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Lei antidroga

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Lei antidrogas- Lei 11.343/06 
Norma penal em branco- depende de uma portaria da saúde. 
• Heterogênea- junto com essa lei podemos aplicar as portarias e o CPP. 
• O SISNAD prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção de usuários e dependentes de 
drogas, e estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito. 
O que é droga? 
São as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas 
atualizadas em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União. 
Principais inovações da lei antidrogas: 
1. Não prevê mais a pena privativa de liberdade para usuários (art. 28-droga para consumo próprio) -descarcerização. 
2. Agravamento da pena de tráfico 
3. Criação da figura do tráfico privilegiado 
4. Tipificação do crime de financiamento ao tráfico 
5. Regulamentação de novo rito processual. 
Fundo Nacional Antidrogas: São os fundos arrecadados das penas de multa aplicadas aos casos de drogas, e instituem 
algumas ações para ajudar os usuários 
PRESCRIÇÃO: Prescreve em 2 dois anos a imposição e a execução das penas. 
 
Causas de aumento de pena gerais 
NÃO se aplica no crime para consumo PRÓPRIO. 
 Hipótese Aumento 
 Se a natureza, a procedência da substância 
ou do produto apreendido e as 
circunstâncias do fato evidenciarem a 
transnacionalidade do delito; 
-Não é necessário sair ou entrar com a 
droga no país para configurar. 
 Um sexto a dois terços. 
 Se o agente praticar o crime prevalecendo-
se de função pública ou no desempenho 
de missão de educação, poder familiar, 
guarda ou vigilância; Refere-se a guarda e 
vigilância; Estando o agente nessas 
funções, comete tráfico de drogas. 
Ex: Professor que vende droga a aluno. 
Um sexto a dois terços 
 Se a infração tiver sido cometida nas 
dependências ou imediações de 
estabelecimentos prisionais, de ensino ou 
hospitalares, de sedes de entidades 
estudantis, sociais, culturais, recreativas, 
esportivas, ou beneficentes, de locais de 
trabalho coletivo, de recintos onde se 
realizem espetáculos ou diversões de 
qualquer natureza, de serviços de 
tratamento de dependentes de drogas ou 
Um sexto a dois terços 
de reinserção social, de unidades militares 
ou policiais ou em transportes públicos; 
Também se configura se estiver praticando 
a conduta NAS mediações dos 
estabelecimentos, não precisando vender 
aos pertencentes a esses 
estabelecimentos. 
 Se o crime tiver sido praticado com 
violência, grave ameaça, emprego de arma 
de fogo, ou qualquer processo de 
intimidação difusa ou coletiva; 
- O tipo é muito abrangente. Podendo ser 
utilizado para ameaçar outrem a fim de 
fazê-lo usar entorpecente, bem como 
quem emprega violência para ministrar 
droga em terceiro. 
-Lembrando que se a arma não for 
utilizada para a conduta, haverá apenas o 
crime simples. Por exemplo: se for 
encontrada no barraco. 
Um sexto a dois terços. 
 Se caracterizado o tráfico entre Estados da 
Federação ou entre estes e o Distrito 
Federal; 
- Quando a conduta do traficante consistir 
em levar a droga de um Estado para outro 
ou para o DF. 
- Para sua consumação, basta que se 
demonstre a finalidade de transportar a 
droga, não sendo necessário a efetiva 
transposição da divisa. 
Um sexto a dois terços 
 Se sua prática envolver ou visar a atingir 
criança ou adolescente ou a quem tenha, 
por qualquer motivo, diminuída ou 
suprimida a capacidade de entendimento 
e determinação; 
-O tráfico que vise criança ou adolescente, 
busca nesses um consumidor. 
-A hipótese de resistência pode ser 
efetivada no caso de venda ou entrega da 
droga a pessoa embriagada, doente 
mental, dependente de drogas etc. 
 
 
Se o agente financiar ou custear a prática 
do crime. 
Lembrando que temos crime autônomo 
para quem financia a prática do tráfico de 
drogas, a grande diferença é que se for um 
financiamento com habitualidade entrará 
como crime autônomo (art. 36) e no 
aumento é uma causa isolada. 
Um sexto a dois terços 
 
 
 
Diminuição da pena 
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal 
na identificação dos demais coautores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do 
crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços. 
• Para que haja a diminuição de fato, além de ser voluntária, deve exigir que as informações passadas pelo agente 
efetivamente impliquem na identificação de todos os envolvidos, bem como a recuperação de algum produto do 
delito (bens comprados pelos traficantes com lucro obtido com a venda como forma de pagamento, por exemplo). 
• Quanto maior a colaboração, maior será a redução da pena pelo juiz. 
 
Porte e cultivo de droga para consumo próprio 
Art. 28: Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo 
pessoal, drogas (objeto material), sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar será submetido às seguintes penas: 
I - Advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - Prestação de serviços à comunidade (PSC); 
III - medida educativa de comparecimento à programa ou curso educativo (frequentar palestras etc.) 
• Lembrando que é necessário ser sem autorização ou em estar em desacordo com a determinação legal. 
• Houve uma despenalização desse crime, que foi retirar a pena privativa de liberdade que antes havia na lei. Porque 
ele difere totalmente do traficante. 
• Para esse procedimento terá o trâmite no rito sumaríssimo e TCO. 
• Art. 158- precisa ter perícia com cadeia de custódia (Art.158-a), se não tiver pode ser anulada a prova 
• Norma penal em branco 
• Cabe transação penal. 
• Não cabe Habeas Corpus para os casos do art. 28cp, porque não tem ameaça ao direito de ir e vir. 
A União pode autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em 
local ou prazo predeterminados mediante fiscalização. 
• Nesse caso, as condutas são realizadas para seu próprio consumo. Diferente do artigo 33 que também menciona 
essas condutas, porém, as condutas são para e entrega a outrem, que caracteriza o tráfico. 
 
 
 
Bem jurídico Coletividade. Saúde Pública 
Sujeito ativo Crimes comuns 
Sujeito passivo Coletividade 
Consumação Adquirir- é instantânea, consuma-se 
quando há o acordo de vontades 
entre o vendedor e o comprador. 
Trazer consigo, guardar, ter em 
depósito e transportar constituem 
crimes permanentes e consumam-se 
quando o agente obtém a posse da 
droga. 
Tentativa Na modalidade permanente é 
inadmissível 
Competência JECRIM 
 
Esse crime é capaz de gerar reincidência? 
O STF e parte da doutrina defendem que gera reincidência sim. Já o STJ diz que não gera reincidência porque é 
desproporcional, visto as penas. A discussão ainda é muito grande, muitos entendem que sendo crime deve gerar 
reincidência sim. Outros pensam, que para gerar reincidência teria que repetir o crime 3 vezes (na primeira vez será feito 
transação penal, se voltar a fazer a menos 5 anos irá retirar seus bons antecedentes- ele continua primário, e se já tendo esse 
mal antecedente, aí sim nasceria a reincidência). 
Nesse caso, responderíamos para OAB seguindo o STJ. Já se fosse a prova para o MP podemos responder segundo o STF. 
Princípio da insignificância: O STF já reconheceu o princípio da insignificância em casos em que o agente trazia 0,6 g de 
maconha com isso, por conter: 1. Mínima ofensividade da conduta do agente; 2. Nenhuma periculosidade social da ação, 3. 
Reduzida fraude reprovabilidade do comportamento, 3. Relativa inexpressividade da lesão jurídica. Mas a droga é 
apreendida. Quando é aplicado, diz que não é crime, não tem tipicidade. 
São incriminadas as condutas de: 
a) Adquirir- obter a propriedade, a título oneroso ou gratuito. O mais comum é a compra.b) Trazer consigo- portar, conduzir a droga 
c) Guardar e ter em depósito- é manter a droga em algum local 
d) Transportar- conduzir de um local para outro em algum meio de transporte. 
Figura equiparada- Cultivo para consumo próprio 
Parágrafo 1°: Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe 
plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar 
dependência física ou psíquica. 
• Se a intenção do agente mudar, tenho um deslocamento (uso-venda) e será qualificada como tráfico de 
drogas. 
TRÁFICO X CULTIVO 
No artigo 28 visamos o consumo pessoal SOMENTE- uso dele, bem como, a planta cultivada deve ser para uso se PEQUENA 
quantidade de droga. Se ele cultiva uma média ou grande quantidade de droga (quando ela for superior ao necessário para 
consumo pessoal), responderá por tráfico de drogas por equiparação. O consumo próprio é definido pela quantidade de 
droga e o uso (compartilhada ou pessoal). 
 
 
 
1. O cultivo e o uso compartilhado da droga (se não for para vender e pequena quantidade), aplica-se o tráfico 
Planta + compartilhado + pequena quantidade=> Art. 33-parágrafo 3° 
Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem 
2. Cultivo + venda ou entrega => Tráfico de drogas 
3. Cultivo média e grande quantidade => tráfico de drogas por equiparação 
Parágrafo 2°: Para determinar se a droga se destinava a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da 
substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como 
à conduta e aos antecedentes do agente. 
Tráfico ilícito de drogas 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, 
transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, 
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. 
 
Objeto jurídico Saúde Pública 
Sujeito ativo Crime comum- admitido coautoria e participação 
Sujeito passivo Coletividade 
Elemento subjetivo DOLO 
Consumação Consuma-se quando o agente realiza a conduta típica. 
Tentativa Possível. 
 
• A intenção do agente é a entrega da droga a outrem, a título gratuito ou oneroso, sem autorização ou em desacordo 
com determinação legal ou regulamentar. 
• O juiz irá decidir sobre a pena com base na natureza e na quantidade de substância do produto, a personalidade e a 
conduta social do agente. 
• São insuscetíveis de sursis, graça, anistia e indulto. Além de concessão de fiança e liberdade provisória. 
• O traficante preso em flagrante deve permanecer nesse estado até a prolação da sentença, sendo, porém, possível o 
relaxamento da prisão se houver excesso de prazo na instrução. 
Ingresso em domicílio para prisão em flagrante: O STF decidiu que a prova será lícita quando houver justa causa para o 
ingresso na residência após a localização de drogas com o réu. 
Violação de domicílio para prisão em flagrante: o STF entendeu ser válida essas apreensões mantidas em depósitos no 
interior da residência sem autorização judicial por se tratar de crime permanente e porque as circunstâncias do caso 
concreto permitiam aos agentes públicos concluírem, antes do ingresso no imóvel, que a situação de flagrante estava 
ocorrendo. 
CONDUTAS: 
Conduta Conceito 
Importar Fazer entrar entorpecente no país, por via aérea, marítima ou por terá. Até mesmo pelo 
correio. 
Se consuma quando a droga entra no território nacional. 
Pelo princípio da especialidade, o contrabando e o descaminho não se aplicam a esse caso. 
Exportar Enviar o entorpecente a outro país por qualquer meio. 
Remeter Deslocar a droga de um local para outro do território nacional 
Preparar Consiste em combinar substâncias não entorpecentes, formando uma tóxica para o uso. 
Produzir Criar- capacidade criativa que não consista apenas em misturar outras substâncias. 
Fabricar Produção por meio industrial 
Adquirir Comprar, obter propriedade, a título oneroso ou gratuito. Nesse caso, a pessoa tem que ter a 
intenção de comprar para repassar a outrem, se for para seu consumo aplicaremos o artigo 
28. 
Vender Alienar mediante contraprestação em dinheiro ou outro valor econômico 
Expor a venda Exibir a mercadoria aos interessados. 
Oferecer Abordar eventuais compradores e fazê-los saber que possui droga a venda. 
Ter em depósito/guardar Muito discutido pela doutrina. Ter em depósito é algo provisório, deslocamento rápido 
enquanto, o guardar tem o sentido de ocultação. 
Transportar Conduzir de um local para outro em um meio de transporte. Remeter NÃO há utilização de 
meio de transporte, ex: correio. 
Trazer consigo Conduzir pessoalmente 
Prescrever Receitar. A doutrina entende como crime próprio, pois só os médicos/dentistas podem 
receitar. Se consuma quando a receita é entregue ao destinatário. 
Ministrar Aplicar, inocular, introduzir a substância entorpecente no organismo da vítima (oral ou 
injetável). Ex: farmacêutico injeta drogas em determina pessoa sem existir 
Fornecer Proporcionar, intenção de entrega continuada do tóxico ao comprador. 
 
PROGRESSÃO DE REGIME: Necessário cumprir 40% da pena aos condenados por crime equiparado a hediondo ou 
60% se reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado. 
LIVRAMENTO CONDICIONAL: Só pode ser obtido após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão 
ao reincidente específico. 
Aumento de pena 
Se o agente comete crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de função de educação, poder familiar, 
guarda ou vigilância, a pena é aumentada de um sexto a dois terços. 
Figuras equiparadas 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: 
I - Importa, exporta, remete, produz, fábrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, 
traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas- Matéria prima é a substancia 
na qual podem ser extraídos ou produzidos entorpecentes ou drogas afins. 
II - Semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas 
que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas- São proibidos em todo território nacional, o plantio, a 
cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvadas 
quando houver autorização legal. A posse de sementes não está abrangida pelo tipo penal. 
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou 
consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas- pode ser local imóvel, móvel, não necessitando que o agente seja o dono do 
local, bastando que tenha a posse, a administração, guarda ou vigilância. 
IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas, sem 
autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes 
elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. 
Tráfico Privilegiado 
Art. 33, § 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois 
terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem 
integre organização criminosa. 
• Permite a redução das penas privativa de liberdade e de multa na presença de quatro requisitos:1. Réu primário 
2. Bons antecedentes 
3. Não se dedique as atividades criminosas 
4. Não integre organização criminosa 
 
• São os casos “eventuais”, praticou de forma isolada. 
• Com a aplicação dos redutos, a pena do traficante pode ser fixada no patamar igual ou inferir a 4 anos, o 
que permitiria a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos, o que foi proibida 
pelo CP. 
• NÃO possui natureza HEDIONDA, sendo assim, a progressão do regime pode se dar com o cumprimento 
de 16% da pena imposta. 
• Não pode ocorrer anistia graça nem indulto. 
• O livramento condicional é aceito 
 
Induzimento, instigação ou auxílio ao uso de droga 
Art. 33, § 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: 
Pena — detenção, de um a três anos, e multa de cem a trezentos dias-multa. 
• Induzir significa dar ideia e convencer alguém a fazer uso da droga. 
• Instigar significa que a pessoa já estava pensando em fazer uso da droga e o agente reforça a ideia. 
• No auxílio, o agente colabora materialmente como uso, fornecendo materiais, por exemplo para enrolar um cigarro 
de maconha. Se encaixa, quando alguém fornece lugar para uso de droga. 
• PORÉM, quem incentiva terceira pessoa a VENDER droga é partícipe do crime de tráfico. 
• Para consumação é necessário que a pessoa a qual foi dirigida o ato FAÇA USO DA DROGA. 
• Admite suspensão condicional do processo, sursis e a substituição da pena por penas restritivas de direitos, bem 
como acordo de não persecução penal. 
Oferta eventual e gratuita para consumo conjunto 
Art. 33, § 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a 
consumirem: 
Pena — detenção, de seis meses a um ano, e pagamento de setecentos a mil e quinhentos dias-multa, sem prejuízo das 
penas previstas no art. 28. 
• A finalidade desse dispositivo é punir quem tem uma pequena porção de droga e a oferece, por exemplo, a um 
amigo ou namorada para um consumo em conjunto. 
• Para configuração é exigido que: 
1. A oferta da droga seja eventual 
2. Seja gratuito 
3. O destinatário seja pessoa do relacionamento de quem oferece 
4. Que a droga seja para consumo em conjunto. 
 
• Se consuma no momento que a droga é oferecida. 
• Não admite tentativa. 
• Pena máxima é de um ano, então é crime de menor potencial ofensivo, cabendo transação penal no JECRIM. 
 
Resumindo... 
 
ART. 28- Porte e consumo de droga para uso próprio Porte, cultivo e consumo para USO PRÓPRIO. 
ART. 28- parágrafo 1- cultivo para consumo próprio Plantar, cultivar semear para USO PRÓPRIO 
 
 
 
Maquinismos e objetos destinados ao tráfico 
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, 
possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer 
objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou 
em desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
Pena — reclusão, de três a dez anos, e pagamento de mil e duzentos a dois mil dias-multa. 
• As condutas são relacionadas a máquinas ou objetos em geral destinados à fabricação, preparação, produção ou 
transformação de substância entorpecente. 
• No caso, de agentes que fazem uma “fábrica de drogas”, se for apreendido somente a fábrica sem drogas, enquadra-
se nesse artigo. Agora, se achassem drogas no estabelecimento, esse artigo ficaria absolvido, para que houvesse 
condenação pelo artigo 33- tráfico de drogas. 
• Deve haver prova de destinação ilícita. 
• No caso de balanças para pesagem das drogas, não configurariam esse crime, pois o crime em questão se trata de 
maquinário para PREPARAÇÃO das drogas e não de sua separação. 
• O objeto material são aqueles utilizados no processo criativo da droga, não havendo punição para o porte de 
lâminas de barbear, cachimbos etc. 
• A consumação se dá no momento de realização da conduta típica, independente da efetiva fabricação, preparação, 
produção ou transformação da droga. 
• Não é suscetível de fiança e de liberdade provisória, sursis, anistia, graça ou indulto. 
• Cabe a substituição por pena restritiva de direitos, desde que as circunstâncias do crime indiquem que a medidas é 
suficiente para a prevenção e repressão do crime. 
• Cabe livramento condicional, depois do cumprimento de 2/3 da pena. 
 
Associação para o tráfico 
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos 
nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei: 
Pena — reclusão, de três a dez anos, e pagamento de setecentos a mil e duzentos dias-multa. 
 
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido 
no art. 36 desta Lei. 
• Pressupõe a união de pessoas visando a delinquência. Mas se diferencia da associação criminosa pela presença dos 
seguintes requisitos: 
a) Envolvimento mínimo de 2 pessoas. Os envolvidos se ajudam na prática do crime. 
b) Intenção de cometer qualquer crime do art. 33 e 34 da lei de tráfico. 
c) Que os agentes queiram cometer os crimes de forma reiterada ou não. Não é necessário a prática reiterada. 
No artigo 288 do CP prevê o crime de associação criminosa com qualificadora para crimes de tráfico e tortura, mas este não 
será aplicado por conta desse artigo que está em lei especial. 
• É necessário que exista entre as partes um prévio ajuste, um verdadeiro pacto entre eles. Uma reunião ocasional não 
caracteriza o delito. Caso eles se reúnam uma só vez e pratiquem o tráfico, responderam pelo artigo 33 e não por 
esse. 
 
• Deve haver envolvimento mínimo de duas pessoas, trata-se de crime de concurso necessário de condutas paralelas, 
porque os envolvidos ajudam-se na prática do delito e intenção de cometer qualquer dos crimes do art. 33 (tráfico) e 
34 e que os agentes queiram cometer crimes de forma reiterada. 
• No caso de os agentes praticarem várias ações em conjunto, como por exemplo, plantam, cultivam, colhem e 
preparam um mesmo lote de entorpecente, por mais que realizaram várias condutas respondem por uma só, 
porém, responderão por associação criminosa, pois realizaram várias condutas. 
• Agora, diferentemente se um pequeno traficante vende uma porção de droga e solicita ajuda a um outro para 
entregar a droga, é uma união apenas momentânea e rápida, sem várias ações envolvendo os dois juntos, não 
podendo caracterizar associação. 
Consumação: Se consuma com a mera união dos envolvidos- formal. 
Tentativa: Não possível. 
• Insuscetível de fiança e liberdade provisórias, bem como os sursis, anistia, graça ou indulto. Se a pena fixada não 
superar 4 anos, poderá haver substituição da pena privativa de liberdade, por restritiva de direitos. 
• Como não fora mencionado como crime equiparado a hediondo, esse crime não se classifica como tal e poderá ter 
direito a progressão de regime de acordo com as regras comuns e não seguindo as regras do crime hediondo. Porém, 
não há possibilidade de livramento condicional, mas a muitos defendem que é sim possível a liberdade provisória. 
Financiamento ao tráfico 
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei: 
Pena — reclusão, de oito a vinte anos, e pagamento de mil e quinhentos a quatro mil dias-multa. 
 
• Consiste na ajuda financeira, com a entrega de valores ou bens ao traficante. 
• Vale dizer que, essa conduta abrange qualquer espécie de ajuda financeira, com a entrega de valores ou bens aos 
traficantes de forma HABITUAL. De forma ISOLADA, configura-se aumento de pena em relação ao trafica de drogas. 
Consumação: No momento em que o agente financia ou custeia de modo habitual o tráfico. 
Tentativa: Inadmissível. Pois ou existe a reiteração de atos e consuma-se o crime, ou não existe e o agente responde por 
participação nocrime de tráfico om aumento de pena. 
• Insuscetível de liberdade provisória, fiança, graça, anistia ou indulto. 
• O livramento condicional só poderá ser obtido após o cumprimento de 2/3 da pena e desde que o condenado não 
seja reincidente específico. 
 
Informante colaborador 
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer 
dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei: 
Pena — reclusão, de dois a seis anos, e pagamento de trezentos a setecentos dias-multa. 
• Não basta a colaboração com o tráfico, mas sim que se trate de um informante de grupo, organização ou associação 
voltados ao tráfico. 
• O informante nesse caso não integra o grupo e não participa do tráfico, mas passa informações a seus integrantes. 
Ex: um policial a saber que uma grande diligência será feita em certa favela, para apreensão de droga, telefona para o chefe 
do grupo e passa a informação com antecedência a ela para que eles possam fugir ou esconder a droga. 
OBS: Se o informando de fato integrar o grupo, estando associado ao mesmo, deverá responder por ASSOCIAÇÃO AO 
TRÁFICO. 
• Ficando claro que o informante recebe dinheiro pelo seu trabalho e lembrando que se tratando de funcionário 
público, responde também pelo crime de corrupção passiva. 
Consumação: Se consuma quando o agente presta as informações. 
Tentativa: inadmissível. 
• O livramento condicional só poderá ser obtido após o cumprimento de dois terços da pena e desde que o 
condenado não seja reincidente específico. 
Prescrição culposa 
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses 
excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
Pena — detenção, de seis meses a dois anos, e pagamento de cinquenta a duzentos dias-multa. 
 
• A lei descreve apenas duas condutas em seu tipo, conforme: 
 
a) PRESCREVER- receitar 
b) MINISTRAR- inocular, introduzir a substância no organismo de alguém 
IMPORTANTE: O delito é CULPOSO, uma vez que prescrever ou ministrar de forma dolosa constitui TRÁFICO. 
As condutas são descritas pela lei, que podem ocorrer quando: 
a) O paciente não necessita da droga: Há ERRO. Quando o agente acredita que o quadro do paciente necessita de 
medicamento e na verdade, não é necessário. 
Ex: um médico prescreve morfina para um paciente com câncer mas depois descobre que a dor não era do tumor. 
b) A dose é receitada ou ministrada de forma excessiva: Ocorre quando há uma diferença considerável entre a dose 
aplicada e a dose necessária. Se houver morte ou lesão corporal, o médico poderá responder por esses crimes de 
forma culposa. 
c) A substância é ministrada em desacordo com a determinação legal ou regulamentar: Quando ocorre uma espécie 
de engano, desatenção ao que a lei estabelece. 
O SUJEITO ATIVO É PRÓPRIO- médico, dentista, farmacêutico ou profissional de enfermagem. 
• Infração de menor potencial ofensivo, admite transação penal, bem como suspensão condicional do processo (pena 
mínima não superior a 1 ano) e o acordo de não persecução penal. 
• Competência do JECRIM. 
Consumação: Consuma-se no momento que a receita é entregue ao paciente, no caso de prescrever. E no caso de ministrar, 
consuma-se o instante em que a substância é inoculada na vítima. 
Tentativa: Inadmissível 
Condução de embarcação ou aeronave após o consumo de droga 
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem: 
Pena — detenção, de seis meses a três anos, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou 
proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de duzentos a 
quatrocentos dias-multa. 
 
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de quatro a seis anos e de 
quatrocentos a seiscentos dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros. 
• Pune a embarcação ou condução perigosa de aeronave decorrente da utilização de substancia entorpecente. 
• É necessário que o agente conduza de forma anormal, expondo perigo a incolumidade de outrem. Não 
necessitando de expor o perigo de fato que alguém foi exposto, bastando expor a situação de risco. 
• Poderá ser o transporte de qualquer categoria e tamanho. 
Consumação: No momento que o agente inicia a condução anormal da aeronave e embarcação. 
Tentativa: Não admissível 
• Na modalidade simples, cabe suspensão condicional do processo, já que a pena mínima não é superior a 1 ano. Não 
aplicando-se a modalidade qualificada. 
 
Procedimento penal 
Procedimento: 
1° Oferecida denúncia 
2° Notificação do acusado para oferecer defesa prévia em 10 dias. Podendo alegar todas as hipóteses de defesa e exceções, 
juntar documentos, especificar provas e arrolar até cinco testemunhas. 
 As exceções serão processadas a parte. 
3° Não apresentando resposta o juiz nomeará defensor público ou apresentada defesa o juiz decidirá em 5 dias. 
4° Se o juiz entender imprescindível, ele poderá no prazo máximo de 10 dias determinas as diligências e apresentação do 
preso. 
 
Após a apresentação da defesa, o juiz poderá receber a denúncia, rejeitá-la ou determinar a realização de diligências que 
entender cabível. Se a denúncia for rejeitada, caberá recurso em sentido estrito. 
Em juízo o procedimento será: 
 
DEFESA PRÉVIA 
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA 
CITAÇÃO 
AUDIÊNCIA PARA OITIVA DE TESTEMUNHA, INTERROGATÓRIO E DEBATES ORAIS 
SENTENÇA

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