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Pediatria - prontuário, desnutrição, violência e trabalho infantil, AIDPI

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1 PEDIATRIA Daryane Raupp – UNISC 2026.2 
PROVA II 
✓ Como descrever no prontuário 
✓ Solicitação e interpretação de exames 
complementares em pediatria 
✓ Desnutrição. 
✓ Violência e trabalho infantil. 
✓ Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na 
Infância (AIDPI). 
✓ Reações adversas a medicamentos em 
pediatria. 
 
PRONTUÁRIO EM PEDIATRIA 
O prontuário médico é um documento 
fundamental e que se reveste de segurança para 
o médico e o paciente. As informações que ele 
contém permitem a continuidade no 
atendimento e tratamento, pois contempla 
informações básicas a respeito do paciente. 
Portanto, é um conjunto de documentos que 
mostra o histórico de atendimentos de saúde de 
um paciente. Atestados, laudos de exames e 
prescrições médicas são exemplos de registros 
que devem ficar arquivados no prontuário 
médico. 
O correto e completo preenchimento do 
prontuário torna-se grande aliado do médico 
para sua eventual defesa judicial junto à 
autoridade competente. As anotações no 
prontuário ou ficha clínica devem ser feitas de 
forma legível, com data e horário, permitindo, 
inclusive, identificar os profissionais de saúde 
envolvidos no cuidado. Além disso, o médico está 
obrigado a assinar e carimbar ou, então, assinar, 
escrever seu nome legível e sua respectiva 
inscrição no CRM. 
São obrigatórios no prontuário a 
identificação do paciente, a anamnese, o exame 
físico, as hipóteses diagnósticas e a conduta 
adotada, além de observações pertinentes ao 
atendimento. Não se deve escrever a lápis, usar 
líquidos corretores ou mesmo deixar folhas em 
branco. 
 
Código de ética médica: 
Art. 39: "É vedado ao médico receitar ou atestar 
de forma secreta ou ilegível, assim como assinar 
em branco folhas de receituários, laudos, 
atestados ou quaisquer outros documentos 
médicos. “ 
Art. 73: "É vedado ao médico revelar fato de que 
tenha conhecimento em virtude do exercício de 
sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal 
ou consentimento, por escrito, do paciente." 
- Mesmo que o fato seja de conhecimento 
público. 
- Mesmo quando testemunha de processo. 
- Mesmo na investigação de suspeita de crime. 
Art. 87: "É vedado ao médico deixar de elaborar 
prontuário legível para cada paciente." 
Art. 74 " É vedado ao médico revelar sigilo 
profissional relacionado a paciente menor de 
idade, inclusive a seus pais ou representantes 
legais, desde que o menor tenha capacidade de 
discernimento, salvo quando a não revelação 
possa acarretar dano ao paciente. 
CFM nº 1.605, de 15 de setembro de 2000: 
Art. 1º - O médico não pode, sem o 
consentimento do paciente, revelar o conteúdo 
do prontuário ou ficha médica. 
Art. 2º - Em caso de notificação para vigilância, 
encaminhar apenas a comunicação 
RESOLUÇÃO CFM Nº 1.821/2007 
Autoriza a digitalização dos prontuários dos 
pacientes desde que obedeça a nível de garantia 
de segurança 2 (assinatura com certificado 
digital). 
Estabelece o prazo mínimo de 20 anos, a partir do 
último registro, para a preservação dos 
prontuários dos pacientes em suporte de papel, 
que não foram arquivados eletronicamente em 
meio óptico, microfilmado ou digitalizado. 
“Todos os documentos originais que compõe o prontuário 
devem ser guardados pelo prazo mínimo de 12 anos, a fluir 
da data do último registro de atendimento do paciente. 
Fica como responsabilidade do médico ou da instituição de 
saúde, guardar os documentos” 
 
 
2 PEDIATRIA Daryane Raupp – UNISC 2026.2 
“O segredo médico é um tipo de segredo profissional e 
pertence ao paciente, sendo o médico o seu depositário e 
guardador, somente podendo revelá-lo em situações muito 
especiais, como: dever legal, justa causa ou autorização 
expressa do paciente. Revelar o segredo sem a justa causa 
ou dever legal, causando dano ao paciente, além de 
antiético é crime, capitulado no art. 154 do Código Penal 
Brasileiro.” 
Pelo ECA (Estatuto da Criança e do 
Adolescente), a sociedade atual reconhece o 
direito da criança e do adolescente em ter suas 
informações protegidas, independentemente de 
sua maioridade civil. O que está em voga é a 
proteção do indivíduo e de sua autonomia em 
decidir sobre si e sobre seu corpo. Quando o 
médico julgar que o sigilo pode acarretar um 
dano maior à criança ou ao adolescente, está 
autorizada a quebra 
Para a bioética, deve ser levada em 
consideração a capacidade que a criança ou 
adolescente tem de entender o que está 
acontecendo consigo, cabendo a ele decidir se 
tais informações devem ser passadas para seus 
familiares ou não. O menor pode dizer qual 
adulto terá acesso ao seu prontuário. Dessa 
forma, a entrega do prontuário de forma 
automática para pais ou responsáveis acontece 
somente no caso em que criança ou adolescente 
não tenha capacidade de discernimento. Para 
terceiros, não há essa autorização. 
 
SOLICITAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE EXAMES 
COMPLEMENTARES EM PEDIATRIA 
Como o próprio nome diz, são exames 
COMPLEMENTARES. É necessário fazer uma 
anamnese adequada e um exame físico 
completo, pois esses são realmente os 
procedimentos essenciais para o estabelecimento 
de um diagnóstico definitivo ou para a 
formulação de hipóteses diagnosticas que devem 
ser exploradas com a ajuda dos exames. 
Atualmente há uma “cultura” de pedir 
exames em excesso pois tem se tornado mais 
disponível. Entretanto, não se consideram os 
impactos negativos em lactentes e nos pré-
escolares, além do aumento dos custos dos 
cuidados em saúde. 
A solicitação de cada exame 
complementar deve necessariamente ser 
precedida de uma análise crítica criteriosa sobre 
a contribuição da informação que o exame trará 
para confirmação ou afastamento da hipótese(s) 
diagnóstica(s) levantada(s) ou para o seguimento 
do caso (avaliar custos e os riscos da realização 
dos exames). 
 
Importante: 
✓ Deve ser explicado para a criança como será 
realizado o exame; 
✓ Também o motivo de cada exame e o que se 
espera dele; 
✓ Em caso de exames mais sofisticados como 
com contraste ou com sedação é necessário o 
consentimento informado sobre o 
procedimento e o lugar onde será feito. 
 
Os exames podem ser feitos para: 
✓ Comprovas diagnostico ou afastá-lo; 
✓ Dosar níveis sanguíneos e fármacos; 
✓ Diagnóstico precoce de algumas 
condições; 
✓ Avaliar atividade da doença; 
✓ Detectar recorrências; 
✓ Monitorar eficácia terapêutica; 
✓ Fazer triagem. 
 
- Alguns testes são realizados na mãe com os 
intuitos de avaliar o RN, ou em algumas 
circunstâncias, adotar medidas terapêuticas ainda 
intraútero. 
Exames laboratoriais de rotina de pré-natal: 
Sorologias, tipagem sanguínea materna, urinálise, 
hemograma, glicemia, entre outras (ecografia, 
ecocardio fetal com doppler e fluxo de cores) 
 
Os primeiros exames complementares da vida de 
uma criança são realizados na maternidade: a 
oximetria de pulso (para constatar doenças 
críticas no coração), as emissões otoacústicas 
evocadas transientes (para triagem de problemas 
auditivos) e, antes da alta hospitalar, em torno do 
terceiro dia, a triagem metabólica neonatal (teste 
do pezinho), oferecida gratuitamente pelo 
Ministério da Saúde. 
Teste do pezinho (básico, ampliado, plus e 
master) – em prematuros deve ser feito a partir 
da 34ª semana, com idade gestacional corrigida. 
 
3 PEDIATRIA Daryane Raupp – UNISC 2026.2 
SUS: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, 
doença falciforme e outras hemoglobinopatias, 
fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e 
deficiência de biotinidase. 
Teste do coraçãozinho: Serve para detectar 
precocemente doenças cardíacas congênitas 
graves. 
Teste do olhinho: Prevê alguns graus severosde 
miopia, hipermetropia ou estrabismo. Além de: 
retinopatia da prematuridade, catarata 
congênita, glaucoma, infecções, traumas do parto 
e até mesmo cegueira. 
Teste do linguinha: Avaliação do frênulo da 
língua em recém-nascido, sendo importante no 
diagnóstico precoce de problemas envolvendo 
fala, mastigação e deglutição da criança. 
Teste da orelhinha: Identificação de problemas 
auditivos no RN. 
 
Eritrograma é feito entre 6 meses e 2 anos de 
idade devido ao elevado número de indivíduos 
nessa idade que apresentam anemia ferropriva 
(suplementação de ferro). 
 
Circunstâncias que devem ser observadas: 
1. Na fase em que é comum a criança começar a 
andar, brincar no chão e ir para a escola, 
pode-se solicitar de 1 a 3 amostras de exame 
parasitológico de fezes, anualmente, para 
avaliar a presença de parasitas. 
2. Nas crianças amamentadas, o período de 
jejum não deve ultrapassar 4 horas para que 
se faça a coleta de sangue. 
3. Evitar exames invasivos. 
4. Evitar exposição à radiação desnecessária. 
5. Evitar coletas de sangue múltiplas ou em 
grande volume. 
6. Conversar com o paciente pediátrico a 
respeito do exame. 
 
ECOGRAFIA OU ULTRASSONOGRAFIA 
Portanto é pré-requisito para 
os médicos que trabalham 
com imagem que tenham 
vasta experiência com 
crianças. 
 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E 
RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA EM 
CRIANÇAS: 
Dependendo da faixa etária e colaboração da 
criança, podem necessitar de sedação. 
Uso de contraste 
endovenoso depende dos 
propósitos de cada exame 
solicitado. 
 
HEMOGRAMA COMPLETO: 
 
 
 
 
 
 
 
EXAME QUALITATIVO DE URINA: 
(Técnicas de coleta: saco coletor, jato médio, 
sondagem vesical ou punção supra púbica). 
 
 
EXAMES DE FEZES 
Exame Parasitológico de Fezes (mais de 1 
amostra) 
Coprocultura (cultural de fezes) 
Pesquisa de Leucócitos Fecais 
Pesquisa de Sangue oculto nas fezes. 
 
LIQUOR 
Obtido através de punção 
lombar. 
 
 
 
 
4 PEDIATRIA Daryane Raupp – UNISC 2026.2 
DESNUTRIÇÃO PROTEICO CALÓRICA 
• A desnutrição energético-proteica (DEP) é um 
problema de saúde pública global, 
especialmente em crianças menores de 5 
anos. 
• A maior prevalência é encontrada em países 
em desenvolvimento, principalmente na Ásia 
e na África, possuindo associação direta com 
a pobreza, sendo amplamente influenciada 
pelas condições ambientais. 
• A pobreza extrema leva a insegurança 
alimentar grave, provendo uma dieta com 
baixa qualidade e quantidade, sendo 
insuficiente para as necessidades diárias 
básicas. 
 
A DEP pode ser definida como um desbalanço 
entre as necessidades de nutrientes e a ingestão, 
que resulta em déficit cumulativo de energia, 
proteínas e/ou micronutrientes que pode 
negativamente afetar o crescimento, o 
desenvolvimento e outros desfechos relevantes. 
- Peso e/ou altura insuficientes para idade 
cronológica associado a alterações clínicas e 
laboratoriais de déficit de nutrientes. 
- As formas graves serão o Marasmo e 
Kwarshiorkor. 
 
DESNUTRIÇÃO PRIMÁRIA: É caracterizada pela 
oferta insuficiente. 
 
DESNUTRIÇÃO SECUNDÁRIA: É relacionada à 
alguma doença ou ao desequilíbrio nutricional 
como por exemplo a DEP. 
Má absorção - Obstrução 
Refluxo - Hiper catabolismo 
KWASHIORKOR: 
É a doença do primogênito quando nasce o 
segundo filho. 
Ocorre no paciente de 1 a 3 anos de idade e 
possui maior taxa de letalidade. 
✓ Edema bilateral e ascendente; 
✓ Dermatoses (hipo e hiper 
pigmentadas, podendo 
ou não ter ulcerações) 
✓ Sinal da bandeira 
(despigmentação do 
cabelo, mudança da 
textura, brilho e listas 
brancas horizontais) 
✓ Irritabilidade, apatia e 
perda de apetite. 
 
MARASMO: 
Pode ocorrer em qualquer idade, mais frequente 
em menores de 12 anos. 
✓ Perda de massa muscular e gordura 
subcutânea 
✓ Distensão abdominal 
✓ Irritabilidade, anorexia ou sinais de fome, 
apatia 
✓ Perda da bola bichat (aspecto envelhecido) 
✓ Olhos fundos 
✓ Perda de elasticidade cutânea 
✓ Diarreia crônica 
✓ Atraso global no desenvolvimento 
neuropsicomotor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico: 
Anamnese: Antecedentes neonatais, nutricionais, 
aspectos psicossociais, saneamento básico e 
moradia, presença ou não de doença associada. 
Medidas antropométricas: Para diagnóstico de 
desnutrição aguda ou grave no paciente entre 6 e 
59 meses, utilizar a curva de crescimento 
 
5 PEDIATRIA Daryane Raupp – UNISC 2026.2 
peso/altura (PE), circunferência do braço (CB) 
e/ou presença de edema nutricional 
- P/E < escore Z -3 
- CB <11,5cm 
Sinais clínicos citados acima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARÊNCIAS RELACIONADAS: 
Deficiência de vitamina A: 
Resposta celular 
Xeroftalmia – cegueira 
noturna 
Retina 
Conjuntiva (xerose) 
Córnea (ceratomalácia) 
 
Deficiência de ácido fólico: 
Sistema hematopoiético 
Síntese de nucleotídeos 
Anemia megaloblástica 
 
Deficiência de ferro 
Anemia ferropriva 
Redução no crescimento neuronal- nos primeiros 
6 meses traz repercussões diretas aos 
crescimentos do encéfalo. 
 
Deficiência de zinco 
Lesões de pele – predispondo a infecções. 
 
 
Deficiência de vitaminas do complexo B 
Lesões na orofaringe (boca e língua) 
 
 
Deficiência de vitamina C 
Sangramento em tecido conjuntivo que da 
suporte aos ossos. 
Xerostomia 
Ceratoconjuntivite 
Desenvolvimento ósseo inadequado 
Irritabilidade 
Hiporexia 
Perda de peso. 
 
 
 
6 PEDIATRIA Daryane Raupp – UNISC 2026.2 
Deficiência de vitamina D 
Coxa Vara 
Atraso no comportamento motor (sentar, 
caminhar) 
Rosário Raquítico (peito escavado) 
“Peito de Pombo” 
Cranitabes (amolecimento e a diminuição da 
espessura dos ossos do crânio) 
 
Fatores de risco: 
✓ Aleitamento materno com mães portadoras 
de deficiência de vitamina D durante a 
gestação. 
✓ Aleitamento materno sem exposição solar 
adequada 
✓ Dieta restritivas de leite (intolerância ou 
alergia). 
✓ Crianças com má-absorção de gorduras, 
insuficiência renal e síndrome nefrótica. 
✓ Uso de drogas como rifampicina, isoniazida e 
anticonvulsivantes (fenitoína e fenobarbital). 
✓ Dietas da idade escolar-substituição por sucos 
e refrigerantes. 
✓ Obesidade (não está claro) 
 
VIOLÊNCIA INFANTIL 
Existem várias classificações sobre a violência 
infantil, porém na tipologia da Organização 
Mundial da Saúde (OMS), a considera um 
problema interrelacional da ordem: emocional, 
física, sexual e auto infligida. 
VIOLÊNCIA EMOCIONAL: 
A- Negligência 
Mais diagnosticada no Brasil. 
Na forma extrema, há abandono da vítima sem 
capacidade de prover os cuidados necessários e 
sem a devida proteção. 
A.1. Negligência Física: falha em proporcionar 
alimentação, abrigo e vestuário básicos (pais). 
A. 2. Negligência Médica: não receber cuidados 
preventivos recomendados, desobediência ao 
tratamento prescrito, não realizar cuidados pré-
natais, uso de fármacos e drogas na gestação. 
 
B. Síndrome de Münchausen por procuração: tipo 
de abuso infantil onde um dos pais, geralmente a 
mãe, simula sinais e sintomas na vítima. 
C. Alienação Parental 
“interferência na formação psicológica da criança 
ou adolescente promovida ou induzida por um 
dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a 
criança ou adolescente sob sua autoridade, 
guarda ou vigilância, para que repudie ou cause 
prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de 
vínculos com este” 
 
VIOLÊNCIA FÍSICA 
A. Maus tratos ou espancamento 
 
CAUSAS DE MAUS-TRATOS: 
✓ Infância do agressor 
✓ Estresses e apoios familiares (insatisfação no 
casamento, brigas físicas entre casais, baixa 
autoestima). 
✓ Nívelsocioeconômico: contribuindo para 
negligência e abuso sexual infantil 
✓ Idade Materna: mães jovens. 
 
CARACTERÍSTICAS DE CRIANÇAS E DE LOCAIS 
COM MAIOR RISCO DE SEREM VÍTIMAS DE MAUS 
TRATOS: 
✓ Lactentes; 
✓ Portadores de deficiências; 
✓ Período de férias escolares; 
✓ Crianças social, emocional e geograficamente 
isoladas. 
 
ANAMNESE: 
✓ Objetivo de estabelecer as necessidades 
imediatas de tratamento; 
✓ Assistente social; 
✓ Atenção ao relato de poucos detalhes ou de 
consistência. 
 
HEMATOMAS, MORDIDAS E LACERAÇÕES - MAIS 
COMUNS: 
✓ Áreas ósseas (canela, joelho, cotovelo, testa). 
✓ Cuidado em observar ao examinar o paciente 
as seguintes situações: 
a) face interna braço e antebraço; 
b) face bilateral; 
c) fivelas, cintos, mão espalmada; 
d) petéquias superiores ao pescoço; 
e) mordida (criança ou adulto); 
 
 
7 PEDIATRIA Daryane Raupp – UNISC 2026.2 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
✓ Mancha mongólica (ao nascimento, região 
sacral); 
✓ Trombocitopenia (doença meningocócica e 
púrpura de Henoch-Schönlein); 
✓ Hemofilia (hemorragia em articulação ou 
tecido mole profundo após trauma pequeno). 
 
QUEIMADURAS: 
✓ Líquidos quentes; 
✓ Objetos aquecidos (cigarro, ferro, faca...) 
As intencionais raramente são de primeiro grau! 
 
Diagnóstico diferencial: Devemos ficar atentos 
em lesões que ocorrerem em cabeça!! 
 
SINAL DE BATTLE: 
✓ Equimose sobre processo mastoide por trás 
das orelhas 
✓ Olhos de guaxinim 
✓ Sangue por trás das membranas timpânicas - 
fratura craniana basilar. 
 
 
LESÃO POR FLEXÃO-EXTENSÃO OU SÍNDROME 
DO BEBÊ SACUDIDO: 
✓ Lactente seguro pelo tórax e agitado 
violentamente: gerando lesões metafisiárias, 
hematoma subdural, hemorragias retinianas. 
✓ Anormalidade no desenvolvimento, 
irritabilidade, fontanela abaulada, convulsões 
e até parada 
respiratória; 
 
 
 
 
 
 
 
LESÕES ABDOMINAIS: 
Hematoma duodenal; 
Diagnóstico diferencial: Exames de diagnóstico 
por imagem. 
 
VIOLÊNCIA SEXUAL: 
Atual definição legal de estupro: “qualquer ato 
libidinoso ou conjunção carnal mediante 
constrangimento, uso de violência, grave ameaça 
ou por sedução (vítima igual ou menor de 14 
anos).” 
 
Abuso Sexual: 
Qualquer lesão genitália > suspeitar; 
Exame físico negativo > não elimina a 
possibilidade de abuso sexual; 
 
EXAMES LABORATORIAIS A SEREM SOLICITADOS: 
- DST; 
- Urinálise; 
- Clamydia trachomatis; 
- Trichomonas vaginalis; 
- Cultura para Gonococo e Clamydia em material 
oriundo de faringe, ânus e genitais. 
- Até 72 horas após o abuso ter ocorrido. 
 
Pediatras e outros profissionais desempenham 
papel significativo para: 
✓ Identificação dos fatores de risco, protetores 
e das vulnerabilidades em cada caso 
atendido; 
✓ Inclusão do tema violência no currículo de 
graduação, pós-graduação e na educação 
continuada no campo médico e afins; 
✓ Proceder de forma correta nas situações de 
injúrias, inclusive reconhecendo a notificação 
de casos suspeitos ou confirmados enquanto 
ferramenta de proteção à saúde das crianças 
e adolescentes; 
✓ Articular trabalho intersetorial com escolas, 
igrejas, mídias e diversas redes sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
8 PEDIATRIA Daryane Raupp – UNISC 2026.2 
TRABALHO INFANTIL 
No Brasil é um grave problema social, 
milhares de crianças se veem obrigadas a 
trabalhar precocemente, para sua própria 
sobrevivência e muitas vezes de sua família, 
deixando a infância e os estudos em segundo 
plano, ferindo os direitos humanos das crianças e 
adolescentes. 
O trabalho infantil pode ocorrer em 
virtude das desigualdades sociais. 
A pobreza, a escolaridade dos pais, o 
tamanho e a estrutura da família, o sexo do 
chefe, idade em que os pais começaram a 
trabalhar e o local de residência são os 
determinantes mais analisados e dos mais 
importantes para explicar a alocação do tempo 
da criança para o trabalho. 
As principais consequências 
socioeconômicas do trabalho de crianças e de 
adolescentes são sobre a educação, o salário e a 
saúde dos indivíduos. 
O termo “trabalho infantil” refere-se, 
neste Plano, às atividades econômicas e/ou 
atividades de sobrevivência, com ou sem 
finalidade de lucro, remuneradas ou não, 
realizadas por crianças ou adolescentes em idade 
inferior a 16 (dezesseis) anos, ressalvada a 
condição de aprendiz a partir dos 14 (quatorze) 
anos, independentemente da sua condição 
ocupacional. 
Para efeitos de proteção ao adolescente 
trabalhador será considerado todo trabalho 
desempenhado por pessoa com idade entre 16 e 
18 anos e, na condição de aprendiz, de 14 a 18 
anos, conforme definido pela nossa Constituição.
 Apesar da vedação do trabalho infantil 
para menores de dezesseis anos, salvo na 
condição de aprendiz aos quatorze anos, o 
trabalho infantil artístico é permitido, desde que 
requerido alvará judicial com a respectiva 
autorização, analisando-se caso a caso o trabalho 
a ser exercido pelo infante ou adolescente. 
A legislação se preocupou em proteger 
esse grupo, haja vista que as crianças e 
adolescentes possuem características 
anatômicas, fisiológicas e psicológicas diferentes 
dos adultos (características biopsicossociais), 
merecendo proteção integral do Estado, 
sociedade e da família, consubstanciado no artigo 
227 da Constituição Federal. 
Apesar do trabalho infantil ser proibido 
pela Constituição no que tange aos menores de 
dezesseis, salvo aos quatorze anos na condição 
de aprendiz, ele ocorre frequentemente no Brasil, 
em números assustadores, sendo necessário uma 
frequente fiscalização e combate a essa prática 
ilegal. 
 
ATENÇÃO INTEGRADA ÀS DOENÇAS PREVALENTES 
NA INFÂNCIA 
Atenção Integrada às Doenças Prevalentes 
na Infância (AIDPI), foi promovida pelo Ministério 
da Saúde, destinada principalmente a 
profissionais de saúde que atendem crianças nos 
serviços de atenção básica no Brasil. 
A AIDPI tem por finalidade promover uma 
rápida e significativa redução da mortalidade na 
infância. Trata-se de uma nova abordagem da 
atenção à saúde na infância, desenvolvida 
originalmente pela Organização Mundial da 
Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas 
para a Infância e a Adolescência (UNICEF), 
caracterizando-se pela consideração simultânea e 
integrada do conjunto de doenças de maior 
prevalência na infância. 
• É um processo multiprofissional. 
• Avaliação sistemática da criança de 0 a 5 anos 
que chega para atendimento, seja de rotina 
ou urgência. 
• AIDPI neonatal X AIDPI criança. 
 
AIDPI NEONATAL: 
✓ Atendimento à gestante; 
✓ Entrevista da mãe ou responsável pela criança 
de 0 a 2 meses; 
✓ Reconhecimento dos sinais clínicos; 
✓ Eleição de tratamentos apropriados; 
✓ Orientações associadas à prevenção. 
 
Avaliar a gestante ou criança: 
 ↳Sinais de risco! Anamnese, exame físico, 
nutrição e vacinação. 
Classificação das doenças por cores: 
 ↳Tratamento e referência urgente, tratamento 
médico específico domiciliar e orientações ou 
orientações/recomendações. 
Identificar tratamentos específicos: 
 ↳Tratamento inicial e transferência, plano de 
tratamento domiciliar. 
 
9 PEDIATRIA Daryane Raupp – UNISC 2026.2 
Dar instruções práticas: 
 ↳Ofertar medicamentos, alimentos, líquidos. 
Sinais de alerta. Data do seguimento. 
Avaliar alimentação e resolver problemas 
identificados: 
 ↳Aleitamento materno! 
Orientar a gestante ou a mãe sobre sua própria 
saúde!

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