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Coccídios Neospora caninum Neosporose o Neospora caninum Hospedeiro definitivo (reprodução sexuada do parasito) só ele elimina oocistos de forma não esporulada no ambiente, vai esporular no ambiente, depende do ambiente e umidade. Histórico ✓ Bjerkas et al. (1984) → Noruega - cães com problemas neurológicos ✓ Dubey et al. (1988) → Agente é isolado em cultura celular • RIFI padronizada → N. caninum (reconhecido) ✓ Lindsay e Dubey (1989) → diferenciação do T. gondii pela imuno-histoquímica ✓ 1989 → Descrito: herbívoros e carnívoros ✓ 1991 → Principal causa de abortamento em bovinos da Califórnia ✓ Gondim et al. (1996) → Descrito no Brasil em bovinos ✓ McAllister et al. (1998) → Hospedeiro definitivo → Cão ✓ Tranas et al. (1999) → 1029 soros humanos (6,7% positivos) ✓ Gondim et al. (2004) → HD → Coiote ✓ King et al. (2010) → HD → Dingo Australiano ✓ Dubey el al. (2011) → HD → Lobo Cinzento ✓ Gênero Canis – hospedeiro definitivo Importância Econômica ✓ EUA → prejuízos estimados em + 35 milhões de dólares/ano ➢ Diagnóstico – Veterinário - Descarte de animais positivos - Queda na produção SISTEMÁTICA - TAXONOMIA • Sub-reino: Protozoa • Filo: Apicomplexa (complexo apical, processo de invasão celular) • Classe: Sporozoasida • Ordem: Eucoccidiorida • Família: Sarcocystidae • Sub-família: Toxoplasmatinae • Gênero: Neospora • Espécie: Neospora caninum MORFOLOGIA • Oocisto, 10-11 μm diâmetro, 2 esporocistos e cada um com 4 esporozoítos, resultado da reprodução sexuada • Taquizoíto, 3 a 7 x 1 a 5 μm, forma de lua crescente e globosos, forma de multiplicação rápida, aguda • Bradizoíto, 6 a 8 x 1 a 1,8 μm, delgados com núcleo terminal ou sub-terminal, reprodução lenta, crônica • Cisto, estrutura como um todo, dentro dele que está o bradizoito, tem predisposição pelo tecido nervoso, > 107 μm, arredondados ou alongados, membrana lisa com 1 a 4μm e sem septos BIOLOGIA • TRANSMISSÃO ✓ Transplacentária por gestações subsequentes, taquizoítas migram para o feto e se multiplicam causando alterações patológicas ➢ Vacas assintomáticas podem transmitir o agente em sucessivas gestações ✓ Ingestão de oocistos (HI) ✓ Ingestão de cistos teciduais (HD) Horizontal – Transmissão de um animal para o outro Vertical – Transmissão transplacentária – da mãe para o filhote (feto) • Principal forma de disseminação de Neospora caninum em bovinos, mantendo a infecção por várias gerações - Ocorre também em ovinos, caprinos, felinos e macacos (experimental) • Muito eficiente - 90% dos bezerros que nascem de vacas infectadas apresentam o parasita Vertical – transmissão transplacentária Vacas mais jovens- maior índice de transmissão vertical - Pode ter neospora mesmo sem o HD, a mãe pode estar passando sempre para o filhote pela transmissão placentária – vertical • Transmissão lactogênica – transmissão pelo leite é possível - sem importância epidemiológica • Bovino/bovino - Somente há transmissão vertical não há horizontal Hospedeiros ✓ Infecção natural ➢ Cães – Bovinos – Ovinos – Caprinos – Equinos – Cervídeos (USA) – Humanos soropositivos (não é zoonose) HD eliminam oocistos não esporulados nas fezes, no ambiente dependendo do ambiente e umidade irão esporular em mais ou menos tempo, ficando na forma infectante, o HI irá ingerir o oocisto, ocorrerá algumas transformações, taquizoitas fará multiplicação rápida e vão para os tecidos para se esconder do sistema imune que irá se transformar em bradizoita PATOGENIA Multiplicação nas células ✓ Lesões necróticas ✓ Rápida multiplicação dos taquizoítos → destruição de células nervosas → afeta a condutividade dos impulsos nervosos ✓ Reação inflamatória ao redor dos cistos → rara ✓ Cistos podem se romper → formando granulomas (nódulos de caráter inflamatórios) ✓ Doença neuromuscular severa em cães e bovinos jovens PATOGENIA - BOVINOS Mais comum em gado leiteiro porque há mais proximidade com cães (HD) Animais adultos - aborto é o único sinal clínico. Ocorre em vacas e Novilhas do 3º ao 7º mês de gestação (maioria entre 5 e 6 meses). O feto pode: • Morrer no útero - aborto • Nascer morto (natimorto) • Sofrer reabsorção, autólise ou mumificação • Nascer vivo e com sintomas • Nascer clinicamente normal, mas cronicamente infectado (mais comum) • Importante para a manutenção da doença no rebanho. O reprodutor acompanhar o animal é de extrema importância e fazer a sorologia SINAIS E SINTOMAS • Bovinos ✓ Abortamento (a partir do 3 m) ➢ Fetos autolisados ou mumificados • Bezerros ✓ Recém-nascidos ➢ Sinais neuromusculares (5 a 20 dias) ➢ Membros anteriores e/ou posteriores em extensão, como se estivesse querendo se equilibrar ➢ Podem nascer infectados e clinicamente sadios e só se manifestar mais para frente Pode ocorrer exoftalmia ou aparência assimétrica dos olhos. Lesão microscópica: encefalomielite multifocal • Caprinos e Ovinos ✓ Baixa prevalência ➢ Abortamento, lesões no SNC, músculos esqueléticos, placenta e nos fetos (agente no cérebro) • Equinos existem relatos de mieloencefalite • Cães jovens ✓ Infecção congênita, paralisia (maior gravidade nos membros posteriores), dificuldade de deglutição, paralisia do maxilar e flacidez muscular • Cadelas ✓ Morte e reabsorção do feto, transmissão da infecção em gestações consecutivas (infecções subclínicas) e dermatite nodular PREVALÊNCIA EM CÃES PREVALÊNCIA EM OUTRAS ESPÉCIES • BRASIL Ovinos ➢ Paraná (9,5%) ➢ São Paulo (9,2%) Caprinos ➢ São Paulo (6,3%) Gatos ➢ São Paulo (20,7%) - erro DIAGNÓSTICO • Ante-mortem ✓ Sintomatologia ✓ Histórico da doença ✓ Exames ➢ RIFI ➢ ELISA • Pos-mortem ✓ Cortes histológicos → visualização de cistos desenvolvidos • N. caninum → tecido nervoso (parede espessa > 4 μm) • T. gondii → qualquer tecido (parede fina < 1 μm) ✓ Histologia (Imunohistoquímica) ✓ Bioensaio em cultura celular ✓ Bioensaio em gerbil ✓ PCR TRATAMENTO • Bovinos: Não há tratamento eficaz • Cães infectados congenitamente: Trimetroprina e Sulfadiazina + Pirimetamina Há algum resultado quando feito antes do aparecimento da paralisia ou encefalite. Não há tratamento que previna transmissão congênita PREVENÇÃO E CONTROLE • Medidas sobre o HD (Cães) ✓ Evitar alimentar cães domésticos com carnes cruas ✓ Enterrar ou cremar os abortos e natimortos • Medidas sobre os HI (Herbívoros) ✓ Evitar ingestão de oocistos protegendo os alimentos ✓ Matriz infectada deve ser eliminada (ressalvas) ✓ Centrais de inseminação ✓ Doadoras podem ser positivas ou negativas ✓ Receptoras sempre negativas SARCOCISTOSE Sarcocystis spp • Miescher (1843) - descrição de cistos na musculatura de camundongos • Lankester (1882) - nomeou o parasito • Gênero Sarcocystis ✓ Cistos musculares ➢ Répteis – Aves - Mamíferos SISTEMÁTICA - TAXONOMIA • Filo: Apicomplexa (comum a todos) • Classe: Sporozoasida • Subclasse: Coccidiasina • Ordem: Eucoccidiorida • Subordem: Eimeriorina • Família: Sarcocystidae • Sub-família: Sarcocystinae • Gênero: Sarcocystis ✓ 122 espécies sendo em 56 conhecidos os HI e HD BIOLOGIA • Ciclo biológico → Fayer, 1972 • Obrigatoriamente o ciclo envolve dois hospedeiros vertebrados (heteróxeno) • Transmissão facilitada pela relação presa-predador • HD ou HI → podem albergar mais de uma espécie Oocisto eliminados já esporulados Sarcoscysdis e Criptoporisdium já eliminam os oocistos esporulados nas fezes CICLO BIOLÓGICO ESQUIZOGOMIA (multiplicação assexuada) ↓ Hospedeiro intermediários (Presa herbívoro ou omnívoro) ↓ Cistos (sarcocistos) SNC e Musculatura HOSPEDEIROS DEFINITIVOS ↓ CANÍDEOS E FELÍDEOS Vários destes animais podem ser HD e HI de várias espécies Cistos maduros - Digeridos - Invadem as células do epitélio intestinal – Multiplicação sexuada - Fertilização- Formação de oocistos - Esporulam no intestino – Esporocistos PATOGENICIDADE • Muitas espécies são patogênicas para o HI • Muitas espécies não são patogênicas para os HD, porque dependente dele para se manterem vivos • Transmitidas por canídeos são as mais patogênicas • Cistos geralmente não causam sinais clínicos • Pode ocorrer doença severa • Afeta diferentes órgãos e causar ruptura das células infectadas • Inflamação e edema ✓ Anorexia, prostração, febre, anemia, aborto, miosite eosinofílica (bovinos condena carcaça) e óbito ➢ Bovinos, ovinos, caprinos e suínos RELAÇÃO PARASITA X HOSPEDEIRO • Podem continuar se dividindo e formando cistos por até 4 anos • Várias gerações assexuadas • Severidade depende do número de esporocistos ingeridos • Dose infectante determina a severidade HOSPEDEIRO FINAL Cão ✓ Sarcocystis bovicanis (sin. S.cruzi) ✓ S. ovicanis (sin. S. tenella) ✓ S. capricanis ✓ S. porcicanis (sin. S. miescheriana) ✓ S. equicanis (sin. S. bertrami) ✓ S. fayeri (equino/cão) Homem ✓ S. hominis ✓ S. suihominis Gato ✓ S. bovifelis (sin. S. hirsuta) ✓ S. ovifelis (sin. S. tenella) ✓ S. porcifelis o Equinos - Mieloencefalite Protozoária Equina (Bambeira) • Doença Neurológica • Incoordenação, claudicação (manco) e prostração • Ingestão de alimento com Sarcocystis neurona • HD (FI para equinos e aves) ✓ Gambás (Didelphis virginiana nos EUA) ✓ D. marsupialis e D. albiventris na América do Sul Fornece oocistos que vão infectar equinos e aves • HI (FI para os gambás) ✓ Aves (psitacídeos e columbiformes) ✓ Cistos nos HI DIAGNÓSTICO • HD ✓ Oocistos nas fezes – métodos de flutuação • HI ✓ Sarcocistos nos músculos estriados - isolamento ✓ Sorologia – anticorpos anti-Sarcocystis ✓ ELISA, Aglutinação Indireta, Western blot e PCR ✓ Sinais clínicos da infecção EPIDEMIOLOGIA E CONTROLE • Oocistos sobrevivem por semanas ou meses em boas condições de temperatura e umidade ✓ 75% e de 5 a 12 oC • Ruminantes – fezes de cães e gatos • Cães e gatos – carcaças de ruminantes • Homem – ingestão de carne crua ou mal cozida – cozinhar 60 oC o Hammondia spp • Cães e gatos • Não apresentam nenhuma patogenia • Semelhança dos oocistos dificulta o diagnóstico ✓ H. hammondi - Toxoplasma gondii (gatos) ✓ H. heydorni - Neospora caninum (cães)
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