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FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR Fisioterapia na Saúde do Trabalhador Naylla Morais de Souza Naylla Morais de Souza GRUPO SER EDUCACIONAL gente criando o futuro O � sioterapeuta é um pro� ssional da saúde que atua em todos os níveis de atenção à saúde, pois possui amplo conhecimento dos sistemas do corpo humano, � siologia, bioquímica, biomecânica e cinesioterapia, além de entender também sobre disciplinas sociais e comportamentais. Esse pro� ssional possui, dessa forma, diversos campos de atuação. Tendo isso em men- te, trabalharemos, nesta disciplina, suas atribuições como ergonomista, nas avaliações ergonômicas do trabalho, avaliações de doenças ocupacionais, na implementação de co- mitês de ergonomia, de programas de � sioterapia preventiva e adequação de postos de trabalho visando normas especí� cas como as de acessibilidade e inclusão. Ao � nal, será possível conhecer o papel do � sioterapeuta ergonomista e os níveis de prevenção e ações da � sioterapia, com ênfase na avaliação � sioterapêutica, na elabo- ração do diagnóstico ergonômico e orientações para atividades de vida diária, assim como os conceitos dos principais campos de atuação nesta área. Desse modo, você estará apto a aplicar esses conhecimentos em sua prática clínica. SER_FISIO_FISTI_CAPA.indd 1,3 29/04/2021 14:33:00 © Ser Educacional 2021 Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro Recife-PE – CEP 50100-160 *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Imagens de ícones/capa: © Shutterstock Presidente do Conselho de Administração Diretor-presidente Diretoria Executiva de Ensino Diretoria Executiva de Serviços Corporativos Diretoria de Ensino a Distância Autoria Projeto Gráfico e Capa Janguiê Diniz Jânyo Diniz Adriano Azevedo Joaldo Diniz Enzo Moreira Naylla Morais de Souza DP Content DADOS DO FORNECEDOR Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão. SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 2 29/04/2021 17:39:32 Boxes ASSISTA Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple- mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. CITANDO Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado. CONTEXTUALIZANDO Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; demonstra-se a situação histórica do assunto. CURIOSIDADE Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado. DICA Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado. EXEMPLIFICANDO Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto. EXPLICANDO Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da área de conhecimento trabalhada. SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 3 29/04/2021 17:39:32 Unidade 1 - Origem e conceitos de ergonomia Objetivos da unidade ........................................................................................................... 12 Modelos teóricos da história natural e dos agravos à saúde ..................................... 13 Os precursores da ergonomia pós-guerra e o taylorismo ....................................... 16 Conceitos, origem e aplicação da ergonomia ............................................................ 17 Ergonomia física, cognitiva e organizacional ............................................................. 19 Níveis de prevenção e as ações da fisioterapia ............................................................ 22 Nível primário ................................................................................................................... 24 Nível secundário .............................................................................................................. 25 Nível terciário ................................................................................................................... 26 O papel do fisioterapeuta ergonomista ............................................................................ 27 Objetivos da análise ergonômica do trabalho ............................................................ 31 Conceito de nexo causal ocupacional ......................................................................... 32 Conceito de perícia judicial do trabalho ...................................................................... 34 Sintetizando ........................................................................................................................... 35 Referências bibliográficas ................................................................................................. 36 Sumário SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 4 29/04/2021 17:39:32 Sumário Unidade 2 - Instrumentos de investigação em análise ergonômica Objetivos da unidade ........................................................................................................... 40 Intervenção Ergonomizadora ............................................................................................. 41 Principais conceitos ....................................................................................................... 41 Etapas do método ............................................................................................................ 43 Análise antropométrica....................................................................................................... 47 Principais conceitos ....................................................................................................... 48 Análise biomecânica da tarefa ..................................................................................... 49 Análise da ambiência da tarefa .................................................................................... 51 Análise de condições de trabalho .................................................................................... 55 Principais conceitos ....................................................................................................... 55 Análise de conforto lumínico, acústico e térmico ..................................................... 56 Análise de layout ............................................................................................................. 58 Sintetizando ........................................................................................................................... 66 Referências bibliográficas ................................................................................................. 67 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 5 29/04/2021 17:39:32 Sumário Unidade 3 - A saúde do trabalhador e as doenças ocupacionais Objetivos da unidade ........................................................................................................... 71 A presença de doenças ocupacionais no ambiente de trabalho ................................ 72 Principais conceitos ...................................................................................................... 73 Portaria de Consolidação nº 4 ...................................................................................... 75 Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) ............................................................ 76 As doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho ............................................. 77 Principais conceitos ....................................................................................................... 77 Epidemiologia e incidência ............................................................................................78 Avaliação clínica ............................................................................................................. 79 A atuação da fisioterapia nas doenças ocupacionais .................................................. 83 Conceitos .......................................................................................................................... 83 Doenças ocupacionais mais recorrentes ................................................................... 85 Atuação fisioterapêutica ................................................................................................ 94 Sintetizando ........................................................................................................................... 96 Referências bibliográficas ................................................................................................. 97 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 6 29/04/2021 17:39:32 Sumário Unidade 4 - Avaliação fisioterapêutica na saúde do trabalhador Objetivos da unidade ......................................................................................................... 100 Fisioterapia do trabalho: avaliação fisioterapêutica .................................................. 101 Principais conceitos .................................................................................................... 101 Instrumentos para avaliação ...................................................................................... 102 Programa de cinesioterapia preventiva .................................................................... 105 Implementação de Comitês de Ergonomia (CoErgo) ................................................... 106 Principais conceitos ..................................................................................................... 107 Procedimentos da clínica na empresa ...................................................................... 107 Adequação para pessoas com deficiência ................................................................... 108 NBR 9050 da ABNT ........................................................................................................ 111 Adequação antropométrica ......................................................................................... 112 Adequações de postos de trabalho ........................................................................... 115 Sintetizando ......................................................................................................................... 123 Referências bibliográficas ............................................................................................... 124 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 7 29/04/2021 17:39:32 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 8 29/04/2021 17:39:32 Caro estudante, O fi sioterapeuta é um profi ssional da saúde que atua em todos os níveis de atenção à saúde, pois possui amplo conhecimento dos sistemas do corpo hu- mano, fi siologia, bioquímica, biomecânica e cinesioterapia, além de entender também sobre disciplinas sociais e comportamentais. Esse profi ssional possui, dessa forma, diversos campos de atuação. Ten- do isso em mente, trabalharemos, nesta disciplina, suas atribuições como er- gonomista, nas avaliações ergonômicas do trabalho, avaliações de doenças ocupacionais, na implementação de comitês de ergonomia, de programas de fi sioterapia preventiva e adequação de postos de trabalho visando normas es- pecífi cas como as de acessibilidade e inclusão. Ao fi nal, será possível conhecer o papel do fi sioterapeuta ergonomista e os níveis de prevenção e ações da fi sioterapia, com ênfase na avaliação fi siotera- pêutica, na elaboração do diagnóstico ergonômico e orientações para ativida- des de vida diária, assim como os conceitos dos principais campos de atuação nesta área. Desse modo, você estará apto a aplicar esses conhecimentos em sua prática clínica. Bons estudos! FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 9 Apresentação SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 9 29/04/2021 17:39:32 Dedico esta obra à minha família, pelo amor incondicional, por serem minhas fortalezas, pelo apoio e compreensão imensuráveis. A professora Naylla Morais de Souza é mestra em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM, 2019). É especialista em Fisio- terapia do Trabalho e Ergonomia pela Faculdade Unyleya (UNYLEYA, 2017) e em Reabilitação em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia pela Facul- dade Sul Americana (FASAM, 2013). É graduada em Fisioterapia pela Univer- sidade Paulista (UNIP, 2012). Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7890975586370622 FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 10 A autora SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 10 29/04/2021 17:39:33 ORIGEM E CONCEITOS DE ERGONOMIA 1 UNIDADE SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 11 29/04/2021 17:39:55 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Compreender os conceitos, origem e aplicação da ergonomia; Definir os conceitos de ergonomia física, cognitiva e organizacional; Explicar o papel do fisioterapeuta ergonomista. Modelos teóricos da história natural e dos agravos à saúde Os precursores da ergonomia pós-guerra e o taylorismo Conceitos, origem e aplicação da ergonomia Ergonomia física, cognitiva e organizacional Níveis de prevenção e as ações da fisioterapia Nível primário Nível secundário Nível terciário O papel do fisioterapeuta ergonomista Objetivos da análise ergonômica do trabalho Conceito de nexo causal ocupacional Conceito de perícia judicial do trabalho FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 12 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 12 29/04/2021 17:39:55 Modelos teóricos da história natural e dos agravos à saúde De acordo com Ceballos, em “Modelos conceituais de saúde, determinação social do processo saúde e doença, promoção da saúde”, publicado em 2015, a história natural da doença é resultado de fatores internos e externos de um indivíduo, em um contexto que abrange distintos modelos teóricos de saúde, tais como o modelo biomédico, modelo processual, modelo sistêmico, modelo mágico-religioso e modelo de determinação social da doença, que envolvem os agravos à saúde em diferentes concepções explicadas ao longo da história por meio dos processos e fatores determinantes da doença. Os determinantes da doença possuem diferentes signifi cados nos cinco modelos apresentados devido à evolução científi ca e tecnológica que condu- ziram o homem em diferentes momentos históricos, crenças e modo de agir. O modelo mágico-religioso remete aos deuses como responsáveis pelo estado de adoecimento e cura, em conceitos como o pecado, representado pela doença, e a redenção, representada pela cura. Além disso, os fi lósofos Platão e Aristóteles cultuavam a ideia de que o homem era constituído pelo corpo físico e pela alma, abordando questões relacionadas à ética e à moral nas relações humanas. Todos estes conceitos estão presentes em nossas dis- cussões sobre a prática diária do trabalhador, relacionando a forma como o meio infl uencia os agravos à saúde e tornando interessante a refl exão sobre a interferência das práticas religiosas na atuação profi ssional. Os estudos experimentais sobre doenças incentivaram o conhecimento da saúde como ciência. O fenômeno do adoecimento passou a ser detalha- do pelo paradigma científi co criado por Louis Pasteur, considerado o pai da microbiologia, responsável por grandes contribuições, como a vacina antir- rábica e diversas teorias sobre as causas e formas de prevenção de doen- ças infecciosas. Trata-se, desse modo, do modelo biomédico, que aborda a doença, suas classifi cações e o seu tratamento. Suas características são: individualidade, modelo curativo, centrado na fi gura do médico especialis- ta, fragmentado e hospitalocêntrico (ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL, 2006; CEBALLOS, 2015). É possível observar este modelo na priorização do diag- nóstico e medidas curativas, na indústria farmacêutica e emtodos os níveis de atenção à saúde. FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 13 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 13 29/04/2021 17:39:55 O modelo processual é baseado na história natural da doença, proposto por Leavell e Clark em 1976. Os pesquisadores desenvolveram os conceitos de prevenção primária, feita antes de o problema ocorrer, secundária, diagnós- tico precoce antes do sintoma, e terciária, que trata da reabilitação (STEVENS; WILSON, 2013). A partir dessa concepção, foi inserida a característica social do indivíduo, usada na análise de chance de adoecimento. Nela, são consideradas três momentos: a vertente epidemiológica considera o estímulo e período antes da doença, seus riscos, se houve cura e como procedeu a regressão do processo patológico; a vertente patológica analisa todas as alterações e ex- tensão do processo patológico; e o desenlance aborda o desfecho da patologia em relação ao tempo. DIAGRAMA 1. MODELO DE HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Fonte: STEVENS; WILSON, 2013, p. 9. (Adaptado). O modelo sistêmico correlaciona mais fatores, como socioeconômico, am- biental, cultural, político e agentes patogênicos envolvidos no processo saú- de-doença e os vincula às dimensões individuais, promovendo uma descen- A) Vertente epidemiológica B) Vertente patológica C) Desenlace Período pré-patogênese Período de patogênese Período de cura Remoção de fatores causais Convalescença Sinais e sintomas Alterações bioquímicas Fisiológicas e histológicas Interação estímulo-suscetível Re gr es sã o do p ro ce ss o pa to ló gi co Morte Invalidez Saúde Saúde Comicidade Fo rç a do e st ím ul o pa to ló gi co Ex te ns ão d o pr oc es so p at ol óg ico Configuração de mínimo risco Tempo Tempo Tempo Tempo Ri sc o in te rm ed iá rio Configuração de máximo risco História natural da doença Horizonte clínico FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 14 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 14 29/04/2021 17:39:55 tralização. É necessária, no entanto, a colaboração e consciência dos valores sociais e de solidariedade e, principalmente, da dependência entre as partes (LUCCHESE, 2010). A vigilância sanitária é um exemplo deste sistema e demons- tra a sinergia entre os fatores citados. O modelo de determinação social da doença envolve os fatores obser- vados na presença e ausência de saúde. As camadas deste modelo destacam diferentes níveis de condições socioeconômicas, culturais e ambientais gerais, influenciadas pelo processo de globalização. Além disso, ocorre uma estratifi- cação social gerada pelo contexto social impactando a saúde dos indivíduos (BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007). DIAGRAMA 2. DETERMINANTES SOCIAIS EM SAÚDE – MODELO DE DAHLGREN E WHITEHEAD Fonte: CEBALLOS, 2015, p. 12. (Adaptado). C ond içõe s soc ioecon ômicas, culturais e ambientais gerais R EDE S SOC IAIS E COMUNITÁRIAS ES TILO DE VI DA DOS INDIVÍDUOS Idade, sexo e fatores hereditários Ed uc aç ão Ambi ente de tra balho Desem penho Ág ua e es go to Serv iço s ocial de sa úde Produção agrícola e de alim entos Habitação Condições de vida e de trabalho FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 15 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 15 29/04/2021 17:39:55 No Brasil, o modelo mais estudado de determinantes sociais em saúde é o de Dahlgren e Whitehead, que estabelece os níveis de determinantes sociais, como as condições socioeconômicas, culturais e ambientais, considerando as redes sociais, estilo de vida e características individuais, como a idade, o sexo e fatores hereditários. Os precursores da ergonomia pós-guerra e o taylorismo A ergonomia pós-guerra retrata descobertas do início do século XX, período marcado pelo rápido desenvolvimento de produtos para guerra, como os sistemas de comunicação e armamentos sofi sticados. Conforme pontuam Silva e Paschoarelli, em A evolução histórica da ergonomia no mundo e seus pioneiros, publicado em 2010, muitos desses equipamentos não eram compatíveis com as características antropométricas dos indivíduos que o utilizavam e isto gerava erros, acidentes e óbitos. Desse modo, foram feitos estudos por engenheiros, médicos e cientistas para o desenvolvimento de projetos de comandos como alavancas, botões, pedais e painéis das máqui- nas de guerra. A necessidade de adaptação dos equipamentos usados nas guerras esti- mulou a criação de laboratórios de ergonomia, inicialmente conhecido como human factors (fatores humanos). Esse marco inicial foi o elemento precur- sor dos projetos ergonômicos e esteve presente nas forças armadas, em cen- tros de estudos aeroespaciais, em grandes indústrias e gradativamente em todo o mundo. Tais estudos foram amplamente infl uenciados pela política e por revolu- ções, como a de 1917. Dessa forma, foram somados ao militarismo os fatores psicológicos e fi siológicos do ser humano, dando início aos estudos sobre análise de interpretação e motivação dos operadores de má- quinas e instrumentos. Os experimentos laboratoriais estimularam mais pesquisas nas áreas de fi siologia do trabalho e gas- tos energéticos envolvidos, além disso houve o desenvolvimento de metodologias e instrumentos para medição dessas variáveis. FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 16 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 16 29/04/2021 17:39:55 A partir do fi nal do século XIX, foi iniciado um movimento da administra- ção científi ca chamado de taylorismo, proposto por Frederick Winslow Taylor (1856-1915), com estudos mais sistemáticos sobre o trabalho, de forma que para cada tarefa, fosse estabelecido o método correto de executá-la, com um tempo determinado e utilizando as ferramentas corretas. De acordo com Iida, em Ergo- nomia: projeto e produção, publicado em 2005, “Os trabalhadores deveriam ser controlados, medindo-se a produtividade de cada um e pagando-se incentivos salariais àqueles mais produtivos” (p. 8). Taylor considerava métodos de padronização para diversos tipos de tarefas, enfatizando seus tempos e movimentos, analisando a produtividade do traba- lhador de forma individual e desenvolvendo métodos racionais de trabalho, em que o incentivo por meio de salários fosse uma forma de reconhecimento aos mais produtivos. No entanto, essa imposição do tempo da tarefa gerou discordâncias, pois em muitas situações o trabalho prescrito não considerava as condições reais do local de trabalho e as características antropométricas de quem executava tais tarefas. Conceitos, origem e aplicação da ergonomia A ergonomia, das palavras gregas ergon (trabalho) e nomos (leis), é o estudo da adaptação do trabalho e teve sua origem em 1949, por meio do engenheiro Kenneth Frank Hywel Murrell, que fundou a primeira sociedade de ergonomia do mundo, chamada de Ergonomic Research Society, reconhecendo que seus precei- tos estão presentes desde os primórdios da humanidade. Do período primitivo até o industrializado, muitas invenções e descobertas, como a roda, trouxeram práticas precursoras de elementos importantes da ergonomia, retratados em di- ferentes campos, como pinturas, engenharia, anatomia, fi siologia, dentre outros. O início dos estudos nesta área e a citação do termo ergonomia ocorreu na época renascentista, com destaque para Leonardo da Vinci. Ao ilustrar o homem vitruviano, imagem de grande relevância para a ergonomia, o artista considerava o movimento natural de seus membros, estabelecendo uma rela- ção entre a movimentação em relação ao espaço. Mais tarde, essa relação en- tre formas e medidas do corpo humano aplicado em projetos foi denominado de antropometria(CORRÊA; BOLETTI, 2015). FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 17 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 17 29/04/2021 17:39:55 Figura 1. O homem vitruviano de Da Vinci. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/12/2020. A otimização do trabalho humano é um dos pilares iniciais do desenvol- vimento da ergonomia, uma ciência que estuda os diferentes fatores que in- fluenciam o desempenho do sistema produtivo e busca a redução de proble- mas. A trajetória histórica da ergonomia aponta para o estudo das tarefas laborais, o desempenho do trabalhador e outras variáveis, como a fadiga, o estresse, os erros operacionais, a segurança e a saúde no ambiente de traba- lho (IIDA, 2005). Além disso, existem inúmeras aplicações voltadas à indústria e à agricul- tura nos serviços de vida diária, seja nas atividades domésticas, no ambiente escolar, nos escritórios e nos espaços públicos em geral. Algumas formas de lidar com os problemas ergonômicos envolvem classificações: a abordagem está relacionada à ergonomia de produto e de produção, a perspectiva está relacionada à ergonomia de concepção e de intervenção e a finalidade está relacionada à ergonomia de correção, de enquadramento, de remanejamento e de modernização (CORRÊA; BOLETTI, 2015). As diferentes contribuições da ergonomia sobre as condições de trabalho po- dem ser divididas em etapas ou fases. De acordo com Souza e colaboradores, em FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 18 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 18 29/04/2021 17:39:56 Ergonomia do ambiente construído, publicado em 2019, na indústria há vias para ve- rifi cação da efi ciência, segurança e qualidade, como o aperfeiçoamento homem- -máquina, a organização do trabalho e a melhoria das condições do trabalho. A ergonomia engloba técnicas e métodos científi cos na análise do trabalho humano, podendo ser classifi cada quanto à sua contribuição, o que envolve os momentos nos quais as ações ergonômicas são realizadas: antes e durante o projeto de produtos, máquina ou do ambiente (ergonomia de concepção) ou para corrigir problemas de produtos decorrentes de produtos e ambientes, como os problemas de fadiga e doenças ocupacionais (ergonomia de corre- ção). Ainda, quando os problemas não têm resolução durante a concepção e correção, é necessário que o trabalhador receba treinamentos para a execução segura das suas atividades (ergonomia de conscientização). Ergonomia física, cognitiva e organizacional A International Ergonomics Association (2013) subdivide a ergonomia em três domínios de especialização: física, cognitiva e organizacional. A ergonomia física está relacionada à análise de características, como a anatomia humana, antropometria, fi siologia e biomecânica humanas. Aqui, é realizado o estudo da postura do manuseio de ferramentas no ambiente de trabalho, se acontecem movimentos repetitivos, distúrbios musculoesqueléti- cos e se os postos de trabalho propiciam segurança. De acordo com os autores Corrêa e Boletti, em Ergonomia: fundamentos e aplicações, publicado em 2015, nas atividades de trabalho, sejam dinâmicas ou estáticas, ocorre uma conversão de energias química e mecânica para gerar a contração muscular. Dessa forma, é necessário considerar a antropometria para a ergonomia com a fi siologia do trabalho. Um desequilíbrio postural asso- ciado com mobiliário inadequado que não respeite as características físicas do trabalhador e uma alimentação inadequada podem ser o caminho para doen- ças como as lesões por esforço repetitivo (LER) e doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT). O sistema corporal humano possui energia de interação com o ambiente, ou seja, produz calor e outros mecanismos de regulação para a manutenção de temperatura corporal, regulação de fl uxo de sangue, de iluminação ou ruídos, FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 19 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 19 29/04/2021 17:39:56 dentre outros. Isso explica a relevância da ergonomia ambiental no planeja- mento do ambiente, uma vez que ela analisa as questões ambientais naturais e artificiais que interferem no ambiente de trabalho. Figura 2. Sistemas do corpo humano: esquelético, digestivo, respiratório, circulatório e nervoso. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/12/2020. Esquelético Digestivo Respiratório Circulatório Nervoso Sistemas do corpo humano Alguns tipos de manifestação que podem promover o desconforto no traba- lho, segundo Corrêa e Boletti (2015), são: o climático, gerado pelas condições do tempo; o visual, gerado pelas condições de visão, como irritação e falta de descan- so; o sonoro, gerado pelo nível de ruído, de música e de voz; o auditivo, gerado pelo ruído do ambiente e velocidade do vento; o olfativo, gerado por odores e sua intensidade; e o respiratório, gerado pelos níveis de poluição e umidade do ar. A ergonomia cognitiva, chamada de engenharia clínica, está relacionada aos processos mentais, como percepção, memória, raciocínio e respostas motoras, con- forme influenciam as interações entre humanos e o meio ambiente. Essa percepção usa os fatores cognitivos e fisiológicos para explorar pontos de capacidades e falhas humanas, de suas interações e, assim, delimitar possíveis problemas, como carga mental de trabalho, processo de tomada de decisão, níveis de estresse e fadiga. Os sistemas do corpo humano a serem considerados na ergonomia cogni- tiva envolvem todos os sistemas corporais humanos, como o sistema nervoso, endócrino, musculoesquelético, circulatório e o cardiorrespiratório. FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 20 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 20 29/04/2021 17:39:56 De acordo com Kroemer e Grandjean, em Manual de ergonomia: adaptando o tra- balho ao homem, publicado em 2007, o processamento de informação e o trabalho de supervisão são categorias de trabalho cerebral e podem acontecer em sentido restrito e pelo processamento de informação como parte do sistema humano-má- quina, sendo responsável pela tomada de decisão a partir da veiculação de informa- ções sobre o progresso da produção, mostrada no visor da máquina. Outros itens relacionados a esse sistema são os controles adequados, codificação, distância, re- sistência, botões de operação, pedais, painéis de controle, dentre outros. Figura 3. Sistema humano-máquina. Fonte: GRANDJEAN; KROEMER, 2007. (Adaptado). Interpretação da decisão Instrumento de controle Máquina Manuseio dos controles Percepção Mostrador Produção Operador A atividade mental envolvida nestas atividades envolve o armazenamento de informações, a memória de curta duração e a memória de longa duração, importantes no tempo de reação e de resposta perante a demanda de traba- lho. Os diferentes fatores envolvidos na relação humano-máquina devem ser levados em consideração nas análises ergonômicas de trabalho, processos tra- balhistas e previdenciário que envolvem o trabalhador e a empresa, portanto, FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 21 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 21 29/04/2021 17:39:56 devem ser cuidadosamente analisados pelo ergonomista e a equipe envolvida nos cuidados à saúde em ambiente ocupacional. DICA Leia o artigo científi co intitulado “Fisioterapia e saúde do trabalhador no Brasil”, publicado em 2018, e veja uma retrospectiva sobre a fi sioterapia e saúde no SUS e o papel dos órgãos representativos da categoria e responsáveis pela formação acadêmica. A ergonomia organizacional está relacionada às otimizações de sistemas sociotécnicos e abrange as estruturas organiza- cionais, políticas e processos. Os tópicos relevantes incluem comunicações, projeto de trabalho, pro- gramação do trabalho em grupo, projeto partici- pativo, trabalho cooperativo, cultura organizacio- nal, organizações em rede, teletrabalho e gestão da qualidade (IIDA, 2005). Níveis de prevenção e as ações da fisioterapia Os conceitos de níveis de prevenção elaborados por Leavell e Clark, em 1976, abrangeram a prevenção primária, secundária eterciária. Esses con- ceitos foram aprimorados e introduzidos, ao longo dos anos, nos sistemas de saúde, diretrizes de organizações de saúde e Diretrizes Curriculares Na- cionais (DCN) nos cursos da saúde, para que a oferta desses serviços fosse direcionada de forma correta a todos os envolvidos, diretamente ou indireta- mente, neste processo. O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais complexos siste- mas públicos de saúde pública do mundo, instituído por meio da Constituição da República Federativa Brasileira de 1988. No artigo 198 desta Constituição são estabelecidas as diretrizes deste sistema: Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organi- zado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 22 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 22 29/04/2021 17:39:56 direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos ser- viços assistenciais; III - participação da comunidade (BRASIL, 1988). De forma complementar, o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica da Saúde por meio da Lei n. 8.080, de 1990, regulamentando as ações e serviços de saúde em todo o território nacional, estabelecendo o funcionamento do SUS e for- necendo para todos os cidadãos o direito de acesso à saúde nas medidas de pro- moção, proteção e recuperação da saúde, de forma pública e gratuita. Essa lei foi regulamentada por meio do Decreto n. 7.508, de 28 de julho de 2011, para dispor sobre a organização do SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a ar- ticulação interfederativa. O sistema fornece um documento de identificação cha- mado Cartão Nacional de Saúde, no qual são inseridos os seus dados pessoais e histórico de atendimento, disponíveis na base de dados dos sistemas envolvidos. O profissional de fisioterapia atua em todos os níveis de atenção à saúde, desde a prevenção de agravos, na promoção da saúde, no tratamento e na reabilitação em prol da qualidade de vida dos seus clientes/pacientes/usuários, sendo essencial em todo o processo saúde-doença. O fisioterapeuta tem amplo leque de atuações, por exemplo, com a Lei n. 10.741, de 2003, que fala sobre a atenção especializada ao idoso, o SUS deve fornecer uma atenção integral à saúde, garantindo acesso aos serviços para prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde. DIAGRAMA 3. PIRÂMIDE CLÁSSICA SOBRE A HIERARQUIZAÇÃO E A REGIONALIZAÇÃO DO SUS Fonte: SOLLA; CHIORO, 2008. (Adaptado). Nível terciário: Atenção hospitalar Nível secundário: Centros de especialidades e Serviço de apoio diagnóstico terapêutico Nível primário: Unidades básicas de saúde e Estratégia de saúde da família FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 23 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 23 29/04/2021 17:39:56 Esse modelo da pirâmide aborda a hierarquização e a regionalização do SUS e isso permite o conhecimento da demanda populacional e dos problemas re- lacionados à assistência em saúde, com impacto positivo sobre as ações de vigilância epidemiológica, sanitária, controle de vetores educação em saúde, otimizando os três níveis de atenção. Nível primário O nível primário de atenção à saúde é conhecido como atenção primária à saúde (APS), ou simplesmente atenção básica, e é a “porta de entrada” prefe- rencial de usuários no SUS. Ela deve ordenar os fl uxos e contrafl uxos de pes- soas, produtos e informações em todos os pontos de atenção à saúde (BRASIL, 2017). De acordo com a Portaria n. 2.436, de 2017: Art. 2. A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, prote- ção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cui- dados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualifi cada, realizada com equipe multiprofi ssional e dirigida à população em território defi ni- do, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária (BRASIL, 2017). Uma das estratégias prioritárias desta porta de entrada é a Estratégia de Saúde da Família (ESF). Por meio das Unidades Básicas de Saúde, a ESF busca agregar os agentes comunitários a outras maneiras de orga- nização da atenção básica, sendo estabelecidos alguns critérios para a sua implantação. O objetivo desta implementação é fornecer o suporte necessário para consultas, campanhas de vacinação, exames de imagem e laboratoriais, dentre outros procedimentos que são partes importantes da atenção primária. O fisioterapeuta que atua na atenção primária desenvolve progra- mas, ações e serviços de saúde preventiva, individuais e coletivos, pre- venindo danos à saúde por meio de atuação em grupos populacionais específicos, educação permanente, vigilância epidemiológica e controle social (SANTOS et al, 2014). FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 24 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 24 29/04/2021 17:39:57 Nível secundário O nível secundário, também conhecido como atenção secundária, é cons- tituído pelos serviços especializados em nível ambulatorial e hospitalar, cuja densidade tecnológica é intermediária entre o nível primário e terciário. No geral, abrange procedimentos de média complexidade, como serviços médicos especializados, serviços de apoio diagnóstico e terapêutico (SADT) e atendi- mento de urgência e emergência. Essas práticas são viabilizadas pelo prontuário eletrônico e serviços de so- corro pré-hospitalar móvel, conhecido como Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Outro exemplo são as Unidades de Pronto-Atendimen- to (UPA), que são unidades intermediárias entre as Unidades Básicas de Saú- de (UBS), com menor densidade tecnológica, e a atenção terciária, com maior densidade tecnológica. As SADT podem ser divididas em dois grupos: de média complexidade ambu- latorial, que são os procedimentos específi cos realizados por profi ssionais médi- cos e outros de nível médio e superior, e os de alta complexidade ambulatorial. QUADRO 1. ESPECIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS DE APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO (SADT) Fonte: Sistema de Informação Ambulatorial do SUS (SIA/SUS). Acesso em: 23/12/2020. Média complexidade ambulatorial • Cirurgias ambulatoriais especializadas • Ações especializadas em odontologia • Anatomopatologia e citopatologia • Exames ultrassonográfi cos • Radiodiagnóstico • Diagnose • Fisioterapia (por sessão) • Terapias especializadas (por terapia) • Instalação de cateter • Próteses e órteses • Anestesia • Procedimentos de hemodinâmica • Terapia renal substitutiva (diálise) • Radioterapia (por especifi cação) • Busca de órgãos para transplante • Quimioterapia • Ressonância magnética • Medicina nuclear in vivo • Radiologia intervencionista • Tomografi a computadorizada • Procedimentos específi cos para reabilitação • Hemoterapia Alta complexidade ambulatorial FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 25 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 25 29/04/2021 17:39:57 As redes de atenção à saúde (RAS) instituídas com a Portaria n. 2.436, de 2017, apresentam as diretrizes para suas operações na atenção básica e os seus princípios são universalidade, equidade e integralidade. Nela, os es- tabelecimentos de saúde que prestam ações e serviços de atenção básica são conhecidos como Unidade Básica de Saúde (UBS), consideradas potenciais espaços de educação, formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço, inovação e avaliação tecnológica para a RAS. A fi sioterapia atua no nível secundário, evitando comorbidades e complica- ções trabalhadas na atenção primária nas campanhas de prevenção para que, desta forma, não ocorram evoluções para o serviço de alta complexidade, ou seja, atuar de forma integrada à rede de serviços de saúde, a partir das de- mandas identifi cadas no trabalho conjunto com as equipes Saúde da Família nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família(NASF). O diagnóstico precoce, a limitação de possíveis danos e a possibilidade de cura são fatores presentes nesse nível e o fi sioterapeuta é um dos profi ssionais responsáveis pelo resta- belecimento da capacidade funcional do indivíduo. O fi sioterapeuta pode atuar no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em alguns casos, como os de transferências entre hospitais e em situa- ções como o transporte de pacientes críticos, em que é necessário o acompa- nhamento da equipe multidisciplinar e monitorização constante. Nível terciário Este nível é voltado para atenção hospitalar, diagnose e suas terapias, serviços estes que são articulados com os demais níveis de atenção à saú- de e é por isto que os níveis secundário e terciário são níveis de referência para a atenção básica. A diagnose está relacionada a um grupo composto por procedimentos especializados para diagnóstico em oftalmologia, otorrinola- ringologia, gastroenterologia, cardiologia, pneumologia, urologia, nefrologia, ginecologia e alergologia, como endoscopias e eletrocardiograma (SOLLA; CHIORO, 2008). A fi sioterapia atua no nível terciário nas ações de tratamento precoce e rea- bilitação física, com o objetivo de reduzir complicações, a incapacidade fun- cional e possibilitar ao indivíduo qualidade de vida e restabelecimento de sua FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 26 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 26 29/04/2021 17:39:57 saúde e capacidade funcional residual por meio de medidas de recuperação física, como em casos em que o indivíduo necessita fi car internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), evitando casos de invalidez e morte. A atuação do fi sioterapeuta em Unidade de Terapia Intensiva visa melhorar a capacidade cardiológica, respiratória e motora do indivíduo, reduzindo possí- veis comorbidades e complicações inerentes ao tempo de permanência nesta unidade de terapia. Para isso, são necessários recursos tecnológicos de alta densidade e atenção especializada, característicos da atenção terciária. Inicialmente a atuação do fi sioterapeuta era voltada às medidas de reabi- litação, ou seja, ocorria apenas quando a patologia estava presente, ocasio- nando comorbidades e redução importante da qualidade de vida. As práticas eram curativas, e não preventivas, tornando esta uma referência de cuidado do fi sioterapeuta. Com a evolução dos cuidados e atenção à saúde, o profi ssional de fi sioterapia já tem notável atuação nas medidas preventivas, tornando a profi ssão abrangente em todos os níveis de cuidado. O papel do fisioterapeuta ergonomista O fi sioterapeuta ergonomista é o profi ssional responsável pela promoção, pre- venção, reabilitação e recuperação da saúde do trabalhador. A fi sioterapia do traba- lho foi reconhecida por meio da Resolução n. 259, de 2003, emitida pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Dentre suas atribuições, estão: I – Promover ações profi ssionais, de alcance individual e/ou coletivo, preventivas a intercorrência de processos cinesiopatológicos; II – Prescrever a prática de procedimentos cinesiológicos compensa- tórios as atividades laborais e do cotidiano, sempre que diagnosticar sua necessidade; III – Identifi car, avaliar e observar os fatores ambientais que possam constituir risco à saúde funcional do trabalhador, em qualquer fase do processo produtivo, alertando a empresa sobre sua existência e possíveis consequências; IV – Realizar a análise biomecânica da atividade produtiva do traba- lhador, considerando as diferentes exigências das tarefas nos seus esforços estáticos (postura exigida, estimativa de duração da ativi- FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 27 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 27 29/04/2021 17:39:57 dade específica e sua frequência) e dinâmicos (frequência, duração, amplitude e torque exigido). V – Realizar, interpretar e elaborar laudos de exames biofotogramé- tricos, quando indicados para fins diagnósticos; VI – Analisar e qualificar as demandas observadas através de es- tudos ergonômicos aplicados, para assegurar a melhor interação entre o trabalhador e a sua atividade, considerando a capacidade humana e suas limitações, fundamentado na observação das condi- ções biomecânicas, fisiológicas e cinesiológicas funcionais; VII – Elaborar relatório de análise ergonômica, estabelecer nexo cau- sal para os distúrbios cinesiológicos funcionais e construir parecer técnico especializado em ergonomia. Por meio da Resolução n. 465, de 2016, foi regulamentada a especialidade profissional de fisioterapia do trabalho, regulamentando a competência do fisioterapeuta na realização da avaliação e diagnóstico cinesiológico-funcional pela consulta fisioterapêutica, exames ocupacionais complementares para a realização de análise ergonômica do trabalho (AET), laudos, pareceres e perí- cia, assim como para a elaboração, a coordenação e o auxílio nos comitês de ergonomia, dentre outros campos de atuação e atribuições. QUADRO 2. ATRIBUIÇÕES DO FISIOTERAPEUTA ESPECIALISTA PROFISSIONAL EM FISIOTERAPIA DO TRABALHO Fonte: COFFITO, 2016a. (Adaptado). Coordenação, supervisão e responsabilidade técnica Gestão Gerenciamento Direção Chefia Perícias Auditoria Consultoria FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 28 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 28 29/04/2021 17:39:57 O fi sioterapeuta do trabalho que atua como ergonomista é um profi ssio- nal habilitado para a elaboração da AET devido ao seu conhecimento sobre a anatomia, fi siologia humana e biomecânica corporal. DICA O Portal do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) é um site de acesso livre no qual são divulgadas notícias sobre a Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Brasil. Por meio da Resolução n. 381, de 2010 é alegada a competência do fi siote- rapeuta para elaborar e emitir atestados, relatórios técnicos e pareceres, indi- cando a capacidade funcional do trabalhador e possíveis defi ciências em sua funcionalidade, sejam elas transitórias ou defi nitivas. QUADRO 3. RELAÇÃO DE DOCUMENTOS ELABORADOS PELO PROFISSIONAL DE FISIOTERAPIA Atestado Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do cliente em acompanhamento terapêutico. Parecer Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- danças ou adaptações nas funcionalidades e seus efeitos. Laudo Pericial Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e seus efeitos no desempenho laboral. Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidadeou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do cliente em acompanhamento terapêutico. Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do cliente em acompanhamento terapêutico. Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do cliente em acompanhamento terapêutico. Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do cliente em acompanhamento terapêutico. Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do cliente em acompanhamento terapêutico. Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do cliente em acompanhamento terapêutico. Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- danças ou adaptações nas funcionalidades e seus efeitos. Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do cliente em acompanhamento terapêutico. Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- danças ou adaptações nas funcionalidades e seus efeitos. Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do cliente em acompanhamento terapêutico. Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- danças ou adaptações nas funcionalidades e seus efeitos. Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do cliente em acompanhamento terapêutico. Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- danças ou adaptações nas funcionalidades e seus efeitos. Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do cliente em acompanhamento terapêutico. Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- danças ou adaptações nas funcionalidades e seus efeitos. Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do cliente em acompanhamento terapêutico. Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- danças ou adaptações nas funcionalidades e seus efeitos. Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e seus efeitosno desempenho laboral. Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do cliente em acompanhamento terapêutico. Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- danças ou adaptações nas funcionalidades e seus efeitos. Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e seus efeitos no desempenho laboral. Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do cliente em acompanhamento terapêutico. Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- danças ou adaptações nas funcionalidades e seus efeitos. Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e seus efeitos no desempenho laboral. Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- danças ou adaptações nas funcionalidades e seus efeitos. Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e seus efeitos no desempenho laboral. Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- danças ou adaptações nas funcionalidades e seus efeitos. Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e seus efeitos no desempenho laboral. Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- danças ou adaptações nas funcionalidades e seus efeitos. Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e seus efeitos no desempenho laboral. Documento qualifi cado que afi rma a veracidade sobre as condições do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- danças ou adaptações nas funcionalidades e seus efeitos. Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e seus efeitos no desempenho laboral. do paciente, declarando e certifi cando o grau de capacidade ou inca- pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- danças ou adaptações nas funcionalidades e seus efeitos. Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e seus efeitos no desempenho laboral. pacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incom- petências(transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- danças ou adaptações nas funcionalidades e seus efeitos. Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e seus efeitos no desempenho laboral. petências (transitórias ou defi nitivas) e habilidades ou inabilidades do Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- danças ou adaptações nas funcionalidades e seus efeitos. Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e seus efeitos no desempenho laboral. Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- danças ou adaptações nas funcionalidades e seus efeitos. Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e seus efeitos no desempenho laboral. Documento com opinião técnico-científi ca de uma demanda profi ssional específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e específi ca, referente às áreas de atuação das especialidades da fi siotera- pia. Contém opinião fundamentada sobre aspectos gerais ou específi cos da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e da respectiva disciplina em face do grau de capacidade ou incapacidade funcional, com vistas a apontar competências ou incompetências, mu- Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e Documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e demanda. É o relatório da perícia realizada pelo autor do documento, em torno do fato litigioso, por meio dos conhecimentos especiais que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e que detém em face do grau de capacidade funcional, para apontar as competências de um indivíduo e adaptações nas funcionalidades e Fonte: COFFITO, 2016a. (Adaptado). Complementando esta alegação, o fi sioterapeuta pode solicitar, de acor- do com a Resolução n. 464, de 2016, a readaptação no ambiente laboral; o afastamento do trabalhador do ambiente laboral para efi cácia do tratamento FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 29 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 29 29/04/2021 17:39:57 fisioterapêutico; a instrução de pedido administrativo de aposentadoria por invalidez, no caso de incompetência definitiva para o trabalho; e a instrução de processos administrativos ou sindicâncias no setor público (de acordo com a Lei nº 9.784/1999) ou de acordo com a resolução inerente ao setor privado. As atribuições em fisioterapia do trabalho e ergonomia são pautadas em leis e normas essenciais no estabelecimento de direitos e obrigações trabalhistas, cíveis e previdenciárias. Um preceito norteador é a Norma Regulamentadora 17 (NR 17 ou norma da Ergonomia), que aborda as inspeções do trabalho como condições, estabelecendo parâmetros para permitir a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores. Ao longo dos anos, a NR 17 vem sendo atualizada com assuntos relaciona- dos às condições de trabalho, como os anexos que regulamentam o trabalho dos operadores de checkout, o trabalho em teleatendimento e em telemarke- ting, a avaliação dos níveis de iluminamento em ambientes de trabalho inter- nos, dentre outras formas de trabalho e ambientes ocupacionais. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. Para isso, é necessário que o empregador realize a análise ergonômica do trabalho,sendo fun- damental a atuação de profissional com qualificação, como o fisioterapeuta do tra- balho, para esta elaboração em consonância com as normas vigentes. Os itens de avaliação a serem observados incluem desde o trabalho manual, que se diferencia entre posição sentada ou em pé, com auxílio de bancadas, mesas e outros mobiliários que devem atender a requisitos mínimos, como a antropometria do trabalhador, área de alcance visual, de temperatura, de ruído adequado e de condições de posicionamento e movimentação adequadas às ca- racterísticas do trabalho, do tipo de atividade e que proporcione ao trabalhador condições adequadas a exercer sua função, eliminando riscos que possam culmi- nar em doenças ocupacionais e acidentes de trabalho. O transporte e descarga de peso devem ser analisados de acordo com a in- dividualidade do trabalhador. Essa análise é elaborada com o auxílio de recur- sos ergonômicos, como as ferramentas ergonômicas de análise de posturas, de trabalho repetitivo, de força muscular em posturas estáticas e dinâmicas, o índice de esforço realizado nas atividades de trabalho e outras que indicam a FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 30 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 30 29/04/2021 17:39:57 identifi cação de cargas que possam gerar lesões musculoesqueléticas ou pre- dispor a distúrbios relacionados ao trabalho. É importante que o fi sioterapeuta do trabalho conheça as leis e normas rela- cionadas à saúde para que atue em conformidade com elas e busque atualização constante, especialmente das normas regulamentadoras, que são elaboradas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Assim, exercerá suas atribuições como ela- boração da análise ergonômica do trabalho (AET), estabelecimento do nexo causal e atuação na justiça trabalhista e previdenciária da forma correta e ética, proporcio- nando uma boa saúde ocupacional aos trabalhadores e empregadores. Objetivos da análise ergonômica do trabalho O fi sioterapeuta do trabalho que atua como ergonomista está apto a ana- lisar, elaborar e emitir documentos técnico-científi cos indicando a capacidade funcional e o relacionamento entre a atividade e o ambiente laboral. Estas ha- bilidades profi ssionais são necessárias para o desenvolvimento de uma aná- lise ergonômica do trabalho (AET), que tem como objetivo a aplicação dos conhecimentos de ergonomia para análise, diagnóstico e correção de uma si- tuação real de trabalho, por meio da análise da demanda, análise da tarefa, análise da atividade, diagnóstico e recomendações (IIDA, 2005). A habilitação profi ssional como ergonomista é importante para análise e elaboração deste documento, uma vez que sem a formação de pós-graduação lato sensu ou título de especialidade profi ssional emitido pelo conselho de clas- se não é possível alegar conhecimento técnico-científi co para esta atribuição. Assim, um profi ssional generalista em fi sioterapia necessita de conhecimen- tos sólidos de ergonomia, o que pode ser adquirido com uma especialização e aprovação em provas direcionadas ao mercado de ergonomia. As fases da AET são complexas e envolvem as relações entre o trabalhador, a empresa e variáveis como demanda, tarefa, atividades, análises de postos de tra- balho, de conforto ambiental e acústico, de luminosidade, dentre outras. De acordo com Iida (2005), é necessário analisar todas as dimensões do problema que envolvem o trabalhador e a empresa. Dessa forma, será estabe- lecida a negociação entre as partes com previsão de prazos e custos em uma análise da demanda. FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 31 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 31 29/04/2021 17:39:57 Conceito de nexo causal ocupacional O nexo causal, ou liame causal, está relacionado à argumentação técnico- -científi ca de um profi ssional ergonomista que analisa e discute sobre uma pa- tologia e o risco de acidentes ocupacionais no ambiente laboral e seus relacio- namentos quando resultam em agravos à saúde (CABRAL; SOLER; WYSOCKI, 2018), sendo esta argumentação amplamente discutida na prática previden- ciária e em legislações trabalhistas, como a Lei de Benefícios da Previdência Social n. 8.213, de 1991, que aborda os planos de benefícios da previdência social, os direitos e deveres do trabalhador e empregador, e a Lei Complemen- tar n. 150, de 2015, que aborda sobre o trabalho doméstico (BRASIL, 2015). Por esse motivo, o ergonomista deve ter amplo conhecimento sobre as le- gislações trabalhistas relacionadas às relações ocupacionais e, assim, ha- verá maior embasamento técnico e científi co para o desenvolvimento do nexo de causalidade com o trabalho, ou seja, a elaboração desta argumentação que necessita de três elementos fundamentais. Posteriormente, na análise de tarefa, serão analisadas as situações pres- critas e condições efetivas, ou seja, se o que o trabalhador realiza em suas ati- vidades de trabalho correspondem ao que está estabelecido no seu contrato e se as condições de trabalho são adequadas para o desenvolvimento destas tarefas. Após a compreensão destes fatores, é iniciada a análise de atividade, que é a análise do comportamento do trabalhador na realização de uma tarefa (IIDA, 2005). Na última etapa, a formulação do diagnóstico visa descobrir as causas que pro- vocam o problema descrito na demanda e é a partir desta defi nição que são feitas as recomendações ergonômicas, visando solucionar o problema com uma espécie de plano de ação com os detalhes sobre as etapas, responsabilidades e prazos. Todo o processo de análise até a formulação de diagnóstico deve ser feito com cautela quanto às recomendações, prazos e responsabilidades dos membros da empresa, direcionados a funções e objetivos específi cos, uma vez que o ergono- mista precisa dominar os aspectos relacionados à demanda, às tarefas e ao diag- nóstico para que nas medidas corretivas tudo esteja claro o sufi ciente para que desenhe a AET com intervenções e obtenha êxito em suas sugestões e feedbacks. FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 32 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 32 29/04/2021 17:39:57 DICA Leia a Cartilha sobre Perícia Fisioterapêutica – Perícia Judi- cial e Assistência Técnica publicada em 2016 pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), com explicações precisas sobre as práticas profissionais e as le- gislações envolvidas para uma boa atuação do fisioterapeuta que trabalha em perícias e como assistente técnico. De acordo com Cabral, Soler e Wysocki (2018), os elementos fundamentais do nexo causal são conhecidos como nexos parciais. DIAGRAMA 4. ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO NEXO CAUSAL Fonte: CABRAL; SOLER; WYSOCKI, 2018. (Adaptado). 1 - Nexo entre a atividade e a exposição ao risco. 2 - Nexo entre o risco e a lesão. 3 - Nexo entre a lesão e a alteração funcional. É necessário demonstrar que a atividade expõe o trabalhador ao risco. É necessário demonstrar que o risco causa determinada lesão. É necessário analisar a lesão e se a alteração funcional é compatível. Ne xo ca us al Um dos conhecimentos básicos para esta construção do nexo causal é o conhecimento do conceito de acidente de trabalho. De acordo com o artigo 19 da Lei n. 8.213, de 1991: Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a servi- ço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do traba- lho dos segurados, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (BRASIL, 1991). O estabelecimento do nexo causal ocupacional é uma das atribuições do ergonomista como profissio- nal atuante na justiça trabalhista e na prática previ- denciária, demonstrando que possui uma rede am- pla de possibilidades envolvendo a ergonomia. FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR 33 SER_FISIO_FISTI_UNID1.indd 33 29/04/2021 17:39:57 Conceito de perícia judicial do trabalho A atuação do fi sioterapeuta em perícias