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HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA. CIRROSE DESCOMPENSADA: Lembrete = paciente pode ter cirrose compensada 🡪 CHILD A (apenas hepatopatia crônica no US + sinais indiretos de hipertensão portal e insuficiência hepática); - taxa de descompensação = 5% ao ano 🡪 infecções e cirurgia podem aumentar essa taxa; - descompensação: - aumento da suscetibilidade a infecção; - aumenta o risco de acometimento sistêmico e disfunção de múltiplos órgãos; = a descompensação é resultado da circulação hiperdinâmica com vasodilatação sistêmica; - sobrevida de paciente descompensado = 2 anos; - varizes de esôfago/gástrica (varizes de fundo gástrico) -hemorragia digestiva alta (varicosa); - ascite; - PBE (peritonite bacteriana espontânea); - síndrome hepatorrenal (SHR); - encefalopatia; Obs: sempre na hipertensão portal ocorre o risco de promover translocação bacteriana; Impacto da cirrose em vários órgãos: - pulmão = hipertensão portopulmonar/síndrome hepatopulmonar; - rim = síndrome hepatorrenal; - coração = cardiomiopatia cirrótica; - cérebro = encefalopatia hepática; - suprarrenal = disfunção de adrenal; Considerações gerais: Principais descompensações: - vasos = vasodilatação sistêmica; 1- HEMORRAGIA DISGESTIVA VARICOSA: Lembrete: - hipertensão portal clássica = pode cursar com varizes de esôfago como de fundo gástrico; - hipertensão portal segmentar (trombose de veia esplênica) = varizes de fundo gástrico (não apresenta varizes de esôfago); - sangramento digestivo alto, secundário a ruptura de varizes de esôfago e ou gástricas; - sangramento por varizes esofágicas = mais comum; - clínica = hematêmese, melena e mais raramente enterorragia; - mortalidade ate 20% dentro de 6 semanas do episódio; Profilaxia primária: - paciente que nunca sangrou; - indicações: - CHILD C; - varizes de médio ou grosso calibre; - Red spots positivos (sinais vermelhos na endoscopia = vêm descritos no laudo); -métodos = medicação ou ligadura elástica por endoscopia (erradica as varizes): Medicações: - betabloqueador não seletivo = propranolol ou nadolol OU - betabloqueador seletivo = carvedilol OU Obs: meta = frequência cardíaca deve ficar entre 50 e 60 bpm (betabloqueado); Ligadura elástica: Considerações gerais: Profilaxia: - indicada para pacientes eu não podem fazer uso de beta-bloqueadores (DPOC); - pacientes que sangrou na vigência de um betabloqueador; Profilaxia secundária: - após episodio de sangramento = previne que ele recorra; Como realizar: - começar no 6º dia de sangramento = se houver estabilidade hemodinâmica; - betabloqueador não seletivo (propranolol) E Ligadura elástica; - paciente com historia recente de melena e hematêmese (raramente enterorragia); - paciente com sinais periféricos de hepatopatia crônica, hepatite C diagnosticada, historia de álcool importante, paciente que sabe que é cirrótico; Tratamento do sangramento agudo – princípios: - reposição volêmica e transfusão sanguínea; - antibióticoprofilaxia (devido ao aumento das chances de infecção nos pacientes cirróticos descompensados); - prevenir encefalopatia*; - tratamento farmacológico; - tratamento endoscópico (balão e tipis); Lembrete = todos os princípios ocorrem ao mesmo tempo e não de forma separada; A-Reposição volêmica e transfusão sanguínea: - transfusão = alvo de Hb > 7-8g/dl 🡪 não se transfunde mais para não aumentar a hipertensão portal (por aumento da volemia = leva aumento do sangramento) + evitar transfusão de fatores anticoagulantes presentes na bolsa de sangue (aumenta o risco de sangramento); Manejo de sangramento agudo: - reposição volêmica para manter o paciente bem perfundido; Obs: a reposição volêmica é feita com Ringer simples ou soro fisiológico e não com Ringer lactato = lactato precisa passar pelo fígado para ser transformado em bicarbonato 🡪 como o paciente não tem um fígado saudável (cirrótico) o excesso de lactato resulta em acidose lática; - INR = nesses casos não é um bom preditor de coagulação nesses pacientes 🡪 avaliação da coagulação deve ser feita por tromboelastograma; Obs: não se faz reposição de plasma fresco congelado (apenas reposição volêmica e transfusão sanguínea); - FC alvo do paciente = deve permanecer em torno de 100-110 bpm; - protocolo de MOV (monitor, oxigênio (se necessário), veia) = sempre aplicado para pacientes em situações de urgência (no caso = sangramento agudo); B- Antibióticoprofilaxia = 7 dias: - quinolona oral = norfloxacino 400 mg 12/12h; - ceftriaxone EV 1g/24h = preferir em pacientes com cirrose avançada profilaxia previa com quinolonas ou ambiente hospitalar com alto índice de infecções; - “prevenir” encefalopatia* = não está indicado 🡪 tratar apenas se ela estiver presente (e não prevenir) = Lactulose com objetivo de manter 2-3 evacuações por dia; Obs: se a encefalopatia não estiver presente não administra lactulose no paciente; C- Tratamento farmacológico: - inicia o mais rápido possível; - antes do tratamento endoscópico; - drogas (análogos da somatostatina) = terlipressina, octreotide, somatostatina 🡪 promovem vasoconstrição esplâncnica = reduz a hipertensão portal; D- Tratamento endoscópico: - mais cedo possível = idealmente dentro de 12h do episódio (paciente deve estar estável); - ligadura elástica (manejo do sangramento agudo); E- TIPS: - Shunt potossistêmico intra-hepático transjugular = stent que liga a circulação da veia porta com a veia supra-hepática (cria-se um shunt) 🡪 no paciente cirrótico há aumento da resistência vascular intra-hepática 🡪 sendo assim com aplicação de TIPS há uma facilitação da mobilidade sanguínea = aliviando a hipertensão portal (diminui a pressão); - paciente não faz metabolização hepática da amônia (pois o sangue não passa pelo interior do fígado) 🡪ocorre aumento do risco de encefalopatia hepática = excesso de amônia que atravessa a BHE (amônia não é convertida em ureia); Indicação de TIPS: - precocemente (dentro de 72h ou idealmente < /= 24h) = em pacientes de alto risco para falha de tratamento endoscópico (CHILD B em sangramento agudo ou CHILD C); - falha do tratamento padrão (clínico e endoscopia), pacientes refratários; Obs: na prática = não se faz o TIPS, pois é caro e necessita de um local com radiointervenção (não é presente em todos os locais); F- Balão Esofágico: - balão = Sengstaken-Blakemore 🡪 aplicado por via nasal = após ser insuflado uma parte fica intragástrica (pressionar as varizes de fundo gástrico) e outra intraesofágico (pressionar as varizes de esôfago) = estancando o sangramento; - pode ficar insuflado por no máximo por 24h = o esôfago não apresenta serosa 🡪 com uma pressão constante por longo período a parede pode sofrer isquemia e perfurar; - indicado em casos de sangramento abundante = onde não é possível uma abordagem endoscópica imediata (se faz a passagem do balão para posteriormente tentar realizar a ligadura elástica);
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