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Aula 02 (2)

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Aula 2
De onde vêm os dados na área de Segurança 
Pública? Um panorama das principais fontes
Doriam Borges
2
Aula 2 • De onde vêm os dados na área de Segurança Pública? Um panorama 
Aula 2 • das principais fontes
Aula 2 • 
Meta
Apresentar as principais fontes de informação na área de segurança pú-
blica, de forma a desenvolver uma avaliação crítica na leitura de dados 
da área.
Objetivos
Espera-se que após o estudo esta aula, você seja capaz de:
1. Citaras principais fontes de dados na área de Segurança Pública;
2. Avaliar a confiabilidade de uma fonte de dados;
3. Avaliara relevância dessas fontes de dados;
4. Selecionar a fontemais apropriada para atingir o objetivo do estudo.
3
Estatística Aplicada à Segurança Pública
Quais as novidades das estatísticas 
na área de Segurança Pública?
Você sabia que a produção de estatísticas na área de segurança pú-
blica ainda apresenta dificuldades de diferentes tipos? De um lado, as 
próprias características das atividades de segurança pública fazem com 
que a sua identificação e acompanhamento sejam difíceis. Essas ativida-
des atravessam diferentes setores e envolvem diferentes disciplinas; por 
esse motivo, os levantamentos que normalmente são realizados pelos 
organismos de produção de informação estatística não costumam ser 
incorporados às atividades diárias de gestão pública e de decisão estra-
tégica das instituições de segurança pública. De outro lado, parte dos 
responsáveis pela gestão pública de segurança ainda não dão o devido 
valor aos benefícios que a estatística pode gerar no cotidiano de tra-
balho. Infelizmente, não existe uma “cultura da informação” em nosso 
país, em especial nas instituições de segurança pública, o que, conse-
quentemente, afeta o investimento da produção de dados que poderiam 
ser utilizados na gestão.
Um elemento adicional que dificulta a produção e divulgação de es-
tatísticas de segurança pública é a própria transversalidade que se ma-
nifesta no contexto das instituições interessadas na produção e no seu 
uso. Em outras palavras, existe uma variedade de produtos atuais ou 
potenciais de estatísticas relacionados com a diversidade de campos de 
aplicação da segurança pública. Isto exige um esforço para coordenar e 
direcionar as melhores ferramentas com o objetivo de maior aplicação 
dessas estatísticas.
A este conjunto de dificuldades de ordem geral, acrescentam-se as 
que derivam das características dos sistemas de informação das institui-
ções de segurança pública. Atualmente, não se observa uma produção 
periódica e sistemática de estatísticas de segurança pública por parte da 
maioria dos organismos dedicados às áreas de violência, criminalidade 
e segurança pública. Os programas de trabalho destasinstituições ami-
úde estão limitados pela disponibilidade de recursos humanos e mate-
riais. Portanto, embora se conte com um instrumento metodológico, é 
preciso levar em consideração as restrições dos organismos nacionais.
Considerando essas questões, nesta aula, você conhecerá as princi-
pais fontes de dados na área de segurança pública, quais as suas limita-
ções e as principais dificuldades na coleta de informações de violência 
e criminalidade. Não obstante, neste capítulo, você poderá descobrir 
4
Aula 2 • De onde vêm os dados na área de Segurança Pública? Um panorama 
Aula 2 • das principais fontes
Aula 2 • 
como estimar o número de pessoas vitimizadas por roubo, bem como 
verificar qual é a taxa de notificação de um crime à polícia.
Vamos falar um pouco sobre as principais 
Fontes de Dados de Segurança Pública
Na construção de estatísticas de segurança pública, é necessário o 
uso de informações confiáveis que representem as instituições avaliadas. 
Existem duas maneiras de obter dados sobre criminalidade, violência 
e segurança pública. Uma delas éatravés de pesquisas do tipo survey, 
também chamadas pesquisas amostrais. As pesquisas do tipo survey são 
pesquisas quantitativas com questionário estruturado aplicado apenas a 
uma parte da população estudada. Se vocêprecisa de informações sobre 
um grupo determinado, não há necessidade de investigar todos os indi-
víduos. Você pode trabalhar com uma amostragem estatística, que é um 
procedimento através do qual é possível conhecer as características de 
um grande grupo de pessoas referindo-se a um número bem menor de 
indivíduos. Exemplos de pesquisas do tipo survey seriam as de intenção 
de voto, pesquisas de vitimização e também as várias pesquisas realiza-
das pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), como a 
Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar, Pesquisa de Orçamento 
Familiar, Pesquisa Mensal de Emprego, etc.
Outras fontes de dados provêm dos registros, os quais, diferente-
mente das pesquisas amostrais, são resultados de procedimentos que 
devem ser efetuados quando um tipo de crime ocorre ou a instituição 
recebe algum chamado. Por exemplo, quando ocorre um crime, este 
deve ser comunicado às autoridades, e nesse momento é preenchido um 
registro administrativo, neste caso, o boletim ou registro de ocorrência; 
ou quando um guarda municipal é chamado para atuar na mediação 
de algum conflito, um talão também é preenchido com as descrições 
das atividades realizadas (nem todas as guardas municipais, bem como 
outras instituições de segurança, possuem informações sobre todas as 
suas atividades, mas já existem modelos interessantes que estão sendo 
aplicados). O agrupamento dos vários registros das atividades conforma 
um banco de dados sobre o trabalho da instituição. O mesmo ocorre 
com a Declaração de Óbito, que, segundo a legislação brasileira, é um 
documento obrigatório para o sepultamento. E também, neste caso, o 
agrupamento das várias Declarações de Óbito constitui uma fonte de 
dados que provém de registros oficiais.
5
Estatística Aplicada à Segurança Pública
Além das duas maneiras de obter dados sobre criminalidade e vio-
lência, outra fonte são os dados administrativos das instituições de se-
gurança pública que possuem informações sobre os recursos humanos 
e materiais, os custos, enfim, conhecimento importante para controle, 
aperfeiçoamento e gestão das instituições de segurança pública.
Vale ressaltar que o levantamento dos dados por essas fontes é re-
sultado de diversas relações sociais, que devem ser cuidadosamente 
consideradas na análise, para assegurar a credibilidade do estudo. 
O modo com que o responsável pelo registro realiza sua tarefa, seja 
ele um policial servindo na rua ou numa delegacia, um escrivão de 
justiça ou ainda um médico no hospital ou no Instituto Médico Legal 
(IML), influencia a base que caracteriza o sistema de dados esta-
tísticos. E, mesmo existindo categorias preestabelecidas, o registro 
sempre é feito baseando-se na interpretação de um indivíduo sobre 
aquilo que presenciou ou percebeu como sendo realidade. Além dis-
so, muitas instituições de segurança pública no Brasil não possuem 
um sistema de informação ainda. Assim, torna-se necessário que to-
das as organizações estejam inseridas em uma “cultura da informa-
ção”, que venha ajudar na implementação de produção de estatísti-
cas, bem como em planejamento estratégico baseado em resultados.
uando as informações vêm dos 
registros das Polícias Estaduais
Conforme foi apresentado anteriormente, uma das principais fon-
tes de dados sobre segurança pública advém dos registros das polícias 
estaduais. De acordo com a Constituição de 1988, as polícias estaduais 
se dividem em duas: a Polícia Militar, responsável pelo policiamento 
ostensivo, e a Polícia Civil responsável pelos procedimentos judiciários 
e investigativos. As estatísticas criminais podem ser coletadas a partir 
do BO – Boletim de Ocorrência –, que é um documento oficial emitido 
pelas delegacias de Polícia Civil quando é registrada uma queixa. Na 
Polícia Militar, o documento preenchido quando há algum atendimento 
é chamado TRO – Talão de Registro de Ocorrência. Além do TRO pre-
enchido, a Polícia Militar recebe chamadas via telefone,que configuram 
outra fonte de informação. Dessa forma, se o seu objetivo é conhecer a 
incidência de roubos de celular, então deve buscar essa informação no 
banco de dados formado pelos registros policiais. Vale ressaltar que nem 
todas as pessoas que tem o seu celular roubado registram ocorrência na 
6
Aula 2 • De onde vêm os dados na área de Segurança Pública? Um panorama 
Aula 2 • das principais fontes
Aula 2 • 
polícia. Esses casos são conhecidos como sub-registros ou subnotifica-
ções, ou seja, casos em que o evento criminal não foi comunicado às 
autoridades policiais, ainda que, por sua natureza, deveriam ser levados 
ao conhecimento da Polícia.
Nos últimos anos, a Secretaria Nacional de Segurança Pública 
(SENASP) vem investindo esforços para construir um sistema 
acional de estatística criminal, a partir da coleta de informações 
nas Secretarias Estaduais de Segurança Pública. Esse esforço se 
tornou institucionalizado a partir de 2004, com a criação do Sis-
tema Nacional de Estatística de Segurança Pública e Justiça Cri-
minal (SINESPJC), e em 2012, com a promulgação do Sistema 
Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e so-
bre Drogas (SINESP), cujos objetivos são buscar e padronizar as 
classificações de ocorrências policiais e ampliar a coleta dos da-
dos nacionalmente, incluindo o percentual de cobertura de cada 
estado. Entretanto, ainda não há uma periodicidade na divulga-
ção das informações coletadas pela SENASP.
Para que você tenha uma ideia de como são os dados oriundos dos 
registros policiais, vou listar alguns problemas que as autoridades esta-
duais de nosso país enfrentam para coletar e registrar as ocorrências de 
crimes e identificar as vítimas e os criminosos:
•	 A informação não é coletada de forma sistemática. Em alguns es-
tados, as organizações policiais não produzem estatísticas sobre as 
suas atividades mensalmente;
•	 Algumas estatísticas criminais não possuem informações sobre o 
dia e a hora, a cidade ou bairro, ou a posição entre as ruas onde o 
crime ocorreu;
•	 Em muitos casos, não há registro estatístico das circunstâncias em 
que os crimes foram cometidos. Não se conhecem as perdas mate-
riais ou físicas, ou o dano sofrido pelas vítimas, nem aspectos “am-
7
Estatística Aplicada à Segurança Pública
bientais” do delito, ou seja, horário, localização geográfica, se houve 
uma condição física específica, como áreas escuras, sem assistência, 
que aumentam a possibilidade de vitimização, entre outras coisas;
•	 Em alguns estados, há pouca visibilidade ou não há periodicidade na 
divulgação das estatísticas criminais, impossibilitando a construção 
de séries históricas;
•	 Existem estados em que os delitos não podem ser desagregados se-
gundo as circunstâncias, mas são tomados de forma geral, como, por 
exemplo, o homicídio. Em geral, os crimes podem ter variantes que 
são extremamente relevantes para um diagnóstico específico para 
definição de políticas públicas, como no caso de homicídios por faca, 
por arma de fogo, por acidente de trânsito ou causado por briga. To-
davia, o homicídio poderia ser desagregado ainda mais, por exem-
plo: presença de álcool ou drogas ilícitas, defesa da honra, relação 
com o tráfico de drogas, brigas entre gangues, etc. Se um policial ou 
um gestor de políticas públicas tiver acesso a essas informações e 
souber utilizá-las, o seu trabalho, provavelmente, seria muito mais 
eficaz e eficiente;
•	 Há sobre-representação de alguns crimes devido à duplicação do re-
gistro de um mesmo fato delituoso;
•	 Existe uma série de crimes não comunicados à polícia (subnotifica-
ção e sub-registro), seja por falta de confiança nas autoridades ou 
por considerar que não tem sentido fazê-lo, seja por não acreditar na 
eficiência das instituições ou pelo tempo gasto para denunciar;
•	 A falta de tecnologia apropriada para a coleta e a crítica dos dados 
é um problema comum entre as instituições de segurança pública 
no Brasil;
•	 Algumas instituições desencorajam as queixas dos indivíduos;
•	 Em geral, não se tem muitas informações sobre a vítima ou, quando 
obtidas, essas informações não são de qualidade. Além da idade e do 
sexo da vítima, seria muito interessante saber a cor, o estado civil, a 
renda, a profissão, etc.;
•	 Nos sistemas estatísticos de nosso país, não há informações sobre 
os agressores;
•	 Pouco se sabe sobre a relação entre a vítima e o agressor.
8
Aula 2 • De onde vêm os dados na área de Segurança Pública? Um panorama 
Aula 2 • das principais fontes
Aula 2 • 
Atividade 1
Atende ao objetivo2
Baseado no que foi relatado anteriormente sobre os dados de segurança 
pública no Brasil, qual a sua opinião sobre as estatísticas de criminalida-
de e violência que são produzidas a partir dos registros policiais?
Resposta Comentada
Podemos dizer que as estatísticas de criminalidade e violência no Brasil 
não são confiáveis, já que não existe sistematização e a cultura da infor-
mação em segurança pública ainda não é definida como prioridade pelos 
gestores. Isto significa que o processo de geração das estatísticas é falho na 
origem, e observamos que os dados não são válidos nem confiáveis. Logo, 
qualquer análise, conclusão e decisão com base nessas estatísticas não serão 
totalmente úteis, se não se conhecer bem os seus problemas e não se fizer 
uma análise crítica minuciosa dos dados. É digno de nota que essas ques-
tões se referem mais especificamente às estatísticas de violência e crimina-
lidade no contexto nacional, e não nos níveis estaduais. Existem estados 
que possuem sistemas de informação mais consolidados, apesar de também 
apresentarem alguns dos problemas técnico-metodológicos na geração da 
informação. Por outro lado, existem estados que não possuem controle e 
crítica sobre seus registros oficiais.
Apesar das estatísticas oriundas dos registros policiais apresentarem 
problemas, é importante que você saiba que os dados oriundos de regis-
tros policiais são uma ferramenta de grande relevância no desenvolvi-
mento de políticas públicas. Entretanto, esses dados devem ser usados 
em conjunto com outros instrumentos, como as pesquisas de vitimiza-
ção, e outras fontes de informação (Sistema de Informações sobre Mor-
talidade – SIM, para os casos de mortalidade violenta, como veremos 
mais a frente, entre outros). Uma vez que você considera essas e outras 
fontes de dados para mensurar os fenômenos de violência e criminali-
dade, isso permite identificar tendências, padrões e circunstâncias em 
que o crime ocorre, e, assim, você poderá obter um conhecimento mais 
concreto acerca da realidade.
9
Estatística Aplicada à Segurança Pública
Dessa forma, apesar de todos os problemas que as estatísticas 
oriundas dos registros policiais possuem, elas representam um pon-
to de partida para a construção de um quadro sobre a realidade da 
violência e da criminalidade.
As estatísticas produzidas pelas ocorrências 
atendidas pelas Guardas Municipais
Você sabia que a Constituição de 1988 autoriza os municípios a cons-
tituírem Guardas Municipais visando à proteção de seu patrimônio, 
bens e serviços? Esse papel de segurança patrimonial tem sido bastante 
ampliado e redefinido sem que se viole o preceito constitucional. Segun-
do o artigo 144, § 8º, “os municípios poderão constituir guardas muni-
cipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, confor-
me dispuser a lei”. Assim, as atividades das Guardas Municipais são uma 
fonte de dados de suma importância para a geração de diagnósticos so-
bre a realidade local, que serão úteis para o desenvolvimento de políticas 
para a redução da criminalidade e controle da ordem social. Através de 
informações oriundas das atividades das Guardas Municipais,é possível 
inferir um conjunto de informações que oferecem um retrato geral da 
situação dos municípios no que diz respeito à segurança pública.
Vamos trabalhar com os dados da Saúde? 
O Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) 
como alternativa para a análisede mortes violentas
Em todo o mundo, pesquisadores e gestores públicos utilizam as ta-
xas de mortalidade e as causas de morte como instrumentos de análise 
da situação de saúde de populações. A seleção da Causa Básica de Morte 
é feita pelo médico, segundo padronização da Organização Mundial de 
Saúde, pela 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças, que 
tem sido utilizada desde 1996. No período de 1979 a 1995, utilizou-se a 
9ª Revisão desta classificação. Entre as causas do óbito, destacamos: Do-
enças dos Aparelhos Circulatório, Respiratório e Digestivo, Neoplasias 
(tumores) e Causas Externas (Homicídios, Acidentes e Suicídios).
Em 1976, o Ministério da Saúde criou o Sistema de Informação so-
bre Mortalidade (SIM), com o objetivo de implementar um sistema na-
cional de informações para o setor de Saúde. O instrumento utilizado 
para captação destas informações é a Declaração de Óbito. De acordo 
10
Aula 2 • De onde vêm os dados na área de Segurança Pública? Um panorama 
Aula 2 • das principais fontes
Aula 2 • 
com a Lei nº 6.015, de 31/12/73, com as alterações introduzidas pela Lei 
nº 6.216, de 30/06/75, vigente no Brasil, nenhum sepultamento pode 
ser realizado sem a Declaração de Óbito. Essa declaração deve ser pre-
enchida, baseando-se no atestado médico ou, na ausência de médico, 
por duas pessoas qualificadas que tenham presenciado ou constatado 
a morte. A Declaração de Óbito contém, basicamente, idade, sexo, es-
tado civil, profissão, naturalidade, raça/cor e local de residência do(a) 
falecido(a), a assistência médica, local, data e as causas do óbito. Além 
disso, para menores de 1 ano ou óbitos fetais, são coletadas algumas 
informações sobre a situação da mãe e da gravidez.
As causas externas ou mortes violentas são declaradas em formulá-
rio padronizado, de preenchimento obrigatório pelos médicos legistas. 
Vale ressaltar que a definição de morte violenta dada pelo SIM é di-
ferente da dada pelas polícias. Pelo SIM, os homicídios são definidos 
segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), enquanto 
para as polícias, a definição é feita segundo o Código Penal. Com isto, 
por exemplo, as mortes por homicídio classificadas pelo SIM abran-
gem mais de um tipo de morte violenta registrado pelas polícias. Deste 
modo, as taxas de homicídio contabilizadas pelos dados da saúde são 
sempre maiores que as contabilizadas pelas polícias, uma vez que a po-
lícia não registra como homicídios os casos em que a vítima não morre 
imediatamente após a agressão.
Outra diferença entre as duas fontes é que, para a polícia, os dados 
se referem ao local da ocorrência do fato, enquanto para o SIM referem-
-se ao local do óbito. Por exemplo, suponha que um indivíduo levou 
um tiro em um município Y, foi levado para um hospital no município 
X, e faleceu neste. Para a polícia, o crime ocorreu no município Y, en-
quanto para a Saúde, a morte é registrada no município X. Logo, não é 
possível realizar comparações entre as duas fontes de dados. Feito um 
estudo com os dados da Saúde, é importante considerar que os registros 
se referem ao local da morte, e não o local de ocorrência do crime (da 
violência), que é o mais importante no estudo da segurança pública.
O SIM abrange todas as regiões do país e pode ser analisado nos ní-
veis nacional, estadual ou municipal. Por exemplo, podemos fazer uma 
análise de todo o país ou do estado do Rio de Janeiro ou da cidade de 
Nova Iguaçu, o que facilita as comparações estaduais e/ou municipais.
Alguns problemas do SIM:
11
Estatística Aplicada à Segurança Pública
1. Falhas na cobertura, ou seja, em alguns estados, principalmente os 
do Norte e Nordeste, alguns óbitos não são registrados;
2. Falhas no preenchimento da Declaração de Óbito. Em grande núme-
ro de óbitos, a Causa Básica de Morte é mal definida, não sendo bem 
classificado o que causou a morte do indivíduo;
3. Atraso na liberação dos dados. Os dados são liberados para os usuá-
rios com uma defasagem de dois a três anos. Por exemplo, em junho 
de 2006, só haviam sido divulgados os dados do ano de 2003;
4. No caso das causas externas, muitas vezes, não é possível determinar 
a intencionalidade da violência, ou seja, em muitos casos, não se sabe 
se a causa foi um homicídio (morte intencional) ou um acidente. 
Com isso, uma parcela das mortes entra para o grupo de óbitos por 
causas externas de intenção indeterminada.
5. Problemas de não-preenchimento ou preenchimento inadequa-
do das informações coletadas pela Declaração de Óbito, como, por 
exemplo, para o ano de 2003 no estado do Rio de Janeiro, 0,1% não 
tinham a informação de sexo preenchida; 8,5%, de idade; 11,5%, de 
estado civil; 30,3%, de escolaridade, constituindo um conjunto de 
dados com registros incompletos.
As bases nacionais de mortalidade podem ser facilmente acessadas 
pelo site http://www.datasus.gov.br e analisadas a partir do software de 
tabulação TabWin, que permite tabular os dados das bases de dados 
citadas com grande facilidade e flexibilidade, distribuído também pela 
Internet (http://www.datasus.gov.br/tabwin/tabwin.htm).
Atividade 2
Atende ao objetivo 3
Analise a incidência de mortes por agressão nos últimos cinco anos 
na sua cidade natal, através dos seguintes procedimentos:
•	 Visite o sitehttp://www.datasus.gov.br;
•	 Na caixa de opções azul, do lado esquerdo da página, clique em “In-
formações de Saúde”;
•	 Em seguida, clique na opção “Estatísticas Vitais”;
12
Aula 2 • De onde vêm os dados na área de Segurança Pública? Um panorama 
Aula 2 • das principais fontes
Aula 2 • 
•	 Agora, no meio da página, vão aparecer as opções de Estatísticas 
Vitais. Como o seu interesse é analisar a incidência de mortes por 
agressão, você deve escolher a opção “Óbitos por causas externas”;
•	 Quando você clicar nesta opção, no lado esquerdo da página, vai 
aparecer o mapa do Brasil dividido por Unidades da Federação 
(UFs). Clique na UF em que você nasceu;
•	 Nesse momento, você verá uma nova página, em que você poderá 
construir uma tabela com a estatística desejada. Para tanto, na caixa 
“Linha”, escolha a opção “Grande Grupo CID10”; na caixa “Coluna”, 
escolha a opção “Ano do Óbito”; na caixa “Conteúdo”, escolha a op-
ção “Óbitos p/ Residência”; na caixa “Períodos Disponíveis”, selecio-
ne o período desejado (últimos cinco anos); na caixa “Município”, 
selecione o município onde nasceu.
13
Estatística Aplicada à Segurança Pública
•	 Depois, arraste até o final na página e clique em “Mostra”;
•	 Finalmente, você poderá ver o resultado desejado.
Resposta Comentada
Com essa ferramenta, você pôde visualizar uma tabela com o nú-
mero de vítimas por tipo de morte por Causas Externas. Além disso, é 
possível verificar se o número de mortes por agressão (Mortes Violentas 
Intencionais) aumentaram ou não no município em que você nasceu, ao 
longo dos últimos 5 anos. Outra informação importante que você pode 
observar na tabela gerada a partir dos dados do Sistema de Informações 
sobre Mortalidade (SIM) é o número de “Eventos cuja intenção é inde-
terminada”, ou seja, não se sabe se o óbito foi causado por um acidente, 
suicídio ou homicídio. É muito importante acompanhar a incidência de 
óbitos nessa categoria, uma vez que quanto maior o número de mortes 
cuja intenção é indeterminada, mais prováveis são as chances de as mor-
tes violentas intencionais estarem sendo subestimadas.
O que acha de trabalhar com Pesquisas 
Quantitativas ou Surveys,para gerar 
estatísticas de segurança pública?
Pesquisas Quantitativas ou Surveyssão muito semelhantes ao Cen-
so realizado pelo IBGE, com a diferença de ser examinada apenas 
uma parcela (amostra) da população (enquanto o censo geralmente 
14
Aula 2 • De onde vêm os dados na área de Segurança Pública? Um panorama 
Aula 2 • das principais fontes
Aula 2 • 
implica a coleta de informações de toda a população). Surveyssão 
muito utilizados, por exemplo, em pesquisas políticas para avaliação 
da intenção de voto.
Antes de analisar osresultados de um Survey, é fundamental co-
nhecer a metodologia utilizada no trabalho, para verificar a confia-
bilidade dos dados. Por exemplo, o erro amostral é aquele que diz o 
quão perto a estatística da amostra cai ou está em relação ao valor 
real da população, ou seja, os resultados de uma pesquisa eleitoral 
podem revelar que o candidato “A” possui 40% das intenções de voto, 
com um erro amostral de 5% para mais ou para menos (você verá 
isso com mais detalhes na Aula 10). Isso significa dizer que, no resul-
tado final das eleições, o candidato “A” pode ter entre 35% e 45% do 
total de votos. O tamanho da amostra pode ser um problema. Pes-
quisas com amostras muito pequenas para representar uma popula-
ção grande, em geral, têm significativas implicações nos resultados.
Para analisar algum estudo, você deve tomar algumas precauções, 
tais como:
a) não ter ideias preconcebidas acerca do resultado. Exemplo: realizar 
uma pesquisa eleitoral já contando com a vitória do candidato “A”;
b) não desprezar fatos que contrariam o resultado a que se quer chegar. 
Exemplo: aceitar que o candidato “B” tem mais intenções de voto que o 
candidato “A”;
c) descobrir todas as causas e não indicar uma só. Exemplo: não aceitar 
que a única explicação para que o candidato “A” esteja melhor nas pes-
quisas que o candidato “B” seja porque ele “aparece mais bem vestido na 
TV”, muito embora “aparecer bem vestido na TV” seja uma das explica-
ções possíveis da pesquisa;
d) evitar o confronto de dados não comparáveis (unidades ou épocas 
diferentes). Exemplo: comparar os censos de 2000 com os dados da Pes-
quisa Nacional de Amostra por Domicílio de 2004;
e) contentar-se com o grau de precisão necessário. Exemplo: se uma 
pesquisa responde bem a um problema com uma margem de erro de 
5%, não é necessário fazer uma pesquisa com margem de erro de 0,1%;
f) tirar conclusões com um número suficiente de observações. Exem-
plo: nas pesquisas quantitativas,você não pode projetar os dados da 
amostra utilizando apenas seis ou sessenta indivíduos.
15
Estatística Aplicada à Segurança Pública
Você já ouviu falar dasPesquisas de Vitimização?
É prioritário contar com estatísticas criminais confiáveis para 
poder entender a dinâmica do fenômeno e desenhar e implementar 
políticas eficazes para o controle, prevenção e redução do crime. As-
sim, conforme vimos anteriormente, as estatísticas oficiais são cla-
ramente importantes no desenvolvimento, monitoramento e avalia-
ção de políticas públicas de segurança. Entretanto, por uma série de 
motivos, os dados oficiais nem sempre refletem com fidedignidade a 
situação real da criminalidade na sociedade. Essas estatísticas esta-
riam corretas se todos os cidadãos vitimizados relatassem às autori-
dades os crimes de que foram vítimas, com uma descrição completa 
do ocorrido. Você acredita que todas as pessoas vítimas de algum 
crime registram a ocorrência na Delegacia? A resposta para essa per-
gunta é não, sobretudo se definirmos o tipo de crime pelo qual a 
pessoa foi vitimizada. Deste modo, as estatísticas oficiais são apenas 
uma fração do total de crimes e apresentam um quadro distorcido da 
violência e da criminalidade. Você sabia disso?
Na década de 60, com o objetivo de resolver esse problema, pes-
quisadores norte-americanos desenvolveram a pesquisa de vitimiza-
ção, um instrumento capaz de estimar o total de crimes ocorridos e 
não notificados aos órgãos governamentais, conhecida como taxa de 
subnotificação ou “cifra obscura”. Além de verificar as taxas de sub-
notificação, as pesquisas de vitimização foram desenvolvidas para 
identificar quais razões influenciam os indivíduos a não notificarem 
o delito à polícia, verificando se isto ocorre de acordo com a nature-
za do crime, com as características da vítima ou devido à percepção 
da vítima em relação às autoridades policiais. Partindo das pesquisas 
de vitimização, torna-se possível obter informações de extrema rele-
vância para o desenvolvimento de estratégias de correção de varia-
dos problemas na área de segurança pública.
As pesquisas de vitimização são pesquisas em que os entrevista-
dos são abordados em casa, em escolas ou no trabalho, feitas com 
base em amostra representativa da população, sendo o entrevista-
do uma vítima ou não de um conjunto de crimes, dependendo da 
metodologia adotada. Permitem conhecer o perfil das vítimas; in-
formações sobre a experiência das pessoas relacionadas ao crime; a 
propensão das vítimas em registrar queixa policial; definir os grupos 
com risco de vitimização; identificar as atitudes da população em 
relação aos agentes encarregados da administração da justiça (po-
16
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Aula 2 • 
liciais, promotores, juízes). É preciso deixar claro, entretanto, que 
as pesquisas de vitimização não substituem os registros oficiais. Es-
tas são complementares e constituem uma alternativa às estatísticas 
produzidas pelo sistema policial.
Aparentemente, seria mais simples e econômico consultar as estatís-
ticas oficiais para conhecer a quantidade de crimes de que a sociedade 
tem sido vítima. Acontece que, por uma série de motivos, os dados ofi-
ciais nem sempre refletem com fidedignidade a situação real da crimi-
nalidade. As estatísticas oficiais estariam corretas se todos os cidadãos 
vitimizados relatassem os crimes de que foram vítimas às autoridades. 
Neste sentido, as pesquisas de vitimização foram desenvolvidas, inicial-
mente, como uma tentativa de estimar a quantidade de crimes sofridos 
pela população e não comunicados aos órgãos governamentais. Como 
exemplo, imagine que tendo uma pessoa sofrido um furto e não noti-
ficado à polícia sobre o acontecido, esta não-notificação faz com que 
os dados oficiais (aqueles que representam todos os crimes registrados) 
não representem todos os crimes ocorridos.
É preciso deixar claro, entretanto, que as pesquisas de vitimização 
não substituem os registros oficiais. Elas são complementares e 
constituem uma alternativa às estatísticas produzidas pelos siste-
mas policial, judiciário e penitenciário. “Elas não refletirão com 
exatidão o fenômeno da criminalidade, constituindo-se apenas 
numa melhor aproximação deste último, porque nem todos os 
entrevistados lembrarão, terão a disponibilidade ou a confiança 
necessária para relatar a um desconhecido fatos desagradáveis 
ocorridos no passado” (Kahn, 2000).
17
Estatística Aplicada à Segurança Pública
Figura 2.1:Fluxo da Ocorrência dos Crimes
As pesquisas de vitimização, além de estimarem as taxas de crimes, 
têm um foco na vítima e nas circunstâncias dos crimes, o que é espe-
cialmente relevante para a formulação de políticas preventivas, permi-
tindo traçar mapas de risco, identificar grupos mais expostos a deter-
minados tipos de delitos, estimar a frequência dos pequenos crimes 
cometidos cotidianamente – que, sendo os mais numerosos, em geral 
têm grande impacto sobre o sentimento de insegurança da população. 
Este instrumento possibilita um melhor conhecimento do fenômeno da 
violência e da criminalidade, ajudando no desenvolvimento de políticas 
públicas da referida área. Seus objetivos podem ser:
•	 Ao realizar pesquisas de vitimização regulares, será possível compa-
rar as fontes de dados. Por exemplo, para crimes como roubo, que 
possui altos níveis de sub-registro, ao comparar no tempo as estatís-
ticas oficiais com as taxas de sub-registro, poderá saber se o aumento 
dos registros se deve à violência ou à confiança nas instituições;
•	 As pesquisas de vitimização também podem ser um instrumento 
de controle do trabalho policial (externo), sendo capazes de captar 
informações sobre as experiências das pessoas com os policiais em 
diferentes eventos;
•	 Através das pesquisas de vitimização, é possível medir a confiança 
das pessoas nas instituições de segurança pública, além de verificar 
18
Aula 2 • De onde vêm os dados na área de Segurança Pública? Um panoramaAula 2 • das principais fontes
Aula 2 • 
os fatores explicativos de cada avaliação. Na medida em que se co-
nhece o porquê de uma avaliação negativa ou de uma desconfiança, 
torna-se possível reorientar as ações, as estratégias e qualificar os 
serviços prestados à comunidade;
•	 Também é possível conhecer as medidas preventivas utilizadas pelas 
vítimas reais ou potenciais, as providências tomadas após a vitimiza-
ção e os mecanismos informais de resolução de conflitos;
•	 Conhecer as características do(a)s agressor(a)s identificado(a)s 
pelas vítimas e especificar, para os váriostipos de crimes, a re-
lação existente entre vítima e agressor(a)s (familiar, conhecido, 
desconhecido, etc.);
•	 Ao conhecer quais os fatores demográficos, econômicos e sociais 
que determinam os riscos individuais da vitimização, o agente de 
segurança pública tem como prevenir a incidência, já que tem maior 
conhecimento para tomada de decisões. Será na junção das fontes de 
dados que se obterá um diagnóstico mais claro do fenômeno;
•	 Ao considerar que o conceito de estilo de vida pode explicar o risco 
de vitimização, será possível pensar em estratégias de prevenção, a 
partir das experiências relatadas na pesquisa;
•	 A partir das pesquisas de vitimização, é possível determinar locais 
cuja coesão social e controle social, formal e informal estão enfra-
quecendo. Para o controle social formal, por exemplo, é necessária 
uma política direta de policiamento; já para o controle social infor-
mal, seria implementar um projeto em parceria com a sociedade ci-
vil, que aumente a sociabilidade, a confiança e a coesão social entre 
os vizinhos;
•	 À medida que as pessoas se sentem mais inseguras, elas tendem a se 
relacionar menos, corroendo as redes de relações sociais, a confian-
ça, a sociabilidade e a solidariedade, que são importantes fatores na 
explicação do aumento da criminalidade.
 
As Pesquisas de Vitimização no Contexto Brasileiro
O Brasil tem experimentado problemas crescentes quanto à seguran-
ça pública, mas eles não são os mesmos em todas as regiões e em todas 
as cidades; por isto, nos últimos anos, muitos estudos foram realiza-
dos com o intuito de construir instrumentos capazes de acompanhar a 
evolução da criminalidade. A partir destas iniciativas, surgiram críticas 
19
Estatística Aplicada à Segurança Pública
acerca das estatísticas oficiais existentes, levando pesquisadores a utili-
zarem outros instrumentos de análise da segurança pública, entre esses, 
as pesquisas de vitimização.
No Brasil, as pesquisas de vitimização tiveram início tardiamente, 
mais especificamente no ano de 1988, através do suplemento Partici-
pação Político-Social da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio 
(PNAD), realizada pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Es-
tatística, que incluiu um bloco com perguntas sobre vitimização. Entre 
1988 e 2013, foram realizadas 29 pesquisas de vitimização em diferentes 
cidades brasileiras, cabendo ressaltar que devido à falta de uniformida-
de na metodologia e nos processos de coleta destas pesquisas, torna-se 
difícil a elaboração de análises comparativas com a consistência neces-
sária. Além disso, a maior parte destas pesquisas se limitou ao estudo do 
tema em cidades (capitais de unidades federativas), principalmente na 
região sudeste do Brasil.
Tabela 1.1: Pesquisas de Vitimização no Brasil
Pesquisa Ano Abrangência
Período de 
Referência
Tamanho da Amos-
tra
Pnad 1988 Brasil 1 ano 81.628 domicílios
Ilanud
1992
1996
1997
Município do Rio de Janeiro
Município de São Paulo
5 anos
5 anos
1.000 entrevistados
2.400 entrevistados
Iser/PAHO 1996 Município do Rio de Janeiro 5 anos 2.469 entrevistados
Iser/FGV 1996 Região Metropolitana do RJ 1 ano 1.126 entrevistados
O Povo e a PM 1997/1998 Distrito Federal
Seade 1998
SP – Região Metropolitana 
e municípios com mais de 
50.000 habitantes
1 ano 14.000 domicílios
USP 1999 Região Metropolitana de SP 6 meses 1.000 entrevistados
ISER 2000 Baixada – RJ 1 ano 1.389 entrevistados
CDHP - IBGE 2001 Copacabana e Leme 1 ano 450 entrevistados
Módulo da 
PESB
2002 Brasil Toda a vida 2.460
Ilanud/FIA/USP 2002
São Paulo, Rio de Janeiro, 
Vitória e Recife (municípios)
5 anos 2.800 entrevistados
ISP / Viva Rio 2002 Município do Rio de Janeiro 1 ano 765 entrevistados
20
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CRISP 2002 Município de Belo Horizonte
1 ano e 5 
anos
4.000 entrevistados
IFB 2003 Município de São Paulo
1 ano e 5 
anos
5.000 entrevistados
GUTO - UNESP 2003 Município de Marília (SP) Toda a vida Não consta
Módulo do BH 
Área Survey
2003 UFG 1 ano 1029 entrevistados
Marcos Rolim 2004 Alvorada (RS) 1 ano 500 domicílios
IBPS - PMV 2005 Rio de Janeiro 1 mês
1.100 entrevistados 
por telefone
SSP- NEPP- PR 2005 Curitiba e Foz do Iguaçu
1 ano e 5 
anos
4.000 entrevistados
UERJ – NUPEVI 2005/2006 Município do Rio de Janeiro
Toda a vida 
e 1 ano
4.000 entrevistados
CRISP 2006
Região Metropolitana de 
Belo Horizonte
1 ano e 5 
anos
6.220 entrevistados
ISP 2007/2008 Região Metropolitana do RJ
1 ano e 5 
anos
4.553 entrevistados
UFG 2007/2008 13 Municípios de Goiás 1 ano 6.809 entrevistados
Pnad 2009 Brasil 1 ano
399.387 entrevista-
dos
DATAUFF - MT 2010 Estado de MT 1 ano 3.900 entrevistados
DATAUFF - SC 2012 Estado de SC 1 ano 2.400 entrevistados
DATAUFF – 
Santo Amaro
2013
Bairro de Santo Amarro – 
Recife – PE
1 ano 400 entrevistados
 
Diferenças Metodológicas das Pesquisas de Vitimização no Brasil
A maioria das pesquisas de vitimizaçãorealizadas no Brasil não se-
guiu uma metodologia padrão, nem tão pouco foram realizadas de ma-
neira sistemática, diferentemente do que acontece atualmente em outros 
países do mundo (por exemplo, nos Estados Unidos, desde a década de 
60, esse tipo de pesquisa é realizado anualmente). Sendo assim, torna-
-se difícil a comparação do fenômeno da vitimização no tempo e entre 
regiões. Para se ter uma ideia, estabelecendo um breve panorama das 
pesquisas de vitimização já realizadas no Brasil, pode-se observar que 
dos 29surveys, poucos podem ser comparados. Entre esses, alguns em-
pregaram a mesma metodologia, mas utilizaram diferentes questioná-
rios, além de existirem casos em que a abrangência geográfica conside-
rada ter sido distinta, ou seja, algumas pesquisas foram representativas 
21
Estatística Aplicada à Segurança Pública
para os municípios, enquanto outras, para as regiões metropolitanas. A 
seguir, alguns exemplos:
•	 as pesquisas do Ilanud - município do Rio de Janeiro (1992), muni-
cípio do Rio de Janeiro (1996), do Ilanud - município de São Paulo 
(1997) edo Ilanud/FIA/USP - municípios de São Paulo, Rio de Ja-
neiro, Vitória e Recife (2002) adotaram a metodologia UNICRI com 
questionários diferentes;
•	 as pesquisas do ISER/PAHO - município do Rio de Janeiro (1996), 
do ISER/FGV - região metropolitana do RJ (1996) edo ISP / Viva 
Rio - município do Rio de Janeiro (2002) adotaram a mesma meto-
dologia, mas utilizaram questionários diferentes.
As únicas pesquisas que podem ser comparadas como um todo são as 
pesquisas do CRISP - município de Belo Horizonte (2002) e região me-
tropolitana (2006), NUPEVI município do Rio de Janeiro (2005/2006) 
e SSP- NEPP municípios de Curitiba e Foz do Iguaçu (2005), já que 
empregaram a mesma metodologia e questionário.
Deste modo, você pode perceber a existência de importantes dife-
renças entre as pesquisas de vitimização no Brasil. No que se refere às 
discrepâncias metodológicas, devem-se destacar a população-alvo, a 
abrangência da pesquisa, o período de referência, o mês de realização 
da pesquisa, o desenho amostral, o método de entrevista e os tipos de 
delitos que configuram a vitimização.
A população-alvo, ou seja, o grupo sobre o qual se deseja pesquisar, 
é um importante fator que diferencia os resultados de uma pesquisa. 
Em algumas pesquisas de vitimização, a população-alvo é definida se-
gundo um limitemínimo e máximo de idade do respondente, e esses 
limites variam entre as pesquisas. Por exemplo, na Pesquisa Lei, Jus-
tiça e Cidadania (1996), elaborada pelo CPDOC/FGV e pelo ISER, a 
população-alvo foi composta pelos moradores do município do Rio de 
Janeiro com idade de 16 anos ou mais, enquanto no suplemento Justiça 
e Vitimização, da PNAD (1988), a população-alvo se referia a pessoas 
de todas as idades no Brasil. Neste sentido, outro ponto importante a 
ser considerado é a abrangência da pesquisa. Algumas pesquisas são re-
presentativas para municípios, para região metropolitana, e outras para 
estado ou até país.
Outro importante fator metodológico em pesquisas de vitimização é 
o período de referência em relação à experiência com o delito. O perío-
do de referência pode ser de 5 anos, 12 meses ou 6 meses antes da data 
22
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da entrevista. Por exemplo, nas pesquisas que utilizam a metodologia 
UNICRI, o período de referência é de 5 anos; na pesquisa do ISER/FGV 
(1996), foram considerados dois períodos diferentes: 3 e 12 meses antes 
da entrevista. A pesquisa de vitimização realizada na região metropoli-
tana de São Paulo pela USP é a única que utiliza o período de referência 
de seis meses, já a pesquisa realizada pela UERJ/NUPEVI (2005/2006) 
possui perguntas sobre vitimização alguma vez na vida. O aumento mé-
dio nas taxas de vitimização de 3 para 12 meses, registrados na pesquisa 
FGV-ISER, foi de 144%, ou seja, as taxas anuais são apenas 2,5 vezes 
maiores do que as trimestrais (você imaginou que seria 4 vezes maior, 
não foi?). A memória dos entrevistados em pesquisas retrospectivas, 
como é o caso dos surveys de vitimização, é muito importante, já que 
eventos mais distantes tendem a ser mais esquecidos do que os mais 
recentes. Assim, quanto maior o período de referência, mais chances o 
entrevistado tem de negligenciar algum fato importante para a pesqui-
sa, principalmente no caso dos tipos de crime menos sérios. Também 
é importante considerar o mês de realização da pesquisa, pois este está 
diretamente ligado à ideia da memória do entrevistado. Por exemplo, se 
em uma pesquisa que está sendo realizada no mês de outubro/13, for 
perguntado sobre alguma vitimização nos 12 meses que a antecedem, 
o período de referência será de novembro do ano anterior até a data da 
pesquisa. No entanto, existe um alto risco de o entrevistado contar o 
período como sendo o ano da realização da pesquisa, ou seja, seguindo 
o exemplo, o entrevistado daria as informações do período desde janei-
ro/13, em vez de novembro/12. Por isso, é aconselhado realizar pesqui-
sas de vitimização no início do ano, e tendo como período de referência 
o ano anterior (12 meses), ou, caso o período de referência seja dife-
rente, definir um acontecimento que marque a data de referência, por 
exemplo, “desde a tragédia do 11 de setembro, você já foi vitimizado?”.
O desenho amostral empregado nas pesquisas também influencia em 
seus resultados. Algumas pesquisas utilizaram grandes amostras probabi-
lísticas, enquanto outras trabalharam com amostras por quota, geralmente 
de tamanho reduzido (1.000 a 1.200 entrevistados). Neste último caso, o 
número de vítimas fica reduzido (em torno de 150 indivíduos) e a análi-
se prejudicada. Algumas pesquisas utilizaram um método de listagem dos 
domicílios, ou seja, contabilizam todos os domicílios da rua. Este método 
aplica um questionário simples a um grande número de pessoas. A partir 
deste levantamento, os entrevistados são sorteados para responder a um 
questionário completo. O objetivo desse método é controlar o número de 
entrevistados que foram vitimizados e os que não foram vitimizados.
23
Estatística Aplicada à Segurança Pública
No que se refere aos métodos de entrevista, foram utilizados dois mé-
todos nas pesquisas brasileiras: um que seleciona aleatoriamente ou por 
quota o respondente, que é submetido a um questionário individual so-
bre as ocorrências criminais das quais foi vítima; e outro, onde qualquer 
morador (respondenteproxy) pode dar informações sobre os demais 
moradores do domicílio, não havendo nenhum critério estatístico para 
controlar a seleção do respondente, apenas um limite de idade mínima 
(geralmente, 15 anos). O National Crime VictimizationSurvey(NCVS), 
dos EUA, admitia, até 1986, respondentes proxies para menores de 13 
anos de idade; atualmente, apenas os indivíduos temporariamente au-
sentes do domicílio e os incapacitados mentalmente podem ser substi-
tuídos por respondentes proxies.
As diferenças quanto ao processo de entrevista são o principal fa-
tor a ser levado em conta na comparação dos resultados. Isso se deve 
ao fato de que muitos eventos de vitimização não são conhecidos por 
todos os membros do domicílio. Nesse sentido, os problemas de recall, 
sempre presentes em pesquisas de vitimização, são agravados quando 
a metodologia da pesquisa permite proxies respondentes. As taxas de 
vitimização em pesquisas sem respondente proxy são aproximadamente 
2,8 vezes maiores do que as taxas das pesquisas com respondente proxy 
e, inversamente, as taxas de recurso à polícia no primeiro grupo de pes-
quisa são 2,5 menores do que no segundo. Em resumo, as taxas calcula-
das com base em informações prestadas por proxies respondentes, não 
diretamente envolvidos na ocorrência, tendem a ser subestimadas (pais 
desconhecem o que acontece com seus filhos jovens, cônjuges omitem 
determinados episódios, etc.).
Ademais, os tipos de crimes abordados também influenciam na 
comparação entre as pesquisas. Por exemplo, nas pesquisas realizadas 
pelo IBGE (suplemento da PNAD e CDHP), os crimes roubos e furtos 
foram agrupados. Nas pesquisas que utilizam a metodologia do CRISP, 
roubo e furto são perguntados separadamente, já nos surveys com me-
todologia UNICRI, os roubos e os furtos são divididos segundo tipifica-
ção específica (veículo, itens do carro, residência, etc.).
Outras Fontes
Para trabalhar com estatísticas na área de Segurança Pública,você 
pode utilizar diferentes fontes de dados, além das apresentadas anterior-
mente. Entre elas, as principais são as informações oriundas das segura-
24
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Aula 2 • 
doras, que podem ser uma fonte muito interessante no caso de roubos 
e furtos de veículo. Outra fonte importante são as secretarias e departa-
mentos municipais e estaduais de segurança pública e afins. É possível 
obter informações preciosas dessas instituições, que venham colaborar 
para um melhor planejamento de políticas públicas de segurança.
Ademais, outras fontes de dados muito valiosas são aquelas oriundas 
dos inquéritos policiais, processos judiciais e denúncias encaminhadas 
ao Ministério Público. Além dessas, existem o SAIH (Sistema de Auto-
rização de Internações Hospitalares), que traz indicações de crimes para 
os que estão sendo internados, e o INFOPEN (Sistema de Informações 
do DEPEN), que possui informações sobre a população do sistema pri-
sional e o Sistema de Estatísticas da Justiça, que possui algumas infor-
mações sobre os processos.
Atividade 3
Atende aos objetivos 1 e 4
Apresente as principais fontes existentes para a mensuração da violência 
no Brasil, considerando as particularidades e limitações de cada uma.
Resposta Comentada
Existem duas maneiras de obter dados sobre violência no Brasil: uma 
por meio de registros oficiais e outra por pesquisas do tipo survey.
As principais estatísticas oficiais de violência no Brasil são:
•	 as coletadas a partir de BO – Boletim de Ocorrência ou Registro de 
Ocorrência da Polícia Civil.No que se refere às estatísticas policiais, 
existem algumas particularidades que devem ser destacadas: nem 
todas as polícias e/ou secretarias de segurança no Brasil dispõem de 
sistemas de banco de dados e/ou de estatísticas criminais; existem 
ocorrênciascriminais que podem ter sido registradas em mais de 
uma delegacia, gerando duplicidade de casos; e os BOs (ou ROs) po-
dem ter problemas de preenchimento em seus campos relevantes, 
sobretudo no que se refere ao perfil da vítima e do suspeito.
25
Estatística Aplicada à Segurança Pública
•	 as estatísticas de mortalidade do Ministério da Saúde (Sistema de 
Informações sobre Mortalidade – SIM), produzidas com base nas 
Declarações de Óbito. Essas estatísticas também possuem algumas 
peculiaridades, tais como falhas no preenchimento da Declaração de 
Óbito; atraso na liberação dos dados; problemas na determinação da 
intencionalidade da violência; problemas de não-preenchimento das 
informações coletadas pela Declaração de Óbito.
As pesquisas de vitimização são pesquisas do tipo survey, baseadas na 
montagem de amostras cuidadosamente elaboradas, que representem 
fielmente uma população. Esse tipo de pesquisa aborda pessoas que fo-
ram vítimas ou não de um conjunto de crimes, dependendo da metodo-
logia adotada. As pesquisas de vitimização permitem conhecer o perfil 
das vítimas ou informações sobre a experiência das pessoas relaciona-
das ao crime, entre outras informações relevantes no estudo da violên-
cia e da criminalidade. No entanto, esse tipo de pesquisa é cara, e se o 
instrumento de coleta de informações (questionário), bem como toda a 
metodologia da pesquisa, não forem desenvolvidos adequadamente, os 
resultados podem ser enviesados.
CONCLUSÃO
Por que é tão difícil mudar a situação da segurança pública? A res-
posta é que não há política ou planejamento sem diagnóstico, e não há 
diagnóstico sem informações qualificadas e consistentes. Sem o plane-
jamento, falta clareza quanto aos objetivos, o que impede qualquer ava-
liação rigorosa do fenômeno.
As estatísticas oficiais são claramente importantes no desenvolvimen-
to, monitoramento e avaliação de políticas públicas. Entretanto, como 
você viu nesta aula, é muito difícil conhecer a quantidade de crimes 
que ocorrem na sociedade, já que as estatísticas oficiais são apenas uma 
fração do total de crimes. E se você comparar as fontes de dados, para 
averiguar a qualidade da informação? Ou se você realizar uma pesquisa 
de vitimização, para estimar as taxas de sub-registros? Então, a análise 
será mais confiável. Gostaria que você, ao analisar ou trabalhar com 
estatísticas de segurança pública, reconheça que, por definição, elas são 
26
Aula 2 • De onde vêm os dados na área de Segurança Pública? Um panorama 
Aula 2 • das principais fontes
Aula 2 • 
fruto de inúmeros processos políticos, organizacionais, institucionais e 
legais, centrais para o ciclo das políticas públicas. Falar dessas estatísticas 
é lembrar da possibilidade de se aumentar a eficiência da gestão das 
políticas na área, por meio da construção de dados e de indicadores que 
permitam que a segurança pública seja um serviço cuja provisão esteja 
baseada intensamente em planejamento, monitoramento e avaliação.
Resumo
Para realizar uma análise, um monitoramento ou uma avaliação é pre-
ciso conhecer as fontes de dados. Na área da violência e criminalidade, 
destacamos três fontes de dados: as registradas pela Polícia Civil, as co-
letadas pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Minis-
tério da Saúde, e as pesquisas de vitimização.
As estatísticas criminais coletadas através dos Boletins ou Registros de 
Ocorrência da Polícia Civil possuem categorias criminais definidas pelo 
Código Penal.Já o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) tem 
sua informação inicial gerada pela DO – Declaração de Óbito, e classifi-
ca as mortes violentas como “Causas Externas”, segundo a Classificação 
Internacional de Doenças (CID).
Vale ressaltar que a definição de morte violenta dada pelo SIM é diferente 
da dada pelas polícias. Pelo SIM, os homicídios são definidos segundo a 
CID, enquanto para as polícias, a definição é feita segundo o Código Penal.
As pesquisas de vitimização são um tipo de levantamento na população 
sobre a experiência com o crime. Gera informações que eventualmente 
sirvam ao desenvolvimento de políticas para o controle da criminali-
dade e quantifica a ocorrência de violações específicas para estimar a 
realidade das incidências criminais a partir dos dados divulgados pelos 
órgãos oficiais. Este tipo de pesquisa tem como objetivo obter informa-
ções sobre a experiência das pessoas com respeito ao crime, risco de 
vitimização, propensão a registrar queixa policial, atitudes com relação 
à polícia e a punição dos criminosos, estratégias de prevenção ao crime 
e avaliação dos serviços prestados pelas forças policiais.
27
Estatística Aplicada à Segurança Pública
Informações sobre a próxima aula
Na próxima aula, você será treinado a organizar as informações e a reco-
nhecer qual o nível de mensuração de um dado. Ademais, discutiremos 
como construir uma distribuição de frequência e qual a sua vantagem 
na análise estatística.
Leitura Recomendada
BEATO, Cláudio. Determinantes da criminalidade em Minas Ge-
rais. Revista Brasileira de Ciências Sociais. São Paulo, Anpocs, 13(37), 
jun., pp. 74-87, 1998.
BORGES, D.; DIRK, R. Compreendendo os dados de violência e crimi-
nalidade. In: MIRANDA, A. P. M. & TEIXEIRA, P. A. S. (orgs.). Polícia 
e comunidade: temas e desafios na implantação de conselhos comunitá-
rios de segurança. Rio de Janeiro: Instituto de Segurança Pública, 2006.
CATÃO, Y. Pesquisas de Vitimização. Fórum de Debates Criminalidade, 
Violência e Segurança Pública no Brasil: Uma Discussão sobre Bases de Da-
dos e Questões Metodológicas II. Rio de Janeiro: Ipea e Cesec/Ucam, 2000.

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