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06/03/2023 Protocolo em grande porte. AULA 2 – Introdução à Protocolo em grande porte Digestão dos ruminantes O são denominados s três primeiros compartimentos pré-estômagos e são aglandulares, não secretando HCl ou enzimas digestivas, possuindo função de fermentação e digestão da matéria fibrosa, além de realizar absorção de água e alguns produtos da digestão da matéria fibrosa Também atuam para misturar os conteúdos e realizar contrações para triturar (ajuda na digestão mecânica) e movimentar o alimento (regurgitação) e os gases (eructação) Abomaso O abomaso, o último compartimento, se refere ao estômago verdadeiro, sendo o único compartimento glandular, possuindo enzimas utilizadas no processo de digestão química e estrutura similar ao estômago dos monogástricos Rúmen • Ocupa o lado ESQUERDO do abdômen • Uma cuba de fermentação anaeróbia onde microrganismos auxiliarão na digestão de fibras vegetais (celulose), produzindo ácidos graxos voláteis (AGV), que nos ruminantes são utilizados como fonte de energia • Sua túnica mucosa forma papilas com função de absorção dos AGVs Retículo • Ocupa uma posição cranial ao rúmen • Os corpos estranhos ingeridos pelo bovino (arames, pregos e outros) ficam retidos nestas pregas e impedidos de passar para os demais compartimentos do aparelho digestivo posterior • É o principal órgão que participa do processo de ruminação, já que é o responsável pela contração que leva a regurgitação Omaso • Localizado do lado direito • Suas principais funções estão ligadas a absorção de água, minerais, AGVs e redução de partículas alimentares • Contrações omasais frequentes e fortes comprimem e trituram a digesta e de 60 a 70% da água é absorvida. O material de consistência mais sólida passa para o abomaso Abomaso • Estômago verdadeiro ou glandular dos bovinos • Localiza-se ventralmente ao omaso, do lado direito • Funções similares ao estômago dos monogástricos Os herbívoros ruminantes são dotados de um grande estômago dividido em compartimentos. Esse estômago possui quatro compartimentos: rúmen (pança), retículo (barrete), omaso (folhoso) e abomaso (coagulador). São exemplos de ruminantes o boi, a cabra, a ovelha, a girafa, o camelo e o veado. Ao deglutir o capim parcialmente mastigado, o ruminante o envia ao rúmen, onde é armazenado e amolecido pela grande quantidade de saliva secretada na boca. No rúmen, existem bactérias e protozoários ciliados que produzem a enzima celulase, que catalisa a hidrólise da celulose presente no alimento. O conteúdo do rúmen passa ao retículo, onde há a formação de pequenos “bolos” de matéria vegetal já semidigerida no rúmen que são enviados de volta à boca para serem mastigados novamente. Esse processo é denominado ruminação, o qual perdura até que o alimento se torne finamente triturado. Quando o alimento está bem triturado, é deglutido e passa para o omaso, onde a maior parte da água é absorvida. Posteriormente, passa ao abomaso, considerado o “estômago verdadeiro” dos ruminantes, pois é a porção do estômago que secreta o suco gástrico, rico em ácido clorídrico e em enzimas digestivas. Do abomaso, o alimento segue para o intestino delgado, onde irá sofrer a ação das demais secreções digestivas, a bile, o suco pancreático e o suco entérico. O que digere a celulose são os ac graxos voláteis( acético propionico e nutirico) que através das bactérias simbiontes Timpanismo • Doença metabólica de animais ruminantes que se caracteriza pela pronunciada distensão do rúmen e retículo, associada a fatores que impeçam o animal de eliminar gases produzidos durante a fermentação ruminal • Levando à dificuldade respiratória e circulatória, com consequente asfixia, evoluindo para a morte do animal isso porque a doença comprime a cavidade respiratorea. • Causa mais comum da morte súbita em bovinos • Estômago verdadeiro ou glandular dos bovinos • Localiza-se ventralmente ao omaso, do lado direito • Funções similares ao estômago dos monogástricos Timpanismo Espumoso Relacionado a fatores nutricionais com Produção de espuma, Aumento da pressão e Dificuldade cardiorrespiratória Acúmulo de gás com bolhas tipo espuma Animais criados em sistema de confinamento-rações com alta proporção de concentrado • Relacionado a fatores nutricionais • Produção de espuma • Aumento da pressão • Proteínas soluveis em folhas • Hemicelulas • Saponinas • Leguminosas • Aumentam a viscosidade do fluido ruminal (pouco volumoso= Streptococcus bovis-mucopolissacarideos CAUSAS – Timpanismo Espumoso Associada com o pastoreio de plantas que provocam fermentação excessiva ou dieta com excesso de grãos • Pastagens compostas por mais de 50% de leguminosas como espécies: Trifolium (trevos) e Medicago SINAIS CLÍNICOS – Timpanismo Espumoso • Desenvolvimento mais lento do que o gasoso, podendo levar dias • Redução do apetite • Dispneia • Redução na produção de leite • Distensão ruminal de moderada a acentuada TRATAMENTO – Timpanismo Espumoso • Administração oral de antiespumantes diretamente no rúmen, misturado com água morna (500 mL), com auxílio de sonda esofágica • Éster tributílico • Suspensão de silicone • Metilcelulose • Cirúrgico: Ruminotomia • Terapia de suporte (fluido, cálcio, reposição de fluido ruminal) Prevalência maior em animais confinados, porém, pode se desenvolver em animais mantidos a pasto, em que componentes presentes nas forragens são responsáveis pela formação da espuma (exs.: trevo, alfafa), e também em animais submetidos a dietas ricas em grãos (> 50% da dieta). O excesso de concentrado permite que bactérias como o Streptococcus bovis, se proliferem e produzam quantidades excessivas de mucopolissacarídeos, considerado o principal agente espumante, tornando o fluido ruminal espesso e viscoso estabilizando a espuma presente no timpanismo espumoso É o resultado da produção elevada da espuma estável que retém os gases da fermentação no rúmen A eructação é induzida pelo estímulo provocado por certa quantidade de gás livre presente na região do cárdia, Se o conteúdo ruminal com espuma está presente, o animal fica incapacitado de eructar e a pressão intrarruminal aumenta Timpanismo Gasoso Dificuldade física de eructação Gás livre no Rúmen Dificuldade cardiorrespiratória Acúmulo de gás sem espuma • Dificuldade física de eructação • Gás livre no Rumen Obstrução esofágica ou atonia ruminal( rumen não funciona) CAUSAS – Timpanismo Gasoso • Obstrução esofágica • Atonia ruminal SINAIS CLÍNICOS – Timpanismo Gasoso • Evolução rápida • Dispneia • Salivação • Extensão de pescoço • Distensão aguda do rúmen e retículo TRATAMENTO – Timpanismo Gasoso • Sondagem orogástrica • Resolução da causa desencadeante (obstrução, alteração metabólica) Tratamento O uso de sonda orogástrica, que é colocada pela boca do animal e que vai até o estômago, pode ser útil para expulsar algum gás, antes que seja obstruída pela espuma e por restos alimentares. Quando não se faz possível o alívio com o auxílio da sonda, deve-se optar pelo uso do trocáter (agulha de grandes proporções, utilizada para escape dos gases) na fossa paralombar esquerda ou, em último caso, da abertura cirúrgica do rúmen (rumenotomia). PREVENÇÃO A maneira mais indicada de prevenir o timpanismo bovino é evitar a adoção de dietas com excesso de grãos e deficiente em fibras. Também deve-se ficar atento com a pastagem fornecida, mesmo que em forma de silagem, uma vez que determinadas forrageiras têm mais probabilidade de ocasionar o problema A inclusão de tecnologias, como os aditivos ionóforos no manejo nutricional pode ser um aliado (aumenta AGV e diminui metano)