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AULA 07 - PRISOES-CONSIDERACOES GERAIS

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GRADUAÇÃO 
PROCESSO PENAL 
PROFA. RAFAELA ALBAN 
 
PRISÕES – PARTE I: 
CONCEITO, FORMALIDADES, PRINCÍPIOS E ESPÉCIES 
 
1. CONCEITO: 
• Caracteriza-se pela privação da liberdade de locomoção por motivo ilícito ou 
ordem judicial. Ou seja, privação da liberdade determinada por ordem escrita da 
autoridade competente ou em caso de flagrante delito. 
 
2. FORMALIDADES: 
• Em regra, a prisão somente pode ser efetuada por ordem escrita da autoridade 
competente (judiciária). Exceções legais: flagrante delito; prisão decorrente de 
transgressão militar ou de crime propriamente militar; prisão efetivada no curso 
do estado de defesa ou de estado de sítio; prisão na recaptura do foragido. 
• A decretação da prisão é formalizada por meio de Mandado de Prisão. 
 
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em 
virtude de condenação criminal transitada em julgado. 
 
2.1. Mandado de Prisão: 
• Conceito: é o instrumento emanado da autoridade competente para a execução 
da prisão. 
• Requisitos (artigo 285, parágrafo único, do Código de Processo Penal): 
Artigo 285, parágrafo único: "O mandado de prisão: a) será lavrado pelo escrivão e assinado 
pela autoridade; b) designará a pessoa, que tiver de ser preso, por seu nome, alcunha ou sinais 
característicos; c) mencionará a infração penal que motivar a prisão; d) declarará o valor da fiança 
arbitrada, quando afiançável a infração; e) será dirigida a quem tiver qualidade para dar-lhe 
execução". 
• Assinatura de Juiz Incompetente: em virtude dos requisitos, percebe-se que 
haverá ilegalidade quando o instrumento da prisão for assinado por juiz 
impedido. Será nulo e inexequível o mandado expedido por autoridade 
incompetente ou que não esteja assinado pelo juiz. 
GRADUAÇÃO 
PROCESSO PENAL 
PROFA. RAFAELA ALBAN 
 
• Cumprimento: o mandado será expedido em duas vias e, após a prisão, o 
executor entregará ao preso um dos exemplares. Na via que ficar com o executor, 
exige-se um visto do preso no verso. Se ele se recusar, não souber ou não poder 
escrever, referido fato será mencionado em declaração e assinado por duas 
testemunhas. 
• A ordem poderá ser cumprida em qualquer dia e horário desde que respeite a 
inviolabilidade do domicílio. 
• Após ser detido, o preso será informado de seus direitos, podendo, inclusive, ficar 
calado sem que isso importe em prejuízo a defesa. 
• Será assegurada a assistência da família e de um advogado, tendo direito a 
identificação dos responsáveis pela sua prisão. Caso o autuado não informe o 
nome de seu advogado, será comunicado à Defensoria Pública. 
 
3. ESPÉCIES: 
3.1. Prisão-pena ou prisão definitiva: aquela que é precedida pelo trânsito em 
julgado de uma sentença penal condenatória. Representa a satisfação da pretensão 
executória do Estado. 
 
3.2. Prisão sem pena: aquela que não tem natureza penal ou que ainda não é 
precedida do trânsito em julgado de uma sentença penal condenatória. Nesse 
sentido, pode ser: 
a) Prisão processual penal ou prisão provisória: é a prisão cautelar decorrente de 
crime. Tem natureza processual e assegura o bom andamento da investigação e 
do processo penal. Deve satisfazer os requisitos do "fumus bonis juris" e "periculum 
in mora". Pode ser: CPP - prisão em flagrante, prisão preventiva, prisão domiciliar; 
e Lei nº 7960/89 – prisão temporária. 
b) Prisão civil: aquela que se refere ao não cumprimento de uma obrigação civil. Na 
prática, é destinada exclusivamente ao devedor de alimentos (revogação da 
possibilidade de prisão civil de depositário infiel); 
c) Prisão administrativa: destina-se a forçar o devedor a cumprir sua obrigação. 
Nos termos da Súmula 280, do STJ, "o art. 35 do Decreto-Lei n° 7.661, de 1945, que 
GRADUAÇÃO 
PROCESSO PENAL 
PROFA. RAFAELA ALBAN 
 
estabelece a prisão administrativa, foi revogado pelos incisos LXI e LXVII do art. 
5° da Constituição Federal de 1988". 
d) Prisão disciplinar: permitida, com base na CF, para transgressões militares e 
crimes propriamente militares (crime militar próprio x crime militar impróprio). 
Art. 5º, LXI, 2ª parte, da CF: "ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita 
e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou 
crime propriamente militar, definidos em lei". 
 
4. PRINCÍPIOS DA PRISAO PROVISÓRIA: 
a) Principio da excepcionalidade da prisão preventiva: a prisão preventiva é 
cautelar e deve ser usada, apenas, em ultima ratio, ou seja, existindo alternativas 
de menor gravidade, cabível ao indiciado, não poderá o juiz estabelecer detenção 
cautelar. 
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando se a:[...] 
§ 6° A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra 
medida cautelar (art. 319). 
 
b) Princípio da provisoriedade ou precariedade: define que as cautelares devem ter 
tempo programado para sua duração, principalmente quando a cautelar aplicada 
for a prisão, já que afeta o direito de liberdade do ser humano. Por isso, deverão 
ser substituídas ou revogadas, quando houver modificação na situação fática. 
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando se a:[...] 
§ 4o No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou 
mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá 
substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva 
(art. 312, parágrafo único). 
§ 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo 
para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

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