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RECURSO ORDINÁRIO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ... VARA DO TRABALHO DE ...
Processo nº ...
JULIA... já qualificada nos autos do processo acima, movido em face de, RECORRIDO... já qualificado, vem, tempestivamente, por seu advogado que ao final subscreve, inconformada com a respeitável sentença ora proferida, interpor
RECURSO ORDINÁRIO
Com fundamento jurídico no art. 895, I, da CLT.
Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: 
I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e (Incluído pela Lei nº 11.925, de 2009).
A interposição das contrarrazões ao recurso tem como fundamento o princípio do contraditório e da ampla defesa, que conta com previsão na Constituição Federal (CF) e no Novo CPC:
“Art. 5º, LV, CF: aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;”
“Art. 9º, CPC: Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.”
Custas, depende parcialmente procedente , mas não será cobrada se a parte for beneficiária da Assistência Judiciária Gratuita (AJG).
Deixa de recolher se for beneficiaria da Justiça Gratuita.
Nestes termos
Pede deferimento
São João de Meriti,03/11/2022
OAB/UF ...
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO
Recorrente: Julia
Recorrido: Loja de Roupa de luxo
Origem: ... Vara do Trabalho de ...
Processo nº ...
Egrégio Tribunal,
Colenda Turma,
Nobre Julgadores,
I – Da admissibilidade do recurso ordinário
O presente recurso preenche todos os seus requisitos de admissibilidade recursal, extrínsecos (objetivos) e intrínsecos (subjetivos).
Pressupostos Objetivos
· cabimento e adequação (unirrecorribilidade, como regra);
· tempestividade (sob pena de preclusão)
· regularidade procedimental (incluídos o preparo, a motivação, o pedido de nova decisão e o contraditório)
· inexistência de fato impeditivo ou extintivo (deserção, desistência, renùncia, transação acerca do objeto litigioso do processo)
Pressupostos Subjetivos
· legitimidade (parte, MP e terceiro interessado)
· interesse decorrente do “fato objetivo da derrota” ou frustração de uma expectativa entre o que foi pedido e o que foi concedido.
“Assim, espera o recorrente que este recurso seja conhecido e provido em seu mérito.”
II – Resumo da dinâmica
Julia requer as verbas rescisórias, o recebimento em dobro da remuneração pelo período de afastamento, tudo acrescido de danos morais a serem arbitrados pelo juízo, tendo em vista as graves humilhações que ela passou
O juiz julgou a ação procedente e em parte determinou a reintegração imediata de Julia ao antigo trabalho, por fim o juízo alegou a inexistência de danos morais citado por Julia
[ O juízo de primeiro grau julgou a ação procedente em parte e determinou a reintegração imediata de Julia ao antigo trabalho, mesmo restando clara a ausência de vontade da reclamante em retornar para aquele ambiente, isso sem contar a impossibilidade de tal ato se sustentar, diante da humilhação que Julia passou.
Concluindo ainda o julgado pela inexistência de danos morais e determinando o pagamento das remunerações de forma simples pelo período de afastamento.]
A decisão merece reforma pelos fundamentos demonstrado abaixo:
III – Razões Recursais
A) Da prática discriminatória no ambiente de trabalho, artigos 1º e 2º da lei 9.029/1995.
Art. 1o  É proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal.  (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)  (Vigência)
Art. 2º Constituem crime as seguintes práticas discriminatórias:
I - a exigência de teste, exame, perícia, laudo, atestado, declaração ou qualquer outro procedimento relativo à esterilização ou a estado de gravidez;
II - a adoção de quaisquer medidas, de iniciativa do empregador, que configurem;
a) indução ou instigamento à esterilização genética;
b) promoção do controle de natalidade, assim não considerado o oferecimento de serviços e de aconselhamento ou planejamento familiar, realizados através de instituições públicas ou privadas, submetidas às normas do Sistema Único de Saúde (SUS).
Pena: detenção de um a dois anos e multa.
Parágrafo único. São sujeitos ativos dos crimes a que se refere este artigo:
I - a pessoa física empregadora;
II - o representante legal do empregador, como definido na legislação trabalhista;
III - o dirigente, direto ou por delegação, de órgãos públicos e entidades das administrações públicas direta, indireta e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Pelo que versa nos artigos a cima, Julia foi humilhada e despedida, injustamente de seu trabalho, procurando assim o pagamento de seus direitos, verbas rescisórias e o reconhecimento em dobro pelo período de afastamento, além dos danos morais experimentados
Conforme ficou comprovada, a recorrida exigia “boa aparência” de seus empregados bem como atestado de esterilização.
A respeitável decisão de primeiro grau merece reparo pois não respeita ao ordenamento jurídico/trabalhista vigente.
Art. 1o  É proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal.  
Art. 2º Constituem crime as seguintes práticas discriminatórias:
I - a exigência de teste, exame, perícia, laudo, atestado, declaração ou qualquer outro procedimento relativo à esterilização ou a estado de gravidez;
B) Do dever de indenizar, artigos 4º e 2º, da lei 9.029/95, c/c art. 186 e 927, CC.
Art. 2º Constituem crime as seguintes práticas discriminatórias:
I - a exigência de teste, exame, perícia, laudo, atestado, declaração ou qualquer outro procedimento relativo à esterilização ou a estado de gravidez;
II - a adoção de quaisquer medidas, de iniciativa do empregador, que configurem;
a) indução ou instigamento à esterilização genética;
b) promoção do controle de natalidade, assim não considerado o oferecimento de serviços e de aconselhamento ou planejamento familiar, realizados através de instituições públicas ou privadas, submetidas às normas do Sistema Único de Saúde (SUS).
Pena: detenção de um a dois anos e multa.
Parágrafo único. São sujeitos ativos dos crimes a que se refere este artigo:
I - a pessoa física empregadora;
II - o representante legal do empregador, como definido na legislação trabalhista;
III - o dirigente, direto ou por delegação, de órgãos públicos e entidades das administrações públicas direta, indireta e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 4o  O rompimento da relação de trabalho por ato discriminatório, nos moldes desta Lei, além do direito à reparação pelo dano moral, faculta ao empregado optar entre: 
I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o período de afastamento, mediante pagamento das remunerações devidas, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais; 
II - a percepção, em dobro, da remuneração do período de afastamento, corrigida monetariamente e acrescida dos juros legais. 
CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
É fato incontroverso na dinâmica narrada a humilhação experimentada pela recorrente, nobre julgadores, dito isto, o ordenamento jurídico aplicável ao caso é categóricoquanto ao dever de indenizar.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
C) Da reintegração pelo período de afastamento, (art.4º da lei 9.029/95).
A sentença ainda merece reforma quanto ao ressarcimento estabelecido na forma simples e a reintegração determinada pelo juízo de primeiro grau.
O comando estabelecido pelo art. 4º, da lei 9.029/95 é muito claro quanto ao poder de escolha do empregado em relação a reintegração ou o ressarcimento pelo período afastado, estando comprovada que a recorrente optou claramente pela segunda opção, não cabendo margem assim para que o juízo, ora recorrido, determinasse sua recondução.
Ainda, o mesmo dispositivo legal nos diz que que o ressarcimento deve ser pago em dobro, na forma do inciso II, pelo período de afastamento vivenciado pela colaboradora, não cabendo também margem de entendimento para que o juízo recorrido estabelecesse pagamento de forma simples.
Assim, a recorrente aguarda que a sentença atacada nesta peça seja reformada e que a recorrida seja condenada ao pagamento em dobro pelo período de afastamento e aos respectivos danos morais arbitrados por este Nobre Tribunal.
IV – Conclusão
Diante da argumentação e provas apresentadas, a recorrente espera que o Presente Recurso Ordinário seja conhecido e provido, com a reforma da decisão de primeira instância, sendo acolhidos na integra os pedidos acima elencados.
Nestes termos
Pede deferimento
São João de Meriti,03/11/2022
Guilherme Silva de Amorim

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