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AVC Epidemiologia: Brasil: ❖ AVC é a maior causa de morte seguido da DAC; ❖ 24% das aposentadorias precoces AVC ou IAM. Mundo: ❖ Um AVC a cada 2 segundos; ❖ Uma morte por AVC a cada 6 segundos; ❖ Uma em cada 6 pessoas terá um AVC. Acidente Vascular Cerebral: Comprometimento abrupto da função cerebral causado por alterações histopatológicas que envolvem um ou vários vasos sanguíneos intra ou extra cranianos; Classificação: ❖ 85% isquêmico; ❖ 15% hemorrágico: hemorragia intraparenquimatosa e hemorragia subaracnóide. Fatores de Risco: Não modificáveis: ❖ Idade; ❖ Sexo; ❖ Raça; ❖ Genéticos. Emergentes: ❖ Homocisteína; ❖ Fibrinogênio; ❖ Inflamação / infecção; ❖ Forame oval patente; ❖ Covid 19. Modificáveis: ❖ Hipertensão arterial; ❖ Diabetes; ❖ Hipercolesterolemia; ❖ Obesidade; ❖ Fumo; ❖ Abuso de álcool; ❖ Contraceptivos orais; ❖ Reposição hormonal; ❖ Fibrilação atrial. Classificação: Quando pensar em AVC? Início súbito: ❖ Hemiparesia; ❖ Hipoestesia; ❖ Hemianopsia; ❖ Afasia; ❖ Ataxia; ❖ Diplopia; ❖ Vertigem; ❖ Disartria; ❖ Cefaleia descrita como a pior da vida (Thunderclap). AVC Isquêmico: Acidente vascular cerebral - “stroke”; ❖ Perda aguda focal ou generalizada da função cerebral ou da retina de duração superior a 24h que acredita-se ser de origem vascular. Ataque isquêmico transitório (AIT). ❖ Déficit inferior a 24h mas usualmente com duração até 15 min; ❖ Ausência de infarto cerebral nos exames de imagem. Mesmo patamar de alerta: ❖ Após um AIT, entre 10 e 20% dos pacientes tem AVC em 3 meses, e em quase metade destes pacientes, o AVC ocorre nas 48h após o AIT; ❖ Sintomas de isquemia cerebral aguda, transitórios ou persistentes = emergência médica = manejo clínico precoce. Classificação de TOAST AVCi: Aterosclerose de grandes artérias (aterotrombótico); Aterosclerose de pequenas artérias (lacunas); Embolia cardio-aórtica; Indeterminado; Outras causas incomuns (Ex: vasculite, cirurgia cardíaca). Aterosclerose de Grandes Artérias: Mecanismo mais comum: oclusão distal por embolia artério-arterial; Origem do trombo: ❖ Lesões ateromatosas proximais extra ou intracranianas (trombos fibrinoplaquetários): mais frequentes - bifurcação das carótidas e vertebrais; ❖ Aterosclerose do arco aórtico: melhor caracterizada pelo ecocardiograma transesofágico. Oclusão aterosclerótica ocasionando infarto cerebral por mecanismo hemodinâmico pode também ocorrer, porém é incomum: apenas 5 %; Imagens isquêmicas no território de fronteira vascular, por exemplo entre os territórios da artéria cerebral média e posterior. Aterosclerose de Pequenas Artérias: Infartos pequenos e profundos – menores que 15 mm de diâmetro; Lipohialinose e lesões microateromatosas acometendo as artérias perfurantes profundas (ramos lenticulo-estriados da ACM, ramos tálamo-perfurantes da ACP e ramos paramedianos pontinos da artéria basilar); Não apresentam sinais de disfunção cortical (afasia, apraxia, agnosia, negligência); História de HAS ou DM reforça este diagnóstico clínico; Estado lacunar: múltiplos infartos lacunares, que se caracterizam clinicamente por distúrbios de equilíbrio com marcha a pequenos passos, declínio cognitivo, dentre outros. Embolia Cardio-Aórtica: Oclusão arterial devido a um êmbolo originário do coração; ❖ Ex: valva / prótese mecânica, fibrilação atrial, infarto do miocárdio, acinesia ventricular esquerda, forame oval patente; Evidência de isquemia cerebral prévia em mais que um território vascular ou embolia sistêmica reforça o diagnóstico de embolia cardíaca; Infartos cerebrais com transformação hemorrágica são mais comuns nas embolias de origem cardíaca. Indeterminado: Quase um terço dos pacientes, a despeito de extensa investigação realizada em parte deles; Etiologia do AVC não pode ser definida devido à investigação insuficiente; Pacientes com 2 ou mais causas potenciais de AVCi; Infartos criptogênicos – infarto cerebral de causa desconhecida. Outras Etiologias: Adultos jovens com causas incomuns de AVCI, tais como arteriopatias não ateroscleróticas: ❖ Ex: Dissecções arteriais cérvico-cefálicas, vasculites, CADASIL (angiopatia cerebral autossômica dominante com infartos subcorticais e leucoencefalopatia), hipercoagulabilidade e distúrbios hematológicos (SAAF, anemia falciforme, outras trombofilias). As dissecções arteriais são uma das causas mais comuns de AVC em menores que 45 anos, (20% dos casos). A artéria carótida interna cervical é o sítio mais frequentemente envolvido. Exames da Fase Aguda: Glicemia capilar: ❖ TC e angio TC (crânio e cervical); ❖ RM em casos selecionados; ❖ Hemograma, coagulação, glicemia, função renal, eletrólitos, troponina; ❖ ECG; ❖ Avaliar ecocardiograma. Diagnósticos Diferenciais: Ocasionalmente manifestações clínicas de difícil localização, como rebaixamento do nível de consciência; Hipoglicemia; Hiperglicemia; Encefalopatia hepática; Epilepsia; Hematoma subdural crônico; Tumores e abscessos cerebrais; Encefalite; Enxaqueca; Doenças desmielinizantes; Paralisia de Bell. Investigação Etiológica: TC de crânio; Angiotomografia de crânio e vasos cervicais; Doppler de carótidas e vertebrais (quando não há angio); Ecocardiograma transtorácico e transesofágico em casos selecionados; ECG / Holter 24h; Sangue: hemograma, hemoglobina glicada, bioquímica, auto anticorpos (FAN, FR), sorologias (HIV, hep C, VDRL), pesquisa trombofilias; RMN de crânio. Tratamento: Definição do tipo (AVCi / AVCh) / subtipo de AVCi; Fase aguda AVCi: ❖ Trombolítico venoso; ❖ Trombolítico venoso + trombectomia mecânica. Prevenção secundária AVCi; Antiplaquetários; Anticoagulantes; Estatinas; AVCh - HSA. Terapia Trombolítica: Recanalização do vaso acometido + reperfusão da área isquêmica; ❖ Principal objetivo no tratamento agudo do AVEi. Otimizar o fluxo da circulação colateral; ❖ Manutenção do fluxo na área de penumbra (área viável). Evitar dano cerebral secundário; ❖ Uma forma de neuroproteção. Critérios de inclusão para terapia com alteplase endovenoso: ❖ Idade superior a 18 anos; ❖ AVC isquêmico; ❖ TC de crânio ou RM sem evidência de hemorragia; ❖ Possibilidade de iniciar a infusão do rtPA de 4,5 horas do início dos sintomas (o horário do início dos sintomas deve ser precisamente estabelecido. Sintomas ao acordar = considerar o último horário no qual o paciente foi observado assintomático). Critérios de exclusão: ❖ Uso de anticoagulantes orais com tempo de protrombina (TP) > 15 segundos (RNI > 1,7); ❖ TC de crânio com hipodensidade precoce igual ou maior do que um terço do território da artéria cerebral média; ❖ PA sistólica > 185 mmHg ou PA diastólica > 110 mmHg (em 3 ocasiões, com 10 minutos de intervalo) refratária ao tratamento anti-hipertensivo; ❖ Melhora rápida e completa dos sinais e sintomas no período anterior ao início da trombólise. Profilaxia Secundária: Combate ao tabagismo, etilismo, obesidade e sedentarismo; Controle diabetes, pressão arterial; Estímulo ao exercício físico; AAS; Estatina; Dupla antiagregação em casos selecionados; Anticoagulação nos casos de FA ou flutter - novos anticoagulantes orais ou warfarina; Angioplastia ou endarterectomia de carótida. Acidente Vascular Hemorrágico: 10% hemorragia subaracnóide - sangue entre a pia máter e aracnóide; ❖ Ruptura de aneurismas; ❖ Malformações vasculares; ❖ Trauma. 10% hemorragia intraparenquimatosa. ❖ Ruptura de artérias profundas - hemorragia hipertensiva; ❖ Angiopatia amilóide - hemayomas lobares; ❖ MAV. Hemorragia Subaracnóide: Ruptura de aneurismas; 80% dos aneurismas: circulação anterior (origem carótida); Fatores hereditários, Ehler-Danlos; Precipitada por elevação súbita de PA, exercício físico intenso, estresse emocional e atividade sexual; Cefaleias focais, geralmente progressivas; "Thunderclap headache"; Clínica: pior cefaleia da vida, perda de consciência, criseconvulsiva, meningismo, náuseas, vômitos, fotofobia, sinais neurológicos focais; Diagnóstico: TC de crânio sem contraste, PL; Abordagem precoce do aneurisma - até 72h dos sintomas (individualizar tratamento); Internação em unidade intensiva + medidas clínicas (prognóstico melhor em equipes especializadas / neurointensiva); Principais complicações: ❖ Ressangramento; ❖ Hidrocefalia; ❖ Vasoespasmo. Hemorragia Intracerebral: Causas: ❖ MAV - malformação arteriovenosa - são as malformações congênitas que mais sangram, podem provocar cefaléia, convulsões e déficit focal. O sangramento pode ser intracerebral ou subaracnóide ou ventricular; ❖ Hematoma hipertensivo: áreas mais comuns. Cápsula externa-putamen, cápsula interna-tálamo, ponte e cerebelo; ❖ Angiopatia amilóide; ❖ Distúrbios da coagulação; ❖ Trauma. Hemorragia Hipertensiva: Locais mais frequentes: ❖ Putâmen; ❖ Tálamo; ❖ Lobar; ❖ Cerebelar; ❖ Ponte. Iniciar profilaxia para TVP com compressor pneumático MMII; Controle de temperatura corporal - evitar temperatura corporal > 37,5˚C; Evitar hipoglicemia (HGT < 80 mg/dl) e manter glicemia capilar abaixo de 200 mg/dl; Manter hemoglobina acima de 9 g/dl; Tratar crises convulsivas clínicas (não está indicado tratamento profilático); Proceder a correção de alterações da coagulação sanguínea; Controle da PA; Indicações de abordagens cirúrgicas de hemorragias cerebrais: ❖ Hemorragias corticais maiores que 30 ml e localizados dentro de 1 cm da superfície; ❖ Hemorragia cerebelar com piora clínica e sinais e sintomas de compressão de tronco; ❖ Hidrocefalia secundária a obstrução ventricular. Mensagens Finais: AVCi: diagnóstico clínico e emergência médica; O tratamento do AVCi evoluiu muito nos últimos anos; Rtpa IV extremamente eficaz para reduzir as sequelas relacionadas ao AVCi até 4,5 horas; A maioria das hemorragias intracranianas pós trombólise não são graves, a maioria é de comportamento inocente e oligossintomático; Trombectomia revolucionou o tratamento da obstrução de grandes artérias; AVCh frequentemente se acompanham de perda de consciência e crise convulsiva e tem prognóstico pior.
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