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DIREITO INTERNACIONAL - trabalho

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL
O Direito Internacional atravessa as fronteiras dos Estados, criando um sistema de normas jurídicas que regulamentam as atividades entre as nações. As fontes do Direito Internacional são o que determina de qual meio provêm ou podem provir as normas jurídicas, ou seja, o que compõe esse Direito. Para a maioria dos autores sobre o tema, as fontes se dividem em materiais e formais.
As fontes materiais são o conteúdo de uma norma jurídica, elas determinam como uma norma jurídica será elaborada. Fatores sociológicos, econômicos, psicológicos e culturais levam a uma tomada de decisão que depois poderá ser formalizada nas outras fontes do Direito Internacional. As fontes materiais se referem essas decisões.
As fontes formais são os métodos e processos de criação de normas jurídicas. Estão citadas no art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; 
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
c) os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
d) sob ressalva da disposição do artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.
De maneira geral, os tratados internacionais são a principal fonte do Direito Internacional. Para a validação de um tratado, é necessária a participação direta e democrática dos Estados envolvidos. Eles são fonte direta, clara e de fácil comprovação pois é preciso a sua documentação escrita e ratificada (assinada) por todos os Estados que se comprometem a cumprir as suas normas.
Os costumes internacionais são práticas gerais aceitas como sendo um direito. São a segunda grande fonte formal e, historicamente, a mais antiga. Para a formação de um costume, é preciso dois elementos: o material, repetição generalizada de certos atos, e o psicológico, a convicção de que tais atos são praticados por obrigação. Os costumes devem ser provados para que tenham validade.
Os princípios gerais do Direito são fontes de difícil identificação e muitos já estão convertidos como tratados ou já são considerados como costume. Os princípios são normas que partem do Direito dos Estados, ou Direito Doméstico, e passam a ser aceitos na ordem Internacional. Podemos considerar, por exemplo, os princípios da boa-fé, da proteção da confiança e do direito adquirido, como princípios gerais do Direito.
Além das fontes primárias, o Direito Internacional também possui como fontes decisões judiciárias e as doutrinas publicistas. Elas são chamadas de “novas fontes” ou “meios auxiliares”. Podemos citar:
a) jurisprudência – interpretações feitas pelos tribunais que acabam determinando uma norma. São consideradas como meio auxiliar pois dela não nascem novas normas, apenas são registradas formas de interpretação do direito.
b) doutrina dos publicistas – publicistas são aqueles que são versados em direito público. Como possuem conhecimento para tal, suas interpretações do direito também podem ser consideradas meios auxiliares assim como a jurisprudência.
c) analogia e equidade – entram como meio auxiliar no caso da falta de norma jurídica para um determinado caso. Tem como objetivo chegar a decisão mais justa para conflitos de interesses. A analogia é a aplicação de uma norma jurídica feita para servir a um outro caso semelhante, enquanto a equidade ocorre quando não há norma jurídica capaz de abranger o caso determinado.
d) erga omnes – obrigações impostas a todos, independentemente de aceitação. Tem por finalidade preservar valores fundamentais internacionais
e) jus cogens – conjunto de normas que se sobrepõem à autonomia da vontade do Estados. São hierarquicamente superiores às normas convencionais e não podem ser revogadas nem por tratados ou por costumes. Dentre elas estão a proibição da agressão, do genocídio e da escravidão.
ÓRGÃOS DO DIREITO INTERNACIONAL
Os órgãos do Estado nas relações internacionais são os indivíduos encarregados de representar os Estados, que são pessoa jurídicas, no campo do relacionamento externo, tendo competência para administrar a dinâmica das relações estatais com os outros Estados, organizações internacionais e demais sujeitos de Direito Internacional Público e para agir em nome de ente estatal na sociedade internacional. Tradicionalmente, a representação do Estado tem sido incumbência do Chefe de Estado, do Chefe de Governo, do Ministro das Relações Exteriores, dos Agentes Diplomáticos e dos agentes consulares, que continuam, aliás, papel destacado na formulação e condução da política externa estatal.
SUJEITOS DO DIREITO INTERNACIONAL
Os sujeitos de direito internacional são os Estados e as Organizações Internacionais. Sujeitos de direito são aqueles capazes de ser titulares de direitos e obrigações.
No direito internacional, ainda centrado no Estado, apenas os Estados e Organizações Internacionais (formadas por Estados) têm essa capacidade. No entanto, é perceptível a atribuição de alguns direitos a indivíduos, como a capacidade postulatória em tribunais internacionais para a proteção de direitos humanos; a empresas, em órgãos internacionais de solução de controvérsias sobre investimentos; ou a organizações não governamentais, em diferentes instâncias.
Até recentemente, considerava-se que somente os Estados teriam personalidade jurídica e, consequentemente, somente eles poderiam ser sujeitos do direito internacional. Este termo "sujeito do direito internacional" refere-se ao que era considerado como capacidade exclusiva dos Estados.
Estes qualificadores não são necessariamente cumulativos; a mera posse de um deles por uma entidade (por exemplo, um Estado) é suficiente para qualificar aquela entidade como sujeito do direito internacional. 
Quando tais características são vistas conjuntamente com a legislação internacional de direitos humanos vigente, fica evidente que a tese de sua exclusividade aos Estados não pode ser mantida. A legislação internacional de direitos humanos define pessoas físicas como sendo sujeitos do direito internacional, dando-lhes direitos e deveres, e permitindo-lhes ajuizar ações perante tribunais internacionais ou mesmo fazer-se representar em pessoa perante tais tribunais. Um tratamento mais detalhado será dado adiante a outras pessoas jurídicas ou sujeitos do direito internacional.
Estados são claramente sujeitos do direito internacional. Isto requer, porém, uma definição mais clara de quais são exatamente os critérios identificadores de um Estado. O artigo 10 da Convenção de Montevidéu sobre os Direitos e Deveres dos Estados (1933) tem a seguinte redação:
Já a prática internacional ampliou a gama de sujeitos de direito internacional muito além dos Estados, para incluir: Organizações públicas internacionais (por exemplo, a ONU, a OTAN, a União Européia (UE), a OEA, o Conselho da Europa, etc.)
Tais organizações, criadas geralmente por um tratado multilateral, têm personalidade internacional de graus variados, visto que têm capacidade (isto é, competência) para firmar tratados, têm certos privilégios e imunidades, são capazes de possuir direitos e deveres internacionais e têm a capacidade de ajuizar ações perante tribunais internacionais. Isto não faz com que essas organizações sejam iguais a Estados, nem tampouco faz com que seus direitos e deveres sejam os mesmos dos Estados.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Os tratados internacionais são  acordos realizados em âmbito internacional e que visam proteger ou fortalecer interesses em determinada área. Para que isso aconteça é necessário haver vontade livre dos participantes de realizar aquele documento jurídico, além do objetivo do tratado ser minimamente possível e específico, respeitando requisitos formais.
No caso dos tratados de natureza internacional, o direito internacional serve como um guia para a construção desse documento.Ele orienta o passo a passo de como isso deve ser feito detalhadamente. Também é possível afirmar que os tratados seriam uma das espécies de fontes do direito internacional. 
Os tratados internacionais podem abordar diversos temas, desde a proteção de um animal em extinção até as regras que tratam sobre a lua. Não existe uma limitação temática para o conteúdo de um tratado, desde que haja sentido nele. 
A convenção de Viena de 1969, um tratado internacional firmado por diversos Estados para justamente coordenar o processo de composição de um tratado internacional, traz em seus artigos todo um passo a passo de como deve ser feito um tratado. Isso inclui regras de interpretação, aplicação, extinção, etc. 
A convenção de Viena tem sua aplicação estendida tanto aos tratados posteriores a ela quanto àqueles anteriores a ela, como por exemplo os tratados firmados no século XIX. 
Além disso, a convenção afirma que todos os tratados devem existir em forma escrita e serem regidos pelo direito internacional, como foi explicado. Outra característica dos tratados é a obrigação do sujeito de direito internacional de respeitar uma regra de direito internacional, o que distingue um tratado de um contrato comum que se observa no dia a dia e de um acordo político, uma vez que nesses últimos não existe a promessa de respeitar uma regra de direito internacional. 
Com isso, surge um dos princípios mais importantes do direito dos tratados, a chamada “Pacta sunt servanda”. O termo em latim significa o comprometimento de todos os sujeitos envolvidos no tratado em seguir o que foi acordado de boa fé e em consonância com o direito internacional, justamente para alcançar o resultado que motivou o tratado. 
A partir do momento que se iniciam as negociações em relação a um possível tratado é que pode-se perceber com mais clareza as regras de como ele é feito. O direito internacional não se preocupa tanto em regular e disciplinar como essa primeira etapa, a negociação, deve acontecer. Cabe aos Estados e Organizações Internacionais debater e argumentar entre si sobre o tratado. Porém, a legislação internacional se preocupa em chamar atenção para aquelas pessoas que conduzem a negociação em nome dos Estados, por exemplo.

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