioria dos casos e a altura facial anterior estava aumentada em 83% a 87% dos pacientes. 
 
VAN DER LINDEN (1986)
38
 observou que a má-oclusão de Classe III é caracterizada 
por uma posição anterior do arco dentário mandibular em relação ao arco maxilar. Em 
comparação com a normalidade, os dentes posteriores da mandíbula ocluem muito 
mesialmente em relação aos dentes posteriores da maxila. Na região incisal há uma inversão 
do trespasse horizontal dos incisivos, com as bordas incisais dos inferiores colocadas 
ventralmente às dos superiores. A classificação de Angle não determina se o fator primário 
 
 
12 
12 
que originou a má-oclusão está localizado na mandíbula, na maxila ou se há a participação de 
ambas. 
 
ARAUJO (1988)
6
 a maneira pela qual a face cresce é importante para o diagnóstico e 
plano de tratamento, pois se considera as limitações do caso, determinar a melhor época para 
o início do tratamento e tempo de contenção necessária, sabendo-se que o crescimento facial 
se dá para baixo e para frente de maneira e intensidade diferentes de acordo com o padrão 
herdado, não tendo mudança com a idade, porém a característica estética pode ser alterada 
com o tratamento, desde que a criança seja diagnosticada precocemente. 
 
GERMANE et al. (1989)
16
 a má oclusão Classe III reflete uma discrepância 
esquelética sagital entre as bases apicais. O desenvolvimento da má oclusão Classe III pode 
incluir retrusão esquelética da maxila, protrusão esquelética da mandíbula, ou uma 
combinação destes dois fatores. A má oclusão de Classe III está associada à mordida cruzada 
anterior, que poderá trazer inadequação de postura labial. Dependendo da severidade do caso, 
o lábio inferior, acompanhando o posicionamento dentário, pode situar-se anteriorizado ao 
superior. Pode-se observar, ainda, um apoio do lábio superior sobre os incisivos inferiores. 
 
As alterações posturais de lábios e língua irão interferir nas demais funções 
desempenhadas pelo sistema estomatognático. PROFFIT (1993)
26
 percebe e refere a relação 
existente entre más oclusões e dificuldades na função oral: “A mastigação pode estar 
prejudicada, e, muitas vezes, esses pacientes aprendem a evitar certos alimentos duros para 
cortar e mastigar. Durante a mastigação, eles podem morder os lábios e as bochechas. Esses 
pacientes indicam tais problemas e relatam que, após o tratamento ortodôntico, sua função 
oral melhorou”. 
 
TURLEY (1993)
36
 classificou alguns indicadores de diagnóstico importantes no 
tratamento da Classe III tais como: história familiar, que demonstra a classe III esquelética 
pode ser manifestada por várias gerações; observação da diferença entre máxima 
intercuspidação habitual e relação cêntrica e, ainda, se há desvio mandibular. Os pacientes 
que apresentam uma mordida cruzada anterior sem desvio mandibular têm problemas mais 
severos que a relação incisal topo-a-topo. O retrognatismo da maxila é a causa, na maioria das 
vezes, na classe III esquelética e que os fatores que causam a classe III são: a deficiência 
 
 
13 
13 
maxilar ou prognatismo mandibular ou a combinação de ambos. Algumas classe III são de 
natureza dento-alveolar e outras apresentam um sério componente vertical. 
 
Segundo o autor acima, as decisões de tratamento devem ser avaliadas no perfil facial 
do paciente, ao invés de contar com os dados cefalométricos, devendo nesta análise identificar 
o problema no perfil, relação lábio a lábio, o comprimento mandibular e o ângulo do mento-
pescoço. 
 
MARCHESAN (1993)
20
 Sob o ponto de vista funcional, oclusão ideal é aquela em que 
os contatos são simultâneos e estáveis entre todos os dentes na posição intercuspideana, sem 
que haja interferência nos movimentos mandibulares funcionais; deve haver distribuição das 
forças oclusais, nas zonas de trabalho, pelo maior número de dentes; a resultante das forças 
oclusais deve seguir uma direção axial ótima para as estruturas de suporte do dente; e 
finalmente, deve existir um equilíbrio funcional com a articulação têmporo-mandibular e o 
sistema neuro-muscular da mandíbula. 
 
WILLIANS et al (1997)
40
 entre os vários tipos de desarmonias oclusais apresentadas 
pelos seres humanos existem aquelas discrepâncias que se manifestam no sentido 
anteroposterior, como a Classe III, que é caracterizada pela posição anterior do arco dentário 
mandibular em relação ao arco maxilar. Em comparação com a normalidade, os dentes 
posteriores da mandíbula ocluem muito mesialmente em relação aos dentes da maxila. 
 
SILVA FILHO et al. (1998)
34
 relatou que a má oclusão de Classe III, originalmente 
definida por Angle como uma relação mesializada de molares e caninos inferiores, está, na 
realidade, vinculada a inúmeras características faciais, com diferentes combinações 
esqueléticas e dentárias, que resultam num desarmonioso aspecto facial. A semelhança que os 
pacientes de Classe III guardam entre si concentra-se no padrão dentário, mais 
especificamente na relação de caninos, e no semblante facial, configuração esta resultante da 
participação de maxila e maxila com níveis diferentes de compensação dentária. 
 
Em síntese, o padrão médio de Classe III inclui retrognatismo maxilar, inclinação 
dentária superior, prognatismo mandibular, retrusão dentária inferior e excesso de altura facial 
anterior inferior. O prognatismo mandibular, em diferentes magnitudes, é a contribuição 
morfológica mais constante nos padrões esqueléticos de Classe III. As desarmonias 
 
 
14 
14 
cefalométricas reveladoras da má-oclusão de Classe III já estão manifestas desde os estágios 
de dentadura decídua e mista. As bases apicais da maxila e da mandíbula participam da 
composição do padrão facial de Classe III, com envolvimento sagital e vertical. 
 
De acordo com CAPELOZZA FILHO (1999)
9
 observa-se um componente hereditário 
na ocorrência da má oclusão Classe III. No entanto, fatores ambientais, assim como, hábitos e 
respiração bucal também contribuem para seu desenvolvimento. Causas externas, como a 
respiração bucal, motivam a projeção habitual da mandíbula e também o desenvolvimento 
deficiente da maxila. Além destes, podem ser enumerados outros distúrbios no crescimento da 
pré-maxila, seja por agenesia de incisivos laterais superiores, extrações ou mesmo pacientes 
acometidos de fissuras. 
 
 
2.3 Tratamento Compensatório da Má Oclusão Classe III 
 
 
GOTO et al (1994)
17
 em pacientes adultos, uma má oclusão caracterizada pela 
mordida aberta pode ser um dos mais difíceis problemas de se corrigir através do tratamento 
ortodôntico. Dessa forma, ao paciente adulto restaria a correção cirúrgica ou a compensação 
ortodôntica. 
 
Para PETRELLI (1994)
24
, o tratamento ortodôntico pretende melhorar a função 
muscular e o posicionamento dos dentes através do uso de aparelhos apropriados, a fim de 
favorecer a mastigação, a oclusão, a fala, etc. O tratamento é dividido em: preventivo, 
interceptador (quando já há indícios de instalação da má oclusão) e corretivo (na presença da 
má oclusão). O tratamento exclusivamente ortodôntico para alterações de Classe III está 
restrito às má oclusões dentárias, nas quais, as bases ósseas estão bem posicionadas e existe 
apenas um posicionamento dentário incorreto. 
 
PROSINI (1998)
27
 O tratamento exclusivamente ortodôntico para alterações de Classe 
III está restrito às más oclusões dentárias, nas quais, as bases ósseas estão bem posicionadas e 
existe apenas um posicionamento dentário incorreto. Esse tratamento também pode ser 
utilizado quando a desproporção esquelética é muito suave, e o tratamento propõe-se a 
“mascarar” a má oclusão esquelética, através da compensação das posições dentárias. A 
 
 
15 
15 
aparatologiautilizada nesses casos pode ser removível ou fixa, dependendo da idade do 
paciente e dos objetivos a serem alcançados. A compensação dentária consiste na inclinação 
dos incisivos superiores e inferiores na direção contrária ao erro esquelético sagital ou 
transverso. O primeiro passo para a decisão correta do tratamento é determinar o Padrão 
Facial do paciente. O Padrão Facial é diagnosticado pela análise morfológica do paciente nas 
visões frontal, lateral e do sorriso. 
 
CAPELOZZA FILHO et al (1999)
9
 a utilização de prescrições de braquetes que 
favoreça a compensação dentária facilita sobremaneira a correção das más oclusões 
características do Padrão III. Os braquetes apresentam torques superiores aumentados em 
incisivos e caninos, além de maior angulação do canino superior, torque reduzido nos 
incisivos inferiores e ausência de angulação de caninos e incisivos inferiores. 
 
McNAMARA (2002)
23
 Quando uma má oclusão Classe III é diagnosticada em um 
paciente com dentição permanente, as opções de tratamento são limitadas. Esta limitação é 
mais significativa em casos em que há um componente esquelético importante na má oclusão, 
como deficiência maxilar ou prognatismo mandibular. O tratamento da má oclusão Classe III, 
em geral, inclui terapia ortodôntica completa, com exodontias e/ou cirurgia ortognática. 
 
REIS et al (2006)
28
 relatam que o Padrão III é caracterizado pela convexidade facial 
reduzida, apresentando o ângulo de convexidade facial de 6º ± 4º, devido á deficiência 
maxilar, excesso mandibular ou associação das duas discrepâncias. Na avaliação do perfil 
observa-se redução na protrusão labial superior e inferior, com ângulo interlabial aumentando 
(147º ± 21º) em relação ao Padrão I (135º ±11º). No paciente deficiente maxilar observa-se 
ausência da depressão infra-orbitária e da proeminência zigomática. O terço médio é pobre, o 
que, na maioria das vezes, resulta em aparência cansada e envelhecida. Nos pacientes 
prognatas a mandíbula excessiva traciona o tecido mole da bochecha, reduzindo a expressão 
da maxila na face. A linha queixo-pescoço é longa, menos acentuada nos prognatas 
dolicofaciais. Na visão frontal observa-se deficiência no terço médio da face e excesso de 
altura do lábio inferior e mento. Como já foi mencionado, apenas as discrepâncias de 
magnitude moderada e severa são visualizadas no frontal. A indicação de cirurgia ortognática 
para esses pacientes Padrão III é, normalmente, menos controversa que no Padrão II, pois os 
pacientes apresentam queixa estética importante que justifica o procedimento. Além disso, os 
 
 
16 
16 
recursos mecânicos de compensação são mais limitados para as más oclusões de Classe III 
severas. 
 
 
2.4 Técnica de Straight Wire – Individualização de Braquetes 
 
 
A filosofia Straight-Wire tem por objetivo o posicionamento ideal do dente ao final do 
tratamento, sem que se façam dobras nos fios ortodônticos. Os braquetes programados foram 
construídos de maneira a posicionar os dentes nos três planos do espaço, dando características 
de inclinação, angulação, insets e offsets para cada tipo de dente. Tais características definem 
prescrição. 
 
ANDREWS (1972)
2
 apud DALLANORA et al. (2006)
14
 o aparelho Straight-Wire 
pode ser aplicado à qualquer filosofia de tratamento, se o objetivo final for as “Seis Chaves de 
Oclusão Normal”. 
 
ANDREWS (1976)
3
 apud DALLANORA et al. (2006)
14
 enfatizou o correto 
posicionamento do braquete, pois, este afeta profundamente os efeitos em qualquer aparelho, 
e muitos clínicos possuem pontos de referência diferentes no procedimento de 
posicionamento. Utilizou como exemplo, que o valor de inclinação dado do terço gengival 
pode variar de 5° a 40°, quando posicionado no meio de um dente. 
 
Na seqüência de trabalhos sobre a técnica Straight-Wire, ANDREWS (1976)
3
, 
demonstrou em quatro casos clínicos sem extrações, a aplicação clínica de como o aparelho 
de Straight-Wire funcionava sem dobras nos fios ortodônticos. Os tratamentos foram efetivos, 
e as metas cefalométricas atingidas, bem como as Seis chaves da Oclusão, e aspectos 
funcionais. Houve estabilidade dos resultados, que foram alcançados em relação à oclusão 
estática e a funcional, sem a utilização de quaisquer dobras nos fios ortodônticos. 
 
No último artigo da série, ANDREWS (1976)
3
, salientou que a compreensão do 
tratamento ortodôntico com fios retos abrange muito mais do que apenas a prescrição padrão. 
Muitos profissionais, pelo significado que o nome da técnica tem, acreditaram que este 
método tratava a maioria dos casos sem a utilização da dobras, e isto realmente podia 
 
 
17 
17 
acontecer se usado de acordo com o plano de tratamento proposto. O aparelho Straight-Wire 
padrão é indicado, sobretudo, para casos que não necessitam de extrações dentárias. Se 
utilizado para casos com extrações, as dobras de todas as ordens devem ser confeccionadas. 
Por este motivo, Andrews modificou algumas características na prescrição padrão 
especificamente para os casos com extrações, incluindo aos braquetes características de anti-
angulação e anti-rotação, pela impossibilidade de, nos movimentos de translação, aplicar-se a 
força exatamente no centro de resistência do dente, local onde esta teria sua máxima 
eficiência. Além disso, características desta prescrição Straight-Wire superam a instabilidade 
causada durante os movimentos de translação, pela sobrecorreção inserida, que permite aos 
dentes, após a remoção do aparelho, retornar a sua posição natural de raiz, permanecendo com 
o valor de inclinação desejada. 
 
De acordo com ANDREWS (1976)
3
 apud DALLANORA et al. (2006)
14
 as 
compensações idealizadas originalmente estavam relacionadas à inclinação dos braquetes 
(torque) dos incisivos para compensar as discrepâncias esqueletais que não eram corrigidas na 
sua totalidade durante o tratamento ortodôntico. No caso da má oclusão de classe III, os 
torques dos incisivos seriam para vestibular nos superiores e lingual nos inferiores. As 
modificações induzidas nas arcadas têm origem na compensação dentária nos casos de má 
oclusão esqueletal, observadas através da inclinação vestíbulo-lingual dos dentes contrária ao 
erro esquelético. Assim, muitos casos de má oclusão de classe III esqueletal suave, que não 
necessitem de tratamento cirúrgico, poderiam ser resolvidos apenas com a compensação 
dentária ao final do tratamento e para que isso ocorresse seria necessária uma individualização 
do caso, já que cada paciente possui características esqueletais e dentais únicas. Assim, a 
manipulação da angulação dos caninos seria uma peça importante na compensação 
ortodôntica do erro esqueletal. São escassos os trabalhos, entretanto, que estudam, assim 
como Andrews fez, as inclinações e angulações dentárias individuais, ou seja, dente a dente, 
tanto para verificar diferenças entre oclusões normais em diferentes etnias e populações, como 
para verificar finalização e impressão dos torques e angulações propostos pelas diferentes 
prescrições. 
 
ROTH (1976)
32
 analisou as vantagens do aparelho de Straight-Wire em obter bons 
resultados funcionais e anatômicos do tratamento ortodôntico. Notou ser muito mais fácil 
controlar as posições dentárias com o posicionamento correto do braquete, do que com dobras 
nos arcos, como realizado na técnica Edgewise, afirmando ser impossível para um clínico 
 
 
18 
18 
repetir na mesma extensão, as mesmas dobras em diferentes arcos, sobretudo nos de 
finalização, que possuem maior calibre. Ele ainda comparou esta limitação negativa, com as 
possíveis diferenças no posicionamento dentário dado por um aparelho programado em dentes 
anatomicamente diferentes, indicando totalmente o uso dos braquetes programados no lugar 
de braquetes sem inclinação e angulação, independente da mecânica utilizada. 
 
Ainda o autor acima discutindo a mecânica de tratamento para o aparelhode Straight-
Wire, divulgou sua prescrição, justificando as alterações feitas na prescrição padrão original 
de Andrews, que criaram a sua prescrição, única, baseada na sobrecorreção das posições 
dentárias nos três planos do espaço. O autor ainda justifica a preferência pelo slot .022”, por 
este oferecer mais opções na seleção de calibre dos fios ortodônticos; por fornecer melhor 
estabilização dos arcos, principalmente nos fios pré-cirúrgicos; e possibilitar melhor controle 
de inclinação nos segmentos vestibulares, importante na oclusão funcional. 
 
CREEKMORE (1979)
13
 pesquisou a técnica Straight-Wire; utilizando na finalização 
fios de calibre próximos ao slot do braquete, é necessário fazer ajustes para compensar a folga 
entre o braquete e o fio, e levar o dente ao local desejado. Para o autor numa prescrição 
padrão de Andrews, de braquetes com slot .022” x .028”, utilizando-se fio de calibre .018” x 
.025”, este não influenciaria o valor de inclinação, pois a folga, de 15°, é maior que todos os 
valores de inclinação impressos nos slots. Ele afirmou que para se avaliar um aparelho, não se 
deve considerar apenas a prescrição utilizada, mas também os fios usados durante todo o 
tratamento. Citou que os valores de inclinação impressos nos braquetes têm ativação, ou seja, 
a força está efetiva por três meses. Ressaltou ainda as vantagens da utilização da técnica 
Straight-Wire, como facilitar o tratamento, minimizar os ajustes, diminuir o tempo de 
tratamento, e reduzir os custos. Portanto, para fornecer ao paciente boa finalização estética e 
funcional, deve-se individualizar o tratamento. 
 
GERMANE et al. (1989)
16
 avaliaram o contorno vestibular de incisivos a primeiros 
molares superiores e inferiores utilizando 600 dentes com a intenção de estabelecer quais 
eram a extensão e a freqüência da variação do contorno da face vestibular; se havia diferença 
em relação à inclinação do dente quando este braquete fosse colado mais incisal ou 
gengivalmente sobre o eixo vestibular do dente; e, ainda, investigar a variação da angulação 
entre o eixo da coroa dentária e de sua raiz; uma vez que na técnica Straight-Wire, o 
posicionamento do braquete programado faz diferença na leitura das medidas inseridas, e seus 
 
 
19 
19 
valores levam em conta que a face vestibular é idêntica para cada tipo de dente, em todos os 
pacientes, ou ainda, que as variações individuais são muito pequenas. Os autores descobriram 
que tanto na maxila, quanto na mandíbula, o desvio padrão aumentava do incisivo central para 
o molar, indicando maior variação da superfície vestibular, conforme se investigava os dentes 
mais para posterior. Entretanto, os autores afirmaram que o importante era que todos os 
dentes do mesmo indivíduo são semelhantes, ou seja, que a variação entre eles era sempre 
homogênea. Além disso, estes achados sugerem que um aparelho pré-ajustado ideal, com 
valores de inclinação e angulação únicos para todos os pacientes é impossível de ser aceito, a 
menos que cada braquete seja confeccionado individualmente. 
 
Com o avanço nos meios diagnósticos, um melhor conhecimento do crescimento 
crânio-facial e dos resultados das terapias ortopédicas, a Ortodontia, conhecendo suas 
limitações em manipular estes desarranjos esqueléticos, aceitou as compensações dentárias 
observadas nos tratamentos de pacientes com padrões faciais aceitáveis, porém com 
desarmonia das bases ósseas superiores e inferiores. 
 
CAPELOZZA FILHO et al. (1999)
9
 publicou um artigo utilizando braquetes 
programados, ou construídos individualmente para cada dente, com o objetivo de posicioná-
los idealmente ao final do tratamento. As características individuais de crescimento criam 
posicionamentos dentários diferentes. Esta compensação dento-alveolar natural deve ser 
mantida quando a face é, no mínimo, aceitável. A criação dos braquetes individualizados para 
o tratamento compensatório das más oclusões de Classe I, II e III por CAPELOZZA FILHO 
(1999)
9
 teve também a experiência clínica como guia, e esta proposta de individualização 
tenta, de acordo com os objetivos do tratamento, ajudar a finalização apropriada das 
angulações e inclinações dentárias destes casos compensatórios. 
 
Para entender esta proposta, os autores fizeram uma revisão da proposta original de 
Andrews, e afirmaram ser de grande importância entender os conceitos básicos do 
desenvolvimento do aparelho. A individualização dos braquetes programados é apenas um 
dos itens para a correção da má-oclusão, e aí está incluída a mecânica a ser desenvolvida, o 
tipo da má oclusão apresentada a ser tratada, e os objetivos definidos pelo tratamento, ou seja, 
plano de tratamento, aparelho e mecânica individualizados. A individualização de braquetes é 
um meio de posicionar os dentes de um determinado indivíduo adequadamente ao final do 
tratamento, independente dos recursos que precisem ser utilizados durante o tratamento. Não 
 
 
20 
20 
individualizar os braquetes na técnica Straight-Wire, utilizando uma prescrição única, 
significa aceitar que todos os casos, independente de suas características individuais, 
terminem da mesma maneira, e que a adoção de dobras de todas as ordens seja uma condição 
obrigatória para finalizar adequadamente o caso. Por este motivo, CAPELOZZA FILHO 
(1999)
9
 sugeriu a individualização para finalização, conceito já definido por Andrews na 
filosofia do Straight-Wire, e que significa utilizar braquetes considerando a posição que eles 
deverão ocupar ao final do tratamento, objetivando a direção da compensação dentária e sua 
magnitude aproximada. 
 
ZANELATO (2003)
39
 avaliou 60 modelos de gesso de indivíduos brasileiros com 
oclusão normal natural, com o objetivo de verificar se, na população brasileira, os valores 
propostos por Andrews seriam corretamente empregados. Utilizou um dispositivo 
especialmente desenvolvido pelo Departamento de Ortodontia da Universidade Metodista de 
São Paulo, com o intuito de prover maior confiabilidade às medições das inclinações e 
angulações dos dentes, já que a tentativa de reproduzir o mesmo dispositivo utilizado por 
Andrews, que trouxe erros de medição de até 5° em alguns casos, diferença considerada muito 
importante do ponto de vista ortodôntico. BASTIA (2005)
8
 utilizou o mesmo dispositivo para 
analisar as inclinações e angulações dentárias obtidas com a prescrição MBT, no tratamento 
ortodôntico sem extrações. 
 
Inovando o estudo das inclinações dentárias, CAPELOZZA et al. (2005)
10
, publicaram 
um estudo demonstrando a possibilidade de mensurar as inclinações e angulações dentárias 
em cortes tomográficos individualizados com precisão e confiabilidade. Os autores 
descreveram uma nova metodologia para a mensuração das inclinações e angulações 
dentárias, utilizando a tomografia computadorizada volumétrica. Para isso, foram realizados 
cortes tomográficos dos dentes anteriores, de dois indivíduos, com padrões faciais II e III. 
Após a avaliação, concluí-se que a tomografia computadorizada pode ser um meio útil para 
avaliação de inclinações e angulações dentárias, possibilitando dar grande contribuição para 
as pesquisas envolvendo o posicionamento dentário e contribuindo também, para a 
individualização do tratamento ortodôntico, uma vez que permite a verificação individual do 
posicionamento dentário. 
 
DALLANORA (2006)
14
 No aparelho straight-wire, o braquete é individualizado para 
cada dente, possui ranhuras pré-anguladas que forneceram a inclinação mesio-distal do dente 
 
 
21 
21 
e na base inclinada o braquete apresenta o torque ideal para cada grupo de dentes, possui um 
formato na base para uma ótima adaptação no dente, a espessura do aparelho individualizado 
para cada dente satisfaz a exigência “in-out”. 
 
A compensação dentária é uma realidade na prática ortodôntica, significando mais de 
50% dos casos tratados ortodonticamente, e requer conhecimentodos fenômenos de 
crescimento e desenvolvimento e dos meios de compensação natural nos casos portadores de 
discrepância esquelética, que têm as inclinações dos dentes anteriores dispostas de maneira a 
corrigir a discrepância sagital maxilomandibular. Seguindo este conceito, CAPELOZZA 
FILHO (2005)
10
 sugeriu três prescrições diferentes para os incisivos, uma para ser utilizada 
nos tratamentos que apresentam relação maxilo-mandibular normal, padrão I; outra para ser 
usada em casos de relação maxilo-mandibular padrão II; e outra para ser usada em casos de 
relação maxilo-mandibular padrão III; nestas duas últimas prescrições, há inclinação 
compensatória nos dentes anteriores, de maneira a aumentar o perímetro de um arco, e 
diminuir o outro, permitindo assim, uma oclusão ótima, apesar do erro na relação maxilo-
mandibular. 
 
Considerações sobre o posicionamento esperado para os dentes dos portadores de más 
oclusões do Padrão III compensados foram a base para determinar a prescrição dos braquetes 
individualizados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
22 
INCLINAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PADRÃO III 
ANGULAÇÃO 
PADRÃO II 
PADRÃO III 
PADRÃO II 
PADRÃO 
PADRÃO 
 
 
23 
23 
PRESCRIÇÃO PADRÃO 
1 
Q1++++++++++++++++++++++++++z -+ 
SUPERIORES ID Torque Angulação 
Centrais +7° 5° 
Laterais +3º 9° 
Caninos c/gancho -5° 8° 
Caninos s/gancho -5° 8° 
Pré-Molares c/gancho -7° 0° 
Pré-Molares s/gancho -7° 0° 
 
INFERIORES ID Torque Angulação 
Incisivos -1° 2° 
*Incisivos – Mini (Opcional) 0° 0° 
Caninos c/gancho -11° 5 
Caninos s/gancho -11° 5° 
1ºs Pré-Molares c/gancho -17° 2° 
1°s Pré-Molares s/gancho -17° 2° 
2ºs Pré-Molares c/gancho -22° 2° 
2°s Pré-Molares s/gancho -22° 2° 
 
* Tamanho Mini (incisivos inferiores) opcional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
 * A angulação de 5º para os primeiros molares superiores e 2° para os primeiros e segundos molares inferiores 
é dada pela banda ou deve ser introduzida na colagem direita. O segundo molar superior tem angulação 0°. 
** A angulação pode ser manipulada na colagem direta. A superfície plana do dente e do braquete em torno do 
ponto EV nos incisivos, permite isto sem que nenhuma outra prescrição do braquete seja afetada. Isto propicia 
individualizar cada caso, com intenção de ocupar mais ou menos espaço e tornar o nivelamento mais ou menos 
protrusivo. 
 
 
 
24 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 DISCUSSÃO 
 
 
 
 
25 
25 
ANGLE (1899)
5
 apud REIS (2002)
29
 definiu a oclusão normal como sendo a relação 
dentária da cúspide mésio-vestibular do primeiro molar permanente superior ocluindo no 
sulco entre as cúspides mésio-vestibular e disto-vestibular do primeiro molar permanente 
inferior. Diferenciando então, a partir desta definição, os padrões discrepantes no sentido 
anteroposterior. 
 
PROSINI (1998)
27
 as más oclusões podem ocorrer de formas diferentes e, para melhor 
compreendê-las, pode-se organizá-las em grupos de acordo com suas características. A forma 
de classificação mais utilizada por dentistas, ortodontistas, fonoaudiólogos e profissionais 
afins é a classificação de Angle, que se baseia nas relações ântero-posteriores dos maxilares, 
considerando, principalmente, a relação entre os primeiros molares superiores e inferiores, e 
que também é usada para classificar as relações esqueléticas. Essa classificação divide as más 
oclusões em: Classes I, II e III. 
 
CREEKMORE (1979)
13
; MOYERS (1991)
21
 e AIDAR et al (1998)
1
 concordam que a 
má oclusão da classe III está associada à mordida cruzada anterior, que poderá trazer 
inadequação de postura labial, como as anomalias oclusais que se caracterizam pela inversão 
da posição dos dentes no sentido vestíbulo-lingual. É utilizado para indicar uma relação 
vestíbulo-lingual anormal dos dentes anteriores, em que os dentes inferiores estão 
posicionados anteriormente aos superiores. 
 
MARCHESAN (1993)
20
 sob o ponto de vista funcional, oclusão ideal é aquela em que 
os contatos são simultâneos e estáveis entre todos os dentes na posição intercuspideana, sem 
que haja interferência nos movimentos mandibulares funcionais; deve haver distribuição das 
forças oclusais, nas zonas de trabalho, pelo maior número de dentes; a resultante das forças 
oclusais deve seguir uma direção axial ótima para as estruturas de suporte do dente; e 
finalmente, deve existir um equilíbrio funcional com a articulação têmporo-mandibular e o 
sistema neuro-muscular da mandíbula. 
 
A má oclusão do tipo Classe III, segundo CAPELOZZA et al.(2005)
10
, representa uma 
das mais freqüentes discrepâncias esqueléticas, podendo resultar de um crescimento 
mandibular excessivo, e uma provável interação com mudanças estruturais da base do crânio, 
mas sua etiologia não é completamente clara, sendo a hipótese mais concreta para sua origem, 
fatores genéticos modelados por fatores endócrinos e/ou ambientais. 
 
 
26 
26 
Para PETRELLI (1994)
24
, o tratamento ortodôntico pretende melhorar a função 
muscular e o posicionamento dos dentes através do uso de aparelhos apropriados, a fim de 
favorecer a mastigação, a oclusão, a fala, etc. 
 
A criação dos braquetes individualizados para o tratamento compensatório das más 
oclusões de Classe I, II e III por CAPELOZZA FILHO (1999)
9
 teve também a experiência 
clínica como guia, e esta proposta de individualização tenta, de acordo com os objetivos do 
tratamento, ajudar a finalização apropriada das angulações e inclinações dentárias destes 
casos compensatórios. 
 
Muito se têm discutido sobre as inclinações dentárias em Ortodontia, tanto as 
vestíbulo-linguais, quanto as mésio-distais. Discorre-se sobre os valores encontrados nas mais 
diversas prescrições existentes, propostas por inúmeros autores, entre eles ANDREWS 
(1976)
3
, CAPELOZZA FILHO et al (2005)
10
, ROTH (1976)
32
, pois estas fazem parte da 
clínica ortodôntica diária, com a utilização de bráquetes programados. 
 
CAPELOZZA FILHO et al (1999)
9
 a utilização de prescrições de braquetes que 
favoreça a compensação dentária facilita sobremaneira a correção das más oclusões 
características do Padrão III. Os braquetes apresentam torques superiores aumentados em 
incisivos e caninos, além de maior angulação do canino superior, torque reduzido nos 
incisivos inferiores e ausência de angulação de caninos e incisivos inferiores. 
 
ZANELATO (2003)
39
; BASTIA (2005)
8
 também avaliaram as inclinações dentárias 
utilizando modelos de gesso, porém sem a reprodução da metodologia de Andrews, pois ao 
testar a reprodutibilidade, encontraram erros de até 5°. Utilizou-se nestes trabalhos, um 
dispositivo desenvolvido especialmente para esta função. 
 
CAPELOZZA FILHO (2005)
10
 a compensação dentária é uma realidade na prática 
ortodôntica, significando mais de 50% dos casos tratados ortodonticamente, e requer 
conhecimento dos fenômenos de crescimento e desenvolvimento e dos meios de compensação 
natural nos casos portadores de discrepância esquelética, que têm as inclinações dos dentes 
anteriores dispostas de maneira a corrigir a discrepância sagital maxilomandibular. 
 
 
 
27 
27 
DALLANORA (2006)
14
 No aparelho straight-wire, o braquete é individualizado para 
cada dente, possui ranhuras pré-anguladas que forneceu a inclinação mesio-distal do dente e 
na base inclinada o braquete apresenta o torque ideal para cada grupo de dentes, possui um 
formato na base para uma ótima adaptação no dente, a espessura do aparelho individualizado 
para cada dente satisfaz a exigência “in-out”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
284 CONCLUSÃO 
 
 
 
29 
29 
O tratamento ortodôntico de pacientes adultos apresenta características diferentes do 
tratamento de adolescentes. 
Apesar da baixa incidência de casos de Classe III nos consultórios de ortodontistas, 
esses pacientes têm sido encaminhados, avaliados e tratados, independentemente da 
severidade da má oclusão. 
Após a execução do tratamento ortodôntico compensatório, para as má oclusões de 
Classe III, torna-se necessário oferecer ao paciente um programa de contenção individualizado, 
com objetivo de manter com racionalidade a correção obtida, o que pode implicar em 
renunciar o posicionamento dentário alcançado ao final do tratamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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