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INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA EM SALA DE AULA

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INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA EM SALA DE AULA
faculdade famart
JUNIA RAFAELLE COSTA VIEIRA
RESUMO
O presente artigo visa apontar para a perspectiva da educação inclusiva e das crianças com deficiências múltiplas, além de elucidar sobre o processo de inclusão. O que existe realmente são pessoas comprometidas em trabalhar a inclusão, para que ela aconteça de fato. Nesse sentido o presente estudo dirigiu nosso olhar para crianças com deficiência, com o objetivo de mostrar os entraves no que se refere a inclusão no âmbito escolar. A complexidade do tema nos deixa entrever que é um caminho difícil, dada a tanto pré-conceito por parte da sociedade, e das incertezas e inseguranças na inclusão das escolas, que não possuem uma experiência a respeito do que seria uma escola inclusiva, e praticando uma metodologia adequada para poder realmente integrar essas crianças em uma sala regular. O processo de inclusão é um acesso educacional, que atende no máximo a capacidade do aluno com portadora de deficiências na escola e na classe regular. Para a realização deste trabalho, foi utilizado, pesquisa bibliográfica, fundamentada na reflexão de leitura de livros, artigos, revistas e sites, bem como pesquisa de grandes autores referente a este tema.
Palavras-chave: Ensino aprendizagem, Inclusão, Escola regular
ABSTRACT
This article aims to contribute to the perspective of inclusive education and children with multiple disabilities, in addition to elucidating the process of inclusion. Or that there really are people committed to working for inclusion, so that it actually happens. In this sense or we present a study aimed at us so look at children with disabilities, with the aim of showing you obstacles that refer to inclusion in the school environment. The complexity of the subject allows us to see that it is a difficult path, given so much prejudice on the part of society, and the uncertainties and insecurities in the inclusion of schools, that we do not have an experience of what an inclusive school would be, and practicing an adequate methodology to being able to really integrate these children into a common room. The inclusion process is an educational access, which does not meet the maximum capacity of the student with special needs in school and in regular classes. To carry out this work, a bibliographic research was used, based on the reflection of reading books, articles, magazines and websites, in addition to research by great authors on this topic.
Keywords: Teaching and learning, Inclusion, Regular school
1. INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como temática e a inclusão de alunos com deficiência múltipla em sala de aula, A educação especial é uma modalidade de ensino voltada para o atendimento e educação de pessoas com deficiência ou superdotação. Ela se desenvolveu com base na igualdade de oportunidades, visando oferecer acesso à educação de qualidade para todos os cidadãos.
Na deficiência intelectual a pessoa apresenta um atraso no seu desenvolvimento, dificuldades para aprender e realizar tarefas do dia a dia e interagir com o meio em que vive. Ou seja, existe um comprometimento cognitivo, que acontece antes dos 18 anos, e que prejudica suas habilidades adaptativas e na deficiência múltipla é a ocorrência de duas ou mais deficiências simultaneamente - sejam deficiências intelectuais, físicas ou ambas combinadas. Não existem estudos que comprovem quais são as mais recorrentes.
Na perspectiva da educação inclusiva, a Resolução CNE/CP nº1/2002, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, define que as instituições de ensino superior devem prever em sua organização curricular formação docente voltada para a atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre as especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais.
Outro documento que explicita os direitos reservados a pessoa com deficiência, é a Lei n° 7.853 de 1989, que dispõe sobre os direitos individuais e sociais da pessoa com deficiência. Esta se refere aos direitos: a saúde, formação profissional e do trabalho, acessibilidade, garante na área da educação o apoio necessário a estas crianças com todos os benefícios disponibilizados às demais crianças. Ademais, destaca-se nesta lei a garantia ao “acesso de alunos portadores de deficiência aos benefícios conferidos aos demais educandos, inclusive material escolar, merenda escolar e bolsas de estudo.” (BRASIL, 1989)
Em 2004, o Ministério Público Federal divulga o documento O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular, com o objetivo de disseminar os conceitos e diretrizes mundiais para a inclusão, reafirmando o direito e os benefícios da escolarização de alunos com e sem deficiência nas turmas comuns do ensino regular (BRASIL, 1994).
 As crianças portadora de deficiências ganham hoje o direito de frequentar salas regulares, as práticas pedagógicas antes aplicadas exclusivamente nas instituições de ensino especial foram transferidas para a escola regular, visando uma modalidade de ensino individual, tendo em vista as características e especificidades do aluno (SANCHES, 2006).
Diante do acima exposto, pretende-se com este estudo, abordar os obstáculos encontrados no processo de inclusão de alunos com deficiência múltipla em classes comuns de ensino, e compreender se os processos e práticas desenvolvidas na escola comum têm garantido a esse aluno não somente a socialização, mas também a construção do conhecimento e a formação integral do indivíduo.
Foi realizado pesquisas em acervos da internet google acadêmicos em livros e revistas. Para a execução do projeto o pedagogo contará sempre com o auxílio dos professores principalmente dos professores de apoio, para organizar e executar o trabalhando sempre com carinho pensando nos benefícios para seus alunos.
As pesquisas bibliográficas foram realizadas, a partir de grandes autores, sites eletrônicos e o instituto brasileiro de educação.
2. DESENVOLVIMENTO
Para que possa compreender a inclusão de alunos com deficiência múltipla em sala de aula, precisamos ir a fundo sobre a educação e sobre a educação inclusiva; 
Entende-se por Educação Inclusiva, mediante a ―Lei de Diretrizes e Bases Nacionais Brasileiras – LDB, Lei n° 9.394/96, em seu artigo 58° que: educação especial é a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadora de deficiências . 
Figueira (2011), em sua obra O que é educação inclusiva relata que os primeiros atos de exclusão, descasos, abandonos, crueldades com crianças nascidas no Brasil ocorreram com os povos indígenas, onde eles abandonavam estas crianças nas matas ou atirava-os do alto da montanha, ou em casos mais extremos sacrificavam em rituais de purificação, pois se acreditava que estas crianças poderiam trazer maldição à tribo.
Passados esta época o Brasil já colonizado, a Educação Especial teve seus primeiros registos no período final do Brasil Colônia, com a implantação do “Instituto dos Meninos Cegos”, em 1854, sob a direção de Benjamin Constant, onde hoje é o atual Instituto Benjamin Constant. Este espaço foi criado no Rio de Janeiro, pelo imperador D. Pedro II, através do Decreto Imperial n°. 1.428, de 12/09/1854. E em 1857, pelo Decreto-Lei n° 839, de 26/09/1857 é criado o Instituto de Surdos, pelo mestre francês Ernest Huet, hoje denominado Instituto Nacional de Educação dos Surdos (MAZZOTTA, 1995).
Apesar dos devidos reconhecimentos, fica claro que a educação especial durante o Período Imperial até o início do Período Republicano, não houve nenhum atendimento educacional especializado para estas crianças, sendo apenas pautado nestas épocas registros de internações em hospitais psiquiátricos.
Segundo Campos, 2003; e D’ Antino, 1998. Após a criação e coordenação deste Laboratório Helena passa a fazer parte no movimento das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs), decorrentes a estes movimentos, as APAEs foram ganhando forças eem 1962, já possui doze instituições voltadas a atender crianças portadoras de deficiências em todo o país.
O grande avanço em termos legais foi em 1996, quando o então Presidente Fernando Henrique Cardoso, sanciona a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei n° 9.394 em 20 de dezembro de 1996 (LDB 9394/96, BRASIL, 1996). 
Segundo Figueira (2011), ficou estabelecido então o acesso à educação especial contemplada como modalidade de ensino, e com isso a duas questões que se deve considerar, o direito à educação comum a todas as pessoas e o direito de receber esta educação junto com outras pessoas. O autor enfatiza que:
Durantes muitos anos, o conceito de Educação Especial teve uma forte aceitação em nosso país. Era um modelo educacional-médico, ou seja, instituições que mantinham equipes multidisciplinares, formandos por professores especializados, médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos e outros profissionais menos comuns. Essa equipe tinha como meta habilitar as pessoas que nasciam com algum tipo de deficiência ou reabilitar aqueles que, ao longo de sua vida, viessem adquirir alguma deficiência, seja por meio de doenças ou acidentes, dentre outros motivos. Eram os profissionais que preparavam crianças ou pessoas com deficiência para depois integrá-las na sociedade – e em muitos resultados positivos. (FIGUEIRA, 2011, p. 27).
Percebe-se que Figueira (2011), coloca que a visão que a sociedade tinha sobre essas pessoas portadoras de deficiências, ele menciona também que as pessoas especiais se mantiveram excluídas da sociedade por muito tempo, pelo fato deste olhar preconceituoso. 
Contudo, em 1994, surge então a Declaração de Salamanca – Princípios Políticos e Práticas em Educação Especial, onde este documento visa e assegura à educação as pessoas com portadora de deficiências , para que elas possam frequentar o ensino regular, com isso se ganha mais força e através do mesmo uma nova visão: a de inclusão escolar e social, onde essas pessoas eram expostas a situações de reabilitação para estarem juntas a sociedade e com este documento fica fomentada que é a sociedade que deve se readaptar para estar junto a estas pessoas.
Nos dias atuais, o processo de educação inclusiva ainda é um grande desafio a ser encarado atualmente, mesmo com as mudanças de paradigmas educacionais ocorridas ao longo da história do Brasil,
A Educação Inclusiva surgiu em diferentes momentos e contextos, especialmente a partir da década de 90 quando ocorreu a Conferência Mundial de Educação Especial, e em 1994 foi proclamada a Declaração de Salamanca que “define políticas, princípios e práticas da Educação Especial e influi nas Políticas Públicas da Educação”. (UNESCO, 1994).
Partir daí, passou-se a considerar a inclusão de estudantes com necessidades educativas especiais, tanto nos espaços sociais quanto em salas de aulas regulares, como a forma mais avançada de democratização das oportunidades educacionais, e a escola regular passou a representar o local primordial onde a integração de crianças com Portadora de defeciencias poderia ser concretizada.
A inclusão escolar da pessoa com necessidades educacionais especiais vem ganhando espaço de relevância nos debates sobre educação da atualidade, onde se pontuam a importância da escola atender a todos, independentes de suas condições individuais De acordo com a pesquisa realizada por SILVEIRA E NEVES (2006), evidenciam-se marcos históricos que vieram a influenciar na Educação Inclusiva de nosso país, desse modo podemos citar: A Declaração Mundial sobre Educação para Todos (UNESCO, 1990), aprovada pela Conferência Mundial sobre Educação para Todos e ainda a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), Espanha em 1994. 
Em se tratando do cenário nacional, houve a promulgação da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), com destaque ao inciso III do Artigo 208, que traz como dever do Estado com a educação garantir 15 III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. (BRASIL, 1988) Esclarecendo ainda que este atendimento deve ser ministrado em igualdade de condições para acesso e permanência na escola, sendo de dever do Estado à garantia de vaga e da família a matrícula e frequência. Além da necessidade de defender e assegurar o direito de todos à educação, tendo recebido “olhar” especial no Plano Decenal de Educação para todos, 1993 – 2003 (MEC, 1993) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (MEC, 1999).
De acordo com estes documentos, todas as crianças devem ser acolhidas pela escola independentes de suas condições físicas, sociais, emocionais (SILVEIRA; NEVES (2006). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9394/96), legislação que rege o ensino de nosso país, em seu capítulo V, artigo 58 traz a concepção de Educação Especial a ser adotada:
Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de portadora de defeciencias . (LDBEN 9394/96)
Já os alunos com deficiência múltipla, precisam da inclusão na sala de aula eles devem ser auxiliados em outros aspectos, de acordo com alguns especialistas em educação especial, a intervenção precoce se faz necessária assim que a criança entra na escola.
A atuação e a capacidade das crianças com deficiência múltipla são heterogêneas e variáveis. Os alunos com níveis funcionais básicos e facilidade de interação ao social podem e devem ser educadas em classes comuns, sendo trabalhado um currículo adaptado às suas necessidades. Outros que apresentam um grau de deficiência maior, com mais dificuldades, poderão requerer de processos especiais de ensino, apoio mais incisivo, contínuos e currículo alternativo que proporcione um bom resultado á suas necessidades na classe comum. No que tange ao aprendizado de crianças com deficiência múltipla, a melhoria na qualidade na inclusão educacional vem com a ideia de destruir qualquer olhar preconceituoso, de diminuição no que se refere ao aprendizado dessas crianças, e que todos os alunos aprendam a conviver em lugares iguais (BRUNO, 2006). 
Esses processos ditos acima, são processos integrados de educação, assistência social e saúde são importantes e imprescindíveis para que cada necessidade educativa seja atendida, mas não justifica o afastamento da criança no âmbito escolar, porém, é importante ressaltar que escola não pode assumir ou desenvolver um trabalho terapêutico, mas precisam adequar suas atividades pedagógicas conforme a necessidade particular da criança, permitindo que a mesma tenha participação em todas as atividades desenvolvidas, importantes no seu desenvolvimento e aprendizagem em uma classe comum. 
O trabalho pedagógico para as crianças com deficiência múltipla, na educação infantil, dá as elas o direito de serem crianças, poderes em exercer todos os direitos iguais a demais criança, de forma lúdica e informal, assegurar o direito de frequentar a escola, construir e aprender conhecimentos de forma adequada e sistematizada, e ter contato com outras crianças (BRUNO, 2006). 
 
A educação infantil, nesse contato, tem duas importantes funções: “cuidar” e 
“educar”. Cuidar tem o sentido de ajudar o outro a se desenvolver como ser humano, atender as necessidades básicas, valorizar e desenvolver capacidades. Educar significa propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito, confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. (BRASIL, 1998, p. 23). 
Portanto, fica claro que, o foco da escola não pode estar apenas na busca por atividades pedagógicas destinadas aos alunos, mas nas relações e parcerias que consegue desenvolver a fim de qualificar o processo de inclusão desses alunos. 
A Deficiência Múltiplaainda é muito estigmatizada, fazendo com que as pessoas compreendam pouco sobre o assunto e muitas vezes passam a considerar primeiro a deficiência; depois a existência de uma pessoa, com direitos e potencialidades a serem desenvolvidas, como qualquer outra. 
Nisso, o próprio conceito de aprendizagem precisa ser revisto/considerado como bem destaca Pletsch (2015, p. 22): “para além dos processos formais de escolarização (os chamados conceitos científicos), possibilitando a esses sujeitos formas de participação e interação com o meio social”, afinal, não consideramos apenas uma forma, um tempo e uma existência como legítima aos espaços educacionais. 
Então, a questão não está apenas na deficiência, mas no meio como responsável pela produção de (in)eficiência, sendo a deficiência entendida como uma condição, existente e real, mas não como um limitador de capacidades, pois “o sujeito não pode ser rotulado pelo que ele não faz (não anda, não fala, não se comunica, etc.), deixando de lado suas possibilidades, as quais, mesmo quando consideradas elementares, primárias ou repetitivas, envolvem processos psicológicos complexos” (PLETSCH, 2015, p. 22). 
A partir disso, foi possível repensar as práticas escolares realizadas por meio de experiências de Monitora de uma aluna com Deficiência Múltipla, enfatizando a relação da deficiência com suas possíveis potencialidades – no caso específico foram possíveis mediante aluna e Monitora, mas que poderiam ser entre aluna e professor ou aluna e colega. 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com tudo, concluo que é de extrema importância olhar com um olhar mais incisivo para a educação especial, para as crianças com deficiências múltiplas.
É necessário que haja qualificação adequada dos profissionais atuantes construindo assim a elaboração de ações metodológicas adequadas, pois a partir daí será possível qualidade no processo de inclusão desses sujeitos. levando em consideração as limitações e valorizando o desenvolvimento na aprendizagem
O desenvolver dessa pesquisa possibilitou refletir que não se trata de negar as dificuldades no âmbito de aprendizado e desenvolvimento que a Deficiência Múltipla apresenta, estratégias, desenvolver recursos, respeitar tempos e espaços. 
Neste sentido, a formação profissional passa a ser uma questão central para a implantação da escola inclusiva. Acima de tudo, a predisposição para perceber o aluno como ser cognoscente e se perceber como peça-importante no desenvolvimento do aluno.
 Portanto, garantir um espaço de informação, formação e redefinição poderia colaborar no sentido de promover debates sobre os fatores referentes às baixas expectativas dos pais e professores em relação ao desenvolvimento e à aprendizagem dos deficientes múltiplos, articulando-os para cobrarem de todo o sistema educacional posturas e práticas de qualidade.
Desta forma, a inclusão remete à urgência da transformação de toda a realidade social e escolar. À escola, preconizam-se as mudanças relacionadas ao acolhimento do sujeito como ser em constante construção e desenvolvimento. O conhecimento deve, outrossim, ser percebido não como algo determinado e acabado, mas como o produto da construção gerado pela interação entre o indivíduo.
Assim, destaca-se que os desafios e possibilidades da inclusão escolar de crianças com deficiências múltiplas, existem, mas se todos trabalharem juntos, se a escola e a família forem parceiras o processo de inclusão, favorecendo a superação das limitações e a potencialização das possibilidades de desenvolvimento e aprendizagem. 
REFERÊNCIAS
BRASIL. Saberes e práticas da inclusão. Brasília, DF: Ministério da Educação Secretaria de Educação Especial, 2006a.
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] União, Poder Executivo, Brasília, DF, 16 jul. 1990.
BRASIL. Educação inclusiva: direito à diversidade. Brasília, DF: Ministério da Educação Secretaria de Educação Especial, 2006b.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm>. Acesso em 05 out 2022
BRASIL, Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. Acesso em 05 out 2022
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC, 2000b.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB nº 2 de 2001b. Diário Oficial da União, Brasília, 14 de setembro de 2001. Seção1E, p. 39-40
FIGUEIRA, Emílio. O que é educação inclusiva. São Paulo: Brasiliense, 2007.
MAZZOTTA, M. J. S. Educação Especial no Brasil: história e políticas públicas. 5.ed. São Paulo: Cortez, 2005. 
FIGUEIRA, E. O que é educação inclusiva. São Paulo: Brasiliense, 2011.
NEVES, Marisa Maria Brito da Justa; SILVEIRA, Flávia Furtado. Inclusão Escolar de Crianças com Deficiência Múltipla: Concepções de pais e professores. Psicologia: teoria e pesquisa, vol. 22, n. 1, Brasília, DF, jan. / abr. 2006. pp 79­88.
BRUNO, Marilda Moraes Garcia. A construção da escola inclusiva: uma análise das políticas públicas e da prática pedagógica no contexto da educação infantil. In Revista @mbienteeducação, São Paulo, v.1 - n. 2, p. 56-67, ago./dez. 2008.
PLETSCH, Márcia D.; ROCHA, Maíra G. de S. da. A etnografia como abordagem metodológica em pesquisas na educação especial. In: NUNES, L. R. d’Oliveira de P. Metodologia de pesquisas em educação especial. São Paulo: ABPEE, 2014. No prelo

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