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535 Prótese sobre implante parafusada versus cimentada: uma revisão de literatura Cement-retained and screw-retained implant restorations: a literature rewiew DESCRITORES Keywords Implantology; Prosthesis screwed; Prosthesis cemented. Endereço para correspondência Emerson S. Cutrim Av. Colares Moreira, 444 - Ed.Monumental, Sala-636 Renascença II – São Luís/MA Cep.: 65075-441 Tel: (98) 3227 - 2958 E-mail: emersoncutrim@ig.com.br ABSTRACT In oral rehabilitation with dental implants, either screw or cement- retained prosthesis may be used. There are several important factors for necessary to acchieve success in implant dentistry that can decisively in- fluence the choice of prosthetic retention such as occlusion, aesthetics of the crown and soft tissue, the passi- ve adaptation, cost and feasibility of the prosthesis. Therefore the aim of this literature review was to present and discuss aspects related to both types of prosthetic retention in implant dentistry, highlighting key clinical indications, advantages, disadvantages and limitations of each option to retain implant prostheses. RESUMO Na reabilitação com implantes, as próteses apresentam basicamente duas modalidades de retenção, por parafuso ou por cimento. Existem vários fatores importantes para o alcance do sucesso em im- plantodontia que podem influenciar decisivamente, na escolha do tipo de retenção, como a oclusão, a estética da coroa e dos tecidos moles, a adaptação passiva, o custo e a facilidade de confecção da prótese. O objetivo deste trabalho foi, com base na revisão de literatura, apresentar e discutir as- pectos relacionados às próteses cimentadas e às próteses parafusadas, destacando aspectos clínicos essenciais dentro das indicações, vantagens, desvantagens e limitações de cada uma das opções para reter próteses sobre implantes. INTRODUÇÃO Na implantodontia, as próteses fixas parciais usadas podem ser fixadas aos implantes por meio de parafusos ou podem ser cimentadas aos pilares, os quais estão retidos aos implantes com parafusos1. É um fato que a comparação das duas modalidades de próteses sobre implantes - cimentadas e parafusadas - tem limitada documentação científica2. Porém, é importante para os profissionais entenderem a influência do mecanismo de fixação na implantodontia em seus muitos aspectos clínicos3. A escolha entre uma prótese cimentada ou parafusada tem grande impacto na força transmitida aos componentes e à interface implante/osso, já que os mecanis- mos de inserção das próteses cimentadas e parafusadas são bastante diferentes4. Além disso, o tipo de retenção a ser esco- lhido afeta diretamente a estética, a oclusão, a adaptação pas- siva, o custo e a longevidade da prótese e também influencia a facilidade de confecção5;7;8. A retenção por parafuso de próteses implanto-suporta- das foi desenvolvida fundamentalmente em resposta à neces- sidade de reversibilidade da prótese, permitida por essa forma de conexão, sendo uma propriedade imprescindível diante das altas taxas de complicações no início do desenvolvimen- to da implantodontia, em que frequentemente a remoção da prótese era requerida para reparo ou substituição8. Atualmen- te muitos sistemas de implantes apresentam pilares retidos por parafusos, e, sobre esses pilares, as próteses podem ser ci- mentadas, empregando-se técnicas de confecção que imitam os procedimentos das próteses fixas convencionais em dentes naturais9. Sendo assim, embora as próteses parafusadas per- maneçam como o mecanismo de escolha para a maioria dos clínicos10, as próteses cimentadas têm-se tornado, em muitos casos, a opção protética selecionada para tratamento de pa- cientes com implantes3. Ambos os tipos de próteses – parafusada e cimentada – apresentam certas vantagens e desvantagens. Sendo assim, os clínicos devem buscar conhecimentos das limitações e desvantagens de cada tipo de prótese para, então, selecionar aquela que é mais apropriada para uma dada situação clínica3. A proposta deste artigo consistiu, então, em discutir as vanta- gens e as desvantagens entre os dois tipos de próteses sobre implantes. Implantodontia; Prótese parafusada; Prótese cimentada. Emerson S. Cutrim1, Ivone Lima Santana2, Bruno Braga Bennati3 1. Mestrando em Odontologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Especialista em Implantes – ABO (MA). Especialista em Prótese – ECO(CE). 2. Professora Adjunta de Prótese - Universidade Federal do Maranhão (UFMA). 3. Doutor em Clínica Odontológica - FOP/ UNICAMP. Professor Adjunto de Periodontia - Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Artigo de Revisão / Review Articie Odontol. Clín.-Cient., Recife, Suplemento 535-540, out./dez., 2011 www.cro-pe.org.br 536 REVISÃO DA LITERATURA Em geral, as técnicas utilizadas em próteses sobre im- plantes para alcançar a integridade estrutural do complexo coroa/pilar e implante/pilar incluem o uso de parafuso ou cimento11;12. As próteses retidas por parafusos têm uma bem sucedida e documentada história vitoriosa de aplicação em pacientes completamente edêntulos13. No entanto, com a evolução das técnicas e as elevadas taxas de sobrevivências dos implantes demonstradas14, a questão da reversibilidade das próteses retidas por parafusos teve a sua importância reduzida4; e assim o uso das próteses cimentadas aumentou consideravelmente10. Esta evolução teve início após a modifi- cação do pilar UCLA15, transformado em pilar customizado e fundido e que depois de conectado ao implante recebe um coping cimentado, semelhante às próteses em dentes pilares naturais16. Com essa técnica, foi possível superar problemas de angulação e estética de implantes que anteriormente não tinham previsibilidade de resolução3. Além do mais, a reten- ção de prótese com cimento é um procedimento que tem sido usado em prótese fixa convencional por muitos anos e também tem uma significante e bem documentada história de sucesso4. Não obstante, a simples reversibilidade citada é particularmente importante, se complicações surgirem, tal como o afrouxamento de parafuso. Inversamente, isto é mais difícil de realizar em prótese cimentada, sem a possibilidade de comprometer a integridade da coroa, o parafuso do pilar e do próprio implante10. Sob o ponto de vista funcional, a estabilidade e a mor- fologia da mesa oclusal deveriam formar a base para decidir qual mecanismo de retenção é melhor17. A oclusão e a es- tética são outros fatores relacionados à seleção do tipo de prótese3;12, além da observação do tamanho do espaço in- teroclusal e da profundidade subgengival do implante, que podem determinar diretamente na decisão sobre o tipo de prótese a ser instalada12. Outro fator importante e que pode até comprometer a osseointegração é a adaptação passiva da prótese, que pode apresentar resultados diferentes para cada forma de retenção estabelecida17, pois a fabricação das próteses implantosupor- tadas requer muitos procedimentos clínicos e laboratoriais que devem ser muito precisos. Cada etapa do processo pode incorporar pequenos erros, os quais poderão contribuir para distorções das próteses3. A questão de saber se deve ser usada uma prótese ci- mentada ou parafusada tem sido discutida18, mas carece da falta de evidências experimentais5. A literatura existente comparando os dois tipos de retenção das próteses implan- tosuportadas é bastante limitada3, mesmo sendo essa escolha fundamental para os resultados funcionais e estéticos da rea- bilitação com implantes12. Próteses parafusadas A prótese implantosuportada com a retenção por para- fusos foi validada pelos estudos do sistema Branemark19. Os parafusos podem ser usados para fixar o pilar ao implante e a prótese ao pilar. Os parafusos para diferentes propostas têm propriedades mecânicas diferentes por causa do seu tama- nho, design e composição metálica4. O parafuso sob tensão controla dois componentes juntos, a prótese ao pilar e o pilar ao implante20. A retenção é obtida através do aperto dopara- fuso3, pela resistência de fricção desenvolvida entre as roscas internas do implante e aquelas do parafuso. Os parafusos co- mumente usados são de titânio ou de ouro e para evitar pro- blemas, o torque do parafuso deve obedecer às especificações do fabricante21. Tem como objetivo gerar adequada força de fixação para manter a unidade dos componentes21. A prótese parafusada deve ser indicada tipicamente para situações com limite de espaço interoclusal ou em im- plante de diâmetro pequeno1. Em áreas onde o espaço inte- roclusal é limitado, a prótese parafusada é mais efetiva que a prótese cimentada, que requer maior altura e área de superfí- cie das paredes dos pilares para obter retenção adequada4. E nesse caso, a retenção proporcionada pela força de aperto do parafuso que mantém a prótese parafusada é imprescindível12. Outra correta indicação para a prótese parafusada acon- teceu quando o final da margem da prótese for maior que 3 mm subgengivalmente, pois remover excesso de cimento, nesses casos, pode ser difícil. Essa situação é particularmente comum na região anterior em que implantes são colocados imediatamente após extração. Se implantes são posicionados 3 a 4 mm apicalmente à junção cemento-esmalte ou à mar- gem da gengiva vestibular do dente adjacente, para um corre- to perfil de emergência, a margem proximal da prótese pode ficar muito profunda subgengivalmente, porque implante e pilar têm um único nível circular da margem, ao passo que o tecido mole interproximal é mais alto12. A questão da reversibilidade é também uma justificativa bastante considerada para usar a retenção da prótese por pa- rafuso4. A reversibilidade é uma vantagem para resguardar a substituição ou salvamento de uma prótese pela necessidade de: substituição periódica dos componentes protéticos, afrou- xamento ou fratura do parafuso, fratura do pilar, modificação da prótese após perda de algum implante e nos casos de rein- tervenção cirúrgica e para melhor avaliação da higiene oral e tratamento em peri-implantite3. A simplicidade de recupera- ção é particularmente importante, se surgirem complicações10. Alguns estudos relatam que os tecidos moles peri-im- plantares respondem mais favoravelmente às próteses para- fusadas, quando comparadas com as próteses cimentadas23. A retenção das próteses por parafusos permitem eliminar ou reduzir irritação dos tecidos moles, especialmente em sítios subgengivais. Além do mais, há ausência de superfícies ru- gosas dos pilares por conferir alto polimento das superfícies, facilitando a cicatrização tecidual24. A prótese parafusada, em geral, requer ainda um pre- ciso posicionamento do implante para permitir uma ótima localização do orifício de acesso ao parafuso. Desvio de po- sicionamento e angulação pode conduzir a uma restauração com a estética afetada25. A visibilidade do parafuso na oclu- sal, a restauração de preenchimento do orifício assim como o comprometimento da anatomia oclusal e a descoloração da restauração da área do orifício podem tornar a prótese me- nos atrativa do ponto de vista estético23. Certamente ocorrerá comprometimento da estética, se a abertura de acesso ao pa- rafuso envolver a borda incisal e ainda em situações clínicas em que o alinhamento axial do implante poderá necessitar de uma sobre-extensão vestibular1. Além disso, existe um poten- cial de contaminação por infiltração de bactérias no contorno da resina usada para fechar a abertura de acesso26. Esses orifí- cios de acesso ao parafuso das próteses parafusadas podem também enfraquecer a estrutura da porcelana da coroa17, em torno do orifício e nas pontas de cúspides27, aumentando o ris- co de trinca e fratura da porcelana26. O estabelecimento dos contatos oclusais que podem levar ao comprometimento da integridade das superfícies oclusais4 também pode ser prejudicado pelo orifício de acesso, pois estes ocupam uma significante área da mesa oclusal da prótese3. Podem faltar condições para reproduzir a anatomia adequada das cúspides, e, no caso dos incisivos centrais, isso é um detalhe importante para haver a transição suave necessá- ria nos movimentos protrusivos e laterais4. Odontol. Clín.-Cient., Recife, Suplemento 535-540, out./dez., 2011 www.cro-pe.org.br Prótese sobre implante parafusada versus cimentada: uma revisão de literatura Cutrim ES, Santana IL, Bennati BB 537 Estudos longitudinais relatam ainda que quando pilar e prótese são retidos por parafusos, podem ocorrer complica- ções, como o afrouxamento e fratura do parafuso11, possivel- mente explicado pelo material de fabricação dos parafusos o titânio, que resulta em um alto coeficiente de fricção entre o parafuso e o pilar28. As fraturas dos parafusos podem ocorrer também devido às seguintes razões: bruxismo, superestrutura desfavorável, sobrecarga e parafunção29. Com relação à saúde do sulco, a prótese parafusada não parece vedar a margem ou interface coroa-pilar e pode ser um abrigo para bactérias no sulco. Isso pode agir como uma bom- ba de endotoxinas, estimulando a proliferação de microorga- nismos na região do sulco30. Prótese cimentada As próteses cimentadas têm conquistado popularidade nos últimos anos, e isso se deve, entre outras coisas, ao fato de que essas próteses permitem o uso de muitos dos proce- dimentos clínicos e técnicos já estabelecidos para prótese fixa convencional10. Existem numerosos tipos de pilares para pró- teses cemento-retidas31, que funcionam quando estes pilares são parafusados na cabeça do implante, e posteriormente as superestruturas das próteses são cimentadas sobre eles32. Os fatores que influenciam a retenção de próteses ci- mentadas estão bem documentados na literatura e são basi- camente os mesmos para dentes naturais33. Esses fatores são: convergência e altura das paredes axiais, área e textura de su- perfície, além do tipo de cimento empregado3;4. A conicidade recomendada para preparos de dentes naturais está entre 15 a 25 graus. A maioria dos pilares para implantes apresentam 6 graus de convergência que chegam mais próximo ainda do idealmente preconizado34. Portanto, a retenção das próteses cimentadas em implantes é aproximadamente 3 vezes maior que a retenção em dentes naturais3. A forma de preenchimen- to do canal de acesso ao parafuso sob o coping cimentado, também é citada como um fator de retenção8. Alem disso, exis- tem fatores que podem afetar a coroa, como a textura interna do coping, e a “splintagem” de múltiplas unidades10. Outro fator relevante é o tipo de cimento utilizado. A escolha do tipo e da quantidade utilizada é essencial para se alcançar a maior retenção possível35. Os cimentos usados em prótese fixa podem ser provisórios ou definitivos. Os cimentos definitivos são usados para aumentar a retenção e fornecer um bom vedamento marginal. Os cimentos provisórios são usados primariamente em próteses provisórias para facilitar sua remoção, desde que não haja risco do coping desprender- -se do pilar. O cimento provisório pode servir para prótese sobre implante, e por eles serem fracos, permitem a reversibi- lidade da prótese3. Cimentos definitivos, nesse contexto têm sua recomendação questionada para retenção de prótese so- bre implantes, porque eles são muito fortes e não permitem reversibilidade36. Idealmente o pilar deve apresentar uma conicidade adequada e paredes axiais longas para permitir boa retenção com o cimento provisório4. Estudos recentes estabeleceram que a retenção dos copings cimentados com cimento provi- sório é influenciada não só pela altura das paredes, já citadas, mas também pelo tamanho da plataforma e modalidade de obturação do canal de acesso ao parafuso8. Outra alternativa é a aplicação de uma técnica de cimentação progressiva para alcançar a propriedade da reversibilidade desejável, usando inicialmente um cimento provisório mais fraco e progressiva- mente utilizando um cimento mais forte, até atingir o nível de retenção aspirada4;12. Em outra técnica na qual é incluídona prótese defini- tiva cimentada um orifício de acesso ao parafuso, que poste- riormente à colocação da prótese, este orifício é fechado com resina fotopolimerizável37. Essa técnica foi desenvolvida para permitir o escoamento de cimento e permitir também a re- versibilidade do tratamento, quando for necessário. Por fim, modificando uma técnica de Doerr, descreve-se a fabricação de uma matriz que duplica a coroa cimentada e o ponto onde o pilar foi parafusado, permitindo quando necessária, a perfu- ração de acesso ao parafuso com uma mínima destruição e/ou perda dos contatos oclusais que poderiam requerer a fabrica- ção de uma nova prótese7. Outro aspecto pertinente que tem levado ao aumen- to da utilização de próteses cimentadas é sua capacidade de aperfeiçoar a oclusão e acentuar a estética em áreas onde po- deriam estar localizados os orifícios de acesso aos parafusos e, ainda, por fornecer adaptação passiva e melhorar as caracte- rísticas de carregamento4. A ausência de um orifício de acesso ao parafuso permite ainda um design da prótese conferindo maior resistência à porcelana, resultando em menor ocorrên- cia de fratura. Nesta situação, a superfície oclusal estará des- provida do orifício, e desse modo, a oclusão poderá ser mais bem desenvolvida para responder à necessidade de carrega- mento axial4 além de possuir um maior número de contatos oclusais, permitindo uma oclusão superior38. Contudo, a adaptação passiva parece ser o primeiro fator relacionado à escolha pela prótese cemento-retida39. O espaço existente para o cimento entre a coroa e o pilar pode ajudar a compensar e diminuir alguma discrepância ou falha do encaixe da coroa com o pilar40. O cimento pode agir como um absorvedor de alguma deformação causada por um de- sajuste e, portanto, poderá ser capaz de preservar a estrutura protética sob um stress elevado16. A camada de cimento que poderia compensar algum desajuste na adaptação do coping de cimentação foi visto como uma solução para o problema da adaptação passiva das próteses6. Entretanto, a maior desvantagem das próteses retidas por cimento, é a dificuldade de sua reversibilidade16, sendo um desafio maior ainda nos casos em que ocorre a soltura do parafuso do pilar tornando a remoção do coping difícil, se não impossível, sem seccioná-lo10, necessitando neste caso da fa- bricação de uma nova prótese41. Outra desvantagem pode ocorrer no momento da ci- mentação de uma prótese sobre implante no pilar instalado, no caso de um extravasamento excessivo de cimento para o sulco gengival41. Quanto mais sugengival estiver a linha de cimentação mais difícil será a completa remoção do excesso de cimento, existindo a possibilidade de resíduos de cimen- to serem forçados para dentro do sulco quando a prótese é assentada. Isso pode levar à perda óssea ao redor do implan- te42. Resíduos de cimento podem causar uma inflamação do tecido periimplantar, além de dor e aumento da profundidade de sondagem, sangramento e exsudato22. Portanto, é muito importante a eliminação de todo o excesso de cimento para evitar uma inflamação iatrogênica3. Por fim, a prótese cimentada também pode proporcio- nar um microgap entre o implante e a prótese, criando um abrigo subgengival de microorganismos com potencial para causar problemas aos tecidos moles43. Além disso, este “gap” entre a coroa e o implante ou o pilar tem sido associado com uma perda óssea mais acentuada durante o primeiro ano de função do implante dentário44. Considerações sobre a impressão e a estética Uma questão a ser considerada em prótese fixa implan- tosuportada é o possível mecanismo de stress, introduzido, no sistema, por pequenos erros dimensionais, que poderiam ocorrer durante as diversas etapas de confecção da prótese16. Odontol. Clín.-Cient., Recife, Suplemento 535-540, out./dez., 2011 www.cro-pe.org.br Prótese sobre implante parafusada versus cimentada: uma revisão de literatura Cutrim ES, Santana IL, Bennati BB 538 Diferentes técnicas de impressão são normalmente usadas para próteses cimentadas e parafusadas. Uma impressão pre- cisa pode ser influenciada pela angulação do implante, pela área e número de implantes, e também pela experiência clíni- ca profissional12. Está reportado na literatura que a magnitude do es- tresse desenvolvido depende unicamente da precisão alcan- çada no processo de fabricação, compreendendo a técnica de impressão, obtenção do modelo funcional, tolerância dos componentes e do coping e a habilidade do técnico de labo- ratório12. Possíveis distorções da prótese podem ocorrer tam- bém durante os procedimentos de obtenção do padrão de encerramento, fundição, aplicação da porcelana e entrega da prótese3. A questão que surge é se a adaptação passiva da super- -estrutura da prótese é realmente obtida12. A falta de passivi- dade pode levar à complicações biológicas como o aumento de carga para o osso, perda óssea, e complicações protéticas como afrouxamento ou fratura do parafuso fixado e fratura do implante3. A literatura carece de dados sobre a capacidade da prótese parafusada ou cimentada, de transferir ou compensar os estresses induzidos pelos erros de posição16. Em relação à estética, a sua obtenção em próteses im- plantosuportadas pode ser um desafio devido à forma circular e o pequeno diâmetro do implante, quando comparado com a raiz dos dentes naturais45. Alterações no tecido periimplantar foram observadas após a colocação da coroa protética, poden- do afetar a aparência estética da prótese e levar a insatisfações com o resultado do tratamento, tanto por parte do profissional e, principalmente, por parte dos pacientes46. Complicações do tecido peri-implantares estão frequentemente associadas com a presença de desadaptação entre componentes, afrouxamen- to do parafuso do pilar ou má adaptação do coping e ainda nos casos de implantes mal posicionados47. Não há nenhuma dúvida de que o requisito primário para o sucesso do implante é a osseointegração, porém, de uma perspectiva estética, as prótese implantosuportadas são bem sucedidas, quando se assemelham aos dentes naturais com uma balanceada e harmonizada arquitetura do tecido mole48. A retenção de próteses sobre implantes pelo uso do cimento elimina a confecção de aberturas, que não são esté- ticas, para acesso ao parafuso49. Contudo, quando do uso das próteses parafusadas, modernos materiais de compósitos com opacos em sua composição podem certamente diminuir a cor cinza do parafuso e permitir uma melhor obturação da abertu- ra de acesso ao parafuso, e isto pode contribuir para um resul- tado estético satisfatório3. DISCUSSÃO Por uma perspectiva protética, a restauração de implan- tes dentários pode ser um desafio devido ao limite interdental, vestibular ou o espaço interoclusal, especialmente na região anterior. Tradicionalmente, as próteses sobre implante podem ser do tipo parafusada ou cimentada sobre pilares que são pa- rafusados1. Ambas as próteses apresentam vantagens, desvan- tagens e algumas limitações23. Inicialmente, a retenção das pró- teses por parafusos foi desenvolvida em resposta à justificável necessidade de reversibilidade devido à frequência de remoção e reparo das próteses, pois os implantes apresentavam uma elevada margem de fracasso e falhas19. Por sua vez, a prótese ci- mentada tornou-se uma alternativa viável, principalmente por- que é sustentada e apoiada pelos conhecimentos e princípios consagrados e aceitos na prótese fixa convencional, que abran- ge procedimentos técnicos mais simples e de fácil execução10. Para a maioria dos profissionais, as próteses parafusa- das continuam como o mecanismo de retenção de escolha, justamente por permitirem que a prótese seja reversível4, sem comprometer a integridade da coroa, do pilar e do próprio im- plante10, eliminando a necessidade da confecção de uma nova prótese8, ou pela sua facilidade de manutenção40. No entanto, para alguns autores, é possível a prótese cimentada alcançar a reversibilidade,por meio do uso apropriado do cimento35 e da utilização de pilares com paredes apresentando altura e coni- cidade adequadas, para melhorar a retenção e dificultar a sol- tura e queda da coroa, podendo assim, ser recomendado o uso de cimento provisório ao invés do cimento definitivo51. Outra forma de conseguir esse objetivo é com a técnica da cimenta- ção progressiva, em que o controle é realizado também com a escolha do agente cimentante4. Rajan e Gunaseelan também descrevem uma técnica em que a prótese pode ser reversível, na qual eles consideram a técnica simples, prática e efetiva, e consiste na confecção de um orifício de acesso ao parafu- so incluído na confecção da coroa definitiva. E esta deve ser cimentada no pilar fora da boca, e posteriormente, colocada em posição intraoral; em seguida, o orifício é preenchido com gutapercha e recoberto com resina fotopolimerizável37. Em relação ao uso de cimento na prótese cimentada, a técnica tem a desvantagem de permitir o extravasamento de resíduos do cimento e, assim, pode causar inflamação peri-im- plantar associada com inchaço, dor, aumento da profundidade de bolsa, sangramento ou exsudação à sondagem e levar ain- da à perda óssea periimplantar43. Para que essa consequência seja evitada, o cimento selecionado deverá ser de fácil mani- pulação e remoção, sem provocar danos ao componente ou ao tecido mole peri-implantar10. Contudo, a remoção do ex- cesso de cimento não é uma tarefa fácil, especialmente quan- do as margens da prótese são subgengivais3. Existem algumas medidas para minimizar o excesso de cimento, como a aplica- ção de cimento internamente na coroa somente na oclusal ou através da inserção da coroa em um análogo do pilar fora da boca, e o excesso do cimento é removido, em seguida a coroa é assentada no pilar principal inserido em posição na boca12. Porém, a habilidade e a experiência do profissional podem in- fluenciar na cimentação e no adequado controle do cimento em qualquer técnica empregada35. As próteses parafusadas, por sua vez, não utilizam ci- mentos, contudo apresentam a necessidade de um orifício de acesso ao parafuso, e a presença desta abertura pode compro- meter significantemente a estrutura da porcelana17, fato esse comprovado por Karl (2007), que, em seus estudos comparan- do os dois tipos de prótese, evidenciou pontos fracos e trincas na camada de porcelana da coroa na região dos orifícios, com resultado significantemente maior encontrado na porcelana de próteses parafusadas, sendo ainda mais crítico quando en- volve pontas de cúspides27. Além disso, a presença do orifício pode pôr em perigo o controle da distribuição da dinâmica de carregamento em geral51. Por outro lado, a ausência do orifício de acesso ao parafuso na estrutura da coroa protética é uma grande vantagem16, pois permite obter uma estética bem su- perior, em áreas onde poderiam estar localizados os orifícios, como na região vestibular dos dentes antero-superiores1; eliminando a visibilidade do parafuso ou do compósito de preenchimento do orifício23. Além do mais, a prótese cimen- tada permite a confecção completa da coroa, com a porcelana oferecendo contatos oclusais em maior número e bem distri- buídos3;4, conferindo uma capacidade para otimizar o inter- -relacioamento oclusal10. O diâmetro para o orifício de acesso ao parafuso em prótese parafusada deve ser de, pelo menos, 3 mm, o que irá comprometer a mesa oclusal, visto que 3mm representam 50% da mesa oclusal de molares e mais de 50% de pré-molares, podendo comprometer a oclusão e a estrutu- Odontol. Clín.-Cient., Recife, Suplemento 535-540, out./dez., 2011 www.cro-pe.org.br Prótese sobre implante parafusada versus cimentada: uma revisão de literatura Cutrim ES, Santana IL, Bennati BB 539 ra da coroa protética4. Outra questão importante ocorre porque em próteses parafusadas, não há vedamento da interface coroa/pilar ou na margem, o que vai servir de abrigo de bactérias no sulco, poden- do agir como um local de liberação de endotoxinas, estimulan- do a proliferação de microorganismos na região intrassulcular30. Entretanto, a prótese cimentada pode também resultar em um ”microfenda” entre o implante e o coping, que pode servir de abrigo subgengival para microorganismos com potencial para causar problemas no tecido mole43. Para Keller (1998), em rela- ção à microflora que pode habitar a microfenda entre o pilar e a prótese, seja ela parafusada ou cimentada, o modo de fixação tem pouca influência na microbiologia e nos parâmetros clíni- cos52. Observa-se apenas que em relação aos tecidos mole peri- -implantares, eles respondem mais favoravelmente às próteses parafusadas quando comparadas com as próteses cimentadas23, provavelmente pela possibilidade de melhor acabamento do ele- mento protético e pela ausência de uma linha de cimentação no sulco peri-implantar. Sendo assim, próteses cimentadas tendem a apresentar maior sangramento no sulco e maior índice de placa, porém nenhuma recessão nos tecidos moles mostrou ser mais preponderante em algum tipo de prótese23. Cabe ao profissio- nal avaliar o padrão de higiene oral do paciente, instruí-lo ade- quadamente em relação à higienização dos dentes e elementos implanto-suportados, e assim estabelecer individualmente se o tipo de conexão protética pode interferir na saúde dos tecidos peri-implantares. Em casos limites, as próteses parafusadas têm correta in- dicação em áreas com limitada altura dos pilares4, e as próteses cimentadas, por outro lado, podem corrigir problemas que ocor- rem com a angulação acentuada dos implantes3. Além disso, as fabricações de pilares customizados e estéticos para prótese cimentada permitem que a margem do preparo acompanhe o contorno gengival variável entre as regiões proximais e vestibular e palatina12. Estes pilares customizados podem ser modificados na boca para acomodar alterações dos tecidos moles38, e os pi- lares estéticos têm a vantagem de apresentarem biocompatibili- dade e melhoramento da estética devido ao brilho por meio da mucosa17, sem a translucidez dos pilares metálicos. Por fim, muitos estudos clínicos indicam o afrouxamento de parafusos como um dos maiores problemas que ocorrem em próteses parafusadas53. Entretanto, com a introdução de parafusos de pilares com ligas metálicas de ouro e novos de- signs dos parafusos, os relatos de incidência de afrouxamento de parafusos diminuíram significativamente28. Contudo, vale lembrar que a prótese cimentada tem um pilar sob o coping, e este pilar, que também é fixado por parafuso, pode sofrer afrouxamento devido ao torque inadequado ou desadapta- ção do pilar, sendo um dos problemas de mais difícil solução pela dificuldade ou quase impossibilidade de soltar o pilar do implante sem a destruição ou prejuízo significativo da coroa protética cimentada sobre ele32. Sendo assim, fatores biome- cânicos, estéticos e até de experiência do profissional, devem formar o pilar de avaliação no momento de planejar o tipo de conexão protética a ser utilizada. Alguns autores relatam que atitudes pessoais formam a base para decidir qual modo de retenção é preferível com respeito à estética, retenção e rever- sibilidade, custo e praticabilidade3;4;40. CONCLUSÃO - Ambos os tipos de próteses sobre implantes parafusadas e cimentadas apresentam vantagens e desvantagens. - O fator reversibilidade é bastante considerado nas próteses parafusadas, mas existem recursos diversos que podem tornar a prótese cimentada também em um procedimento reversível. - O profissional deve avaliar bem o caso, a região, o dente, as características do implante para indicar corretamente o tipo de prótese, considerando suas limitações. - As informações sobre alterações em tecidos moles citadas, em decorrência do extravasamento de cimento ou da presen- ça de microfenda, são vagas e difusas e sem associação com alguma consequência da estética. - A literatura não é consistente sobre a estética gengival obtida nos tipos depróteses, e, portanto são necessários estudos para prover os profissionais e a literatura de conhecimento sobre esse tópico. REFERÊNCIAS 1. Magne, P.; Magne, M.; Jovanovic, S. A. 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