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PROVA 3 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 1 HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA ABORDAGEM INICIAL © Medidas de ressuscitação hemodinâmica à reposição volêmica © Intubação orotraqueal se alteração do nível de consciência © Tipagem sanguínea + coagulograma + reserva de sangue © Hb 7 – 8 g/dl © Passagem de S.NG. seguida de lavagem gástrica com SF a 0,9% ó Soro gelado à não se faz mais acreditava-se que a vasoconstrição diminuiria o sangramento, mas viu- se que após essa vasoconstrição ocorre uma vasodilatação reflexa, o que piora o quadro © Pedir UTI para repercussão hemodinâmica © Endoscopia à prognóstico e tratamento da lesão encontrada (primeiro estabiliza o paciente) © Sonda nasogástrica: ó Serve para preparar o estômago e proteger as vias aéreas ó Sangue vivo pode ser útil na identificação de pacientes com lesões de alto risco ó Ausência de sangue não exclui sangramento ativo. 15% dos pacientes com lavado negativo apresentam hemorragia ativa. • Se vem com sangue – sugere que o sangramento é alto ó Limitações e desconforto o uso permanece controverso © Transfusão sanguínea: ó Em pacientes hígidos à Hg 7mg/d- 8 mg/dl (e hematócrito em torno de 34) ó Transfusão aumenta fluxo esplâncnico e pressão impedindo e formação do coágulo ó Transfusão induz coagulopatia ó NEJM 2013- RCT • Mortalidade 5x9% • Recorrência sangramento 10x16% • Eventos adversos 40X 48% SINAIS DE GRAVIDADE Mortalidade 21% © Comorbidades © >65 anos © Sangramento retal vivo (de HDA) © Instabilidade hemodinâmica © Oligúria © Hg < 6g/dl © >5 concentrados de hemácias Ter noção de quanto o paciente perdeu para ver o quanto precisamos repor e com que velocidade precisamos repor PA normal deitado e quando está em pé < 20mmHg e FC normal e em pé cai 20mmHg è perda < 1L PA entre 90-100mmHg e FC entre 100 – 120 bpm è perda aproximadamente de 1,5L PA < 90mmHg e FC > 120 bpm è perda > 2L HDA é responsável por mais de 350.000 admissões hospitalares ao ano nos estados unidos Mortalidade de até 10% © Pacientes são mais idosos © Afecções concomitantes © Descompensação de afecções concomitantes ETIOLOGIA Ulcera gástrica e ulcera duodenal são as causas mais importantes. Depois varizes pela cirrose e hipertensão portal. PROVA 3 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 2 Gastrite erosiva não pega mucosa que atinge artéria de grande calibre CLASSIFICAÇÃO Varicosa Não varicosa HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA NÃO VARICOSA AVALIAÇÃO E MANEJO INICIAL: © Objetivos: avaliar a necessidade de intervenção urgente (transfusão endoscopia cirurgia) © Fatores preditivos de gravidade: ó História de malignidade ou cirrose ó Hematêmese ó Sinais de hipovolemia (hipotensão, taquicardia choque, Hg < 8g/dl). © Recomenda-se endoscopia nas primeiras 24 horas (no paciente grave) ó Historia de malignidade ou cirrose ó Hematemese e sinais de hipovolemia (hipotensão, taquicardia, choque, Hg<8g/dl) © AINEs e AAS: avaliar uso e suspensão © Pacientes com comorbidades sempre devem ser internados ETIOLOGIA: © Úlcera péptica © LAMGD (lesão aguda da mucosa gastroduodenal) – gastrite erosiva © Laceração de Mallory-Weiss (ruptura na junção esôfago-gástrica) © Câncer gástrico (geralmente cursa com anemia) © Esofagite (quando sangra geralmente é em pequena amonta)à “Babou sangue no travesseiro” © Raras: ó Lesões vasculares: • Angiodisplasias • Fístula aorto-duodenal – paciente com prótese aórtica • Lesão de Dieulafoy – arteríola anômala na submucosa do estômago períodos em que o paciente tem pico de pressão, a arteríola sangra ó Pólipos (raro sangraar) ó Hemobilia (sangue que vem da via biliar) • Geralmente ocorre em traumas fechados (sangramento intra-hepático, não tem repercussão hemodinâmica) SANGRAMENTO POR ÚLCERA PÉPTICA: © Basicamente 2 mecanismos è H pylori e AINEs ó Geralmente paciente que tem H pylori tem histórico de dispepsia crônica ó Anti-inflamatório è geralmente o paciente não sentia nada antes (anti-inflamatório é um analgésico potente paciente não sente a dor da úlcera) © Métodos térmicos, agentes injetáveis e clipes são métodos eficazes © A terapia combinada reduz o risco de Ressangramento, cirurgia e mortalidade © Reposição volêmica: ó Cristaloides ó Expansores plasmáticos (albumina, sintéticos) • Aguarda transfusão ó Concentrado de hemácias (Ht 20 – 24%) ó Coagulopatias (plasma e plaquetas) © Terapia anti-secretora: IBPà é sempre benéfico J ó Omeprazol 80mg em bolus seguido por 8mg/hora (72 horas) ó Recomendado até a endoscopia • Reduz estigmas hemorrágicos na endoscopia • Não melhora significativamente Ressangramento, necessidade de cirurgia ou óbito PROVA 3 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 3 ó Metanálise mostrou redução nas taxas de lesões de alto risco com sangramento à endoscopia e redução na necessidade de terapia endoscópica ó Metanálise não mostrou diferença significativa na mortalidade, Ressangramento ou progressão para cirurgia ó É recomendado previamente a endoscopia!!! © Procinéticos: ó Eritromicina ou Metoclopramida 120 minutos antes da endoscopia melhora o diagnóstico da causa da hemorragia ó Não melhora redução de hospitalização, necessidade de transfusão ou cirurgia ó Melhora a endoscopia J © Endoscopia Digestiva Alta: ó EDA precoce (< 24 horas) reduz a necessidade de transfusão e tempo de hospitalização ó A endoscopia permite avaliar a conduta a ser adotada ó Caso haja estabilidade hemodinâmica e a endoscopia mostre lesão com baixo risco de recidiva de sangramento = ambulatório ó Revisão endoscópica em pacientes com Ressangramento EDA precoce (< 24 horas) X EDA urgência (< 12 horas): Sangue vivo na SNG Instabilidade hemodinâmica à PAS < 100 e FC > 100 Hb < 8g/dl Leucócitos < 12.000 cel/l Classificação de FORREST: FIà EDA FIIIà não faz DECIDE A CONDUTA!! Paciente jovem com úlcera com base limpa è após a endoscopia posso tratar apenas com IBP VO ambulatorialmente Paciente com Forrest IAèapós a endoscopia, ficar em observação Parâmetros endoscópicos de prognóstico: Tratamento endoscópico à sangramento ativo e visível Coágulos à retirar com irrigação Há controvérsias Estigma X risco de Ressangramento: ® 24 horas com paciente estável ® Reconhecer o ponto de sangramento ® Hemostasia quando indicada ® Estigmas de Ressangramento PROVA 3 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 4 TRATAMENTO ENDOSCÓPICO 1) INJEÇÃO © Tamponamento pelo volume injetado (solução salina ou adrenalina) ó Quando passar o efeito da adrenalina – volta o sangramento © Agentes esclerosantes à lesão tecidual e trombose (etanol, etanolamina) © Selantes teciduais à trombina, fibrina, cianoacrilato © Com exceção da adrenalina, os demais não são usados rotineiramente na HDA não varicosa © Não podemos fazer o método da injeção isoladamente!!!! 2) CAUTERIZAÇÃO: © Heater probe, laser, coagulação com plasma de argônio, cateteres de eletrocautério © Plasma de argônio ó Associa o gás ionizante como condutor de eletricidade, sem contato mecânico, resultando em coagulação superficial da mucosa, e de lesões vasculares 3) MECÂNICOS: © Clipes – se desprendem espontaneamente em dias a semanas © Ligadura elástica Tratamento endoscópico è combinar 2 métodos (hemostasia transitória – injeção e hemostasia definitiva – cauterização)!!! Hemostasia endoscópica – há modificação na evolução? Redução na recidiva hemorrágica = 62% Redução no tratamento cirúrgico = 64% Redução da mortalidade = 45% IBP: Fortemente recomendado após EDA com sangramento ativo ou estigmas de sangramento recente IBP bolus seguido por infusão durante 72 horas para reduzir o risco de sangramento e mortalidade Úlcera com coágulo escuro ou base limpa è IBP via oral IBP por 72 horas se mostrou eficaz em reduzir o Ressangramento e a mortalidade após a terapia endoscópica Fundamentos do uso deIBP pós-hemostasia endoscópica: PROVA 3 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 5 pH gástrico > 6 com infusão EV contínua de IBP pH gástrico > 6 promove agregação plaquetária pH gástrico > 4 – 5 inativa a pepsina Melhora do processo de cicatrização Complicações do tratamento endoscópico: © Ampliação da úlcera © Fístula pós-operatória © Perfuração © Necrose de parede gástrica por embolização arterial - Sangrou com infecções pelo H pylori è tratar o H pylori - Usuário de AINE è parar o anti-inflamatório (se não for possível, uasr cox 2 seletivo combinado com IBP) *prevenção primária (paciente não teve eventos cardiovasculares) à descontinuar aspirina *Prevenção secundária (paciente já teve eventos cardiovasculares) à parar aspirina por 7 dias e depois continuar associado com IBP - Úlcera idiopática è usar IBP contínuo Lesões esofagianas habitualmente não necessitam tratamento. Mallory-Weiss pode necessitar de tratamento com cauterização, adrenalina, clipe ou ligadura Alterações vasculares: © Ligadura elástica, laser, plasma de argônio, cauterização e escleroterapia podem ser usados © Lesão de Dieulafoy è tipicamente se apresenta com sangramento recorrente e intermitente. Artéria anormal na submucosa, de calibre aumentado se torna exposta e se rompe. É mais comum no estômago, mas pode ocorrer em todo TGI. Ressangramento após terapia endoscópica: © Em até 24% dos pacientes de alto risco © IBP combinado com tratamento endoscópico reduz para 10% e aumenta a resposta de uma segunda tentativa de hemostasia endoscópica © Second-look não é recomendado de rotina, mas pode ser realizado quando a endoscopia inicial não identificou o sítio ou se há preocupação da terapia inicial não ter sido adequada PROVA 3 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 6 HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA © Qualquer sangramento distal ao ângulo de Treitz © A HDB tem amplo espectro ó Leve à grave ó Incidência de HDB nos EUA que requer hospitalização – 21 por 100.000 adultos © Predomina da terceira idade ó Aumento de 8x dos 20 aos 80 anos ó Idade média entre 63 e 77 anos © Mortalidade variando de 2 a 4% ETIOLOGIA © Doença diverticular © Hemorroidas/fissuras © Neoplasia colônica © Isquemia © IBD © AVM © Pós-cirúrgico © Infecção © HDA © Outros Causa mais comum è DOENÇA DIVERTICULAR DOENÇA DIVERTICULAR DO CÓLON (DDC) © É a causa mais comum de HDB (40%) © Prevalência da DDC aumenta com a idade (70% aos 80 anos) © Incidência de sangramento (5 – 50% em pacientes com DDC) © Sangramento é arterial © Pode ocorrer no óstio ou no ápice © Cessa espontaneamente na maioria dos casos (Ressangramento entre 14 – 38%) © Sangramento VOLUMOSO e explosivo © Se repormos o sangue muito rápido a arteríola volta a sangrar – cuidado ao repor sangue para esse paciente!! COLITE ISQUÊMICA © Acontece em pacientes que tem redução súbita/abrupta do fluxo sanguíneo ó Típico em pacientes que tiveram uma parada cardíaca na hora que o fluxo sanguíneo volta, a mucosa que necrosou do intestino descama e o paciente tem HDB. (principalmente no ângulo esplênico e na junção reto-sigmóide à áreas que tem menor circulação colateral © Redução súbita, via de regra temporária, do fluxo sanguíneo mesentérico à Hipoperfusão, Vasoespasmo ou oclusão dos vasos mesentéricos © Afeta mais a flexura esplênica e a junção reto-sigmóide © Lesão vascular nem sempre pode ser identificada © Dor abdominal aguda © Hematoquezia e diarréia sanguinolenta após 24 horas © Colonoscopia característica: ó Segmentação mucosa sadia com mucosa em sofrimento ó Nódulos hemorrágicos ó Sangramento submucoso ó Mucosa cianótica ou necrótica ó Ulcerações ECTASIA VASCULAR © Também conhecidas como angiodisplasias e angioectasia © Apresentação clínica: ó Anemia ferropriva ó Sangue oculto PROVA 3 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 7 ó Hematoquesia ó Difícil separar de sangramento por DCC © Predominância: ó Ceco e cólon ascendente ó 2% dos pacientes submetidos a colonoscopia de rotina com > 65 anos © Colonoscopia: ó Lesão plana, avermelhada ó 2 – 10 mm de diâmetro ó Vasos ectásico “irradiando” de um vaso central ® Geralmente descoberta em pacientes que fizeram pesquisa de sangue oculto e deu positiva ou paciente com anemia ferropriva em que foi pedida uma colonoscopia para descobrir a causa ® Mais frequentes quanto mais do lado direito do intestino ® Geralmente não requer nenhum tratamento ® Risco alto de perfuração do intestino à porque o lado direito é mais fino que o lado esquerdo DOENÇA HEMORROIDÁRIA © 5 – 10% de HDB aguda © Perda sanguínea intermitente e de baixo volume © Apresentação à sangue vivo misturado entre as fezes © Se tiver repercussão hemodinâmica à pensar em hipertensão portal NEOPLASIA © 1 – 17% de HDB aguda © Dependendo da localização tem sangramento diferente (pode variar de oculta a visível) © Raramente o sangramento é volumoso © Raramente sangue vivo © Atentar para perda de peso e alteração do hábito intestinal!! PÓS-POLIPECTOMIA © 2 – 6% de HDB aguda © 7 – 10 dias após o paciente ter feito colonoscopia com retirada de pólipos
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