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HK B Hemorragi� P�-Part� Profª. Alin� Prad� “Hemorragia pós-parto é uma perda de sangue acima de 500mL após o parto vaginal ou acima de 1000mL após o trato cesária em 24 horas ou qualquer perda de sangue pelo trato genital que cause instabilidade hemodinâmica. Podendo a grávida evolui para choque hipovolêmico (sintomas) quando perde mais de 1,5L de sangue.” ❤ Epidemiologia ➺ Uma das principais causas de mortalidade materna no mundo ➺ Segunda maior causa de morte materna no Brasil ➺ Mortalidade está diretamente relacionada à assistência a saúde ❤ Classificação ➺ Primária (precoce): ocorre nas primeiras 24h pós-parto ➺ Secundário (tardia): ocorre entre as primeiras 24 e a 6ª semana pós parto ❤ Hemorragia maciça ➺ Seja ≥ 2000mL nas primeiras 24 horas pós parto; ou ➺ Necessite transfusão ≥ 1200mL (4U) de concentrado de hemácias; ou ➺ Resulte uma queda ≥ 4mg/dL nos níveis da hemoglobina; ou ➺ Provoque algum distúrbio da coagulação. ❤ Fisiopatologia HK B ❤ Fatores de risco ➺ Retenção placentária ➺ Falha de progressão do segundo período do parto ➺ Placenta acreta ➺ Laceração ➺ Parto operatório ➺ Distúrbios hipertensivos ➺ Feto macrossômico ➺ Indução do parto com ou sem ocitocina Risc� � Prevençã� ❤ Estratificação A estratificação de risco das gestantes deve ser realizada de maneira contínua, em decorrência da possibilidade de mudança no cenário clínico do paciente durante qualquer momento do ciclo gravídico puerperal HK B ❤ Prevenção A prevenção é o manejo ativo do terceiro período do trabalho de parto (dequitação placentária), tendo como base a profilaxia medicamentosa com ocitocina. ➺ Aplicação da Ocitocina • Esquema: 10 unidades de ocitocina IM imediatamente após o parto • Pode ser associado com misoprostol, ergotamina e carbetocina • Efeitos colaterais: náuseas, vômitos, vasodilatação, hipotensão, arritmias ➺ Clampeamento do cordão umbilical Deve ser realizado em todos os RN hígidos, após o 1º minuto, tendo efeito na redução da mortalidade neonatal e da necessidade de transfusão em RN pré-termo ➺ Tração controlada do cordão umbilical Tração do cordão umbilical para descolar a placenta ao poucos, que deve estar associada à manobra de Brandt-Andrews, para estabilizar o útero e evitar quadro de inversão uterina ou rotura do cordão umbilical ➺ Massagem uterina Massagem no corpo do útero associada à ocitocina, para estimular as contrações naturais • Evitar o fundo uterino durante a dequitação, para que não ocorra um quadro de inversão uterina HK B Etiologi� Macete: 4ts -> Tônus; Tecido; Trauma; Trombina ❤ Tônus ➺ Atonia uterina: impossibilidade do útero de contrair de forma eficaz. • Principais fatores de risco para a atonia uterina: - Hiperdistensão uterina (macrossomia fetal, gestação múltipla, polidramnia) - Indução do trabalho de parto (uso de tocolíticos) - Anestesia ou analgesia (uso de halogenados) - Trabalho de parto rápido ou prolongado - Corioamnionite - Atonia uterina pregressa - Síndromes hipertensivas. ❤ Tecido ➺ Retenção placentária: quando a duração da dequitação excede o tempo de 30 minutos, essa anormalidade pode ocorrer devido à presença de restos ovulares. ➺ Acretismo placentário: invasão do miométrio por parte da placenta, condição mais grave em que há necessidade de intervenção cirúrgica na grande maioria das vezes. • Principais fatores de risco: cesáreas anteriores e cirurgias uterinas HK B ❤ Trauma Traumatismo do canal de parto, seja ele do útero, colo, vagina ou períneo. ➺ Tipos de trauma • Lacerações • Hematomas • Inversão uterina • Rotura uterina ➺ Principais fatores de risco • Parto com uso de fórceps ou vácuo • Feto macrossômico • Multiparidade. ❤ Trombina Distúrbios da coagulação são causas raras de HPP, mas pode ocorrer por: ➺ Coagulopatias congênitas ➺ Tratamento com anticoagulante ➺ Descolamento da placenta ➺ Síndrome séptica ➺ Síndrome de pré-eclâmpsia grave ➺ Esteatose hepática aguda ➺ Embolia de líquido amniótico ➺ Retenção prolongada do feto morto Avaliaçã� ❤ Clínica ➺ Sinais: • Perda de sangue > 1000 ml; • Diaforese • Hipotensão e síncope • Hipóxia • Oligúria • Palidez e taquicardia ➺ Sintomas: dor no peito, confusão, tontura, dispneia, palpitações, náuseas, agitação, fraqueza HK B ❤ Estimativa visual Pouco acurado e frequentemente subestima a perda sanguínea,mas é a mais usada, feita através da visualização de compressas e outros materiais: ❤ Métodos quantitativos ➺ Índice de choque: Parâmetro clínico que diagnostica e reflete mais precocemente o estado hemodinâmico da paciente, podendo ser útil para prever a necessidade de transfusão maciça. • Cálculo do IC : divisão da frequência cardíaca pela PA sistólica da puérpera. HK B • Quantificação: - > 0,9: risco de transfusão - > 1,4: risco de transfusão maciça - > 1,7: provável transfusão maciça e alto risco materno ➺ Estimativa por meio da pesagem de compressas: • Avaliado através de: 1 g = 1 ml de sangue perdido • Pode subestimar a perda pela possível presença de líquido amniótico junto ao sangue ➺ Estimativa através do uso de dispositivos coletores: Os dispositivos, também conhecidos como bolsas, sacos ou fraldas coletoras, oferecem uma melhor estimativa. • Usualmente são posicionados logo após o parto vaginal, e depois o sangue acumulado é mensurado e determina-se a perda sanguínea exata. Tratament� - Gera� Golden Hour da HPP: primeira hora a partir do diagnóstico da hemorragia pós-parto para controlar o sítio de sangramento e evitar a tríade letal (coagulopatia + acidose metabólica + hipotermia) ❤ Medidas gerais ➺ Chamar ajuda: iniciar o protocolo de hemorragia pós-parto e comunicar o obstetra do plantão e equipe multidisciplinar; comunicar paciente e familiares ➺ Oxigenação com máscara de O2 10 ml/min HK B ➺ Realizar massagem uterina bimanual nos casos de atonia uterina ➺ Puncionar dois acessos calibrosos (no 16 ou 14) - Soro fisiológico 0,9% ou Ringer Lactato aquecidos - avaliar resposta (pelo Índice de choque – IC) a cada 500 ml infundidos. Depois de infundir 1500 ml, avaliar a necessidade de transfusão. ➺ Coletar exames - Hemograma: ABO-Rh; Ht; plaquetas - Prova cruzada - Coagulograma - Fibrinogênio - Ionograma ➺ Prevenir hipotermia ➺ Monitorar perda sanguínea/estado geral - Sondagem vesical - Controle de frequência cardíaca e pressão arterial - Controle de saturação de O2 - Controle do volume de sangramento - Sinais clínicos (nível de consciência, dificuldade para respirar) - Mensurar a temperatura corporal a cada 15 minutos ➺ Determinar causa da hemorragia e realizar tratamento específico HK B Tratament� - Atoni� Uterin� ❤ Massagem uterina bimanual O útero é posicionado com o punho de uma mão no fundo de saco anterior, sendo empurrado contra a parede abdominal, que é segurada pela outra mão no abdome. A mão no abdome também é usada para massagem uterina ❤ Tratamento farmacológico A terapia medicamentosa possui uma ordem de medicamentos que devem ser usados, observada a reação em alguns minutos e, caso não haja melhora, iniciar o próximo medicamento. Obs: em casos graves, os medicamentos costumam ser usados seguidamente ➺ 1. Ocitocina ➺ 2. Ácido Tranexâmico, normalmente adjuvante da ocitocina ➺ 3. Metilergometrina Obs: não pode ser usada em pacientes hipertensas ➺ 4. Misoprostol ❤ Outros ➺ Traje antichoque não pneumático (TAN): é uma vestimenta de Neoprene, que realiza compressão nos membros inferiores, pelve e abdome, de forma segmentada, reduzindo o fluxo sanguíneo na região pélvica. HK B ➺ Balão de Tamponamento Intrauterino: Pode ser utilizado no controle temporário ou definitivo da HPP, além de viabilizar transferências para serviços especializados. Obs: são capazes de reduzir a necessidade de abordagem cirúrgica, em especial a histerectomia e podem ser utilizados tanto após parto vaginal quanto após cesariana. ❤ Cirúrgico O tratamento cirúrgico é a última abordagem. ➺ Suturas hemostáticas: • Ligadurasvasculares: reduzem o aporte sanguíneo para o útero • Suturas compressivas: B-Lynch HK B ➺ Embolização de vasos pélvicos: ➺ Histerectomia ➺ Cirurgia de controle de danos (CCD) HK B Tratament� - Tecid� ❤ Retenção placentária Extração manual da placenta seguida de curetagem Obs: se não houver plano de clivagem, parar e iniciar a abordagem de acretismo placentário ❤ Acretismo placentário ➺ Não deve-se retirar apenas a parte da placenta não aderida, pois isto aumenta o risco de hemorragia grave ➺ Realizar: histerectomia com placenta em sítio ou deixar a placenta no local com clampeamento do cordão ❤ Coágulos pós-dequitação ➺ Curetagem Tratament� - Trajet� ❤ Lacerações ➺ Revisão de colo uterino, cavidades, vagina e sítios cirúrgico ➺ Suturar laceração ❤ Hematomas ➺ Revisão direta do canal de parto e região cirúrgica ➺ Avaliar exploração cirúrgica ❤ Inversão uterina ➺ Manobra de Taxe Obs: se falhar, laparotomia HK B ❤ Rotura uterina ➺ Rever segmento uterino de pacientes com cesárea prévia, após o parto vaginal ➺ Laparotomia Tratament� - Coagulopati� ➺ Teste de coagulação + história clínica ➺ Tratamento da causa + adjuvante + transfusão Obs: adjuvante -> TAN ou balão de tamponamento Checklis� HK B Referência� Bibliográfica� Tratado de Obstetrícia FEBRASGO (2019)- cap 103 Assistência à mulher em trabalho de parto –Hemorragia pós parto pg 3031 – 3071 PROTOCOLOS DA FEBRASGO 2021 – Obstetrícia no 36 – Hemorragia Pós Parto Resumão - Hemorragia Pós-Parto - SanarFlix
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