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TERMINALIDADE E DIRETIVAS ANTECIPADAS DE VONTADE

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ALICE – MEDICINA – T4 
TERMINALIDADE E DIRETIVAS ANTECIPADAS DE VONTADE 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
• Artigo 5º: Todo são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à prioridade (...) 
 
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA 
CAPÍTULO I 
• PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: 
VI – O médico guardará absoluto respeito pelo ser humano e atuará sempre em seu 
benefício, mesmo depois da morte. Jamais utilizará seus conhecimentos para causar 
sofrimento físico ou moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e 
acobertar tentativas contra sua dignidade e integridade. 
 
EUTANÁSIA... E NO BRASIL? 
Vedado! 
• Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu 
representante legal. 
• Código Penal: Homicídio! 
Art. 121, § 1º, dispõe sobre o homicídio privilegiado, no qual o indivíduo comete o 
crime por relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo 
após injusta provocação da vítima, nesses casos, o juiz poderá reduzir a pena de um 
sexto a um terço. 
 
DISTANÁSIA 
• Atos que configuram obstinação terapêutica, prolongando a vida de um paciente 
incurável, por meio e meios artificiais, desproporcionais ao contexto. 
- Novos recursos; 
- Medidas desproporcionais; 
- Prolongamento do sofrimento; 
- Sem trazer benefícios. 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
• Artigo 1º, inciso III: Princípio da dignidade da pessoa humana; 
• Artigo 5º, inciso III: “Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento 
desumano ou degradante”. 
 
DISTANÁSIA... E NO BRASIL? 
Vedado! 
• Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu 
representante legal. 
• Parágrafo único. Nos casos de doença incurável ou terminal, deve o médico oferecer 
todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou 
 ALICE – MEDICINA – T4 
terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade 
expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal. 
 
ORTOTANÁSIA 
• Morte no tempo certo; 
• Há a suspensão de tratamentos que trariam mais desconforto e sofrimento ao 
doente, sem melhorias ou reversibilidade do quadro. 
• Fase terminal; 
• Enfermidades graves ou incuráveis; 
- Portanto, pode limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a 
vida; 
- Garantia dos cuidados para aliviar sintomas que causam sofrimento (assistência 
integral); 
- Representada a vontade do paciente ou de seu representante legal. 
 
ORTOTANÁSIA... E NO BRASIL? 
• Resolução do CFM: Na fase terminal de enfermidades graves e incuráveis, é 
permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que 
prolonguem a vida do doente, garantindo-lhe os cuidados necessários para aliviar os 
sintomas que levam ao sofrimento, na perspectiva de uma assistência integral, 
respeitada a vontade do paciente ou de seu representante legal. 
• Art. 1º: É permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos 
que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave ou 
incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal. 
§ 1º: O médico tem obrigação de esclarecer ao doente ou a seu representante legal as 
modalidades terapêuticas adequadas para cada situação. 
§2º: A decisão referida no caput deve ser fundamentada e registrada no prontuário; 
§3º: É assegurado ao doente e a seu representante legal o direito de solicitar uma 
segunda opinião médica. 
• Art. 2º: O doente continuará a receber todos os cuidados necessários para aliviar os 
sintomas que levam ao sofrimento, assegurada a assistência integral, o conforto físico, 
psíquico, social e espiritual, inclusive assegurando-lhe o direito da alta hospitalar. 
• Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu 
representante legal. 
• Parágrafo único. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer 
todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou 
terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade 
expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, de seu representante legal. 
 
 ALICE – MEDICINA – T4 
 
 
RESOLUÇÃO CFM nº 1995/2012 
→ Dispõe sobre as diretivas antecipadas de vontade dos pacientes. 
 
RESOLVE: 
• Art. 1º: Definir diretivas antecipadas de vontade como o conjunto de desejos, prévia 
e expressamente manifestados pelo paciente, sobre cuidados e tratamentos que quer, 
ou não, receber no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e 
autonomamente, sua vontade. 
• Art. 2º: Nas decisões sobre cuidados e tratamentos de pacientes que se encontram 
incapazes de comunicar-se, ou de expressar de maneira livre e independente suas 
vontades, o médico levará em consideração suas diretivas antecipadas de vontade. 
§ 1º: Caso o paciente tenha designado um representante para tal fim, suas 
informações serão levadas em consideração pelo médico. 
§ 2º: O médico deixará de levar em consideração as diretivas antecipadas de vontade 
do paciente ou representante que, em sua análise, estiverem em desacordo com os 
preceitos ditados pelo Código de Ética Médica. 
§ 3º: As diretivas antecipadas do paciente prevalecerão sobre qualquer outro parecer 
não médico, inclusive sobre os desejos dos familiares; 
§ 4º: O médico registrará, no prontuário, as diretivas antecipadas de vontade que lhes 
foram diretamente comunicadas pelo paciente. 
§ 5º: Não sendo conhecidas as diretivas antecipadas de vontade do paciente, nem 
havendo representante designado, familiares disponíveis ou falta de consenso entre 
estes, o médico recorrerá à Comissão de Ética Médica do hospital ou ao Conselho 
Regional e Federal de Medicina para fundamentar sua decisão sobre conflitos éticos, 
quando entender esta medida necessária e conveniente. 
 
ONDE POSSO AMPARAR LEGALMENTE A RECUSA TERAPEUTICA DO PACIENTE? 
RESOLUÇÃO CFM Nº 2.232/2019 
→ Estabelece normas éticas para a recusa terapêutica por pacientes e objecao de 
consciência na relação médico-paciente. 
 
RESOLVE: 
• Art. 1º: A recusa terapêutica é, nos termos da legislação vigente e na forma desta 
Resolução, um direito do paciente a ser respeitado pelo médico, desde que esse o 
informe dos riscos e das consequências previsíveis de sua decisão. 
 ALICE – MEDICINA – T4 
 
• Art. 2º: É assegurado ao paciente maior de idade, capaz, lúcido, orientado e 
consciente, no momento da decisão, o direito de recusa à terapêutica proposta em 
tratamento eletivo, de acordo com a legislação vigente. 
Parágrafo único. O médico, diante da recusa terapêutica do paciente, pode propor 
outro tratamento quando disponível. 
• Art. 3º: Em situações de risco relevante à saúde, o médico não deve aceitar a recusa 
terapêutica de paciente menor de idade ou de adulto que não esteja no pleno uso de 
suas faculdades mentais, independentemente de estarem representados ou assistidos 
por terceiros. 
• Art. 4º: Em caso de discordância insuperável entre o médico e o representante legal, 
assistente legal ou familiares de paciente menor de idade ou incapaz quanto à 
terapêutica proposta, o médico deve comunicar o fato às autoridades competentes, 
visando o melhor interesse do paciente. 
• Art. 5º: A recusa terapêutica não deve ser aceita pelo médico quando caracterizar 
abuso de direto. 
§ 1º: Caracteriza abuso de direito: 
I. A recusa terapêutica que coloque em risco a saúde de terceiros; 
II. A recusa terapêutica ao tratamento de doença transmissível ou de qualquer outra 
condição semelhante que exponha a população a risco de contaminação. 
§ 2º: A recusa terapêutica manifestada por gestante deve ser analisada na perspectiva 
do binômio mãe/feto, podendo o ato de vontade da mãe caracterizar abuso de direito 
dela em relação ao feto. 
• Art. 6º: O médico assistenteem estabelecimento de saúde, ao rejeitar a recusa 
terapêutica do paciente, deverá registrar o fato no prontuário e comunica-lo ao diretor 
técnico para que este tome as providências necessárias perante as autoridades 
competentes, visando assegurar o tratamento proposto. 
• Art. 7º: É direito do médico a objeção de consciência diante da recusa terapêutica do 
paciente. 
• Art. 8º: Objeção de consciência é o direito do médico de se abster do tratamento 
diante da recusa terapêutica do paciente, não realizando atos médicos que, embora 
permitidos por lei, sejam contrários aos ditames de sua consciência. 
• Art. 9º: A interrupção da relação do medico com o paciente por objeção de 
consciência impõe ao médico de comunicar o fato ao diretor técnico do 
estabelecimento de saúde, visando garantir a continuidade da assistência por outro 
médico, dentro de suas competências. 
Parágrafo único. Em caso de assistência prestada em consultório, fora de 
estabelecimento de saúde, o médico deve registrar no prontuário a interrupção da 
relação com o paciente por objeção de consciência, dando a ele, por escrito, e 
podendo, a seu critério, comunicar o fato ao CRM. 
• Art. 10: Na ausência de outro médico, em casos de urgência e emergência e quando 
a recusa terapêutica trouxer danos previsíveis à saúde do paciente, a relação com ele 
não pode ser interrompida por objeção de consciência, devendo o médico adotar o 
tratamento indicado, independentemente da recusa terapêutica do paciente. 
 ALICE – MEDICINA – T4 
• Art. 11: Em situações de urgência e emergência que caracterizem iminente perigo de 
morte, o médico deve adotar todas as medidas necessárias e reconhecidas para 
preservar a vida do paciente, independentemente da recusa terapêutica. 
• Art. 12: A recusa terapêutica regulamentada nesta Resolução deve ser prestada, 
preferencialmente, por escrito e perante duas testemunhas quando a falta do 
tratamento recusado expuser o paciente a perigo de morte. 
Parágrafo único. São admitidos outros meios de registro da recusa terapêutica quando 
o paciente não puder prestá-la por escrito, desde que o meio empregado, incluindo 
tecnologia com áudio e vídeo, permita sua preservação e inserção no respectivo 
prontuário. 
• Art. 13: Não tipifica infração ética de qualquer natureza, inclusive omissa, o 
acolhimento, pelo médico, da recusa terapêutica prestada na forma prevista desta 
Resolução. 
 
TESTAMENTO VITAL 
DISPÕE O ARTIGO 1.857 DO CÓDIGO CIVIL: 
• Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de 
parte deles, para depois de sua morte. 
 
DESLIGAR APARELHO MESMO SEM A FAMÍLIA AUTORIZAR? 
• O médico que desliga o suporte ventilatório invasivo após o diagnóstico de morte 
encefálica não comete infração ética, mesmo que a família não autorize. 
 
CUIDADOS PALIATIVOS 
• Médicos, em qualquer situação em que se encontrem – mesmo diante de paciente 
fora de horizontes terapêuticos –, não podem deixar de oferecer os cuidados paliativos 
que aliviem seu sofrimento. 
• A área de cuidados paliativos requer um adequado relacionamento entre os 
membros da equipe de saúde, o paciente e os familiares e que as deliberações sejam 
feitas em casa avaliação médica, levando-se em conta os valores dos atores envolvidos 
e que o protocolo serve apenas como guia geral. 
 
PRINCÍPIOS SUBJACENTES A UMA DECISÃO DE NÃO REANIMAR 
1. Conceito: A ordem de não reanimar deve ser considerada nas situações de uma 
doença terminal, perde irreversível da consciência ou quando o doente tem doença 
grave e irreversível e em quem a reanimação possa ser considerada desproporcionada; 
2. Âmbito: A reanimação cardiopulmonar deve ser criteriosamente aplicada, devendo 
existir procedimentos claros a observar nos casos de ordem de não reanimar. Esse 
procedimento não abrange qualquer outra forma de limitação terapêutica, seja no que 
se refere à suspensão ou abstenção de outros tratamentos. Deve aplicar-se apenas a 
doentes em regime de internamento; 
3. Limites: Os limites da intervenção devem ser ditados pelo estado atual dos 
conhecimentos, de acordo com as regras provenientes da Medicina Baseada na 
Evidência; 
 ALICE – MEDICINA – T4 
4. Responsabilidade: Compete ao médico assistente, em concordância com toda a 
equipe de saúde, iniciar os procedimentos para a ordem de não reanimar; 
5. Reversibilidade: A ordem de não reanimar é reversível se houver alteração da 
situação clínica do doente que o justifique. Uma nova ordem de não reanimar implica 
a repetição dos procedimentos pelo novo médico assistente; 
6. Suspensão: Durante a realização de qualquer procedimento (ainda que não 
diretamente relacionável com a evolução da doença como sejam procedimentos para 
permeabilização da via aérea ou intervenções cirúrgicas para melhoria de conforto) 
sob anestesia ou ida ao bloco operatório, deve-se suspender essa instrução. Deve-se 
escrever no processo do doente “suspensão da ordem de não reanimar”, decisão essa 
assinada e fundamentada. 
7. Ordem de não reanimar em menores: No caso de o doente ser menor ou 
incompetente, esses procedimentos podem ser efetuados em consonância com o seu 
representante legal; 
8. Dever de tratamento: A ordem de não reanimar não exclui o dever de tratamento 
adequado e a implementação de todas as medidas de conforto apropriadas para o 
doente; 
9. Dever de registro: Todos os passos para desencadear ou reverter a ordem de não 
reanimar devem ficar documentados no prontuário clínico do paciente. Nas situações 
em que se preencher um formulário próprio para ordem de não reanimar deve 
registrar-se: 
a) Um resumo da situação clinica do doente e os fatos relevantes para essa decisão, 
incluindo a competência do doente; 
b) A concordância relativamente a essa decisão de outro médico de mesmo grau; 
c) Um resumo da informação dada ao doente e/ou seu representante legal e aos 
elementos da família presentes (e o grau de parentesco com o doente); 
d) A vontade do doente (ou do seu representante legal) se tal for solicitado; 
10. Prontuário eletrônico: A ordem de não reanimar deve ser adequada às normas do 
prontuário eletrônico para agilizar a sua utilização. 
 
VEDADO: 
• Art. 17: Deixar de cumprir, salvo por motivo justo, as normas emanadas dos 
Conselhos Federal e Regionais de Medicina e atender às suas requisições 
administrativas, intimações ou notificações no prazo determinado. 
• Art. 24: Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir livremente 
sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como exercer sua autoridade para limitá-lo. 
• Art. 26: Deixar de respeitar a vontade de qualquer pessoa considerada capaz física e 
mentalmente, em greve de fome, ou alimentá-la compulsoriamente, devendo 
cientificá-las do jejum prolongado e, na hipótese de risco iminente de morte, trata-la. 
• Art. 31: Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir 
livremente sobre a execução de praticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso 
de iminente risco de morte. 
 
 
 ALICE – MEDICINA – T4 
DECLARAÇÃO DE TÓQUIO DE 1975 
• Quando um prisioneiro recusar alimento, mas for considerado capaz de elaborar um 
raciocínio correto e racional relativo às consequências de tal recusa voluntária ao 
alimento, ele não será alimentado artificialmente; 
• A decisão quanto à capacidade do prisioneiro de formar tal raciocínio deverá ser 
confirmada por, pelo menos, um outro médico independente. As consequências da 
recusa do alimento serão explicadas pelos médicos ao prisioneiro.

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