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Unidade curricular: Cálculo II Curso: Engenharia de Controle e Automação – IFSC Chapecó Profª.: Carise E. Schmidt Período letivo: 2020/2 Aula: 05/03/2021 (ANP) COORDENADAS POLARES (continuação) Gráficos de equações em coordenadas polares Assim como em equações cartesianas, um ponto 𝑃(𝑟, 𝜃) está no gráfico de uma equação polar 𝑟 = 𝑓(𝜃) se, e somente se, 𝑃 = (𝑟, 𝑓(𝜃)). Em alguns casos, o uso de coordenadas polares simplifica equações de curvas. Para traçar um gráfico de uma equação em coordenadas polares, observe o seguinte: i) Verifique se existem simetrias, ou seja, se a equação se altera com as substituições: a) 𝜃 por – 𝜃: simetria em relação à reta 𝜃 = 0 (eixo 𝑥) b) 𝜃 por 𝜋 − 𝜃: simetria em relação à reta 𝜃 = 𝜋 2 (eixo 𝑦) c) 𝜃 por 𝜋 + 𝜃: simetria em relação ao polo (equivale a substituir 𝑟 por – 𝑟 ii) Verifique se a curva passa pelo polo iii) Determine os pontos da curva, variando 𝜃 a partir de 𝜃 = 0 iv) Verifique a existência de pontos críticos (máximos e mínimos): 𝑓′(𝜃) = 0 e 𝑓′′(𝜃) > 0 → 𝜃 é um mínimo relativo; 𝑓′(𝜃) = 0 e 𝑓′′(𝜃) < 0 → 𝜃 é um máximo relativo. v) Verifique se 𝑟 não se altera ao trocar 𝜃 por 𝜃 + 2𝜋. Se não houver variação, basta variar 𝜃 entre 0 e 2𝜋. As relações trigonométricas a seguir são úteis para tais verificações: cos(−𝜃) = cos(𝜃) = cos(2𝜋 − 𝜃) = cos (2𝜋 + 𝜃) sen(−𝜃) = −sen(𝜃) = sen(2𝜋 − 𝜃) cos(𝜋 − 𝜃) = −cos (𝜃) sen(2𝜋 + 𝜃) = sen(𝜃) Exemplos: a) a equação da circunferência centrada no polo 𝑟 = 𝐶 b) a equação da reta 𝜃 = 𝜃0, 𝜃0 > 0 c) a equação geral da espiral 𝑟 = 𝜃 Equações de algumas curvas especiais em coordenadas polares a) Circunferências i) 𝑟 = 𝐶 (circunferência centrada no polo, de raio 𝐶) ii) 𝑟 = 2𝑎 cos (𝜃) (circunferência com centro na reta 𝜃 = 0, passando pelo polo, e raio |𝑎|. iii) 𝑟 = 2𝑏 𝑠𝑒𝑛 (𝜃) (circunferência com centro na reta 𝜃 = 𝜋 2 , passando pelo polo, e raio |𝑏|. b) Retas i) 𝜃 = 𝐶 (reta passando pelo polo) ii) 𝑟 cos (𝜃) = 𝑎 (reta paralela ao eixo polar) iii) 𝑟 sen (𝜃) = 𝑏 (reta perpendicular à reta que contém o eixo polar) c) Espirais i) 𝑟 = 𝑎𝜃 (espiral de Arquimedes) ii) 𝑟 = 𝑎 𝜃 (espiral hiperbólica) iii) 𝑟 = 𝑎𝑏𝜃, 𝑎 > 0 (espiral logarítmica) iv) 𝑟 = 𝑎√𝜃 (espiral parabólica) d) Rosáceas i) 𝑟 = 𝑎 𝑠𝑒𝑛(𝑛𝜃), 𝑛 ∈ ℕ∗ ii) 𝑟 = 𝑎 𝑐𝑜𝑠(𝑛𝜃), 𝑛 ∈ ℕ∗ Em ambos os casos, tem-se uma rosácea com 𝑛 folhas, se 𝑛 for ímpar, e 2𝑛 folhas, se 𝑛 for par. e) Limaçon i) 𝑟 = 𝑎 ± 𝑏 𝑠𝑒𝑛(𝜃) ii) 𝑟 = 𝑎 ± 𝑏 𝑐𝑜𝑠(𝜃) Existem quatro tipos de limaçons e cada tipo depende da razão 𝑎 𝑏 . Se 0 < 𝑎 𝑏 < 1 tem-se uma limaçon com um laço. Se 1 < 𝑎 𝑏 < 2 tem-se uma limaçon com um dente. Se 𝑎 𝑏 = 1, tem-se uma cardioide. E, por fim, se 𝑎 𝑏 ≥ 2, tem-se uma limaçon convexa. f) Lemniscatas i) 𝑟2 = ±𝑎 𝑠𝑒𝑛(𝜃) ii) 𝑟2 = ±𝑎 𝑐𝑜𝑠(𝜃) Comprimento do arco de uma curva dada em coordenadas polares Seja 𝐶 uma curva dada pela equação polar 𝑟 = 𝑓(𝜃). Utilizando as equações 𝑥 = 𝑟 cos (𝜃) e 𝑦 = 𝑟 𝑠𝑒𝑛(𝜃), temos que 𝑥 = 𝑓(𝜃)cos (𝜃) e 𝑦 = 𝑓(𝜃)𝑠𝑒𝑛(𝜃), que podem ser consideradas equações paramétricas da curva 𝐶, para 𝜃 ∈ [𝜃0, 𝜃1]. Derivando essas equações, temos: 𝑑𝑥 𝑑𝜃 = 𝑓′(𝜃) cos(𝜃) − 𝑓(𝜃)𝑠𝑒𝑛(𝜃) 𝑑𝑦 𝑑𝜃 = 𝑓′(𝜃) sen(𝜃) − 𝑓(𝜃)𝑐𝑜𝑠(𝜃) Elevando ambos os lados dessas equações ao quadrado e somando as duas, temos que: ( 𝑑𝑥 𝑑𝜃 ) 2 + ( 𝑑𝑦 𝑑𝜃 ) 2 = [𝑓′(𝜃)]2 + [𝑓(𝜃)]2 Substituindo esse resultado na fórmula do comprimento do arco de uma curva dada por suas equações paramétricas, temos o comprimento do arco de uma curva dada em coordenadas polares: 𝑠 = ∫ √[𝑓′(𝜃)]2 + [𝑓(𝜃)]2 𝜃1 𝜃0 𝑑𝜃 Exemplo: Calcular o comprimento da curva 𝑟 = 𝑠𝑒𝑛(𝜃), 𝜃 ∈ [0, 𝜋] . Área de figuras planas em coordenadas polares Seja 𝑓 uma função contínua e não negativa no intervalo [𝛼, 𝛽]. Seja 𝑅 a região limitada pela curva de equação 𝑟 = 𝑓(𝜃) e pelas retas 𝜃 = 𝛼 e 𝜃 = 𝛽. Considere uma partição 𝑃 do intervalo [𝛼, 𝛽], definida por 𝛼 = 𝜃0 < 𝜃1 < ⋯ < 𝜃𝑖−1 < 𝜃𝑖 < ⋯ < 𝜃𝑛 = 𝛽 Para cada [𝜃𝑖−1, 𝜃𝑖], 𝑖 = 1, … , 𝑛, considere um setor circular de raio 𝑓(𝜌𝑖) e um ângulo central ∆𝜃𝑖, em que 𝜃𝑖−1 < 𝜌𝑖 < 𝜃𝑖 e ∆𝜃𝑖 = 𝜃𝑖 − ∆𝜃𝑖−1. Dessa forma, a área do i-ésimo setor circular é dada por 1 2 [𝑓(𝜌𝑖)] 2∆𝜃𝑖 Como há um desses setores circulares para cada um dos 𝑛 subintervalos, temos uma área aproximada igual a 𝐴𝑛, sendo: 𝐴𝑛 = ∑ 1 2 𝑛 𝑖=1 [𝑓(𝜌𝑖)] 2 ∆𝜃𝑖 = 1 2 ∑[𝑓(𝜌𝑖)] 2 ∆𝜃𝑖 𝑛 𝑖=1 A medida que 𝑛 cresce, cada ∆𝜃𝑖 , 𝑖 = 1, … , 𝑛 torna-se menor e 𝐴𝑛 aproxima-se da área da região delimitada por 𝑟 = 𝑓(𝜃), 𝜃 = 𝛼 e 𝜃 = 𝛽. Portanto: 𝐴 = lim 𝑛→ ∞ 1 2 ∑[𝑓(𝜌𝑖)] 2 ∆𝜃𝑖 𝑛 𝑖=1 Pela definição de integral: 𝐴 = 1 2 ∫ [𝑓(𝜃)]2𝑑𝜃 𝛽 𝛼 Considere agora a região limitada pelas retas 𝜃 = 𝛼 e 𝜃 = 𝛽, e pelas curvas de equação 𝑟 = 𝑓(𝜃) e 𝑟 = 𝑔(𝜃), onde 𝑓 e 𝑔 são contínuas no intervalo fechado [𝛼, 𝛽] e 𝑓(𝜃) ≥ 𝑔(𝜃) em [𝛼, 𝛽]. De modo análogo ao desenvolvido anteriormente, a área dessa região é dada por: 𝐴 = 1 2 ∫ ([𝑓(𝜃)]2 − [𝑔(𝜃)]2)𝑑𝜃 𝛽 𝛼 Exemplo: Encontre a área da região limitada pelo gráfico de 𝑟 = 2 + 2 cos(𝜃). Exemplo: Determine a área da região interior à circunferência 𝑟 = 3𝑠𝑒𝑛 (𝜃) e exterior à limaçon 𝑟 = 2 − 𝑠𝑒𝑛(𝜃). Exercícios propostos: 1) Calcule o comprimento da curva polar a) 𝑟 = 3 𝑠𝑒𝑛(𝜃), 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋/3 b) 𝑟 = 𝜃2, 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋 2) Esboce a curva e calcule a área limitada por ela a) 𝑟 = 3cos (𝜃) b) 𝑟2 = 4 cos(2𝜃) 3) Encontre a área da região dentro de um laço da curva 𝑟 = sen(2𝜃) 4) Encontre a área que está dentro da curva 𝑟 = 2 cos(2𝜃) e fora da curva 𝑟 = 1. 5) Encontre a área da região que está dentro de ambas as curvas 𝑟 = cos(2𝜃) e 𝑟 = sen(2𝜃) Respostas: 1. a) π; b) 8 3 [(π2 + 1) 3 2 − 1] 2. a) 9π 4 ; b) 4 3. π 8 4. π 3 + √3 2 5. π 2 − 1
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