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Espondiloartropatias Soronegativas

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Laryssa Lopes – MED UESC XX 
 
Espondiloartrites Axial 
O termo EpA axial é utilizado para descrever a fase 
inicial da doença = ainda não existem alterações na 
radiografia simples de sacroilíacas (EpA não 
radiográfica). Quando estas ocorrem, a doença 
passa a ser chamada de EpA radiográfica. 
 Espondiloartropatias Soronegativas 
(Espondiloartrites) correspondem a um grupo de 
doenças que apresentam as seguintes manifestações 
clínicas em comum: 
1. artrite, com preferência ao 
acometimento das articulações 
sacroilíacas e da coluna vertebral; 
2. pesquisa negativa para o fator 
reumatóide (FR: exame de sangue); 
3. inflamação nos tendões e ligamentos que 
se ligam ao osso (entesites); 
4. marcador genético semelhante (HLA-
B27); 
 
 Etiopatologia das Espondiloartropatias 
 
Associação com agregação familiar e ao antígeno de 
histocompatibilidade HLA-B27 (Antígeno 
Leucocitário Humano). 
Primeiramente a função fisiológica esperada do HLA 
B27, como MHC classe I, é de apresentar antígenos 
a linfócitos T CD8, porém ocorre um erro no 
dobramento do HLA B27, formando dímeros que 
servem como estímulo antigênico promovendo a 
produção de IL-23 que é uma citocina essencial 
para diferenciação de linfócitos em Th 17, os quais 
produzem IL-17 e exacerbam a resposta 
inflamatória (IL-1 e TNFα). 
OBS : HLA-B27 constitui somente um terço do risco 
genético, sugerindo o envolvimento de outros genes, 
como o gene do receptor da interleucina 23 (IL-
23R) e do codificador da aminopeptidase do retículo 
endoplasmático (ERAP1), além do provável 
envolvimento dos fatores ambientais. 
A presença do antígeno HLA-B27 não 
necessariamente confirma a doença. Uma 
porcentagem significativa de pessoas, apesar da 
presença do HLA-B27, não tem a doença. Porém, a 
confirmação dele, indica um risco maior para 
ocorrência da doença. 
Tipos e seu Diagnóstico 
Diferencial: 
Espondilite Anquilosante 
Inflamação que afeta os tecidos conjuntivos, 
caracterizando-se pela inflamação das articulações 
da coluna e das grandes articulações, como quadris, 
ombros e outras regiões. 
- Sexo masculino: 4-5 vezes mais frequentes; 
- Primeiros sintomas aparecem no final da 
adolescência ou início da idade adulta (17-35 anos); 
- Filhos de pais com “EA” também tem maior chance 
de apresentar a doença no futuro; 
- Pode ser variável: dores nas costas contínua e 
significativa (nádegas e região lombar) → doença 
mais grave e sistêmica: outras juntas + olhos + 
coração + pulmão + medula espinhal e rins; 
- Dores de forma lenta e insidiosa: algumas 
semanas; 
- Dor melhora com exercícios e piora com repouso: 
pior pela manhã; 
- Alguns pacientes se sentem globalmente 
doentes, sentem-se cansados, perdem o apetite e 
perdem peso 
 
• Diagnóstico + Exames Complementares 
 
Radiografia: dano estrutural tardio e não permite 
diagnóstico nas fases iniciais da doença; 
RM: Achados inflamatório agudos mais precoces - 
edema ósseo; 
Laboratorial: escasso – não existem biomarcadores 
específicos para as EpA; VSH + PCR 
 
 Espondiloartropatias Soronegativas 
 
 
• Tratamento 
- Alívio da Dor, da rigidez, da inflamação e da 
fadiga: melhora função mobilidade, qualidade de 
vida e minimizando a progressão do dano estrutural. 
 
AINH ( Anti – inflamatórios não hormonais): 
Reduzem significantemente os sintomas axiais e 
periféricos em mais de 80% dos pacientes. 
- devem ser usados com cautela em pacientes mais 
velhos e com antecedente de colite ou dano renal e 
cardiovascular prévio 
 
Bloqueador da IL-17A: o secuquinumabe (SEK) foi 
aprovado no Brasil para o tratamento da espondilite 
anquilosante refratária ao tratamento convencional 
e na falha aos bloqueadores do TNFx. 
 
Sulfassalazina (SSZ): Indicada para quadros 
periféricos preponderantes e para a prevenção de 
surtos recorrentes de uveíte e colite. Apresenta 
eficácia limitada para os quadros axiais e cutâneos 
exclusivos. Antes da prescrição da SSZ, é 
importante verificar antecedentes de 
farmacodermia à sulfa e AAS/aspirina, nimesulida e 
celecoxibe, devido ao maior risco de farmacodermia 
cruzada. 
 
Metotrexato (MTX): indicado para o tratamento de 
manifestações articulares periféricas e para o 
controle da uveíte e psoríase. Utiliza-se a 
suplementação de 5 a 10 mg de ácido fólico no dia 
seguinte ao MTX, com objetivo de reduzir os 
sintomas gastrintestinais. 
 
Estratégias não medicamentosas 
Exercícios físicos supervisionados e outros 
programas de reabilitação postural são cruciais para 
o adequado tratamento das EpA e têm o intuito de 
preservar a amplitude dos movimentos 
(alongamentos) e amenizar a dor. 
 
OBS: recentemente, grande ênfase tem sido dada à 
cessação do hábito de fumar, uma vez que está 
associado ao pior prognóstico (anquilose) e a maior 
chance de resposta inadequada ao tratamento, bem 
como a maior necessidade de troca de medicações 
imunobiológicas. 
 
 Espondilites Indiferenciadas 
Indivíduos que não desenvolvem a doença 
completamente. 
Apresentam características clínicas e/ou 
radiológicas sugestivas de uma Espondiloartropatias 
(EpA), mas que não preenchem os critérios 
diagnósticos de nenhuma das doenças definidas 
dentro do grupo. 
- é relativamente frequente que pacientes com o 
diagnóstico de EI evoluam em um diagnóstico mais 
tardio para EA (mais frequente), APs, ARe ou AIou 
permaneçam no quadro de EI. 
 
Artrite Psoriasica 
- 1 a 3% da população gera; 
- Cerca de 30% têm acometimento articular, 
incluindo entesite, artrite e dactilite ou, até mesmo, 
quadro axial; 
- Igualdade entre os sexos; 
- Pessoas brancas; 
- Faixa etária mais elevada; 
- Pico de incidência da psoríase é ao redor dos 30 a 
45 anos de idade e, da APs, dez anos mais tarde 
(40 a 55 anos); 
- Predisposição genética: HLA*CW6 
- Predominantemente articulações interfalângicas 
distais (IFDs) de mãos e pés; 
 
 
 
 
Artrite Reativa 
A ARe é definida como sinovite estéril secundária à 
infecção extra-articular ou a distância. Na maioria 
dos casos, ocorre no trato gastrintestinal ou 
geniturinário, antecedendo, geralmente, até 
quatro semanas do início do quadro articular. 
- Adultos jovens c/ vida sexual ativa; 
- Associação com o HLA-B27 em metade dos casos, 
especialmente naqueles com curso crônico; 
- Os organismos predominantes são Chlamydia, 
Salmonella, Shiguella, Yersinia e Campylobacter 
- Inicia após 1 a 4 semanas do relato de infecção 
(diarreia ou uretrite) 
- Fadiga, febre e perda ponderal 
- Os sintomas musculoesqueléticos são de caráter 
agudo, e a oligoartrite assimétrica de membros 
inferiores é o mais comum. 
 
• Diagnóstico 
Não há diagnóstico definitivo para a ARe. O quadro 
de oligoartrite inflamatória estéril associada à 
história de infecção e relação temporal entre os 
eventos é suficiente para o diagnóstico na maioria 
dos casos. 
 
- As alterações laboratoriais refletem o processo 
inflamatório sistêmico com aumento de VHS, PCR e 
de outros marcadores de atividade inflamatória; 
- Análise do líquido sinovial mostra aumento do 
número de células inflamatórias e é fundamental 
realizar a bacterioscopia e cultura. 
 
 
Artrite das doenças inflamatórias 
intestinais (Enteropáticas) 
 
Grupo de doenças articulares inflamatórias 
associadas às doenças inflamatórias intestinais 
(DII), como a doença de Crohn (DC) e a retocolite 
ulcerativa (RCU). 
 
- A artrite pode ocorrer em 10 a 25% dos 
pacientes com DII, especialmente naqueles com DC; 
- Pode preceder a manifestação intestinal, 
apresentando-se por anos como quadro articular 
indiferenciado; 
- Pacientes com DC e HLA-B27 positivo têm maior 
chance de evoluir com quadro axial, semelhante à 
EA.

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