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Introdução Protozoários - Unicelulares; - Eucariontes; - Heterótrofos (dependem de outros seres vivos para obter alimento) - Sozinha executa todas as funções que um ser pluricelular complexo, sendo tudo executado por uma única célula. Classificação ● Ameboides; ● Ciliados; ● Flagelados; ● Apicomplexos. Ciclo 1°Fase - Esporogonia 01) Oocisto acabou de ser eliminado e foi fecundado; 02) Oocisto esporulando; 03) Formação de 4 oocistos em seu interior; 04) Ingestão, onde a membrana do oocisto e do esporocisto será rompida e o esporozoíto (Forma infectante) será libertado; 2°Fase - Esquizogonia 05) Penetra a célula intestinal é muda de forma, renomeando de Trofozoíto; 06 e 07) Começa a se multiplicar dentro da célula intestinal, ganhando o nome de Esquizonte; 08) Ele irá romper a célula para infectar outra célula e continuar se multiplicando, chamado de merozoito; 3° Fase - Gamogonia 09) Se diferenciará em masculino e feminino; 10) A fêmea (macrogametócito) ficará aguardando a fecundação no intestino após amadurecer; 11,12 e 13) O macho irá em busca a outro gametócito para ser fecundado; 14) Desenvolve-se, após a fecundação, em oocisto maduro; 15) Irá romper a membrana da célula e será liberada, recomeçando o ciclo. *Esporogonia - Assexuada *Esquizogonia - Assexuada *Gamogonia - Sexuada - Macrogametócito (Feminino) - Microgametócito (Masculino) Coccidiose em Aves Introdução - Distribuição mundial - Alto gasto com medicamentos (prejuízo econômico) - Resistente aos desinfetantes - Animais de produção, domésticos e silvestres - Dificuldade de controle Espécies: Eimeria acervulina, Eimeria maxima, Eimeria tenella (apresenta sangue na cama) - Clínica - Subclínica (+ difícil de diagnosticar) - Coccidíase: Vacinação (não é 100%; Causa lesões; Em necrópsia, tomar cuidado) Vazio Sanitário - Importantíssimo. 1 Oocisto pode gerar cerca de 500 mil oocistos É uma doença de falha de manejo Temperatura + Umidade = coccidiose Oocisto não esporulado - Parede do oocisto: dupla camada - resistente a desinfetantes Oocisto esporulado - 4 esporocistos e 2 esporozoítos em cada - Esporozoíto em formato de “banana” Importância na Avicultura - Muito comum em frangos de corte (+comum em animais jovens) - Pouco comum em poedeiras (Porque em animais + velhos é mais autolimitante) Transmissão - Ingestão de fezes contaminadas (reservatório) Via de contágio - Oral Via de transmissão - Fezes - Pintinhos comendo ração na cama ou entrando no comedouro, poderão ingerir fezes contaminadas contendo oocistos esporulados. Ciclo Biológico 01) O oocisto maduro se desprende do epitélio, caem na luz intestinal e são eliminados nas fezes 02) Ele esporula, se tornando infectante (4 esporocistos com 2 esporozoítos em cada) 03) É ingerido por uma ave saudável, e por ação mecânica da moela ou enzimática do proventrículo, rompe-se liberando os esporocistos. 04) Chegando no intestino, sofrem ação da tripsina, liberando os esporozoítos (em forma de “bananinha”). 05) Cada esporozoíto invade 1 célula do epitélio intestinal e se transforma em uma forma arredondada, denominada trofozoíto. 06) Inicia-se a endodogenia, formando o esquizonte imaturo de 1 geração. 07) Se desenvolve, podendo conter aproximadamente 200 merozoítos. 08) Transforma-se em esquizonte maduro de 1 geração, que rompe e libera os merozoítos de 1 geração (fase mais patogênica do ciclo, causando hemorragia e alta mortalidade) 09) Cada merozoíto de 2 geração invade uma célula intestinal, iniciando a faze de gametogonia. Forma-se o gametócito macho e fêmea, cada um em uma célula separada) 10) Eles maturam formando os microgametócitos e macrogametócitos. 11) Os microgametócitos tomam toda a célula e formam os microgametas biflagelados. Ele se rompe, liberando os microgametas que vão para a luz intestinal. 12) Os microgametas procuram os macrogametócitos, e ocorre a fecundação do microgameta com o macrogameta, formando o zigoto ou oocisto imaturo. 13) Ocorre a secreção de uma substância que forma uma membrana adicional, que aumenta a resistência do oocisto ao meio ambiente (membrana císica) 14) Ocorre a ruptura da célula intestinal, o oocisto cai na luz intestinal e é eliminado pelas fezes no meio ambiente. - Duração do ciclo: de 4 a 7 dias (muito rápido) - Cada ave se infecta apenas uma vez, mas continua a ter contato com os oocistos na cama (mas pode se infectar com os outros tipos) Eimeria acervulina - Provoca pontos esbranquiçados - Pode matar em escore 3 - 4. Eimeria maxima - Provoca alteração a nível de jejuno e íleo, levando as fezes com aparência de massa de tomate (sangue com fezes) Eimeria tenella - + grave; mata - hemorragia (ave fica pálida) - Sangue vivo - Afeta o ceco - Completamente hemorrágico (nem vê fezes) Patogenicidade - Fatores predisponentes - Dose de infecção - Viabilidade dos oocistos - Localização intestinal: depende da espécie - Idade do hospedeiro: Maior letalidade em jovens - Outros enteropatógenos: ruptura celular favorece outros patógenos, como Clostridium sp. - Status nutricional: redução da absorção de nutrientes Sintomas - Refugagem, fezes com muco e sangue, presença de alimento mal digerido; - Desidratação, anemia, prostração, penas eriçadas, despigmentação da pele. - Modificação nas estruturas das vilosidades intestinais, provocando o encurtamento na altura das mesmas, diminuindo a capacidade de absorção. - Destruição das células epiteliais do intestino, impedindo a renovação das vilosidades levando a perda de fluidos, hemorragias e susceptibilidade a outras doenças. Diagnóstico - Selecionar aves aleatoriamente - Sacrificar e necropsiar - Lesões macroscópicas - lesões na mucosa intestinal - Lesóes microscópicas - pesquisa de oocistos Prevenção e Tratamento - Medicação terapêutica - casos clínicos; mortalidade - Anticoccidiano correto para o desafio - época do ano, idade de abate (programa dual ou full time) - Vacinas - virulenta ou atenuada (imunidade) - Sulfonamidas - Toltrazuril - Tratamento preventivo: - Ionóforos: medicamentos usados na ração contra o desenvolvimento de coccidiose. (Não mata, mas ajuda o próprio organismo a desenvolver resistência). - Monensina - Salinomicina - Narasina - Maduramicina - Lasalocid - Químicos: Medicamentos usados na ração eliminando drasticamente as eimerias presentes, usado por um curto período de tempo (porque pode criar resistência) - Nicarbazina - Robenidina - Amprolium - Diclazuril - Higiene (biosseguridade) - Limpeza (gastar mais tempo) - Desinfecção (desinfetante; Lança chamas; Soda caustica) - Controle de roedores e animais silvestres - Monitorias frequentes (necropsias) - Manter a cama seca retirando umidade e revirando a cama durante a criação. - Cal no intervalo de lotes. Giardíase - Espécies: Giardia lamblia, Giardia canis, Giardia felis - Infecção causada por protozoário, caracterizada por diarreia e desconforto abdominal - O microorganismo é eliminado como cistos multinucleados em que os flagelos podem ser visíveis e ocasionalmente como trofozoítos nas fezes. - Os cistos podem sobreviver meses no ambiente (desde que tenha presença de humidade) - Os trofozoítos não vivem fora do hospedeiro - Um cão infectado elimina até 10.000 cistos por grama de fezes - A ingestão de apenas 10 cistos já é capaz de desencadear uma infecção em cães e seres humanos. - Causam o entapetamento Características Gerais - Maior incidência em animais jovens - ANimais mais velhos (co-morbidades; imunossipressão) - Os animais podem eliminar os cistos nas fezes sem apresentar sinais clínicos Transmissão - O único meio de contaminação é a ingestão de cistos - De cada cisto são produzidos dois trofozoítos filhos, os quais vivem nas vilosidades intestinais, interferindo na absorção normal dos nutrientes colonizando o duodeno e jejuno. - Os trofozoítos fixam-se na mucosa e em condições adversas são excretados pelas fezes. - Estabelecem-se na parte inferior do intestino delgado no gato e em todo o intestino delgado do cão. (Localização) - Animais doentes são potenciais fontesde infecção para os seres humanos e outros animais - Animais assintomáticos são cada vez mais frequentes, aumentando a população de portadores não tratados Ciclo Biológico - 7 a 14 dias 01) O cisto viável ingerido é a forma infectante sendo capaz de sobreviver em ambiente externo adequado por longos períodos. 02) Os trofozoítos são formas que causam a doença, apenas aderem ao epitélio do enterócito, não apresentando capacidade invasora ou destrutiva direta. 03) Os cistos podem ser ingeridos através da água e de alimentos contaminados, mas a transmissão direta pela via fecal-oral também é possível. 04) O contato do homem com as fezes ou fômites (terra, alimentos, água) favorece a transmissão fecal-oral. Patogenia - Em casos mais graves podem surgir sinais de desnutrição. - Com a perda das vilosidades a área total de absorção fica reduzida, prejudicando a absorção de diversos nutrientes, principalmente de gordura. - Essa deficiência de absorção leva às fezes gordurosas (Esteatorreicas - Esteatose) e à perda de muitas vitaminas lipossolúveis, ou seja, que precisam estar dissolvidas em gordura para serem absorvidas. Sinais Clínicos - Em animais jovens pode causar diarreia intermitente com comprometimento da digestão e absorção de alimentos, acarretando desidratação, perda de peso e morte em alguns casos. - A diarreia é fétida, pode ser espumosa, esbranquiçada, com rajas de sangue e esteatorreicas. - Aguda, intermitente ou crônica - Vômitos ocasionais Diagnóstico - Exame direto das fezes coradas pelo iodo (trofozoíto indica doença ativa) - Realizar 3 testes sequenciais com intervalo de 7 dias quase 100% de sensibilidade (se não houver repetição do exame pode haver falso negativo) - Estudos demonstram que 76% das infecções são diagnosticadas quando se utiliza uma única amostra, aumentando para 96% quando três amostras são realizadas.- Faust - Sorológico (ELISA, imunofluorescência direta) - Diagnóstico Diferencial: - Qualquer doença que cause diarreia aguda: - Neoplasias - Medicamentos - Toxinas - Disfunção orgânica sistêmica... Tratamento - Febendazol - Febantel + Praziquantel + Pirantel - Metronidazol - Metronidazol + Sulfadimetoxina - Febendazol + Metronidazol - Em casos de maior resistência: - Secnidazol (atenção! Pode ser usado em cães e gatos porém há restrição devido a toxicidade) – Farmácia de manipulação – Humano. – Durante 15 dias - Tratamento Suporte: - Fluidoterapia, antieméticos, probióticos, protetor hepático(antitóxico)... - Tratamento alternativo – Homeopatia - Fator Diproto zoo – durante 6 meses (água) - Tratamento no Homem: - Metronidazol - OU tratamento baseado no Mebendazol, Albendazol e Nitazoxanida Controle - Limpeza e descontaminação do ambiente onde vivem os cães, utilizando preferencialmente uma solução de amônia quaternária ou água sanitária. - Tratamento dos animais infectados. - Vacinação dos animais (1ª dose 8 semanas e 2ª dose 12 semanas, refazer anualmente) (Somente cães; eficácia de 60%-70%, e se desenvolver, ocorre de forma mais branda) - Se não houver saneamento básico e condições de higiene, as fezes podem contaminar córregos e riachos e reiniciar o ciclo infeccioso. - Por isso é importante tratar todos os infectados por Giárdia, mesmo que não apresentem sintomas. Também se recomenda a fervura da água em locais onde não há tratamento hídrico adequado. - Higiêne Básica Toxoplasmose - O gênero Toxoplasma possui uma única espécie: Toxoplasma gondii - Não é uma doença de notificação compulsória - É um coccídio intestinal de gatos - HI: qualquer mamífero, incluindo o homem ou aves. O gato também pode ser um hospedeiro intermediário e abrigar estágios extra-intestinais. - Localizações no HI: Taquizoítos e bradizoítos em tecidos extra-intestinais, incluindo músculos, fígado, pulmão e cérebro. - No hospedeiro intermediário a reprodução do parasita é assexuada. - HD: Todos os felídeos. O gato doméstico é o mais importante - Localizações no HD: esquizontes e gamontes no ID - No hospedeiro definitivo a reprodução do parasita é sexuada. - Os oocistos são muito resistentes. Transmissão - Os gatos após a infecção, eliminam oocistos por uma a duas semanas e depois ficam resistentes a reinfecção. - Porém alguns podem se tornar portadores (pela permanência de esquizontes) e em momentos de baixa imunidade (prenhez ou doença intercorrente) pode haver reativação da infecção com nova eliminação de oocistos. - Insetos coprófagos podem contaminar verduras, carnes e forragens. - Moscas e baratas podem veicular oocistos. - A prevalência em humanos é mais alta em VETERINÁRIOS, funcionários de abatedouros e em pessoas que lidam com gatos. - Consumo de carnes cruas e mal cozidas contaminadas de animais que ingeriram oocistos. São fonte comuns de infecção. - Manuseio de terra contaminada. - Transmissão transplacentária - Homem: A infecção pode ser adquirida ou congênita. - A adquirida pode ser: pela ingestão de oocistos presentes nas fezes, água/alimentos contaminados, manipulação de fezes, insetos contaminados com oocistos > alimentos, ingestão de carne mal cozida contendo cistos, transfusão sanguínea. - Congênita: Em mulheres grávidas ocorre quando a mulher tem contato com a infecção pela primeira vez durante a gestação. Identificação - Estágios intestinais (HD): - Esquizontes: ocorrem no jejuno e íleo, contendo cerca de 32 merozoítos. - Gamontes: São mais comuns no íleo e tem aproximadamente 10 µm de diâmetro - Os oocistos são encontrados nas fezes de gatos, não esporulados e medem 12X10 µm. - De um a cinco dias no ambiente, o oocisto vai esporular onde contém dois esporocistos, cada um com quatro esporozoítos. - Estágios extra intestinais (HI) - Taquizoítos: São encontrados desenvolvendo-se em fibroblastos, hepatócitos, células reticulares e células miocárdicas. Em qualquer uma, pode haver 8 a 16 microorganismos. - Bradizoítos: Estão contidas em cistos e ocorrem principalmente nos músculos, fígado, pulmão e cérebro. Os bradizoítos são lanceolados podem estar presentes vários milhares num cisto. - As infecções são adquiridas através do trato digestivo onde os organismos se disseminam pelos vasos linfáticos e sistema porta, invadindo vários órgãos e tecidos. Ciclo Evolutivo - Hospedeiro Intermediário: - A infecção dos HI´s podem ocorrer de duas maneiras: - Na primeira: são ingeridos oocistos esporulados e os esporozoítos liberados rapidamente penetram na parede intestinal e se disseminam pela via hematógena. - Este estágio é denominado taquizoíto e ao entrar numa célula, multiplica-se assexuadamente num vacúolo formando o esquizonte. - Quando já acumularam-se 8-16 taquizoítos, a célula se rompe e novas células se infectam. Esta é fase aguda da doença. - Em seguida, formam os cistos contendo milhares de organismos, que são denominados bradizoítos. - O cisto contendo os bradizoítos é a forma latente, sendo a multiplicação mantida sob controle pela imunidade adquirida do hospedeiro. - Se a imunidade decair, o cisto rompe-se, liberando os bradizoítos que se tornam ativos e recuperam as características invasivas dos taquizoítos. - Em segundo lugar, comumente ocorre infecção pela ingestão de bradizoítos e taquizoítos na carne de um outro hospedeiro intermediário. - Portanto carnívoros e homem podem adquirir a infecção pela ingestão de carne crua ou mal cozida. - O ciclo de desenvolvimento após a infecção por taquizoítos ou bradizoítos é semelhante ao que ocorre após a ingestão de oocistos.(esquizonte) Patogenia e Sintomatologia - Está sempre relacionada à fase extra intestinal de desenvolvimento. - Em infestações maciças os taquizoítos podem provocar área de necrose em órgãos vitais, como o miocárdio, os pulmões, o fígado e o cérebro, nesta fase o indivíduo pode se tornar febril e ocorre linfadenopatia. - Conforme a doença avança, formam-se bradizoítos, sendo esta fase usualmente assintomática. - Nos gatos a doença clínica é rara, embora tenham sido registrados: enterite, linfonodos mesentéricos dilatados, pneumonia, alterações degenerativasno sistema nervoso central e encefalite em infecções experimentais. - A transmissão congênita, ocorre após a ativação de cistos de bradizoítos durante a prenhez. - Cães, apresentam febre, lassidão, anorexia e diarreia. São comuns pneumonia e manifestações neurológicas. Pode ocorrer infecção junto com cinomose. - À necropsia podem ser encontrados cistos de bradizoítos em células no cérebro e trato respiratório; os linfonodos associados ficam aumentados de volume. - Ruminantes, apresentam febre, dispneia, sintomatologia nervosa e aborto. (bradizoítos no cérebro) - Sem dúvida o papel mais importante da toxoplasmose em ruminantes é aborto em ovelhas e mortalidade perinatal em cordeiros. - Outros hospedeiros: Há relatos de toxoplasmose em suínos jovens, aves, equinos e coelhos silvestres. - Homem: - Adquirida: na maioria das vezes as infecções são assintomáticas, porém quando clinicamente aparentes apresentam febre baixa, mal estar com linfadenopatia geral (pp linfonodos cervicais) - O envolvimento de órgãos vitais são raros mas há registro de miocardite, encefalite e retinocoroidite, com agravamento da infecção em imunossuprimidos - Congênita: Podendo ser assintomáticas, até 10% resultam em abortos, natimortos ou lesão do sistema nervoso. - O problema é maior quando a doença é adquirida no primeiro trimestre da gravidez podendo levar a retinocoroidite e necrose cerebral, hepatomegalia, insuficiência hepática, convulsões e hidrocefalia. Diagóstico - Testes sorológicos –ELISA - Pesquisa de anticorpo específico (IgG e IgM) - Teste do corante Sabin-Feldman (detecta anticorpos no soro) - Teste de Imunofluorescência indireta, sempre colhendo amostras pares a intervalos de uma a duas semanas para identificação de título crescente (infecção recente). Tratamento - Homem: - Sulfadiazina - Sulfametozazol - Sulfadoxina - Pirimetamina - Espiramicina - Tratamento cerca de 3 semanas até 8 semanas - Animais: - Não existe tratamento completamente satisfatório - A clidamicina é o medicamento de escolha para cães e gatos - Em gatoss, como terapia adjuvante contra uveíte, pode ser administrado colírio de prednizona a 1% - Uma combinação da droga pirimetamina com a sulfadiazina foi descrita como eficaz contra taquizoítos, mas não contra bradizoítos, porém é bastante tóxica em gatos. - Embora se estime que aproximadamente 60% dos animais com toxoplasmose se recuperam com o tratamento, o prognóstico é reservado, sendo a mortalidade alta em neonatos e animais imunossuprimidos. Profilaxia - Realização de exames pré-natal; - Evite comer carne crua ou mal passada; - Lave as mãos antes de se alimentar; - Sempre lave seus alimentos Fascilose - Fascíola hepática é um parasita que se localiza no fígado de ruminantes, podendo infectar também equinos, suínos e humanos (acidental) - O parasito pertence a classe Trematoda (Helminto) - Visto facilmente a olho nú. Fixa-se externamente no fígado - Hermafrodita e com tegumento coberto de espinhos. - A Fascíola se localiza dentro da vesícula e de canais biliares mais calibrosos. - No homem, que não é seu hospedeiro habitual, encontra-se nas vias biliares, alvéolos pulmonares e esporadicamente em outros locais. - É um parasita heteroxeno, tendo como HI caramujos Lymnaea columela e L. viatrix. Ciclo Biologico - Ovos eclodem em temperatura acima de 10°C - Parasita adulto > ovos operculados na bile > intestino > meio ambiente > maturação da larva miracídio (ainda no ovo/viável 9 meses) > miracídio sai do ovo em contato com a água e luz solar > nada livremente (vive 6 horas sem o HI) e é atraído pelo muco do caramujo > penetra no HI > cada miracídio forma um esporocisto > um esporocisto dá origem a várias rédias > rédias dão origem as cercarias > saem do caramujo - cercarias perdem a cauda > se transforma em cisto (metacercária) aderindo em plantas aquáticas > o animal ou o homem se infectam ingerindo água ou alimentos contaminados > metacercárias desincistam-se no intestino delgado > perfura mucosa intestinal > cavidade peritoneal >fígado (acidentalmente pulmões-abcessos) >vesícula biliar > ductos biliares > adultos. - PPP-6 a 12 semanas Patogenia - hipertrofia dos canais biliares, necrose do canal hepático, infiltração bacteriana, insuficiência biliar e hepática, podendo levar a cirrose hepática, hepatomegalia. Sintomas - Dores abdominais, diarreia, febre, leucocitose, eosinofilia, emagrecimento, angiocolite, colicistite ou colite, constipação, anorexia, dispepsia, má digestão, má absorção alimentar, icterícia, palidez das mucosas, edema submandibular e do úbere. Diagnóstico - Sorologia (eosinofilia) (hemograma) - Flutuação: quando há ovos leves - a maioria - Pesquisa de ovos nas fezes (sedimentação - quando há ovos pesados) e bile (pouco sensível) - Pesquisa de anticorpos específicos ELISA - Exame de imagem Tratamento - Diedrometina - Albendazol - Triclabendazol - Nitroxinil - Cirúrgico com extração dos helmintos (humanos) Profilaxia - Destruição do caramujo (molusquicidas) - Tratamento dos animais - Drenagem de pastos alagados - Não tomar banho em áreas alagadas próximo a pastos - Ingerir somente água tratada - Higienização adequada de hortaliças - Não plantar agrião em áreas com fezes de ruminantes ou provenientes de zona de risco. (É rasteira e cultivada em lâmina de água) Neosporose - Doença infecciosa causada pelo protozoário Neospora caninum (parasita intracelular obrigatório) - Acomete várias espécies domésticas e silvestres, principalmente cães e bovinos - HD - Cão HI - bovinos, caprinos, ovinos, equinos, caninos, cervídeos - Importante causa de aborto e morte neonatal em bovinos, caprinos, ovinos e equinos - Em fêmeas prenhes o feto pode morrer no útero, ser reabsorvido, mumificado, natimorto, nascer vivo, mas doente, ou ainda, nascer clinicamente normal, mas cronicamente infectado - Cães - doença neuromuscular - O parasita tem predileção por células sanguíneas mas podem ser encontrados em vários órgãos: neurônios, fibroblasto, miócitos (fibras musculares), endotélio vascular, rins e fígado - Oocistos - esporulam no ambiente em 24hrs a 72hrs, forma infectante no ambiente. - Esporozoíto - ingestão de oocistos os libera na luz intestinal, passa a ser taquizoíto - Taquizoítos - forma intracelular (macrófagos, leucócitos, hepatócitos, endotélio vascular, células tubulares renais) Forma circulante. - Bradizoítos - forma intracelular de multiplicação lenta que se incista, forma de resistência no organismo- SNC e t. muscular Forma de cisto em órgãos - Cães: - Prevalência em cães de fazenda - Filhotes mais afetados - Similar a toxoplasmose porém com sinais mais graves Etiologia - Bovinos: - Infectados principalmente de forma vertical, sendo esta forma responsável por até 95% das infecções no rebanho. - Esse tipo de transmissão não é efetivo em 100% da população, por isso o parasita necessita de uma forma de infecção horizontal para se manter no rebanho. - Grande parte dos bezerros filhos de mães soropositivas são congênitamente infectados, porém apresentam-se muitas vezes clinicamente normais. - A infecção horizontal pode ser adquirida pela ingestão de oocistos esporulados, pela contaminação em pastagens, silagem, cochos ou bebedouros por fezes de cães criados conjuntamente com o rebanho. - Canídeos (HD) infectam-se: - Comendo tecido contaminado proveniente dos HI (placenta, músculos), contendo cistos ou oocistos esporulados - Auto-contaminação ao comer suas próprias fezes ou de outros cães contaminados. - Via transplacentária é a principal via de transmissão conhecida, podendo também se infectar via transmamária - porém a frequência de transmissão é variável. - A transmissão transplacentária ocorre durante a fase assexuada do ciclo do parasita Sintomas - Encefalite, poliarticulite, polimiosite e paralisia ascendente dos membros posteriores (congênita); - Doença cerebelar, tremores de cabeça; - Dificuldade de deglutição, miocardite associada à morte súbita e pneumonia; - Pode haver dermatite severa. Diagnóstico- Bovinos: - Histopatológico de cérebro, fígado e coração de fetos abortados - Imunohistoquímica e PCR - Isolamento e cultura (inoculação em animais de laboratório) - Testes sorológicos (identificam a doença e indicam se a infecção é recente ou crônica) - Cães: - Difícil muito semelhante a outras doenças - Parasitológico de fezes poucos oocistos - Imunohistoquímica dos tecidos - Testes sorológicos Tratamento - Cães: - Não há vacina - Clindamicina + Sulfonamidas potencializadas + Pirimetamina - Antinflamatórios + fisioterapia + dieta adequada - Bovinos: - Existe vacina - Bovilis Neoguard (MSD) - baseado em estudos científicos, reduz cerca de 46% A 50% de abortos em bovinos soropositivos - Não existe tratamento que os torne livres do parasita - Descartar animais soropositivos Controle - Evitar a presença de cães em estábulos e locais de manejo dos bovinos - Fontes de água e alimentação dos bovinos devem ser protegidos da defecação dos cães - Fetos e restos placentários oriundos de aborto devem ser enterrados - Não dar carne crua aos cães Tristeza Parasitária Bovina (Babesiose bovina + Anaplasmose) - Complexo de enfermidades causadas por agentes etiológicos distintos, porém com sinais clínicos e epidemiologia similares: babesiose e anaplasmose, transmitidas principalmente pelo carrapato Boophilus microplus (Rhipicephalus microplus). Patogenia e Sintomas - Achados de Necropsia: - Hepatoesplenomegalia, - Rins congestos e escuros - Tecido conjuntivo e adiposo ictérico. - Congestão ou petéquias em alguns órgãos - Edema pulmonar - Superfície da massa cinzenta do cérebro pode aparecer na coloração rosa Babesiose bovina - Parasitas intra-eritrocitários transmitidos por carrapatos, nos quais o protozoário passa por via transovariana, de uma geração de carrapatos à geração seguinte. - Particularmente grave em animais que não tiveram contato prévio com o protozoário introduzidos em áreas endêmicas. - Hospedeiros: Todos os animais domésticos - Alta morbidade e alta mortalidade - Encontrados isoladamente ou em pares, nos eritrócitos, frequentemente dispostos em um ângulo característico, com as extremidades estreitas opostas. - São tipicamente piriformes Transmissão - Carrapato Boophilus microplus (HI) - Agulhas e instrumentos cirúrgicos contaminados também podem transmitir a infecção mecanicamente Epidemiologia - Depende da interação de uma série de fatores: 01) A virulência da espécie 02) Idade do hospedeiro - animais mais jovens são menos suscetíveis à babesiose do que os animais mais velhos 03) Estado imune do hospedeiro - o animal jovem adquire a imunidade pelo colostro da mãe. Em áreas endêmicas, como consequência sofre apenas infecções transitórias. 04) O nível de desafio do carrapato - Em áreas endêmicas a população animal tem um alto nível de imunidade por repetidos desafios e o contrário também é verdadeiro. 05) Stress - Em áreas endêmicas o aparecimento da doença está relacionado a ocorrência de stress, como o parto ou outra doença. Ciclo Biológico 01) O organismo divide-se assexuadamente por fissão binária e forma dois ou às vezes quatro indivíduos no eritrócito. 02) A célula hospedeira rompe-se – os organismos são liberados – penetrando em novos eritrócitos. 03) Sangue parasitêmico é ingerido pelo carrapato, em geral a fêmea adulta apresenta-se ingurgitada 04) Em seguida passa pelo processo de esquizogonia, resultando em corpos alongados claviformes e móveis, denominados vermículos. 05) Vermículos migram para os tecidos do carrapato, especialmente o ovário e sofrem multiplicação posterior, produzindo mais vermículos. PP – 7 dias 06) No ovário do carrapato – vermículos invadem os ovos – multiplicam-se nos tecidos das larvas eclodidas – larvas se alimentam pela primeira vez – os vermículos entram nos ácinos salivares e formam esporozoítos infectantes – que são inoculados no novo hospedeiro antes de cessar a alimentação. 07) Ocorre a transmissão de estádio para estádio, os vermículos alcançam as glândulas salivares do próximo estádio do carrapato quando começa a alimentação e amadurecem, tornando-se infectantes. 08) A babesia faz transmissão vertical durante pelo menos duas a três gerações de carrapatos. Patogenia e Sintomas - Os parasitas se dividem rapidamente nos eritrócitos, produzem rápida destruição das células, com concomitante hemoglobinemia, hemoglobinúria (urina com sangue) e febre. - O quadro agudo pode causar morte em poucos dias, durante os quais o volume globular cai para menos de 20%. - Ht < 14% (hematócrito) - A parasitemia pode ser detectada no início da sintomatologia clínica, pode envolver de 0,2 a 45% do eritrócitos. - A necropsia, a carcaça apresenta-se pálida e ictérica, a bile é espessa e granular podendo haver hemorragias subepicárdicas e subendocárdicas. - Nas formas mais moderadas da doenças apresenta-se febre, anorexia e leve icterícia por vários dias. - Nas infecções por B.bovis e B.canis, podem ocorrer acúmulo de eritrócitos nos capilares do cérebro (babesiose cerebral pode causar convulsões) - hiperexcitabilidade e incordenação. - A gravidade da doença está associada a patogenicidade de espécie ou cepa de babesia, a intensidade da infecção, à resposta imune e a idade do hospedeiro. - Babesia bovis- é encontrada em capilares de órgãos centrais como cérebro, cerebelo, meninges e nas vísceras como rins, baço, fígado, coração e pulmão - Babesia bigemina- parasita com mais frequência as hemácias da circulação periférica - Febre aguda e elevada (41º), anorexia, depressão, fraqueza, parada da ruminação e queda da produção de leite. - Aumento da FR e FC. - Vacas prenhes geralmente abortam. - Hemólise anemia acentuada, icterícia e hemoglobinúria. - Babesiose cerebral- falta de coordenação motora (Ataxia), paralisia dos posteriores, convulsões e coma. Diagnóstico - A história e sintomatologia clínica geralmente são suficientes para justificar o diagnóstico de babesiose. - Para confirmação, esfregaços sanguíneos, corados com Giemsa, revelará os parasitas nos eritrócitos. - Uma vez cessada a febre, frequentemente é impossível encontrá-los pois são rapidamente removidos da circulação. - Testes sorológicos Tratamento - Dipropionato de imidocarb - Tratamento de escolha - Diamidinas aromáticas - Diminazeno - Carência para abate - 30 dias - Carência para o leite - 72 horas - Tratamento suporte: - Transfusão sanguínea (induz corticóide antes, para evitar choque anafilático devido a falta de teste de tipagem sanguínea) - reações: inquietação, tremores, salivação, dispineia, micções e defecações. - Dipirona - Dexametasona - Hidratação - Protetor hepático - Controle do carrapato Controle - Imunidade através do colostro em áreas endêmicas, a imunidade adquirida através do colostro é reforçada gradativamente por exposição repetida à infecção. - A importância veterinária da babesiose se dá principalmente devido ao fato de atuar como obstáculo na introdução de rebanhos selecionados provenientes de outras regiões, vigilância nos primeiros meses após sua chegada e, se necessário, tratamento. - As áreas de instabilidade enzoótica também criam problemas quando as quantidade de carrapatos aumentam repentinamente ou os animais são levados a uma área infestada por carrapatos. - Pulverização ou banhos carrapaticidas regulares com acaricidas - Seleção e criação de bovinos resistentes - Medicamentos preventivos contra carrapato Anaplasmose - Anaplasma centrale e Anaplasma marginale - Parasitos intracelulares obrigatórios, sendo encontrados exclusivamente na membrana, vinculado a vacúolos do citoplasma da célula hospedeira. - Localização: eritrócitos - Raças zebuinas e europeias são igualmente susceptíveis, bem como seus cruzamentos Transmissão - Principalmente por carrapatos Boophilus microplus e também por moscas, mosquitos e outros insetos picadores, como os Tabanídeos (mutuca) e os Stomoxys calcitrans (mosca do estábulo) - Agulhas e instrumentais contaminados também constituem uma importante fonte de infecção. - A transmissão biológicafeita por carrapatos é pelo menos duas vezes mais eficiente que a transmissão mecânica feita pela mosca de estábulo. - Hospedeiros intermediários: Umas 20 espécies de carrapatos, incluindo o Boophilus microplus, como ocorre transmissão transovariana na maioria das espécies podem ser considerado HI, embora haja poucas informações sobre o desenvolvimento dos parasitas no carrapato. - Hospedeiros definitivos: Bovinos, ruminantes silvestres e ovinos eventualmente podem ser reservatórios de infecção. Patogenia - Hemólise contínua anemia hemolítica, icterícia - Em 7 dias cerca de 70% dos eritrócitos são destruídos - Necropsia: - Icterícia, vesícula biliar dilatada, fígado com sufusão biliar. - Baço e linfonodos dilatados e congestos, hemorragias petequiais na musculatura cardíaca. - Urina com coloração normal - Recuperação lenta e prolongada nos sobreviventes. Sintomas - É discreta em bovinos com menos de um ano que não tiveram contato prévio com o Anaplasma. - A partir daí a susceptibilidade aumenta aos 2 e 3 anos , desenvolvem a anaplasmose típica e frequentemente fatal. - Os sintomas incluem pirexia (febre), anemia, icterícia, dispneia intensa e em vacas grave queda na produção de leite e aborto. - Lacrimejamento, sialorreia (salivação intensa) - Diarreia - Anorexia Diagnóstico - Sinais clínicos - Hemograma - esfregaço sanguíneo - Testes sorológicos (ELISA e Imunofluorescência indireta Tratamento - Tetraciclina ou oxitetraciclina - Dipropionato de imidocarb - Tratamento suporte: (o mesmo da babesiose) Controle - Pulverização - Amitraz - Cipermetrina - Diflubenzuron (Difly) - utilizado adicionado ao sal mineral, ração ou proteinado. - Fornecido à vontade - Parasit100 - Homeopático - Adicionado a ração - Para controle de carrapatos - Biocarrapaticidograma - Análise - Dá mais resultado no controle de carrapatos Babesiose Equina - Doença de caráter hemolítico - Piroplasmose equina - na literatura - Babesia equi e babesia caballi - Os trofozoítos são encontrados dentro de eritrócitos - piriforme, oval ou cruz de malta - Conhecida como piroplasmose equina ou nutaliose equina Etiologia - Babesia equi - forma de cruz de malta ou roseta - Babesia cabali - semelhante a B. bigemina, encontrada aos pares - Hospedeiros susceptíveis: Equinos, bovinos, ovinos e caprinos - Transmissores: carrapatos - Dermacentor - Principal transmissor - Amblyoma - Rhipicephalus - No carrapato não há transmissão transovariana, somente de estádio para estádio - Agulhas e seringas são disseminadores - Equinos mais jovens e mais idosos são os hospedeiros mais susceptíveis Patogenia - Hemólise - anemia, icterícia, edemas - Obstrução de capilares de vários órgãos por células parasitadas - Fragilidade capilar extravasamento perivascular de eritrócitos hemorragia macroscópica - A morte ocorrerá por falência de órgãos Sinais Clínicos - Aguda /super aguda/ crônica - Febre, apatia, depressão, sede acentuada, inapetência, lacrimejamento - Pode haver destruição de 50% dos eritrócitos hemoglobinúria - Eventualmente edema na cabeça, pernas e parte ventral do abdômen - Hematócrito fora do estado normal (32% - 53%) - Na infecção por B. caballi paralisia dos membros posteriores - Constipação intestinal, emaciação - Hemorragias nasal, vaginal e da terceira pálpebra - Morte pode ocorrer em 2 dias (super aguda), em 12 dias (aguda) ou tornar-se crônica. - Mortalidade pode chegar a 50% Diagnóstico - Exame até o quinto dia - alta parasitemia Tratamento - Dipropionato de imidocarb - Tratamento suporte: - Transfusão sanguínea (< 12% hematócrito), soroterapia, complexos vitamínicos - Cuidado com a toxicidade dos fármacos - Alguns animais podem tornar-se portadores - doença mal tratada ou crônica - Controle: combater o carrapato - Semelhante a babesiose e anaplasmose bovina Babesiose Canina - Com característica hemolítica transmitida por carrapato causando anemia em decorrência da destruição das hemácias por ação direta do parasita e por reação imunomediada. - Babesia canis e babesia gibsoni - Parasita divide-se por divisão binária, rompem o eritrócito e são liberados, invadindo assim novas células. - Transmissão - Rhipicephalus sanguineus, Dermacentor spp - Transfusões sanguíneas, transplacentária. Epidemiologia - A forma aguda é de grande prevalência e atinge principalmente os animais jovens - Histórico de contato com carrapato - Não há predileção racial - Está comumente associada à erliquiose Patogenia e Sintomas - A gravidade da doença depende da condição imunológica do hospedeiro. - Apattia deplorada - Equimoses - trombocitopenia - Ht < 12% - transfusão - O parasita se replica no interior das hemácias - hemólise intra ou extravascular - Anemia hemolítica - Febre - Hipóxia - A gravidade dos sintomas clínicos assim como o comprometimento dos órgãos dependem: - do grau de hemólise - da patogenicidade da cepa - da susceptibilidade do hospedeiro - A doença pode se apresentar sob as seguintes formas: subclínica, aguda, hiperaguda, crônica e atípica - Hiperaguda: - Ocorre apenas com as espécies mais patogênicas - Choque hipotensivo e morte rápida - Hipóxia, lesão tecidual intensa. - Ocorrendo ocasionalmente em filhotes de cães infectados, não tendo sido relatada em animais adultos. - Grande chance de transmissão transplacentária ou logo após o nascimento - Aguda: - É a forma mais comum da doença - Anemia hemolítica (por conta de toda destruição celular), trombocitopenia e esplenomegalia - Outros sinais comumente observados são anorexia, letargia e vômitos. - Hematúria e icterícia (nem sempre, depende da cepa), principalmente em cães infectados por B. canis - Linfadenopatia generalizada e edema periorbitário (inchaço ao redor dos olhos) - Crônica: - Passa quase sempre despercebida e não dá chance do tutor buscar ajuda porque avança rapidamente para estado terminal - Febre intermitente, diminuição do apetite, perda de peso, edema, fraqueza, esplenomegalia e mais raramente hemoglobinúria e icterícia. - Estado terminal - insuficiências hepática e renal - Atípica: - Grande variedade de sinais clínicos, como sinais gastrintestinais (vômito, diarreia, estomatite e constipação), sintomas neurológicos (babesiose cerebral) e manifestações vasculares (edema, ascite). - Ocasionalmente, são observados sinais brandos do trato respiratório superior e dispneia - Manifestações músculo-esqueléticas atípicas, como artrites e lombalgias. - Secundariamente à babesiose cerebral, ocorrem convulsões e ataxia. Diagnóstico - Principal diagnóstico diferencial- anemia hemolítica imunomediada - Presença de carrapatos (vetor) - Infecções agudas: anemia, febre, palidez de mucosas, taquicardia, taquipneia, depressão (sintoma que normalmente leva o tutor a levar o animal ao veterinário), anorexia, fraqueza. - Icterícia, petéquias, hepatoesplenomegalia. - Quanto maior o sinal de icterícia, maior a gravidade - Sintomatologia e histórico - Hemograma completo (esfregaço sanguíneo) - Perfil bioquímico e urinálise - Sorologia (imunofluorescência indireta) - PCR (portadores crônicos) - Diferencial com: erliquiose, hepatozoonose e ancilostomose Tratamento - Controle do parasita - Moderação da resposta imune e tratamento sintomático - Eficácia relacionada à espécie de Babesia spp. a ser - tratada : - B. gibsoni (+ resistente a medicamentos) apresenta uma menor resposta à terapia quando comparada com a B. canis - Diaceturato de diminazeno - Dipropionato de imidocarb - Sulfato de atropina - 10 min antes (evita bradicardia) - Diamizina (Ganaseg) - Efeitos colateriais: - Depressão, vocalização contínua, opistótono, ataxia, rigidez extensora, nistagmo (perde o controle da movimentação dos olhos) e convulsões. - Mais comumente os animais apresentam salivação transitória, diarreia, dispneia, lacrimejamento, depressão e vômitos - Doxiciclina - Reduz sinais clínicos mas não remove a infecção - Tratamento suporte: - Fluidoterapia - diminui toxemia, corrigindo os desequilíbrios eletrolíticos e ácido- básicos perdidos durante adiarreia e os episódios de vômitos - Outros antibióticos no caso de infecções secundárias - Transfusão sanguínea - Não é feito teste, porque não é comum apresentar alguma reação anafilática, porém é usado corticoide para evitar que aconteça. - Prednisona - Prednisolona (corticoide) - Fazer acompanhamento do número de plaquetas - Avisar ao proprietário que o tratamento pode não remover completamente o parasito do organismo - Oxigenioterapia Profilaxia - Controle do vetor da doença: o carrapato. - Desinfetar periodicamente o ambiente onde o animal vive; - Usar produtos veterinários carrapaticidas: coleiras, comprimidos etc - Manter sempre curta a grama do jardim; - Cães expostos ao carrapatos devem ser monitorados e tratados o mais rápido possível - Controle do vetor (carrapato) 2 dias de repasto para transmitir - Controle dos doadores de sangue Leishmaniose - Uberlândia (endêmica) - Leishmania infantum, Leishmania chagasi, Leishmania braziliensis - Envolvido num espectro de doenças tegumentares e viscerais, de caráter crônico (leva meses para identificar a doença) , muitas vezes deformante e até fatal. - Determinam doenças do sistema fagocítico mononuclear (macrófagos) que apresentam características clínicas e epidemiológicas diversas. Transmissão - Transmitidas por flebotomíneos - O Lutzomyia longipalpis (mosquito palha - HI) foi incriminado como espécie vetora e foram descobertos os primeiros casos da infecção em cães - No Brasil, a forma de transmissão é através da picada dos vetores - L. longipalpis ou L. cruzi - Leishmania visceral canina – infectados pela Leishmania chagasi e L. infantum (Brasil) – também conhecida como Calazar. - Leishmania cutânea – infectados pela Leishmania brasiliensis (Brasil) - O ambiente característico e propício é aquele de baixo nível socioeconômico, pobreza, promiscuidade, prevalente em grande medida no meio rural e na periferia das grandes cidades. - A atividade é crepuscular e noturna. - Durante o dia, estes insetos ficam em repouso, em lugares sombreados e úmidos, protegidos do vento e de predadores naturais Ciclo Biológico - Heteroxeno - HI: Flebotomídeo - Lutzzomyia longipalpis - Somente as fêmeas infectam e fazem repasto sanguíneo - HD: Cão, homem e reservatórios silvestres - Encontrados em duas formas estruturais - Amastigota (encontrado nos vertebrados; se multiplica nos macrófagos) - Promastigota (encontrado nos vertebrados) - Como a Leishmania é um parasita intracelular obrigatório, as defesas do hospedeiro são dependentes da atividade dessas células, que se encontram reduzidas durante a infecção. - Portanto, o aparecimento dos sintomas vai depender da imunocompetência do hospedeiro. Patogenia e Sintomas (LCV - Leishmania Canina Visceral) - O quadro clínico dos cães infectados varia do aparente estado sadio a um severo estágio final. - Inicialmente, os parasitos estão presentes no local da picada. - A alopecia causada pela infecção expõe grandes áreas da pele extensamente parasitada. - Classicamente apresenta lesões cutâneas, principalmente descamação e eczema, em particular no espelho nasal e orelha, pequenas úlceras rasas, localizadas mais frequentemente ao nível das orelhas, focinho, cauda e articulações e pelo opaco. - Nas fases mais adiantadas da doença, observa-se onicogrifose (crescimento exagerado da unha), esplenomegalia, linfoadenopatia, alopecia, dermatites, úlceras de pele, ceratoconjuntivite, coriza, apatia, diarreia, hemorragia intestinal, edema de patas e vômito, além da hiperqueratose (os coxins incham, ressecam e racham). - Lembra quadro de cinomose - Na fase final da infecção, ocorre em geral a paresia das patas posteriores, caquexia, inanição e morte. Entretanto, cães infectados podem permanecer sem sinais clínicos por um longo período de tempo Patogenia e Sintomas (LC - Leishmaniose Cutânia) - Lesões cutâneas - inflamação cutânea que evolui para necrose, úlceras rasas ou profundas com bordas salientes e duras. - Lesões mucosas úlceras nas mucosas nasal e oral, que podem progredir para destruição das cartilagens e osso do focinho, palato, faringe e laringe. - Lesões muco-cutâneas Patogenia e Sintomas no Homem - Período inicial: Febre com duração inferior a quatro semanas, palidez cutâneo-mucosa e hepatoesplenomegalia. - Período de estado: Caracteriza-se por febre irregular, geralmente associada a emagrecimento progressivo, palidez cutâneo-mucosa e aumento da hepatoesplenomegalia. - Úlceras não cicatrizam devido à morte celular, então é necessário realizar raspagem - Período Final: Febre contínua e comprometimento mais intenso do estado geral, desnutrição (cabelos quebradiços, cílios alongados e pele seca), edema dos membros inferiores que pode evoluir para anasarca (edema generalizado). - Outras manifestações importantes incluem: epistaxe, hemorragia gengival, petéquias, icterícia e ascite. Nestes pacientes, o óbito geralmente é determinado por infecções bacterianas e/ou sangramentos. - Dentre elas destacam-se: otite média aguda, piodermites, infecções dos tratos urinário e respiratório. Diagnóstico - O diagnóstico laboratorial da doença canina é semelhante ao realizado na doença humana - Sorológico - reação de imunofluorescência indireta– RIFI e Ensaio imunoenzimático – ELISA. - Exame parasitológico direto baseado na pesquisa da Leishmania em aspirado de lesões cutâneas, medula óssea, linfonodo, baço ou raspado das bordas das lesões. (formas amastigotas). Tratamento - Homem: - Antimoniato de meglumina - Os antimoniais pentavalentes são drogas consideradas leishmanicidas, pois interferem na bioenergética das formas amastigotas de Leishmania. - As lesões ulceradas podem sofrer contaminação secundária, razão pela qual devem ser prescritos cuidados locais como limpeza com água e antisséptico. - Cães: - Não existe cura para leishmaniose - O tratamento é longo e exigente, nem sempre é eficaz e consiste na estabilização do animal e no controle do parasita no organismo. - Atualmente existem vacina e um medicamento que pode ser administrado por via oral, porém caso não se opte pelo tratamento o animal deverá ser sacrificado. - Notificação obrigatória - O médico veterinário se torna co-responsável, devendo denunciar caso o tutor não volte para os tratamentos - Se opte pela vacinação ou utilização do medicamento oral, é importante continuar a utilizar produtos veterinários que repelem o inseto. - Recomenda-se também evitar passeios durante o período de maior atividade dos insetos, entre o entardecer e o amanhecer, assegurar um bom estado de saúde do animal e realizar controles de saúde regulares. - Todos os animais em tratamento com Milteforan devem ser mantidos com repelentes ou inseticidas, para evitar que sejam re-infestados. - O cadastramento do animal em tratamento é de extrema importância para seu próprio benefício (lembrete de agendamento e retorno à clinica) - Essa ferramenta é um sistema de uso obrigatório imposto pelo Ministério da Agricultura e Pecuária pelos médicos veterinários que venham a tratar os casos de Leishmaniose Visceral Canina com Milteforan. - Vacina (Leish-Tec - Vacina Recombinante) Prevenção e Controle - Controle do vetor - Limpeza periódica dos quintais, por meio da retirada de folhas, frutos, fezes e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo. - Destino adequado ao lixo orgânico - Uso de inseticidas - Uso de telas de proteção - Nos cães: - Utilização de coleiras impregnadas de Deltametrina, tal como é recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Miíases - Popularmente conhecida como bicheira - Zoodermatose caracterizada pela invasão de larvas de várias espécies de moscas, em lesões da pele, mucosas ou orifícios e cavidades naturais do organismo, que se alimentam do tecido vivo, necrosado, morto ou de alimentos ingeridos pelo hospedeiro. - Principais moscas: Dermatobia, Cordylobia, Calitroga, Lucilia, Sarcophaga, Chrysomya, Phormya, Gasterophilus, Wohlfahrtia e Cochliomya. Transmissão - A mosca doméstica comum (musca domestica), podeser causadora facultativa de Miíase. - Na América do Sul, as responsáveis pela Miíase são as moscas Dermatobia hominis, Cochliomya hominivorax, Cochliomya macelaria e espécies do gênero Lucilia. - As larvas mais novas são as mais claras - A mosca varegeira (Cohiliomya hominivorax) é uma das principais descritas como causadoras das chamadas bicheiras ou miíases. - Hábito diurno - Têm aparelho bucal lambedor e se alimentam de açúcares vegetais (néctar), exsudato de lesão cutânea e secreções de mucosa de mamíferos, exclusivamente tecidos vivos. - Classificação - Miíase primária: Também chamada de forma furunculóide (berne), é causada pela larva da mosca Dermatobia hominis, parasita obrigatório (específicas) que invadem o tecido vivo. - Não tem necessidade de ferimento. A mosca faz a postura no tecido vivo. - Miíase secundária cutânea: Chamada popularmente de bicheira, é causada pela larva da mosca cochilyoma hominivorax (mosca varejeira) e espécies do gênero Lucilia, parasitas facultativos (semiespecífico), que invadem tecidos necrosados de ulcerações da pele e mucosa, destes alimentando-se para o seu desenvolvimento. - Necessita da atração do tecido lesionado - Miíase secundária cavitária: ocorre a ingestão de larvas de moscas ou alimentos contaminados com ovos de moscas produtoras obrigatórias de Miíase, podendo as larvas localizar-se no sistema gastrointestinal ou no trato urinário. - Quanto a alimentação: - Biontófagas: quando as larvas invadem o tecido vivo (o animal não precisa estar ferido para que isso aconteça). Nessa categoria, estão as espécies de insetos Callitroga americana, Dermatobia hominis e Oestrus ovis. - Necrobiontófagas: quando as larvas invadem tecidos já machucados por necrose, onde as elas se alimentam do tecido morto. As moscas deste grupo são: Lucilia, Sarcophaga, Phaenicia, Calliphora, Musca, Mucina e Fannia. Ciclo Biológico - Adultos copulam uma vez após 5 dias de nascidos - Após a cópula ovipõem em aberturas naturais do corpo (narinas, ânus, vulva) ou em feridas recentes, incisões cirúrgicas, etc. - Os ovos incubam em um dia e as larvas começam a se alimentar do tecido vivo e a produzir uma secreção vermelho acastanhada de odor fétido e característico - As larvas saem para empupar em cinco a sete dias e os adultos emergem em cerca de uma a várias semanas mais tarde. - Odores provindo de exsudados ou de mucosas (ex: bactérias ou mal hálito) são atrativos para fêmeas, mais frequentemente por aquelas fertilizadas. - Dezenas a centenas de ovos podem ser sucessivamente postos, por diferentes moscas, próximos a uma mesma lesão. - Após 12 a 24 horas da oviparidade, de cada ovo eclode uma larva de primeiro estádio (L1), a qual por movimentos próprios alcança o foco da lesão cutânea, iniciando o parasitismo, isto é, começando a se alimentar vorazmente de tecidos vivos (não de tecido necrosado) do hospedeiro. - Após mais dois dias a L1 muda para L2 e esta se transforma em L3 no curso de três dias. - Em cerca de mais três dias a L3 cessa o parasitismo e migra da lesão, caindo no solo, onde se enterra (3 cm) e muda para pupa. Cochilomya maccellaria - Só ovipõe e é encontrada em tecidos necrosados e cadáveres - É pouco frequente em vários Estados Lucilia - São agentes de miíases necrobiontófagas - Muito frequente Dermatobia hominis - Mosca da berne - Encontrada em todos os Estados com exceção das áreas secas do Nordeste - Tem preferência por áreas úmidas e montanhosas (se abriga em capoeiras - mata baixo - e matas) - Ciclo: - Adultos não se alimentam, aparelho bucal afuncional - Após o nascimento ocorre a cópula - Durante sua vida (7 dias) pode ovipor de 400 a 800 ovos - Tamanho: 12 mm - Cabeça e dorso marrom, parte ventral castanha, abdome azul metálico, asas grandes de cor castanha - A larva adulta mede cerca de 2cmX 0,5 cm - Possui várias fileiras de espinhos - Penetra na pele sã ou lesada (picada de inseto) - Amadurece em 40 a 60 dias Sintomas - Dor no local - Sensação de queimação - Inchaço do local - Irritabilidade - Nervosismo - A larva pode parasitar pele, orifícios naturais (genitália, focinho, olhos, canal auditivo, trato urinário, estômago, intestino, cavidade nasal) Diagnóstico - Anamnese - Exame físico (visualização das larvas) - Exame clínico - Em formas cavitárias que não são visíveis, podem manifestar enterocolite aguda com dor abdominal, diarreia e sangramento anal, falta de apetite, apetite caprichoso, sangramento nasal, etc é necessário aprofundar a investigação. Tratamento - Anestesia - Tricotomia - Retirada manual - Limpeza do local com antisséptico - Antibiótico para problemas bacterianos secundários - Endectocidas - Nytenpiran - Utilizado no tratamento de miíases em cães, eliminou as larvas de 88,9% dos animais em até 24 horas após a primeira dosagem. - A exteriorização das larvas ocorreu por si só, sem manipulação e em período médio de 20 a 37 minutos após a dosificação. - Esta droga mostrou ação rápida, fácil administração (via oral), e ausência de efeitos colaterais. Controle - Limpeza de feridas, - Uso de antibióticos em feridas - Atenção com pequenos ferimentos, - Uso de produtos repelentes e inseticidas - Endectocidas - Limpeza do ambiente (matéria orgânica, fezes), combate à moscas Sarna - Pode acometer várias espécies: cães, gatos, bovinos, ovinos, caprinos, suínos, equinos… - Alguns são endoparasitas - Os ácaros estão sempre presentes no corpo dos animais, contudo, alguns tipos desencadeiam reações mais nocivas e que incomodam o animal. - Existem três tipos de sarnas mais comuns: - Sarna demodécida – Demodex canis - Sarna sarcóptica – Sarcoptes scabiei - Sarna otodécica- Otodectes cynotis Demodiciose/Demodicose - Sarna demodécica - Causada pelo ácaro Demodex que faz parte da fauna da pele dos animais. - O Demodex canis com afinidade aos canídeos, D. cati aos felídeos, D criteri aos Hamsters, o D cuniculi aos coelhos e lebres. - Normalmente convive com o animal sem causar nenhuma alteração na sua saúde, porém pode tornar-se um agente extremamente nocivo a qualquer momento. - Para que isso ocorra é necessário que haja uma baixa de resistência do organismo, só assim o parasita torna-se ativo. - O ácaro, que vive na profundeza da pele nos folículos pilosos e glândulas sebáceas, passa a se reproduzir de forma extraordinária e espalhar-se pelo organismo. - É também conhecida como sarna negra, sarna demodécica, sarna folicular, sarna vermelha e nos casos mais graves, lepra canina. - Ao invés da coceira, a sarna negra causa feridas com secreções e odor forte. - Sendo uma doença ligada à genética, é recomendada a castração dos animais que a apresentem, evitando assim a sua propagação. - Ela não tem cura, mas pode ser controlada. - Apresenta corpo do tipo vermiforme, dividido em duas partes, o gnatosomo ou falsa cabeça que contém as peças bucais e o idiosomo que compreende o restante do animal, onde as patas estão inseridas, o que o diferencia dos demais gêneros de ácaros - Alimenta-se de células, sebo e debris epidérmicos e é seletivo quanto à localização Ciclo Biológico - Totalmente intradérmico, nos folículos pilosos e glândulas sebáceas, em um período de 20 a 35 dias e ocorre inteiramente no animal hospedeiro. - Provavelmente, devido a sua localização profunda na derme, é muito difícil a transmissão entre animais, a menos que haja um contato prolongado, como na amamentação, por exemplo. - Filhotes de mães portadoras, obtidos por cesariana e alimentados longe do contato da cadela, não albergam ácaros, provando que a transmissão transplacentária ou intrauterina não ocorre. Assim, o D. canis não é considerado contagioso, exceto para filhotes, recém-nascidos. - Alimentação -> células epiteliais - Ovo -> larva -> protoninfa -> deutoninfa -> adulto - Adultos - cópula superfície da pele -> fase de contaminação - Ovipostura -> dentro do folículo piloso Fatores Predisponentes - Estresse, desnutrição, estro, parto, vacinas, doenças debilitantes. Decorrente de fatores imunossupressores. - Ex.: -Imunodepressão - Parasitismo por Ancylotoma, dirofilaria e toxoplasma - Blastomas: fígado e baço - Hepatopatias: cirrose e Insuficiência hepática - Hiperadrenocorticismo - Cio, gestação etc. Manifestações Clínicas - Não há prurido (coceira) - somente em infecções secundária - Animais sadios - têm o ácaro em não apresentam doença - Demodicose localizada: - Menos grave, caracteriza-se por uma reação seca, com pouco eritema, mas alopecia difusa, escamação e espessamento da pele; - Lesões mais comuns são na face, mas podem ser encontradas por todo corpo. - Em geral, não são pruriginosas, a menos que ocorra infecção secundária - De 1 a 5 áreas de alopecia irregulares - Graus variáveis de eritema, hiperpigmentação e descamação - Comedos (Inflamação do Folículo Riboso) - Lesões secundárias - Mais observada em filhotes - Auto limitante - Demodicose generalizada: - Demodicose generalizada, pustular ou folicular constitui a forma grave e segue a invasão bacteriana das lesões frequentemente por estafilococos. - A pele torna-se enrugada e espessa com pequenas pústulas, das quais fluem soro, pus e sangue, dando a esta forma o nome comum de sarna negra. - Os animais acometidos têm odor desagradável - Acomete cães 3 a 18 meses - Em mais velhos -> fatores imunossupressivos (doenças debilitantes e drogas-corticóides) e endocrinopatias - Mais de 5 lesões que podem se juntar em determinadas áreas - Alopecia regional, multifocal ou difusa - Eritema, descamação, seborreia - Pápulas (pequenas vesículas), pústulas (presença de puz) e crostas - Prurido -> infecção secundária - Pododemodicose Diagnóstico - Raspado cutâneo profundo - Fita adesiva - Histopatológico Tratamento - Ivermectina - Moxidectina - Doramectina - 95% cura - Selamectina - Sorolaner - Fluralaner - Antibiótico - Banho - peróxido de benzoíla - Analgésicos e antinflamatórios - Corticoides - Imunossupressor, então pode piorar a sarna. Não indicado, a não ser se o animal estiver com algum outro problema. Controle - Advocate mensal (moxidectina) - Coleiras com amitraz Otocaríase - Sarna Otodécica - Sarna auricular de cães e gatos - Agente etiológico> Otodectes cynotis - Espécies Acometidas: Cães, gatos, raposas, furões e outros carnívoros silvestres - A coceira é um sinal característico da sarna. - O animal coça muito as orelhas, geme e pode chacoalhar a cabeça insistentemente. - Esse tipo de sarna fica restrito ao conduto auditivo, não aparecem lesões no resto do corpo animal e as pessoas que convivem com ele não correm risco de se infestarem. - A sarna otodécica é exclusiva dos animais. Ciclo Biológico - Nutre-se superficialmente e um ciclo completo leva três semanas - É um ácaro não escavador habitando a superfície da pele. Alimenta-se de debris epidérmicos e fluidos teciduais da epiderme superficial. - De ovo a adulto Sintomas - Acúmulo de exsudato ceruminoso ou crostoso no pavilhão auricular externo - Irritação do conduto auditivo - Maneios de cabeça - Hematomas auriculares - Prurido intenso - Ocasionalmente pápulas e crostas no pescoço, glúteos e cauda - Ao limpar os ouvidos de seu animal, vai notar a presença de uma grande quantidade de cerumem nos ouvidos, de cor castanha bem escura, quase preta. O cerúmen em excesso é causado por uma reação do conduto auditivo em decorrência da presença de inúmeros ácaros (sarna). - O excesso de cerúmem e o traumatismo causado pelo ato de se coçar violentamente com as patas traseiras, fazem com que o cão ou gato desenvolvam otite e até otohematoma, o que causa dor e agrava o desconforto. Diagnóstico - Análise do ceúmem em busca de ácaros Tratamento - Limpeza dos condutos auditivos - Produtos otológicos contendo acaricida: - Otodem plus (Tiabendazol) - Natalene (Diazinon) - Sistêmico: - Revolution (selamectina) - Ivermectina (Não é muito com usar, principalmente em cães de raça coli) - Doramectina - Selamectina - Sorolaner - Fluralaner - A sarna otodécica é contagiosa entre os animais. Quando há mais de um cão ou gato na casa, mesmo que apenas um apresente os sinais clínicos, todos devem ser tratados. - O ácaro, embora não cause lesões fora do conduto auditivo, pode estar presente na pelagem do animal. - Assim, além do tratamento nos ouvidos, banhos parasiticidas são aconselhados, além da desinfecção de mantas e caminhas onde o animal costuma se deitar. Escabiose - sarna sarcóptica - Não sazonal - Intensamente pruriginosa - Contagiosa (90% após contato direto) - Etiologia: Sarcoptesscabiei var. canis (+ comum) - 50% em filhotes <6 meses - Os animais podem pegar sarna no contato direto com outros cães ou gatos doentes ou pelo contato indireto através de fômites contaminados. - A sarna dos animais pode, eventualmente, contaminar as pessoas também. Ciclo Biológico - Os ácaros são atraídos pelo odor e por estímulos térmicos do hospedeiro - A cópula ocorre na superfície ou nos túneis da pele - Após a fecundação, o ácaro (fêmea) penetra na epiderme íntegra do hospedeiro e forma túneis, iniciando a postura dos ovos. - De dois a três ovos são liberado por dia durante 2 a 3 meses. - Três dias após a postura, Os ovos eclodem e as larvas se movem para a superfície, onde ocorre a muda para ninfa e adulto. - A completa maturação pode levar até 17 a 21 dias. Estes parasitas não sobrevivem mais de 3 dias fora da derme, podendo ser considerada uma doença controlável Sintomas e Sinais Clínicos - Humanos: - As lesões de sarna no ser humano se manifestam como pontos avermelhados nos braços e tórax, justamente as áreas onde as pessoas têm contato direto com os animais quando os carregam. A coceira é o sintoma característico e esse tipo de sarna no homem tem tratamento fácil, na maioria das vezes. - Animais: - Dermatite -> pus, crostas, escamas, alopecia, prurido e hiperqueratose - Prurido -> leve a intenso - Infecções secundárias - Inicia-se no sentido ventro-dorsal (Extremidades -> Resto do Corpo) - Cão -> reflexo otopodal - Ao esfregar a orelha dobrada, ele acaba “coçando o ar” como relhexo. Diagnóstico - Histórico, achados clínicos - Reflexo oto-podal - Raspado de pele (parasitológico cutâneo) - Para diagnosticar a sarna é preciso raspar as lesões da pele do animal, especialmente as áreas com descamações. Ao microscópico, esse raspado de pele irá revelar ácaros ou seus ovos. Tratamento - Tratar todos que tiveram contato e também objetos - Banhos: sabonete (Tiuran), Amitraz (cuidado com intoxicação) - Sempre verificar se há lesões no proprietário - Selamectina (Revolution) - Moxidectina (advocate) - Ivermectina - Selamectina - Sarolaner - Fluralaner Piolhos - Tamanho e coloração variável, mas todos são achatados ventralmente (Dorsoventralmente). - Em sua maioria são cegos, em alguns há vestígios de visão. - As patas terminam em garras, tendo os piolhos dos mamíferos uma garra em cada pata. - Simples: Uma garra - Aves: Garras duplas - Os piolhos são insetos espécie-específicos que acometem os animais domésticos e também o homem. - Embora tenham uma grande capacidade de proliferação, eles não sobrevivem mais do que alguns dias no ambiente longe do hospedeiro e são transmitidos por contato direto com animais infestados, bem como com objetos tais como escovas, pentes, cama, travesseiros, etc. - A infestação por piolhos denomina-se pediculose. - Há duas sub ordens: - Anoplura: piolhos sugadores; ocorrem apenas nos mamíferos - Mallophaga: os piolhos mordedores; ocorrem nos mamíferos e nas aves - Infestações maciças por piolhos sugadores podem causar anemia grave, enquanto tanto os sugadores quanto os mordedores constituem uma fonte de irritação e lesões cutâneas, podendo provocar queda de produção e danos no couro. - Os Anopluros com as peças bucais perfurantes, nutrem-se de sangue, mas os malophagos, equipados para morder e mastigar, tem uma dieta mais variada. - Aqueles que parasitam mamíferos ingerem as camadas externas das hastes pilosas, as escamas da derme e crostas sanguíneas, os piolhos das aves tb se alimentam de escamas cutâneas e crostas, ao contrário dasespécies dos mamíferos, podem digerir queratina. - Dermatite alérgica a picada de piolho/pulga - DAPP - Nos cães os Trichodectes canis e Linognathus sp são sem dúvida os mais comuns. Anoplura - Piolhos sugadores são geralmente grandes de até 5mm, com cabeça pequena e peças bucais terminais. Em geral movem-se lentamente e possuem garras em cada uma das patas. - Haematopinus: o piolho de nariz curto. É o maior piolho dos animais domésticos, com até 0,5cm. É amarelo ou castanho acinzentado com uma listra escura de cada lado. - Hospedeiros: Bovinos, suínos, equinos - Linognatus: É o piolho de nariz longo, preto-azulado e os ovos são de cor azul-escura. - Hospedeiros: Bovinos, ovinos, caprinos e cães. - Solenopotes: pequenos piolhos azulados. - Hospedeiros: Bovinos Mallophaga - São os piolhos mastigadores, são menores (até 3 mm), que os anopluros, cabeça é relativamente muito maior, ocupando a largura do corpo, e é arredondada, com peças bucais ventrais. - As garras são pequenas sendo uma em cada pata (mamíferos) e duas em cada pata nas aves. - Damalinia: Coloração castanho avermelhada (piolho vermelho do gado) - Hospedeiro: Bovinos, ovinos, caprinos e equinos - Felícola: Cabeça pontiaguda, peças bucais ventrais - Hospedeiro: gato - Trichodectes: Curto, largo e amarelado, é o vetor do cestoide Dipilidium caninum - Hospedeiro: cão - Heterodoxus: piolho delgado, amarelado, restrito a regiões tropicais e sub tropicais. - Hospedeiro: cão Ciclo Biologico - Nas duas ordens os ciclos são semelhantes. - Período de vida: 30 dias, a fêmea põe cerca de 200 a 300 ovos operculados (lêndeas). - Os ovos são geralmente esbranquiçados e ficam grudados no pelo do hospedeiro, onde podem ser vistos a olho nu. - Do ovo eclode a ninfa (semelhante ao adulto) porém menor. - Após três mudas, está presente o adulto totalmente desenvolvido. - Ciclo completo- 15 a 21 dias Etiologia - Ambos os tipos podem causar uma dermatite alérgica caracterizada por prurido intenso (coceira), com consequente perda da pelagem e escoriações cutâneas. - O animal apresenta um odor característico "de rato" e, frequentemente, encontra-se irritadiço e nervoso pelo incômodo que sente. - Normalmente, os piolhos acometem animais negligenciados, subnutridos, que vivem em locais sujos, na rua ou em abrigos super populosos e preferencialmente nos meses mais frios do ano. Patogenia - Nos cães o Trichodectes é mais nocivo devido ao intenso prurido, movendo-se rapidamente através da pelagem, provoca lesões auto-inflingidas por arranhaduras, perda de pelos e escoriação da pele. - Porém o Linognathus em filhotes pode causar a morte por debilidade e anemia. Sintomas - Irritação; Prurido; Lesões por arranhaduras; Apatia; Anorexia; Debilidade; Dermatite alérgica por picada dos piolhos Diagnóstico - Visualização dos Parasitas Tratamento e Controle - Devem ser incluídos todos os cães da propriedade bem como os contactantes - Eliminar ou tratar os travesseiros, cobertores, toalhas, pentes e escovas, simultaneamente. - Usar inseticidas tópicos, na forma de shampoos ou "spot on" (piretróides: deltametrina, permetrina, carbamatos, fipronil, imidacloprid, dentre outros), bem como sistêmicos (ivermectina). Pulgas - Taxonomicamente, estão incluídos na ordem Siphonaptera e seus hospedeiros são animais endotérmicos; destes, aproximadamente 94% são mamíferos - Pulex irritans; Ctenocephalides felis e Ctenocephalides canis entre os Pulicidae; Tunga penetrans (Tungidae). - Na fase adulta, a hematofagia é realizada pelos dois sexos, podendo ser realizada tanto durante o dia quanto à noite - As pulgas alimentam-se diretamente nos capilares (solenófagas). - O repasto se prolonga após a repleção para que o sangue extravasado sirva de alimento às larvas. - Tem importância veterinária não só pelos efeitos nos hospedeiros, mas também como transmissores de doenças. - Os ruminantes, equinos e suínos não tem suas próprias espécies de pulgas. Ciclo Biológico - Ambos os sexos são hematófagos e apenas os adultos são parasitas. - Os ovos têm superfície lisa e podem ser postos no solo ou no hospedeiro, de onde logo caem. - A eclosão ocorre em dois dias a duas semanas (temperatura do ambiente) - As larvas possuem aparelho bucal mastigador e se nutrem de resíduos e fezes das pulgas adultas, que contém sangue e conferem à larva a cor avermelhada. - A larva ainda passa por duas mudas, pupa e adulto. - A maior parte do ciclo evolutivo da pulga se passa fora do hospedeiro. Ctenocephalides - É o único gênero importante no cão e no gato. - Ocorrem Ctenocephalides canis e C. felis, porém a - C. felis é mais disseminada, em algumas regiões é a espécie dominante nos cães, homem e gatos. - Ambas espécies podem atuar como HI do cestoide D. caninum. Esta infestação se dá pela larva da pulga cujas peças bucais são mastigadoras. - Ctenocephalides é o gênero altamente responsável pela DAPP em cães e gatos. Pulex - Pulex irritans é principalmente parasita do homem, mas em algumas regiões é comum em cães e gatos. - Pode atuar como HI do D. caninum e pode também estar envolvida em DAPP. Tunga penetrans - É a representante das pulgas penetrantes nos mamíferos, ocorrendo nos suínos e raramente no homem. - Também é chamada de “bicho de pé”, pulga do porco, pulga da areia - Hospedeiro: suínos e cães, podendo acometer também bovinos e homem - A fêmea penetra na pele, onde seu abdômen se torna muito distendido e cheio de ovos, formando um nódulo característico. Ciclo - Tunga penetrans - A fêmea fecundada penetra na pele do hospedeiro, deixa somente a extremidade posterior em contato com o ambiente para respirar e vai penetrando aos poucos, sugando o sangue na zona papilar da epiderme, se alimenta e amadurece os ovos. - O abdome dilata e os ovos são expulsos lançados como “balas de canhão” para o ambiente. Após a postura a fêmea morre e é expulsa do organismo pela reação inflamatória que se forma. - Causa forte coceira e ulceração que pode servir como porta de entrada para infecções e agentes patogênicos. Importância Patogênica das Pulgas - Reação a picada de pulga ( reação de hipersensibilidade à saliva da pulga liberada na pele durante a alimentação) - Na saliva há um apteno (antígeno incompleto) que se combina com o colágeno da pele, formando um alergeno. - Perda de pelos, pele espessada, dermatite úmida - Irritação - Anemia Diagnóstico - Presença dos parasitas ou fezes Tratamento e Controle - Na DAPP quando há muito desconforto pode ser aplicado um corticóide tópico ou sistêmico. - Uso de inseticidas: pó, spray, shampoo ou spot-on. - Uso de comprimidos - Uso de coleiras - Tratamento do ambiente com inseticidas líquidos, em seus abrigos naturais e habitat interno geral, carpetes devem ser limpos com aspirador de pó. Carrapatos - Há duas famílias, a Ixodidae e a Argasidae. - Destas a de maior importância é a Ixodidae (presente também répteis), cujos membros são frequentemente denominados carrapatos duros, devido a presença de um rígido escudo quitinoso cobrindo toda superfície dorsal do macho adulto; - Na fêmea adulta, na larva e ninfa ele se estende apenas por uma pequena área permitindo a dilatação do abdome após a alimentação. - A família Argasidae comprende os carrapatos moles, assim chamados por não possuírem escudos, incluídos nesta família estão os carrapatos das aves (também da em mamíferos) e os “carrapatos do chão”. - Não fica o tempo todo no hospedeiro, faz repasto sanguíneo mais frequente e não expande. Família Ixodidae - Os ixodídeos são vetores importantes de doenças causadas por protozoários, bactérias, vírus e ricketsias. - Gêneros: Amblyoma; Ixodes; Rhipicephalus; Boophilus; Dermacentor - As peças bucais presentes são anteriores e visíveis pela superfície bucal. - Presença de sulcos no escudo em algumas espécies, uma fileira de entalhes denominados festões, na borda superior do corpo. - Alguns possuem áreas envernizadas coloridas no corpo denominando-se carrapatos ornamentados. Fase de desenvolvimento - Fase de ovo;- Fase de larva (hexápoda) – nesta fase, os imaturos que neste caso são chamados de larvas, apresentam apenas três pares de pernas; - Fase de ninfa – nesta fase, os imaturos que neste caso são chamados de ninfas, apresentam quatro pares de pernas; - Fase de adulta (octopoda) – nesta fase, machos e fêmeas apresentam quatro pares de pernas. - São parasitas temporários, passando períodos relativamente curtos no hospedeiro. Ciclo Biológico - Classificados como: “carrapatos de um hospedeiro”- quando por todo ciclo evolutivo ficam fixados em um único hospedeiro (Boophilus microplus) - Cerca de 20 dias ela fica no solo botando ovos e eclodem em até 150 dias (em maior temperatura - eclodem mais rápido) - Só faz a troca da fase no hospedeiro (cerca de 21 dias) - Larvas na pastagem sobrevive, em até 240 dias. - “carrapatos de dois hospedeiros” – quando larvas e ninfas ocorrem em um hospedeiro e o adulto em outro.(Rhipicephalus evertsi) - “carrapatos de três hospedeiros” – quando cada fase de desenvolvimento tem lugar em hospedeiros diferentes. (Amblyoma cajenense) - O acasalamento ocorre no hospedeiro; - A fêmea fecundada se alimenta de sangue até o ingurgitamento total, que propicia sua queda ao solo, enquanto que o macho permanece no - hospedeiro à procura de novas fêmeas; - A partir da queda desta fêmea, inicia-se a fase de vida livre; - Nesta fase, a fêmea ingurgitada inicia a oviposição, após a postura as fêmeas morrem; - Após alguns dias, as larvas eclodem e ao encontrar um hospedeiro, se desenvolvem, passando por uma fase ninfal e consequente fase adulta. - Adultos sobrevivem até 568 dias Importância dos carrapatos da família Ixodidae - Perda de sangue do hospedeiro - > anemia (em grande quantidade); - Lesões e danos na pele do hospedeiro (depreciação da carcaça; - Reduzir a taxa de desenvolvimento ponderal (peso em função da altura) do hospedeiro; - Proporcionar reações alérgicas e, em alguns casos, levar o hospedeiro à paralisia devido à inoculação de toxinas e neurotoxinas presentes na saliva (paralisia de posteriores, principalmente equinos); - Transmitir diversos patógenos (vírus, bactérias, protozoários, helmintos, etc.). Rhipicephalus - Em geral, não ornamentados, com olhos e festões presentes. - A espécie mais comum é o Rhipicephalus sanguineus encontrado em todo hemisfério sul - Parasita cães, denominada carrapato castanho/vermelho do cão e responsável pela Babesia canis e Ehrlichia canis, podendo causar paralisia do carrapato do cão. - Embora esteja primariamente associado ao cão, esse carrapato pode ser encontrado sobre uma grande diversidade de animais silvestres e domésticos, incluindo o homem - Rhipicephalus sanguineus é um carrapato de três hospedeiros - A temperatura ótima para postura de Rh. sanguineus se situa entre 20 e 30°C - No Brasil, onde as condições ambientais são bastante avoráveis, Rh. sanguineus pode completar até quatro gerações por ano. Amblyoma - São carrapatos de três hospedeiros, são grandes e ornamentados, cujas patas tem faixas coloridas, tem olhos e festões. - O Amblyoma cajenense é importante na América do Sul, sendo as picadas dolorosas provavelmente devido as longas peças bucais. - A espécie é comum no Brasil e é um vetor de diversas doenças como a babesiose equina e a febre maculosa, sendo esta última considerada um zoonose. - Amblyoma cajenense: - Conhecido também como “carrapato estrela” ou rodoleiro” na fase adulta. - Conhecido como “vermelhinho” na fase de ninfas, por “micuim” na fase de larvas e por “carrapatinho” tanto na fase de larva quanto de ninfa, é encontrado com frequência infestando os equídeos, hospedeiros preferenciais deste carrapato. - Entretanto, devido à sua baixa especificidade parasitária por hospedeiros, principalmente dos estádios imaturos, poderá infestar outros mamíferos como bovídeos, cervídeos, canídeos domésticos e silvestres, além de aves e do próprio homem. - Podem sobreviver em áreas onde não existam equídeos, parasitando várias espécies de animais silvestres. - Esta espécie de carrapato é importante como transmissora da Rickettsia rickettsii, agente etiológico da febre maculosa, a qual é transmitida por via transovariana à sua progênie, o que o torna simultaneamente vetor e reservatório do agente da doença Boophilus - São carrapatos não ornamentados, com olhos presentes e sem festões. Machos possuem placas ventrais acessórias adanais. - Conhecidos como carrapatos azuis, são carrapatos de um hospedeiro e os principais vetores de - Babesia e do Anaplasma marginale em bovinos. - A espécie mais importante é o Boophilus microplus - Boophilus microplus: - Rhipicephalus Boophilus microplus (carrapato do boi), - Sua incidência é maior em grandes rebanhos, sendo considerado o carrapato de maior impacto em perda econômica Dermacentor - Importante transmissor da Babesiose equina e canina nas regiões em que estão presentes. - São carrapatos ornamentados e com olho e festões. - Causa a paralisia do carrapato. - Podem ser carrapatos de três hospedeiros ou de um hospedeiro, sendo parasitas de muitos mamíferos domésticos e silvestres. Hyalomma - São não ornamentados mas com patas listradas, olhos presentes e festões às vezes presentes. - São carrapatos de dois hospedeiros, com as larvas e ninfas nutrindo-se em aves e pequenos mamíferos e adultos em ruminantes e equinos. - São vetores de Babesias e ricketsias e a toxicose do carrapato (toxina do carrapato causa sudorese em ruminantes e suínos caracterizada por hiperemia das membranas mucosas e eczema úmido). Familia Argasidae - Não há escudos nestes carrapatos, são moles e as peças bucais não são visíveis pela face dorsal, não se dilatam tanto à ingurgitação como os carrapatos duros, pois as fêmeas se nutrem moderada e frequentemente. - O acasalamento dá-se fora do hospedeiro e os ovos são postos em lotes. - Ao contrário dos ixodídeos, são resistentes à seca e capazes de sobreviver por anos. - São os carrapatos das aves. Não somente das aves Sintomatologia - Reações cutâneas locais às picadas - Anemia Diagnóstico - Os carrapatos adultos particularmente as fêmeas ingurgitadas são facilmente observados na pele, os locais prediletos sendo face, orelhas, axila e região inguinal. - Em geral observa-se pequenos nódulos nestas regiões sendo cada um deles uma reação a uma picada anterior. Tratamento e controle - PET - Uso de inseticidas: pó, spray, shampoo ou spot-on. - Uso de comprimidos - Uso de coleiras - Tratamento do ambiente com inseticidas líquidos, em seus abrigos naturais e habitat interno geral, carpetes devem ser limpos com aspirador de pó. - Em animais com pelo longo, recomenda-se a tosar o animal para facilitar no tratamento. Tratamento e controle - Produção - Animais de grande porte - Alta infestação = > 25 fêmeas adultas (EMBRAPA) - O protocolo a ser adotado deve ser de acordo com o histórico da propriedade, desafio parasitário, dinâmica populacional, raça, época do ano, condições das pastagens, resultado de biocarrapaticidograma. Sempre deve ser avaliado caso a caso. Fatores de Resistência - Pode ocorrer dispersão eólica; - Podem se enterrar até 10 cm dentro da terra; - Podem se dispersar pela água; - Beneficia-se de pastagens altas para se abrigar; - Podem permanecer bom tempo sem respirar; - Podem também ficar muito tempo sem se alimentar e bom tempo sem ingerir água; - Adaptam-se aos hospedeiros. Qual a recomendação (Embrapa) - Colher o carrapato enviar para a Embrapa - Identificar eficácia de carrapaticida (biocarrapaticidograma) - Após identificação – carrapaticida com eficiência 95% - preparar o produto - Fazer piquetes – colocar vacas secas tratadas com doramectina (longa duração) (2 dias) retirada dos animais – roçagem da pastagem (dessecação de ovos e larvas –sol) , se necessário interdição por 3 meses - vacas em lactação (tratadas com carrapaticida de curta duração)
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