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Resumo-Sífilis 1 ⁉ Resumo-Sífilis Sífilis adquirida vs Sífilis congênita A sífilis congênita ocorre no recém-nascido e é contraída durante o nascimento (transmissão vertical)→ É foco da pediatria e obstetrícia A Sífilis adquirida ocorre em adultos → Homens que fazem sexo com homens, jovens - Relação do aumento dos casos de sífilis com aumento do HIV. Curso natural da Sífilis adquirida Sífilis Aguda (primária/cancro) - Sintomática. Demora cerca de 9-90 dias após a relação sexual desprotegida e contato com lesões sifilíticas. Cancro é a úlcera genital característica é a forma mais transmissível da sífilis, a lesão é onde há maior quantidade da bactéria no caso o treponema, é mais fácil de transmitir. Sífilis Secundária - Erupções pelo corpo, palmas da mão, planta do pé. Surge cerca de 6 semanas a 6 meses após a infecção. Sífilis Latente - Assintomática e pode perdurar por toda a vida, com cerca de um ano passado após a infecção. Sífilis Terciária - Cerca de 10 a 30 anos após a infecção manifestação clínica da sífilis em lesões neurológicas. Não há uma cronologia linear entre estes tipos de manifestações, o paciente pode abrir o quadro já na sífilis terciária. Pode abrir o quadro em qualquer fase!!! Não necessariamente ocorre formação do cancro, pode ter período de latência recente assintomática e mais no futuro se manifestar com a sífilis terciária (doença venosa, cardiovascular, neurosífilis tardia). Em todas as fases, apesar de haver as menos frequentes, o paciente contaminado pode transmitir. Sífilis Precoce - Consiste no período de um ano. Primária e Secundária estão dentro deste período. Sífilis Tardia - Após um ano. Terciária está dentro desse período. Resumo-Sífilis 2 Independente do tratamento o paciente pode regredir os sintomas da sífilis e evoluir de forma latente, até chegar a doenças graves terciárias. Por isso a importância de sempre se estabelecer um diagnóstico, toda vez que o paciente tem um evento de vulnerabilidade é preciso testar a sífilis. Agente Etiológico da Sífilis É uma bactéria denominada Treponema Pallidum É uma espiroqueta: Possui aspecto serpentiforme Possui uma cultura diferente das bactérias tradicionais Características da Sífilis Primária Período de incubação de 10-90 dias. Aparecimento de erosão ou úlcera (cancro) onde há a maior quantidade de treponema. Lesão única, indolor, endurecida, fundo limpo. Pode durar de 2 a 6 semanas: desaparece espontaneamente independente de tratamento pode desaparecer. A lesão é chamada de “Cancro duro”. Resumo-Sífilis 3 Úlceras internas na vagina podem ser imperceptíveis. Pode sangrar ao perder o revestimento. Características da Sífilis Secundária Sintomas surgem em média 6 semanas a 6 meses após a infecção. Erupção cutânea (máculas ou pápulas), principalmente no tronco, pés e mãos. Sintomatologia pode desaparecer espontaneamente em 4 a 12 semanas. Pode ter várias lesões cutâneas de aspecto variado, pode parecer com qualquer lesão cutânea. Roséola sifilítica bem característico da sífilis. Resumo-Sífilis 4 Características da Sífilis Terciária Ocorre em cerca de 30% das infecções não tratadas. Aparece após um longo tempo de latência (40 anos). É uma condição mais eara. Tratamento inadequado pode cursar com ela também. Manifestações clínicas: Cutâneas: lesões gomosas e nodulares, de caráter destrutivo e purulentas. Ósseas: periostite, osteíte gomosa, artrites, sinovites e nódulos articulares. Cardiovasculares: aortite sifilítica, aneurisma e estenose de coronárias, Neurológicas - Neurosífilis: meningite aguda nos imunossuprimidos, forma mais arrastada nos imunocompetentes, lesões focais, goma do cérebro ou da medula, atrofia do nervo óptico, lesão do nervo facial, paralisia geral, tabes dorsalis, formas psíquicas e formas demenciais. Neurosífilis precoce: relacionada a pacientes imunodeprimidos HIV, reação inflamatória da bainha de mielina, sem destruição anatômica das estruturas neurais, 10- 40% dos pacientes não tratados (1 a 2% como meningite asséptica) e diagnosticada pela sorologia do líquor. Goma sifilítica: necrose gomosa, liquefação do tecido. Pode aparecer em qualquer parte do corpo pois não tem relação com local de implantação do treponema. Amigdalite por sífilis. Artropatia: >Destruição óssea progressiva. >Déficit neurossensorial. Diagnóstico da Sífilis Os métodos diretos são os melhores mas mais difíceis, sendo o sorológico mais usual. O diagnóstico é realizado exclusivamente por meio de testes sorológicos. Métodos diretos: Resumo-Sífilis 5 RT-PCR. Microscopia de campo escuro. Teste de anticorpo de fluorescência direta. Teste de absorção do anticorpo treponêmico fluorescente (FTA-ABS). Reação de imuno complexo direta. Testes sorológicos para sífilis: Não treponêmicos ou reaginas: não visam detectar o agente e sim um subproduto da degradação celular provocado por ele. Reaginas produzidas pela degradação celular bacteriana. Reação de Wasserman (WR) - Reagina plasmática rápida (RPR). Teste do Laboratório de Pesquisa de doenças venéreas (VDRL). Teste da toluidina vermelha com soro não aquecido (TRUST). Treponêmicos: diagnosticam o anticorpo anti-treponema. Testes de absorção do anticorpo treponêmico fluorescente (FTA-ABS). Hemaglutinação para Treponema pallidum (TPHA). Aglutinação passiva de partículas para Treponema pallidum (TPPA). ELISA - Muito usados em bancos de sangue. Quimioluminescência. Testes rápidos: VDRL (Venereal Disease Research Laboratory). Anticorpos IgG/IgM anti-reagina→ Reagina (cardiolipina, lecitina, colesterol). .Formada como parte da resposta do hospedeiro. É muito sensível e pode ser quantitativo. Indicado para o diagnóstico de neurossífilis do LCR. Baixa especificidade: falso positivo (0,2-0,8%) dos testes. Usado para monitorar o tratamento e a cura. Ocorre precipitação das reaginas quando em contato com o anticorpo, quanto mais precipitação, mais “positivo”. Quantificação baseada na diluição, quanto maior a diluição, mais positivo. Resumo-Sífilis 6 Reatividade dos testes não treponêmicos: Quanto mais precoce é feito o tratamento, mais ele se torna negativo. Quando se trata na primária, secundária ou latente precoce é possível negativar o VDRL. Após a fase tardia ou latente tardia raramente ele negativa. Pacientes mesmo sem tratamento podem vir a negativar nessas fases tardias. Durante a fase primária de úlcera pode ter VDRL negativo o que não descarta principalmente se houver vínculo sexual bem caracterizado. Testes rápidos: Fácil execução Baratos Baseados em anticorpos, a marcação dupla é positiva, única é negativa. Reatividade dos testes treponêmicos: Detectam o anticorpo anti-sífilis. Paciente positivo, mantém sempre positivo, dificilmente há negativação do anticorpo. Mesmo depois do tratamento não perde o anticorpo. Talvez em idosos haja negativação do anticorpo. A fase primária não é o melhor momento para fazer o teste, pois pode ainda não haver anticorpo. Interpretação dos resultados: FTA-ABS: nunca vai negativar. →Se tiver no período de incubação pode haver duplo negativo: ainda não produziu anticorpo ou ainda não houve lesão celular capaz de positivar o teste. VDRL positivo acima de 1:8. Cicatriz da sífilis: mesmo com o tratamento adequado paciente permanece com VDRL 1:2/1:4. Resumo-Sífilis 7 Classificação da Sífilis adquirida Sífilis recente (menos de dois anos do evento): Primária (úlcera genital e linfonodos regionais). Secundária (cutânea, linfoadenopatia e SNC). Latente recente (assintomática). Sífilis tardia (mais de dois anos do evento): Latente tardia (assintomática). Terciária (cardiovascular, neurológica, óssea, lesões cutâneas gomosas). Tratamento da convencional Sífilis adquirida Menos que 2 anos - Sífilis primária, secundária ou latente recente: Penicilina G benzatina 2,4 milhões UI, IM, dose única (1,2 em cada glúteo). Mais que dois ano - Sífilis latente tardia ou terciária: PenicilinaG benzatina, 2,4 milhões de UI, IM (1,2 em cada glúteo). → Semanal por 3 semanas. Dose total de 7,2 milhão de UI. Benzilpenicilina benzatina é a única opção segura e eficaz para tratamento adequado de gestantes Tratamento alternativo da Sífilis adquirida Menos que 2 anos - Primária, secundária e latente recente: Resumo-Sífilis 8 Alternativa: Doxiciclina 100mg, 2x/dia, 15 dias. Mais que 2 anos - Terciária e latente tardia Alternativa: Doxiciclina 100mg, 2x/dia, por 30 dias Tratamento da Neurossífilis Penicilina G cristalina 18-24 milhões de UI/EV (3-4 milhões UI 4/4h) por 14 dias OU Ceftriaxona 1-2g/dia, EV por 10-14 dias. Controle de cura Monitoramento do VDRL por 18 meses trimestralmente. Pacientes curados: ½ ¼ 1/1 (durante esses 18 meses, não retratar com menos de 1 ano e meio). Mantendo ½ até 6 meses é a cicatriz da sífilis. Controle do VDRL no LCR de 6/6 meses até normalização. Se retornar para 1:16 tem que tratar novamente. Dois testes na faixa normal consideramos curados, sucesso do tratamento (manter por 6 meses). ⅛ tem que monitorar e repetir semestralmente. Paciente nunca tratado com qualquer positivo tem que ser avaliado. VDRL tende a reduzir mesmo sem tratar. Pesquisa do treponema mais fácil até a fase secundária. Terciária tende a negativar o VDRL ao longo do tempo, comum paciente com VDRL baixo evoluindo para fase terciária. Tratar todo paciente com sífilis clínica ou laboratorial para garantir que todo valor de VDRL futuro signifique cicatriz sifilítica. FTA-ABS sempre positivo. Resumo-Sífilis 9