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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA ...VARA DO TRABALHO DE CAIEIRAS/SP HELENO (data de nascimento, nome da mãe; n° do CPF, CTPS, PIS ou PASEP ou NIT; o correto endereço, o CEP; o endereço eletrônico do/a reclamante); através de seu advogado, vem à presença de V. Exa., com fundamento nos artigo 840 da CLT, pelas razões de fato e de direito que passa a expor, ajuizar: PETIÇÃO Conversão do rito sumaríssimo para o rito ordinário XPTO (CNPJ; endereço em local incerto e não sabido, endereço eletrônico) I – TÓPICOS INICIAIS / PRELIMINARES I.I – CONCESSÃO DA JUSTIÇA GRATUITA O Reclamante não possui condições financeiras de arcar com custas processuais e honorárias advocatícias, sem prejuízo ao seu próprio sustento e de sua família, requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita, consoante o art. 790, parágrafo 3º da CLT, bem como nos termos do artigo 4º da Lei 1.060/50, com redação introduzida pela Lei 7.510/86, que versa: “Art. 4º A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.” II – CAUSA DE PEDIR II.I – Heleno trabalhou por 10 anos como auxiliar administrativo da empresa XPTO, localizada na cidade de Caieiras. A relação de emprego era muito boa, até que a empresa o demitiu sem justa causa, não lhe pagou nenhuma verba rescisória, incluindo o aviso prévio indenizado e seu último salário no valor de R$ 2.000,00. Contudo, a empresa não se encontra mais no endereço usual e Heleno não sabe a nova localização da XPTO. III – DO DIREITO III.I – DISPENSA SEM JUSTA CAUSA O artigo 477 da CLT explica claramente os direitos dos empregados após a rescisão do contrato. Desta forma, a cláusula garante que o trabalhador contratado por tempo indeterminado terá direito à indenização do empregador no momento da rescisão do contrato de trabalho, desde que não indique motivo grave para a rescisão. Vide: “Art. 477 – É assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipulado para a terminação do respectivo contrato, e quando não haja ele dado motivo para cessação das relações de trabalho, o direto de haver do empregador uma indenização, paga na base da maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa”. O artigo 7º, inciso I, da Carta Magna também dispõe sobre a rescisão do contrato de trabalho, estipulando que o trabalhador estará protegido contra demissão sem justa causa ou arbitrária. Ressalta-se que a empresa não precisa explicar o motivo da decisão de demitir um funcionário, mas deve notificar o funcionário com antecedência – 30 dias previamente – ou pagar pelo aviso prévio. III.I- VERBAS DEVIDAS III.II - SALÁRIO ATRASADO De acordo com o artigo 483 da CLT, o atraso no pagamento de salário é considerado uma falta grave. Assim, o empregado tem o direito de solicitar judicialmente a rescisão do contrato de trabalho. Ele terá todo o direito de receber todos os abonos previstos para uma demissão sem justa causa. juiz do trabalho substituto Fabrício Lima Silva, em atuação na 1ª Vara do Trabalho de Varginha menciona: “’O salário é a principal contraprestação devida pelo empregador ao empregado, é a força motriz, do ponto de vista do trabalhador, para permanecer no emprego, já que é dele que tira seu sustento. Não pagá-lo é ato de extrema gravidade’, frisou o juiz sentenciante, reconhecendo a rescisão indireta do contrato de trabalho, na forma estabelecida pelo artigo 483 da CLT. A empresa foi condenada a pagar ao trabalhador as parcelas rescisórias típicas desse tipo de rompimento contratual. Após a prolação da sentença, as partes celebraram acordo”. Como mencionado pelo requerente, não houve o pagamento do seu ultimo salário no valor de no valor de R$ 2.000,00. III.III - AVISO PRÉVIO A partir da publicação da Lei nº 12.506 /11 os funcionários que forem demitidos sem justa causa passaram a ter direito a um acréscimo de três dias no período do aviso prévio, por ano de trabalho na mesma. “Art. 1º O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias”. III.IV - 13° SALÁRIO O empregado demitido tem direito a uma remuneração proporcional ao número de dias trabalhados até o seu desligamento. No momento do cálculo, a área de RH deve acertar corretamente esses dias para que o número seja multiplicado pelo resultado da divisão da remuneração por 30 dias. O cálculo do 13º salário é proporcional aos meses em que o empregado trabalhou mais de 14 dias, sendo que cada mês representou 1/12 do valor total. Para determinar o valor devido, o RH deve levar em consideração quantos meses trabalhou desde o último pagamento efetuado. III.V - FÉRIAS VENCIDAS E/OU INTEGRAIS E/OU PROPORCIONAIS ACRESCIDAS DO 1/3 CONSTITUCIONAL O artigo 129 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) garante o direito a férias ao trabalhador. O texto diz o seguinte: “Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração”. Deste modo, se o empregado em processo de demissão sem justa causa trabalhou mais de 12 meses, ganhando o direito às férias, mas sem ter desfrutado, deve receber o valor devido. O cálculo deve considerar o acréscimo do 1/3 constitucional. Diante disso, vale ressaltar que, considerando que o requerente trabalha há mais de 10 anos na empresa requerida, o trabalhador despedido tem direito ao dobro do valor devido. Se não houver férias a vencer, o empregado ainda tem direito a um pagamento proporcional pelos dias trabalhados, incluindo o valor de 1/3 estipulado pela Constituição. III.VI - FGTS E MULTA DOS 40% O art. 18, § 1º da Lei nº 8.036/90 estabelece que ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte da empresa, sem justa causa, ficará esta obrigada a depositar a favor do empregado importância igual a 40% do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. “Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do empregador, ficará este obrigado a depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais. (Redação dada pela Lei nº 9.491, de 1997) § 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros”. III.VIII – SEGURO DESEMPREGO A Lei nº 12.513/2011 acrescentou artigo na Lei nº 7.998/1990 que associa o recebimento do benefício à matrícula e frequência em curso de qualificação, fornecido gratuitamente aos trabalhadores dispensados sem justa causa, requerentes do Seguro-Desemprego. Portanto, a empresa mencionada deve liberar as guias para o recebimento de tal benefício sob pena do procedimento mencionado em Sumula 389. Vide: “SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE GUIAS. I - Inscreve-se na competência material daJustiça do Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias do seguro- desemprego. (ex-OJ nº 210 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) II - O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização. (ex-OJ nº 211 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) Observação: (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 210 e 211 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005”. No recurso ao TST, a funcionária alega que ficou reconhecido pelo Regional seu vínculo de emprego com a GFK. Dessa forma, a funcionária sustenta ser cabível a condenação da empresa ao pagamento da indenização pelos prejuízos causados a ela, já que não lhe foram fornecidos os documentos necessários a fim de que pudesse receber o seguro-desemprego. Conforme previsto na Súmula 389 do TST, que estabelece que "o não fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização", o relator, ministro Emmanoel Pereira, restabeleceu a sentença e condenou a empresa ao pagamento da indenização requerida pela trabalhadora. III.VIII - MULTA DO § 8º DO ART. 477 DA CLT Caso a empresa não pague verbas rescisórias dentro do prazo e não indique a dispensa na carteira de trabalho, a empresa deverá pagar a multa prevista no artigo 477 da CLT. Essa multa é pelo atraso de pagamento das verbas rescisórias. Geralmente, o funcionário recebe multa no valor de seu salário. “Art. 477 – Na rescisão do contrato de trabalho sem justa causa, é assegurado ao empregado o direto de haver do empregador uma indenização, paga na base da maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa.”. III.IIX– MULTA DO ART. 467 DA CLT De acordo com o art. 467 da CLT, as verbas rescisórias não contestadas pelo empregador em uma ação trabalhista devem ser pagas à data do comparecimento na Justiça do Trabalho, recaindo multa de 50% caso isso não ocorra. Conforme mencionado em fatos descritos, a empresa ora requerida deixou de pagar as verbas rescisórias para o requerente até o presente momento. “Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinqüenta por cento". (Redação dada pela Lei nº 10.272, de 5.9.2001)”. III.X – HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS O Código de Processo Civil apresenta com clareza quais situações dentro de um processo geram os honorários de sucumbência, conforme indica o parágrafo 1º do artigo 85, que regra. Além disso, o texto do Código de Processo Civil não isenta a parte beneficiada pela gratuidade de justiça de pagar os honorários de sucumbência para a parte vencedora: “Art. 85 § 1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente. “Art 98. § 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência”. III.XI – CORREÇÃO MONETÁRIA O PLS 396/2018 prevê a aplicação no cálculo de correção de dívidas trabalhistas o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). Trata-se do consolidado trimestral do IPCA, índice que mede a inflação a partir da variação do custo de vida das famílias com renda mensal de um a 40 salários mínimos. IV - DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer: a) A condenação da Reclamada a retificar a baixa na CTPS do Reclamante com data de..., já considerando a projeção do aviso prévio; b) Que a Reclamada seja condenada ao pagamento das seguintes verbas rescisórias devidamente corrigidas e acrescidas de juros de mora, considerando a remuneração mensal de R$...; c) Que a Reclamada seja condenada a comprovar e liberar as guias dos depósitos do FGTS, acrescidos da multa e 40%, e ainda entregar o TRCT no Código 01. E não liberando as guias deve ser condenado a pagar indenização compensatória nos seguintes valores: R$...; e) Que a Reclamada seja condenada a liberar as guias para o recebimento do Seguro Desemprego. E não liberando as guias deve ser condenado a pagar indenização compensatória, nos termos da SÚM 389, inciso II do TST. Sucessivamente, caso inviável o referido pagamento, que V. Exa. Determine a expedição de alvará para levantamento do montante devido, no valor total de R$...; f) Que a Reclamada seja condenada a pagar a multa prevista no § 8º do artigo 477 da CLT no valor de R$...; g) Que o/a Reclamado/a seja condenado a pagar a multa do artigo 467 da CLT no valor de R$...; h) Que o/a Reclamado/a seja condenado/a ao pagamento de honorários de sucumbência, à razão de 15% dos valores devidos, devendo a guia/alvará ser emitida em nome do advogado reclamante, no montante de R$...; i) Que a Reclamada seja condenada em obrigação de fazer, no sentido da comprovação do recolhimento das contribuições previdenciárias de todo o período laboral; j) Sejam julgados procedentes todos os pedidos formulados nesta inicial e o pagamento acrescido de juros e correção monetária de todos os valores nela relacionados. V – DOS REQUERIMENTOS a) A conversão para o rito ordinário. b) A citação da Reclamada por EDITAL, por se encontrar em local incerto e não sabido (LINS), para, querendo, apresentar a defesa da presente ação, sob pena de revelia e confissão ficta quanto à matéria de fato; c) A concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita, conforme declaração em anexo; d) Seja oficiada a Superintendência Regional do Trabalho-SRT, Instituto Nacional de Seguridade Social-INSS e Caixa Econômica Federal-CEF objetivando a apuração de eventuais irregularidades bem como a adoção das providências legais cabíveis. Protesta e requer provar o alegado pelos meios em direito admitidos, especialmente o depoimento pessoal do Reclamado sob pena de confissão, juntada de documentos, inquirição de testemunhas. Endereço do(a) advogado(a) Atribui à causa o valor R$... Nesses Termos, pede deferimento. Local, data Advogado OAB//...
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