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Exercícios de fixação de conteúdo

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Exercícios de fixação de conteúdo
Direito Penal – I
Professor Me. Cristian Lima
1 - O Direito Penal objetivo é:
1. O conjunto de normas penais positivadas, que regulam o exercício do jus puniendi pelo Estado, definindo crimes e cominando penas.
2. O direito de punir, cuja titularidade é do Estado.
3. O Direito Processual Penal
4. O conjunto das normas penais incriminadoras, somente.
A resposta correta é a opção 1: "O conjunto de normas penais positivadas, que regulam o exercício do jus puniendi pelo Estado, definindo crimes e cominando penas".
O Direito Penal objetivo é o conjunto de normas que regulam o exercício do poder punitivo do Estado, definindo os crimes e cominando as penas correspondentes. Ou seja, o Direito Penal objetiva criar um sistema de normas e regras que regulamentem a aplicação da pena pelo Estado em caso de prática de crimes.
As demais opções não estão corretas, pois:
· A opção 2 ("O direito de punir, cuja titularidade é do Estado") refere-se ao jus puniendi, que é um conceito relacionado ao Direito Penal, mas não se trata de sua definição objetiva.
· A opção 3 ("O Direito Processual Penal") refere-se ao conjunto de normas que regulamentam o processo judicial penal, e não ao Direito Penal em si.
· A opção 4 ("O conjunto das normas penais incriminadoras, somente") não abrange a totalidade das normas que compõem o Direito Penal objetivo, pois não inclui as normas que cominam as penas correspondentes aos crimes.
2 - O Direito Penal subjetivo é:
1. O conjunto de normas penais positivadas, que regulam o exercício do jus puniendi pelo Estado, definindo crimes e cominando penas
2. O direito de punir, cuja titularidade é do Estado
3. O Direito Processual Penal
4. O conjunto das normas penais não incriminadoras, somente
A resposta correta é a opção 2: "O direito de punir, cuja titularidade é do Estado".
O Direito Penal subjetivo é o poder de punir, ou seja, o direito que o Estado possui de aplicar sanções penais a quem comete crimes. Ele é inerente ao Estado e fundamenta-se na ideia de que somente ele tem a legitimidade para exercer esse poder em nome da sociedade.
As demais opções não estão corretas, pois:
· A opção 1 ("O conjunto de normas penais positivadas, que regulam o exercício do jus puniendi pelo Estado, definindo crimes e cominando penas") refere-se ao Direito Penal objetivo, que é a norma que define os crimes e suas respectivas penas, e não ao Direito Penal subjetivo.
· A opção 3 ("O Direito Processual Penal") refere-se ao conjunto de normas que regulamentam o processo judicial penal, e não ao Direito Penal subjetivo.
· A opção 4 ("O conjunto das normas penais não incriminadoras, somente") não abrange o Direito Penal subjetivo, pois este diz respeito ao poder de punir do Estado, e não apenas às normas penais não incriminadoras.
3 - O Direito Penal Substantivo é:
1. O direito de punir, cuja titularidade é do Estado
2. O Direito Processual Penal
3. O conjunto de normas penais positivadas, que regulam o exercício do jus puniendi pelo Estado, definindo crimes e cominando penas
4. O conjunto das normas penais incriminadoras, somente.
A resposta correta é a opção 3: "O conjunto de normas penais positivadas, que regulam o exercício do jus puniendi pelo Estado, definindo crimes e cominando penas".
O Direito Penal Substantivo (também conhecido como Direito Penal Material ou Direito Penal de Fundo) é o ramo do Direito Penal que se ocupa das normas que definem os crimes, as suas respectivas penas e as medidas de segurança. Em outras palavras, trata-se do conjunto de normas que estabelecem as condutas consideradas criminosas e as sanções aplicáveis a quem as comete.
As demais opções não estão corretas, pois:
· A opção 1 ("O direito de punir, cuja titularidade é do Estado") refere-se ao Direito Penal subjetivo, que é o poder de punir do Estado.
· A opção 2 ("O Direito Processual Penal") refere-se ao conjunto de normas que regulamentam o processo judicial penal, e não ao Direito Penal substantivo.
· A opção 4 ("O conjunto das normas penais incriminadoras, somente") refere-se apenas às normas que definem os crimes, mas não abrange as normas que cominam as penas correspondentes, que também fazem parte do Direito Penal Substantivo.
4 - O Direito Penal Adjetivo é: 
1. O conjunto de normas penais positivadas, que regulam o exercício do jus puniendi pelo Estado, definindo crimes e cominando penas
2. O direito de punir, cuja titularidade é do Estado
3. O conjunto das normas penais não incriminadoras, somente.
4. O Direito Processual Penal
A resposta correta é a opção 4: "O Direito Processual Penal".
O Direito Penal Adjetivo (também chamado de Direito Processual Penal) é o ramo do Direito que regula o processo criminal, ou seja, o conjunto de normas e princípios que estabelecem as regras para a investigação, a acusação, a defesa e o julgamento dos crimes. Ele tem como objetivo garantir que o processo penal seja justo e respeite os direitos e garantias fundamentais das partes envolvidas.
As demais opções não estão corretas, pois:
· A opção 1 ("O conjunto de normas penais positivadas, que regulam o exercício do jus puniendi pelo Estado, definindo crimes e cominando penas") refere-se ao Direito Penal Substantivo, que estabelece as normas que definem os crimes e suas respectivas penas.
· A opção 2 ("O direito de punir, cuja titularidade é do Estado") refere-se ao Direito Penal Subjetivo, que é o poder do Estado de aplicar sanções penais.
· A opção 3 ("O conjunto das normas penais não incriminadoras, somente") não se relaciona com o Direito Penal Adjetivo, pois este diz respeito ao processo penal e não às normas que definem os crimes.
5 - É incorreto afirmar que o bem jurídico penal:
1. Diz respeito apenas a bens corpóreos
2. Corresponde aos bens mais relevantes ao indivíduo e à sociedade
3. É objeto de tutela do Direito Penal
4. Sua proteção não é a única função do Direito Penal
A resposta correta é a opção 1: "Diz respeito apenas a bens corpóreos".
É incorreto afirmar que o bem jurídico penal diz respeito apenas a bens corpóreos, pois ele pode referir-se também a bens incorpóreos, como a honra, a liberdade, a dignidade, a privacidade, entre outros.
O bem jurídico penal é um conceito fundamental do Direito Penal e corresponde aos valores mais relevantes para a sociedade que devem ser protegidos pelo Estado através do Direito Penal. Ele é objeto de tutela do Direito Penal e sua proteção é uma das funções mais importantes desse ramo do Direito, embora não seja a única, já que também se preocupa com a aplicação justa e proporcional das penas e medidas de segurança.
Dessa forma, as opções 2, 3 e 4 estão corretas, pois o bem jurídico penal corresponde aos bens mais relevantes ao indivíduo e à sociedade, é objeto de tutela do Direito Penal e sua proteção não é a única função do Direito Penal.
6 - O Direito Penal em uma concepção autoritária ou totalitária de Estado: 
1. Serve de instrumento de controle social limitado
2. Deve respeito aos princípios e garantias reconhecidos na Constituição Federal
3. Serve aos interesses da sociedade, particularmente à proteção de bens jurídicos fundamentais
4. Serve de instrumento de perseguição aos inimigos do sistema jurídico imposto
A resposta correta é a opção 4: "Serve de instrumento de perseguição aos inimigos do sistema jurídico imposto".
Em uma concepção autoritária ou totalitária de Estado, o Direito Penal é utilizado como um instrumento de repressão e controle social extremamente rígido e arbitrário, que serve para manter o poder do Estado e perseguir aqueles que se opõem ou ameaçam o regime. O Estado totalitário não reconhece direitos individuais e não respeita os princípios e garantias fundamentais previstos na Constituição ou em outros documentos internacionais.
Nesse contexto, o Direito Penal não tem como objetivo a proteção dos bens jurídicos fundamentais da sociedade ou a promoção do bem comum, mas sim a manutenção do poder do Estado e a repressão de qualquer tipo de dissidência ou resistência. Portanto, a opção 4 está correta, pois em uma concepçãoautoritária ou totalitária de Estado, o Direito Penal serve como um instrumento de perseguição aos inimigos do sistema jurídico imposto.
7 - O Direito Penal deve sempre ser a ultima ratio. Tal afirmação relaciona-se ao: 
1. Princípio da taxatividade
2. Princípio da representação
3. Princípio da subsidiariedade
4. Princípio da culpabilidade
A resposta correta é a opção 3: "Princípio da subsidiariedade".
O princípio da subsidiariedade é uma das bases do Direito Penal moderno e estabelece que o Direito Penal deve ser a última alternativa a ser considerada na solução de conflitos e na proteção dos bens jurídicos fundamentais. Isso significa que o Direito Penal deve ser acionado somente quando não houver outras formas mais efetivas e adequadas de intervenção estatal na questão em questão.
Dessa forma, o Direito Penal deve ser utilizado somente quando as demais áreas do Direito, como o Direito Civil, o Direito Administrativo, o Direito Tributário, entre outros, não forem suficientes para a solução do conflito ou proteção do bem jurídico envolvido. Isso porque a intervenção penal é a mais grave e restritiva de direitos, podendo ter consequências irreparáveis para a vida do indivíduo, como a privação de liberdade.
Portanto, a afirmação de que o Direito Penal deve ser a ultima ratio relaciona-se diretamente ao princípio da subsidiariedade, que estabelece que o Direito Penal deve ser a última alternativa a ser considerada na solução de conflitos e proteção dos bens jurídicos fundamentais.
8 - No que se refere à competência privativa da União para legislar sobre matéria de Direito Penal:
1. A competência para legislar sobre matéria de Direito Penal é privativa da União, sem qualquer exceção
2. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas de Direito Penal
3. Os Estados brasileiros podem legislar livremente sobre matéria de Direito Penal
4. Os Estados brasileiros podem legislar sobre matéria de Direito Penal, desde que autorizados por Decreto
Constituição Federal estabelece que compete privativamente à União legislar sobre matéria de Direito Penal, porém, é possível que uma lei complementar autorize os estados a legislar sobre questões específicas. Esse é o caso da Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06), que autoriza os estados a legislarem sobre questões relacionadas ao tráfico de drogas para consumo pessoal.
9 - Um fato não pode ser considerado crime se a lei que o define não for anterior a ele. Tal afirmativa refere-se ao:
1. Princípio da reserva legal
2. Princípio da taxatividade
3. Princípio da ofensividade
4. Princípio da anterioridade
A alternativa correta é a número 4: "Princípio da anterioridade".
O princípio da anterioridade, também conhecido como princípio da irretroatividade da lei penal, está previsto no artigo 5º, inciso XXXIX, da Constituição Federal de 1988. Esse princípio estabelece que a lei penal só poderá retroagir em benefício do réu e que nenhuma lei poderá ser aplicada para punir fatos cometidos antes de sua entrada em vigor.
Assim, é fundamental que a lei que define um fato como crime seja anterior a ele, para que seja possível aplicar a lei penal e punir o agente pelo crime cometido. Isso garante a segurança jurídica e a proteção dos direitos fundamentais dos cidadãos, uma vez que impede a criação de leis com efeitos retroativos, que violam o princípio da legalidade e da proteção à confiança.
10 - Uma lei penal pouco clara, com texto impreciso ou ambíguo não limita o ius puniendi do Estado, portanto, viola:
1. Princípio da anterioridade
2. Princípio da taxatividade
3. Princípio da reserva legal
4. Princípio da ofensividade
A resposta correta é o Princípio da Taxatividade.
O princípio da taxatividade, também conhecido como princípio da legalidade estrita, exige que a lei penal defina com precisão e clareza as condutas que são consideradas crime, para que os indivíduos possam saber com segurança quais são as condutas que devem evitar. Dessa forma, uma lei penal pouco clara, com texto impreciso ou ambíguo, não cumpre com esse requisito e, portanto, viola o princípio da taxatividade.
Além disso, a falta de clareza na lei pode dar margem a interpretações equivocadas ou arbitrárias por parte dos agentes públicos responsáveis pela aplicação da lei, o que pode resultar em violações aos direitos fundamentais dos cidadãos.
11 - A mínima ofensividade da conduta; a ausência de periculosidade social da ação; o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e a inexpressividade da lesão jurídica são requisitos para aplicação do:
1. Princípio da insignificância ou princípio de bagatela
2. Princípio da intervenção mínima
3. Princípio da subsidiariedade
4. Princípio da fragmentariedade
A alternativa correta é o Princípio da insignificância ou princípio de bagatela. Esse princípio determina que condutas de mínima ofensividade ou bagatela não devem ser consideradas como crimes, pois não causam lesão significativa ao bem jurídico tutelado. Para que seja aplicado, é necessário que a conduta seja de mínima ofensividade, não apresente periculosidade social, tenha reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e não cause lesão jurídica relevante.
12 - Se a conduta não oferecer nem mesmo perigo de lesão ao bem jurídico, aplica-se o princípio da __________. No entanto, caso haja ofensa ao bem jurídico, mas essa ofensa seja mínima, é possível cogitar a aplicação do princípio da __________:
1. Culpabilidade – proporcionalidade
2. Ofensividade ou da lesividade – culpabilidade
3. Ofensividade ou da lesividade – insignificância ou de bagatela
4. Insignificância ou de bagatela – culpabilidade
A resposta correta é a alternativa 3: "Ofensividade ou da lesividade – insignificância ou de bagatela".
O princípio da ofensividade ou da lesividade é um dos princípios fundamentais do Direito Penal e significa que somente é considerado crime a conduta que ofende ou coloca em perigo concreto um bem jurídico protegido.
Já o princípio da insignificância ou de bagatela, também conhecido como princípio da mínima intervenção ou da irrelevância penal do fato, determina que o Direito Penal só deve ser aplicado em casos de lesão significativa ao bem jurídico tutelado. Dessa forma, condutas que causem lesões insignificantes ou sem qualquer relevância social devem ser consideradas atípicas, ou seja, não configuram crime.
Portanto, se a conduta não oferecer nem mesmo perigo de lesão ao bem jurídico, aplica-se o princípio da ofensividade ou da lesividade e a conduta não será considerada crime. Já se houver ofensa ao bem jurídico, mas essa ofensa for mínima, é possível cogitar a aplicação do princípio da insignificância ou de bagatela.
13 - Nenhum resultado penalmente relevante pode ser atribuído a quem não o tenha produzido por dolo ou culpa. Tal afirmação refere-se ao:
1. Princípio da reserva legal
2. Princípio da culpabilidade
3. Princípio da ofensividade
4. Princípio da insignificância
A afirmação descrita na questão refere-se ao Princípio da Culpabilidade. Segundo este princípio, somente é possível a punição de alguém quando ele agiu com dolo ou culpa, ou seja, quando ele teve a intenção de cometer o crime ou quando, mesmo sem intenção, agiu com negligência, imprudência ou imperícia, produzindo o resultado previsto na lei penal. Portanto, o princípio da culpabilidade é uma garantia fundamental que impede a punição de alguém que não tenha contribuído para a produção do resultado lesivo.
14 - Não se pune a conduta do agente se tal conduta não invadir o patrimônio jurídico alheio, ou seja, se o agente apenas cogita praticar um fato criminoso ou se o agente causa dano ou perigo de dano apenas ao próprio bem jurídico. Tal afirmação refere-se ao:
1. Princípio da alteridade
2. Princípio da culpabilidade
3. Princípio da proporcionalidade
4. Princípio da subsidiariedade
A resposta correta é a opção 1 - Princípio da alteridade. Esse princípio afirma que a conduta só é punível se lesar ou colocar em perigo um bem jurídico alheio, ou seja, que pertença a outra pessoa que não o agente.Portanto, se a conduta do agente não afetar bens jurídicos de terceiros, ela não pode ser punida pelo Direito Penal. Esse princípio também é conhecido como princípio da lesividade ou da ofensividade.
15 - A estrutura da lei penal possui dois preceitos, um primário e um secundário. Tais preceitos correspondem, respectivamente:
1. A pena e a conduta
2. A Parte Geral e a Parte Especial
3. A Parte Especial e a Parte Geral
4. A conduta e a pena
A resposta correta é a opção 4 - A conduta e a pena.
A estrutura da lei penal é composta por dois preceitos: o primário, que define a conduta considerada criminosa, e o secundário, que estabelece a pena aplicável ao autor da conduta. O preceito primário, também conhecido como tipo penal, descreve de forma abstrata e genérica a conduta considerada criminosa, enquanto o preceito secundário estabelece as consequências jurídicas da prática do delito, como a pena a ser aplicada. Portanto, a conduta é o objeto do preceito primário, e a pena é o objeto do preceito secundário.
16 - A lei penal em branco, também conhecida como cega ou aberta, quando busca complemento em norma de natureza jurídica diversa da sua, denomina-se:
1. Lei penal em branco em sentido lato ou homogênea
2. Lei penal em branco Homovitelina
3. Lei penal em branco em sentido estrito ou heterogênea
4. Lei penal em branco Heterovitelina
A resposta correta é a opção 3. A lei penal em branco em sentido estrito ou heterogênea é aquela que necessita de complementação em norma de natureza jurídica diversa da sua. Esse tipo de lei é utilizado quando é difícil ou impossível precisar detalhadamente na lei todos os elementos que a caracterizam. Nesse caso, a complementação é realizada por meio de outra norma, como um decreto ou uma portaria, por exemplo. Já a lei penal em branco em sentido lato ou homogênea é aquela que busca complemento em outra norma de mesma natureza jurídica, ou seja, uma norma penal que precisa ser complementada por outra norma penal. As outras duas opções apresentadas na questão não são corretas.
17 - Analogia é a aplicação, ao caso não previsto em lei, de lei reguladora de caso semelhante. Quanto à analogia é correto afirmar que:
1. A analogia in malam partem é permitida irrestritamente
2. A analogia in malam partem é permitida em benefício da sociedade, apenas
3. A analogia in malam partem é proibida
4. A analogia in malam partem é permitida em benefício do réu, apenas
A alternativa correta é a 3. A analogia in malam partem, ou seja, a aplicação analógica de norma penal de forma prejudicial ao réu, é proibida pelo princípio da legalidade e da estrita interpretação da norma penal. O princípio da legalidade exige que a conduta seja previamente descrita em lei como crime, não permitindo a criação de tipos penais por analogia. Além disso, a aplicação da analogia in malam partem viola o princípio constitucional da presunção de inocência, que determina que o réu só pode ser considerado culpado quando provado o contrário de forma inequívoca.
18 - A lei penal não retroagirá, salvo:
1. A novatio legis in mellius e a novatio legis in pejus
2. A abolitio criminis e a novatio legis incriminadora
3. A novatio legis incriminadora e a novatio legis in mellius
4. A novatio legis in mellius e a abolitio criminis
A resposta correta é a opção 4 - "A novatio legis in mellius e a abolitio criminis".
O princípio da irretroatividade da lei penal está previsto no artigo 5º, inciso XL da Constituição Federal e significa que a lei penal não pode retroagir para prejudicar o réu. No entanto, a lei pode retroagir em benefício do réu, ou seja, se uma nova lei for mais favorável ao acusado do que a lei vigente no momento do crime (novatio legis in mellius) ou se a lei nova abolir um crime ou uma pena (abolitio criminis), a lei poderá ser aplicada retroativamente. As outras opções não estão de acordo com o princípio da irretroatividade da lei penal.
19 - No Direito Penal o princípio tempus regit actum é regra:
1. Havendo a exceção da retroatividade da lei penal mais benigna
2. Para a qual não existe exceção
3. Havendo a exceção da retroatividade da lei penal mais gravosa
4. Havendo a exceção da retroatividade da lex gravior
No Direito Penal, o princípio tempus regit actum é regra para a aplicação da lei penal no tempo. Isso significa que a lei penal vigente no momento da prática do delito é a que deve ser aplicada. A exceção a esse princípio é a retroatividade da lei penal mais benigna, que pode beneficiar o réu e ser aplicada mesmo que tenha sido publicada após a prática do crime. Portanto, a resposta correta é "Havendo a exceção da retroatividade da lei penal mais benigna".
20 - A lei penal que vige durante situações de emergência denomina-se:
1. Lei Temporária
2. Lei excepcional
3. Lex mitior
4. Lex gravior
A resposta correta é a alternativa 2 - Lei excepcional.
A lei penal excepcional é aquela que é criada em situações de emergência ou necessidade, com o objetivo de suprir a falta de previsão legal para determinados casos. É uma medida extraordinária, que deve ser interpretada restritivamente e ter sua vigência limitada no tempo e espaço. Ela é diferente das leis temporárias, que são criadas para suprir a falta de previsão legal em determinado período de tempo, e das leis penais comuns, que regem a maior parte dos casos em períodos normais. As leis temporárias e excepcionais podem ser mais benéficas para o acusado do que as leis penais comuns, e, por isso, em casos de conflito entre leis penais, deve-se aplicar a mais favorável ao réu.
21 - A lei penal cuja vigência vem previamente fixada pelo legislador denomina-se:
1. Lei excepcional
2. Lex mitior
3. Lex gravior
4. Lei temporária
A resposta correta é a alternativa 4 - Lei temporária. A lei temporária é aquela que tem sua vigência estipulada previamente pelo legislador para uma determinada situação temporária, como, por exemplo, em casos de calamidade pública. É diferente da lei excepcional, que é uma lei criada para situações excepcionais não previstas pela legislação comum. A Lex mitior é a lei penal mais favorável ao réu, enquanto a Lex gravior é a lei penal mais gravosa.
22 - O fenômeno consistente na aplicação dos efeitos de uma lei penal depois do término de sua vigência denomina-se:
1. Retroatividade
2. Taxatividade
3. Ultra-atividade
4. Ofensividade
O fenômeno da ultra-atividade ocorre quando a lei penal anterior permanece aplicável aos fatos praticados antes do término de sua vigência, mesmo após a entrada em vigor de uma nova lei penal. Isso acontece quando a nova lei não traz expressamente disposição sobre a sua aplicação aos fatos cometidos antes de sua vigência.
23 - O fenômeno consistente na aplicação dos efeitos de uma lei penal para um fato ocorrido antes do início da sua vigência denomina-se:
1. Ultra-atividade
2. Retroatividade
3. Taxatividade
4. Ofensividade
A alternativa correta é a número 2 - Retroatividade. A retroatividade da lei penal é exceção e só é permitida quando for mais benéfica para o réu, conforme o disposto no artigo 5º, XL da Constituição Federal e no artigo 2º do Código Penal. Portanto, a lei penal não pode retroagir para prejudicar o réu, mas pode retroagir para beneficiá-lo.
24 - Quanto ao tempo do crime, o Código Penal brasileiro adotou:
1. A teoria da atividade
2. A teoria do resultado
3. A teoria da ubiquidade
4. A teoria da equivalência dos antecedentes
A alternativa correta é a 1 - a teoria da atividade. O Código Penal brasileiro adota a teoria da atividade, que considera o momento em que a conduta do agente é praticada como o momento do crime, independentemente de quando se produzem seus efeitos ou resultados. Ou seja, para a configuração do crime, basta que a ação ou omissão seja praticada pelo agente, não importando se o resultado se produziu ou não, nem se o resultado é o pretendido pelo agente. 
25 - Quanto à aplicação da lei penal no espaço, ao dispor o seguinte texto: “art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometidono território nacional.”, o Código Penal brasileiro adotou:
1. O princípio da territorialidade absoluta
2. O princípio da territorialidade
3. O princípio da ubiquidade
4. O princípio da territorialidade temperada
Resposta: 4. O Código Penal brasileiro adotou o princípio da territorialidade temperada, conforme expresso no artigo 5º, que estabelece a aplicação da lei brasileira ao crime cometido no território nacional, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional. Isso significa que, em regra, o Estado brasileiro tem o poder de punir os crimes cometidos em seu território, independentemente da nacionalidade do autor. No entanto, há exceções, como nos casos em que há tratados ou convenções internacionais que estabelecem a competência de outro Estado para julgar determinado crime ou quando a legislação de outro país é mais favorável ao réu.
26 - Para fins de aplicação da lei penal, considera-se território brasileiro:
1. O domínio terrestre, o aéreo e o território por extensão ou ficção
2. O domínio terrestre, o aéreo, não se considerando o território por extensão ou ficção
3. O domínio terrestre, o território por extensão ou ficção, não se considerando o aéreo
4. O domínio terrestre, não se considerando o aéreo, tampouco o território por extensão ou ficção
A resposta correta é a alternativa 1 - "O domínio terrestre, o aéreo e o território por extensão ou ficção". Isso porque a Constituição Federal, em seu artigo 5º, § 2º, estabelece que "os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte". Assim, a lei brasileira é aplicável não apenas no território nacional, mas também em aeronaves e embarcações brasileiras, onde quer que se encontrem, bem como em casos de extraterritorialidade previstos em lei.
27 - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional:
1. As embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro apenas no território brasileiro
2. As embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem
3. As aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada onde quer que se encontrem
4. As aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada quando estiverem em território estrangeiro
A resposta correta é a alternativa 2 - As embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem.
Isso se deve ao fato de que, de acordo com o Código Penal brasileiro, as embarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro são consideradas como extensão do território nacional onde quer que se encontrem. Isso significa que, caso ocorra um crime em uma embarcação ou aeronave brasileira em águas ou espaço aéreo estrangeiros, a lei brasileira será aplicada. Essa regra é uma aplicação do princípio da extraterritorialidade, que permite a aplicação da lei brasileira em situações que ocorram fora do território nacional.
28 - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional:
1. As aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada quando estiverem em território estrangeiro
2. As aeronaves e as embarcações estrangeiras, mercantes ou de propriedade privada quando estiverem em território estrangeiro
3. As aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
4. As aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada não se consideram como extensão do território nacional
A resposta correta é a alternativa 3. Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as aeronaves e embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar, conforme previsto no artigo 5º, §3º, do Código Penal brasileiro. Isso significa que a lei penal brasileira será aplicada a bordo de aeronaves e embarcações registradas no Brasil, independentemente de onde elas se encontrem, desde que no espaço aéreo ou em alto-mar.
29 - Quanto ao lugar do crime, o Código Penal brasileiro adotou:
1. A teoria da ubiquidade
2. A teoria da atividade
3. A teoria do resultado
4. A teoria da equivalência dos antecedentes
A questão 29 questiona sobre a teoria adotada pelo Código Penal brasileiro quanto ao lugar do crime. A teoria adotada é a teoria da ubiquidade, que considera como local do crime tanto o lugar da conduta quanto o lugar do resultado. 
30 - O princípio da extraterritorialidade consiste na aplicação da lei brasileira aos crimes cometidos fora do Brasil. Não é espécie de extraterritorialidade:
1. A extraterritorialidade condicionada
2. A extraterritorialidade formal
3. A extraterritorialidade incondicionada
4. A extraterritorialidade hipercondicionada
Resposta 2 - a extraterritorialidade formal não é espécie de extraterritorialidade. A extraterritorialidade formal é um termo utilizado em relação ao processo penal e não ao direito material, e se refere à possibilidade de aplicação do processo penal brasileiro para julgar um crime cometido no exterior, desde que respeitadas determinadas formalidades processuais, como a citação do réu no exterior e o cumprimento dos tratados de cooperação internacional. Já as outras alternativas estão corretas: a extraterritorialidade condicionada é a aplicação da lei brasileira em casos específicos determinados em lei; a extraterritorialidade incondicionada é a aplicação da lei brasileira a crimes cometidos fora do território nacional quando não há lei no país onde o crime ocorreu ou quando o país não tem condições de julgar o acusado; e a extraterritorialidade hipercondicionada é uma forma mais restritiva de extraterritorialidade condicionada, em que a lei brasileira só se aplica se o crime for cometido por brasileiro ou contra interesse da União ou de empresa pública brasileira.
1. A extraterritorialidade condicionada é uma espécie de extraterritorialidade em que a lei brasileira é aplicável a um crime cometido no exterior, desde que sejam preenchidos certos requisitos, ou condições. Em geral, essas condições são a dupla incriminação (o crime também é considerado crime no país em que foi cometido) e a exigência de que o autor do crime seja brasileiro ou esteja no Brasil.
2. A extraterritorialidade formal é uma espécie de extraterritorialidade em que a lei brasileira é aplicável a um crime cometido no exterior, independentemente da dupla incriminação ou de qualquer outra condição. Essa forma de extraterritorialidade está prevista em algumas hipóteses específicas, como nos crimes contra a vida ou a liberdade de brasileiros no exterior.
3. A extraterritorialidade incondicionada é uma espécie de extraterritorialidade em que a lei brasileira é aplicável a um crime cometido no exterior, sem que seja necessário preencher qualquer condição específica. Essa forma de extraterritorialidade é prevista em alguns casos excepcionais, como nos crimes de genocídio, que são considerados crimes internacionais.
4. A extraterritorialidade hipercondicionada é uma espécie de extraterritorialidade em que são estabelecidas condições muito rigorosas para a aplicação da lei brasileira a um crime cometido no exterior. Essa forma de extraterritorialidade é pouco comum e, em geral, é utilizada em casos específicos, como nos crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves brasileiras em alto-mar ou no espaço aéreo internacional.
31 - A pena cumprida no estrangeiro:
1. Não atenua a pena imposta no Brasil nem nela é computada.
2. Atenua a pena imposta no Brasil por crime diverso
3. Atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
4. Atenua a pena imposta no Brasil pelomesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas somente se o agente for brasileiro
A alternativa correta é a 3 - "Atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas".
Conforme o artigo 8º, do Código Penal brasileiro, a pena cumprida no estrangeiro pelo brasileiro ou estrangeiro será computada, desde que a condenação tenha sido proferida por autoridade judiciária estrangeira competente, com observância das formalidades legais e mediante o cumprimento da pena. Além disso, o parágrafo único desse artigo determina que, para os fins previstos no caput desse mesmo artigo, a decisão estrangeira será homologada pelo Supremo Tribunal Federal, quando a aplicação da lei brasileira produzir efeitos mais gravosos para o condenado.
Assim, a pena cumprida no estrangeiro pode ser computada na pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela ser atenuada, quando idênticas, desde que a decisão estrangeira seja homologada pelo Supremo Tribunal Federal. Não há restrição de aplicação apenas para brasileiros, abrangendo também estrangeiros que tenham cumprido pena no exterior.
32 - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil exceto para:
1. Obrigar o condenado à reparação do dano
2. Obrigar o condenado a restituições e a outros efeitos civis;
3. Sujeitar o condenado a medida de segurança
4. Determinar a prisão do executado
A melhor alternativa é a número 4 - "Determinar a prisão do executado". A homologação da sentença estrangeira no Brasil não pode determinar a prisão do condenado, pois a Constituição Federal brasileira proíbe a extradição de nacionais e a prisão por dívidas, salvo em caso de inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia. Portanto, essa exceção está em conformidade com a Constituição brasileira. As outras opções não representam exceções válidas para a homologação da sentença estrangeira.
33 - ULRICH NIELSEN foi condenado a cinco anos, quatro meses e quinze dias de prisão a iniciar em regime fechado. Considerando que ULRICH iniciou o cumprimento de sua pena no dia 4 de novembro de 2019, qual será o último dia de pena?
1. 18 de março de 2025
2. 19 de março de 2025
3. 18 de março de 2024
4. 19 de março de 2024
Para calcular a data final da pena, é necessário somar a pena imposta em dias à data de início e subtrair um dia, já que a contagem inclui o dia de início e o dia de término não.
Primeiro, é necessário converter os anos, meses e dias em dias. Considerando um ano de 365 dias e um mês de 30 dias, temos:
5 anos = 1825 dias 4 meses = 120 dias 15 dias = 15 dias
Totalizando: 1825 + 120 + 15 = 1960 dias
Então, para encontrar a data final, basta adicionar os 1960 dias à data de início e subtrair um dia:
04/11/2019 + 1960 dias - 1 dia = 18/03/2025
Assim, a resposta correta é a alternativa 1: 18 de março de 2025.
34 - ARTHUR FLECK foi condenado a cinco anos, quatro meses e quinze dias de prisão a iniciar em regime inicial fechado. Considerando que ARTHUR iniciou o cumprimento de sua pena no dia 03 de outubro de 2019, qual será o último dia de pena?
1. 17 de fevereiro de 2025
2. 18 de fevereiro de 2025
3. 17 de fevereiro de 2024
4. 18 de fevereiro de 2024
Para responder a essa pergunta, é necessário calcular o total de dias de pena a serem cumpridos e somá-los à data inicial de cumprimento da pena.
O total de dias de pena a serem cumpridos por Arthur Fleck é:
5 anos = 1825 dias 4 meses = 122 dias 15 dias
Total = 1825 + 122 + 15 = 1962 dias
Então, somando-se 1962 dias à data inicial de cumprimento da pena (03 de outubro de 2019), chegamos ao último dia de pena:
03/10/2019 + 1962 dias = 17 de fevereiro de 2025
Portanto, a resposta correta é a alternativa 1: 17 de fevereiro de 2025.
35 - Crime é o ato humano contrário à lei e crime é o ato humano que ofende, viola, os bens jurídicos mais importantes. Tais conceitos referem-se respectivamente aos:
1. Conceito material e conceito formal de crime
2. Conceito formal e conceito material de crime
3. Conceito formal e conceito analítico de crime
4. Conceito analítico e conceito material de crime
Resposta: 2. Conceito formal e conceito material de crime.
Justificativa: O conceito formal de crime se refere à definição legal do que é considerado crime, ou seja, a descrição contida na lei que estabelece quais condutas são proibidas e quais as penas aplicáveis a cada uma delas. Já o conceito material de crime se relaciona com a lesão ou ameaça de lesão a bens jurídicos protegidos pelo ordenamento jurídico, como a vida, a integridade física, a liberdade, a propriedade, entre outros. Dessa forma, pode-se afirmar que a definição legal de crime (conceito formal) está relacionada ao aspecto formal da infração, enquanto a ofensa a bens jurídicos (conceito material) está relacionada ao aspecto material ou substancial da infração.
36 - Crime é fato típico, ilícito e culpável. Tal conceito refere-se ao:
1. Conceito formal de crime
2. Conceito material de crime
3. Conceito analítico de crime
4. Conceito bipartido de crime
Resposta: 3. Conceito analítico de crime.
Justificativa: O conceito analítico de crime é composto pelos elementos fato típico, ilícito e culpável, ou seja, para que um comportamento seja considerado crime, é necessário que ele se enquadre nessas três características. O fato típico significa que o comportamento praticado se encaixa na descrição prevista na lei penal como crime. O ilícito significa que o comportamento é contrário à lei. E o culpável significa que o agente tinha capacidade de entender a ilicitude do que fez e de se comportar de acordo com essa compreensão.
37 - Conduta, resultado naturalístico, relação de causalidade (nexo causal) e tipicidade são elementos do:
1. Fato típico
2. Fato ilícito
3. Fato culpável
4. Tipo penal
A resposta correta é a alternativa 1 - Fato típico.
Os elementos mencionados (conduta, resultado naturalístico, relação de causalidade e tipicidade) são os elementos que compõem o conceito de fato típico na teoria do delito.
A conduta é a ação ou omissão do agente, que pode ser dolosa (quando há a intenção de praticar o crime) ou culposa (quando não há intenção, mas o agente age com negligência ou imprudência).
O resultado naturalístico é o efeito físico que a conduta do agente produz no mundo exterior, como, por exemplo, uma lesão corporal.
A relação de causalidade (nexo causal) é a ligação entre a conduta do agente e o resultado naturalístico, ou seja, é a verificação de que a conduta do agente foi a causa do resultado produzido.
Por fim, a tipicidade é a correspondência entre a conduta do agente e a descrição do tipo penal previsto na lei. É a verificação de que a conduta do agente se enquadra na previsão legal do crime.
38 - O fato típico compõe-se de conduta e tipicidade, exceto nos crimes:
1. Formais
2. Mera conduta
3. Materiais
4. Tentados
O fato típico é um dos elementos do crime e é composto por duas partes: a conduta e a tipicidade. Porém, existem algumas exceções em que o fato típico não é composto por essas duas partes.
Os crimes formais são uma dessas exceções, pois se consumam independentemente de resultado naturalístico, ou seja, a conduta é suficiente para a consumação do crime. Nesses casos, não é necessário que haja um resultado para que o crime seja considerado consumado.
Os crimes de mera conduta também são exceções, pois a própria conduta é proibida, sem a necessidade de produção de resultado algum. Nesses casos, a proibição se dá pela simples realização da conduta, independentemente de qualquer resultado produzido.
Por fim, os crimes materiais tentados são outra exceção, pois exigem resultado naturalístico para a consumação, mas que, na tentativa, não o alcançam. Nesses casos, a tentativa do crime é considerada punível, mesmo sem a produção do resultado esperado.
Dessa forma, podemos concluir que a resposta correta para a questão 38 é a alternativa 3 "Materiais", pois se trata de uma das exceções emque o fato típico não é composto por conduta e tipicidade.
39 - Conduta é a ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade. Tal conceito revela a adoção da:
1. Teoria clássica, naturalista ou causal
2. Teoria final ou finalista
3. Teoria social
4. Teoria jurídico-penal
A resposta correta é a opção 2, teoria final ou finalista. Essa teoria surgiu como uma reação à teoria causal-naturalista, que defendia a ideia de que a conduta era simplesmente um fenômeno natural, passível de ser analisado apenas sob um ponto de vista objetivo. A teoria finalista, por sua vez, entende que a conduta humana deve ser analisada também sob um ponto de vista subjetivo, levando em conta a finalidade perseguida pelo agente. Dessa forma, para essa teoria, a conduta só pode ser considerada típica se estiver em conformidade com a norma penal incriminadora e se tiver sido dirigida a uma finalidade, ou seja, se tiver havido um dolo (vontade consciente de realizar a conduta) ou culpa (negligência, imprudência ou imperícia).
40 - Pessoas Jurídicas podem ser sujeitos ativos de crimes:
1. Contra o patrimônio
2. Contra o meio ambiente
3. Contra o sistema financeiro
4. Contra a economia popular
A resposta correta para a questão 40 é a opção 2 - "Contra o meio ambiente". As demais opções são incorretas, pois não preveem a possibilidade de responsabilização criminal de pessoas jurídicas, de acordo com o artigo 225, § 3º, da Constituição Federal, as pessoas jurídicas podem ser responsabilizadas penalmente por crimes ambientais. Além disso, a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98) também prevê a responsabilização criminal de pessoas jurídicas por condutas lesivas ao meio ambiente. Portanto, 
41 - Vontade, finalidade, exteriorização ou manifestação e consciência são elementos:
1. Do resultado
2. Do nexo causal
3. Da conduta
4. Da tipicidade
A resposta correta é a opção 3 - Da conduta. Vontade, finalidade, exteriorização ou manifestação e consciência são elementos que compõem a conduta, que é a ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade. Esses elementos são importantes para determinar se a conduta é típica e, portanto, se constitui um crime ou não. É importante ressaltar que a existência desses elementos nem sempre é suficiente para que uma conduta seja considerada crime, é necessário ainda que ela seja ilícita e culpável.
42 - No que se refere aos crimes omissivos impróprios ou impuros, não tem a posição de garante ou garantidor, aquele que:
1. Tenha por lei a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância
2. De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado
3. Com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado
4. Não tem um dever especial de proteção
A resposta correta é a alternativa 4: "Não tem um dever especial de proteção".
Nos crimes omissivos impróprios ou impuros, também conhecidos como comissivos por omissão, é necessário que o agente tenha uma posição de garante ou garantidor, ou seja, uma obrigação de agir para evitar um resultado lesivo a um bem jurídico protegido pela lei. Essa posição pode decorrer de uma relação de parentesco, profissional, contratual, legal, entre outras.
A alternativa 1 está incorreta, pois a pessoa que tem por lei a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância é considerada uma posição de garante ou garantidor, conforme mencionado acima.
A alternativa 2 também está incorreta, pois assumir a responsabilidade de impedir o resultado configura uma posição de garante ou garantidor.
A alternativa 3 também está incorreta, pois o comportamento anterior que cria o risco da ocorrência do resultado é uma das formas de assumir uma posição de garante ou garantidor
43 - A força irresistível, os movimentos reflexos e o estado de inconsciência são excludentes:
1. Da conduta
2. Do resultado
3. Do nexo causal
4. Da tipicidade
Resposta: 1. Da conduta.
Justificativa: A conduta é definida como ação ou omissão voluntária e consciente dirigida a uma finalidade. As situações em que há ausência de vontade, consciência ou liberdade de ação excluem a conduta. Portanto, a força irresistível, os movimentos reflexos e o estado de inconsciência são exemplos de circunstâncias que excluem a conduta do agente. Já a tipicidade, o resultado e o nexo causal pressupõem a existência da conduta.

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