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Adrieli Bertotti -TXXI PROPEDÊUTICA CLÍNICA - O elemento mais importante para um diagnostico é a anamnese, a conversa com o paciente, se uma pessoa chegar no consultório com dor nas costas, as perguntas serão referentes a dor, se você fizer uma tomografia de abdômen pode ter quatro hipóteses (que são causas): • Hérnia de disco (1) que é uma dor na região lombar devido a compressão do nervo pela distensão do disco que fica entre as vertebras. • Osteofitose ou bico-de- papagaio (2) que é o crescimento anormal de tecido ósseo em torno de uma articulação das vértebras • Calculo renal (3) que é uma massa sólida que se forma nos rins, criando pequenos cristais que costumam provocar dor intensa ao se movimentarem. • Distensão da musculatura paraventebral (4) que por um esforço que rompe as fibras musculares e os vasos sanguíneos que as irrigam, dando origem a um hematoma com inflamação local. • Glomerulonefrite ou calculo renal: dor na região lombar baixa que se irradia para o testículo e piora ao urinar que as vezes a urina vem com sangue (sem exames, só com uma anamnese bem feita). - Outro exemplo é quando um paciente se apresenta com tosse no consultório, ele pode estar com um comprometimento no sistema respiratório ou no sistema cardiovascular que é uma tosse cardíaca por insuficiência do ventrículo esquerdo isso gera cansaço físico e a tosse piora ao deitar. Isso aconetece porque corre um aumento do retorno de sangue para o coração, que aumenta a congestão pulmonar e estimula o ato da tossir. - Semiologia: estudo dos sinais e sintomas que conduzem a ideia da enfermidade. - Sintomatologia: é o estudo das síndromes que é o conjunto de sinais e sintomas de diferentes causas. Por exemplo que a pessoa tiver uma síndrome gripal então ele tem tosse, febre baixa, dor de garganta, diminuição do olfato e paladar (isso é um conjunto de sinais e sintomas), mas pode ter diferente causas como: rinovírus, covid 19, influenza vírus. - Diagnostico etiológico: é a determinação da causa de uma doença. - A medicina defensiva é uma prática médica que prioriza condutas e estratégias diagnósticas e/ou terapêuticas e que têm como objetivo evitar demandas nos tribunais, é uma proteção do médico contra possíveis processos. - Antigamente quando o paciente chegava no pronto atendimento com dor na fossa ilíaca direita, descompressão súbita e perda do apetite já se dava o diagnóstico de apendicite e o tratamento é a cirurgia, hoje em dia, antes da operação cirúrgica é feito um ultrassom para confirmar o diagnóstico. - Outro exemplo é uma pessoa que sofreu um acidente de carro tem suspeita de hemoperitônio que é a presença de sangue na cavidade abdominal, deve-se fazer a cirurgia imediatamente para retirar o sangue, não é necessário fazer tomografia do abdômen porque quanto mais tempo demorar para retirar o sangue, mais o risco de morte. - Insuficiência hepática é um grande problema porque o fígado é o órgão que forma os fatores de coagulação, se tiver uma insuficiência hepática não tem a cascata de coagulação. - Hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) é uma doença rara que atinge as células hematopoiéticas, causado por uma mutação adquirida no gene, em o que paciente durante a noite faz a coagulação sanguínea que isso faz episódios embólicos noturnos. - Para auxiliar no diagnostico temos os exames e recursos tecnológicos. Mas não pode um exame diagnosticar uma doença, o exame físico deve ser compatível com o exame laboratorial. Adrieli Bertotti -TXXI - O exame padrão-ouro é o exame que tem mais chances de dar o diagnostico independente da facilidade ou não de realização, o teste de maior acurácia, com o qual os demais serão comparados, mas apresenta também imperfeições. - Por exemplo, o exame para diagnosticar pneumonia é biopsia do pulmão em que se faz uma incisão na parede do tórax entre as costelas e se retiram amostras de tecido pulmonar para exame anatomopatológico. - Pacientes oncológicos é realizado um exame de marcadores tumorais que são elementos formados pelas células sanguíneas que é dosado pelo sangue, o médico retira uma amostra de tecido do próprio tumor ou de fluidos corporais e os envia ao laboratório, que utiliza técnicas de imunohistoquímica para analisar os níveis de marcadores tumorais. - Por exemplo uma paciente com câncer de mama que foi retirado a mama e os 27 linfonodos tumorais, vai a uma consulta no oncologista e o exame de marcados tumorais aumentado, isso quer dizer que a paciente voltou a desenvolver o tumor deve-se observar onde o tumor esta se desenvolvendo. - Uma paciente faz uma tomografia e o laudo foi que tinha sinais de pielonefrite aguda que é uma inflamação renal provocada pela ação de bactérias nos rins e nos ureteres. O diagnóstico se dá pelo Sinal de Giordano positivo ou exame de Punho- percussão, deve ser feito no lado direito e esquerdo para saber qual o rim afetado, quando o médico faz a pressão no local, o paciente se curva porque isso gera dor forte. - O sinal de Blumberg é um sinal caracterizado por dor à descompressão brusca da parede abdominal no ponto apendicular, mais conhecido como ponto de McBurney. Esse exame é feito para diagnosticar diverticulite aguda que é uma alteração no intestino que se caracteriza por inflamação ou infecção dos divertículos (pequenos sacos ou pregas que se formam nas paredes do intestino). - Sintomas é o que o paciente fala, é subjetivo. - Sinais é o que o médico observa, é objetivo. - Acurácia: capacidade do exame evidenciar doença quando ela existe, e afastá-la quando ela não existe. - Sensibilidade é a capacidade do teste de detectar a doença quando ela existe (rastreio). - A especificidade é a capacidade do teste de confirma a presença da doença. - O valor preditivo pode ser positivo (probabilidade está presença) e negativo (probabilidade negativa). - Os principais de Hutchinson: não seja rápido e sagaz, não busque doenças raras, é mais provável que uma doença comum esteja em uma apresentação diferente. - Por exemplo, é mais comum uma tosse ser por uma pneumonia atípica, causada por organismos atípicos que não são detectáveis à coloração de Gram, do que indicar uma fibrose pulmonar idiopática ocorre quando os tecidos se tornam espessos, rígidos, com cicatrizes que limitam a capacidade respiratória dos pulmões, os pulmões perdem a capacidade de absorver e transferir oxigênio para a corrente sanguínea, pode levar a morte. - É mais comum uma hematúria (sangue na urina) e dor lombar ser um cálculo renal (pedra nos rins) do que uma glomerulonefrite difusa aguda que caracteriza-se pela rápida deterioração da função renal devido a uma resposta inflamatória após infecção por estreptococos. - É mais comum uma dor de cabeça ser devido a uma enxaqueca do que pela Síndrome do Restaurante Chinês que é uma reação de hipersensibilidade a glutamato monossódico (MSG), geralmente usado para realçar o sabor na cozinha chinesa. Sinal de Giordano ou punho- percussão Ponto de McBurney Adrieli Bertotti -TXXI - Síndrome nefrótica que é um distúrbio renal que causa excreção excessiva de proteínas pela urina por uma falha na membrana basal do glomérulo que perde sua função. Temos a tríade da síndrome nefrótica que é: proteinúria acima de 1,73 gramas por metro quadrado em 24 horas, edema e hipovolemia (diminuição do volume sanguíneo). Os sintomas incluem: urina pesada e espumosa. - Às vezes o paciente tem algumas gírias como empangrecido (constipado), ir aos pés (evacuar), e caso o médico não entenda, deve perguntar para o paciente explicar como é esse sintoma. - Tetralogia de Fallot é uma condição rara causada por uma combinação de quatro defeitos cardíacos presentes no nascimento, os defeitos causam fluxo de sangue pobre em oxigênio para fora do coração e para o resto do corpo. A cirurgia costuma serrealizada no primeiro ano de vida, seguida de tratamento contínuo. - Uma paciente refere um nódulo indolor na região do pescoço, isso pode ser um linfoma, tuberculose linfonodal, doença da arranhadura do gato que é uma infecção provocada por bactérias Gram-negativas Bartonella henselae proveniente de uma mordida ou arranhadura do gato. - Linfoma ou Doença de Hodgkin é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, tratamento quimioterapia ou radioterapia. - Fenômeno de Raynaud ocorre quando as extremidades ficam roxas, vermelhas ou branco devido a uma hipersensibilidade ao frio da circulação terminal. PONTOS ANATÔMICOS ESTRATÉGIAS DIAGNOSTICAS: - Reconhecimento: busca por um estereótipo típico, contrato visual, olfatório, gustativo, auditivo ou tátil. - Ramificação múltipla: uso raro no meio médico e útil em triagens. - História completa: técnica que se coletam muitos dados e informações - Hipotético-dedutiva Tetralogia de Fallot Fenômeno de Raynaud Adrieli Bertotti -TXXI ANAMNESE - Se um paciente chega na emergência com dor torácica as possibilidades de diagnostico pode ser uma cardiopatia isquêmica que é um déficit de perfusão causada por obstrução nas artérias coronárias (vasos que levam sangue para o coração), o paciente sente dor no coração e pode ser causada por infarto do miocárdio, angina estável ou instável. Outra possibilidade seria síndromes inflamatórias pulmonares que seria pneumonia típica ou atípica, viral, fúngica. Também pode ser uma dor osteomuscular que é acusada por mal jeito, Síndrome de Tietze ou osteocondrite que é uma inflamação da cartilagem que liga uma costela ao esterno. - O paciente refere uma dor torácica, próximo da região do coração, que melhora com nitrato e piora depois da alimentação, pode ser um refluxo gastresofágico, hérnia de hiato que é uma condição em que parte do estômago impulsiona o músculo do diafragma, incompetência do esfíncter esofágico que causa queimação. Outra possibilidade é a aerofagia que é o ato de engolir ar em excesso durante atividades de rotina, como rir, beber, comer e falar. - O momento de avaliação do paciente começa desde quando ele entra no consultório, como estão as mãos dele, se ele está com as mãos tremulas pode ser Parkinson que é uma doença neurológica que afeta os movimentos da pessoa, pode estar com abstinência alcoólica, hipertireoidismo que é a produção em excesso do hormônio tiroxina ou feocromocitomas que são tumores compostos de células cromafins que sintetizam e liberam catecolaminas, geralmente se desenvolve nas células adrenais. - Quando um paciente entra no consultório caminhando com dificuldade (em ponto e vírgula), ele pode ter tido um AVC em que ele apresenta a marcha escarvante, é um sinal típico de lesão cerebelares. - Por exemplo, se o paciente entra no consultório com muitas roupas em um dia que faz calor, ele pode ter hipotireoidismo que é um problema na tireoide que se caracteriza pela queda na produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), pode ser sensibilidade ou intolerância ao calor acontecem quando existe algum problema na regulação da temperatura do corpo, fazendo com que a pessoa não consiga sentir-se bem com o aumento da temperatura externa. - Um estudo feito com médicos relatou que, com a anamnese o médico consegue acertar o diagnostico em 56% dos casos, quando foi somado o exame físico aumentou 17% o acerto do diagnostico e cerca de 27% acertaram somente com a ajudo de exames complementares. - Angiotomografia das artérias coronárias é um exame que usa a tomografia computadorizada para avaliar os vasos sanguíneos do coração, permite avaliar o surgimento de placas calcificadas e de gordura nas artérias coronárias, isso contribui para promover a redução de sangue/oxigênio no músculo cardíaco que pode acarretar angina (dor precordial) ou aumentar o risco de um infarto do miocárdio. Síndrome de Tietze ou osteocondrite Hérnia de hiato Feocromocitoma Adrieli Bertotti -TXXI - Se chegar uma paciente com os olhos arregalados, proptose ocular, tremores, muito magra e falando muito rápido, o diagnostico é hipertireoidismo. - A diabetes insipidus é uma doença que faz com que o paciente sinta sede excessiva e apresente um aumento considerável nos seus níveis de produção de urina, isso acontece quando o corpo não consegue regular a maneira como trata os fluidos, problema é causado por uma anomalia hormonal. É chamada de insipidus porque os médicos antigamente tomavam a urina do paciente, se fosse doce era diabetes. - Polimialgia reumática é uma doença inflamatória que causa dores musculares e rigidez nos ombros e quadris, acomete pessoas acima de 50 anos, a rigidez pode ser tão intensa que pode incapacitar o doente, outros sintomas são: fadiga, perda de peso, febre baixa, e depressão. - A tuberculose pode se apresentar de várias maneiras, é difícil de diagnosticar, é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, os principais sintomas são tosse que pode ser acompanhada de sangue, febre baixa (mais comum no final da tarde), emagrecimento, perda de apetite e sudorese noturna. A tuberculose extrapulmonar também é marcada por dor nos órgãos atacados pelo bacilo de Koch. - Lúpus os sintomas iniciais mais frequentes são: inflamação das articulações, mal-estar, cansaço, dor de cabeça, febre, emagrecimento involuntário, diminuição do número de células do sangue e alterações na pele (manchas vermelhas). - Artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica que pode afetar várias articulações, os sintomas incluem: dor, inchaço e aumento da temperatura nas articulações, rigidez matinal, que pode durar horas, caroços firmes de tecido sob a pele em seus braços (nódulos reumatoides). - No posto de saúde tem um cartaz escrito: tosse a mais de 14 dias, solicitar um bacteriológico de escarro, pesquisa de PAR e raio X de tórax. Isso é o uso de algoritmos em triagens, mas isso restringe muito o diagnóstico. - Na anamnese, o reconhecimento é uma estratégia, quando o médico já teve um caso parecido, pode ser auditiva ou tátil, em que só de olhar pro paciente, o medico já sabe o que ele tem. Porque algumas doenças são características, mas outras são muito parecidas. - A estratégia na anamnese chamada de hipotético dedutiva é quando o paciente vem com uma queixa e o médico faz perguntas para “esgotar” o porque desse sintoma, isso facilita muito o diagnóstico. - Se um paciente vem ao médico com tosse, febre, escarros esverdeados, o diagnostico é pneumonia. Como o paciente possui 80 anos e tem confusão mental, é necessário avaliar o CURB-65 é uma escala criada especificamente para determinar a necessidade ou não de internar pacientes com pneumonia adquirida na comunidade. Proptose ocular C – Confusão Mental U –Ureia plasmática acima de 50mg/dl R –Frequência Respiratória maior ou igual a 30mrpm B – Pressão Arterial Sistólica < 90mmHg ou Pressão Arterial Diastólica menor ou igual a 60mmHg 65 – Idade maior ou igual a 65 anos Adrieli Bertotti -TXXI - Durante a anamnese deve-se começar sempre com perguntas mais abertas, se o paciente não dar abertura sobre os sintomas que está sentindo, devemos falar de algumas hipóteses, evitar apenas perguntas com respostas sim ou não. Um funil representa como é a anamnese. - Exemplo em sala com um aluno da pior dor que já sentiu: Um paciente com 12 anos, uma dor na nuca em pressão aguda com inflamação na região, sem fator causal aparente, com alivio após uma semana com uso de medicação e internação hospitalar para investigação do quadro. - Uma dor em queimação na região do epigástrio provavelmente seja um refluxo gastresofágico, já se for uma dor em rasgada na região do epigástrio pode ser um infartoou dissecação de aorta que é a entrada de sangue por dilaceração da íntima aórtica, com separação da íntima e da média, bem como a criação de uma falsa luz (canal). O tipo da dor que o paciente referir muda totalmente o diagnóstico. - Um paciente com uma dor na região occipital que é mais comum ao final do dia com a sensação de aperto, trabalha sobre alto estresse, pode ser uma cefaleia tensional. Essa sensação pode dar quando chega perto de prova porque fica muito com a cabeça baixa estudando. - No momento da anamnese não se deve ficar em uma posição inferior ao paciente (menos valia), precisa ter postura, sempre mais alto que o paciente, porque é a posição ativa. - Uma paciente refere dor em forma de aperto que começou na região umbilical e migrou para quadrante inferior direito, normalmente antes do quadro de dor a pessoa perde o apetite, o diagnóstico é apendicite aguda. - Um paciente hiperativo no consultório, refere dor nas costas que se parece com uma batida de forte intensidade nas costas, faz 2 dias que piora gradativamente, de forma intermitente (possui períodos que acalma, mas volta), pode ser uma cólica renal. - Quando é consulta de retorno: subjetivo (o que o paciente fala), objetivo (médico que relata), avaliação (o que deu certo e errado, é a soma do S+O) e conduta (o que será feito). Quando o paciente é de retorno, se usa o método SOAP que significa: Subjetivo / Objetivo / Avaliação / Plano. - Se o paciente é atendido desacordado em estado de emergência, o objetivo é estabilizar o paciente, a anamnese é feita depois, mas no prontuário deve ser relatado o que foi realizado, por exemplo, encontro o paciente em assistolia (ausência ou baixíssima frequência de atividade elétrica, contrações cardíacas ou ritmos cardíacos) e parada cardiorrespiratória, realizado manobra de ressuscitação. - Em casos de pacientes internados, é necessário preliminares como a revisão do prontuário para saber qual o nome do paciente, como o paciente está, possui anotações da enfermagem sobre a evolução do caso, anotações de como o paciente passou a noite e ver se o paciente sabe do seu diagnóstico. - A forma como vai ser conduzida a anamnese, anotar poucas coisas (tópicos), prestar atenção no paciente, montar mentalmente a frase que o paciente relatou. Já se o paciente faz uso de varias medicações, precisa parar e anotar todas. - Trombose venosa é quando a coagulação do sangue ocorre na veia, ocorre retorno do sangue, não tem risco de “perder a perna” e insuficiência arterial é quando prejudica a circulação do sangue nas pernas e provoca dor na hora de caminhar e excesso de inflamação no local. Um exemplo de paciente retorno: atendi um paciente e meu diagnostico foi pneumonia, passei antibiótico e 15 dias depois: S:o paciente retorna relatando que melhorou da tosse, não tem mais febre, não se sente cansado, não possui falta de ar e dor torácica. O: paciente em bom estado geral, lucido e orientado no tempo e espaço, mucosas normocoradas, anictérico, afebril, acianótico, ausculta pulmonar normal, ausência de uso da musculatura acessória para respiração, tórax em formato normal, sinais vitais normais. A: resolução total do processo pneumônico. P: orientações gerais e retornar ao ambulatório caso necessário. Adrieli Bertotti -TXXI - As queixas precisam ser graduadas de acordo com a intensidade. Por exemplo, se um paciente relatar dor de cabeça, muito forte, que nunca teve uma dor tão forte, isso começou depois de uma descarga adrenérgica forte como na atividade sexual, emoção durante um jogo de futebol ou quando toma um susto, normalmente tem um sinal neurológico associado, como midríase fixa, paralisia de face, perda de força em um membro o diagnóstico é ruptura de aneurisma intracerebral. A diferença entre a enxaqueca, é que ela é de inicio gradual com alguns sinais característicos que antecedem, já a ruptura de aneurisma intracerebral é momentânea. - Quando uma pessoa está com enxaqueca, um paracetamol é um remédio que não alivia a dor, precisa tomar uma medicação mais forte como Sumax, Naramig e Cefaliv. Se o paciente tomar paracetamol e passar, não é enxaqueca, pode ser cefaleia tensional. - Cálculo renal e apendicite que são dores muito fortes, faz os músculos contraírem de tanta dor. Por isso, as dores precisam ser graduadas, porque influenciam diretamente no diagnóstico. - Pielonefrite aguda é uma inflamação renal provocada pela ação de bactérias nos rins e nos ureteres, os ductos pelos quais a urina chega até a bexiga. A condição pode se manifestar de repente, de forma aguda, ou se tornar crônica após um episódio repentino. - A anamnese precisa ter data e se for em uma unidade de terapia intensiva precisa ter o horário, por exemplo, um paciente que teve choque séptico de manhã vai ter evoluído ou piorado pela parte da tarde. - É importante que o médico especialista dê um parecer para o médico que fez o encaminhamento de como o paciente está e sobre o diagnostico e tratamento. - Na identificação do paciente no prontuário e na ficha do médico deve ter o nome completo, mas quando você vai apresentar para outros profissionais é importante colocar somente as iniciais. A idade do paciente é muito importante porque tem doenças que são mais prevalentes em uma certa idade do que em outras. - A raça é importante porque por exemplo a hipertensão arterial é mais comum em negros, isso se deve pela forma como eles foram trazidos para o Brasil, em navios negreiros, em péssimas condições de saúde, muitos morreram, quem sobreviveu foi porque conseguiu sobreviver a privação, maior capacidade de concentrar urina por isso que ficaram hipertensos. - Pessoas que possuem anemia falciforme tem menor probabilidade de ter malária, porque na hemácia dismórfica o Plasmodium sp não consegue adentrar para fazer o ciclo da infecção. - Câncer de próstata é mais comum em negros do que em brancos, doenças reumatológicas são mais frequentes em mulheres do que em homens, exceto a gota que é mais comum em homens. - Em cirurgia de adenoides, o otorrinolaringologista fez uma tomografia e percebeu a tonsila ou o linfonodo aumentado, mas nesse caso, somente após a recuperação saberá se era realmente adenoide. - A profissão do paciente é importante porque algumas patologias estão diretamente ligadas a rotina da pessoa, por exemplo, doença frequente em caminhoneiros é a hérnia de disco, professores e cirurgiões tem mais probabilidade em ter varizes de membros inferiores pela quantidade de tempo que ficam em pé, cabelereiro é mais comum ter fibrose pulmonar devido ao uso constante de spray, criador de pássaros é mais comum desenvolver psitacose (bactéria transmitida por aves), silicose nos mineiros pelo acumulo de poeira nos pulmões e limpador de chaminés tinham câncer de bexiga. Adrieli Bertotti -TXXI - A fonte da anamnese é importante, se for um familiar que dá as informações é interessante descrever o porque que o paciente não colaborou com a anamnese, por exemplo, se o paciente teve múltiplos AVCs e está impossibilitado de falar. - Na queixa principal deve-se colocar com as palavras do paciente, se ele tiver internado deve-se colocar o motivo da internação. Colocar entre aspas. Ou colocar SIC no final, que significa que foi o paciente que relatou. - A história da doença atual deve ter palavras técnicas e de forma cronológica. - O paciente relata que a cerca de 4 semanas notou uma mudança nas fezes, antes escuras, agora claras (acolia), nota também que a urina antes clara, agora preta como coca-cola, diz ter notado prurido (coceira) e inapetência no processo, perdeu 4 quilos. A cor das fezes é responsável pelos sais biliares que saem na segunda porção do duodeno, e quando os sais biliares caem no sangue, eles vão para os rins e essa é a razão da urina ficar escura(colúria). O diagnostico é hiperbilirrubinemia significa um acúmulo de um pigmento, chamado de bilirrubina, que é excretado através da bile. - A síndrome de Gilbert, também conhecida como disfunção hepática constitucional, é uma doença genética comum e inofensiva que afeta o fígado, causada por alteração em um gene responsável pela degradação da bilirrubina, que é produto da destruição das hemácias, levando ao acúmulo de bilirrubina no sangue, podendo causar icterícia. É um problema na conjugação da bilirrubina, quando a pessoa fica estressada a UDPG que é uma enzima não funciona adequadamente. - A queixa frequente em um consultório médico é dor: (8 perguntas sobre a dor) ▪ Qual a localização da dor? Onde que dói? ▪ A dor irradia? A dor caminha para algum lugar? ▪ Qual é o tipo da dor? Se parece com o que? (queimação, rasgada, aperto, pressão) ▪ Qual a intensidade da dor? (de 0 a 10) ▪ O que faz a dor piorar? ▪ O que alivia a dor? ▪ Quanto tempo que dura a dor? (segundos, minutos, horas, dias, meses, anos) ▪ Fatores associados com a dor, o que vem junto com a dor? (sudorese, desmaio) - O paciente possui uma dor na perna que melhora quando posiciona ela para baixo e piora quando ergue, o diagnóstico é insuficiência arterial porque quando posiciona para baixo a gravidade ajuda a empurrar o sangue e favorece a perfusão. Já se for uma insuficiência venosa ocorre o oposto, quando levanta a perna ajuda a perfusão do sangue e se fica para baixo ele sente um peso. - Uma dor no peito com sudorese e sensação de desmaio, muito provável que seja um infarto. - Na história patológica pregressa começa a se fazer perguntas mais fechadas, se o paciente teve doenças na infância, na adolescência, na idade adulta, se já fez um tratamento prolongado. - Um exemplo: uma paciente com melanoma fazendo tratamento com imunoterapia com histórico de hepatite B precisa usar antiviral devido a sua hepatite B porque tem o risco de desenvolver hepatite B fulminante que é uma síndrome rara de necrose maciça do parênquima hepático e diminuição do volume hepático (atrofia amarela aguda). - Um paciente chega com queixa de formigamento na ponta dos dedos da mão e do pé (parestesia), após fazer uma sessão de quimioterapia, isso aconteceu porque ele fez um tratamento durante 3 anos para hanseníase. - O etilismo e o tabagismo são fatores causais de muitas doenças. - Um paciente internou com tosse há 4 semanas isso aconteceu porque faz 1 mês e meio que o cardiologista mudou os remédios da pressão. Adrieli Bertotti -TXXI - Hérpes-zoster é uma infecção que resulta da reativação do vírus da varicela zóster de seu estado latente em um gânglio da raiz dorsal posterior, ele nunca vai passar do meio do corpo devido a inervação, respeita o dermatomo. Sempre se apresenta quando a imunidade baixar. - Perguntar para o paciente se o paciente tem alergia a medicamentos ou não. Caso ele não souber deve relatar que: desconhece alergia a medicamentos. - Alguns pacientes podem ter asma induzida pelo uso de diclofenaco e provocar a morte do paciente, por isso é muito importante perguntar se a pessoa possui alguma alergia medicamentosa. - É importante perguntar sobre dieta, porque por exemplo a dieta hiperproteica que é chamada popularmente de Low carb, causa mais constipação. - Se for mulher, perguntar quando foi a última menstruação para saber se está grávida ou não. A gravidez pode ser ortotópica ou ectópica. - O teste de Fagerström auxilia a estimar o grau de dependência da nicotina, são varias perguntas que dependendo a resposta possuem uma pontuação e consegue-se precisar o nível de dependência a nicotina. - O teste Audit são para pessoas que possuem dependência em bebidas alcoólicas, também é possível precisar o nível da dependência. - No histórico familiar questionamos sobre os pais, irmãos, tios, avós. Porque algumas doenças podem ser herdadas. Perguntar se tem alguma doença que fica saltando gerações na família. - Alguns tumores tem característica hereditárias: tumor de mama, próstata, ovário, colo de útero e pâncreas. - A febre noturna lembra linfoma, febre no final do dia ou vespertina lembra tuberculose e abcessos (bolas de pus). - Peso do paciente: variação de 10% do peso ou mais em menos de 6 meses são significativos. - Astenia (fraqueza) e sudorese noturna lembra linfoma e sudorese vespertina lembra abcessos. - Calafrios (bacteremia e uso de drogas), câimbras (alterações de cálcio), pacientes que sofrem muitas punções como pacientes que fazem quimioterapia, hemodiálise, vítimas de grandes acidentes possuem muitos calafrios. A bacteremia é a entrada de uma bactéria no sangue. - Pele e fâneros: diminuição de sensibilidade (hanseníase), presença de prurido normalmente devido a alergias, mas pode ser problema nas vias biliares intra-hepáticos ou extra-hepáticos (fígado, vesícula biliar, pâncreas). Isso porque a bilirrubina no sangue causa: prurido, icterícia, coluria, acolia e diminuição do apetite. Adrieli Bertotti -TXXI - Uma paciente se apresentou no consultório com coceira, o médico receitou um antialérgico, mas não teve uma melhora, o diagnóstico foi câncer de pâncreas. - Se a pessoa presentar feridas que não cicatrizes podem ser: tumores de pele, diabetes. - Perda de cabelos: alterações na tireoide como hipotireoidismo, anemia, déficit de vitaminas. - Unhas quebradiças: hipovitaminoses, quimioterapia, hemodiálise. - Pêlos em grande quantidade: síndrome dos ovários policísticos (distúrbio hormonal que causa um aumento no tamanho dos ovários, com pequenos cistos na parte externa deles), síndrome da resistência à insulina, hiperandrogenismos (acontece quando há o aumento dos níveis de hormônios masculinos no corpo da mulher). - Palidez, cianose, rubor, alteração de pele: síndrome de Raynaud as artérias menores que fornecem sangue para a pele se contraem excessivamente em reação ao frio, limitando o fornecimento de sangue para a área afetada - Queimação e dor no olho: glaucoma ocorre quando o nervo que liga o olho ao cérebro encontra-se danificado, geralmente devido à alta pressão ocular. - Sensação de corpo estranho no olho, fotofobia, vermelhidão: conjuntivite (frequente em quem usa lente de contato) - Lacrimejamento: alergias oculares - Olho seco (xeroftalmia) e boca seca característico de Síndrome de Sjögren (doença autoimune e reumatológica), o sistema imunológico do corpo ataca suas próprias células saudáveis que produzem saliva e lágrimas, risco de leucemia. - Alteração de definição de cor: daltonismo, geralmente é mais comum em homens, que têm apenas um cromossomo X, já as mulheres precisam ter os dois X defeituosos, o que é muito mais raro. - Amaurose é a perda temporária ou permanente da visão. - Diplopia é quando a pessoa enxerga os objetos duplicados, pode estar associado a neoplasia cerebral. - A fotofobia que é aversão a luz é característica de conjuntivite e enxaqueca. - O escotoma caracteriza-se pela perda total ou parcial da capacidade de visão de uma região do campo visual, que geralmente se encontra rodeado por uma área onde a visão está preservada. (sensação de ver moscas). A hipertensão também pode causar escotoma. - Dor no ouvido é otalgia, se tiver saída de secreção é otorreia, se tiver sangue otorragia. - Vertigem (tontura) é sensação de rotação do ambiente ou do próprio corpo percebido pelo indivíduo, sendo um sintoma típico de lesão vestibular. É denominada objetiva quando a sensação é de que o meio em volta está girando e subjetiva quando a sensação é de que o corpo gira e o meio está “parado”. -Rinorreia é secreção pelo nariz, e quando sai sangue se chama epistaxe. Em pacientes anticoagulados a presença de epistaxe pode ser intoxicação por excesso de anticoagulante ou leucemia.Síndrome dos ovários policísticos Síndrome de Raynaud Sìndrome de Sjogren Escotoma Adrieli Bertotti -TXXI - Cacosmia (sentir cheiro diferente em todos os lugares, exemplo sentir cheiro de coco em todos os lugares, mas esse cheiro não está presente) e hiperosmia (excesso de cheiro). - Hiposmia e anosmia é diminuição da capacidade de sentir cheiros, normalmente em pacientes com renite e sinusite que fazem muito uso de corticoide ou em pessoas que usam drogas que são aspiradas pelas narinas. - Dor na gengiva é característico de leucemia que é uma doença maligna dos glóbulos brancos, ocorre acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. - Sialorreia é saliva em excesso, halitose é mal hálito que pode ser problema dentário, gástricos ou a dieta low carb que causa cetose devido a neoglicogênese. - Na região da faringe, dor que ocorre na região da garganta e irradia para a região auricular muito comum em tumores avançados da garganta. - Pacientes que possuem rouquidão que persiste após 1 mês pode ser lesão na corda vocal ou no nervo laríngeo recorrente, isso pode acontecer devido a um linfoma de mediastino que faz a compressão do nervo laríngeo recorrente. - A sensação de crescimento e dor na tireoide: cirurgia para remoção da tireoide. - Dor ventilatório dependente: são respirações curtas, a pessoa não consegue encher todo o pulmão de ar, isso pode acontecer devido a dor causada por um acidente. - Hemoptise (sangue proveniente das vias respiratórias) e hematêmese (sangue proveniente das vias digestivas). - Disfagia é a dificuldade de engolir, quando o paciente tem tumor de esôfago ocorre disfagia progressiva (come normal, prefere comidas mais moles, pastosas e liquidas), isso acontece porque a massa tumoral vai crescendo e diminuindo a luz do esôfago. - Dispneia paroxística noturna é clássico de insuficiência cardíaca do ventrículo esquerdo, é a falta de ar que surge durante o sono, causando uma repentina sensação de sufocação e fazendo com que a pessoa tenha que se sentar ou, até, levantar à procura de uma área mais arejada para aliviar esta sensação. - Doenças que acometem o intestino delgado acontece a esteatorreia são fezes com gordura. O sangramento que ocorre no intestino delgado é chamado de enterorragia, isso faz ter as fezes melênicas que são de cor escura porque ocorre a mistura entre fezes e sangue, possui odor fétido. - Hematoquezia é a eliminação de sangue que é proveniente do intestino grosso, o sangue é vermelho vivo acompanhado de fezes. - Se o paciente tiver uma patologia do intestino delgado com aceleração dos movimentos peristálticos (hiperperistaltismo) ocorre a hematoquezia, ou uma patologia do intestino grosso com lentificação dos movimentos peristálticos (hipoperistaltismo) o paciente terá fezes melênicas. - Tenesmo vai ocorrer em casos de doenças proctologicas e urinárias, pode ser urinária ou retal. Tenesmo retal é uma vontade intensa de evacuar, mas a sensação é de não ocorrer esvaziamento completo ou nem ocorrer a evacuação. - Cistite é uma infecção e/ou inflamação da bexiga, em geral, é causada pela bactéria Escherichia coli, presente no intestino e importante para a digestão. No trato urinário, porém, essa bactéria pode infectar a uretra (uretrite), a bexiga (cistite) ou os rins (pielonefrite). Adrieli Bertotti -TXXI - Nictúria é a inversão do hábito urinário normal, onde uma pessoa urina mais e em maior quantidade durante a noite que durante o dia. Já a noctúria é a vontade e necessidade de urinar que obriga uma pessoa a se levantar após ter se deitado para dormir. Ambas são características de insuficiência cardíaca do ventrículo esquerdo. - Poliúria é o aumento da quantidade de urina e polaciúria é o aumento da frequência urinária. Exemplos complementares - Se um paciente de 17 anos chegar no consultório com dor na perna pode ser osteossarcoma é o tumor maligno ósseo mais frequente na infância e adolescência, comumente associado a dor local, como também alterações ósseas. Devido a sua maior prevalência ser nas pernas, a alteração na marcha é uma das principais queixas. - Se um paciente de 70 anos chegar no consultório com dor na perna pode ser osteoporose que é uma doença que se caracteriza pela perda progressiva de massa óssea, tornando os ossos enfraquecidos e predispostos a fraturas. - Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um disturbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho. (comum em médicos) - O câncer de pele melanoma tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) e é mais frequente em adultos brancos. O melanoma pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. - Uma criança que teve mononucleose infecciosa (causada pelo vírus herpes barr) na infância pode desenvolver Linfoma de Burkitt na vida adulta, que é um linfoma agressivo de células B, com índice mitótico muito alto nas células tumorais, ocorre com frequência nos pacientes com HIV/Aids. Os sintomas incluem: dor abdominal ou nas costas, náusea e diarreia, inchaço do abdome, sangramento do intestino ou dor por obstrução intestinal. - O fumo é o principal fator de risco de câncer de bexiga que se manifesta por hematúria (sangue na urina). - Paciente está com queixa de sangramento urinário, não é fumante, faz uso de remédios para afinar o sangue e para baixar a pressão (varfarina), ele pode estar tendo uma intoxicação por anticoagulante. - Usuários de drogas endovenosas tem mais chance de ter endocardite infecciosa que é a infecção microbiana do revestimento endotelial do coração. A lesão característica de endocardite é a vegetação, um coágulo de plaquetas e fibrina infectado, contendo ainda leucócitos e hemácias. - Se uma mulher de 29 anos grávida, anteriormente teve 4 abortos, apresenta na emergência com sangramento uterino, o diagnostico é incompetência istmocervical ocorre quando o colo do útero apresenta uma abertura indolor, na qual as mulheres não têm tônus para fechar o colo do útero. Consequência é abortos de repetição. - Mulher com abortos de repetição, com membro inferior edemaciado, avermelhado, inchado e quente, o diagnóstico é trombose venosa profunda. - A Síndrome Anti-fosfolípide(SAAF) constitui um distúrbio auto-imune na coagulação do sangue que causa trombose em artérias e veias, além de complicações na gravidez (abortos repetitivos, pressão alta e prematuridade do bebê). Esta síndrome ocorre devido à produção de anticorpos contra proteínas do próprio organismo (chamados de anticorpos anti-fosfolipídes). - Próteses dentárias mal adaptadas associadas a tabaco é um grande fator de risco para câncer da cavidade oral. Sobre tabagismo: Carga tabágica = (Número maços/dia) x (anos fumando) 20 cigarros formam um maço. Cigarros artesanais valem 3 por 1. - Por exemplo: Um paciente fuma 15 cigarros por dia, por 20 anos. Qual a carga tabágica dele? 0,75 x 20 = 15 anos/maço Adrieli Bertotti -TXXI - “Síndrome de pica”, a alotriofagia é uma doença onde o paciente sente uma vontade irresistível de comer coisas que não são comestíveis e que ele sabe que não deveria comer, por exemplo vontade de comer terra. - Pacientes que tem muito soluço, pode ter abcesso infradiafragmático. Tumor de pâncreas muito avançado, encosta no diafragma e o indivíduo fica soluçando o dia inteiro, tem que usar medicação para parar e as vezes um marca-passo. - Hemospermia: ejaculação com sangue (trauma no testículo ou tumor de testículo).Adrieli Bertotti -TXXI EXAME FÍSICO É constituído por ter fases: inspeção, palpação e percussão. INSPEÇÃO: - Inspeção é a analise visual do paciente, pode ser necessário de aparelhos para visualização como por exemplo otorrinolaringologista, ginecologista que precisam de aparelhos para visualizar melhor a cavidade. - O ato se inicia no momento que o médico vai cumprimentar o paciente, observar como está vestido, se está ansioso, com as mãos relaxadas ou tremulas. - Evitar o desnudamento do paciente para que ele não se sinta desconfortável, é necessário avisar de antemão o que será feito no paciente. - Inspeção Frontal é quando olhando-se frontalmente a região a ser examinada. - Inspeção Tangencial observando-se a região tangencialmente, é a maneira correta para se pesquisar movimentos mínimos na superfície corporal, tais como pulsações ou ondulações e pequenos abaulamentos ou depressões. PALPAÇÃO: - A palpação é uma análise tátil-vibratória, deve aquecer as mãos para que o paciente não faça contração da região. - As regiões que o paciente referir dor deve ser palpada por último, porque causa muito desconforto e se doer muito o paciente não vai responder de uma forma adequada nas outras regiões. - A técnica de mão superpostas: você coloca a mão no abdômen do paciente e a outra mão em cima, que é a mão que aperta, e a de baixo a mão que palpa. - Sinal de Rovsing: dor na fossa ilíaca direita à palpação da fossa ilíaca esquerda, a palpação no cólon descendente desloca os gases para o cólon ascendente, atingindo o apêndice inflamado hipersensível, provocando dor. - Posição do paciente: o paciente sempre com as pernas descruzadas, cabeça relaxada e as mãos ao lado do corpo para não fazer a contração do reto abdominal. - Abdome agudo é uma situação onde algo/alguma doença ou alteração abdominal exige uma intervenção rápida. Por exemplo, no momento em que um indivíduo teve uma perfuração abdominal o conteúdo fecal vaza para o peritônio que gera uma reação inflamatória local importante que leva a síndrome da resposta inflamatória sistêmica e esse paciente precisa ser operado rapidamente. Pode ser perfurativo, ferimento por arma de fogo, câncer ou obstrutivo (tumor obstrutivo, volvo que é a dobradura do intestino). PERCUSSÃO: -É a principal manobra do exame físico dos rins e é uma importante forma de diagnóstico de algumas alterações abdominais, como identificação de gases livres na cavidade peritoneal. a) Punho percussão: - Batida com a mão fechada. A utilização mais comum é a Punho percussão lombar, deve realizar uma batida com a mão fechada ou aberta na região para vertebral do lado esquerdo e direito, desde a transição toraco- abdominal até a parte lombar baixa, verticalmente. - Quando houver um processo inflamatório ou obstrutivo do rim, essa punha percussão vai causar a contratura da musculatura paravertebral, e o paciente vai fazer uma contração pro lado da dor, temos um processo inflamatório ou obstrutivo, chama-se de PPL (Percussão Punho Lombar Positiva) e os dois diagnósticos mais prováveis é de cálculo renal ou infecção de rim (pielonefrite). Para ter certeza qual dos dois diagnostico que o paciente apresenta, é necessário exames complementares, como tomografia e exame de urina. - Homens tem mais cálculo renal, mulher tem mais infecção urinária. Adrieli Bertotti -TXXI b) Percussão direta: - Percutir o dedo, como um martelo. Elevar rapidamente após o golpe para não abafar o som. c) Percussão digito-digital: - Sons: maciço, submaciço, timpânico (oco) e claro pulmonar (som do parênquima pulmonar). - É utilizada para exame físico pulmonar, o examinador faz a manobra com duas mãos. - Como é realizado: a mão que está em contato com o paciente deve tocá-lo apenas com a falange distal de um dos dedos, de forma a não abafar o som com os outros dedos. - A técnica mais clássica é bater com a mão plexora com o dedo plexímetro em contato com o paciente. - No tórax repercute os espaços intercostais, não adianta bater em cima da costela. - Muito utilizado em distensões abdominais, para saber se é gás (intolerância a algum tipo de aleimneto) ou liquido (ascite) d) Piparote: - Pesquisa de ascite volumosas (5 litros) - Nessa técnica o médico necessita de um colaborador que coloca a mão na região da linha média do paciente e o examinador coloca a mão espalmada em um dos lados e percute no lado contralateral. - Essa percussão gera uma onda líquida que atravessa a resistência promovida pela mão do auxiliar na linha média, e se sentida pelo percursor do outro lado configura o que nós chamamos de Sinal de piparote positivo, que é útil em ascite volumosa (5 litros). - É uma manobra que sugere fortemente a presença de ascite, mas que não consegue detectar com grande capacidade ascites de pequenos volumes, pouco usado na prática, pois muito dificilmente uma apresentação de uma ascite de 5 litros causa uma dificuldade diagnóstica tão grande. - Acúmulo de liquido no abdômen se chama ascite, se for acumulo de liquido no tórax é chamado de derrame pleural, se for ao redor do coração é derrame pericárdio. AUSCULTA: - Um ambiente silencioso é essencial para que a ausculta seja eficiente. - O estetoscópio tem duas extremidades, uma que entra em contato com o paciente e a outra que está em contato com o médico. A extremidade que entra em contato com o paciente por sua vez possui dois tipos de forma de recepção sonora: Diafragma (sons agudos) e Campânula (sons graves). - O uso clássico da campanula é na aferição da pressão arterial, deve ser feita idealmente com a campânula, colocada gentilmente na pele do paciente. Adrieli Bertotti -TXXI RACIOCÍNIO CLINICO: - Se vocês solicitarem exames desnecessários fora de um contexto, vocês não terão nenhuma pergunta respondida e quem sabe até uma outra vai surgir depois, o exame tem que responder uma dúvida e não criar outra. - Raciocínio causal: fisiopatologia e anatomia do problema. - Lista de problemas para ter uma visualização geral dos sintomas buscando um diagnóstico. - Se vocês tiverem um paciente na frente de vocês, hoje, com febre, tosse, mialgia, do no corpo e prostração, vocês provavelmente vão pensar no coronavírus, que é o problema mais presente atualmente. Obvio que tem muitos diagnósticos que possuem essas características, mas precisamos pensar no mais provável naquele momento. - RELATO DE CASO: A.L.Z, 46 anos, feminina, Cascavel-PR. Paciente refere dores abdominais e aumento do volume abdominal há 3 meses. Semalívio ou piora identificada. Refere na revisão de sistemas: perda de peso, artralgia em quadril, dispneia, tosse. REG, emagrecida. Nódulo palpável de 2 cm em mama esquerda e redução do murmúrio pulmonar a direita. Lista de problemas: 1. Dor abdominal, 2. Aumento do volume abdominal, 3. Perda de peso, 4. Artralgia, 5. Dispneia, 6. Tosse, 7. Emagrecimento, 8. Nódulo na mama, 9. Redução do murmúrio pulmonar. Diagnostico: Câncer de mama com metástases ósseas, torácicas e abdominais. Outras hipóteses: HIV ou tuberculose, importante ressaltar que um câncer de mama tem predileção de metástase no pulmão, fígado e osso. Conduta correta: boa anamnese, palpação de mama e mamografia. Conduta errada: pedir um ultrassom abdominal, uma sintilografia óssea, uma espirometria, um escarro, uma mamografia e uma fisioterapia pulmonar (pedir vários exames desnecessários para ver qual vai dar alterado). EXAME FÍSICO GERAL - Composto pela inspeção e palpação, o ambiente deve estar confortável e bem iluminado. - VISÃO GERAL DO PACIENTE • Bom estado geral (BEG) • Regular estado geral (REG) • Mal estado geral (MEG) • Caqueixa (Estado extremo de emagrecimento, falta de nutrientes) REGISTRO DOS ACHADOS: - Anamnese e examefísico. - Lista de problemas: sinais, sintomas e achados anormais encontrados até o momento, aquilo que foge da normalidade. - Hipóteses Diagnósticas. - Monte propostas de doenças que podem explicar os problemas acima. - Formule diagnósticos inicias preocupando-se em localizar o problema incialmente. - Coloque os itens (números) que justificam cada hipótese entre parênteses. Adrieli Bertotti -TXXI - ESCALA DE COMA DE GLASGOW • É através dessa escala que é possível mensurar o nível de consciência dos pacientes. • LACO (Lúcido, atento, coerente e orientado) • Escala inicialmente criada para pacientes vítimas de traumas na emergência ou quadros neurológicos, não para pacientes de ambulatório convencional. • Contudo, é utilizada no dia a dia. Baseada em três fatores, baseadas nas respostas oculares, verbais e motoras. Pontuação varia de 3 – 15 (melhor resposta) Escala de Ramsay: escala de sedação, usada em pacientes internados em terapia intensiva que estão sedados para conseguirem se submeter a ventilação mecânica. - Algumas discrepâncias devem ser consideradas como fraqueza, fadiga e desleixo (depressão ou demente). - FALA E LINGUAGEM: • Dislalia: troca de letras • Disfonia: rouca, fanhosa, bitonal • Disatria: voz afastada, lenta, escandida, monótona, é característica de pacientes com AVC ou doenças neurológicas - HIDRATAÇÃO - Desidratação pode ser medida através da variação do peso: • 1 grau: redução de peso de menos de 5% • 2 grau: redução de peso de 5-10% • 3 grau: redução de peso > 10% - A porcentagem refere-se ao peso anterior comparado com o atual. - Clinicamente a forma mais fácil de fazer verificar é pela análise do turgor cutâneo, avidez por líquidos (capacidade de retornar ao estágio inicial/normal). - Exame físico no qual puxa a pele do paciente formando uma prega e solta, se tiver o turgor cutâneo reduzido a prega permanece por mais de 3 segundos após ser liberada, em estados de desidratação. - Contudo, tem falsos positivos, a sensibilidade desse teste e menor em pacientes idosos pois são mais lipossubstitudos e tecido cutâneo menos elástico. - Alguns medicamentos causam ressecamento das mucosas: antidepressivos, benzodiazepínicos. Adrieli Bertotti -TXXI - PESO E ALTURA - Calcula o IMC: classifica o paciente de acordo com seu estado em normal, emagrecido e obeso. - O aumento da circunferência abdominal é um fator de risco cardiovascular. -Pequenas variações de peso devem-se muito mais a variação de liquido do que gordura propriamente dita. - A perda de peso com ingesta elevada normalmente associada a alguma doença: • Hipertiroidismo • Diabetes Mellitus • Má absorção intestinal (Inflamação no intestino impede absorção) • Verminose • Bulimia: episódios de compulsão alimentar ocorre indução de vômitos ou diarreia • Insuficiência pancreática (pâncreas – digestão principal dos alimentos) • Neoplasia • Infecção crônica • Insuficiência renal • Insuficiência cardíaca • DPOC: falta de ar aos esforços; pigarro, tosse crônica com secreção e que piora pela manhã. - NUTRIÇÃO: - Eutrófico: paciente bem nutrido - Desnutrido: mal nutrido, cabelos quebradiços, secos, quedas - Desnutrição de Kwashiorkor: desnutrição proteica, a carência de proteínas diminui a pressão coloidosmotica pós-capilar que faz com que o liquido volte para a circulação. - Marasmo: desnutrição proteica e de calorias (carboidratos). Síndrome de Cush - Circunferência abdominal aumentada; - Estrias abdominais violáceas que são estrias gravídicas de mulheres que tiveram distensão abdominal; - Tronco com volume aumentado; - Pequena estrutura de membros inferiores para sustentar, poucos músculos. - Rosto inchado e avermelhado, espinhas e acne. - Problema na suprarrenal (excesso de hormônios corticoides). - Pode ser causado por: tumor produtor de corticoides, excesso de produção da suprarrenal que pode ser autoimune ou neoplasia pulmonar (secreta ACTH lac) - Um paciente internou com fratura de colo de fêmur, rosto cunshingoide ou em lua cheia, com estrias e maior disposição de gordura abdominal, sobre as medicações de uso diário, disse que tomava 20g de prednisona por dia há 30 anos porque referia dor na coluna. Ele estava com sintomas de excesso de corticoides e por isso os ossos ficaram fracos, teve a fratura. - Isso é mais comum em mulheres devido a menopausa pela perda de massa óssea acompanhada de aumento de peso. Adrieli Bertotti -TXXI - DESENVOLVIMENTO FÍSICO: - Influências hormonais e de crescimento geram características de falta ou de excesso de crescimento. Tanto a falta como o excesso de crescimento podem se desenvolver em diferentes fases e em diferentes patogenias. a) Nanismo hipofisário Características proporcionais de tronco, membro e cabeça pequenos. Todo pequeno. b) Nanismo acondroplásico Tronco de proporção razoável com membros muito pequenos. Cartilagem de crescimento não se desenvolver de forma harmônica. c) Gigantismo Excesso de crescimento que ocorre antes do fechamento da fise de cresciemtno. d) Acromegalia Excesso de crescimento que ocorre após do fechamento da fise de crescimento. - ATITUDE DO PACIENTE: - É a postura do paciente no leito. Pode ser: - Atitude ativa: paciente movimenta-se para melhorar algo até a respiração • Paciente com pedra no rim, não para quieto por conta da dor. • Paciente com pneumonia ou alguma infecção grave no pulmão direito, encolhem-se do lado direito para deixar o lado esquerdo ventilar. • Paciente com falta de ar (enfisema) apoia os braços/cotovelo na cadeira/mesa, faz com que a musculatura acessória da respiração tenha inversão da origem, facilita a abertura do gradil-costal, aumenta o diâmetro torácico e facilita o movimento das costelas, favorece a ventilação. Pessoas que fumam muito sempre sentam e apoiam os braços para melhorar a respiração. - Atitude passiva: paciente fica quieto, do jeito que você largar, ele fica. • Paciente com apendicite deita na cama, traz a coxa direita em direção ao corpo, se encolhe e fica quieto. - Antálgica/Pressima ou metana: posição para evitar dores • Pacientes com pancreatite ou pericardite aguda pois diminui a pressão da parede torácica para cima desses órgãos que estão doendo. - Atitude indiferente: se a posição é variada e não parece agregar dados - Atitude ortopneica: para melhorar a respiração - Atitude genupeitoral: pericardite, derrame pericárdico - Atitude parkinsoniana: cabeça semi-fletida, passos curtos - Decúbito: lateral D/E, dorsal, ventral Adrieli Bertotti -TXXI TIPOS DE FACEIS Hipocrática - Presença de traços afiliados. - Olhos fundos, parados e sem expressão. - Palidez cutânea e discreta cianose labial. - Nariz fino e batimentos das asas do nariz. - Câncer, Tuberculose - Insuficiências (renal, hepática, respiratória, cardíaca). Adenoidiana - Boca entreaberta, nariz pequeno e afiliado - Palato ogival – palato maior - Hipertrofina de adenoides - Dificuldade para respirar Leonino - Espessamento da pele e dos traços - Raros/nenhum pelo - Madarose e nariz largo - Hanseníase: nem todas causam essa alteração de pele, mas quando houver é o rosto do portador. Os portadores de forma mais graves, pela reação do bacilo possui esse espessamento da pele. Parkinsoniana - Fisionomia fixa - Expressão de espanto - A cabeça se inclina um pouco para frente - Olhar fixo, supercílios levantados e fronte enrugada. - Doença de Parkinson Basedowiana - Exoftalmia (olhos salientes/ para fora) e brilhantes - Rosto fino - Expressão de espanto e ansiedade - Bócio e hipertireoidismo Mixedematosa - Rosto arredondado, cabelo seco e sem brilho - Nariz e lábios grossos- Pele seca e espessa com acentuação dos sulcos - Pálpebras infiltradas - Expressão de apatia e desanimo - Hipotiroidismo Acromegálica - Arcadas supraorbitárias salientes - Maxilar inferior maior - Aumento de orelhas, nariz e lábios. - Olhos aparentemente pequenos porque a face está maior - Tumor de hipófise Cunshingóide OU Lua cheia - Rosto em lua cheia - Rosto avermelhado, com acne - Tumor de adrenal e Sindrome de Cush Mongolóide - Olhos alongados e espaçados (epicanto) - Rosto redondo e boca entreaberta - Trissomia do 21 (sídrome de down) Miastênica - Ptose palpebral - Testa franzida e cabeça erguida - Miastenia gravis: no decorrer do dia os olhos vão caindo por ser movimentos repetitivos (padrão decremental) - Teste: no falar ele fica fanho e não consegue levantar o olho. Esclerodérmica/de múmia - Imobilidade fácil e afiliamento do nariz - Pele apergaminhada e repuxamento de lábios - Esclerodermia: é uma doença reumatológica, todo o corpo perde a capacidade de distensão, morre de insuficiência respiratória porque o tórax não distende. - Para referir que a pessoa não possui nenhum problema de saúde, chama-se em latim: compósito Adrieli Bertotti -TXXI - Um paciente após ter uma infecção viral o sistema imune pode atacar o próprio corpo, podendo desenvolver uma Tireoidite de Hashimot ou também conhecida como tireoidite linfocítica crônica, os sintomas são: voz mais grossa como a de um disco em baixa rotação, mixedema (edema duro no pescoço), diminuição do apetite e alterações menstruais. Pode gerar hipotireoidismo ou hipertireoidismo. - MUCOSAS - Se avalia a umidade, coloração e a presença de lesões - Avaliação em cruzes: +, ++, +++, ++++ - Não existe regra. A classificação é feita pela ótica/critério do avaliador. - A análise de mucosas, por meio da oroscopia permite identificar lesões violáceas na boca que podem ser extravasamento de sangue, intoxicação por anticoagulantes ou doenças hematológicas (leucemia, linfoma diminuindo a produção de plaquetas, tornando o sangue mais fluido). - Lesões como metástases de melanoma. - Coloração de mucosas em icterícias muito avançadas devido a insuficiência hepática e alterações relacionadas a hipoxemia, que gera mucosas violáceas. - PELE E FÂNEROS - Avaliar a cor, textura, espessura, temperatura e a presença de lesões/alteração de sensibilidade. - Pálida segmentar ou generalizada (pode aparecer em pacientes anêmicos). - Amarelada (hipercarotenemia) - Eritema heliotropo ou dermatomiosite: abrange região dos olhos, pode ser causada por vírus, drogas e auto-imune, considerada doença idiopática. - Eritema malar: característico de lúpus e rosácea, inclui asa nasal ou asa de borboleta. - Eritema infeccioso/ quinta doença/ megaloeritema epidêmico: é uma doença exantemática (provoca erupções vermelhas) infecciosa, benigna, causada pelo parvovírus humano B19, - Eritema palmar: característico de cirrose, gravidez, o hipertiroidismo e as malignidades hematológicas. • Cor amarela: excesso de betacaroteno • Cor vermelha: insuficiência hepática Heliotropo (Dematomiosite) Eritema malar Eritema infeccioso Eritema palmar - Teste do enchimento capilar de 3 segundos: apertar a ponta do dedo e soltar, o dedo tem que voltar a coloração normal em 3 segundos. • Se demorar mais de 3 segundos, pode ignificar uma dificuldade circulatória, choque circulatório, paciente hipotenso ou também uma anemia. Adrieli Bertotti -TXXI - CABELOS - Alopecia (queda de cabelo) masculina/feminina. - PELOS - Hipertricose: Ocorre a troca de pelo velus por pelos terminais - Doença genética rara – Doença do lobisomem - Hirsutismo: doença exclusiva feminina, caracterizada pelo desenvolvimento de pelos em áreas não esperadas. É um achado da síndrome dos ovários policístico que faz parte das síndromes de resistência à insulina. - UNHAS - Baqueteamento digital: • O ângulo formado da lâmina ungueal e a parte proximal da falange distal do primeiro dedo tem que ser menor que 180º. • Quando passa dos 180º os dedos assumem o formato de baqueta de tambor. • Em inglês, escreve-se CLUEBING, e cada uma dessas letras significa uma causa, pode ser: defeito congênito, doença pulmonar, colite ulcerativa, má absorção gastrointestinal, uma neoplasia (linfoma) mas pode ser algo indolente (sem significado). • Se um paciente tem doença pulmonar obstrutiva crônica e apresentar um baqueteamento digital, não é evolução do DPOC, ele pode ter um câncer no pulmão ou outra coisa por exemplo linfoma de hodckin (é um tipo de câncer do sistema imune em que ocorre inchaço dos gânglios linfáticos). - Beau: • Quimioterapia/Drogas • Formação de sulcos nas unhas, falhas do crescimento da matriz ungueal. • Normalmente por deficiência na matriz por falta de nutrientes. • Na quimioterapia, dá para contar quantas secções o paciente fez porque fica as linhas. - Lidsay • Insuficiência renal crônica • Metade da matriz ungueal esbranquiçada e a outra metade distal mais natural - Terry • Insuficiência cárdiaca crônica/Insuficiência hepática • Banda escura na parte distal da unha Adrieli Bertotti -TXXI - TECIDO CELULAR SUBCUTÂNEO, ESTRUTURAS SUPERFICIAIS E MUSCULATURA - Enfisema subcutâneo • Palpação: crepitação característica • Gás embaixo da epiderme • Comum em pacientes em UTI com dreno de tórax ou ventilação mecânica • Bactérias produtoras de gás ou pneumotórax – raro • Quando os pacientes fazem procedimentos torácicos, se coloca um dreno e embaixo da pele começa acumular uma quantidade grande de gás, formando o enfisema subcutâneo quando aperta sente bolhas de gás que dissolvem por meio da palpação. - MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS - Parkinson: tremor intrusivo do lado esquerdo, que evolui para movimentos mais amplos. Era chamado antigamente de “Tremor em contar moedas”, tremor finos. - Coreia: amplo, involuntários, rápidos, sem propósito. Doença neurodegenerativa sem cura, normalmente os pacientes acabavam morrendo de infecções de repetição. - Atetose: lentos, reptiliformes. Pode ser causada por algumas medicações psiquiátricas como efeito colateral (mais frequente). Como se o braço fosse uma cobra. - Flapping: característica de insuficiência hepática ou renal/uremia, pode ser causado ou ser espontâneo. Pedir pro paciente estender a mão, puxa para trás e solta, a mão vai voltar tremendo. - Mioquinias: tremor na pálpebra inferior causada geralmente por cansaço, não tem relevância. - A esclerose sistêmica há deposição de compostos amilóides cerebrais e os órgãos do corpo começam a perder função. Começa esquecer de algumas coisas, ter contrações musculares inesperadas, está dormindo ocorre um chilique na mão ou na perna. - Um exemplo é a Síndrome de Tourette ou Ruperti é quando a pessoa está falando normalmente e tem um tique que faz ela aumentar o tom da voz (como se fosse um grito), depois volta ao normal. Podem falar palavrões também. - Convulsão clássica: se chama episódio tônico clônico generalizado (Corpo todo). O movimento pode ser tônico: tônus, firme, intenso ou clônico: que se repete. - Tetania: apenas tônicas (firme), são espasmos musculares. - Sinais da hipocalcemia: • Quando a pessoa tem hipocalcemia o estado de repouso e limiar de ação fica muito próximo, o examinador percute o nervo facial do paciente, e essa percussão dispara o nervo e ocorra uma contração desse local fazendo o reflexo da musculatura da face. • Por que um paciente não tem cálcio no organismo se o esqueleto é feito de cálcio? Provavelmente a paciente fez uma tireodectomia total com a retirada das paratireoides junto, sem reposição de cálcio via oral. • Sinal de Trousseau: contração das mãos • Sinal de Chvostekou Weiss: percussão do nervo facial e contração facial Adrieli Bertotti -TXXI - CADEIAS LINFÁTICAS: - Os linfonodos devem ser palpados pois são sedes de muitas doenças. - Os linfonodos cervicais estão na região do pescoço que começa na região anterior da orelha, passa pela face anterior do musculo esternocleidomastoideo. - Na parte posterior da cabeça, região occipital, tem linfonodos que drenam para o couro cabeludo, as vezes quando faz a pintura do cabelo pode gerar um aumento dos linfonodos. - Linfonodos supraclavicular e intraclavicular que drenam para o pulmão e mama. - Linfonodos axilares que fazem a drenagem para as mamas. - Linfonodos inguinais fazem a drenagem de membros inferiores, casos de tumores de reto com metástase. - Em casos raros de leucemia tem aumento dos linfonodos poplíteos. - No ângulo da mandíbula, tem um linfonodo denominado tonsilar, que inflama quando o paciente tem amigdalite. - DETALHES: localização, tamanho, consciência, mobilidade e pele adjacente (linfonodo inflamatório ou tumoral). - Sobre a consistência no momento da palpação, pode ser fistulas em casos de tumor benigno/micoses, duro em casos de neoplasia e se a pele estiver vermelha pode ser adenite (inflamação). - VEIAS SUPERFICIAIS: Relato de caso: Paciente feminino, 60 anos, chega no consultório se queixando que quando tomava banho sentiu um linfonodo axilar aumentado. Hipóteses diagnósticas: - Infecção (p.ex: tuberculose, inflamação decorrente de depilação) - Metástase de câncer de mama - Linfoma (tumor primário do linfonodo) Conduta: - Se a paciente não tiver febre, solicitar um hemograma normal. - Palpar os linfonodos da região cervical/pescoço, da axila, supra e infra-caviculares e inguinais. 1) Mamografia – confirmar ou refutar o câncer de mama 2) Biópsia Se possível excisar o linfonodo inteiro porque o patologista precisa saber onde está a lesão no linfonodo (hilo, região periférica, células do manto, se tem extensão extra capsular) Resultado: Carcinoma (tumor maligno) à Exclui a possibilidade de Linfoma (benigno) 3) Imunohistoquímica – identificar o local de origem do tumor Adrieli Bertotti -TXXI Direção Determinar o sentido do fluxo de uma veia varicosa à Técnica da ordenha venosa que consiste em juntar os dedos indicadores no trajeto de uma veia varicosa, apertar e afastar. Ao fazer isso, o espaço entre os dedos fica sem circulação. Depois deve tirar um dedo e manter o outro firme, se o sangue voltar a circular indica o sentido do fluxo. Calibre - Flebite: inflamação na veia., é um estado doloroso, até febril, causado por uma infecção venosa, muito associada a punções. Pacientes que fazem punções venosas de repetição, colhem exames, fazem quimioterapia, podem inocular um microrganismo e gerar uma flebite. - Varizes - Circulação colateral: sinuosas, assimétricas e fora da anatomia esperada - Braquicefálica: rara, amento das veias torácicas antero-superiores e cervicais, sentido do fluxo venoso é do pescoço em direção ao ombro e da região torácica em direção ao pescoço. - Cava superior: comum, toráco-abdominal, câncer de pulmão e doenças do mediastino, sentido do fluxo venoso é da região lateral para ao centro e crânio-caudal. - Cava Inferior: abdomino-torácica, sentido do fluxo venoso é caudo-cranial. - Porta ou cabeça de medusa: sentido do fluxo venoso é umbélico-fugal, pode ter ascite associada, da região do umbigo para fora. Importante na insuficiência hepática em que ocorre trombose de veias. - EDEMA: - Excesso de líquido acumulado no interstício ou intracelular. - Distensão do tecido subcutâneo e as pregas cutâneas menos evidentes. - É utilizado a digito-pressão conhecido como Sinal de Godet ou Cacifo. - É comum quando a pessoa tem falta de proteína, insuficiência cardíaca esquerda, insuficiência renal. - Edema localizado ou restrito: pode ser bilateral • Varizes • Trombose venosa profunda: coágulo que se forma dentro da veia e dificulta o retorno sanguíneo • Obstrução linfática • Postura • Edema de membros inferires, nunca será doença arterial porque as artérias são um sistema de entrada, será doença venosa ou linfática porque são sistemas de retorno. - Edema generalizado: se distribui pelo corpo todo Adrieli Bertotti -TXXI • Síndromes glomerulares: matinais, peri-oculares, porque se o rim não filtra o liquido, acumula e edemacia. Isso ocorre na proteinuria, em doenças renais. A perda de proteínas diminui a pressão coloidosmotica pós-capilar, isso faz com que o liquido que passa no espaço pré-capilar em alta pressão, caia no interstício e não seja reabsorvido no espaço pós-capilar. • Insuficiência cardíaca: gravitacional, a diminuição da capacidade contrátil do coração, reduz a ejeção de sangue no glomérulo renal e isso ativa os mecanismos compensatórios, que aumentam absorção de líquidos e aumentam a pressão, volume circulatório. • Cirrose hepática: ascite, a insuficiência hepática gera edema também porque o fígado é o único órgão que produz proteínas. A hipoalbuminemia surge como reflexo da insuficiência hepática. • Desnutrição proteica • Fenômenos alérgicos • Gravidez • Medicamentos - Intensidade do edema: tabela ao lado • Dividido em cruzes + a ++++ • A deformidade que causa na pele é chamada de fóvea ou cacifo. - Consistência (mole/duro), elasticidade: (elástico/inelástico) e pele adjacente: normal, quente, fria FEBRE - Cronologia e sintomas associados, alguns medicamentos podem mascarar febre. - Importante perguntar se o paciente realizou alguma viagem ou teve contato com pessoas doentes - Intensidade: Febrícula (até 37,5º C) Moderada Alta ( > 38,5º C) - Causas de febre mais comuns: • Infecção • AVC (febre de origem central), Hipertermia neurogênica, Lesão da Medula • Neoplasias: pulmão, rim, linfomas (sintoma B), fígado ou melanoma. • Medicamentos: ansiolíticos, diuréticos, anticonvulsivantes - Hipotermia: • Menor que 32 graus • Causas: hipotiroidismo, sepse, coma diabético, drogas, álcool e infecções severas. • POSTURA EM PÉ - Quando a gente nasce, temos a curvatura primária e quando crescemos temos a curvatura secundária. - Cifose: aumento da curvatura primária da coluna (para frente) - Lordose: aumento da curvatura secundária da coluna (para trás) - Gestantes à Lordose fisiológica associada com a marcha anserina. - Escoliose desvio lateral da coluna, pra esquerda (destroconvexo) ou direita (levoconvexo). BIOTIPO: Adrieli Bertotti -TXXI - Variam de acordo com o ângulo de Sharpey, formado pelo ângulo das últimas costelas. - O panículo adiposo é o tecido com gordura embaixo da nossa pele que protege as visceras. Brevelíneo Mediolíneo ou Normolíneo Longilíneo São indivíduos do tipo curto, hiperestêmico e picnico, com membros curtos, tórax alargado, abdome globoso, pescoço curto e grosso, panículo adiposo e baixa estatura, desenvolvido, ângulo de Charpy maior que 90° - Enfisema pulmonar é mais frequente nesse biotipo. São indivíduos do tipo intermediário e normal, com equilíbrio entre membros e tronco, desenvolvimento harmônico entre a musculatura e o panículo adiposo e ângulo de Charpy igual a 90° São indivíduos altos, magros, pescoços finos e alongados; há predomínio dos membros sobre o tórax; possuem tórax afilado e chato; musculatura e panículo adiposo escassos e ângulo de Charpy menor que 90°. TIPOS DE MARCHAS Ceifante, Hemiplégica, Helicoidal ou de Tood - Membros inferiores afetados descreve um semicírculo (180º) sem flexionar o joelho. - Movimento de arrasto e membros superiores inclinado 90º junto ao tronco. - Mão pronada, o braço fica junto ao corpo - O equilíbrio do pacienteestá do lado saudável. - Geralmente, utiliza andador ou bengala. - Característico de pacientes com AVC. Anserina ou ganso - Lordose oscilante: pélvica e das coxas. - Típica de gestante no final da gestação: pernas mais abertas - Não é patológica em todos os casos. Parkinsoniana - Passos curtos e rápidos (presos no chão), braços travados - Ausência de propriocepção. - Não tem confiança/coragem de dar passos grandes. Medo de cair. - Para melhorar o ponto g (gravitacional), o paciente inclina o tronco para frente e olha para baixo. Cerebelar ou Atáquisia ou Marcha de ébrio - Ziguezagues, cambalear - Andar de bêbado (ébrio) - Caminha com um pé na frente do outro, encostando sempre o tornozelo de um pé na ponta do outro pé Tabética - Olhar fixo no chão, caminha batendo os pés no chão com força (neuro-lues). - Característico na sífilis terciária (tabes dorsalis) - Incomum. - Pode ser tornar comum pois o mercado está desabastecido de penicilina Adrieli Bertotti -TXXI Pequenos passos - Marchinha. - Paralisia pseudo-bulbar Vestibular - Lateropulsão para o lado afetado - Falta de equilíbrio Claudicante - Claudicar = mancar - Caminha-dói-para. - Característico de pacientes com insuficiência arterial de membros inferiores. - Quando o paciente caminha muito, o influxo adicional de sangue não ocorre, o membro se torna isquêmico e começa a doer. Ele para, a dor diminui e volta a caminhar. - Pacientes inventam paradas sem propósito Espástica ou Tesoura - Cruzamento de membros inferiores - Pacientes com paralisia cerebral (mais comum em crianças) Escarvante ou Pé caído - Caminhar arrastando a ponta do pé (pé caído) - Causada por lesão/inatividade do flexor dorsal do pé ou ineficácia do nervo fibular longo. - O músculo flexor dorsal do pé é responsável por levantar o pé quando caminhamos. - No consultório o paciente normalmente está com a ponta do sapato desgastado de tanto arrastar no chão. - Marcha Escarvante Paraneoplásica: se o paciente tem um câncer de pulmão e uma secreção exagerada a partir do tumor de reguladores de calcitonina, o paciente começa a ter múltiplas áreas de fragilidade óssea que podem culminar em uma fratura, é uma ação indireta do tumor. A Síndrome de Chusing pode ocorrer como uma síndrome paraneoplásica de câncer de pulmão porque as células tumorais se transformam em uma célula produtora de cortisol ou estimulam a suprarrenal, mimetizando o ACTH. Hipotireoidismo neonatal ou cretinismo - Achados clínicos: boca entreaberta, macroglossia: crescimento anormal da língua, inchaço, cabelo ralo e estigmas de retardo mental. - Atualmente, é incomum devido ao teste do pezinho. Se a criança nasce com hipotireoidismo, é feita reposição de Levotiroxina e ela não desenvolve o retardo mental que é irreversível. Adrieli Bertotti -TXXI SINAIS VITAIS - Os sinais vitais são compostos pela: frequência cardíaca, pressão arterial, frequência respiratória e temperatura. - Agora com o COVID adotou-se um quinto sinal, que é a saturação. - FREQUÊNCIA CARDÍACA - Pulso radial que se localiza na face lateral do punho, deve-se posicionar o dedo indicador e médio, jamais o primeiro dedo polegar devido a vascularização. - Se o paciente der entrada com parada cardíaca, não se aferre a pulsação periférica, somente a central como por exemplo inguinal e carotídeo. - Se for rítmica (mesmo ritmo e mesmo compasso): conte 20 segundos (x3) / 30 segundos (2x). - Se for arrítmica (ritmos diferentes) conte os 60 segundos. - A frequência cardíaca normal é de 60 a 100 batimentos por minuto, mas pode variar conforme a idade da pessoa (tabela ao lado). - O uso de medicações cronotrópicas negativa faz o coração bater com frequência menor e quando é inotrópico negativa faz o coração bater com menos força. Um exemplo são os betabloqueadores que tem os dois efeitos. - A adrenalina é inotrópica e cronotrópica positiva porque aumenta a frequência e o coração bate com mais força. Um exemplo é o fenoterol, conhecido como berotec é usado para fazer a dilatação brônquica e possui esses efeitos colaterais. - Bradicardia • Quando a frequência cardíaca está menor que 60 batimentos por minuto. • Causas: febre, dor, hipotireoidismo, anemia, atividade física, hipotermia, arritmias, álcool (o excesso e a abstinência) e nicotina. • Atletas têm capacidade de extração de oxigênio pelos tecidos periféricos aumentada que o coração pode bater em uma frequência menor do que normalmente bateria. Um atleta nadador tem uma frequência cardíaca de 40-45 batimentos/minuto. • Nem sempre é um processo patológico. • Hipertensão Intracerebral (HIC): em casos de politraumatismos e no exame físico está bradicárdico, sem sangramento evidente, pode ser hipertensão intracraniana. O problema disso é se ocorre herniação do tronco cerebral pelo aumento da pressão que gera a morte. - Taquicardia • Quando a frequência cardíaca está maior que 100 batimentos por minuto. • Febre, dor, hipertireoidismo, anemia, exercício, hipovolemia, álcool, nicotina) - Obs: • Extrassístole: batida cardíaca precoce seguida de uma pausa compensadora • Fibrilação atrial: ritmo irregularmente irregular (irregular na palpação e ausculta). • Adrieli Bertotti -TXXI PRESSÃO ARTERIAL - Esfingmomanômetro de tamanho correto porque não pode ser o mesmo que se usado em crianças, adultos, obesos mórbidos. Os manguitos, aquela parte de tecido, vão ter tamanhos diferentes (proporcionais). - 30 minutos antes do exame à sem cafeína e cigarro e 5 minutos antes do exame à repouso, sala silenciosa. - Deve verificar a pressão arterial inicialmente nos dois braços. Se houver diferença, deve seguir a medição no braço que tem pressão mais alta. - Manter o braço na altura do coração (4º espaço intercostal). - Manguito 3 cm acima da prega anterior do cotovelo. Método para aferir a pressão: - A região onde fica o manguito deve ficar na mesma altura do precordio, e prega antecubital deve ficar exposta. - A face interna da prega antecubital será utilizada para colocar o estetoscópio. - Cuidado para não colocar o manguito muito para baixo, pois se não vão cobrir a prega antecubital. - Não usar a técnica de isquemia induzida do braço para fazer a aferição da pressão arterial. 1º) Colocar o manguito no braço do paciente, insuflar, e enquanto estiver insuflando, palpar o pulso radial. Em um determinado momento o pulso radial vai sumir (pressão sistólica – “alta”). 2º) Insuflar aproximadamente 20 mmHg além da pressão sistólica e colocar o estetoscópio no ouvido e a campânula na face interna da prega antecubital. 3º) Soltar lentamente (2-3 mm/seg) a válvula para saída do ar até o “0 mmHg” 4º) Registrar a primeira e a última batida Obs: Caso o paciente tenha alguma contraindicação para aferição da pressão arterial, o braço não deverá ser utilizado. Na oncologia, os pacientes que tenham feito linfadenectomia axilar ampla (geralmente por câncer de mama porque pode causar uma inflamação) e da parte renal, os pacientes que tem fístula arteriovenosa no membro. Tabela de pressão arterial (precisa saber) Primeiro som: pressão sistólica Segundo som: pressão diastólica Considerar o pior valor, se o paciente tiver uma pressão 130/100 ele é considerado um hipertenso estágio 2. É importante saber o estagio porque no estagio 1 é indicado monoterapia anti- hipertensiva, já no estagio 2 precisa associar dois anti- hipertensivos. Adrieli Bertotti -TXXI Hiato auscultatório: - É uma fase em não é possível escutar, precisa ser registrado, um exemplo de registro: a pressão 150/70 (110-90),isso significa pressão arterial (intervalo do hiato auscultatório) - É um indicio de aterosclerose, em que as artérias estão enrijecidas pelo processo aterosclerótico não permitem a vibração ocorrer com a intensidade que se esperaria. - Causada pela oclusão ou acentuada estenose da artéria subclávia. Coarctação da aorta: - Doença que causa o estreitamento da aorta em determinado ponto, geralmente na porção torácica, isso faz com que as artérias que nutrem os membros superiores, tronco braquiocefalico, tenha uma pressão maior (pulso forte) e os membros inferiores que são nutridos pela porção abdominal da aorta recebam menos sangue e por isso, tem uma pressão menor (pulso fraco). - O grande problema da diminuição da perfusão nos membros inferiores é o rim que faz a homeostasia. - O ventrículo esquerdo joga sangue para o arco da aorta que vai para a aorta abdominal, se tiver a coarctação da aorta, esse sangue que vai ir para os rins será em quantidade pequena, isso faz com que o sistema renina-angiotensina-aldosterona seja ativado para compensar a hipoperfusão renal, por isso começa a reabsorver de sódio, aumento de água e de pressão arterial por consequência. Esse aumento da pressão arterial, retorna ao coração, que bate com mais intensidade. - Isso pode acontecer por malformação cardiovascular (5-8%) e causa de hipertensão arterial sistêmica (HAS) secundária porque temos um aumento de pressão provocado pelo sistema renal na tentativa que compensar a diminuição do sangue que chega no rim. - Suspeita clínica: hipertensão em membros superiores com pulsos fracos e pressão reduzida em membros inferior, alternância de pulsos em hemicorpos superiores e inferiores, hemicorpo superior é hiperdinâmico e o pulso é amplo, e o hemicorpo inferior é hipodinâmico e o pulso baixo. Relato de caso: um indiozinho tinha pressão alta somente nos membros superiores (pulso forte), nos membros inferiores era uma pressão normal (pulso fraco) e foi diagnosticado com Coarctação da aorta. - Os índios casam entre si, esse casamento consanguíneo gera doenças que não são tão prevalentes porque os genes começam a se repetir e tem maior prevalência das doenças ligadas ao sexo - O tratamento NÃO deve ser um anti-hipertensivo porque piora o problema, o correto é fazer uma cirurgia para colocar um stend cardíaco para desfazer a área de obstrução e a distribuição do fluxo vai ocorrer normalmente. Adrieli Bertotti -TXXI Insuficiência ou regurgitação aórtica: - Quando você continua escutando o som diastólico até o 0 mmHg. - É a incompetência da valva aórtica que causa fluxo reverso da aorta ao ventrículo esquerdo durante a diástole. Dissecção da aorta ou síndrome roubo da artéria subclávia: - Quando vocês notarem uma diferença superior a 15 mmHg entre os membros superiores. - Causada pela oclusão ou acentuada estenose da artéria subclávia. Hipotensão postural: - A variação da pressão sistólica maior que 20 mmHg medida no paciente deitado e em pé. ou seja, é a queda excessiva da pressão arterial quando assume a posição ortostática. - Exemplo: a pressão arterial sistólica medida deitado é igual a 110 e em pé 135. - Geralmente em idosos, fica tonto quando levanta rápido. FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA - Análise: frequência, ritmo, profundidade, esforço. - É contada de forma espontânea, em algum momento do exame físico, sem o paciente perceber. - Normal: 16 a 21 inspirações por minuto. - Em criança é bem maior (44 respirações/minuto) - Se o paciente estiver usando musculatura acessória, aerofagia (engolir ar) ou com batimentos da asa do nariz isso representa dificuldade ao respirar. - O pH sanguíneo fica entre 7,35 e 7,45 que é aferido por meio da gasometria arterial, a regulação do pH ocorre por meio de dois sistemas: pulmão ( pela PCO2 que é de 35 a 45) e rim (através da excreção de bicarbonato que é o HCO3- que fica entre 21 e 28. - Quando o paciente estiver com uma respiração profunda e acelerada, o CO2 sai rápido do corpo através do pulmão por meio da PCO2, então se o pulmão eliminar muito CO2 vai gerar uma alcalose, e se o pulmão reter o CO2 somado com a água vai gerar uma acidose. O rim reage através da reabsorção e excreção de HCO3 (bicarbonato). Na reabsorção estamos retendo base e gerando uma alcalose e na excreção estamos eliminando base e gerando uma acidose. - Uma doença que causa acidose metabólica é a cetoacidose diabética, em casos de Diabetes Mellitus (DM) e o paciente vai ter a respiração de Kussmaul. Além disso a pessoa vai ter hiperglicemia, desidratação e hálito cetonico. - Em casos de intoxicação endógena por ácido acetilsalicílico, quando as pessoas tentam suicídio através da ingesta excessiva de AS, a pessoa vai ter um quadro de acidose. Nesse caso, a aspirina é um anti- agregador plaquetário que fica no corpo de 7 a 10 dias, por isso, a pessoa pode ter sangramento em qualquer local. - Um paciente com uma doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) tem muita dificuldade de jogar o ar para fora do pulmão, ele inspira bem, mas expira mal. Comum em pacientes que fumam muito por vários anos. Percebe-se que o tempo inspiratório seja mais prolongado. Comum ver eles fazem um “bico” para expirar porque melhora a Pressão Expiratória Final Positiva (PEEP) que abre os alvéolos. - Respiração em um paciente normal: processo de inspiração é ativo a partir do nervo frênico (C3,C4 e C5) que contrai o diafragma, diminui a pressão intratorácica e o ar entra, já a expiração é um processo passivo, é só relaxar os músculos. O alvéolo abre no inicio da ventilação e permanece semiaberto na expiração. Adrieli Bertotti -TXXI CLASSIFICAÇÃO DAS OSCILAÇÕES RESPIRATÓRIAS: Normal - A respiração possui a fase de ascensão (inspiração), a fase de platô (apneia) e a fase decrescente (expiração). - A fase expiratória é um pouco mais longa que a inspiratória. Taquipneia - É a aceleração da frequência respiratória, acima de 21 mpm, as inspirações e expirações quase na mesma intensidade. - Causas: acidose metabólica, atelectasias, Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), acúmulo de secreção traqueal, obstrução das vias aéreas artificiais, dor e hipoxemia. Hiperpneia - É uma respiração mais profunda, está relacionada com a intensidade não com a frequência. - É o aumento da profundidade da respiração. - Causadas principalmente por acidose metabólica (comum), coma, infarto agudo do miocárdio, lesão de ponte e ansiedade Bradipneia - É uma respiração mais lenta, pode ocorrer em casos de intoxicação por substâncias sedativas como os opioides. - Paciente politraumatizado a pressão intracraniana da bradicardia e da bradipneia. - Está relacionada à depressão do sistema nervoso central (SNC), muitas vezes induzida por drogas e traumas. Kussmaul - Inspirações profundas seguidas de pausas e expirações curtas seguidas de pausas. - Composta por quatro fases: inspirações ruidosas, apneia em inspiração, expiração ruidosa e, finalmente, apneia em expiração. - Casos de coma diabético Obstruída - Paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) tem um aumento significativo da fase expiratória, o problema é no soltar o ar (fazem força). Cheyne- Stokes - Taquipolipneia em crescente, seguida de uma normalização, e uma apneia a seguir - Pacientes grave com dano cerebral (respiração agônica) - Causas: AVE, traumatismo cranioencefálico (TCE) e intoxicação por morfina. - Observam-se diminuição do tônus do paciente, pupilas mióticas e resposta mínima a estímulos externos. Suspirosa - É normal, consiste na presença de inspirações profundas, esporádicas, em meio a um ritmo respiratório normal. - Ela se manifesta, em geral, em indivíduos com distúrbios psicológicos devido a umeventual quadro emocional ou de mudança de humor mais agudo. Biot ou Atáxica - É uma respiração de amplitude variável com períodos de apneia. Com inspirações profundas esporádicas. - Respiração anárquica, sem nenhum tipo de regra - É causada por lesões cerebrais difusas, depressão do centro respiratório, lesão medular e compressão do bulbo Gasping ou agônica - Parece que o paciente engole o ar, “fome de ar”. - Apresenta movimentos assincrônicos não efetivos, altas amplitudes de curta duração com períodos de apneias. - Pacientes com lesão isquêmica de tronco cerebral ou em parada cardiorrespiratoria(PCR) -------- fase final de vida Adrieli Bertotti -TXXI TEMPERATURA - Temperatura Axilar é a mais fácil. - Temperatura Retal é a mais fidedigna, mas não é utilizada na prática, mais utilizada em crianças. - Atualmente, existem equipamentos de medição de temperatura que conseguem medir a distância, sem precisar encostar no paciente, com infravermelho. Não é tão eficiente - É normal ter uma variação de temperatura ao longo do dia, isso se deve aos corticoides endógenos. O corticoide diminui as prostaglandinas e leucotrienos. - Hipertermia: aumento da temperatura não-mediado por citocinas pirogênicas. Exemplo: Insolação - Ritmo circadiano: 36,3º as 7h00 e 37,3º as 16h00 FEBRE ³ 37,8º c Tipos de febre: - Febre Persistente • Sempre acima de 37,8º • Sem oscilações • Exemplo: Febre Tifóide, amigdalite e infecções bacterianas. - Febre Remitente: • Sempre acima de 37,8º • Com oscilações > 2 graus - Febre Intermitente: • Exagero no ritmo circadiano, com febre ao final da tarde - Febre Recorrente: • Mais de 1 dia sem febre. • Exemplo: malária, linfomas Adrieli Bertotti -TXXI SINAIS E SINTOMAS MAIS COMUNS - Sinal: objetivo, notado pelo observador, verificado, porem as vezes pode ser confusa a definição. - Sintoma: subjetivo baseado na informação, anormal e não sentido pelo observador, referido. - Síndrome: conjunto de sinais e sintomas que ocorrem associados, podem ter diferentes causas e ocorrer em diferentes patologias. - Diagnóstico: qualificação de um médico em relação a uma doença ou condição física ou mental com base nos sintomas observados, é composto pela anamnese com o exame físico associado quando necessário usar a propedêutica laboratorial e de imagem para chegar em um diagnóstico e prognóstico. - A propedêutica é um conjunto de informações que foram retiradas do paciente, montando um quebra- cabeça para fechar um diagnóstico. Alguns sinais e sintomas são bastante frequentes: dor, febre, tosse, cefaleia, nucalgia. DOR - A dor é o sintoma mais comum na pratica médica, constituindo-se de componente sensorial, cognitivo e afetivo-motivacional. Normalmente associada a uma lesão tecidual já existente ou potencial, ou relatada como se fosse uma lesão existente. - A dor não está influenciada com a raça e sim onde a pessoa está inserida, porque a dor é muito subjetiva, vai da sensibilidade de cada pessoa. Classificação quanto ao inicio e a evolução: - Dor Aguda: mecanismo de defesa à evitar lesões permanentes. Um paciente com angiopatia diabética não sente algumas dores o que torna a pessoa mais suscetível a lesões. - Dor Crônica: incapacitante, determina sofrimento. Um exemplo são pacientes com fibromialgia (dor muscular generalizada). Classificação fisiopatológica (prova) - Dor nociceptiva: • Ocorre por ativação dos nocireceptores e transmissão pelas vias nocireptivas até o sistema nervoso central, onde ocorre a interpretação. • Tem um fator causal e final bem determinado. • Pode ser evocada ou espontânea. A dor espontânea pode ser constante (varia a intensidade, mas permanece) ou intermitente (episódios com frequência e duração variável). • A dor evocada ocorre estimulação de neo-formações nocireceptivas, pode ser feita com manobras, um exemplo é a manobra de Lesegue em que a elevação da perna causa dor no nervo ciático. • Exemplos: agressão externa (soco, picada de inseto, fratura de osso, corte de pele), dor visceral (cólica nefrética, apendicite), neuralgia do trigêmeo, dor de lesões articulares e invasão neoplásica dos ossos. - Dor neuropática: • Ocorre por por lesão neural ou desaferentação (privação do neurônio de suas eferencias) do sistema nervoso central ou sistema nervoso periférico, dor produzida dentro do próprio sistema nervoso, independente de estímulos interno ou externo. • Pode ser constante (geralmente em ‘formigamento’ ou ‘queimação’) ou intermitente. • A remoção da causa tem impacto no controle da dor, porque o fator causal é impossível interromper. • Causas: neuropatia alcoólica, carência de vitamina B12, neuralgia pós-herpética, síndrome da dor no membro fantasma, dor após acidente vascular encefálico. • Por exemplo, na neuropatia diabética a osmolaridade trazida pelo sangue hiperglicêmico faz com que haja destruição da bainha de mielina causando a dor. Adrieli Bertotti -TXXI - Dor psicogênica: • Sem substrato orgânico relacionado; mais emocional • Errática topograficamente, sem caráter racional para justificar, difusa, quando irradia não segue um trajeto de um nervo. • Intensidade dramática, exagerada • Múltiplos exames, vários médicos, nenhum diagnóstico • Normalmente em pessoas com: depressão, ansiedade, hipocondria, histeria (não segue os dermátomos) Fisiologia da dor 1) Transdução • Ocorre a ativação dos nocireceptores que faz o estimulo mecânico e térmico. • A excitação ocorre quando temos um dano tecidual e vascular, com a liberação de substancias como íons de H, cianinas, serotoninas, prostaglandinas, cianinas, serotonina, prostaglandinas. • Características especiais dos nocireceptores: tipos de tecido e lesão. • Exemplos: músculo, cápsulas de órgãos, articulações. • Variabilidade da Sensibilidade: quantidade de nocireptores no tecido ou órgão. 2) Transmissão • É o estimulo dos nocirepectores que fazem uma transmissão para o SNC para identificação e reconhecimento da dor. • Fibras nociceptivas: A, delta e C • Nervo vago: pulmão, parte do esôfago. • Nervos Simpáticos: ramo do tronco simpático – coração. • Nervos Parassimpáticos: pelve, bexiga, intestino. • Tracto dorso-lateral de Lissauer. • Vias do grupo lateral: aspecto sensitivo descriminativo da dor. • Vias do grupo medial: aspecto afetivo motivacional da dor. 3) Modulação • São os centros e vias respostas pela supressão da dor • Teoria do portão ou das comportas que fazem um bloqueio. • Estimulação da sustância cinza que faz liberação de substancias. • Circuito modulatorio prosencéfalo para mesencéfalo estimulação elétrica nervosa. Adrieli Bertotti -TXXI Mecanismos relacionados com a geração e perpetuação da dor: - Opioides endógenos • Estimulação do tegmento pontino dorso-lateral e bulbo retroretroventral • Receptores opioides, ligação e estimulação por: beta-endorfina, encefalina e dinorfina - Aspecto afetivo-motivacional • É a regulação das emoções e comportamentos. • Por meio das fibras nocireceptivas do grupo medial que tem relação com o tronco cerebral, hipotálamo e sistema límbico. • Dimensão afetiva X regulação da emoção x comportamento. • Motivacional => reação de retirada ou de fuga - Aspecto cognitivo e avaliativo • Avaliação e julgamento por meio da ativação dos processos de mémoria e aprendizado. • Acontece por meio de fibras nocireceptivas do grupo lateral tem relação neo-cortex temporal associada com a memória que gera uma resposta padronizada Tipos de dor de acordo com sua origem: - Dor somática superficial: estimulo de nocireceptores do sistema tegumentar, intensidade variável e proporcional ao estímulo. Ex: queimadura, picada de inseto. - Dor somática profunda: estímulo de nocireceptores dos músculos,fáscias, articulações, ligamentos. Dor mais difusa e menos localizada que a anterior. Ex: estiramento muscular, ruptura de tendões, síndrome miofascial, artrite e artrose. - Dor viceral: estimulação de nocireceptores vísceras, dor profunda, mal localizada, surda, acentua-se com ativação funcional do órgão acometido. Pode ocorrer por: comprometimento do próprio órgão, comprometimento secundário da pleura ou peritônio, irritação do diafragma ou nervo frênico e reflexo vicero-cutâneo (dor referida, dor irradiada). Caracteres Propedêuticos da dor: • Localização: região onde o paciente sente a dor. • Irradiação: segue o trajeto de uma raiz nervosa. • Qualidade ou caráter: tipo de dor, constância, intermitência. • Intensidade: sem dor, leve, moderada, intensa ou insuportável; utilização de escala numérica ou de representação não numérica. • Duração: trajetória desde o início da a dor até o momento da anamnese. • Relação com funções orgânicas: estimulação de órgãos ou funções como mobilização da articulação comprometida, alimentação. • Fatores desencadeantes ou agravantes: fatores que causam a dor quando ausente ou a intensificam seja presente. • Fatores atenuantes: aliviam a dor, posições antálgicas, medicamentos, distrações. • Manifestações concomitantes: podem ser manifestações neuro-vegetativas que acompanham o quadro doloroso, principalmente nos quadros intensos. Exemplos: sudorese, taquicardia. Termos importantes: - Alodinia: é uma dor provocada por um estimulo que não deveria causar dor, por exemplo, contato com roupa (dor neuropática). - Hiperpatia: sensação mais dolorosa do que o comum. - Hiperalgesia: é a resposta exagerada aos estímulos com limiar de excitabilidade reduzida. Adrieli Bertotti -TXXI EXEMPLOS DE DORES DESCRITOS PELO PROFESSOR: - Pancreatite aguda: dores localizadas na região epigástrica com irradiação para o dorso. Paciente vai aliviar a dor na posição de prece maometana (de joelhos com o tórax para frente apoiado no leito). - Inflamação no nervo ciático: começa com uma dor no glúteo e percorre para todo o membro inferior. - Lombociatalgia: dor na região lombar (nível de L4) e a dor irradiar para parte posterior da coxa em direção ao tornozelo. - Cólica renal: a começa na região renal e nas mulheres irradia para os grandes lábios e no homem em direção aos testículos. - Hérnia de disco na quarta ou quinta vértebra lombar a dor irradia para a parte posterior da perna em direção ao tornozelo. - Doença reumatológica: paciente terá dor nas juntas dos dedos, no punho, no joelho e no dedinho do pé. - Apendicite: dor periumbilical e ela se irradia para a fossa ilíaca direita. Paciente vai se deitar de forma contraída porque não distender o peritônio visceral melhora um pouco a dor. - Obstrução biliar: o paciente pode ter dor na escápula e dorso. - Cefaleia condicional: dor em opressão na cabeça, do tipo tensional. - Sinusite: dor em peso na região frontal. - Herpes zoster: tem o dermátomo acometido por isso tem muita dor no local. - Síndrome complexa da dor regional: condição dolorosa regional associada as alterações sensoriais decorrentes de um evento nóxico (trauma). Pode ser a dor em queimação ou continua geralmente no membro que foi lesionado, estresse emocional e alterações na temperatura faz a dor piorar. - Coletitíase: pedra na vesícula, quando come alimentos gordurosos estimula a vesícula e sente muita dor. - Ulcera gástrica: dor no epigástrico na hora de comer. - Nefrolitíase: pedra no rim, a dor é tão forte que o paciente não consegue para quieto, não tem posição que melhore sua dor. Pode ter náuseas e vômitos, porque sua dor é muito forte. - Trombo embolismo pulmonar: ocorre em pacientes pós cirúrgica que fica muitos dias deitada, quando volta a caminhar sente dispneia súbita e dor no peito. A mudança de rotina do paciente pode influenciar. - Se o paciente tiver um problema no coração, a dor pode ser no ombro, mandíbula inferior e braço esquerdo, não precisa necessariamente ser no peito. - Obs: As dores mais tênues, mais rápidas são dores anginosas e as dores mais longas são dores isquêmicas de infarto. Dor lombar + disúria, polaciúria, poliúria = infecção urinária Dor lombar + icterícia, colúria, xantelasma = pancreatite Adrieli Bertotti -TXXI FEBRE - É a elevação da temperatura corporal acima de 37,8°C devido ao crescimento da atividade metabólica diante de uma anormalidade, que vai desde infecções (gripe, pneumonia, febre amarela, Covid-19) até doenças inflamatórias, autoimunes e outras. - É um achado, e não uma doença - Causas Básicas: (MINARC) • Medicamentos como interneucina, interferons causam alterações no centro hipotalâmico da febre. • Infecções. • Neoplasias como tumor de rim, melanoma, tumor de pulmão e linfoma. • Doenças autoimunes como Lúpus e artrite reumatoide. • Doenças reumatológicas • Origem central como AVC isquêmico pela desregulação do eixo hipotalâmico. Normal é de 36,6°C a 37,2 °C De 37,2°C até 37,5°C = febrícula Acima de 38,5°C = febre alta - Ocorre variação normal da temperatura corporal durante o dia, menor no período da manhã e mais alta no período da tarde. Associada a liberação de cortisol (parte basal) devido ao ciclo circadiano. - Pode variar mais ou menos 1,5 graus durante o dia. - Dissociação axilo-retal: é a diferença maior que 1°C na mensuração da temperatura retal e axilar, é indicativo sugestivo de alteração intestinal e peritoneal. Exemplo: Apendicite, isquemia intestinal ou mesentérica. - Mecanismo termo regulador • Pirogênicos: externos e interno, com a estimulação do centro regulador (hipotálamo) e liiberação de citocinas. • Controle: inibição da produção de prostaglandinas com redução ou normalização da temperatura • Hipertermia: aumento descontrolado da temperatura sem relação com o hipotálamo, por exemplo pacientes que tiveram queimaduras, se medir a temperatura estará alta. Melhora com compressa fria, soro gelado e banho morno. • Ocorre vasoconstrição em ambientes frios porque aumenta a secreção de tiroxina que é um hormônio tireoidianos, acelera o metabolismo para produzir mais energia e calor, por meio do calafrio e piloereção. • Ocorre vasodilatação em ambientes quentes porque diminui a secreção de tiroxina que é um hormônio tireoidianos, reduz o metabolismo e aumenta a sudorese que é a perda de calor para o meio. • A febre estimula a migração de neutrófilos que são fatores de resposta humoral. • Os adultos toleram melhor a febre, já as crianças podem ser episódios convulsivos e danos cerebrais. • A cada grau acima de 37 °C o paciente tem sua frequencia cardíaca um pouco mais aumentada, normalmente mais de 15 bpm. • Febre de Jarisch-Herxheimer: é ocasionada após o tratamento de sífilis. - Fatores que alteram a temperatura e não são patológicos: • Ciclo menstrual (= ovulação) a temperatura se eleva por causa dos hormônios. • Exercício físico e compleição muscular • Envelhecimento a temperatura fica mais baixa • Gravidez e menopausa (a pessoa tem mais calor) - Caracteres propedêuticos • Início: súbito ou gradual • Intensidade: febrícula, moderada ou alta • Duração: febre prolongada quando é em um período superior há 10 dias Adrieli Bertotti -TXXI - Tipos de febre de acordo com a duração: - Contínua: com variação menor que 1°C durante o período. Em casos de febre tifóide e pneumonia. - Irregular ou Séptica: alternância entre picos muito altos e apirexia de forma irregular e imprevisível. Em casos de abcesso pulmonar e empiema vesicular. - Remitente: variações diárias maiores que 1°C, porém sem periodo de apirexia (não tem período normal). Em casos de septicemia, pneumonia. - Intermitente: hipertermia interrompida por período de apirexiade forma regular, seja diária(cotidiana) , terçã (tresdias) ou quartã (quatro dias). Em casos de malária, linfoma e ITU. - Recorrente: períodos intercalados de febre e apirexia. Em casos de linfomas e brucelose. - Quanto ao término: pode ser em crise ou em lise: a pessoa transpira muito quando é em crise e quando é em lise termina gradativamente. - Dados importantes da Anamnese - Viagens recentes porque a pessoa pode ter passado por uma região endêmica de febre amarela, dengue ou malária. - Doenças infecto-parasitárias como alguma parasitose está relacionado ao hábito de vida do paciente. - As atividades sexuais são necessárias saber se usa ou não preservativo, pois doenças sexualmente transmissíveis como a causada pela Clamidia gonococo em que o paciente terá uretrite, dor e corrimento uretral. - O contato com animais devido a toxoplasmose ou a doença da arranhadura do gato (causa febre). - Hemorragias (leptospirose), inseto, alimentos (Salmonela, caso a pessoa faça a ingesta de alimentos crus), drogas, álcool, medicamentos e exposição ocupacional. - Observações importantes no Exame Físico - Presença de linfonodos palpáveis devido ao sistema linfático que pode significar um quadro infeccioso ou neoplásico. Se for um linfonodo benigno normalmente será mole, fibroelástica, móvel, o paciente não terá dor. Já se for um linfonodo mais doloroso, aderido, firme e crescente deve ser investigado melhor. - Condições da cavidade oral, seios da face (casos de sinusite), ouvido (otite média). - Artérias temporais (arterite temporal comum nos idosos que pode comprometer o ato mastigatório). - Tireoide, sopros cardíacos (endocardite), ausculta pulmonar (porque o foco pode ser respiratório). - Nódulo mamário, massas testiculares, hepatomegalia /esplenomegalia (hemólise, anemia hemolítica). - Sopros abdominais (aneurisma micótico), ferimentos na pele. - Dores ósseas (mieloma múltiplo) e aumento/deformidade articular (doenças reumáticas). EDEMA - É o excesso de líquido acumulado no espaço intersticial, ou seja, entre os tecidos do corpo. O acúmulo desse líquido, composto por água, sais e proteínas plasmáticas, pode ser localizado ou generalizado. - Aspectos locais: intumescimento local, perda do formato local (arredondamento) e perda das pregas cutâneas. - Digito-pressão ou cacifo/Godet: sempre em uma estrutura resistente como tíbia, o buraco que fica é chamado de fóvea, deve ser avaliado em cruzes (de + a ++++). Adrieli Bertotti -TXXI - Verificação métrica comparativo: por exemplo se usar uma fita métrica para medir os membros inferiores do paciente e a diferença for igual ou maior que 3 cm, é um sinal de edema. - Na fisiopatologia do edema as estruturas são linfovenosas, nunca será a circulação arterial. - Um dos problemas do edema generalizado é a pericardite que é uma inflamação na membrana que reveste o coração, isso faz com que o coração não consiga fazer a sístole adequadamente e acaba acumulando sangue. - O edema generalizado pode acontecer por: insuficiência cardíaca, insuficiência renal, insuficiência hepática, nutricional (déficit de proteínas), gastrointestinal (enteropatias, indivíduo ingere proteínas, mas não há absorção), gestacional e idiopático. - Fisiopatologia do edema: - Chegada de sangue em uma pressão arterial alta e a saída de sangue em uma pressão venosa menor. O sistema linfático recolhe o excesso e devolve para a circulação. O principal fator de retorno do liquido intersticial para dentro do vaso venoso é a presença de proteína. - Edema da circulação pulmonar cardiogênico: insuficiência cardíaca esquerda,o ventrículo esquerdo perde sua capacidade, não consegue bombear o sangue para frente, gera um aumento da pressão no átrio esquerdo, o sangue retorna para o pulmão tendo um edema agudo de pulmão isso diminui a capacidade de trocas gasosas. - Edema da circulação pulmonar não cardiogênico (SARA): conhecida como Síndrome da Angustia Respiratória Aguda, ocorre uma lesão pulmonar aguda e acumulo de liquido. - Condições reguladoras: ▪ pressão hidrostática intravascular ▪ pressão oncótica das proteínas (cirrose) ▪ permeabilidade da parede capilar (processo inflamatório) ▪ fluxo linfático (pós traumatismo) ▪ osmolaridade intravascular e extravascular (concentrações de sódio). - Aspectos propedêuticos do edema a serem observados: - Localização: é local ou generalizado com especial cuidado nos edemas de face (comprometimento renal) e pré sacral (acamado) - Intensidade: através da digito-pressão sobre estrutura rígida com classificação em cruzes, através da pesagem do paciente (pesa o paciente de manhã e de tarde para saber quanto de liquido que fica retido) ou mensuração métrica. -Consistência: mole ou duro (condições crônicas), em paciente com elefantíase. - Elasticidade: se retorna rapidamente ou não após a compressão, costuma ser elástico nos edemas inflamatórios., nos edemas inflamatórios eles tendem a voltar mais rápido. - Temperatura: pode ser de temperatura normal, quente (inflamação) ou frio (vasculares venosas e linfáticos). - Sensibilidade e condições circunjacentes: características inflamatórias ou crônica como eczema ocre em que a pessoa tem depósitos ocre da pele. Edema generalizado Adrieli Bertotti -TXXI CEFALÉIA - É uma dor de intensidade variável, localizada ou difusa, em qualquer parte da cabeça; cefalalgia, dor de cabeça. O diagnóstico é clínico, não tem exame. - Localização da dor: • Holocraniana (toda cabeça), hemicraniana (metade da cabeça) e frontal. • Face e cavidade oral: nervo trigêmeo e seus ramos (oftálmico/maxilar/mandibular) • Região posterior (nuca): pode atingir raízes de C1, C2 e C3 • Faringe: nervo glossofaríngeo. • Intracraniana: na altura do cerebelo • Hábitos (muito glutamato monossódico gera dor de cabeça= cefaleia do restaurante chinês) - Preferir exame de neuroimagem em alguns casos: • Dor de cabeça somado a um sinal focal motor: o paciente tem dificuldade de fazer algumas manobras como estender as mãos, encostar o dedo na ponta do nariz, presença de marcha atáxica, ele pode ter um tumor cerebral. • Dor que muda o tipo, antes em pontada, agora é em tensão, piora com o tempo e muda de lado. • Dor persistente que se inicia após os 40 anos, é um sinal de alerta, porque enxaqueca é uma doença que dá em jovens. • Pacientes que possuem dor intensas durante o tratamento oncológico, é um sinal de metástase. • Gravidez, HAS, HIV, Infecção, Vômito (em jato histórico de trauma) e TCE (depois do traumatismo começou a dor de cabeça) TIPOS DE CEFALEIA Enxaqueca ou migrânea - Dor pulsátil, intensa, hemicraniana. - Dura de 4 a 72h - Fatores de piora: luz (fotofobia), sons, osnofobia (piora com o cheiro) e fonofobia (piora com o sono). - Fatores de melhora: escuro, silêncio, - Medicações específicas como o sumatriptano, noratriptano, sumanoramix e até antidepressivos tricíclicos. - Analgésicos comuns não resolvem. - Fatores que acompanham: náusea e vômito. - Raramente inicia após os 40 anos, porque a enxaqueca é uma doença da primeira metade da vida. - Aura são os fenômenos que predizer uma enxaqueca se aproxima. Tensional - Dorem pressão, de fraca-moderada intensidade, que dura semanas e holocraniana - Pode ter início na região occipital e depois se irradia, pode comprometer a mastigação. - Piora ao final do dia, mas pode o paciente acordar já a dor. - Fatores de melhora: medicações comuns (ibuprofeno, paracetamol) - O paciente consegue fazer as atividades, sente um desconforto. Cefaleia de Cluster (prova) - Pode ser intensa e incapacitante, de forma descontrola, rápida, curta duração (40 min), unilateral. - Tentativas de suicídio devido a dor - Hemicraniana e normalmente ao redor dos olhos, associada a lacrimejamento, obstrução nasal e rinorréia (coriza) - Maiscomuns em homens - Reação histaminérgica (ocorre em fases do ano). - Fatores de melhora: oferta de O2 no lado acometido Sinusite - Maior que 7 anos de idade mais etmoidal, geralmente precedida de quadro de IVAS - Pode ser associa-se quadros alérgicos prévios como renite - Febre pouco importante quando presente. - Dor a apalpação dos seios - A dor referência a dor do tipo peso com piora quando flexiona cabeça - A criança menor de 7 anos não possui seio frontal Adrieli Bertotti -TXXI ICTERÍCIA - É uma condição que causa uma coloração amarelada da pele (xantocromia), das mucosas, da urina e das secreções corporais, devido à passagem da bilirrubina do sangue para tecidos e urina. - Não se trata de uma doença, mas de um sinal para o qual podem existir várias causas. - Na clínica, nós questionamos o paciente acerca da cor das fezes e da urina. Os sais biliares vão para o sangue, são filtrados no rim e caem na urina que assume a coloração escura. A urina escura denominada de colúria e as fezes esbranquiçadas de acolia. - Paciente com queixa de prurido (coceira), com a prescrição de antialérgico não teve melhora, nesse caso deve-se suspeitar em um câncer de pâncreas que está causando obstrução da via biliar, deve-se solicitar exame de enzimas do fígado (TGO e TGP). - Obstrução intra-hepática pode ser um tumor, colangite (inflamação das vias biliares) ou cirrose. - Pessoas que fazem quimioterapia e usam bebida alcoólica podem ter um grau de hepatite porque ambas são hepatotóxicas, pode gerar coceira também. - Quando a gente tem acumulo de bilirrubina, hiperbilirrubinemia ou ictéricia temos destruição da hemácia no baço e vai para o fígado que sofre três processos: captação, conjugação e excreção - Icterícia se pensarmos em pâncreas pode ser uma pancreatite aguda ou crônica ou um tumor de cabeça do pâncreas. Classificação por bilirrubinemia - Indiretas: ocorre antes da conjugação hepática, será formada no baço, é insolúvel, e ela precisa ser convertida em solúvel para ser eliminada, então vai chegar no fígado os hepatócitos vão captar e converter em bilirrubina direta através da conjugação por meio da enzima UDPG-glucuronil transferase, dessa forma, consegue ser eliminada nas fezes (coloração) e na urina. • Anemia hemolítica • Síndrome de Gilbert: deficiência na função da enzima de conjugação, isso faz com que a conversão da bilirrubina indireta em direta fique mais lento. Cerca de 8% da população, a pessoa fica um pouco ictérica. • Síndrome de Crigger: Tipo 1: é fatal, ausência total da enzima. Tipo 2: conversão parcial, deficiência parcial da enzima. -Diretas: ocorre quando já houve a conjugação hepática, não há a excreção da bilirrubina, isso acontece por problema no hepatócito, vai acumular bilirrubina direta porque será feito a captação e a conjugação, o problema é na excreção. • Colestase: é o fluxo lento dos sais biliares, no exame físico podemos ter icterícia, acolia fecal (sem cor) e colúria. Isso acontece porque a bilirrubina não chegar até as fezes. • Xantomas e xantelasmas: formação de bolsas de gorduras que ocorre logo abaixo da superfície da pele, especialmente ao redor dos olhos para mas pode ocorrer em outras áreas do corpo. • Sinal de Courvosier Terrier: vesícula palpável e indolor pode ser um câncer de cabeça de pâncreas. Se doer deve-se pensar em uma colicistite, cálculo ou inflamação. • Pancreatite aguda: o cálculo sai da vesícula e fica obstruindo o canal, o paciente pode ficar ictérico também. - Exames: - Bioquímico: fosfatase alcalina e GGT > 4X (aumentadas). Enzimas hepáticas TGO e TGP pouco aumentadas. - Imagem: ecografia, CPRE (cálculo) e CTPH (ductos dilatados). Icterícia nos olhos Xantomas Adrieli Bertotti -TXXI TOSSE - É um reflexo natural do aparelho respiratório que surge como consequência de um processo irritativo.É um mecanismo de defesa do sistema respiratório contra uma série de fatores agressivos -Pode ser classificada em: • Produtiva: há mobilização de secreção com eliminação • Seca: não há secreção e a mesma não parece existir • Bacteriana: escarro verde, amarelado ou purulento. • Viral: escarro mucoide e hialino. • DPOC: tosse mais pela manhã, chamada de pigarro. • Câncer de pulmão: escarro mais mucoide e sanguinolento (pneumonia também) • Tuberculose: raramente sanguinolento, (acompanha perda de peso e sudorese), as tosses duram mais de 3 semanas. - Causas mais comuns da tosse: corpo estranho, agente mutante, agente infeccioso (virus, bactérias e parasitoses), insuficiência cardíaca congestiva e doença pulmonar obstrutiva crônica. - A tosse pode estar ou não acompanhada de febre. - O uso de opioides como a codeína não é indicado, porque a pessoa para de tossir, mas a excreção continua dentro do pulmão. - Às vezes um bacteriológico de escarro é ideal para saber qual é o agente infeccioso. - Se um fumante está com tosse por muito tempo, deve-se pensar em um câncer de pulmão. - Se ao deitar na cama começa a tosse, pode-se pensar em sinusite porque quando deita as secreções que estão no seio da fase escorrem e gera tosse. ANEMIA - É a redução da massa eritrocitária. Um paciente anêmico vai se apresentar descorado, cansado, taquicardíaco e taquipneico. - A massa eritrocitária é maior em homens porque a testosterona aumenta a sensibilidade a eritropoietina, que é um hormônio renal que estimula a formação de eritrócitos. Já nas mulheres é menor devido a perda de sangue na menstruação. - Pode ser causada por: falta de ferro, falta de folato, falta de B12 ou sangramentos. Alguns problemas na absorção podem gerar a anemia, o ferro é absorvido no duodeno, o ácido fólico no jejuno e a vitamina B12 no íleo. - Cirrose hepática o paciente pode ter varizes de esôfago que faz com que os septos fibrosos ocupem o lugar do parênquima hepático, aumentando a pressão, circulação se torna fugal ao fígado e dilata suas tributárias. - Hiperesplenismo é o aumento da função do baço, e esplenomegalia é o aumento do tamanho do baço, nesses casos, o baço pode estar destruindo mais células. - Anemia microcítica os glóbulos vermelhos com um tamanho menor que o normal, normalmente por deficiência de ferro. - Anemia macrocítica e hipercronica pode ter deficiência de vitamina B12, deficiência de ácido fólico (em casos que o paciente bebe demais). - Mulheres gravidas podem ter anemia macrocítica porque precisam de muito sulfato ferroso para fazer o fechamento do tubo neural, alguns casos precisam tomara acido fólico. EDEMA AGUDO DE PULMÃO - É o acúmulo de líquido extravasado dos capilares para o interstício pulmonar, capaz de causar dificuldade para o acontecimento das trocas gasosas entre o capilar e os alvéolos pulmonares. - Escarro rosado devido ao rompimento de vasos e aerado (lembra um mousse de morango). Adrieli Bertotti -TXXI CABEÇA E PESCOÇO PARTE 1 - CABEÇA: - Posição vertical na linha média do tronco (ereta e imóvel). Por exemplo algumas patologias como lesão de musculo esternocleidomastoideo, fratura cervical, trauma de canal de parto e torcicolo congênito causam alterações na posição da cabeça. - Os movimentos anormais como tremores, manutenção da inclinação da cabeça como o Parkinsonismo, hipercinesias (aumento da rapidez dos movimentos) - Crânio normocefalico: tamanho, formato, contorno e simetria. Por exemplo a Sindrome de Apert (acroscefalossindactilia), traumas, paralisias, microcefalias, fissuras. - Paralisia facial periférica (de Bell) ou central (pré-nuclear) em que uma tem o ramo periférico e lesão central. - Nas crianças vamos avaliar as fontanelas, pode ter diagnostico de Hipertensão Intracraniana (abaolada) e desidratação (retraída). - Se um paciente chegar e disse que durante uma atividadeintensa como carregar peso, academia ou relação sexual sentiu uma dor aguda, descrita como a pior dor que já sentiu na vida, deve-se pensar em aneurisma roto. - Pacientes com crise de dor de cabeça, acompanhada de vomito, deve-se dar atenção a hipertensão intracraniana ou vítimas de trauma crânio encefálico. - Algumas causas de queda de cabelo podem ser: estresse, hipotireoidismo, anemia e desvitaminoses. - Se o paciente apresentar pelos em excesso e acne pode ser a Síndrome dos ovários policísticos. - As fáceis podem ser: • Simetria de estruturas: formato e simetria das pálpebras, sobrancelhas, sulcos nasolabiais e boca. • Presença de alterações maculares, de implantação das estruturas anatômicas, por exemplo em melasma, trissomia 21, neoplasia. • Presença de anormalidades com edema, falta de expressão, palidez, hirsutismo, lesões de pele, acnes, tumorações. • Lesões em couro cabeludo, implantação e distribuição dos cabelos, áreas de alopedia. - A segunda avaliação é pela palpação: • Crânio: de frente para trás, simétrico e liso, ossos indistinguíveis. • Protrusões normais: frontal, parietal e occipital. • Observar a presença de massas, deformidades, depressão, edema, sensibilidade. • Palpar artérias temporais atentar para dor, espessamento, endurecimento. Se o paciente estiver com a artéria dolorosa e fibrosa, endurecida deve-se suspeitar de arterite temporal. • Palpar glândulas salivares, se estiverem doloridas pode ser sialoadenites. • Palpar áreas álgicas – seios de face – sinusopatia inflamatória • Avaliar a articulação temporomandibular (ATM) pois é a causa comum de cefaléia, bruxismo, desgaste de face oclusiva dental, má oclusão. • Movimentação do couro cabeludo sobre a calota: textura, cor e distribuição. - PESCOÇO: - Pode ter uma lesão muscular, quando não consegue fazer a protusão para o outro lado. - Linfonodos aumentados. - Uma paciente com febríola, com presença de caroços na região cervical posterior, pouco doloroso, pode ser citomelovirus, toxoplasmose, epstein-barr, rubéola. - Sinal de troasia: deve-se solicitar para que o paciente que incline um pouco a cabeça para tras e deglutir. Síndrome de Apert Adrieli Bertotti -TXXI - Na palpação do pescoço: • Glândulas salivares – se dolorosas – sialoadenite • Tireóide – Tamanho/Forma/Consistência/Nódulos/ Sensibilidade • Estojo laríngeo – mobilidade, creptação • Traquéia – integridade, mobilidade - posicionada na linha média e os anéis cartilaginosos da traquéia devem ser distintos e indolores • Identifique o osso hioide e as cartilagens tireoide e cricoide, devem se mover durante a deglutição. • A artéria carótida deve ser visualizada, palpar e auscultar. • As veias jugulares visualizar de distensão ou estase jugular (45 graus). - No momento da anamnese é importante saber o histórico familiar, se a pessoa teve algum trauma recente e história pessoal e social como a ocupação, esportes, estresse, uso de drogas e nutrição. - Vomito em jato, rigidez de pescoço e febre em crianças é um caso de meningite. OLHOS - Globo ocular (córnea, esclera, úvea, retina), órbita, pálpebras, supercilio, glândulas lacrimais, músculos, estruturas nervosas e vasculares e trato óptico. - A posição e alinhamento: estrabismo, exoftalmia, enoftalmia, xantelasma (devido ao hipertrigliceremia que altera a permeabilidade do capilar). - Em crianças é importante observar a movimentação do olho, pode ter retinoblastoma (tumor), conjuntivite gonocócica neonatal, estrabismo (incoordenação muscular peri-ocular) ou glaucoma congênito. - Na fase da adolescência é mais comum os erros de refração, já na media de 40 anos é comum a presbiopia pelo envelhecimento do cristalino, já com 60 anos de idade é comum catarata, lesões vasculares e fegeneração da retina. - Sobrancelhas: tamanho, extensão, movimentação e textura dos fios. - Área orbitária: verificar a presença de edema e lesões. - Nas pálpebras deve-se observar posição, cor, curvatura e distribuição dos cílios, habilidade de piscar bilateralmente. - Os olhos fechados: observar fasciculações, fechamento incompleto (lagoftalmia), presença de xantelasmas (irregular, coloração amarelada) - As pálpebras podem ser evertidas (ectrópio) ou invertidas (entropia). - Os cílios devem ter direção, presença de crostas (lavar com shampo neutro) - Clamidia tracomax: infecção na pálpebra interna superior, cílios crescem para dentro, lesando a córnea, levando a cegueira. - Presença de hordéolo (terçol), alergias - Exoftalmopatia causado para hipertireoidismo (doença de Graves) que é quando os olhos ficam mais salientes. - Síndrome de Horner ou Paralisia Óculo simpática: ptose, miose, endoftalmia. Afeta um lado da face, fazendo a pálpebra cair, a pupila ficar pequena (contraída) e a diminuição do suor. A causa é o rompimento das fibras nervosas que conectam o cérebro ao olho. - Pterigio (cirurgia), ela avança para a córnea (membrana) - Tabela de Snellen acuidade visual: alterações da refração (miopia), lesão da retina, catarata. Distancia de 6 metros para o paciente olhar na tabela. Retinoblastoma Catarata Glaucoma congênito Pterígio Tabela de Snellen Adrieli Bertotti -TXXI - Os olhos possuem uma motilidade e posição ocular: musculo reto lateral, obliquo superior, reto inferior, a ação e inervação dos músculos extrínsecos do olho. - Escotoma: área de cegueira parcial, podem ser cintilantes moscas volantes que passam na visão - Nistagmo: olho parece que fica “pulando” para ao lado, acompanha quadros de labirintite. - Conjutivite tem corpo estranho, dor, lacrimejamento e fotofobia. - Ciclo lacrimal: a lagrima é produzida pela glândula lacrimal no quadrante superior externo do olho e é absorvida medialmente nos dois pontos lacrimais sendo drenada até a porção nasal. - Reação do olho a luz: a pupila reage de maneiras diferentes, na exposição a luz ocorre a miose (contração e diminuição da pupila) e na privação da luz ocorre a midríase (relaxamento e dilatação da pupila). As pupilas normais são isocórias (=tamanho), consensuais e fotoreagentes. - Os reflexos com reação consensual: tamanho (normal, midriática, miotica), simetria (isocóricas e anisocoricas) e reação a luz (reflexo fotomotor + ou -) - Fisiologia da visão: na parte posterior de cada olho, sai o nervo óptico, que é traduzido no córtex visual localizado na parte occipital do cérebro. O nervo óptico possui no seu trajeto um entrecruzamento dos seus feixes mediais, denominado de quiasma óptico. E uma passagem direta dos seus feixes laterais rumo ao córtex occipital que vai fazer a tradução do estimulo luminoso em algo conhecido. - O fundo do olho é dividido em: parte receptiva medial ou nasal (meio) e lateral ou temporal (laterias). - O nervo óptico é formado por duas metades: lateral/temporal à córtex ipsilateral e medial/nasal à córtex contralateral. As fibras mediais do nervo óptico cruzam e formam o quiasma óptico. - A luz se propaga em linha reta, então todos os objetivos que enxergamos vão se propagar sempreem uma linha, há uma inversão da imagem vista. Adrieli Bertotti -TXXI - Conjuntivite gonocócica: é uma doença sexualmente transmissível, afeta mais os recém-nascidos pois a contraem da mãe, decorrente de uma infecção gonocócica da conjuntiva da mãe durante a passagem através do canal de parto. - Glaucoma congênito: consiste no aumento da pressão intraocular em crianças e recém- -nascido, causa o crescimento acelerado dos olhos, deixando-os desproporcionais. - Catarata: ocorre perda da transparência do cristalino, ele fica opaco, precisa fazer cirurgia para retirar - Erros de refração: miopia, hipermetropia, astigmatismo, presbiopia (idosos). - Retinoblastoma: tumor maligno intraocular - Daltonismo: anomalia hereditária recessiva ligadaao cromossomo sexual X, caracterizando a incapacidade na distinção de algumas cores primárias, é um problema nos cones. - Sinais, sintomas e queixas mais comuns: • presença de corpo estranho • queimação: quadro de infecção como conjuntivite • prurido: alergia, grau inadequado e má adaptação a lente de contato • olho seco: xeroftalmia, se a pessoa boca seca também pode ser Síndrome de Sjogren. • lacrimejamento excessivo • dor ocular: casos de glaucoma • fotofobia: pode ser conjuntivite ou enxaqueca • cefaleia: frontal que piora ao final do dia • hemeralopia: diminuição ou perda da visão em condições de boa iluminação (diurna) • nictalopia: cegueira noturna, pode estar associada a ausência de vitamina A • xantopsia: intoxicação, a pessoa vê as coisas amareladas • diplopia: visão dupla • nistagmo: são movimentos involuntários e repetitivos dos olhos, em casos de labirintite. • escotoma: ver moscas • hemianopsia: perda parcial ou completa da visão em uma das metades do campo visual de um ou ambos os olhos. Adrieli Bertotti -TXXI CORAÇÃO - FISIOLOGIA DO CORAÇÃO: - Possui uma divisão funcionam, o coração direito que trabalha a uma pressão muito baixa, próximas de zero, o átrio direito possui a função de recolher o sangue da circulação sistêmica através das veias cavas inferiores e superiores. Para dividir um átrio direito e o ventrículo direito tem a válvula tricúspide. - O átrio direito é uma câmera de recepção do sangue oxigenado que vem dos pulmões, através de quatro veias pulmonares. - A entrada do sangue do hemicorpo superior pela veia cava superior e do hemicorpo inferior pela veia cava inferior. - Recolhimento do sangue sistêmico, pouco oxigenado e destinação para hematose pulmonar. - O lado esquerdo trabalha com pressões maiores, especialmente o ventrículo esquerdo. Separando o átrio do ventrículo esquerdo tem a válvula bicúspide que é chamada de mitral. - Na saída da artéria pulmonar e da artéria aorta tem duas válvulas de saída, chamadas de válvulas semilunares. - Funcionalmente tem a divisão de átrios e ventrículos: átrio direito e esquerdo, ventrículo direito e direito. - O movimento de contração do coração é chamado de sístole, e o movimento de relaxamento é chamado de diástole. Quando ocorre a diástole (no ventrículo), ocorre a sístole atrial. Quando ocorre a sístole (no ventrículo) acontece a diástole atrial. - O coração é perfundido na diástole pelas artérias coronárias, então o período diastólico além de promover o relaxamento da câmera, a atividade de aspiração e recepção de sangue proveniente dos átrios também serve para que ocorra a perfusão do próprio coração. - O primeiro órgão que o coração faz a perfusão é a si próprio, as doenças coronarianas são muito prevalentes e é a incapacidade do coração se nutrir a si próprio. - Para revestir o coração tem uma membrana cerosa chamada de pericárdio e ao redor tem um liquido chamado de liquido pericárdio, esse liquido tem como objetivo diminuir o atrito da movimentação do musculo dentro do tórax. - O aumento do liquido ao redor do coração que são os derrames pericárdios, se ocorrem de uma forma lenta mudam toda a hemodinâmica do paciente e o coração consegue se ajustar. Se o derrame pericárdio acontecer de forma súbita o coração não consegue se estender durante a sua diástole, isso origina um grupo de doenças cardíacas restritivas porque restringem a diástole do coração. - Exemplo: o câncer de mama dá metástase para o pericárdio, e as vezes, esse paciente pode morrer de tamponamento pericárdico quando o liquido se forma muito rápido, pois aumenta o volume e a pressão. - A maior parte do coração em contato com o osso esterno é o ventrículo direito e o ápice ou ponta cardíaca é praticamente todo formado pelo ventrículo esquerdo. Então alterações do formato do osso esterno, faz com que se desenvolva doenças do lado direito do coração. E alterações na localização do ápice do coração faz com que se desenvolva doenças do ventrículo esquerdo. - A parte da formação do osso esterno tem muita relevância nas crianças porque são causas de cardiopatias congênitas, já no adulto é menos relevante porque os ossos já estão formados, então é mais provável alterações de ápice cardíaco que se manifesta no ventrículo esquerdo. Adrieli Bertotti -TXXI - O coração está se movimentando durante a ventilação, é a respiração normal, quando fizemos a inspiração a contração do diafragma deixa o coração mais verticalizado e o seu eixo gira um pouco para a direita. Ao contrario da expiração que fica mais horizontalizado e o seu eixo vira um pouco para a esquerda. Isso é muito relevante no eletrocardiograma. CICLO CARDÍACO 1- Quando a pressão do átrio direito fica maior que a pressão do ventrículo direto, a valva tricúspide abre. 2- O estimulo elétrico, promove a despolarização e consequentemente a contração do ventrículo direito. 3- A pressão interna do ventrículo direito é aumentada, fecha a valva tricúspide, e abre a valva pulmonar (semilunar direita). 4- Através da artéria pulmonar, o sangue sai com pressões baixas a moderadas do ventrículo direito em direção ao pulmão onde ocorre as trocas gasosas. 5- Ocorrido as trocas gasosas a nível pulmonar, o sangue retorna pelas veias pulmonares (4 veias) para o átrio esquerdo. 6- Quando o sangue entra no átrio esquerdo, a pressão aumenta na cavidade, e a valva mitral abre. 7- Após a abertura da valva mitral, ocorre a ejeção de sangue para o ventrículo esquerdo. 8- Com a despolarização do ventrículo esquerdo, e consequente contração de sua musculatura associada ao aumento da pressão do ventrículo esquerdo, a valva mitral fecha-se e abre-se a valva aórtica (semilunar esquerda). 9- O sangue sai pela artéria aorta para a circulação periférica, sofre as trocas gasosas e é recolhido pelas veias cavas, completando o ciclo cardíaco. Adrieli Bertotti -TXXI - ELETROCARDIOGRAMA - Eixo vertical: intensidade elétrica e no eixo horizontal: tempo 1 - O início é no nodo sinusal ou sinoatrial, localizada no átrio direito, o estimulo elétrico porque as células que estão no nodo sinusal conseguem gerar um potencial de ação mais precoce (despolarização atrial que é movimento que antecede a contração) que silencia os demais focos. O estimulo elétrico é a onda P. - Após a onda P, ocorre a contração atrial ou sístole atrial, essa contração faz com que a pressão dentro da câmera aumente de forma a abrir a válvula (tricúspide ou mitral) que separa o átrio do ventrículo esquerdo e direito. A força que o átrio faz é bem menor, o ventrículo possui mais força, mas as válvulas são feitas para abrir no sentido atrioventricular. - A abertura da válvula faz com que ocorra a passagem de sangue do átrio, que tem pressão aumentada, para o ventrículo, nesse momento o átrio está na fase sistólica e o ventrículo estava na fase diastólica. - Após isso a passagem de sangue ocorre um repouso elétrico, representado pela linha contínua. 2- Onda QRS: a onda Q é a primeira onda negativa, a onda R é a primeira onda positiva e a onda S é a primeira onda negativa após a positiva. - Complexo QRS nem sempre apresenta as 3 ondas, pode ser onda QR (negativa + positiva), onda RS (positiva + negativa), mas nunca existirá onda QS. - Despolarização do ventrículo: o ventrículo cheio de sangue, se contrai e dessa contração ocorre o fechamento da valva atrioventricular e consequente e imediata abertura da valva semilunar, essa contração ocorre no ventrículo direito e esquerdo ao mesmo tempo. A contração do direito é um pouco antes do que o esquerdo. - Ocorrer a contração isovolumétrica dos ventrículos para que ocorra a reconfiguração das válvulas - fechamento das valvas atrioventriculares e abertura das válvulas semilunares (separam o ventrículo das artérias pulmonares)– para posterior ejeção de sangue para o pulmão e circulação periférica. Isso só acontece pela força do ventrículo. - Ocorre também a repolarização do átrio (não possui uma onda especifica para esse fenômeno) - Após a ejeção de sangue, as pressões intraventriculares vão reduzindo gradativamente, e por fim ocorre a última onda do eletrocardiograma que é a onda de repolarização ventricular 3 - Onda T: representa a repolarização do ventrículo - Intervalo P-R: tempo entre o início da despolarização atrial e ventricular - Intervalo S-T: período em que o ventrículo é totalmente despolarizado - Intervalo Q-T: tempo entre a despolarização ventricular Adrieli Bertotti -TXXI Observações: - Existe uma doença em que várias células tentam fazer o átrio despolarizar ao mesmo tempo, é chamada de Arritmia Cardíaca do tipo Fibrilação Atrial (AFA), como são muitos estímulos, o coração vai bater em descompasso, o problema não é o átrio e sim o que ele gera no ventrículo. Isso faz com que aumente as chances de fenômenos tromboembólicos da circulação arterial que impedem a circulação. - O fenômeno tromboembólico que é preocupante é o AVC isquêmico, alguns estudos tentam diminuir os estímulos que fazem a arritmia cardíaca do tipo fibrilação atrial, uma tentativa foi ressincronizar átrio e ventrículo, fazer eles bater no mesmo em compasso e a segunda tentativa foi a anticoagulação que se mostrou mais eficaz. - A despolarização ocorre da ponta do coração para a base (onde tem os grandes vasos) para fazer com que o sangue chegue com mais pressão nos vasos da base. - Não é necessário que o átrio se contraia para que abra a câmera que comunica o ventrículo porque o ventrículo faz a sua contração e isso já gera uma pressão para que ocorra a abertura da válvula, ainda bem porque se a pessoa tivesse uma AFA isso seria incompatível com a vida. - Os músculos papilares fixam as cordas tendineas na musculatura do ventrículo dando suporte para as válvulas. - O infarto pode acontecer nos músculos papilares e soltar uma corda tendinea e isso faz com que a válvula entre em uma insuficiência aguda, causando muitas vezes o óbito. - O infarto também pode acontecer onde é gerado o estimulo, isso gera uma arritmia. A arritmia pós infarto é a causa mais comum em pacientes. SÍSTOLE E DIÁSTOLE - A sístole é a contração dos ventrículos direito e esquerdo e a diástole é o relaxamento dos ventrículos direito e esquerdo. - Esse movimento de pressão vai fazer com o que sangue trafegue em direções opostas que vão ser vetorializadas por válvulas. - Quando ocorre a sístole que é a contração no ventrículo direito e esquerdo, a alta pressão dentro dele abre as válvulas semilunares que vão jogar sangue tanto na aorta quanto na artéria pulmonar para fazer as trocas sistêmicas ou a hematose e fecha a válvula que separa o átrio do ventrículo que é a bicúspide/mitral ou tricúspide, fazendo com que o sangue flua em direção fugal ao coração e não reflua para o átrio. - Quando ocorre a diástole, que é a repolarização dos ventrículos, nesse momento a base da válvula semilunar vai ter a maior pressão porque o sangue acabou de sair, a válvula está fechada porque a tendência do sangue é voltar. Então, dentro do ventrículo a pressão vai estar baixa. - Existem doenças em que a válvula que comunica o átrio e o ventrículo não fecha totalmente, que são as insuficiências ou regurgitações - Também tem doenças em que a válvula que comunica o átrio e ventrículo não conseguem fazer a abertura total, isso gera doenças chamadas de estenoses. Adrieli Bertotti -TXXI DOR PRÉCORDIAL - Nem sempre é indicativo de problema cardíaco, pode ser: refluxo que melhora com nitrato, mas cuidado pois nitrato também melhora a dor proveniente do coração. Isordil sublingual para retirar a dor no peito. - Síndrome de Tietse ou osteocondrite: quando tem uma lesão muscular quando a pessoa faz bastante esforço físico ou sofreu um acidente, nesses casos se trata com anti-inflamatório. - Se um paciente chegar com uma dor precordial, a primeira conduta é examinar para descartar causa cardíaca, porque a pessoa pode estar tendo um infarto. Porque nesses casos, o tempo é muito importante, o tempo de inicio da dor e uma angioplastia corretiva (primária) deve ser o mais rápido possível. - Descrição clássica: - IAM em jovens ocorre especialmente por três fatores: - Cocaína: causa vasoespasmo das artérias coronarianas - Má-formação cardíaca: artéria coronária em topografia anormal e compressão da artéria por músculo, diminuindo a perfusão do coração - Droga 5-fluracil (5-FU): a utilização da droga por jovens não é frequente visto que atualmente é utilizada no tratamento de cânceres de colo retal. - Relato de caso: um paciente estava fazendo tratamento odontológico, tinha bastante dor nos dentes inferiores, na verdade o paciente estava tendo crise de angina porque ele ia até o consultório caminhando. - Relato de caso: paciente de 50 anos, com tumor de colo, foi até o hospital para fazer uma quimioterapia para prevenção, a droga que é usada é derivada do 5-fluracil chamada de Capecitabina que causa vasoespasmo coronário. Paciente referia dor, falta de ar após o uso dessa medicação, o diagnóstico era infarto. TOSSE - Tosse cardíaca: tosse seca, mais intensa a noite, refletindo congestão. Tosse pulmonar: tosse produtiva - A tosse cardíaca normalmente está associada ao ventrículo esquerdo porque quando o ventrículo esquerdo tem alguma anormalidade na sua morfologia ou função, ocorre uma diminuição da capacidade de realizar sua principal função fisiológica que é manter o débito cardíaco. - Se o ventrículo esquerdo tem a função de manter o debito cardíaco e o paciente sofreu um infarto, ocorre uma perda de parte do musculo que faz a ejeção de sangue, então o volume de sangue que é ejetado pelo ventrículo diminui, isso faz com que tenha diminuição do volume sistólico então o nosso corpo vai aumentar a frequência cardíaca para manter a constante. - Mas pode chegar um ponto em que a frequência cardíaca não consegue mais compensar para manter o debito cardíaco constante, então vai ter uma diminuição do débito cardíaco, isso faz com que aumente a quantidade de sangue no final da sístole e por consequência fique uma sobra de sangue para quando ocorrer a próxima diástole, essa sobra de sangue vai passar do átrio para o pulmão porque não possui nenhuma válvula que controle essa entrada e isso acontece devido a pressão, então esse sangue vai ir para o capilar pulmonar que vai provocar uma exsudação, o liquido vai para o interstício que vai para dentro do alvéolo que provoca a tosse. O nome disso é insuficiência cardíaca do ventrículo esquerdo. Adrieli Bertotti -TXXI - No raio X de tórax temos as Linhas de Kerley que é a representação de uma congestão, o interstício está cheio pelo transudato porque tem uma inflamação. São as linhas paralelas ao chão. - Essa insuficiência cardíaca do ventrículo esquerdo além da tosse causa muita falta de ar porque o pulmão fica cheio de liquido, isso é o edema agudo de pulmão - Tem a asma cardíaca, não tem relação com a asma pulmonar, são bem diferentes. A asma cardíaca significa que tem uma doença do coração que gera falta de ar. - A asma cardíaca piora muito quando a pessoa deita porque todo o liquido que está no interstício é reabsorvido e volta a fazer parte da circulação. Então esses pacientes possuem dispneia paroxística noturna. - Os idosos que possuem insuficiência cardíaca tem muita vontade de urinar a noite e retenção de liquido nos pés, isso acontece porque o coração não consegue bombear sangue suficiente durante o dia para os rins, os rins vão reter liquido que causa inchaço nos membros inferiores. Quando ele deita, o liquido que está no interstício volta para a circulação, os rins absorvem e eliminam na urina.- EDEMA - Na insuficiência cardíaca o edema é gravitacional, se a pessoa ficar muito em pé, o edema vai ser nos membros inferiores. - Se o paciente estiver no leito, o edema será pré-sacral. - Da mesma forma que o aumento da pressão do ventrículo esquerdo gerava aumento de pressão retrógada nos pulmões, o aumento da pressão no ventrículo direito gera retrogradamente aumento a pressão da circulação periférica, e consequentemente edemas periféricos. - Pode envolver cavidade (ascite, hidrotóax, derrame pericárdico) - Bilateral, geralmente simétrico, podendo ser assimétrico. - Edema agudo de pulmão: é grave porque é agudo, anti-hipertensivo e diurético (furosemida), geralmente a resistência periférica está aumentado Adrieli Bertotti -TXXI CORAÇÃO: INVESTIGAÇÃO E TÉCNICA DE EXAME - As alterações de deformidades da região precordial como o abaulamento precordial é mais comum em crianças, não é comum em pacientes adultos porque é incompatível com a vida pois gera alterações hemodinâmicas muito grave. Normalmente, indica aumento do ventrículo direito. - Antes do nascimento, a circulação do lado direito é mais importante que a do lado esquerdo. Após o fechamento do forame oval, não há comunicação entre as cavidades e o coração esquerdo assume sua primasia e o ventrículo direito se torna secundário no processo fisiológico, contudo, não é dispensável. - O frêmito cardiovascular é a percepção tátil de um sopro, classifica-se em cruzes de 1 a 4 de acordo com a intensidade, quanto mais cruzes mais grave o quadro. - TURGENCIA JUGULAR ou SINAL DE KUSSMAULL - É uma incapacidade do lado direito do coração, seja do ventrículo ou do átrio de manter a sua sístole. - A técnica é colocar o paciente posicionado em uma cama com uma inclinação de 45 graus e observa a veia jugular se ela está distendida ou não. Deve-se medir a altura da distensão veia em relação ao ângulo de Louis. - Essa distensão em relação ao ângulo esternal faz uma projeção, se passar de 4 a 5 cm é considerada turgência jugular presente. Observa-se durante a inspiração. - O sentido do fluxo de sangue na veia jugular é crânio-caudal em direção ao átrio direito. Se o ventrículo direito é incapaz de gerar ejeção de sangue pelas pressões internas do ventrículo direito estarem aumentadas, esse aumento se transmite retrogradamente para o átrio direito o que gera dificuldade de entrada do sangue, e consequentemente distensão (turgência) da veia. - ICTUS CORDIS - É chamado de choque de ponta ou impulso apical que é um fenômeno de alteração que denota patologia do ventrículo esquerdo (ápice) e através da sua variação, patologias de hipertrofia e dilatação do coração. - O paciente em decúbito dorsal, observa-se a ponta do coração pulsando. (fenômeno de inspeção e palpação), é coberto com 2 polpas digitais. - Localiza-se normalmente no 5º espaço intercostal (EICE), linha hemiclavicular, em indivíduos normolíneos. - Longilíneos: 6º EICE 2 cm mais medial da linha hemiclavicular. - Brevelíneos: 4º EICE 2 cm mais lateral da linha hemiclavicular. Adrieli Bertotti -TXXI Resumo: - Quando ocorrer a palpação e precisar de mais de 2 polpas digitais, ou seja, 3 ou mais polpas digitais, é um indicativo de ictus difuso isso se deve a dilatação do coração. - Quando for colocado a mão e o movimento do coração faz com que levante a sua mão, é chamado de ictus propulsivo e ocorre pela hipertrofia do coração. - Pode acontecer ao mesmo tempo um ictus difuso e propulsivo, gerando dois problemas juntos. - Quando ocorrer a sístole, as válvulas aórticas vão se abrir e o ventrículo esquerdo vai jogar sangue na aorta, e a válvula mitral fecha. Mas em alguns casos, uma das válvulas aórticas não abra completamente fazendo um estreitamento da válvula aórtica, esse caso se chama de estenose aórtica, isso faz com que o ventrículo esquerdo faça hipertrofia porque precisa fazer mais força. Isso é comum nas valvulopatias. - Ao contrário, quando as válvulas não se fecham adequadamente para que o ventrículo se encha de sangue durante a diástole e retorna sangue no local onde já foi ejetado sangue, ocorrendo um acumulo de sangue para a próxima sístole, esse acumulo faz com que o coração precise se dilatar para dar conta do volume. - FOCOS OU AREAS DE AUSCULTA - Focos ou áreas de ausculta é o local onde se coloca o estetoscópio e que traduzirá o maior e melhor nitidez o som proveniente do foco que está posicionado. - Ângulo de Louis: localizado na 2°cartilagem costal, então, um pouco abaixo há o 2° espaço intercostal. 1 – Aórtico 2 – Pulmonar 3 - Aórtico acessório 4 – Tricúspide 5 – Mitral 6 - Mitral acessório - No foco mitral pode sofrer alteração de local conforme hipertrofia/dilatação. - Nos adultos, tudo o que acontece do lado esquerdo é mais relevante do que do lado direito. Os cardiopediatras estudam mais o coração direito. - Os focos acessórios são importantes para saber o fenômeno de irradiação do som das valvas – conhecimento importante para sopros. Adrieli Bertotti -TXXI - POSIÇÕES 1- Decúbito lateral esquerdo: - Paciente vai estar com a mão sobre a cabeça e deitado lateral. - Auxilia na avaliação das alterações das valvas e os sítios de ausculta do lado extremo esquerdo - Pesquisa de estenose mitral e de B3 - Uso da campânula 2- Inclinação anterior - Auxilia em caso de hipofonese - Melhor ausculta de sons da base - Pacientes com DPOC ausculta-se um tonel, praticamente não tem som, é chamado de hipersonoridade torácica isso acontece porque o tórax dele é maior,a inclinação faz o coração vir pra frente, então escuta melhor. - Ausculta é melhorada com essa inclinação anterior desses pacientes. - BULHAS CARDÍACAS - As bulhas são os sons que o coração faz quando ocorre o fechamento das válvulas, a primeira bulha faz TUM e a segunda bulha faz TAC, o que ocorre entre a primeira e a segunda bulha é a sístole e o que ocorre entre a segunda e a primeira bolha é a diástole, como representado a seguir: - Dica: até a frequência de 120 batimentos por minuto, a sístole tem o tempo mais curto que a diástole, e quando for mais de 120 batimentos por minuto a sístole e a diástole tem os tempos iguais. - Fazer a palpação do pulso radial paralelamente: quando sentir o pulso representa a sístole (entre o TUM e o TAC) e a ausência do pulso é a diástole (entre o TAC e o TUM). B1- PRIMEIRA BULHA - Significa que ocorreu o fechamento das valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide), o som é o fechamento das duas válvulas ao mesmo tempo. - Início da sístole ventricular - Som mais grave e baixo - TUM (M1T1) - Dois componentes: M1 (mitral) e T1 (tricúspide) - Desdobramento: Ausculta-se dois sons TUM TUM. Sem significado, ocorre em 50% da população, sem relação a respiração - Melhor audível no foco mitral B2- SEGUNDA BULHA - Significa que ocorreu o fechamento das valvas semilunares (aórtica e pulmonar) - Início da diástole ventricular - diminuição da pressão intraventricular - Som mais agudo e alto - TAC (A2P2) - Dois componentes: A2 (aórtico) – relacionado ao coração esquerdo P2 (pulmonar) – relacionado ao coração direito - Melhor audível no foco pulmonar ou mitral Adrieli Bertotti -TXXI DESDOBRAMENTOS - É quando uma bulha forma duas bolhas. - O coração pode sofrer arritmias, que podem ser rítmicas (sempre) ou arrítmicas (independente). - Quando o ritmo é em galope, é um indicativo de insuficiência cardíaca gravíssima. - O normal é ter um Ritmo Regular em 2 Tempos que chamamos de RR2T. - Taquicardia sinusal é o aumento da frequência cardíaca com origem do estimulo proveniente do nodo sinusal. ➢ A ausculta ocorre um aumento da intensidade de B1 (hiperfonese). ➢ Acontece nas atividades físicas, dor,febre, estresse, frio, emoção, hipertireoidismo, anemia, insuficiência cardíaca crônica. ➢ Vai aumentar o tônus simpático e diminuir o parassimpático e o coração bate mais rápido. ➢ O coração passa de 100 batimentos por minuto. ➢ Esse dado só será confirmado pelo eletrocardiograma. - Bradicardia sinusal é quando ocorre redução da frequência cardíaca como estimulo partindo do sodo sinusal. ➢ Os intervalos cardíacos reduzem á custas de diástoles porque as diástoles são mais curtas. ➢ É a diminuição do tônus simpático e aumento do tônus parassimpático. ➢ Não necessariamente é uma doença, atletas de alto nível, principalmente nadadores e jogadores de futebol, tem uma frequência cardíaca extremamente baixa porque eles têm uma capacidade de extração de O2 dos tecidos muito alta. ➢ Então para atletas eles vivem com uma frequência de 38 a 40 batidas por minuto. ➢ São exemplos: sono, hipertireoidismo, medicamentos, hipertensão intracraniana. ➢ A ausculta na fase diastólica vai estar mais prolongada. ➢ Importante: idosos podem sofrer intoxicação por beta bloqueadores porque como eles tem muitos remédios, as vezes podem se confundir, um exemplo é o propranol - Arritmia sinusal é quando ocorre uma oscilação entre taquicardia e bradicardia. ➢ Conseguimos induzir uma bradicardia e taquicardia segurando a respiração e medir o pulso, quando inspira fundo e segura o ar o pulso fica mais lento e quando solta o ar o pulso volta normalmente. ➢ Na ausculta ocorre uma irregularidade na sequencia das bulhas, em momentos estão bem rápidas e ora lentas. - Fibrilação atrial é uma arritmia cardíaca em que o nodo sinusal ou sino-atrial perde a sua primazia elétrica, o estimulo vem de qualquer célula da musculatura cardíaca, todos os miócitos que estão localizados no átrio podem disparar um estimulo atrial. ➢ O correto é quando o estimulo do nodo sinusal faça com que silencie os demais estímulos, mas nessa patologia isso não ocorre, qualquer célula faz o estimulo. ➢ Não existe uma contração atrial, mas movimentos musculares em “saco de minhocas”, mas o problema maior é no ventrículo porque ele não consegue se contrair de forma adequada e isso aumenta o risco de fenômenos tromboembólicos como o AVC e isquemia de membros. ➢ Na ausculta tem um ritmo irregularmente irregular. ➢ Déficit de pulso por enchimento ventricular insuficiente. ➢ O paciente consegue ter uma vida normal após a correção desse erro, com a colocação de um marca- passo ou sincronizador. ➢ No eletrocardiograma temos três alterações importantes. 1) Ausência de onda P porque o átrio não faz uma contração significativa. 2) Os intervalos R-R são diferentes, não existe um padrão que se repete. 3) Irregularidade da onda T, sempre é diferente, as vezes pode ser até invertida (negativa), se tivesse normal seria positiva. Adrieli Bertotti -TXXI - Não tem como viver com fibrilação ventricular porque não vai ter uma contração suficiente para ejetar o sangue na pressão que os órgãos necessitam. - Extra-sístole é um batimento cardíaco precoce seguido de uma pausa compensadora. ➢ Extra-sístole ventricular: estimulo surge no ventrículo, ondas de pulso de baixa amplitude pois o enchimento ventricular não se completou totalmente, o complexo QRS está mais alargado (imagem) ➢ Extra-sístole supraventricular: estimulo surge acima do ventrículo, as ondas de pulso mantidas porque o enchimento ventricular aconteceu, o complexo QRS estreito e pode haver presença de onda P DESDOBRAMENTO DA SEGUNDA BULHA (B2) 1) Desdobramento fisiológico: é o atraso ou retardo do componente pulmonar durante a inspiração (mais negativa) - Fenômeno de inspiração profunda à aumenta pressão negativa no tórax = aumento do retorno venoso à lado direito do coração recebe sangue adicional da circulação sistêmica, consequentemente tem diástoles maiores. O aumento da diástole ocorre para a sístole ser mais efetiva. Contudo, essa distensão adicional, retarda os fenômenos do lado direito. - A bulha B2 (A2P2), com inspiração profunda, será representada na inspiração como A2àP2 com espaço de tempo (espaço que determina o retardo dos fenômenos do lado direito). Componente pulmonar apenas é audível na área justa-esternal-esquerda. - O componente P2 da B2 desdobra-se sempre na inspiração; sendo um fenômeno fisiológico puro (sozinho) ou ocorre associado com outra patologia (pessoa doente). As doenças cardíacas não anulam o retardo fisiológico da segunda bulha. Resumo: ocorre durante a inspiração por aumento do retorno venoso, aumento do volume diastólico, atraso da sístole do lado direito, atraso do componente pulmonar. 2) Desdobramento fixo: é patológico, ocorre na inspiração e expiração por atraso do componente pulmonar (P2), invariável com a respiração. - Na inspiração o atraso é fisiológico e na expiração pelo fato do Atrio Esquerdo possuir maior pressão interna e jogar o excesso de sangue para o Atrio Direito, que gera um retardo do componente pulmonar (P2) pelo volume adicional, que soma-se ao volume proveniente do retorno venoso pelas veias cavas. - Acontece na estenose pulmonar e na comunicação inter-atrial (CIA) quando não fecha o forame oval depois do nascimento, ocorre comunicação entre os átrios. Essa comunicação faz com que a pressão nos dois átrios seja igual. Na gravidez, o bebe tem o lado direito do coração mais desenvolvido. - Bloqueio de ramo (de condução elétrica): fenômeno patológico onde há atraso no envio do estímulo elétrico naquela parte afetada. Existe bloqueio de ramo direito, esquerdo. Os bloqueios podem ser vistos no eletrocardiograma. Pode acontecer devido a um infarto, cardiopatia, dilatação. Adrieli Bertotti -TXXI 3) Desdobramentos constante e variável: é patológico. - Ocorre na inspiração e expiração (por isso, o termo constante) - Na inspiração o atraso acentua-se pelo bloqueio e na expiração é mais curto (por isso, o termo “variável”) - CAUSA: Bloqueio do ramo direito (BRD) com atraso do componente pulmonar (P2) pois a valva pulmonar localiza-se do lado direito P2 ocorre sempre após o A2, seja na expiração quanto na inspiração, contudo, com o BRD na inspiração haverá adição do fenômeno patológico ao fisiológico. - O nodo sinusal faz o estimulo que deve chegar até o ventrículo direito, mas nesse caso, não acontece porque tem um bloqueio então tem uma dificuldade do lado direito receber esse estimulo elétrico, isso faz com que o nodo sinusal precise fazer um caminho maior, os fenômenos vão acontecer, mas vai demorar mais. - Portanto, o atraso do componente P2 na inspiração ocorrerá por dois motivos: (I) bloqueio de ramo e (II) da própria inspiração. - Na ausculta esse fenômeno é mais evidente na expiração. 4) Desdobramento paradoxal ou invertido: é patológico. - Ocorre somente na expiração - CAUSA: Bloqueio do ramo esquerdo (BRE); com retardo do componente aórtico (A2) pois a valva aórtica localiza-se do lado esquerdo. - O estímulo chega pelo nodo sinusal, mas não consegue passar devido ao bloqueio de ramo esquerdo, isso faz com que o A2 ocorra depois. - Quando inspira, sincroniza; quando expira ocorre o desdobramento. - Se fisiologicamente, a B2 (segunda bulha) é formada por A2+P2, com o bloqueio de ramo esquerdo, na expiração ocorre um atraso do A2 audível à desdobramento em: P2 à A2. (TUM – TARAC) - Na inspiração, o A2 é retardado pelo BRE e o P2 é retardado pelo desdobramento fisiológico da inspiração, dessa forma, o A2 e P2 localizam-se exatamente no mesmo ponto na inspiração. - Portanto, na inspiração não se ausculta, pois o atraso fisiológico do componente pulmonar compensa o atraso do componente aórtico. RESUMO: DESDOBRAMENTOS DE SEGUNDA BULHA Fisiológico Inspiração Fisiológico sozinho ou com algumapatologia associada. Ocorre durante a inspiração por aumento do retorno venoso, aumento do volume diastólico, atraso da sístole do lado direito, atraso do componente pulmonar. Bloqueio de Ramo direito Inspiração (maior) e expiração O atraso no componente P2 na inspiração ocorre por bloqueio de ramo e da própria inspiração. “comum e variável” Não ocorre a passagem do nodo sinusal porque tem um bloqueio, isso faz com que o nodo sinusal precise fazer um caminho maior, os fenômenos vão acontecer, mas vai demorar mais (atraso). Paradoxal ou Invertido Expiração Causa: bloqueio de ramo esquerdo com retardo do componente aórtico (A2) Não ocorre passagem do nodo sinusal, devido ao bloqueio de ramo esquerdo, isso faz com que o A2 ocorra depois. Quando inspira sincroniza, mas quando expira ocorre o desdobramento. Fixo Inspiração e expiração Atraso do componente pulmonar (P2) sem sofrer os efeitos da inspiração. Os tempos são iguais e a pressão é igual nos dois átrios, mas o sangue continua no sentido esquerdo para direito, vai ter um aumento relativo do lado direito. Ocorre na estenose pulmonar e comunicação inter-atrial (CIA) A2 = válvula aórtica -> ventrículo esquerdo P2 = válvula pulmonar -> ventrículo direito Adrieli Bertotti -TXXI - Hipertensão da artéria pulmonar: Isso acontece quando a pessoa tem uma comunicação atrial (forame oval) por muito tempo Quando os átrios se contraírem ao mesmo tempo, o sangue vai da esquerda para a direita, e cada vez mais terá uma quantidade maior de sangue no lado direito porque o enchimento do átrio direito vai depender da circulação sistêmica pelas veias cavas e mais o que passar pela comunicação interatrial. O volume sistólico ejetado do átrio direito, do ventrículo direito e por conseguinte da circulação pulmonar, da pequena circulação fique cada vez mais significativo, será jogado mais sangue com pressões maiores para a circulação pulmonar e isso ao longo do tempo determina uma condição patológica gravíssima chamada de hipertensão da artéria pulmonar ou cor pulmonale. O grande problema é que a pressão alta na circulação terminal para que ocorra a troca de sangue dentro do alvéolo pulmonar não é compatível com a fisiologia da toca gasosa e o paciente passa por uma condição de dificuldade de fazer as trocas levando a um quadro irreversível de hipertensão da camada íntima no endotélio pulmonar, entre o alvéolo e o capilar se torna difícil a difusão dos gases. Isso desenvolve a Pressão Sistólica da Artéria Pulmonar (PSAP) aumentada. Nesse caso o tratamento é transplante duplo de coração e pulmão. No exame físico a comunicação interatrial se caracterizada pelo desdobramento fixo da segunda bulha porque sempre vai ocorrer um atraso do componente pulmonar (P2) motivado pelo fluxo esquerda para direita. Na prática, na ausculta vai perceber um atraso do componente pulmonar durante a expiração e inspiração e vai solicitar um ecocardiograma e eletrocardiograma. B3: TERCEIRA BULHA - Ruído diastólico causado pela menor complacência ventricular na fase de enchimento rápido - No ciclo cardíaco: Mesodiastólica (no meio da diástole), entre B2 e B1, logo após B2 - Batida do sangue contra a parede do átrio e a perda da complacência ventricular durante a diástole, ou seja, um ventrículo incapaz de se moldar ao sangue que ele recebe, fica rígido. - Pode ser fisiológico em gestantes, mas no restante é patológico. - Ainda pode ser fisiológico, na gravidez pelo aumento da volemia para suprir duas pessoas e em pacientes com menos de 40 anos. - Isso pode acontecer também devido ao uso de inibidor de ECA. - Patológica: necessária presença concomitante de alguma cardiopatia identificável que prejudique a diástole normal (ex: estenose mitral, miocardiopatia, shunt D à E). - Assemelha-se a um galope de cavalo, o ritmo é em 3 tempos. - Ritmo de galope: ritmo tríplice por terceira bulha patológica (TUM-TA-TA), a pesquisa deve ser em decúbito lateral esquerdo, campânula, na ponta ou borda esternal esquerda, - Coração direito à galope acentua-se na inspiração - Coração esquerdo à galope suaviza-se na inspiração - Significado: “grito de socorro do miocárdio” - Indica miocardiopatia ou insuficiência cardíaca à Cardiopatas B3 e B4 ocorrem em pessoas muito doentes, com história de cardiopatia grave. Adrieli Bertotti -TXXI B4: QUARTA BULHA - Ruído diastólico causado pela menor complacência ventricular na fase de enchimento lento - Fase tele-diastólica (final da diástole) ou pré-sistólica, pouco antes de B1. - SEMPRE patológica - Indica um ventrículo incapaz de receber o volume sanguíneo ejetado pela contração atrial, na fase de enchimento lento. - Se confunde com desdobramento de primeira bulha, a diferença é o estado da pessoa, se for B4 a pessoa vai estar muito doente, mas a certeza só com exames complementares. Observações: - Hiperfonese: fase inicial de estenose mitral reumática, intervalo PR curto e estados hipercinéticos. Se for se segunda bulha se deve a HAS e hipertensão pulmonar. - Hipofonese: fase tardia de estenose mitral com calcificação, intervalo PR longo, em casos de DPOC, obesidade, uso de beta-bloqueadores e derrame pericárdio. Se for de segunda bulha se deve a estenose valvar. SOPROS - Expressão sonora do fluxo sanguíneo turbulento pode ser por uma passagem por uma área estreita, zona dilatada, membrana vibrante, fluido menor viscoso ou fluido mais veloz. - Se o silêncio entre as bulhas for interrompido, a chance de ser um sopro é muito grande. - Estuda-se somente os sopros do coração esquerdo na propedêutica. - Precisa situar no ciclo cardíaco! - É importante diferenciar se o sopro acontece na sístole ou na diástole. Para isso pode ser usado o pulso radial ou pulso carotídeo (mais fidegno). - É possível auscultar mesmo a distância o som da valva fechando em pacientes que realizam cirurgias cardíacas com implante de valvas protéticas metálicas. - O exame solicitado após a ausculta de um sopro é a ecocardiograma ou ecocardiografia. - Intensidade em 6 cruzes: - Frêmito é a expressão tátil de um sopro, é possível sentir um turbilhonamento acima de fistulas na palpação do pulso de paciente que tem fistula arteriovenosa. A identificação de frêmito é feita pelas polpas digitais como um estetoscópio por meio da palpação dos focos de ausculta. - Quando se ausculta um sopro na ausculta cardíaca, é necessário palpar os focos de ausculta para verificar a existência de frêmitos nesses locais. Adrieli Bertotti -TXXI TIPOS DE SOPROS: 1- Sopros sistólicos: ejeção e regurgitação a) Sopro de ejeção: começa APÓS a 1ª bulha (Fase de contração isovolumétrica) b) Sopro de regurgitação: começa JUNTO a 1ª bulha, mascarando-a, pois pressão é uma pressão ventricular acima da atrial 2- Sopro diastólico: estenose e regurgitação a) Sopro de estenose: Ocorre no meio da diástole, fase de enchimento rápido; haverá reforço pré-sistólico, se houver contração atrial. Tonalidade baixa, “ruflar” b) Sopro de regurgitação: em decrescendo, mais altos, chamados de “aspirativos”. 3- Sopros contínuo: sopro começa na primeira bulha e abafa ou atravessa a segunda bulha, como se fosse um ruído de máquina a vapor em movimento, característico de persistência do canal arterial, fistula arterio venosa e anomalias dos septos aórticos pulmonares 4- Sopro inocente: isso faz parte da maturação do sistema circulatório em recém nascidos, geralmente sistólicos de 1 a 2 cruzes (+, ++), mais audível em área pulmonar, mudança em relação a posição, importante excluir febre e anemia. Apresenta eletrocardiograma normais. ALTERAÇOES VALVARES 1-Estenose aórtica: - Causa doença aterosclerótica, acontece pela incapacidade da valva aórtica de ABRIR totalmente na sístole ventricular.- Quando ocorre a sístole (contração) do ventrículo esquerdo, a valva mitral precisa estar completamente fechada e valva aórtica precisa estar completamente aberta. Se um desses fenômenos não acontecer, haverá uma anormalidade valvar da sístole ventricular. Se a valva mitral não estiver totalmente fechada, haverá regurgitação de sangue e se valva aórtica, não abrir completamente, haverá uma estenose aórtica. Compensada por hipertrofia (aumento da pressão) progressiva do ventrículo esquerdo. - Sopro relacionado a sístole ventricular quanto mais força na contração ventricular mais intenso o sopro. - Inicia após a primeira bulha (sopro de ejeção) e acaba antes da segunda bulha. Em crescimento- decrescendo (diamante) - Foco: área aórtica com irradiação para carótidas e fúrcula esternal. Pulso retardado e tardio. - Baixa amplitude pois a força que o ventrículo faz para abrir a valva é menor, a ejeção de sangue será menor, devido a resistência da valva que não abriu completamente. - ICTUS: deslocado para baixo e esquerda 2- Insuficiência mitral - Causas: Doença reumática e Infarto do miocárdio com ruptura do músculo papilar. - Incapacidade da valva mitral de FECHAR totalmente na sístole ventricular. Valva incompetente, insuficiente ou regurgitante. Causa dilatação (aumento do volume) do átrio esquerdo, por refluxo V à A - Na contração do ventrículo, as valvas mudam de conformação e em seguida, o sangue flui do ventrículo em direção ao átrio, isso aumenta o volume da diástole atrial do próximo ciclo, pois o átrio recebe todo o sangue proveniente dos pulmões mais o sangue do ventrículo. Então, o átrio recebe mais sangue e ventrículo reage a esse volume adicional, com dilatação, isso gera desvio do ictus. As diástoles e sístoles atriais e ventriculares se tornam cada vez maiores com exceção da sístole ventricular, pois a quantidade de sangue ejetada na artéria aorta será a mesma. Portanto, ocorre um aumento da pressão da circulação coração esquerdo à pulmão mas na circulação sistêmica não, pois o problema está no átrio. - Sopro sistólico em área mitral com irradiação para axila, sopro obscurece B1 e acaba antes de B2 (que pode estar desdobrada), os sons de congestão pulmonar - Em casos de insuficiência mitral aguda, pode ocorrer edema agudo de pulmão. - ICTUS com estigmas de dilatação e passa de 2 polpas digitais. Adrieli Bertotti -TXXI 3- Estenose mitral: - Causa: doença reumática - Doença diastólica: valva não ABRE totalmente para receber o sangue atrial, isso causa aumento progressivo do átrio esquerdo e congestão pulmonar retrógrada, a fisiopatologia totalmente supraventricular - Em uma diástole normal, as pressões intraventriculares estão bem baixas, isso faz com que a valvas atrioventriculares abram e as valvas semilunares fechem totalmente. - Se a valva atrioventricular não abrir completamente, na diástole haverá uma estenose da valva mitral. Se a valva mitral não abrir totalmente, menos sangue irá chegar no ventrículo. O átrio tem que fazer mais força para transferir o sangue para o ventrículo. O ventrículo a cada contração, ejeta sangue na aorta e parte do sangue fica no átrio. Esse sangue adicional no átrio, faz com ele faça mais forca para jogar o sangue para o ventrículo, que tem maior com complacência que o átrio, isso funciona bem desde que a comunicação átrio- ventrículo esteja patente/aberta. - Mas na estenose mitral, há um problema nessa comunicação, a abertura entre o átrio e ventrículo está reduzida, fazendo com que o átrio fique com volumes cada vez maiores e não consiga jogar esse volume excedente para o ventrículo. Ao contrário, da regurgitação mitral. - Átrio tem sístoles e diástoles aumentadas, mas pelo fato da doença ser diastólica – fenômeno onde as valvas tem que estar completamente abertas mas não estão - ele não consegue passar o sangue para o ventrículo. Isso faz com quem o átrio fique cada vez maior, facilitando as congestões pulmonares. - Doença muito grave em gestantes, pois pode levar a congestão facilmente, pois elas possuem uma hipervolemia natural da própria gravidez. - Ausculta à Sopros diastólicos são mais discretos/sutis, o sopro inicia após B2 e ausculta-se B1 - Timbre baixo, pode haver reforço pré-sistólico se houver contração atrial à Ruflar/Rolar diastólico com possível reforço pré-sistólico O fenômeno mais importante da diástole ventricular, é a baixa pressão do ventrículo que funciona como mecanismo de aspiração do sangue atrial para dentro dele e que a contração atrial ocorre no final da diástole que causa entre outras coisas o reforço pré-sistólico na estenose mitral. - FOCO: ápice cardíaco, com irradiação para o apêndice xifoide. - Hiperfonese de B1 (por aumento do volume ejetado AE à VE) no foco mitral - Hiperfonese de B2 no foco pulmonar - Congestão pulmonar - AUMENTA com atividade física (hiperdinamismo), REDUZ com inspiração e manobra de Val Salva - ICTUS Inalterado, pois o problema não chega até o VE, ictus está relacionado ao ventrículo esquerdo. 4- Insuficiência aórtica: - Causa: doença reumática - Doença diastólica: valva aórtica não FECHA totalmente na diástole do ventrículo - Isso faz com que o sangue com altíssima pressão, no final da sístole ventricular e inicio da diástole, pelo não fechamento completa da valva aórtica, retorne para o ventrículo. - O ventrículo recebe sangue de dois aportes: do átrio e da aorta, portanto as diástoles serão as maiores de todas. O ventrículo fará dilatação para receber todo esse volume mas ao mesmo tempo terá que hipertrofiar para vencer a pressão que está jogando o sangue para dentro. ICTUS: sinais de hipertrofia e dilatação (no ventrículo ao mesmo tempo) - TA com níveis sistólicos baixos, às vezes, zero à Ausculta Sopro diastólico em decrescendo, com epicentro em foco aórtico e irradiação para a ponta do coração, timbre aspirativo. Adrieli Bertotti -TXXI RESUMO DAS ALTERAÇÔES VALVARES Doença Fase Causas Descrição Ausculta Ictus Estenose Aórtica Sístole Doença aterosclerótica Incapacidade da valva aórtica de abrir totalmente na sístole ventricular, isso gera uma hipertrofia progressiva do ventrículo esquerdo. Sopro sistólico em área aórtica com irradiação para carótidas e fúrcula esternal Em crescimento decrescendo (diamante) e pulso retardado e tardio. Deslocado para baixo e esquerda Insuficiência Mitral Sístole Doença reumática e Infarto Agudo do Miocárdio com ruptura do músculo papilar. Em casos agudos pode gerar um edema agudo de pulmão. Incapacidade da valva mitral em fechar-se totalmente na sístole ventricular, isso gera uma dilatação do átrio esquerdo, por refluxo Ventrículo à Átrio Importante: a circulação sistêmica continua normal, o problema é no átrio. Sopro sistólico em área mitral com irradiação para axilar Sons de congestão pulmonar Com estigmas de dilatação e passa de 2 polpas digitais Estenose Mitral Diastólica Doença reumática Incapacidade da valva mitral de abrir totalmente para receber o sangue atrial à aumento progressivo do átrio esquerdo e congestão pulmonar retrógrada Sopro diastólico no ápice cardíaco com irradiação para o apêndice xifoide Inalterado porque não está relacionado com o Ictus está relacionado com o ventrículo esquerdo. Insuficiência Aórtica Diastólica Doença reumática Incapacidade da valva aórtica de fechar-se totalmente na diástole ventricular, vai ocorrer dilatação e hipertrofia no ventrículo. Sopro diastólico no foco aórtico com irradiação para a ponto do coração e níveis sistólicos baixos. Sinais de hipertrofia e dilatação Adrieli Bertotti -TXXI CABEÇA E PESOÇOPARTE 2 - OUVIDO - Pavilhão auricular: inspecionar tamanho, forma, simetria, cor (semelhante a face), implantação e condições de higiene - Palpar a região: consistência deve ser firme, móvel e sem lesões de pele. - Atentar para dor, edema, hiperemia, assimetria, tonalidade azulada ou presença de nódulos - Inspecionar o meato acústico quanto a corrimento e odor fétido. - Atentar para saída de líquor ou sangue pelo canal – politrauma - Palpar processo mastoide e pressionar o trago para verificar presença de dor (processo infeccioso) - Exame: solicitar que o paciente tape o ouvido não testado, posicionar-se lateralmente ao paciente, 30 a 60 cm de distância da orelha, sussurrar uma combinação de letras e números (3, T, 9) com suavidade. (dica: exalar completamente antes de sussurrar), solicitar que o paciente repita a combinações e realizar o procedimento com a outra orelha. - Alteração da audição: captação, transmissão e processamento neurológico. - Espera-se ter uma membrana timpânica: integra, límpida, rosácea e translucida, traves da qual seja possível ver o ponto luminoso. - Alterações anatômicas do tímpano podem causa prejuízo do processo da audição: prejuízo da sensibilidade da captação, transmissão não é afetada. - Teste de Weber e Rinne com diapasão: vibração do som através dos ossos cranianos para a orelha interna. Coloca-se o diapasão 1º no Processo mastoide e faz ele vibrar, depois perto do ouvido, o som aéreo do diapasão deve ser melhor ouvido pelo paciente, do que sua vibração. Dificuldades: pouco específico com resultados falso positivos e negativos porque depende da interpretação do paciente. - Condução do estímulo auditivo: condução aérea X condução óssea. - Queixas mais comuns: • Dor: pior com a mobilização do pavilhão e pode ser um diagnostico diferencial como disfunção da ATM (articulação temporomandibular). • Prurido: fungos, comum em pacientes diabéticos • Otorréia: otíte externa, perfuração, otite média com perfuração – risco de meningite prescrever medicação pingada se tiver a certeza que a membrana está integra porque pode propagar a infecção. • Comprometimento da audição: quantitativa – avaliar se de captação ou transmissão • Zumbidos – podem ser causados por condições graves – aneurisma de carótida, HAS, DM, TCE (traumatismo crânio encefálico) • Vertigem • Otorragia – saída de sangue pelo conduto auditivo – trauma de base de crânio ou lesão de conduto, neoplasia, se um paciente chegar com otorragia deve pedir uma tomografia. Adrieli Bertotti -TXXI - Labirintite: transtornos do labirinto, uma estrutura interna do ouvido composta pela cóclea (imprescindível para a nossa audição), pelo vestíbulo e pelos canais semicirculares (que têm papel na manutenção do nosso equilíbrio). Causas: inflamatória, infecciosa e condições crônico degenerativas Sintomas: tontura, vertigem rotatória sem alteração de consciência associação de sintomas gastro- intestinais – náusea e vômito associação com nistagmo lateral que é quando a pessoa tem movimentos involuntários dos olhos para tentar buscar estabilização. Testes que evidenciem prejuízo do equilíbrio: diminuição da base x restrição do campo visual x ATAXIA - Quando há comprometimento central, há associação de quadro de ataxia que é responsável pela desorganização quando paciente fecha o olho, mas quando é problema só do ouvido/labirinto não tem ataxia. - Teste de Romberg: é uma avaliação clínica que revela alterações no equilíbrio estático do paciente. O paciente deve juntar os pés, braços ao longo do corpo ou elevados Se mantém em posição ortostática, com os olhos abertos, por cerca de 1 minuto = normal Se apresenta oscilações mínimas de posição durante todo o teste = sistema de equilíbrio funcionando Tendência a cair para frente ou para os lados = equilíbrio comprometido, a causa deve ser investigada NARIZ - Inspecionar quanto a desvios na forma, tamanho e cor, a pele deve ser lisa, sem edema, com a mesma cor da face, mucosa deve ser rosada e úmida. - Palpação (ponte nasal ao ápice): observar sensibilidade, presença de massa ou desvios - Testar a permeabilidade, ocluindo cada narina alternadamente -Testar olfato - Foco de luz nas narinas (inclinação da cabeça): observar presença de corrimentos, dilatação ou estreitamento, lesões, vermelhidão, sangramentos, exsudato, edema, desvio ou perfuração. - Saudação do alérgico: paciente vai apresentar de 1 a 2 sulcos horizontais decorrente do habito de coçar o nariz. Ex.: Paciente com rinite. - Possível alteração vascular ligada a quadro alérgico ou viral: hipertrófico, coloração hiperemia, congestão. - Rinite: cronicamente, perde o padrão hiperemio e a mucosa passa ser atrófica e pálida. SEIOS DA FACE OU PARANASAIS - Palpar os seios frontais e maxilares: edema ou dor à palpação pode indicar infecção, secreção ou obstrução. - Criança com menos de 7 anos não tem seio frontal. - O raio X deve ter o seio aerado para estar saudável, se ele tiver obstruído pode ser secreção ou muco. - Sinusite: dor exuberante a palpação dos seios da face. Na historia do paciente deve ter algo que previamente possa ter causado a inflamação Ex.: quadro de infecção de via respiratória superior 10 dias antes, dor progressiva, cefaleia em peso, com piora ao inclinar a cabeça e febre. Uma das características da sinusopatia é ser pouco toxemica → Infeção intraóssea do ponto de vista laboratorial é pouco significante. Seio maxilar pode gerar dor mesmo sem sinusite Adrieli Bertotti -TXXI BOCA - Lábios: inspecionar e palpar os lábios quanto à simetria, cor, textura, hidratação e presença de lesões Lábios: róseos e simétricos (remover batom) Atentar para lábios secos, fissuras, edemas, lesões, placas, nódulos e ulcerações Observar a coloração dos lábios. Atenção: palidez, cianose, cor vermelho-cereja - Lábios ressecados: evidenciação dos sulcos e pode ser causa pode ser iatrogênica (Roacutan) 1) Lábios leporinos ou Fissura lábio-palatal; 2) Queilite angular: “boqueira”, é uma lesão que pode ser fissurada tendo sangramento e formação de secreção 3) Herpes labial: manifestação começa associada a queda da imunidade, queixa que precede a erupção com coceira com queimação e primeira alteração do herpes é sensitiva 4) Câncer de lábio: nas lesões ulceradas de características infiltrava → preocupar-se 5) Angioedema: é uma reação Imunoalérgica com fator desencadeante, pode ser síndromes genética é de difícil controle. LINGUA - Vermelho-fosca úmida e brilhante, levemente enrugada na superfície e lisa nas laterais. - Se muito fosco → desidratação - Superfície ventral: altamente vascularizada e com pregas - Inspecionar assoalho da boca e superfície ventral da língua, bem como seu posicionamento (tamanho e exteriorização) e presença de saliva - Sempre avaliar o assoalho da boca - Puxar a língua com uma gaze para avaliar as bordas laterais e palpá-la - Raspar levemente margens brancas ou vermelhas (resíduo alimentar ou lesão????) - Se língua esbranquiçada → obrigatório a raspagem da lesão - Atenção para presença de nódulos, ulcerações - No assoalho temos a desembocadura das glândulas submandibulares: queixa de tumoração de assoalho pode estar associada a tumoração ou litíase de glândula submandibular. 1- Língua geográfica: processo autolimitado, benigno, se resolve sozinha, pode ter aumento de sensibilidade, sem perca de função (paladar). 2- Língua pilosa: crescimento bacteriano, aspecto de pelos na língua, benigno e autolimitado 3 - Língua fissurada 4- Língua saburrosa: parte esbranquiçada sai ao rasgar, ligado a higiene 5- Câncer Borda de língua: na palpação será duro Adrieli Bertotti -TXXI GENGIVAS E MUCOSA ORAL - Retraia os lábios superior e inferior - Verifique cor, hidratação, textura e presença delesões na mucosa - Lesões devem ser palpadas (dor, tamanho e consistência) - Atentar para lesão em placa branca que não pode ser removida –pré-maligna ou maligna - Palpar a gengiva (especialmente na região abaixo da prótese) - Atenção: sangramento gengival, edema e dor local 1- Atentar para lesão em placa branca que não pode ser removida → Leucoplasias (pré-maligna ou maligna) estão associadas a depósitos crônico de anticorpos 2- Moniliase: candidíase, placas brancas que se distribuem pela boca, saem ao raspar. 3- Estomatite: lesão aftoide, dolorosa, em casos graves pode ser necessário hidratação endovenosa, caso paciente não consiga se alimentar 4- Gengivite: risco de sangramento aumentado 5- Periodontite: progressão da gengivite, exposição crônica das porções articulares dos dentes 6- Câncer de gengiva 7- Câncer de mucosa jugal: pode estar ligado a traumatismos crônicos PALATO - Paciente deve inclinar a cabeça para trás, deve avaliar palato mole e palato duro ▪ Duro → suporte ósseo ▪ Mole → parte posterior - Observe cor, formato, textura ou existência de proeminências - Modelo anatômico: entre os dois palatos → as amidalas Sarcoma de palato Adrieli Bertotti -TXXI FARINGE - Parede posterior da faringe: rósea, lisa e brilhante, as tonsilas se fundem com a cor rósea da faringe. - Abaixador de língua: avaliar faringe, úvula, tonsilas. Atenção para reflexo faríngeo (vômito). - Note a ocorrência de edema, petéquias, lesões, exsudatos, hipertrofia 1) Faringite: coloração rosácea, pode ser alérgica ou viral 2) Amigdalite: aumento de volume, pode ter condição não inalatória, hipertrofia por processo crônico 3) Monnucleose: placas, ulcerações, “doença do beijo” 4) Difteria: placas na difteria, na fase aguada tem uma placa só que atravessa todo o palato, a nossa população: havia sido erradicada devido a tríplice viral, mas com o processo migratório (venezuelanos, haitianos) → voltando a ter PARÓTIDA - Parotidite epidémica (Caxumba): Inflamação da glândula causada por vírus. - Parotidite: Começa unilateral e pode evoluir ara bilateral - Diagnostico diferencial: Linfoma → unilateral - Sialolitiase: doloroso, aumento do volume glândula parótide pela formação de cálculos que obstrui o ducto, bastante comum nas gandulas submandibulares → aumento do volume do assoalho Adrieli Bertotti -TXXI CONSIDERAÇÔES ESPECIAIS - Queilite, moniliase: estão associadas a imunidade comprometida, pode ser sugestivo de HIV, neoplasia. Ocorre acumulo de saliva a noite → Proliferação de bactérias e vírus. - Caseo amigdaliano: halitose, criptas com restos alimentares e celulares, tratamento pela retirada das criptas ou amidalectomia, processo benigno - Sífilis congênita: dentes de Hutchinson - Na região cervical é obrigatório saber diferenciar Cisto braquial de Cisto tireoglosso: ambos têm formações parecidas, estão ligados questão embrionária, se diferencia pela localização. - Cisto tireoglosso: anomalia congênita da evolução embriológica Sífilis congênita Cisto tireogloso Cisto braquial - Sinal de Oliver Cardarelli: sugere aneurisma de crossa da aorta, consiste na tração da cartilagem cricóide com pescoço estendido ▪ Portadores de aneurisma o médico sente a tração ao puxar (sente tracionar para baixo) Nódulos múltiplos tiroidianos tem menor risco de malignidade ▪ Nódulos únicos → chance de ter tumores de tireoide são imensamente maiores - Linfonodos: sempre avaliar: sinais flogísticos, dor, consistência, tamanho e coalescência. └ Se for coalescente → neoplasia └ Coalescência = crescem e se agrupam