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Quarentena para juizes e promotores

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
 
BRUNA SUELLEN SILVA 
GUILHERME RODRIGUES ASSUMPÇÃO 
JOÃO PEDRO F. DO NASCIMENTO 
RAFAELA SANTOS ALMEIDA 
 
 
 
APS- PLS 341/17: QUARENTENA PARA EX-JUÍZES E 
EX-MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 
2019 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................3 
 
2 ANÁLISE DO PROJETO DE LEI ......................................................... 6 
 2.1 PROCESSO CONTRA ESCRITÓRIO ....................................... 6 
 2.2 CONFLITO DE INTERESSES ................................................... 7 
 3 PROIBIÇÃO TOTAL E PARCIAL DO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA..11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
INTRODUÇÃO 
 
 O senado aprovou quarentena obrigatória de três anos para exercício da 
advocacia por ex-promotor e ex-juiz, que regulamenta a partir de seu 
afastamento por exoneração ou aposentadoria no juízo ou tribunal do qual se 
afastaram, esse impedimento vale para qualquer atividade que caracterize 
conflito de interesse ou utilização de informação privilegiada. Foi uma decisão 
dos integrantes da CCJ, Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, 
aprovada por unanimidade, caso não tenha recursos para a votação pelo 
Plenário da Casa, o Projeto da Lei do Senado 341/2017, Estatuto da 
Advocacia, será enviado à Câmara dos Deputados. 
 A proposta pelo Senador Ataídes Lima (PSDB-TO) antera o artigo 30 do 
Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994), segundo o texto Estratégia essa lei 
passaria a incluir um terceiro inciso. 
 Art. 30. São impedidos de exercer a advocacia: 
III – os ex-magistrados e ex-membros do Ministério Público, no prazo de 
três anos contados do afastamento do cargo por aposentadoria ou 
exoneração, no juízo ou tribunal do qual se afastaram, incluída no 
impedimento qualquer atividade que possa configurar que possa 
configurar conflito de interesse ou utilização de informação privilegiada. 
 Na votação do projeto, os senadores decidiram que as emendas 
apresentadas pelo senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que operou como 
relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça da Casa. O senador 
Caiado sugeriu que fosse anexado ao texto original situações descritas como 
conflito de interesses de servidores federais pelo diploma legal que disciplina o 
tema, a Lei 12.813/2013. 
“Art. 30. São impedidos de exercer a advocacia: 
III – Os ex-magistrados e ex-membros do Ministério Público, no prazo de 
três anos contados do afastamento do cargo por aposentadoria ou 
4 
 
exoneração: 
a) perante o juízo ou o tribunal do qual se afastaram; 
b) em quaisquer atividades que possam configurar conflito de interesse 
ou uso de informação privilegiada, assim definidas: 
 1. Divulgar ou fazer uso de informação privilegiada obtida em razão 
das atividades exercidas; 
 2. Prestar, direta ou indiretamente, qualquer tipo de serviço a pessoa 
física ou jurídica com quem tenha estabelecido relacionamento relevante 
em razão do exercício do cargo; 
 3. Celebrar, com órgãos ou entidades em que tenha exercido cargo, 
contratos de serviço, consultoria, assessoramento ou atividades 
similares, ainda que indiretamente.” 
 Na explicação de seu projeto, o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), autor 
da proposta, reconheceu que a Emenda Constitucional 45/2004 já tratou antes 
de proibir o exercício da advocacia por ex-juízes e ex-membros do MP antes de 
três anos de seu afastamento, por aposentadoria ou exoneração, do juízo ou 
tribunal no qual atuavam. Mas considerou que, passados 13 anos do tempo em 
que esteve em vigo, esse regulamento ainda não foi devidamente disciplinado, 
“o que vem ocasionando a ocorrência de abusos". 
 “Relaciona-se de medida das mais corretas, que pretende impossibilitar 
que o ex-agente público usufrui de sua influência de forma inadequada, em 
situação que pode ocasionar conflito de interesse ou utilização de informação 
privilegiada”, observou Ataídes na justificativa da proposta. 
 Ele falou sobre o caso do ex-procurador da República Marcelo Miller, que 
favoreceu os irmãos Batista na preparação do acordo de delação premiada dos 
executivos da JBS durante o tempo em que ainda estava em execução de 
desligamento do Ministério Público Federal. 
 O caso citado relata que Miller é incriminado de ter usado o cargo na 
Procuradoria-Geral da República e aproveitado a proximidade com o então 
PGR Rodrigo Janot para facilitar os executivos da J&F, como mostram as 
conversas entre executivos. 
5 
 
 Vale lembrar que o ex-procurador Marcelo Miller enviou um e-mail para ele 
próprio estabelecendo honorários advocatícios no valor de R$15 milhões. 
 A advogada Esther Flesch acabou sendo considerada responsável 
por recrutar o ex-procurador que deixou o MPF para operar como advogado em 
um escritório em favor da J&F. Quando a atuação dupla de Miller tornou-se 
pública, Janot pediu a invalidação dos acordos de colaboração. 
 O advogado de Joesley, André Luís Callegari, divulgou nota afirmou 
publicamente que o cliente não praticou nenhum crime na contratação do ex-
procurador. 
 “O empresário nunca ofereceu qualquer vantagem indevida a Marcello 
Miller e reitera que eventual irregularidade na contratação de um sócio pelo 
maior escritório de compliance do mundo deve recair única e exclusivamente 
sobre essa banca de advogados. Nem mesmo a advogada criminalista 
contratada, à época, para conduzir a colaboração premiada alertou acerca de 
qualquer irregularidade.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.conjur.com.br/2017-set-05/fatos-gravissimos-jbs-implicam-janot-stf
6 
 
2. ANÁLISE DO PROJETO DE LEI 
 Esse projeto de lei foi proposto com esse período de quarentena de 3 anos 
para esses ex-juízes e os ex-procuradores perderem seu poder e sua influência 
na área da justiça e, perderem o acesso a informações privilegiadas. 
 
2.1 Processo contra escritório 
 
 A J&F oscilou uma ação nos Estados Unidos contra os escritórios Trench, 
Rossi e Watanabe Advogados e Baker & McKenzie, delatando de envolveram o 
ex-procurador Marcello Miller nas negociações com autoridades brasileiras 
antes que ele largasse o cargo no Ministério Público Federal. 
 A empresa alega que os escritórios que comerciou foram indolentes, 
expondo seus executivos Joesley e Wesley Batista, Francisco de Assis e Silva 
e Ricardo Saud a riscos criminais. Ademais, a companhia aponta que essa 
conduta causou danos graves à sua imagem. 
 Em nota, o Trench, Rossi e Watanabe afirmou que não comenta nenhum 
conteúdo de clientes ou processos em andamento. O escritório afirma ainda 
que, “desde o primeiro momento, colaborou com as autoridades e forneceu 
todos os documentos que contribuíssem para o esclarecimento dos fatos”. 
 A advogada Fernanda Tortima em entrevista concedida em março 
à ConJur, que atuou na negociação entre JBS e MPF, negou que tenha havido 
qualquer omissão deliberada de fatos relevantes ou qualquer tipo de influência 
por parte de Miller. 
 Para o relator, senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), a providência é 
positiva. “Há casos em que o ex-membro desses órgãos [Judiciário e MP] 
utiliza-se de conhecimentos institucionais ou sigilosas, a que teve acesso 
quando atuava na profissão do cargo, em vantagens de suas novas atividades 
privadas”, apontou Caiado em seu voto. 
 
 
 
https://www.conjur.com.br/2018-abr-11/jf-processa-escritorios-eua-envolverem-miller-acordos
https://www.conjur.com.br/2018-mar-13/miller-nao-participou-delacao-jbs-advogada-empresa
https://www.conjur.com.br/2018-mar-13/miller-nao-participou-delacao-jbs-advogada-empresa
7 
 
2.2 Conflito de interesse 
 
 Alémde dividir a prática vedada pelo PLS 341/2017 como “incompatível 
com o exercício probo e correto da advocacia”, Caiado resolveu manifestar a 
emenda para agrupar ao texto original circunstância de conflito de interesse de 
servidores federais listadas na Lei 12.813/2013. 
 Com esse mudança, ex-juízes e ex-promotores ficarão impedidos, mais 
especificamente, de divulgar ou fazer uso de conhecimentos privilegiados 
adquirida em favor das atividades exercidas; de prestar, direta ou 
indiretamente, qualquer tipo de trabalho a pessoa física ou jurídica com quem 
tenha criado relacionamento relevante em razão do exercício do cargo ou 
emprego; celebrar com órgãos ou entidades em que tenha ocupado cargo 
contratos de serviço, consultoria, assessoramento ou atividades parecidas, 
ainda que indiretamente. 
 “Essa alteração permitirá um considerável ganho de segurança jurídica 
para esses profissionais, que saberão, com maior precisão, quais são as 
condutas efetivamente vedadas”, acredita o relator. Com informações da 
Agência Senado. 
 O impedimento vale para qualquer atividade que caracterize conflito de 
interesse ou utilização de informação privilegiada. Ex-juízes e ex-promotores 
ficarão impedidos de divulgar ou fazer uso de informação privilegiada obtida em 
razão das atividades exercidas; de prestar, direta ou indiretamente, qualquer 
tipo de serviço a pessoa física ou jurídica com quem tenha estabelecido 
relacionamento relevante em razão do exercício do cargo ou emprego; celebrar 
com órgãos ou entidades em que tenha ocupado cargo contratos de serviço, 
consultoria, assessoramento ou atividades similares, ainda que indiretamente. 
 Autor do projeto, o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) reconheceu que 
uma Emenda Constitucional de 2004 já estabelecia o período de quarentena, 
mas avaliou que a falta de regulamentação da norma acabou permitindo 
abusos. Ele citou o caso do ex-procurador da República Marcelo Muller, que 
auxiliou os irmãos Joesley e Wesley Batista, do Grupo J&F Investimentos, 
ainda em processo de desligamento do Ministério Público. 
8 
 
 A decisão foi tomada durante sessão plenária em resposta a uma consulta 
feita pela Seccional da OAB de Santa Catarina, que buscava uma definição 
sobre a abrangência da chamada "quarentena" para a inscrição nos quadros 
da OAB de ex-magistrados, prevista no artigo 95, parágrafo único, V, 
da Constituição Federal, dispositivo incluído pela Emenda Constitucional 
nº 45/04 (da Reforma do Judiciário). 
EC n°45, de 08-12-2004, altera o artigo 95 da Constituição Brasileira 
adicionando os incisos IV e V. 
"Art. 951. ................................................... 
................................................................ 
Parágrafo único. Aos juízes é vedado: 
................................................................. 
IV. receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas 
físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em 
lei; 
V. exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de 
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou 
exoneração." 
 O referido dispositivo prevê que aos juízes é vedado "exercer a Advocacia 
no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do 
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração". 
 Faiad exemplificou que "se ele foi um juiz estadual, deve estar proibido, 
durante três anos, de exercer a Advocacia no âmbito do tribunal estadual". Ele 
arrematou explicando que "o objetivo é exatamente preservar a Advocacia, 
evitando-se que haja influência ou beneficiamento a partir do relacionamento 
próximo do ex-magistrado com seus antigos colegas" 
 
1 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm 
9 
 
 O presidente nacional da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, afirmou 
à revista Consultor Jurídico que a determinação não tem como objetivo criar 
obstáculos ao pleno exercício da advocacia, mas sim dar cumprimento integral 
ao que determina a Constituição. “Os sócios ou associados de um escritório 
são todos beneficiários dos dividendos da sociedade. Por isso, é necessária a 
extensão da quarentena a todos” 
 Assim, ex-juízes e ex-promotores ficarão impedidos, mais 
especificamente, de divulgar ou fazer uso de informação privilegiada obtida 
em razão das atividades exercidas; de prestar, direta ou indiretamente, 
qualquer tipo de serviço a pessoa física ou jurídica com quem tenha 
estabelecido relacionamento relevante em razão do exercício do cargo ou 
emprego; celebrar com órgãos ou entidades em que tenha ocupado cargo 
contratos de serviço, consultoria, assessoramento ou atividades similares, 
ainda que indiretamente. 
 Essa alteração permitirá um considerável ganho de segurança jurídica 
para esses profissionais, que saberão, com maior precisão, quais são as 
condutas efetivamente vedadas. 
 Entretanto, pela redação da lei, a falta de regulamentação permanece, 
como a definição da extensão da quarentena. Debates circularão sobre, por 
exemplo, se um magistrado de uma Vara que se aposentar não pode 
advogar na mesma Vara, enquanto um desembargador estaria impedido ou 
não de advogar em todo o tribunal, ou apenas na Câmara em que atuava, 
denotando uma desproporcionalidade da quarentena, bem como confusão 
sobre os efeitos da quarentena 
 Esta quarentena de três anos ainda está sendo muito questionada, por 
mais que tenha sido colocada em pauta as razoes pela qual foi tomada esta 
decisão como a que a quarentena permitirá maior clareza e segurança no 
regime jurídico dos profissionais. 
 Há casos em que o ex-membro desses órgãos se utiliza de informações 
institucionais ou sigilosas, a que obteve acesso quando no exercício do 
cargo, em benefícios de suas novas atividades privadas. Essa prática é 
incompatível com o exercício probo e correto da advocacia, que não se 
10 
 
compatibiliza com a utilização de informações privilegiadas para beneficiar 
atividades privadas em detrimento do serviço público anteriormente exercido 
pelo advogado”, diz Caiado. 
 Esse projeto de lei deverá ser aprovado para que os procuradores e 
magistrados exonerados ou aposentados não usem dessas informações 
privilegiadas para seus interesses próprios contra a economia do país. 
 Nossa proposta neste trabalho é tentar encontrar uma solução e expor 
nossas ideias sendo elas contra ou a favor desta decisão que diz respeito 
sobre a quarentena, a principio podemos ver que esta decisão foi tomada 
principalmente de modo que diminua os conflitos de interesse, e assim tendo 
um melhor desempenho da função e um melhor resultado. 
 Mais a diante entramos a fundo sobre este assunto e o que concluímos 
dele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
3. Proibição total e parcial do exercício de advocacia 
 O capítulo VII dispõe das incompatibilidades e impedimentos. Eles estão 
relacionados com o caso que deu origem ao PLS n°341. Diz o artigo 27 da lei 
8906/94: 
 Art. 27. A incompatibilidade determina a proibição total, e o 
impedimento, a proibição parcial do exercício da advocacia. 
 Como pode ver neste artigo, a proibição se divide em duas categorias a 
proibição total e parcial. O caso do ex-procurador Marcelo Miller se encaixa 
nos seguintes artigos do Estatuto da advocacia: 
“Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as 
seguintes atividades: 
II- membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, 
dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de 
paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função de 
julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública 
direta e indireta;III - ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da 
Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas 
empresas controladas ou concessionárias de serviço público;2 
Art. 29. Os Procuradores Gerais, Advogados Gerais, Defensores Gerais 
e dirigentes de órgãos jurídicos da Administração Pública direta, indireta e 
fundacional são exclusivamente legitimados para o exercício da advocacia 
vinculada à função que exerçam, durante o período da investidura.”3 
 
2 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8906.htm 
3 Art. 29 da Lei 8906/1994 – Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 
12 
 
O que está disposto no artigo 29 diz respeito à advocacia desses 
respectivos cargos. É permitida a atividade advocatícia para aqueles que sua 
função esteja vinculada ao caso. 
O caso que deu origem ao projeto de lei é incompatível, pois foi fornecida 
assistência jurídica privada. 
O artigo 28 também se refere aos magistrados dispostos no inciso II como 
“membros de órgãos do Poder Judiciário “. 
3.1 Quais são as atividades incompatíveis com a advocacia? 
 As atividades incompatíveis que geram uma proibição total do exercício da 
advocacia estão citadas nos incisos do Art. 28 da lei 8906/94 – Estatuto da 
Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. 
 Suponhamos que um bacharel de Direito que trabalha na gerência de um 
banco queira de inscrever na Ordem dos Advogados do Brasil, nesse caso, o 
indivíduo poderia advogar? 
“Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as 
seguintes atividades: 
VIII - ocupantes de funções de direção e gerência em instituições 
financeiras, inclusive privadas.” 
 De acordo com o art.28, VIII, gerentes de instituições financeiras são 
cargos incompatíveis com a advocacia, gerando então, a proibição total do 
exercício da advocacia. Mas qual seria o motivo dessa proibição? 
 Os gerentes de banco conhecem os dados financeiros das pessoas. Se 
uma pessoa advogar dessa forma para as empresas de cobrança, o acesso às 
informações de bens, patrimônios e moradia seria facilmente obtido gerando 
uma desvantagem à outra parte. 
 Outro exemplo de cargo incompatível com a advocacia é o Chefe do Poder 
Executivo citado no inciso I: 
13 
 
“I - Chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e 
seus substitutos legais;” 4 
 Para entender o motivo dessa incompatibilidade, imagine-se advogando e 
enfrentando no tribunal o Presidente da República, não seria justo para os dois 
lados, pois a quantidade de informação que um chefe de executivo possui nem 
se compara com as informações de um jovem advogado. 
 É importante ressaltar o que está disposto no §1°: 
“§ 1º A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou 
função deixe de exercê-lo temporariamente.” 5 
 Outro exemplo muito citado é de ocupantes de cargos policiais citados no 
art. 28 do Estatuto da advocacia e da OAB localizado no inciso V: 
“V - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a 
atividade policial de qualquer natureza;” 6 
 Suponha um policial militar que tenha dupla função: a de policial que deve 
prender aqueles que cometem ilícitos, e a de advogado que defende aquele 
que comete os ilícitos. Temos então uma situação conflitante, são profissões 
incompatíveis entre si, caracterizada conflito de interesses. 
 3.2 Quais são as atividades que geram impedimentos? 
 São aquelas dispostas nos incisos do art. 30 do Estatuto da Advocacia e 
da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. 
“Art. 30. São impedidos de exercer a advocacia: 
I - os servidores da administração direta, indireta e fundacional, contra a 
Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade 
empregadora; 
 
4 Inciso I do art. 28 da Lei 8906/1994 – Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 
5 Art.28, §1° da Lei 8906/1994 – Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 
6 Art. 28, inciso V da Lei 8906/1994 – Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 
14 
 
II - os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a 
favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, 
sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades 
paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço 
público.” 
 O primeiro inciso diz sobre os servidores públicos, nos quais são 
impedidos de exercer advocacia contra a fazenda que os remunere. Pois não 
faz sentido o funcionário advogar contra aqueles que fornecem sua renda. 
 Exemplos: o servidor municipal não poderá advogar contra o município; o 
servidor federal não poderá advogar contra a União. Pode-se perceber que a 
proibição é parcial. 
 O inciso II se refere aos membros do Poder Legislativo, senadores, 
deputados e vereadores. Esses membros são impedidos de advogar contra ou 
a favor de nenhum órgão do poder público, nos quais estão em negrito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/12/06/ex-juizes-e-ex-
promotores-poderao-obedecer-quarentena-para-exercer-advocacia 
 
https://www.youtube.com/watch?v=2rfsjFfEdOs 
 
https://www.estrategiaoab.com.br/quarentena-ex-juizes-ex-promotores/ 
 
https://www.conjur.com.br/2018-jun-28/ex-membro-mpf-vira-reu-jogo-duplo-
joesley-escritorio 
 
https://espaco-vital.jusbrasil.com.br 
 
http://www.justificando.com/2018/02/07/senado-aprova-quarentena-de-3-anos-
para-ex-promotores-e-ex-juizes-advogarem/ 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc45.htm 
16 
 
 
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/03/senado-aprova-quarentena-de-3-
anos-para-ex-juizes-e-ex-procuradores-advogarem.shtml 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8906.html 
 
https://nazamns.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/398092022/mandado-de-
seguranca-com-pedido-de-liminar 
https://www12.senado.leg.br/noticias/audios/2018/03/senado-simplifica-
certificacao-para-filantropicas-e-aprova-quarentena-para-ex-juizes-e-ex-
promotores 
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/130914 
BRASIL. Lei n. 8906, de 04 de julho de 1994 – Estatuto da advocacia e da 
Ordem dos advogados do Brasil. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 Editora 
Saraiva 2016

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