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Trabalho Teorias e Sistemas em Psicologia

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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
Aline Cristina Alvarenga – RA G304713
Aline do Amaral Zanchetta – RA N699736
Elke Cristiene Ratz – RA G371445
Giovana Furtado Campos – RA G2240H1
Isabella Paiva do Nascimento – RA G207BG6
Janaina Lorencetti Vezali – RA G368JA9
Maria Helena Tavares Casteluci – RA G358GE4
Vitória de Souza Rodrigues – RA G236BC3
O BEHAVIORISMO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A PSICOLOGIA
	Trabalho acadêmico apresentado à disciplina Teorias e Sistemas em Psicologia, sob orientação da Profa. Marisa Silva
Campus Assis – São Paulo
2021
2
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO ......................................................................................................01
2 OBJETIVO ..................................................................................................................01
3 METODOLOGIA ........................................................................................................01
4 DESENVOLVIMENTO ..............................................................................................01
4.1 BEHAVIORISMO ........................................................................................01
4.2 BEHAVIORISMO CLÁSSICO ....................................................................02
4.3 BEHAVIORISMO RADICAL ......................................................................03
4.4 BEHAVIORISMO COGNITIVO .................................................................04
5 CONCLUSÃO .............................................................................................................06
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................06
Apresentação:
Trata-se de trabalho acadêmico apresentado à disciplina Teorias e Sistemas em Psicologia, desenvolvido por alunas do 2º semestre do curso de Psicologia da Universidade Paulista – UNIP, Campus Assis.
A temática desenvolvida refere-se ao reconhecimento da Psicologia como um saber científico inscrito na modernidade, através da abordagem de sua escola de pensamento Behaviorismo.
Objetivo:
Ampliar a compreensão sobre o reconhecimento da Psicologia como um saber científico inscrito na história da modernidade.
Metodologia
Trata-se de pesquisa desenvolvida por meio de consultas à literatura disponível sobre o assunto, através de revistas especializadas, artigos científicos e livros específicos.
Utilizou-se para tanto material científico disponibilizado pela biblioteca da Universidade Paulista – UNIP/Assis, bem como pelas bibliotecas virtuais como a Scielo/Brasil.
Também foram consultados os materiais didáticos oferecidos através da disciplina Teorias e Sistemas em Psicologia, do curso de Psicologia da UNIP/Assis.
Desenvolvimento
Behaviorismo
O Behaviorismo surgiu em meados do século XX, como oposição ao funcionalismo e ao estruturalismo, tornando-se umas das três principais correntes da psicologia, juntamente com a psicologia da forma (Gestalt) e psicologia analítica (psicanálise). Também conhecido como comportamentalismo, é umas das Escolas de Pensamento dentro da Psicologia, que tem o comportamento como objeto de estudo.
Surge em 1913, a partir de um trabalho do psicólogo John Broadus Watson (1878-1958), intitulado de “Psicologia como um Comportamentista a Vê”, obra esta que o tornou reconhecido como o pai do Behaviorismo Metodológico. Mais tarde, em 1914 uma outra publicação de Watson, intitulada de “Behavior”, abordou mais uma vez o conceito de psicologia do comportamento.
Esses estudos tiveram como referências as teorias dos filósofos russos Vladimir M. Bechterev e Ivan P. Pavlov. E, também se baseou em teorias e noções de vários pensadores e autores como Descartes, Loeb e Comte.
Dessa forma, o Behaviorismo contempla o comportamento como uma forma funcional e racional de organismos vivos. Devido a isto, não aceita qualquer relação com a introspecção, mas pretende estudar comportamentos objetivos e que podem ser observados. Como apontam Bock, Furtado e Teixeira (2007):
“Essas características foram importantes para que a Psicologia alcançasse o status de ciência, rompendo definitivamente com a sua tradição filosófica.”
Com inúmeras vertentes e pensadores envolvidos em sua construção e desenvolvimento, trata-se de um conjunto de abordagens que trouxe contribuições importantes para o estudo do homem e seus modos de agir.
Para os behavioristas todos os comportamentos são resultados de experiências e condicionamentos. E, dentro deste conceito, os principais representantes foram os psicólogos John B. Watson e B. F. Skinner, os quais estão associados ao Condicionamento Clássico e ao Condicionamento Operante.
Behaviorismo Clássico
O Behaviorismo Metodológico (ou Clássico) se opõe ao mentalismo e ao introspeccionismo, ou seja, descarta os estudos relacionados à mente (pensamento e emoções) baseando-se através de observação e experimentação. 
Essa abordagem defende que o comportamento pode ser previsto e controlado a partir de estímulos. Preservando a tese de que os comportamentos dos seres vivos podem ser moldados e ajustados, através do Condicionamento Clássico, fez-se uma experiência que ficou conhecida como o “Cão de Pavlov”. Esta foi realizada com um cachorro que salivava ao ver comida, e também a qualquer sinal ou gesto que lembrava a chegada da sua refeição. Conclui – se então que os seres vivos já nascem com certos reflexos, ou seja, possuem determinada reação a partir de ações específicas. Segundo Vilela, Ferreira e Portugal (2013):
 “A partir desses achados, o paradigma de condicionamento clássico ou pavloviano passou a ter implicações para a compreensão de fenômenos psicopatológicos.”
Um outro experimento do Condicionamento Clássico foi realizado com um bebê de nove meses de vida, chamado de Albert, o qual tinha um comportamento tranquilo. Este foi então exposto a um rato branco de laboratório, que a princípio não causava medo. Mas neste experimento, Watson e Rosalie Rayner (aluna de pós-graduação), faziam um barulho muito alto com um martelo, assustando Albert e o fazendo chorar. Depois que esse procedimento foi repetido por várias vezes, o bebê começou a sentir medo do rato mesmo antes do som alto ser reproduzido. O bebê passou cerca de um ano sendo submetido a vários testes, associando os outros elementos que antes não lhe causara medo, ao estrondoso som produzido por Watson e sua assistente. No final dos experimentos, o bebê passou de muito tranquilo e calmo a um bebê com ansiedade e episódios de angústia. 
Isso mostrou que o bebê havia aprendido a associar a sua resposta, o medo que sentia e o choro provocado, a um outro estímulo que antes não lhe causava medo.
Para Watson, então, o comportamento humano poderia ser mudado através do condicionamento recebido.
Behaviorismo Radical
Em oposição ao behaviorismo metodológico, surgiu o Behaviorismo Radical, corrente comportamentalista de Skinner. Kahhale (2011, p. 3) relata que:
“Novas necessidades surgiram com as guerras mundiais, onde os EUA desenvolveu-se nas áreas tecnológicas e de pesquisa, de onde surgiu grandes cientistas e pesquisadores como Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), um dos maiores teóricos do Behaviorismo radical, que com seu insucesso como romancista, passou a se dedicar ás ciências, mais precisamente a psicologia como fonte de inspiração.”
Essa abordagem considera que os comportamentos observáveis eram manifestações externas de processos mentais invisíveis, como o autocontrole, o pensamento, entre outros. Porém, defende que era mais conveniente estudar os comportamentos observáveis. Com isso, ele pretende dizer que as emoções não dão origem à nossa conduta, pois também fazem parte do modo de agir. Ou seja, o comportamento não é consequência do livre arbítrio, mas sim das consequências dos seus atos, sejam positivos ou negativos.
Essa teoria propõe que, para um comportamento desejado ser alcançado, deveria ser incentivado através de uma recompensa se estivesse agindo corretamente, e se estivesseagindo errado, receberia uma punição. Dessa forma, os reforços são divididos em positivos ou negativos e ambos têm o objetivo de estimular a repetição de comportamentos que tem como consequência uma premiação positiva. 
Reforço positivo: quando algo bom é adicionado, por exemplo alimento cai na caixa, para ensinar um novo comportamento. 
Reforço negativo: quando algo ruim é removido, por exemplo, uma corrente elétrica é interrompida, para ensinar um novo comportamento. 
Já as punições têm o objetivo de cessar ou diminuir a frequência de um comportamento, pois sua consequência é algo ruim.
Behaviorismo Cognitivo
A partir de 1960, começa a surgir na Psicologia um movimento de insatisfação com os modelos unicamente comportamentais, como os definidos por Skinner. Um dos maiores críticos e quem apresentou uma abordagem bastante aceita e difundida, foi Albert Bandura (1925 - 2021).
Sua teoria é uma nova versão do comportamentalismo menos extremo que a de Skinner, que reforça o impacto do interesse renovado pelos fatores cognitivos. Para Skinner, o comportamento poderia ser modificado através do reforço, já para Bandura, uma importante parte da aprendizagem humana consiste na observação dos comportamentos e suas consequências, nomeada por ele de aprendizagem observacional. Porém, tal qual Skinner, Bandura pautou seus estudos nos aspectos externos da anormalidade, no comportamento e não nos supostos conflitos conscientes ou inconscientes interiores.
Bandura pautou seus estudos no comportamento humano no convívio social. Para ele, aprende-se pela observação do comportamento de uma pessoa ou modelo, avaliando as consequências apenas observadas em outro indivíduo e que não foram vivenciadas. Em Schultz (2011, p. 289), lemos:
“A abordagem de Bandura é também um tipo social de teoria da aprendizagem, pois estuda o comportamento tal como é formado e modificado em situações sociais, ou seja, na interação com outras pessoas. Bandura criticou a ênfase de Skinner em estudar apenas sujeitos individuais, e principalmente ratos e pombos, em vez de sujeitos humanos interagindo uns com os outros. Bandura acredita que a Psicologia não pode esperar que descobertas de pesquisas que não envolvam interações sociais sejam relevantes no mundo moderno. (...).”
Dentro da teoria da aprendizagem de Bandura, encontra-se também o conceito de “auto eficácia”, que diz sobre a crença que uma pessoa tem em si própria e na sua capacidade de realizar determinado comportamento/ação. Segundo ele, existem pessoas de autoeficácia elevada e as de pequena autoeficácia: as de autoeficácia elevada, acreditam ser capazes de lidar com os eventos da vida, superar obstáculos e, para tanto, buscam desafios e se mantém motivadas e confiantes até o êxito; já as pessoas de pequena autoeficácia, sentem-se impotentes e desesperançosas em lidar com os eventos da vida e acreditam que são pouco ou nada capazes. Jacó-Vilela et. al. (2013, p. 203) diz: 
“As contribuições de Bandura sobre auto-eficácia se estendem hoje a uma variedade de pesquisas, tanto na psicologia social, em estudos sobre idosos e sobre evasão acadêmica, como na clínica e na saúde, no entendimento das dependências químicas, na depressão e em outros transtornos psicológicos.” 
Merece destaque também o psicólogo americano Julian Rotter (1916 – 2014), tendo sido o primeiro a usar o termo aprendizagem social. Adepto assim como Bandura, de um comportamentalismo menos extremo que o de Skinner, Rotter desenvolveu uma abordagem cognitiva do comportamentalismo que invoca a existência de experiências subjetivas interiores.
Assim como Bandura, Rotter defende que aprendemos nosso comportamento nas interações sociais e completa: nas experiências que as interações sociais nos proporcionam. Propôs quatro princípios cognitivos: possuímos uma experiência subjetiva acerca do nosso comportamento; estimamos que um comportamento em particular leve a um certo reforço, atribuímos diferentes valores a diferentes reforços e sendo diferentes uns dos outros, o mesmo reforço pode ter valores diferentes para diferentes pessoas.
O sistema de Rotter trata dos processos cognitivos mais amplamente do que o de Brandura. Schultz (2011, p. 290):
“Sua posição é de que sempre percebemos a nós mesmos como seres conscientes capazes de influenciar as experiências que nos afetam a vida. Tanto os estímulos externos, como os reforços que eles propiciam podem afetar o comportamento humano, mas a natureza e a amplitude de sua influência sempre são mediadas por fatores cognitivos. (Rotter, 1982).”
Definiu também o conceito de fonte de controle do reforço. Este seria de dois tipos: centro de controle interno e centro de controle externo. Essas duas fontes de controle exercem influência sobre o comportamento humano. Pessoas de controle interno acreditam que o reforço depende de seu próprio comportamento, que estão no comando de suas vidas e se comportam de acordo com isso. Já pessoas de controle externo, creem que o reforço depende de forças exteriores e que suas respostas pouco ou nada influenciam no reforço.
Conclusão
O Behaviorismo, enquanto linha teórica dentro da Psicologia, prestou (e ainda presta) um grande serviço na tarefa de buscar entender o homem, suas motivações e reações. Apesar da ideia inicial, defendida por Watson de que a Psicologia deveria se tonar a “ciência do comportamento”, não tenha se concretizado completamento, é inegável o avanço que os estudos promovidos por ele, Skinner e Bandura trouxeram para a Psicologia hoje, dentro da linha Comportamental.
A Psicologia admite e incentiva o avanço do conhecimento e novas descobertas estão acontecendo o tempo todo, razão pela qual não seria possível que ela se tornasse apenas a ciência do comportamento, porém também o é.
Assim, podemos concluir que a Escola de Pensamento Behaviorista, está hoje bastante fundamentada e tem auxiliado um grande número de pacientes pelo mundo a resolver suas questões, seus medos e inseguranças, fazendo com que aprendam ou até reaprendam comportamentos e descubram maneiras de lidar com as dificuldades, mas, ainda assim, o Behaviorismo pode vir a ser aprimorado caso haja novos insights, que sendo provados pelo método científico de pesquisa, integrarão o cabedal de conhecimento já tão vasto desta teoria.
Referências Bibliográficas
SCHULTZ, D. P. & SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. 9ª ed. São Paulo: Thomson Learning, 2011.
JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T. (Orgs.) História da Psicologia: Rumos e Percursos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2013.
KAHHALE, E. M. P. (org). A Diversidade da Psicologia: Uma Construção Teórica. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2011.
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. p. 117.

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