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Doenças Parasitárias

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Introdução Protozoários
- Unicelulares;
- Eucariontes;
- Heterótrofos (dependem de outros seres vivos para obter alimento)
- Sozinha executa todas as funções que um ser pluricelular complexo, sendo tudo
executado por uma única célula.
Classificação
● Ameboides;
● Ciliados;
● Flagelados;
● Apicomplexos.
Ciclo
1°Fase - Esporogonia
01) Oocisto acabou de ser eliminado e foi fecundado;
02) Oocisto esporulando;
03) Formação de 4 oocistos em seu interior;
04) Ingestão, onde a membrana do oocisto e do esporocisto será rompida e o
esporozoíto (Forma infectante) será libertado;
2°Fase - Esquizogonia
05) Penetra a célula intestinal é muda de forma, renomeando de Trofozoíto;
06 e 07) Começa a se multiplicar dentro da célula intestinal, ganhando o nome de
Esquizonte;
08) Ele irá romper a célula para infectar outra célula e continuar se multiplicando,
chamado de merozoito;
3° Fase - Gamogonia
09) Se diferenciará em masculino e feminino;
10) A fêmea (macrogametócito) ficará aguardando a fecundação no intestino após
amadurecer;
11,12 e 13) O macho irá em busca a outro gametócito para ser fecundado;
14) Desenvolve-se, após a fecundação, em oocisto maduro;
15) Irá romper a membrana da célula e será liberada, recomeçando o ciclo.
*Esporogonia - Assexuada
*Esquizogonia - Assexuada
*Gamogonia - Sexuada
- Macrogametócito (Feminino)
- Microgametócito (Masculino)
Coccidiose em Aves
Introdução
- Distribuição mundial
- Alto gasto com medicamentos (prejuízo econômico)
- Resistente aos desinfetantes
- Animais de produção, domésticos e silvestres
- Dificuldade de controle
Espécies: Eimeria acervulina, Eimeria maxima, Eimeria tenella (apresenta sangue na
cama)
- Clínica
- Subclínica (+ difícil de diagnosticar)
- Coccidíase: Vacinação (não é 100%; Causa lesões; Em necrópsia, tomar
cuidado)
Vazio Sanitário - Importantíssimo.
1 Oocisto pode gerar cerca de 500 mil oocistos
É uma doença de falha de manejo
Temperatura + Umidade = coccidiose
Oocisto não esporulado
- Parede do oocisto: dupla camada - resistente a desinfetantes
Oocisto esporulado
- 4 esporocistos e 2 esporozoítos em cada
- Esporozoíto em formato de “banana”
Importância na Avicultura
- Muito comum em frangos de corte (+comum em animais jovens)
- Pouco comum em poedeiras (Porque em animais + velhos é mais autolimitante)
Transmissão
- Ingestão de fezes contaminadas (reservatório)
Via de contágio - Oral
Via de transmissão - Fezes
- Pintinhos comendo ração na cama ou entrando no comedouro, poderão ingerir
fezes contaminadas contendo oocistos esporulados.
Ciclo Biológico
01) O oocisto maduro se desprende do epitélio, caem na luz intestinal e são eliminados
nas fezes
02) Ele esporula, se tornando infectante (4 esporocistos com 2 esporozoítos em cada)
03) É ingerido por uma ave saudável, e por ação mecânica da moela ou enzimática do
proventrículo, rompe-se liberando os esporocistos.
04) Chegando no intestino, sofrem ação da tripsina, liberando os esporozoítos (em
forma de “bananinha”).
05) Cada esporozoíto invade 1 célula do epitélio intestinal e se transforma em uma
forma arredondada, denominada trofozoíto.
06) Inicia-se a endodogenia, formando o esquizonte imaturo de 1 geração.
07) Se desenvolve, podendo conter aproximadamente 200 merozoítos.
08) Transforma-se em esquizonte maduro de 1 geração, que rompe e libera os
merozoítos de 1 geração (fase mais patogênica do ciclo, causando hemorragia e alta
mortalidade)
09) Cada merozoíto de 2 geração invade uma célula intestinal, iniciando a faze de
gametogonia. Forma-se o gametócito macho e fêmea, cada um em uma célula
separada)
10) Eles maturam formando os microgametócitos e macrogametócitos.
11) Os microgametócitos tomam toda a célula e formam os microgametas biflagelados.
Ele se rompe, liberando os microgametas que vão para a luz intestinal.
12) Os microgametas procuram os macrogametócitos, e ocorre a fecundação do
microgameta com o macrogameta, formando o zigoto ou oocisto imaturo.
13) Ocorre a secreção de uma substância que forma uma membrana adicional, que
aumenta a resistência do oocisto ao meio ambiente (membrana císica)
14) Ocorre a ruptura da célula intestinal, o oocisto cai na luz intestinal e é eliminado
pelas fezes no meio ambiente.
- Duração do ciclo: de 4 a 7 dias (muito rápido)
- Cada ave se infecta apenas uma vez, mas continua a ter contato com os
oocistos na cama (mas pode se infectar com os outros tipos)
Eimeria acervulina
- Provoca pontos esbranquiçados
- Pode matar em escore 3 - 4.
Eimeria maxima
- Provoca alteração a nível de jejuno e íleo, levando as fezes com aparência de
massa de tomate (sangue com fezes)
Eimeria tenella
- + grave; mata - hemorragia (ave fica pálida)
- Sangue vivo
- Afeta o ceco
- Completamente hemorrágico (nem vê fezes)
Patogenicidade
- Fatores predisponentes
- Dose de infecção
- Viabilidade dos oocistos
- Localização intestinal: depende da espécie
- Idade do hospedeiro: Maior letalidade em jovens
- Outros enteropatógenos: ruptura celular favorece outros patógenos, como
Clostridium sp.
- Status nutricional: redução da absorção de nutrientes
Sintomas
- Refugagem, fezes com muco e sangue, presença de alimento mal digerido;
- Desidratação, anemia, prostração, penas eriçadas, despigmentação da pele.
- Modificação nas estruturas das vilosidades intestinais, provocando o
encurtamento na altura das mesmas, diminuindo a capacidade de absorção.
- Destruição das células epiteliais do intestino, impedindo a renovação das
vilosidades levando a perda de fluidos, hemorragias e susceptibilidade a outras
doenças.
Diagnóstico
- Selecionar aves aleatoriamente
- Sacrificar e necropsiar
- Lesões macroscópicas - lesões na mucosa intestinal
- Lesóes microscópicas - pesquisa de oocistos
Prevenção e Tratamento
- Medicação terapêutica - casos clínicos; mortalidade
- Anticoccidiano correto para o desafio - época do ano, idade de abate (programa
dual ou full time)
- Vacinas - virulenta ou atenuada (imunidade)
- Sulfonamidas
- Toltrazuril
- Tratamento preventivo:
- Ionóforos: medicamentos usados na ração contra o desenvolvimento de
coccidiose. (Não mata, mas ajuda o próprio organismo a desenvolver
resistência).
- Monensina
- Salinomicina
- Narasina
- Maduramicina
- Lasalocid
- Químicos: Medicamentos usados na ração eliminando drasticamente as
eimerias presentes, usado por um curto período de tempo (porque pode
criar resistência)
- Nicarbazina
- Robenidina
- Amprolium
- Diclazuril
- Higiene (biosseguridade)
- Limpeza (gastar mais tempo)
- Desinfecção (desinfetante; Lança chamas; Soda caustica)
- Controle de roedores e animais silvestres
- Monitorias frequentes (necropsias)
- Manter a cama seca retirando umidade e revirando a cama durante a
criação.
- Cal no intervalo de lotes.
Giardíase
- Espécies: Giardia lamblia, Giardia canis, Giardia felis
- Infecção causada por protozoário, caracterizada por diarreia e desconforto
abdominal
- O microorganismo é eliminado como cistos multinucleados em que os flagelos
podem ser visíveis e ocasionalmente como trofozoítos nas fezes.
- Os cistos podem sobreviver meses no ambiente (desde que tenha presença de
humidade)
- Os trofozoítos não vivem fora do hospedeiro
- Um cão infectado elimina até 10.000 cistos por grama de fezes
- A ingestão de apenas 10 cistos já é capaz de desencadear uma infecção em
cães e seres humanos.
- Causam o entapetamento
Características Gerais
- Maior incidência em animais jovens
- ANimais mais velhos (co-morbidades; imunossipressão)
- Os animais podem eliminar os cistos nas fezes sem apresentar sinais clínicos
Transmissão
- O único meio de contaminação é a ingestão de cistos
- De cada cisto são produzidos dois trofozoítos filhos, os quais vivem nas
vilosidades intestinais, interferindo na absorção normal dos nutrientes
colonizando o duodeno e jejuno.
- Os trofozoítos fixam-se na mucosa e em condições adversas são excretados
pelas fezes.
- Estabelecem-se na parte inferior do intestino delgado no gato e em todo o
intestino delgado do cão. (Localização)
- Animais doentes são potenciais fontesde infecção para os seres humanos e
outros animais
- Animais assintomáticos são cada vez mais frequentes, aumentando a população
de portadores não tratados
Ciclo Biológico
- 7 a 14 dias
01) O cisto viável ingerido é a forma infectante sendo capaz de sobreviver em ambiente
externo adequado por longos períodos.
02) Os trofozoítos são formas que causam a doença, apenas aderem ao epitélio do
enterócito, não apresentando capacidade invasora ou destrutiva direta.
03) Os cistos podem ser ingeridos através da água e de alimentos contaminados, mas
a transmissão direta pela via fecal-oral também é possível.
04) O contato do homem com as fezes ou fômites (terra, alimentos, água) favorece a
transmissão fecal-oral.
Patogenia
- Em casos mais graves podem surgir sinais de desnutrição.
- Com a perda das vilosidades a área total de absorção fica reduzida,
prejudicando a absorção de diversos nutrientes, principalmente de gordura.
- Essa deficiência de absorção leva às fezes gordurosas (Esteatorreicas -
Esteatose) e à perda de muitas vitaminas lipossolúveis, ou seja, que precisam
estar dissolvidas em gordura para serem absorvidas.
Sinais Clínicos
- Em animais jovens pode causar diarreia intermitente com comprometimento da
digestão e absorção de alimentos, acarretando desidratação, perda de peso e
morte em alguns casos.
- A diarreia é fétida, pode ser espumosa, esbranquiçada, com rajas de sangue e
esteatorreicas.
- Aguda, intermitente ou crônica
- Vômitos ocasionais
Diagnóstico
- Exame direto das fezes coradas pelo iodo (trofozoíto indica doença ativa)
- Realizar 3 testes sequenciais com intervalo de 7 dias quase 100% de
sensibilidade (se não houver repetição do exame pode haver falso
negativo)
- Estudos demonstram que 76% das infecções são diagnosticadas quando
se utiliza uma única amostra, aumentando para 96% quando três
amostras são realizadas.- Faust
- Sorológico (ELISA, imunofluorescência direta)
- Diagnóstico Diferencial:
- Qualquer doença que cause diarreia aguda:
- Neoplasias
- Medicamentos
- Toxinas
- Disfunção orgânica sistêmica...
Tratamento
- Febendazol
- Febantel + Praziquantel + Pirantel
- Metronidazol
- Metronidazol + Sulfadimetoxina
- Febendazol + Metronidazol
- Em casos de maior resistência:
- Secnidazol (atenção! Pode ser usado em cães e gatos porém há restrição
devido a toxicidade) – Farmácia de manipulação – Humano. – Durante 15
dias
- Tratamento Suporte:
- Fluidoterapia, antieméticos, probióticos, protetor hepático(antitóxico)...
- Tratamento alternativo – Homeopatia
- Fator Diproto zoo – durante 6 meses (água)
- Tratamento no Homem:
- Metronidazol
- OU tratamento baseado no Mebendazol, Albendazol e Nitazoxanida
Controle
- Limpeza e descontaminação do ambiente onde vivem os cães, utilizando
preferencialmente uma solução de amônia quaternária ou água sanitária.
- Tratamento dos animais infectados.
- Vacinação dos animais (1ª dose 8 semanas e 2ª dose 12 semanas, refazer
anualmente) (Somente cães; eficácia de 60%-70%, e se desenvolver, ocorre de
forma mais branda)
- Se não houver saneamento básico e condições de higiene, as fezes podem
contaminar córregos e riachos e reiniciar o ciclo infeccioso.
- Por isso é importante tratar todos os infectados por Giárdia, mesmo que não
apresentem sintomas. Também se recomenda a fervura da água em locais onde
não há tratamento hídrico adequado.
- Higiêne Básica
Toxoplasmose
- O gênero Toxoplasma possui uma única espécie: Toxoplasma gondii
- Não é uma doença de notificação compulsória
- É um coccídio intestinal de gatos
- HI: qualquer mamífero, incluindo o homem ou aves. O gato também pode ser um
hospedeiro intermediário e abrigar estágios extra-intestinais.
- Localizações no HI: Taquizoítos e bradizoítos em tecidos extra-intestinais,
incluindo músculos, fígado, pulmão e cérebro.
- No hospedeiro intermediário a reprodução do parasita é assexuada.
- HD: Todos os felídeos. O gato doméstico é o mais importante
- Localizações no HD: esquizontes e gamontes no ID
- No hospedeiro definitivo a reprodução do parasita é sexuada.
- Os oocistos são muito resistentes.
Transmissão
- Os gatos após a infecção, eliminam oocistos por uma a duas semanas e depois
ficam resistentes a reinfecção.
- Porém alguns podem se tornar portadores (pela permanência de esquizontes) e
em momentos de baixa imunidade (prenhez ou doença intercorrente) pode haver
reativação da infecção com nova eliminação de oocistos.
- Insetos coprófagos podem contaminar verduras, carnes e forragens.
- Moscas e baratas podem veicular oocistos.
- A prevalência em humanos é mais alta em VETERINÁRIOS, funcionários de
abatedouros e em pessoas que lidam com gatos.
- Consumo de carnes cruas e mal cozidas contaminadas de animais que
ingeriram oocistos. São fonte comuns de infecção.
- Manuseio de terra contaminada.
- Transmissão transplacentária
- Homem: A infecção pode ser adquirida ou congênita.
- A adquirida pode ser: pela ingestão de oocistos presentes nas fezes,
água/alimentos contaminados, manipulação de fezes, insetos contaminados com
oocistos > alimentos, ingestão de carne mal cozida contendo cistos, transfusão
sanguínea.
- Congênita: Em mulheres grávidas ocorre quando a mulher tem contato com a
infecção pela primeira vez durante a gestação.
Identificação
- Estágios intestinais (HD):
- Esquizontes: ocorrem no jejuno e íleo, contendo cerca de 32 merozoítos.
- Gamontes: São mais comuns no íleo e tem aproximadamente 10 µm de
diâmetro
- Os oocistos são encontrados nas fezes de gatos, não esporulados e
medem 12X10 µm.
- De um a cinco dias no ambiente, o oocisto vai esporular onde contém
dois esporocistos, cada um com quatro esporozoítos.
- Estágios extra intestinais (HI)
- Taquizoítos: São encontrados desenvolvendo-se em fibroblastos,
hepatócitos, células reticulares e células miocárdicas. Em qualquer uma,
pode haver 8 a 16 microorganismos.
- Bradizoítos: Estão contidas em cistos e ocorrem principalmente nos
músculos, fígado, pulmão e cérebro. Os bradizoítos são lanceolados
podem estar presentes vários milhares num cisto.
- As infecções são adquiridas através do trato digestivo onde os
organismos se disseminam pelos vasos linfáticos e sistema porta,
invadindo vários órgãos e tecidos.
Ciclo Evolutivo
- Hospedeiro Intermediário:
- A infecção dos HI´s podem ocorrer de duas maneiras:
- Na primeira: são ingeridos oocistos esporulados e os esporozoítos
liberados rapidamente penetram na parede intestinal e se
disseminam pela via hematógena.
- Este estágio é denominado taquizoíto e ao entrar numa célula,
multiplica-se assexuadamente num vacúolo formando o
esquizonte.
- Quando já acumularam-se 8-16 taquizoítos, a célula se rompe e
novas células se infectam. Esta é fase aguda da doença.
- Em seguida, formam os cistos contendo milhares de organismos,
que são denominados bradizoítos.
- O cisto contendo os bradizoítos é a forma latente, sendo a
multiplicação mantida sob controle pela imunidade adquirida do
hospedeiro.
- Se a imunidade decair, o cisto rompe-se, liberando os bradizoítos
que se tornam ativos e recuperam as características invasivas dos
taquizoítos.
- Em segundo lugar, comumente ocorre infecção pela ingestão de
bradizoítos e taquizoítos na carne de um outro hospedeiro
intermediário.
- Portanto carnívoros e homem podem adquirir a infecção pela
ingestão de carne crua ou mal cozida.
- O ciclo de desenvolvimento após a infecção por taquizoítos ou
bradizoítos é semelhante ao que ocorre após a ingestão de
oocistos.(esquizonte)
Patogenia e Sintomatologia
- Está sempre relacionada à fase extra intestinal de desenvolvimento.
- Em infestações maciças os taquizoítos podem provocar área de necrose em
órgãos vitais, como o miocárdio, os pulmões, o fígado e o cérebro, nesta fase o
indivíduo pode se tornar febril e ocorre linfadenopatia.
- Conforme a doença avança, formam-se bradizoítos, sendo esta fase
usualmente assintomática.
- Nos gatos a doença clínica é rara, embora tenham sido registrados: enterite,
linfonodos mesentéricos dilatados, pneumonia, alterações degenerativasno
sistema nervoso central e encefalite em infecções experimentais.
- A transmissão congênita, ocorre após a ativação de cistos de bradizoítos
durante a prenhez.
- Cães, apresentam febre, lassidão, anorexia e diarreia. São comuns pneumonia e
manifestações neurológicas. Pode ocorrer infecção junto com cinomose.
- À necropsia podem ser encontrados cistos de bradizoítos em células no cérebro
e trato respiratório; os linfonodos associados ficam aumentados de volume.
- Ruminantes, apresentam febre, dispneia, sintomatologia nervosa e aborto.
(bradizoítos no cérebro)
- Sem dúvida o papel mais importante da toxoplasmose em ruminantes é aborto
em ovelhas e mortalidade perinatal em cordeiros.
- Outros hospedeiros: Há relatos de toxoplasmose em suínos jovens, aves,
equinos e coelhos silvestres.
- Homem:
- Adquirida: na maioria das vezes as infecções são assintomáticas, porém
quando clinicamente aparentes apresentam febre baixa, mal estar com
linfadenopatia geral (pp linfonodos cervicais)
- O envolvimento de órgãos vitais são raros mas há registro de miocardite,
encefalite e retinocoroidite, com agravamento da infecção em
imunossuprimidos
- Congênita: Podendo ser assintomáticas, até 10% resultam em abortos,
natimortos ou lesão do sistema nervoso.
- O problema é maior quando a doença é adquirida no primeiro trimestre da
gravidez podendo levar a retinocoroidite e necrose cerebral,
hepatomegalia, insuficiência hepática, convulsões e hidrocefalia.
Diagóstico
- Testes sorológicos –ELISA - Pesquisa de anticorpo específico (IgG e IgM)
- Teste do corante Sabin-Feldman (detecta anticorpos no soro)
- Teste de Imunofluorescência indireta, sempre colhendo amostras pares a
intervalos de uma a duas semanas para identificação de título crescente
(infecção recente).
Tratamento
- Homem:
- Sulfadiazina
- Sulfametozazol
- Sulfadoxina
- Pirimetamina
- Espiramicina
- Tratamento cerca de 3 semanas até 8 semanas
- Animais:
- Não existe tratamento completamente satisfatório
- A clidamicina é o medicamento de escolha para cães e gatos
- Em gatoss, como terapia adjuvante contra uveíte, pode ser administrado
colírio de prednizona a 1%
- Uma combinação da droga pirimetamina com a sulfadiazina foi descrita
como eficaz contra taquizoítos, mas não contra bradizoítos, porém é
bastante tóxica em gatos.
- Embora se estime que aproximadamente 60% dos animais com
toxoplasmose se recuperam com o tratamento, o prognóstico é
reservado, sendo a mortalidade alta em neonatos e animais
imunossuprimidos.
Profilaxia
- Realização de exames pré-natal;
- Evite comer carne crua ou mal passada;
- Lave as mãos antes de se alimentar;
- Sempre lave seus alimentos
Fascilose
- Fascíola hepática é um parasita que se localiza no fígado de ruminantes,
podendo infectar também equinos, suínos e humanos (acidental)
- O parasito pertence a classe Trematoda (Helminto)
- Visto facilmente a olho nú. Fixa-se externamente no fígado
- Hermafrodita e com tegumento coberto de espinhos.
- A Fascíola se localiza dentro da vesícula e de canais biliares mais calibrosos.
- No homem, que não é seu hospedeiro habitual, encontra-se nas vias biliares,
alvéolos pulmonares e esporadicamente em outros locais.
- É um parasita heteroxeno, tendo como HI caramujos Lymnaea columela e L.
viatrix.
Ciclo Biologico
- Ovos eclodem em temperatura acima de 10°C
- Parasita adulto > ovos operculados na bile > intestino > meio ambiente >
maturação da larva miracídio (ainda no ovo/viável 9 meses) > miracídio sai do
ovo em contato com a água e luz solar > nada livremente (vive 6 horas sem o
HI) e é atraído pelo muco do caramujo > penetra no HI > cada miracídio forma
um esporocisto > um esporocisto dá origem a várias rédias > rédias dão origem
as cercarias > saem do caramujo
- cercarias perdem a cauda > se transforma em cisto (metacercária) aderindo em
plantas aquáticas > o animal ou o homem se infectam ingerindo água ou
alimentos contaminados > metacercárias desincistam-se no intestino delgado >
perfura mucosa intestinal > cavidade peritoneal >fígado (acidentalmente
pulmões-abcessos) >vesícula biliar > ductos biliares > adultos.
- PPP-6 a 12 semanas
Patogenia
- hipertrofia dos canais biliares, necrose do canal hepático, infiltração bacteriana,
insuficiência biliar e hepática, podendo levar a cirrose hepática, hepatomegalia.
Sintomas
- Dores abdominais, diarreia, febre, leucocitose, eosinofilia, emagrecimento,
angiocolite, colicistite ou colite, constipação, anorexia, dispepsia, má digestão,
má absorção alimentar, icterícia, palidez das mucosas, edema submandibular e
do úbere.
Diagnóstico
- Sorologia (eosinofilia) (hemograma)
- Flutuação: quando há ovos leves - a maioria
- Pesquisa de ovos nas fezes (sedimentação - quando há ovos pesados) e bile
(pouco sensível)
- Pesquisa de anticorpos específicos ELISA
- Exame de imagem
Tratamento
- Diedrometina
- Albendazol
- Triclabendazol
- Nitroxinil
- Cirúrgico com extração dos helmintos (humanos)
Profilaxia
- Destruição do caramujo (molusquicidas)
- Tratamento dos animais
- Drenagem de pastos alagados
- Não tomar banho em áreas alagadas próximo a pastos
- Ingerir somente água tratada
- Higienização adequada de hortaliças
- Não plantar agrião em áreas com fezes de ruminantes ou provenientes de zona
de risco. (É rasteira e cultivada em lâmina de água)
Neosporose
- Doença infecciosa causada pelo protozoário Neospora caninum (parasita
intracelular obrigatório)
- Acomete várias espécies domésticas e silvestres, principalmente cães e bovinos
- HD - Cão
HI - bovinos, caprinos, ovinos, equinos, caninos, cervídeos
- Importante causa de aborto e morte neonatal em bovinos, caprinos, ovinos e
equinos
- Em fêmeas prenhes o feto pode morrer no útero, ser reabsorvido,
mumificado, natimorto, nascer vivo, mas doente, ou ainda, nascer
clinicamente normal, mas cronicamente infectado
- Cães - doença neuromuscular
- O parasita tem predileção por células sanguíneas mas podem ser encontrados
em vários órgãos: neurônios, fibroblasto, miócitos (fibras musculares), endotélio
vascular, rins e fígado
- Oocistos - esporulam no ambiente em 24hrs a 72hrs, forma infectante no
ambiente.
- Esporozoíto - ingestão de oocistos os libera na luz intestinal, passa a ser
taquizoíto
- Taquizoítos - forma intracelular (macrófagos, leucócitos, hepatócitos, endotélio
vascular, células tubulares renais)
Forma circulante.
- Bradizoítos - forma intracelular de multiplicação lenta que se incista, forma de
resistência no organismo- SNC e t. muscular
Forma de cisto em órgãos
- Cães:
- Prevalência em cães de fazenda
- Filhotes mais afetados
- Similar a toxoplasmose porém com sinais mais graves
Etiologia
- Bovinos:
- Infectados principalmente de forma vertical, sendo esta forma
responsável por até 95% das infecções no rebanho.
- Esse tipo de transmissão não é efetivo em 100% da população, por isso o
parasita necessita de uma forma de infecção horizontal para se manter no
rebanho.
- Grande parte dos bezerros filhos de mães soropositivas são
congênitamente infectados, porém apresentam-se muitas vezes
clinicamente normais.
- A infecção horizontal pode ser adquirida pela ingestão de oocistos
esporulados, pela contaminação em pastagens, silagem, cochos ou
bebedouros por fezes de cães criados conjuntamente com o rebanho.
- Canídeos (HD) infectam-se:
- Comendo tecido contaminado proveniente dos HI (placenta, músculos),
contendo cistos ou oocistos esporulados
- Auto-contaminação ao comer suas próprias fezes ou de outros cães
contaminados.
- Via transplacentária é a principal via de transmissão conhecida, podendo
também se infectar via transmamária - porém a frequência de
transmissão é variável.
- A transmissão transplacentária ocorre durante a fase assexuada do ciclo do
parasita
Sintomas
- Encefalite, poliarticulite, polimiosite e paralisia ascendente dos membros
posteriores (congênita);
- Doença cerebelar, tremores de cabeça;
- Dificuldade de deglutição, miocardite associada à morte súbita e pneumonia;
- Pode haver dermatite severa.
Diagnóstico- Bovinos:
- Histopatológico de cérebro, fígado e coração de fetos abortados
- Imunohistoquímica e PCR
- Isolamento e cultura (inoculação em animais de laboratório)
- Testes sorológicos (identificam a doença e indicam se a infecção é
recente ou crônica)
- Cães:
- Difícil muito semelhante a outras doenças
- Parasitológico de fezes poucos oocistos
- Imunohistoquímica dos tecidos
- Testes sorológicos
Tratamento
- Cães:
- Não há vacina
- Clindamicina + Sulfonamidas potencializadas + Pirimetamina
- Antinflamatórios + fisioterapia + dieta adequada
- Bovinos:
- Existe vacina - Bovilis Neoguard (MSD) - baseado em estudos científicos,
reduz cerca de 46% A 50% de abortos em bovinos soropositivos
- Não existe tratamento que os torne livres do parasita
- Descartar animais soropositivos
Controle
- Evitar a presença de cães em estábulos e locais de manejo dos bovinos
- Fontes de água e alimentação dos bovinos devem ser protegidos da defecação
dos cães
- Fetos e restos placentários oriundos de aborto devem ser enterrados
- Não dar carne crua aos cães
Tristeza Parasitária Bovina
(Babesiose bovina + Anaplasmose)
- Complexo de enfermidades causadas por agentes etiológicos distintos, porém
com sinais clínicos e epidemiologia similares: babesiose e anaplasmose,
transmitidas principalmente pelo carrapato Boophilus microplus (Rhipicephalus
microplus).
Patogenia e Sintomas
- Achados de Necropsia:
- Hepatoesplenomegalia,
- Rins congestos e escuros
- Tecido conjuntivo e adiposo ictérico.
- Congestão ou petéquias em alguns órgãos
- Edema pulmonar
- Superfície da massa cinzenta do cérebro pode aparecer na coloração
rosa
Babesiose bovina
- Parasitas intra-eritrocitários transmitidos por carrapatos, nos quais o protozoário
passa por via transovariana, de uma geração de carrapatos à geração seguinte.
- Particularmente grave em animais que não tiveram contato prévio com o
protozoário introduzidos em áreas endêmicas.
- Hospedeiros: Todos os animais domésticos
- Alta morbidade e alta mortalidade
- Encontrados isoladamente ou em pares, nos eritrócitos, frequentemente
dispostos em um ângulo característico, com as extremidades estreitas opostas.
- São tipicamente piriformes
Transmissão
- Carrapato Boophilus microplus (HI)
- Agulhas e instrumentos cirúrgicos contaminados também podem transmitir a
infecção mecanicamente
Epidemiologia
- Depende da interação de uma série de fatores:
01) A virulência da espécie
02) Idade do hospedeiro - animais mais jovens são menos suscetíveis à babesiose do
que os animais mais velhos
03) Estado imune do hospedeiro - o animal jovem adquire a imunidade pelo colostro da
mãe. Em áreas endêmicas, como consequência sofre apenas infecções transitórias.
04) O nível de desafio do carrapato - Em áreas endêmicas a população animal tem um
alto nível de imunidade por repetidos desafios e o contrário também é verdadeiro.
05) Stress - Em áreas endêmicas o aparecimento da doença está relacionado a
ocorrência de stress, como o parto ou outra doença.
Ciclo Biológico
01) O organismo divide-se assexuadamente por fissão binária e forma dois ou às vezes
quatro indivíduos no eritrócito.
02) A célula hospedeira rompe-se – os organismos são liberados – penetrando em
novos eritrócitos.
03) Sangue parasitêmico é ingerido pelo carrapato, em geral a fêmea adulta
apresenta-se ingurgitada
04) Em seguida passa pelo processo de esquizogonia, resultando em corpos
alongados claviformes e móveis, denominados vermículos.
05) Vermículos migram para os tecidos do carrapato, especialmente o ovário e sofrem
multiplicação posterior, produzindo mais vermículos. PP – 7 dias
06) No ovário do carrapato – vermículos invadem os ovos – multiplicam-se nos tecidos
das larvas eclodidas – larvas se alimentam pela primeira vez – os vermículos entram
nos ácinos salivares e formam esporozoítos infectantes – que são inoculados no novo
hospedeiro antes de cessar a alimentação.
07) Ocorre a transmissão de estádio para estádio, os vermículos alcançam as
glândulas salivares do próximo estádio do carrapato quando começa a alimentação e
amadurecem, tornando-se infectantes.
08) A babesia faz transmissão vertical durante pelo menos duas a três gerações de
carrapatos.
Patogenia e Sintomas
- Os parasitas se dividem rapidamente nos eritrócitos, produzem rápida destruição
das células, com concomitante hemoglobinemia, hemoglobinúria (urina com
sangue) e febre.
- O quadro agudo pode causar morte em poucos dias, durante os quais o volume
globular cai para menos de 20%.
- Ht < 14% (hematócrito)
- A parasitemia pode ser detectada no início da sintomatologia clínica, pode
envolver de 0,2 a 45% do eritrócitos.
- A necropsia, a carcaça apresenta-se pálida e ictérica, a bile é espessa e
granular podendo haver hemorragias subepicárdicas e subendocárdicas.
- Nas formas mais moderadas da doenças apresenta-se febre, anorexia e leve
icterícia por vários dias.
- Nas infecções por B.bovis e B.canis, podem ocorrer acúmulo de eritrócitos nos
capilares do cérebro (babesiose cerebral pode causar convulsões) -
hiperexcitabilidade e incordenação.
- A gravidade da doença está associada a patogenicidade de espécie ou cepa de
babesia, a intensidade da infecção, à resposta imune e a idade do hospedeiro.
- Babesia bovis- é encontrada em capilares de órgãos centrais como cérebro,
cerebelo, meninges e nas vísceras como rins, baço, fígado, coração e pulmão
- Babesia bigemina- parasita com mais frequência as hemácias da circulação
periférica
- Febre aguda e elevada (41º), anorexia, depressão, fraqueza, parada da
ruminação e queda da produção de leite.
- Aumento da FR e FC.
- Vacas prenhes geralmente abortam.
- Hemólise anemia acentuada, icterícia e hemoglobinúria.
- Babesiose cerebral- falta de coordenação motora (Ataxia), paralisia dos
posteriores, convulsões e coma.
Diagnóstico
- A história e sintomatologia clínica geralmente são suficientes para justificar o
diagnóstico de babesiose.
- Para confirmação, esfregaços sanguíneos, corados com Giemsa, revelará os
parasitas nos eritrócitos.
- Uma vez cessada a febre, frequentemente é impossível encontrá-los pois são
rapidamente removidos da circulação.
- Testes sorológicos
Tratamento
- Dipropionato de imidocarb - Tratamento de escolha
- Diamidinas aromáticas - Diminazeno
- Carência para abate - 30 dias
- Carência para o leite - 72 horas
- Tratamento suporte:
- Transfusão sanguínea (induz corticóide antes, para evitar choque
anafilático devido a falta de teste de tipagem sanguínea)
- reações: inquietação, tremores, salivação, dispineia, micções e
defecações.
- Dipirona
- Dexametasona
- Hidratação
- Protetor hepático
- Controle do carrapato
Controle
- Imunidade através do colostro em áreas endêmicas, a imunidade adquirida
através do colostro é reforçada gradativamente por exposição repetida à
infecção.
- A importância veterinária da babesiose se dá principalmente devido ao fato de
atuar como obstáculo na introdução de rebanhos selecionados provenientes de
outras regiões, vigilância nos primeiros meses após sua chegada e, se
necessário, tratamento.
- As áreas de instabilidade enzoótica também criam problemas quando as
quantidade de carrapatos aumentam repentinamente ou os animais são levados
a uma área infestada por carrapatos.
- Pulverização ou banhos carrapaticidas regulares com acaricidas
- Seleção e criação de bovinos resistentes
- Medicamentos preventivos contra carrapato
Anaplasmose
- Anaplasma centrale e Anaplasma marginale
- Parasitos intracelulares obrigatórios, sendo encontrados exclusivamente na
membrana, vinculado a vacúolos do citoplasma da célula hospedeira.
- Localização: eritrócitos
- Raças zebuinas e europeias são igualmente susceptíveis, bem como seus
cruzamentos
Transmissão
- Principalmente por carrapatos Boophilus microplus e também por moscas,
mosquitos e outros insetos picadores, como os Tabanídeos (mutuca) e os
Stomoxys calcitrans (mosca do estábulo)
- Agulhas e instrumentais contaminados também constituem uma importante fonte
de infecção.
- A transmissão biológicafeita por carrapatos é pelo menos duas vezes mais
eficiente que a transmissão mecânica feita pela mosca de estábulo.
- Hospedeiros intermediários: Umas 20 espécies de carrapatos, incluindo o
Boophilus microplus, como ocorre transmissão transovariana na maioria das
espécies podem ser considerado HI, embora haja poucas informações sobre o
desenvolvimento dos parasitas no carrapato.
- Hospedeiros definitivos: Bovinos, ruminantes silvestres e ovinos eventualmente
podem ser reservatórios de infecção.
Patogenia
- Hemólise contínua anemia hemolítica, icterícia
- Em 7 dias cerca de 70% dos eritrócitos são destruídos
- Necropsia:
- Icterícia, vesícula biliar dilatada, fígado com sufusão biliar.
- Baço e linfonodos dilatados e congestos, hemorragias petequiais na
musculatura cardíaca.
- Urina com coloração normal
- Recuperação lenta e prolongada nos sobreviventes.
Sintomas
- É discreta em bovinos com menos de um ano que não tiveram contato prévio
com o Anaplasma.
- A partir daí a susceptibilidade aumenta aos 2 e 3 anos , desenvolvem a
anaplasmose típica e frequentemente fatal.
- Os sintomas incluem pirexia (febre), anemia, icterícia, dispneia intensa e em
vacas grave queda na produção de leite e aborto.
- Lacrimejamento, sialorreia (salivação intensa)
- Diarreia
- Anorexia
Diagnóstico
- Sinais clínicos
- Hemograma - esfregaço sanguíneo
- Testes sorológicos (ELISA e Imunofluorescência indireta
Tratamento
- Tetraciclina ou oxitetraciclina
- Dipropionato de imidocarb
- Tratamento suporte: (o mesmo da babesiose)
Controle
- Pulverização
- Amitraz
- Cipermetrina
- Diflubenzuron (Difly) - utilizado adicionado ao sal mineral, ração ou proteinado.
- Fornecido à vontade
- Parasit100 - Homeopático
- Adicionado a ração
- Para controle de carrapatos
- Biocarrapaticidograma
- Análise
- Dá mais resultado no controle de carrapatos
Babesiose Equina
- Doença de caráter hemolítico
- Piroplasmose equina - na literatura
- Babesia equi e babesia caballi
- Os trofozoítos são encontrados dentro de eritrócitos - piriforme, oval ou cruz de
malta
- Conhecida como piroplasmose equina ou nutaliose equina
Etiologia
- Babesia equi - forma de cruz de malta ou roseta
- Babesia cabali - semelhante a B. bigemina, encontrada aos pares
- Hospedeiros susceptíveis: Equinos, bovinos, ovinos e caprinos
- Transmissores: carrapatos
- Dermacentor - Principal transmissor
- Amblyoma
- Rhipicephalus
- No carrapato não há transmissão transovariana, somente de estádio para
estádio
- Agulhas e seringas são disseminadores
- Equinos mais jovens e mais idosos são os hospedeiros mais susceptíveis
Patogenia
- Hemólise - anemia, icterícia, edemas
- Obstrução de capilares de vários órgãos por células parasitadas
- Fragilidade capilar extravasamento perivascular de eritrócitos hemorragia
macroscópica
- A morte ocorrerá por falência de órgãos
Sinais Clínicos
- Aguda /super aguda/ crônica
- Febre, apatia, depressão, sede acentuada, inapetência, lacrimejamento
- Pode haver destruição de 50% dos eritrócitos hemoglobinúria
- Eventualmente edema na cabeça, pernas e parte ventral do abdômen
- Hematócrito fora do estado normal (32% - 53%)
- Na infecção por B. caballi paralisia dos membros posteriores
- Constipação intestinal, emaciação
- Hemorragias nasal, vaginal e da terceira pálpebra
- Morte pode ocorrer em 2 dias (super aguda), em 12 dias (aguda) ou tornar-se
crônica.
- Mortalidade pode chegar a 50%
Diagnóstico
- Exame até o quinto dia - alta parasitemia
Tratamento
- Dipropionato de imidocarb
- Tratamento suporte:
- Transfusão sanguínea (< 12% hematócrito), soroterapia, complexos
vitamínicos
- Cuidado com a toxicidade dos fármacos
- Alguns animais podem tornar-se portadores - doença mal tratada ou
crônica
- Controle: combater o carrapato
- Semelhante a babesiose e anaplasmose bovina
Babesiose Canina
- Com característica hemolítica transmitida por carrapato causando anemia em
decorrência da destruição das hemácias por ação direta do parasita e por
reação imunomediada.
- Babesia canis e babesia gibsoni
- Parasita divide-se por divisão binária, rompem o eritrócito e são liberados,
invadindo assim novas células.
-
Transmissão
- Rhipicephalus sanguineus, Dermacentor spp
- Transfusões sanguíneas, transplacentária.
Epidemiologia
- A forma aguda é de grande prevalência e atinge principalmente os animais
jovens
- Histórico de contato com carrapato
- Não há predileção racial
- Está comumente associada à erliquiose
Patogenia e Sintomas
- A gravidade da doença depende da condição imunológica do hospedeiro.
- Apattia deplorada
- Equimoses - trombocitopenia
- Ht < 12% - transfusão
- O parasita se replica no interior das hemácias - hemólise intra ou extravascular
- Anemia hemolítica
- Febre
- Hipóxia
- A gravidade dos sintomas clínicos assim como o comprometimento dos órgãos
dependem:
- do grau de hemólise
- da patogenicidade da cepa
- da susceptibilidade do hospedeiro
- A doença pode se apresentar sob as seguintes formas: subclínica, aguda,
hiperaguda, crônica e atípica
- Hiperaguda:
- Ocorre apenas com as espécies mais patogênicas
- Choque hipotensivo e morte rápida
- Hipóxia, lesão tecidual intensa.
- Ocorrendo ocasionalmente em filhotes de cães infectados, não tendo sido
relatada em animais adultos.
- Grande chance de transmissão transplacentária ou logo após o
nascimento
- Aguda:
- É a forma mais comum da doença
- Anemia hemolítica (por conta de toda destruição celular), trombocitopenia
e esplenomegalia
- Outros sinais comumente observados são anorexia, letargia e vômitos.
- Hematúria e icterícia (nem sempre, depende da cepa), principalmente em
cães infectados por B. canis
- Linfadenopatia generalizada e edema periorbitário (inchaço ao redor dos
olhos)
- Crônica:
- Passa quase sempre despercebida e não dá chance do tutor buscar
ajuda porque avança rapidamente para estado terminal
- Febre intermitente, diminuição do apetite, perda de peso, edema,
fraqueza, esplenomegalia e mais raramente hemoglobinúria e icterícia.
- Estado terminal - insuficiências hepática e renal
- Atípica:
- Grande variedade de sinais clínicos, como sinais gastrintestinais (vômito,
diarreia, estomatite e constipação), sintomas neurológicos (babesiose
cerebral) e manifestações vasculares (edema, ascite).
- Ocasionalmente, são observados sinais brandos do trato respiratório
superior e dispneia
- Manifestações músculo-esqueléticas atípicas, como artrites e lombalgias.
- Secundariamente à babesiose cerebral, ocorrem convulsões e ataxia.
Diagnóstico
- Principal diagnóstico diferencial- anemia hemolítica imunomediada
- Presença de carrapatos (vetor)
- Infecções agudas: anemia, febre, palidez de mucosas, taquicardia, taquipneia,
depressão (sintoma que normalmente leva o tutor a levar o animal ao
veterinário), anorexia, fraqueza.
- Icterícia, petéquias, hepatoesplenomegalia.
- Quanto maior o sinal de icterícia, maior a gravidade
- Sintomatologia e histórico
- Hemograma completo (esfregaço sanguíneo)
- Perfil bioquímico e urinálise
- Sorologia (imunofluorescência indireta)
- PCR (portadores crônicos)
- Diferencial com: erliquiose, hepatozoonose e ancilostomose
Tratamento
- Controle do parasita
- Moderação da resposta imune e tratamento sintomático
- Eficácia relacionada à espécie de Babesia spp. a ser
- tratada :
- B. gibsoni (+ resistente a medicamentos) apresenta uma menor resposta à
terapia quando comparada com a B. canis
- Diaceturato de diminazeno
- Dipropionato de imidocarb
- Sulfato de atropina - 10 min antes (evita bradicardia)
- Diamizina (Ganaseg)
- Efeitos colateriais:
- Depressão, vocalização contínua, opistótono, ataxia, rigidez
extensora, nistagmo (perde o controle da movimentação dos olhos)
e convulsões.
- Mais comumente os animais apresentam salivação transitória,
diarreia, dispneia, lacrimejamento, depressão e vômitos
- Doxiciclina
- Reduz sinais clínicos mas não remove a infecção
- Tratamento suporte:
- Fluidoterapia - diminui toxemia, corrigindo os desequilíbrios eletrolíticos e
ácido- básicos perdidos durante adiarreia e os episódios de vômitos
- Outros antibióticos no caso de infecções secundárias
- Transfusão sanguínea
- Não é feito teste, porque não é comum apresentar alguma reação
anafilática, porém é usado corticoide para evitar que aconteça.
- Prednisona - Prednisolona (corticoide)
- Fazer acompanhamento do número de plaquetas
- Avisar ao proprietário que o tratamento pode não remover
completamente o parasito do organismo
- Oxigenioterapia
Profilaxia
- Controle do vetor da doença: o carrapato.
- Desinfetar periodicamente o ambiente onde o animal vive;
- Usar produtos veterinários carrapaticidas: coleiras, comprimidos etc
- Manter sempre curta a grama do jardim;
- Cães expostos ao carrapatos devem ser monitorados e tratados o mais rápido
possível
- Controle do vetor (carrapato) 2 dias de repasto para transmitir
- Controle dos doadores de sangue
Leishmaniose
- Uberlândia (endêmica)
- Leishmania infantum, Leishmania chagasi, Leishmania braziliensis
- Envolvido num espectro de doenças tegumentares e viscerais, de caráter
crônico (leva meses para identificar a doença) , muitas vezes deformante e até
fatal.
- Determinam doenças do sistema fagocítico mononuclear (macrófagos) que
apresentam características clínicas e epidemiológicas diversas.
Transmissão
- Transmitidas por flebotomíneos
- O Lutzomyia longipalpis (mosquito palha - HI) foi incriminado como espécie
vetora e foram descobertos os primeiros casos da infecção em cães
- No Brasil, a forma de transmissão é através da picada dos vetores - L.
longipalpis ou L. cruzi
- Leishmania visceral canina – infectados pela Leishmania chagasi e L. infantum
(Brasil) – também conhecida como Calazar.
- Leishmania cutânea – infectados pela Leishmania brasiliensis (Brasil)
- O ambiente característico e propício é aquele de baixo nível socioeconômico,
pobreza, promiscuidade, prevalente em grande medida no meio rural e na
periferia das grandes cidades.
- A atividade é crepuscular e noturna.
- Durante o dia, estes insetos ficam em repouso, em lugares sombreados e
úmidos, protegidos do vento e de predadores naturais
Ciclo Biológico
- Heteroxeno
- HI: Flebotomídeo - Lutzzomyia longipalpis
- Somente as fêmeas infectam e fazem repasto sanguíneo
- HD: Cão, homem e reservatórios silvestres
- Encontrados em duas formas estruturais
- Amastigota (encontrado nos vertebrados; se multiplica nos macrófagos)
- Promastigota (encontrado nos vertebrados)
- Como a Leishmania é um parasita intracelular obrigatório, as defesas do
hospedeiro são dependentes da atividade dessas células, que se encontram
reduzidas durante a infecção.
- Portanto, o aparecimento dos sintomas vai depender da imunocompetência do
hospedeiro.
Patogenia e Sintomas (LCV - Leishmania Canina Visceral)
- O quadro clínico dos cães infectados varia do aparente estado sadio a um
severo estágio final.
- Inicialmente, os parasitos estão presentes no local da picada.
- A alopecia causada pela infecção expõe grandes áreas da pele extensamente
parasitada.
- Classicamente apresenta lesões cutâneas, principalmente descamação e
eczema, em particular no espelho nasal e orelha, pequenas úlceras rasas,
localizadas mais frequentemente ao nível das orelhas, focinho, cauda e
articulações e pelo opaco.
- Nas fases mais adiantadas da doença, observa-se onicogrifose (crescimento
exagerado da unha), esplenomegalia, linfoadenopatia, alopecia, dermatites,
úlceras de pele, ceratoconjuntivite, coriza, apatia, diarreia, hemorragia intestinal,
edema de patas e vômito, além da hiperqueratose (os coxins incham, ressecam
e racham).
- Lembra quadro de cinomose
- Na fase final da infecção, ocorre em geral a paresia das patas posteriores,
caquexia, inanição e morte. Entretanto, cães infectados podem permanecer sem
sinais clínicos por um longo período de tempo
Patogenia e Sintomas (LC - Leishmaniose Cutânia)
- Lesões cutâneas - inflamação cutânea que evolui para necrose, úlceras rasas ou
profundas com bordas salientes e duras.
- Lesões mucosas úlceras nas mucosas nasal e oral, que podem progredir para
destruição das cartilagens e osso do focinho, palato, faringe e laringe.
- Lesões muco-cutâneas
Patogenia e Sintomas no Homem
- Período inicial: Febre com duração inferior a quatro semanas, palidez
cutâneo-mucosa e hepatoesplenomegalia.
- Período de estado: Caracteriza-se por febre irregular, geralmente associada a
emagrecimento progressivo, palidez cutâneo-mucosa e aumento da
hepatoesplenomegalia.
- Úlceras não cicatrizam devido à morte celular, então é necessário realizar
raspagem
- Período Final: Febre contínua e comprometimento mais intenso do estado geral,
desnutrição (cabelos quebradiços, cílios alongados e pele seca), edema dos
membros inferiores que pode evoluir para anasarca (edema generalizado).
- Outras manifestações importantes incluem: epistaxe, hemorragia gengival,
petéquias, icterícia e ascite. Nestes pacientes, o óbito geralmente é determinado
por infecções bacterianas e/ou sangramentos.
- Dentre elas destacam-se: otite média aguda, piodermites, infecções dos tratos
urinário e respiratório.
Diagnóstico
- O diagnóstico laboratorial da doença canina é semelhante ao realizado na
doença humana
- Sorológico - reação de imunofluorescência indireta– RIFI e Ensaio
imunoenzimático – ELISA.
- Exame parasitológico direto baseado na pesquisa da Leishmania em aspirado
de lesões cutâneas, medula óssea, linfonodo, baço ou raspado das bordas das
lesões. (formas amastigotas).
Tratamento
- Homem:
- Antimoniato de meglumina
- Os antimoniais pentavalentes são drogas consideradas leishmanicidas,
pois interferem na bioenergética das formas amastigotas de Leishmania.
- As lesões ulceradas podem sofrer contaminação secundária, razão pela
qual devem ser prescritos cuidados locais como limpeza com água e
antisséptico.
- Cães:
- Não existe cura para leishmaniose
- O tratamento é longo e exigente, nem sempre é eficaz e consiste na
estabilização do animal e no controle do parasita no organismo.
- Atualmente existem vacina e um medicamento que pode ser administrado
por via oral, porém caso não se opte pelo tratamento o animal deverá ser
sacrificado.
- Notificação obrigatória
- O médico veterinário se torna co-responsável, devendo denunciar caso o
tutor não volte para os tratamentos
- Se opte pela vacinação ou utilização do medicamento oral, é importante
continuar a utilizar produtos veterinários que repelem o inseto.
- Recomenda-se também evitar passeios durante o período de maior
atividade dos insetos, entre o entardecer e o amanhecer, assegurar um
bom estado de saúde do animal e realizar controles de saúde regulares.
- Todos os animais em tratamento com Milteforan devem ser mantidos com
repelentes ou inseticidas, para evitar que sejam re-infestados.
- O cadastramento do animal em tratamento é de extrema importância para
seu próprio benefício (lembrete de agendamento e retorno à clinica)
- Essa ferramenta é um sistema de uso obrigatório imposto pelo Ministério
da Agricultura e Pecuária pelos médicos veterinários que venham a tratar
os casos de Leishmaniose Visceral Canina com Milteforan.
- Vacina (Leish-Tec - Vacina Recombinante)
Prevenção e Controle
- Controle do vetor
- Limpeza periódica dos quintais, por meio da retirada de folhas, frutos, fezes e
outros entulhos que favoreçam a umidade do solo.
- Destino adequado ao lixo orgânico
- Uso de inseticidas
- Uso de telas de proteção
- Nos cães:
- Utilização de coleiras impregnadas de Deltametrina, tal como é
recomendado pela Organização Mundial de Saúde.
Miíases
- Popularmente conhecida como bicheira
- Zoodermatose caracterizada pela invasão de larvas de várias espécies de
moscas, em lesões da pele, mucosas ou orifícios e cavidades naturais do
organismo, que se alimentam do tecido vivo, necrosado, morto ou de alimentos
ingeridos pelo hospedeiro.
- Principais moscas: Dermatobia, Cordylobia, Calitroga, Lucilia, Sarcophaga,
Chrysomya, Phormya, Gasterophilus, Wohlfahrtia e Cochliomya.
Transmissão
- A mosca doméstica comum (musca domestica), podeser causadora facultativa
de Miíase.
- Na América do Sul, as responsáveis pela Miíase são as moscas Dermatobia
hominis, Cochliomya hominivorax, Cochliomya macelaria e espécies do gênero
Lucilia.
- As larvas mais novas são as mais claras
- A mosca varegeira (Cohiliomya hominivorax) é uma das principais descritas
como causadoras das chamadas bicheiras ou miíases.
- Hábito diurno
- Têm aparelho bucal lambedor e se alimentam de açúcares vegetais (néctar),
exsudato de lesão cutânea e secreções de mucosa de mamíferos,
exclusivamente tecidos vivos.
-
Classificação
- Miíase primária: Também chamada de forma furunculóide (berne), é causada
pela larva da mosca Dermatobia hominis, parasita obrigatório (específicas) que
invadem o tecido vivo.
- Não tem necessidade de ferimento. A mosca faz a postura no tecido vivo.
- Miíase secundária cutânea: Chamada popularmente de bicheira, é causada pela
larva da mosca cochilyoma hominivorax (mosca varejeira) e espécies do gênero
Lucilia, parasitas facultativos (semiespecífico), que invadem tecidos necrosados
de ulcerações da pele e mucosa, destes alimentando-se para o seu
desenvolvimento.
- Necessita da atração do tecido lesionado
- Miíase secundária cavitária: ocorre a ingestão de larvas de moscas ou alimentos
contaminados com ovos de moscas produtoras obrigatórias de Miíase, podendo
as larvas localizar-se no sistema gastrointestinal ou no trato urinário.
- Quanto a alimentação:
- Biontófagas: quando as larvas invadem o tecido vivo (o animal não
precisa estar ferido para que isso aconteça). Nessa categoria, estão as
espécies de insetos Callitroga americana, Dermatobia hominis e Oestrus
ovis.
- Necrobiontófagas: quando as larvas invadem tecidos já machucados por
necrose, onde as elas se alimentam do tecido morto. As moscas deste
grupo são: Lucilia, Sarcophaga, Phaenicia, Calliphora, Musca, Mucina e
Fannia.
Ciclo Biológico
- Adultos copulam uma vez após 5 dias de nascidos
- Após a cópula ovipõem em aberturas naturais do corpo (narinas, ânus, vulva) ou
em feridas recentes, incisões cirúrgicas, etc.
- Os ovos incubam em um dia e as larvas começam a se alimentar do tecido vivo
e a produzir uma secreção vermelho acastanhada de odor fétido e característico
- As larvas saem para empupar em cinco a sete dias e os adultos emergem em
cerca de uma a várias semanas mais tarde.
- Odores provindo de exsudados ou de mucosas (ex: bactérias ou mal hálito) são
atrativos para fêmeas, mais frequentemente por aquelas fertilizadas.
- Dezenas a centenas de ovos podem ser sucessivamente postos, por diferentes
moscas, próximos a uma mesma lesão.
- Após 12 a 24 horas da oviparidade, de cada ovo eclode uma larva de primeiro
estádio (L1), a qual por movimentos próprios alcança o foco da lesão cutânea,
iniciando o parasitismo, isto é, começando a se alimentar vorazmente de tecidos
vivos (não de tecido necrosado) do hospedeiro.
- Após mais dois dias a L1 muda para L2 e esta se transforma em L3 no curso de
três dias.
- Em cerca de mais três dias a L3 cessa o parasitismo e migra da lesão, caindo no
solo, onde se enterra (3 cm) e muda para pupa.
Cochilomya maccellaria
- Só ovipõe e é encontrada em tecidos necrosados e cadáveres
- É pouco frequente em vários Estados
Lucilia
- São agentes de miíases necrobiontófagas
- Muito frequente
Dermatobia hominis
- Mosca da berne
- Encontrada em todos os Estados com exceção das áreas secas do Nordeste
- Tem preferência por áreas úmidas e montanhosas (se abriga em capoeiras -
mata baixo - e matas)
- Ciclo:
- Adultos não se alimentam, aparelho bucal afuncional
- Após o nascimento ocorre a cópula
- Durante sua vida (7 dias) pode ovipor de 400 a 800 ovos
- Tamanho: 12 mm
- Cabeça e dorso marrom, parte ventral castanha, abdome azul metálico,
asas grandes de cor castanha
- A larva adulta mede cerca de 2cmX 0,5 cm
- Possui várias fileiras de espinhos
- Penetra na pele sã ou lesada (picada de inseto)
- Amadurece em 40 a 60 dias
Sintomas
- Dor no local
- Sensação de queimação
- Inchaço do local
- Irritabilidade
- Nervosismo
- A larva pode parasitar pele, orifícios naturais (genitália, focinho, olhos, canal
auditivo, trato urinário, estômago, intestino, cavidade nasal)
Diagnóstico
- Anamnese
- Exame físico (visualização das larvas)
- Exame clínico
- Em formas cavitárias que não são visíveis, podem manifestar enterocolite aguda
com dor abdominal, diarreia e sangramento anal, falta de apetite, apetite
caprichoso, sangramento nasal, etc é necessário aprofundar a investigação.
Tratamento
- Anestesia
- Tricotomia
- Retirada manual
- Limpeza do local com antisséptico
- Antibiótico para problemas bacterianos secundários
- Endectocidas
- Nytenpiran
- Utilizado no tratamento de miíases em cães, eliminou as larvas de 88,9%
dos animais em até 24 horas após a primeira dosagem.
- A exteriorização das larvas ocorreu por si só, sem manipulação e em
período médio de 20 a 37 minutos após a dosificação.
- Esta droga mostrou ação rápida, fácil administração (via oral), e ausência
de efeitos colaterais.
Controle
- Limpeza de feridas,
- Uso de antibióticos em feridas
- Atenção com pequenos ferimentos,
- Uso de produtos repelentes e inseticidas
- Endectocidas
- Limpeza do ambiente (matéria orgânica, fezes), combate à moscas
Sarna
- Pode acometer várias espécies: cães, gatos, bovinos, ovinos, caprinos, suínos,
equinos…
- Alguns são endoparasitas
- Os ácaros estão sempre presentes no corpo dos animais, contudo, alguns tipos
desencadeiam reações mais nocivas e que incomodam o animal.
- Existem três tipos de sarnas mais comuns:
- Sarna demodécida – Demodex canis
- Sarna sarcóptica – Sarcoptes scabiei
- Sarna otodécica- Otodectes cynotis
Demodiciose/Demodicose - Sarna demodécica
- Causada pelo ácaro Demodex que faz parte da fauna da pele dos animais.
- O Demodex canis com afinidade aos canídeos, D. cati aos felídeos, D criteri aos
Hamsters, o D cuniculi aos coelhos e lebres.
- Normalmente convive com o animal sem causar nenhuma alteração na sua
saúde, porém pode tornar-se um agente extremamente nocivo a qualquer
momento.
- Para que isso ocorra é necessário que haja uma baixa de resistência do
organismo, só assim o parasita torna-se ativo.
- O ácaro, que vive na profundeza da pele nos folículos pilosos e glândulas
sebáceas, passa a se reproduzir de forma extraordinária e espalhar-se pelo
organismo.
- É também conhecida como sarna negra, sarna demodécica, sarna folicular,
sarna vermelha e nos casos mais graves, lepra canina.
- Ao invés da coceira, a sarna negra causa feridas com secreções e odor forte.
- Sendo uma doença ligada à genética, é recomendada a castração dos animais
que a apresentem, evitando assim a sua propagação.
- Ela não tem cura, mas pode ser controlada.
- Apresenta corpo do tipo vermiforme, dividido em duas partes, o gnatosomo ou
falsa cabeça que contém as peças bucais e o idiosomo que compreende o
restante do animal, onde as patas estão inseridas, o que o diferencia dos demais
gêneros de ácaros
- Alimenta-se de células, sebo e debris epidérmicos e é seletivo quanto à
localização
Ciclo Biológico
- Totalmente intradérmico, nos folículos pilosos e glândulas sebáceas, em
um período de 20 a 35 dias e ocorre inteiramente no animal hospedeiro.
- Provavelmente, devido a sua localização profunda na derme, é muito
difícil a transmissão entre animais, a menos que haja um contato
prolongado, como na amamentação, por exemplo.
- Filhotes de mães portadoras, obtidos por cesariana e alimentados longe
do contato da cadela, não albergam ácaros, provando que a transmissão
transplacentária ou intrauterina não ocorre. Assim, o D. canis não é
considerado contagioso, exceto para filhotes, recém-nascidos.
- Alimentação -> células epiteliais
- Ovo -> larva -> protoninfa -> deutoninfa -> adulto
- Adultos - cópula superfície da pele -> fase de contaminação
- Ovipostura -> dentro do folículo piloso
Fatores Predisponentes
- Estresse, desnutrição, estro, parto, vacinas, doenças debilitantes. Decorrente de
fatores imunossupressores.
- Ex.:
-Imunodepressão
- Parasitismo por Ancylotoma, dirofilaria e toxoplasma
- Blastomas: fígado e baço
- Hepatopatias: cirrose e Insuficiência hepática
- Hiperadrenocorticismo
- Cio, gestação etc.
Manifestações Clínicas
- Não há prurido (coceira) - somente em infecções secundária
- Animais sadios - têm o ácaro em não apresentam doença
- Demodicose localizada:
- Menos grave, caracteriza-se por uma reação seca, com pouco eritema,
mas alopecia difusa, escamação e espessamento da pele;
- Lesões mais comuns são na face, mas podem ser encontradas por todo
corpo.
- Em geral, não são pruriginosas, a menos que ocorra infecção secundária
- De 1 a 5 áreas de alopecia irregulares
- Graus variáveis de eritema, hiperpigmentação e descamação
- Comedos (Inflamação do Folículo Riboso)
- Lesões secundárias
- Mais observada em filhotes
- Auto limitante
- Demodicose generalizada:
- Demodicose generalizada, pustular ou folicular constitui a forma grave e
segue a invasão bacteriana das lesões frequentemente por estafilococos.
- A pele torna-se enrugada e espessa com pequenas pústulas, das quais
fluem soro, pus e sangue, dando a esta forma o nome comum de sarna
negra.
- Os animais acometidos têm odor desagradável
- Acomete cães 3 a 18 meses
- Em mais velhos -> fatores imunossupressivos (doenças debilitantes e
drogas-corticóides) e endocrinopatias
- Mais de 5 lesões que podem se juntar em determinadas áreas
- Alopecia regional, multifocal ou difusa
- Eritema, descamação, seborreia
- Pápulas (pequenas vesículas), pústulas (presença de puz) e crostas
- Prurido -> infecção secundária
- Pododemodicose
Diagnóstico
- Raspado cutâneo profundo
- Fita adesiva
- Histopatológico
Tratamento
- Ivermectina
- Moxidectina
- Doramectina
- 95% cura
- Selamectina
- Sorolaner
- Fluralaner
- Antibiótico
- Banho - peróxido de benzoíla
- Analgésicos e antinflamatórios
- Corticoides - Imunossupressor, então pode piorar a sarna. Não indicado, a não
ser se o animal estiver com algum outro problema.
Controle
- Advocate mensal (moxidectina)
- Coleiras com amitraz
Otocaríase - Sarna Otodécica
- Sarna auricular de cães e gatos
- Agente etiológico> Otodectes cynotis
- Espécies Acometidas: Cães, gatos, raposas, furões e outros carnívoros
silvestres
- A coceira é um sinal característico da sarna.
- O animal coça muito as orelhas, geme e pode chacoalhar a cabeça
insistentemente.
- Esse tipo de sarna fica restrito ao conduto auditivo, não aparecem lesões no
resto do corpo animal e as pessoas que convivem com ele não correm risco de
se infestarem.
- A sarna otodécica é exclusiva dos animais.
Ciclo Biológico
- Nutre-se superficialmente e um ciclo completo leva três semanas
- É um ácaro não escavador habitando a superfície da pele. Alimenta-se de debris
epidérmicos e fluidos teciduais da epiderme superficial.
- De ovo a adulto
Sintomas
- Acúmulo de exsudato ceruminoso ou crostoso no pavilhão auricular externo
- Irritação do conduto auditivo
- Maneios de cabeça
- Hematomas auriculares
- Prurido intenso
- Ocasionalmente pápulas e crostas no pescoço, glúteos e cauda
- Ao limpar os ouvidos de seu animal, vai notar a presença de uma grande
quantidade de cerumem nos ouvidos, de cor castanha bem escura, quase preta.
O cerúmen em excesso é causado por uma reação do conduto auditivo em
decorrência da presença de inúmeros ácaros (sarna).
- O excesso de cerúmem e o traumatismo causado pelo ato de se coçar
violentamente com as patas traseiras, fazem com que o cão ou gato
desenvolvam otite e até otohematoma, o que causa dor e agrava o desconforto.
Diagnóstico
- Análise do ceúmem em busca de ácaros
Tratamento
- Limpeza dos condutos auditivos
- Produtos otológicos contendo acaricida:
- Otodem plus (Tiabendazol)
- Natalene (Diazinon)
- Sistêmico:
- Revolution (selamectina)
- Ivermectina (Não é muito com usar, principalmente em cães de raça coli)
- Doramectina
- Selamectina
- Sorolaner
- Fluralaner
- A sarna otodécica é contagiosa entre os animais. Quando há mais de um
cão ou gato na casa, mesmo que apenas um apresente os sinais clínicos,
todos devem ser tratados.
- O ácaro, embora não cause lesões fora do conduto auditivo, pode estar
presente na pelagem do animal.
- Assim, além do tratamento nos ouvidos, banhos parasiticidas são
aconselhados, além da desinfecção de mantas e caminhas onde o animal
costuma se deitar.
Escabiose - sarna sarcóptica
- Não sazonal
- Intensamente pruriginosa
- Contagiosa (90% após contato direto)
- Etiologia: Sarcoptesscabiei var. canis (+ comum)
- 50% em filhotes <6 meses
- Os animais podem pegar sarna no contato direto com outros cães ou gatos
doentes ou pelo contato indireto através de fômites contaminados.
- A sarna dos animais pode, eventualmente, contaminar as pessoas também.
Ciclo Biológico
- Os ácaros são atraídos pelo odor e por estímulos térmicos do hospedeiro
- A cópula ocorre na superfície ou nos túneis da pele
- Após a fecundação, o ácaro (fêmea) penetra na epiderme íntegra do hospedeiro
e forma túneis, iniciando a postura dos ovos.
- De dois a três ovos são liberado por dia durante 2 a 3 meses.
- Três dias após a postura, Os ovos eclodem e as larvas se movem para a
superfície, onde ocorre a muda para ninfa e adulto.
- A completa maturação pode levar até 17 a 21 dias. Estes parasitas não
sobrevivem mais de 3 dias fora da derme, podendo ser considerada uma doença
controlável
Sintomas e Sinais Clínicos
- Humanos:
- As lesões de sarna no ser humano se manifestam como pontos
avermelhados nos braços e tórax, justamente as áreas onde as pessoas
têm contato direto com os animais quando os carregam. A coceira é o
sintoma característico e esse tipo de sarna no homem tem tratamento
fácil, na maioria das vezes.
- Animais:
- Dermatite -> pus, crostas, escamas, alopecia, prurido e hiperqueratose
- Prurido -> leve a intenso
- Infecções secundárias
- Inicia-se no sentido ventro-dorsal (Extremidades -> Resto do Corpo)
- Cão -> reflexo otopodal
- Ao esfregar a orelha dobrada, ele acaba “coçando o ar” como
relhexo.
Diagnóstico
- Histórico, achados clínicos
- Reflexo oto-podal
- Raspado de pele (parasitológico cutâneo)
- Para diagnosticar a sarna é preciso raspar as lesões da pele do animal,
especialmente as áreas com descamações. Ao microscópico, esse raspado de
pele irá revelar ácaros ou seus ovos.
Tratamento
- Tratar todos que tiveram contato e também objetos
- Banhos: sabonete (Tiuran), Amitraz (cuidado com intoxicação)
- Sempre verificar se há lesões no proprietário
- Selamectina (Revolution)
- Moxidectina (advocate)
- Ivermectina
- Selamectina
- Sarolaner
- Fluralaner
Piolhos
- Tamanho e coloração variável, mas todos são achatados ventralmente
(Dorsoventralmente).
- Em sua maioria são cegos, em alguns há vestígios de visão.
- As patas terminam em garras, tendo os piolhos dos mamíferos uma garra em
cada pata.
- Simples: Uma garra
- Aves: Garras duplas
- Os piolhos são insetos espécie-específicos que acometem os animais
domésticos e também o homem.
- Embora tenham uma grande capacidade de proliferação, eles não sobrevivem
mais do que alguns dias no ambiente longe do hospedeiro e são transmitidos
por contato direto com animais infestados, bem como com objetos tais como
escovas, pentes, cama, travesseiros, etc.
- A infestação por piolhos denomina-se pediculose.
- Há duas sub ordens:
- Anoplura: piolhos sugadores; ocorrem apenas nos mamíferos
- Mallophaga: os piolhos mordedores; ocorrem nos mamíferos e nas aves
- Infestações maciças por piolhos sugadores podem causar anemia grave,
enquanto tanto os sugadores quanto os mordedores constituem uma fonte de
irritação e lesões cutâneas, podendo provocar queda de produção e danos no
couro.
- Os Anopluros com as peças bucais perfurantes, nutrem-se de sangue, mas os
malophagos, equipados para morder e mastigar, tem uma dieta mais variada.
- Aqueles que parasitam mamíferos ingerem as camadas externas das hastes
pilosas, as escamas da derme e crostas sanguíneas, os piolhos das aves tb se
alimentam de escamas cutâneas e crostas, ao contrário dasespécies dos
mamíferos, podem digerir queratina.
- Dermatite alérgica a picada de piolho/pulga - DAPP
- Nos cães os Trichodectes canis e Linognathus sp são sem dúvida os mais
comuns.
Anoplura
- Piolhos sugadores são geralmente grandes de até 5mm, com cabeça pequena e
peças bucais terminais. Em geral movem-se lentamente e possuem garras em
cada uma das patas.
- Haematopinus: o piolho de nariz curto. É o maior piolho dos animais domésticos,
com até 0,5cm. É amarelo ou castanho acinzentado com uma listra escura de
cada lado.
- Hospedeiros: Bovinos, suínos, equinos
- Linognatus: É o piolho de nariz longo, preto-azulado e os ovos são de cor
azul-escura.
- Hospedeiros: Bovinos, ovinos, caprinos e cães.
- Solenopotes: pequenos piolhos azulados.
- Hospedeiros: Bovinos
Mallophaga
- São os piolhos mastigadores, são menores (até 3 mm), que os anopluros,
cabeça é relativamente muito maior, ocupando a largura do corpo, e é
arredondada, com peças bucais ventrais.
- As garras são pequenas sendo uma em cada pata (mamíferos) e duas em cada
pata nas aves.
- Damalinia: Coloração castanho avermelhada (piolho vermelho do gado)
- Hospedeiro: Bovinos, ovinos, caprinos e equinos
- Felícola: Cabeça pontiaguda, peças bucais ventrais
- Hospedeiro: gato
- Trichodectes: Curto, largo e amarelado, é o vetor do cestoide Dipilidium caninum
- Hospedeiro: cão
- Heterodoxus: piolho delgado, amarelado, restrito a regiões tropicais e sub
tropicais.
- Hospedeiro: cão
Ciclo Biologico
- Nas duas ordens os ciclos são semelhantes.
- Período de vida: 30 dias, a fêmea põe cerca de 200 a 300 ovos operculados
(lêndeas).
- Os ovos são geralmente esbranquiçados e ficam grudados no pelo do
hospedeiro, onde podem ser vistos a olho nu.
- Do ovo eclode a ninfa (semelhante ao adulto) porém menor.
- Após três mudas, está presente o adulto totalmente desenvolvido.
- Ciclo completo- 15 a 21 dias
Etiologia
- Ambos os tipos podem causar uma dermatite alérgica caracterizada por prurido
intenso (coceira), com consequente perda da pelagem e escoriações cutâneas.
- O animal apresenta um odor característico "de rato" e, frequentemente,
encontra-se irritadiço e nervoso pelo incômodo que sente.
- Normalmente, os piolhos acometem animais negligenciados, subnutridos, que
vivem em locais sujos, na rua ou em abrigos super populosos e
preferencialmente nos meses mais frios do ano.
Patogenia
- Nos cães o Trichodectes é mais nocivo devido ao intenso prurido, movendo-se
rapidamente através da pelagem, provoca lesões auto-inflingidas por
arranhaduras, perda de pelos e escoriação da pele.
- Porém o Linognathus em filhotes pode causar a morte por debilidade e anemia.
Sintomas
- Irritação; Prurido; Lesões por arranhaduras; Apatia; Anorexia; Debilidade;
Dermatite alérgica por picada dos piolhos
Diagnóstico
- Visualização dos Parasitas
Tratamento e Controle
- Devem ser incluídos todos os cães da propriedade bem como os contactantes
- Eliminar ou tratar os travesseiros, cobertores, toalhas, pentes e escovas,
simultaneamente.
- Usar inseticidas tópicos, na forma de shampoos ou "spot on" (piretróides:
deltametrina, permetrina, carbamatos, fipronil, imidacloprid, dentre outros), bem
como sistêmicos (ivermectina).
Pulgas
- Taxonomicamente, estão incluídos na ordem Siphonaptera e seus hospedeiros
são animais endotérmicos; destes, aproximadamente 94% são mamíferos
- Pulex irritans; Ctenocephalides felis e Ctenocephalides canis entre os Pulicidae;
Tunga penetrans (Tungidae).
- Na fase adulta, a hematofagia é realizada pelos dois sexos, podendo ser
realizada tanto durante o dia quanto à noite
- As pulgas alimentam-se diretamente nos capilares (solenófagas).
- O repasto se prolonga após a repleção para que o sangue extravasado sirva de
alimento às larvas.
- Tem importância veterinária não só pelos efeitos nos hospedeiros, mas também
como transmissores de doenças.
- Os ruminantes, equinos e suínos não tem suas próprias espécies de pulgas.
Ciclo Biológico
- Ambos os sexos são hematófagos e apenas os adultos são parasitas.
- Os ovos têm superfície lisa e podem ser postos no solo ou no hospedeiro, de
onde logo caem.
- A eclosão ocorre em dois dias a duas semanas (temperatura do ambiente)
- As larvas possuem aparelho bucal mastigador e se nutrem de resíduos e fezes
das pulgas adultas, que contém sangue e conferem à larva a cor avermelhada.
- A larva ainda passa por duas mudas, pupa e adulto.
- A maior parte do ciclo evolutivo da pulga se passa fora do hospedeiro.
Ctenocephalides
- É o único gênero importante no cão e no gato.
- Ocorrem Ctenocephalides canis e C. felis, porém a
- C. felis é mais disseminada, em algumas regiões é a espécie dominante nos
cães, homem e gatos.
- Ambas espécies podem atuar como HI do cestoide D. caninum. Esta infestação
se dá pela larva da pulga cujas peças bucais são mastigadoras.
- Ctenocephalides é o gênero altamente responsável pela DAPP em cães e gatos.
Pulex
- Pulex irritans é principalmente parasita do homem, mas em algumas regiões é
comum em cães e gatos.
- Pode atuar como HI do D. caninum e pode também estar envolvida em DAPP.
Tunga penetrans
- É a representante das pulgas penetrantes nos mamíferos, ocorrendo nos suínos
e raramente no homem.
- Também é chamada de “bicho de pé”, pulga do porco, pulga da areia
- Hospedeiro: suínos e cães, podendo acometer também bovinos e homem
- A fêmea penetra na pele, onde seu abdômen se torna muito distendido e cheio
de ovos, formando um nódulo característico.
Ciclo - Tunga penetrans
- A fêmea fecundada penetra na pele do hospedeiro, deixa somente a
extremidade posterior em contato com o ambiente para respirar e vai penetrando
aos poucos, sugando o sangue na zona papilar da epiderme, se alimenta e
amadurece os ovos.
- O abdome dilata e os ovos são expulsos lançados como “balas de canhão” para
o ambiente. Após a postura a fêmea morre e é expulsa do organismo pela
reação inflamatória que se forma.
- Causa forte coceira e ulceração que pode servir como porta de entrada para
infecções e agentes patogênicos.
Importância Patogênica das Pulgas
- Reação a picada de pulga ( reação de hipersensibilidade à saliva da pulga
liberada na pele durante a alimentação)
- Na saliva há um apteno (antígeno incompleto) que se combina com o colágeno
da pele, formando um alergeno.
- Perda de pelos, pele espessada, dermatite úmida
- Irritação
- Anemia
Diagnóstico
- Presença dos parasitas ou fezes
Tratamento e Controle
- Na DAPP quando há muito desconforto pode ser aplicado um corticóide tópico
ou sistêmico.
- Uso de inseticidas: pó, spray, shampoo ou spot-on.
- Uso de comprimidos
- Uso de coleiras
- Tratamento do ambiente com inseticidas líquidos, em seus abrigos naturais e
habitat interno geral, carpetes devem ser limpos com aspirador de pó.
Carrapatos
- Há duas famílias, a Ixodidae e a Argasidae.
- Destas a de maior importância é a Ixodidae (presente também répteis), cujos
membros são frequentemente denominados carrapatos duros, devido a
presença de um rígido escudo quitinoso cobrindo toda superfície dorsal do
macho adulto;
- Na fêmea adulta, na larva e ninfa ele se estende apenas por uma pequena área
permitindo a dilatação do abdome após a alimentação.
- A família Argasidae comprende os carrapatos moles, assim chamados por não
possuírem escudos, incluídos nesta família estão os carrapatos das aves
(também da em mamíferos) e os “carrapatos do chão”.
- Não fica o tempo todo no hospedeiro, faz repasto sanguíneo mais
frequente e não expande.
Família Ixodidae
- Os ixodídeos são vetores importantes de doenças causadas por protozoários,
bactérias, vírus e ricketsias.
- Gêneros: Amblyoma; Ixodes; Rhipicephalus; Boophilus; Dermacentor
- As peças bucais presentes são anteriores e visíveis pela superfície bucal.
- Presença de sulcos no escudo em algumas espécies, uma fileira de entalhes
denominados festões, na borda superior do corpo.
- Alguns possuem áreas envernizadas coloridas no corpo denominando-se
carrapatos ornamentados.
Fase de desenvolvimento
- Fase de ovo;- Fase de larva (hexápoda) – nesta fase, os imaturos que neste caso são
chamados de larvas, apresentam apenas três pares de pernas;
- Fase de ninfa – nesta fase, os imaturos que neste caso são chamados de ninfas,
apresentam quatro pares de pernas;
- Fase de adulta (octopoda) – nesta fase, machos e fêmeas apresentam quatro
pares de pernas.
- São parasitas temporários, passando períodos relativamente curtos no
hospedeiro.
Ciclo Biológico
- Classificados como: “carrapatos de um hospedeiro”- quando por todo ciclo
evolutivo ficam fixados em um único hospedeiro (Boophilus microplus)
- Cerca de 20 dias ela fica no solo botando ovos e eclodem em até 150 dias (em
maior temperatura - eclodem mais rápido)
- Só faz a troca da fase no hospedeiro (cerca de 21 dias)
- Larvas na pastagem sobrevive, em até 240 dias.
- “carrapatos de dois hospedeiros” – quando larvas e ninfas ocorrem em um
hospedeiro e o adulto em outro.(Rhipicephalus evertsi)
- “carrapatos de três hospedeiros” – quando cada fase de desenvolvimento tem
lugar em hospedeiros diferentes. (Amblyoma cajenense)
- O acasalamento ocorre no hospedeiro;
- A fêmea fecundada se alimenta de sangue até o ingurgitamento total, que
propicia sua queda ao solo, enquanto que o macho permanece no
- hospedeiro à procura de novas fêmeas;
- A partir da queda desta fêmea, inicia-se a fase de vida livre;
- Nesta fase, a fêmea ingurgitada inicia a oviposição, após a postura as fêmeas
morrem;
- Após alguns dias, as larvas eclodem e ao encontrar um hospedeiro, se
desenvolvem, passando por uma fase ninfal e consequente fase adulta.
- Adultos sobrevivem até 568 dias
Importância dos carrapatos da família Ixodidae
- Perda de sangue do hospedeiro - > anemia (em grande quantidade);
- Lesões e danos na pele do hospedeiro (depreciação da carcaça;
- Reduzir a taxa de desenvolvimento ponderal (peso em função da altura) do
hospedeiro;
- Proporcionar reações alérgicas e, em alguns casos, levar o hospedeiro à
paralisia devido à inoculação de toxinas e neurotoxinas presentes na saliva
(paralisia de posteriores, principalmente equinos);
- Transmitir diversos patógenos (vírus, bactérias, protozoários, helmintos, etc.).
Rhipicephalus
- Em geral, não ornamentados, com olhos e festões presentes.
- A espécie mais comum é o Rhipicephalus sanguineus encontrado em todo
hemisfério sul
- Parasita cães, denominada carrapato castanho/vermelho do cão e responsável
pela Babesia canis e Ehrlichia canis, podendo causar paralisia do carrapato do
cão.
- Embora esteja primariamente associado ao cão, esse carrapato pode ser
encontrado sobre uma grande diversidade de animais silvestres e domésticos,
incluindo o homem
- Rhipicephalus sanguineus é um carrapato de três hospedeiros
- A temperatura ótima para postura de Rh. sanguineus se situa entre 20 e 30°C
- No Brasil, onde as condições ambientais são bastante avoráveis, Rh.
sanguineus pode completar até quatro gerações por ano.
Amblyoma
- São carrapatos de três hospedeiros, são grandes e ornamentados, cujas patas
tem faixas coloridas, tem olhos e festões.
- O Amblyoma cajenense é importante na América do Sul, sendo as picadas
dolorosas provavelmente devido as longas peças bucais.
- A espécie é comum no Brasil e é um vetor de diversas doenças como a
babesiose equina e a febre maculosa, sendo esta última considerada um
zoonose.
- Amblyoma cajenense:
- Conhecido também como “carrapato estrela” ou rodoleiro” na fase adulta.
- Conhecido como “vermelhinho” na fase de ninfas, por “micuim” na fase de
larvas e por “carrapatinho” tanto na fase de larva quanto de ninfa, é
encontrado com frequência infestando os equídeos, hospedeiros
preferenciais deste carrapato.
- Entretanto, devido à sua baixa especificidade parasitária por hospedeiros,
principalmente dos estádios imaturos, poderá infestar outros mamíferos
como bovídeos, cervídeos, canídeos domésticos e silvestres, além de
aves e do próprio homem.
- Podem sobreviver em áreas onde não existam equídeos, parasitando
várias espécies de animais silvestres.
- Esta espécie de carrapato é importante como transmissora da Rickettsia
rickettsii, agente etiológico da febre maculosa, a qual é transmitida por via
transovariana à sua progênie, o que o torna simultaneamente vetor e
reservatório do agente da doença
Boophilus
- São carrapatos não ornamentados, com olhos presentes e sem festões. Machos
possuem placas ventrais acessórias adanais.
- Conhecidos como carrapatos azuis, são carrapatos de um hospedeiro e os
principais vetores de
- Babesia e do Anaplasma marginale em bovinos.
- A espécie mais importante é o Boophilus microplus
- Boophilus microplus:
- Rhipicephalus Boophilus microplus (carrapato do boi),
- Sua incidência é maior em grandes rebanhos, sendo considerado o
carrapato de maior impacto em perda econômica
Dermacentor
- Importante transmissor da Babesiose equina e canina nas regiões em que estão
presentes.
- São carrapatos ornamentados e com olho e festões.
- Causa a paralisia do carrapato.
- Podem ser carrapatos de três hospedeiros ou de um hospedeiro, sendo
parasitas de muitos mamíferos domésticos e silvestres.
Hyalomma
- São não ornamentados mas com patas listradas, olhos presentes e festões às
vezes presentes.
- São carrapatos de dois hospedeiros, com as larvas e ninfas nutrindo-se em aves
e pequenos mamíferos e adultos em ruminantes e equinos.
- São vetores de Babesias e ricketsias e a toxicose do carrapato (toxina do
carrapato causa sudorese em ruminantes e suínos caracterizada por hiperemia
das membranas mucosas e eczema úmido).
Familia Argasidae
- Não há escudos nestes carrapatos, são moles e as peças bucais não são
visíveis pela face dorsal, não se dilatam tanto à ingurgitação como os carrapatos
duros, pois as fêmeas se nutrem moderada e frequentemente.
- O acasalamento dá-se fora do hospedeiro e os ovos são postos em lotes.
- Ao contrário dos ixodídeos, são resistentes à seca e capazes de sobreviver por
anos.
- São os carrapatos das aves. Não somente das aves
Sintomatologia
- Reações cutâneas locais às picadas
- Anemia
Diagnóstico
- Os carrapatos adultos particularmente as fêmeas ingurgitadas são facilmente
observados na pele, os locais prediletos sendo face, orelhas, axila e região
inguinal.
- Em geral observa-se pequenos nódulos nestas regiões sendo cada um deles
uma reação a uma picada anterior.
Tratamento e controle - PET
- Uso de inseticidas: pó, spray, shampoo ou spot-on.
- Uso de comprimidos
- Uso de coleiras
- Tratamento do ambiente com inseticidas líquidos, em seus abrigos naturais e
habitat interno geral, carpetes devem ser limpos com aspirador de pó.
- Em animais com pelo longo, recomenda-se a tosar o animal para facilitar no
tratamento.
Tratamento e controle - Produção
- Animais de grande porte
- Alta infestação = > 25 fêmeas adultas (EMBRAPA)
- O protocolo a ser adotado deve ser de acordo com o histórico da propriedade,
desafio parasitário, dinâmica populacional, raça, época do ano, condições das
pastagens, resultado de biocarrapaticidograma. Sempre deve ser avaliado caso
a caso.
Fatores de Resistência
- Pode ocorrer dispersão eólica;
- Podem se enterrar até 10 cm dentro da terra;
- Podem se dispersar pela água;
- Beneficia-se de pastagens altas para se abrigar;
- Podem permanecer bom tempo sem respirar;
- Podem também ficar muito tempo sem se alimentar e bom tempo sem ingerir
água;
- Adaptam-se aos hospedeiros.
Qual a recomendação (Embrapa)
- Colher o carrapato enviar para a Embrapa
- Identificar eficácia de carrapaticida (biocarrapaticidograma)
- Após identificação – carrapaticida com eficiência 95% - preparar o produto
- Fazer piquetes – colocar vacas secas tratadas com doramectina (longa duração)
(2 dias) retirada dos animais – roçagem da pastagem (dessecação de ovos e
larvas –sol) , se necessário interdição por 3 meses - vacas em lactação (tratadas
com carrapaticida de curta duração)

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