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DERRAME PLEURAL E PNEUMOTÓRAX Estagiária: Caroline Prandini DERRAME PLEURAL A pleura é uma fina membrana de revestimento que envolve o pulmão. Ela é formada por duas camadas: uma externa, que fica junto à caixa torácica; e uma interna, que reveste diretamente o órgão. Entre as duas camadas está a cavidade pleural, que é preenchida pelo líquido pleural. Quando há um acúmulo desse líquido, ocorre o que chamamos de derrame pleural. O derrame pleural resulta de um desequilíbrio entre a produção e a reabsorção do líquido pleural. O espaço pleural contém uma quantidade muito pequena desse líquido, que serve para lubrificar a região e facilitar o deslizamento do pulmão dentro da caixa torácica durante a respiração. Quando há um acúmulo de líquido, o derrame acontece. TIPOS DE DERRAME PLEURAL § Transudato: mais aquoso, geralmente não envolve células inflamatórias, infecção ou câncer. Os derrames transudativos são provocados por alguma combinação de aumento da pressão hidrostática e diminuição da pressão oncótica na circulação pulmonar ou sistêmica. § Exsudato: é rico em proteínas e apresenta células em decomposição ou células oncológicas. Os derrames exsudativos resultam de maior permeabilidade capilar, levando à perda de proteínas, células e outros constituintes séricos. Quando ocorre o derrame pleural, também pode haver diferentes substâncias entre as camadas da pleura. Alguns exemplos são: § Sangue: quando há lesão no tórax; § Líquido linfático: quando há lesão ou obstrução de um vaso linfático do pulmão; § Pus: em casos de infecção. SINTOMAS § Tosse; § Dor para respirar; § Falta de ar (ao fazer esforços ou em repouso); § Cansaço ao movimentar-se; § Elevação entre as costelas (em casos graves). INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA § A fisioterapia respiratória tem como objetivo a remoção de secreções das vias aéreas, reduzindo a obstrução brônquica, facilitando as trocas gasosas e reduzindo o trabalho respiratório utilizando as principais técnicas como as manobras de higiene brônquica vibrocompressão, tosse induzida e aspiração, quando necessário; § Manobras de expansão pulmonar, estimulação diafragmática, padrão respiratório associado com exercícios de membros superiores e tronco, incentivadores respiratórios (Voldyne e Respiron) e mudanças de decúbito; § Os objetivos das técnicas são mobilizar a secreção pulmonar viscosa, facilitando sua condução para uma região superior da árvore brônquica, impulsionando a eliminação, e assim, melhorar a troca gasosa e a ventilação/perfusão; INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA § Ocorre uma diminuição do espaço morto e, consequentemente do volume residual (VR); aumento do volume corrente (VC) que por sua vez, oxigenará melhor o sangue; § O fisioterapeuta, em seu tratamento, objetivará o aumento da drenagem do líquido (paciente com dreno), melhorar mobilidade torácica, remover secreção pulmonar, melhorar a função diafragmática, evitar posturas antálgicas, realizar orientações posturais, observar drenagem torácica, evitar intubação orotraqueal e ter cuidados com o dreno; § É de suma importância que o fisioterapeuta avalie cada paciente e realize técnicas expansivas adequadas para a patologia apresentada, aplicando elas no momento certo e de forma correta, evitando o agravamento das complicações e o prolongamento da permanência hospitalar. PNEUMOTÓRAX O pneumotórax surge quando o ar, que devia estar dentro do pulmão, consegue escapar para o espaço pleural que fica entre os pulmões e a parede torácica. Quando isso acontece, o ar faz pressão sobre o pulmão, levando-o a colapsar, e, por isso, é comum o surgimento de intensa dificuldade para respirar, dor no peito e tosse. Sendo assim, o pneumotórax é a presença de ar entre as duas camadas da pleura (membrana fina, transparente, de duas camadas que reveste os pulmões e o interior da parede torácica), resultando em colapso parcial ou total do pulmão. TIPOS DE PNEUMOTÓRAX § Pneumotórax primário: Surge em pessoas sem histórico de doença pulmonar e sem qualquer outra causa aparente, sendo mais comum em fumantes e em pessoas com outros casos de pneumotórax na família. Além disso, pessoas altas ou com idade entre 15 e 34 anos também parecem ter maiores chances de desenvolver este tipo de pneumotórax. § Pneumotórax secundário: O pneumotórax secundário acontece como complicação de uma outra doença, geralmente um problema respiratório anterior. Os tipos de doenças pulmonares mais comuns como causa do pneumotórax incluem as DPOC, fibrose cística, asma severa, infecções do pulmão e fibrose pulmonar. Já outras doenças que também podem resultar em pneumotórax, mas que não estão relacionadas diretamente com o pulmão são a artrite reumatoide, a esclerose sistêmica ou a dermatomiosite. TIPOS DE PNEUMOTÓRAX § Pneumotórax traumático: É possivelmente o tipo mais comum de pneumotórax que acontece quando surge um trauma na região torácica, devido a cortes profundos, fratura de costelas ou acidentes de trânsito. Além disso, pessoas que fazem mergulho também pode ter este tipo de pneumotórax, especialmente se subirem muito rápido até à superfície, devido às diferenças de pressão. § Pneumotórax hipertensivo: Esta é uma das formas mais graves de pneumotórax, na qual o ar passa do pulmão para o espaço pleural e não consegue regressar ao pulmão, acumulando- se aos poucos e causando intensa pressão sobre o pulmão. Neste tipo, é possível que os sintomas vão piorando muito rapidamente, sendo urgente ir no hospital para iniciar o tratamento. SINTOMAS § Dor intensa e repentina, que piora ao inspirar; § Sensação de falta de ar; § Dificuldade para respirar; § Pele azulada, especialmente nos dedos e lábios; § Aumento dos batimentos cardíacos; § Tosse constante. INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA § A fisioterapia assume o tratamento conservador, usando exercícios respiratórios para que o ar contido na cavidade pleural seja reabsorvido como padrões ventilatórios e a inspirometria de incentivo. Contudo, é importante ressaltar que a fisioterapia só vai atuar se o pneumotórax estiver drenado; § O objetivo esperado é a expansão total do pulmão e o fechamento da fístula pleuro – brônquica que determinou o pneumotórax. O paciente deve ser posicionado em situações que promovam a drenagem como fowler ou decúbitos laterais onde o pulmão acometido seja o dependente, ou seja, fique para baixo; § Para verificar se o pneumotórax estar perpetuando, basta pedir ao paciente para inspirar forte e depois tossir. Se a fístula estiver presente, o dreno vai borbulhar no selo d’água contido e com o decorrer do tempo, a fístula tende a diminuir logo, o borbulhamento também. OBS: A pressão positiva na forma de CPAP ou BIPAP é contra indicado pois a mesma perpetua a fístula pleuro – brônquica. INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA § A fisioterapia respiratória atuará na reexpansão da área comprometida, aumento da ventilação alveolar e diminuição da hipoventilação, por meio de manobras e padrões respiratórios. § As técnicas e manobras mais indicadas pela literatura atual são exercícios respiratórios com manobras reexpansivas, como, descompressão abrupta localizada, freno labial, direcionamento de fluxo e também o uso dos inspirômetros de incentivo como voldyne e respiron. § O tratamento fisioterapêutico é bastante indicado, pois vem sendo eficaz no tratamento do pneumotórax proporcionando uma reexpansão do pulmão afetado, expansibilidade e mobilidade torácica beneficiando o mecanismo respiratório e reestabelecendo a função do pulmão acometido. Obrigado!!
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