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Caso das tangerinas do reclamante Tia Claudia de arbitragem internacional

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1 
 
 
 
III COMPETIÇÃO BRASILEIRA DE ARBITRAGEM PETRÔNIO MUNIZ 
 
CASO1 
 
1. A multinacional Aunt Claudia’s Juices, Inc. (“Aunt Claudia”), com sede na República 
Nacional Coreliana (”Corélia”), produz e comercializa mundialmente sucos de 
diversos sabores. Para tanto, Aunt Claudia possui subsidiárias espalhadas por 
diversos países, que produzem os sucos das frutas típicas de cada região. 
 
2. Uma das subsidiárias mais ativas da multinacional é a brasileira Sucos da Tia 
Cláudia Brasil S/A (“Tia Cláudia”), que se vale da grande variedade de frutas 
disponíveis a baixo custo em território brasileiro. Ainda assim, desde 2008, devido 
à crise nos mercados internacionais, a subsidiária enfrentava diversos problemas 
financeiros, apresentando baixo faturamento anual e gerando preocupações quanto 
ao seu futuro. 
 
3. Em 2009, a demanda da Grécia pelo suco Aunt Claudia sabor tangerina aumentou 
consideravelmente. Tia Cláudia notou essa preferência do mercado grego pelo suco 
de tangerina produzido no Brasil e identificou uma oportunidade para tentar se 
recuperar dos problemas que vinha enfrentando em decorrência da crise 
econômica mundial. 
 
4. Para suprir o aumento da demanda, Tia Cláudia foi em busca de novos 
fornecedores de tangerinas. Depois de consultar alguns dos maiores fornecedores 
do mercado, decidiu adquirir as frutas da multinacional Mr. Tangerine, Inc. (“Mr. 
Tangerine”), sociedade empresária constituída e com sede principal na República 
Federativa de Bespin (“Bespin”), especializada no plantio da fruta em diversos 
países do mundo, inclusive no Brasil, e única sociedade capaz de fornecer a 
quantidade de mercadorias solicitada pela Tia Cláudia antes do início da safra de 
tangerina. 
 
5. Após contato iniciado por Tia Cláudia em 20 de janeiro de 2010 [Anexo 1], Mr. 
Tangerine enviou sua proposta [Anexo 2] em 25 de janeiro de 2010. Em 13 de 
fevereiro de 2010, os representantes das partes, por se encontrarem em países 
diferentes, realizaram uma teleconferência para definir os termos finais da 
transação, que foram acertados ao final da reunião por meio de troca de e-mails 
[Anexos 3 e 4]. 
 
6. O ajuste das partes determinava a entrega de 100.000 (cem mil) caixas de tangerina, 
totalizando 2.200 (duas mil e duzentas) toneladas métricas de tangerina pelo valor 
de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais), a ser pago em até 5 (cinco) 
dias úteis da entrega das mercadorias. Estipulava, ainda, que qualquer controvérsia 
a ele relacionada seria resolvida de acordo com o Regulamento de Arbitragem da 
CAMARB – Câmara de Arbitragem Empresarial – Brasil, ficando ali determinado 
que, a fim de conferir ao procedimento arbitral maior celeridade e, tendo em vista a 
 
1
 Todos os eventos e personagens citados neste caso são fictícios e qualquer semelhança com eventos e 
personagens reais é mera coincidência. 
 
2 
 
simplicidade do negócio, as partes optavam pela produção exclusiva de “prova 
documental, não sendo cabível qualquer outra modalidade de prova, inclusive testemunhal”. 
 
7. O pagamento integral foi realizado no dia 9 de março de 2010, conforme prazo 
estipulado contratualmente, e as frutas foram entregues no estabelecimento da Tia 
Cláudia em 11 de março de 2010. 
 
8. Logo após o recebimento das mercadorias, ao abrir as caixas de tangerina, Tia 
Cláudia rapidamente manifestou sua insatisfação com as tangerinas entregues. 
Alegou que Mr. Tangerine havia entregue tangerinas pokan, que são notoriamente 
mais doces do que mexericas ou tangerinas murcote, o que alteraria o sabor cítrico 
do suco. Solicitou, portanto, devolução de seu dinheiro ou substituição das 
tangerinas pokan por mexericas ou tangerinas murcote, caso contrário, tomaria as 
devidas medidas legais [Anexo 5]. 
 
9. Mr. Tangerine, no entanto, recusou-se a devolver o valor pago e a substituir as frutas, 
afirmando que Tia Cláudia, em momento algum, manifestou expressamente sua 
preferência por mexericas ou tangerinas murcote e que, além disso, tangerinas 
pokan também poderiam ser utilizadas para a fabricação de sucos, não havendo 
problema algum na entrega das mercadorias [Anexo 6]. 
 
10. Enquanto isso, a partir do início de 2010, a Grécia enfrentava uma forte crise 
econômica que elevou a taxa de desemprego do país a 12,5% e a inflação à marca 
histórica de 4,7%2. Como resultado, o mercado consumidor grego desaqueceu, 
gerando uma grande baixa no consumo de sucos da subsidiária local da Aunt 
Claudia, a Χυμοί θεία Κλαυδία Εταιρεία [Anexo 7]. 
 
11. Com a crise no mercado grego, Tia Cláudia não conseguiu vender o excedente de 
sua produção destinado à exportação para a Grécia. Da mesma forma, Tia Cláudia 
não foi bem-sucedida em vender seu estoque no mercado brasileiro, que parecia 
resistir ao sabor diferenciado do suco de tangerina. Apesar dos preços 
promocionais, quase todos os sucos produzidos foram perdidos. 
 
12. Sem faturamento suficiente para cobrir suas perdas, Tia Cláudia requereu sua 
própria falência no final de 2010. A falência da sociedade foi decretada em 3 de 
março de 2011 pelo juiz de direito da 1a Vara de Falências e Recuperações Judiciais 
de Beagá, que nomeou o Sr. Peter Colorado, experiente administrador de empresas, 
como administrador da massa falida [Anexo 8]. 
 
13. Após a habilitação de créditos, enquanto avaliava os bens da massa falida, o Sr. 
Colorado notou que a situação referente à compra e venda de tangerinas não havia 
sido resolvida. Entendendo ter a massa falida direito ao crédito, que poderia 
contribuir decisivamente para quitar as dívidas da sociedade e encerrar o processo 
de falência, o Sr. Colorado contratou um escritório de advocacia e deu início a 
procedimento arbitral perante a CAMARB – Câmara de Arbitragem Empresarial – 
Brasil, em 17 de setembro de 2011. 
 
 
2 Para mais detalhes: http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL1478745-9356,00-
ENTENDA+A+PREOCUPACAO+DO+MERCADO+COM+GRECIA+PORTUGAL+ITALIA+E+
ESPANHA.html 
 
3 
 
14. Em sua Solicitação de Arbitragem [Anexo 9], a Massa Falida de Tia Cláudia alegou 
que, tendo em vista o caráter internacional da transação e das partes envolvidas, 
bem como o fato de o contrato não prever lei aplicável, nem possuir indicação do 
local em que foi concluído, deveria o tribunal arbitral aplicar a Convenção das 
Nações Unidas sobre Contratos de Compra e Venda Internacional de Mercadorias 
(“CISG”). Concluiu afirmando que, de acordo com o art. 35(2)(b) da Convenção, 
as mercadorias não foram adequadas ao uso a que se destinavam, conforme 
informado ao vendedor no momento da conclusão do contrato. 
 
15. A Secretaria Geral da CAMARB encaminhou a Solicitação de Arbitragem à parte 
Requerida em 26 de outubro de 2011 [Anexo 10], que apresentou sua Resposta 
[Anexo 11] em 9 de novembro de 2011. Alegou que, em virtude da falência da Tia 
Cláudia, a causa deveria ser submetida ao Poder Judiciário Brasileiro. No mérito, 
afirmou, preliminarmente, não ser aplicável a CISG, uma vez que as obrigações 
foram constituídas e cumpridas no Brasil, tornando aplicável o Código Civil de 
2002. Concluiu argumentando que não houve violação contratual seja segundo a 
legislação brasileira, seja conforme a CISG, caso o tribunal optasse pela aplicação 
desta última. 
 
16. Em sua resposta, a Requerida anexou, ainda, relatório elaborado pelo Dr. Gabriel 
Carvalho, que explicava as diferenças entre os tipos de tangerinas e quais seus 
possíveis usos [Anexo 12]. Com base em tal relatório, Mr. Tangerine afirmou que as 
tangerinas pokan entregues poderiam ser utilizadas na produção de sucos e que, 
portanto, não havia inadequação ao contrato. 
 
17. Em seguida, a Secretaria Geral intimou as partes para nomear árbitros. A 
Requerente indicou o Prof. Marco Antonio, renomado acadêmico no campo do 
Direito Civil, autor de diversos livros, em especial, sobre temas contratuais. A 
Requerida,de sua parte, nomeou a Dra. Cleópatra Filopator, experiente advogada 
atuante em comércio internacional. Finalmente, os árbitros, de comum acordo, 
nomearam como presidente do Tribunal Arbitral o Dr. Caius Julius Ceasar, 
advogado estrangeiro, renomado por sua atuação como árbitro em diversos 
procedimentos arbitrais em todo o mundo e residente no Brasil há mais de 10 anos, 
especialista em contratos de fornecimento de bens alimentícios. Os três árbitros 
nomeados confirmaram sua disponibilidade e interesse para atuar no procedimento 
arbitral, firmaram declaração de não impedimento e responderam o questionário 
enviado pela Secretaria Geral da CAMARB. 
 
18. Em 12 de dezembro de 2011, foi realizada audiência para assinatura do Termo de 
Arbitragem [Anexo 13], ficando ali estipulado que caberia ao Tribunal Arbitral 
determinar na sentença arbitral a responsabilidade das partes pelas despesas com a 
arbitragem, bem como a condenação em honorários sucumbenciais. No Termo de 
Arbitragem também ficaram definidos os pedidos das partes, que serão objeto de 
decisão pelo juízo arbitral, a saber: 
 
“Requerente: 
A) Cabe ao juízo arbitral o julgamento da causa. 
B) A lei aplicável à controvérsia é a CISG. 
C) Houve violação contratual, conforme a CISG, e mesmo segundo o Código 
Civil Brasileiro, caso se admita sua aplicação. 
 
 
4 
 
Requerida: 
A) O julgamento da causa cabe ao Poder Judiciário Brasileiro. 
B) A lei aplicável à controvérsia é a lei brasileira. 
C) Não houve violação contratual conforme o Código Civil Brasileiro, e mesmo 
segundo a CISG, caso se admita sua aplicação.” 
 
19. Em 5 de abril de 2012, após tomar conhecimento do Termo de Arbitragem 
apresentado no processo falimentar pelo Sr. Peter Colorado, o banco alemão Solo 
& Skywalker Bank (“Banco SSB”), que possui sede no Brasil e consta como um dos 
credores da Requerente, apresentou Manifestação [Anexo 14] na secretaria da 
CAMARB, solicitando ao Tribunal Arbitral que reconheça inadmissível a limitação 
da produção de provas pelas partes. O Banco SSB justificou seu pedido no fato de 
ter interesse direto na adequada solução da controvérsia, que permitiria o 
pagamento de seu crédito pela massa falida, e afirmou que é imprescindível a oitiva 
dos representantes das partes presentes na reunião em que o contrato foi 
concluído, bem como do Dr. Carvalho ou de perito capaz de esclarecer as 
diferenças entre os tipos de tangerina. 
 
20. No mesmo dia a Requerida apresentou petição em que informou sua discordância 
quanto à manifestação do Banco SSB e requereu prazo para apresentar as suas 
razões [Anexo 15]. Na sequência, a Requerente impugnou o teor da manifestação 
da Requerida e solicitou igual prazo para também apresentar as suas razões [Anexo 
16]. 
 
21. Em 7 de maio de 2012, o Tribunal proferiu a Ordem Processual no 1 [Anexo 17], 
em que determinou que as partes também se manifestassem em suas Alegações 
Iniciais quanto à manifestação do Banco SSB, prorrogando o prazo para o dia 27 
de agosto de 2012. Determinou, ainda, que as partes apresentassem quaisquer 
Pedidos de Esclarecimento até o dia 4 de junho de 2012. 
 
 
 
 
5 
 
 
Lista de Anexos 
 
 
Anexo 1 – Convite a Ofertas enviado por Sucos da Tia Cláudia Brasil S/A 
Anexo 2 – Proposta Contratual enviada pela Requerida 
Anexo 3 – E-mail enviado por Sucos da Tia Cláudia Brasil S/A 
Anexo 4 – E-mail enviado pela Requerida 
Anexo 5 – Correspondência enviada por Sucos da Tia Cláudia Brasil S/A 
Anexo 6 – Correspondência enviada pela Requerida 
Anexo 7 – Notícia do Jornal “A Nação” 
Anexo 8 – Sentença do juiz de direito da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais 
de Beagá 
Anexo 9 – Solicitação de Arbitragem 
Anexo 10 – Carta enviada pela Secretaria da CAMARB 
Anexo 11 – Resposta da Requerida 
Anexo 12 – Parecer Técnico elaborado pelo Prof. Dr. Gabriel Carvalho 
Anexo 13 – Termo de Arbitragem 
Anexo 14 – Manifestação do banco Solo & Skywalker Bank 
Anexo 15 – Manifestação da Requerida 
Anexo 16 – Manifestação da Requerente 
Anexo 17 – Ordem Processual n 1 
 
 
6 
 
ANEXO 1 
 
 
Beagá, 20 de janeiro de 2010 
À 
MR.TANGERINE, INC. 
475 Lando Lane 
Cloud City, 1423 
Bespin 
 
Prezado(a), 
 
A Sucos da Tia Cláudia Brasil S/A, como parte de seus planos de captação de novos 
clientes e aumento das vendas para o mercado europeu, está buscando fornecedores de 
tangerina aptos e capazes de fornecer tangerina de alta qualidade para a produção de 
sucos para exportação e consumo no mercado grego. 
Neste primeiro momento, a Tia Cláudia se oferece para a aquisição de pelo menos 
100.000 (cem mil) caixas de tangerina de 22 quilos, totalizando 2.200 (duas mil e 
duzentas) toneladas métricas, a serem entregues em um único carregamento até o dia 15 
de março de 2010, ao preço máximo de RS 17,50 (dezessete reais e cinquenta centavos) 
por caixa. 
Caso aceite a presente carta-convite, propostas de venda dentro dos termos propostos 
deverão ser enviadas à Tia Cláudia até o dia 27 de janeiro de 2010, quarta-feira. Todos os 
termos que não estiverem expressamente definidos na presente comunicação devem ter 
o significado que lhe foi atribuído pelas partes de comum acordo. 
Aguardamos seu retorno e esperamos que essa carta seja o início de uma lucrativa relação 
comercial para nossas empresas. 
 
Atenciosamente, 
 
 
 
Carlos Constantino | Diretor de Compras 
Sucos da Tia Cláudia Brasil S/A 
 
 
A presente Carta-Convite é enviada em caráter confidencial. É vedada a divulgação desta Carta-Convite, 
sua reprodução, bem como a sua distribuição a terceiros a qualquer tempo sem a prévia anuência por 
escrito da Sucos da Tia Cláudia Brasil S/A. 
 
7 
 
ANEXO 2 
 
 
 
Mr. Tangerine 
 
Cloud City, 25 de janeiro de 2010 
 
Sucos da Tia Cláudia Brasil S/A 
A/C: Carlos Constantino 
Avenida General Radamantis, 815, 4
o
 Andar 
Beagá, Vila Rica 
Brasil 
 
REF.: Proposta Comercial 
 
Prezado Sr. Constantino, 
 
Em relação à Carta-Convite enviada pela Sucos da Tia Cláudia Brasil S/A em 20 de 
janeiro de 2010, a Mr. Tangerine, Inc., empresa altamente especializada no plantio de 
tangerina em diversos países do mundo, tem o prazer de encaminhar sua proposta na 
minuta anexa. 
 
Permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos. 
 
Atenciosamente, 
 
 
 
Lucas Calrissian 
Diretor de Compras 
Mr. Tangerine, Inc. 
 
8 
 
CONTRATO DE COMPRA E VENDA 
 
MR. TANGERINE, INC., sociedade empresária constituída de acordo com as 
leis da República Federativa de Bespin, com sede em 475 Lando Lane, Cloud 
City, 1423, Bespin, neste ato representada pelo seu Diretor de Produtos 
Lucas Calrissian, doravante denominada VENDEDORA; 
E 
SUCOS DA TIA CLÁUDIA BRASIL S/A, sociedade empresária com sede na 
..., inscrita no CNPJ/MF sob o nº..., neste ato representada por seu direto de 
comprar, neste ato denominada COMPRADORA; 
 
1 – OBJETO 
A VENDEDORA se compromete a entregar à COMPRADORA 100.000 (cem 
mil) caixas de tangerina de 22 quilogramas, em um total combinado de 2.200 
(duas mil e duzentas) toneladas métricas de tangerina. 
 
2 – CONDIÇÕES DE ENTREGA 
2.1 As mercadorias devem ser entregues em um único carregamento, 
devidamente acondicionadas e embaladas para entrega no 
estabelecimento designado pela COMPRADORA, devendo a 
VENDEDORA arcar com todos os custos de transporte e seguro das 
mercadorias, bem como com o risco de perda ou destruição das 
mercadorias, até que estas sejam recebidas pela COMPRADORA. 
2.2 As mercadorias devem ser entregues em até 5 (cinco) dias úteis a 
contar do pagamento realizado pela COMPRADORA, conforme 
disposto no item 3 abaixo. 
 
3 – PREÇO E CONDIÇÕES DE PAGAMENTO 
O preço total a ser pago pela COMPRADORA à VENDEDORA é R$ 
1.650.000,00 (um milhão e seiscentos e cinquenta mil de reais), que deverão 
ser pagos através de carta de crédito bancária expedida por instituição 
bancária de primeira classe. O pagamento deverá ser feito em até 45 
(quarenta e cinco) diasúteis da data de conclusão do contrato. 
 
9 
 
 
4 – DA SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS 
4.1 Toda e qualquer controvérsia que surgir da interpretação ou execução 
do presente contrato será resolvida através de Arbitragem, de acordo 
com as normas do Regulamento de arbitragem da Câmara de 
Arbitragem Empresarial – Brasil (CAMARB) e nos termos da lei 
9307/96, por 3 árbitros nomeados conforme o disposto no referido 
Regulamento. 
4.2 A arbitragem será realizada na cidade do Rio de Janeiro e será 
conduzida em português. 
4.3 As partes optam em limitar a produção de provas no curso de eventual 
procedimento exclusivamente à prova documental, não sendo cabível 
qualquer outra modalidade de prova, inclusive testemunhal. 
 
E assim, por estarem justas e contratadas, firmam as partes o presente 
instrumento em 2 vias de igual teor e forma, nos termos da lei. 
 
25 de janeiro de 2010 
 
 
MR. TANGERINE, INC SUCOS DA TIA CLÁUDIA BRASIL 
S/A 
 
 
 
10 
 
ANEXO 3 
 
De: carlos.constantino@tiaclaudia.com.br Enviada em: sex 13/02/2010 15:29 
Para: lcalrissian@mrtangerine.bp 
CC: leia.solo@auntclaudia.cl 
 
Assunto: Fornecimento de tangerinas – condições acertadas 
 
 
Caro Lucas, 
 
Como follow up, seguem as alterações à sua proposta inicial conforme 
discutido em nossa call: 
 
- 100.000 caixas de 22Kg cada; 
- Valor total de R$ 1.500.000,00; 
- Pagamento em 30 dias úteis; 
- Entrega em até 5 dias úteis do pagamento. 
 
Tendo em vista que concordamos com os termos finais das negociações, 
encaminho aquela procuração em meu nome (em anexo) que vocês 
solicitaram, para completar o cadastro de clientes de vocês. 
 
Reitero a nossa satisfação em poder contar com vocês neste nosso projeto. 
 
Abs., 
 
 
 
Carlos Constantino | Diretor de Compras 
Sucos da Tia Cláudia Brasil S/A 
 
11 
 
ANEXO 4 
 
De: lcalrissian@mrtangerine.bp Enviada em: sex 13/02/2010 15:30 
Para: carlos.constantino@tiaclaudia.com.br 
CC: 
 
Assunto: Res: call 10:00h GMT 
 
 
Carlos, boa tarde. 
 
Que bom que, depois de tantos e-mails, conseguimos passar detalhe a detalhe e chegar 
a um acordo final em nossa teleconferência. 
 
Aguardaremos o pagamento dos R$ 1,5 milhões nos próximos 30 dias. Assim que 
recebermos o valor, vocês receberão as 100.000 caixas de 22kg em até 5 dias, como 
combinado. 
 
Assim que saí do telefone, já tratei de mobilizar nossa equipe para selecionar as 
melhores tangerinas e fazer jus à confiança que depositaram em nós. Encaminho 
anexo o contrato, já atualizado com essas condições e devidamente assinado. 
 
Abraços e bom final de semana! 
 
PS: Não se esqueça de me enviar aquela procuração da Diretoria em seu nome. Isso 
não trava o projeto, pois você já tem poderes para fechar o contrato, mas facilita o 
cadastro da Tia Cláudia em nosso sistema. 
 
 
Lucas Calrissian 
Product Director LatAm 
Mr. Tangerine, Inc. 
 
 
12 
 
ANEXO 5 
 
De: carlos.constantino@tiaclaudia.com.br Enviada em: qua 11/03/2010 19:00 
Para: lcalrissian@mrtangerine.bp 
CC: 
 
Assunto: Insatisfação – tangerina pokan 
 
 
Prezado Lucas, 
 
Acabamos de abrir as caixas das tangerinas e ficamos surpresos. Vocês nos 
entregaram tangerinas pokan quando deveriam ter enviado mexericas. 
 
Desde o início das negociações, esteve claro que a nossa intenção com a 
compra das frutas era a produção de suco, principal atividade da nossa 
companhia. 
 
Como players do mercado, vocês estão cansados de saber que sucos se 
fazem com mexericas e não com tangerinas pokan, que são muito doces. A 
diferença é gritante, nunca conseguiríamos vender um suco feito de pokan, 
não antes de desenvolver um processo industrial completamente inovador ou 
atingir um mercado excêntrico. 
 
Como sabem, temos urgência em produzir maior volume de sucos, por isso 
contratamos uma companhia tão experiente como a Mr. Tangerine. Mas 
nunca esperávamos que erro tão grave fosse acontecer. 
 
Solicitamos, portanto, que nos enviem imediatamente as 100 mil caixas de 
mexericas, como combinado desde o início, ou que restituam os 1,5 milhões 
de reais já pagos por nós. Dada a urgência de nossa demanda e para mitigar 
o atraso já incorrido, o máximo que poderíamos aceitar seria um 
carregamento de tangerinas murcote, cuja utilização na produção de sucos é 
incomum, mas ainda aceitável – o que não pode ser dito de tangerinas 
pokan... 
 
Caso as solicitações deste e-mail não sejam atendidas prontamente, o 
contato passará a ser feito com nossos advogados. 
 
 
Atenciosamente, 
 
 
Carlos Constantino | Diretor de Compras 
Sucos da Tia Cláudia Brasil S/A 
 
13 
 
ANEXO 6 
 
De: lcalrissian@mrtangerine.bp Enviada em: qui 12/03/2010 08:17 
Para: carlos.constantino@tiaclaudia.com.br 
CC: 
 
Assunto: Res: Insatisfação – tangerina pokan 
 
 
Caro Carlos, 
 
Nós é que não podemos deixar de manifestar o quão surpreendidos ficamos com o 
teor ofensivo de seu e-mail de ontem. Em momento algum você ou qualquer 
representante da Tia Cláudia nos informou que queria receber mexericas, que nem 
tangerina é, como vocês deveriam saber. 
 
Como vocês reiteraram o tempo inteiro a pressa em receber as tangerinas, 
embalamos a safra que estava mais farta e acessível (afinal, ainda estamos em 
março!). Utilizamos nossos procedimentos mais desenvolvidos para ter a certeza de 
que cada caixa de tangerina contivesse frutas novas, viscosas e da melhor qualidade. 
 
Nunca pensamos que queriam mexericas ou mesmo murcote. Como todos sabem, 
murcote é uma mistura de tangerina com laranja e sua entrega só faria sentido se 
requisitada especificamente. 
 
Como você bem disse, somos players do mercado, conhecedores do ramo. 
Produzimos pokan, dancy, murcote e muitas outras frutas do gênero. Nossa 
especialidade é justamente plantio de tangerinas e não a produção de sucos. Ainda 
assim, sabemos que até mesmo pokans podem ser utilizadas para tal fim e não vejo 
por quê tanto alvoroço em requerer a troca das mercadorias. 
 
Sinto informar, mas é impossível atender seus pedidos. Estamos certos que 
cumprimos fielmente nosso acordo. 
 
Espero que esse mal entendido não venha a prejudicar nossos negócios futuros. 
Teremos satisfação em fornecer em outros momentos qualquer variedade de tangerina 
para a Tia Cláudia em outra ocasião, desde que expressamente requerido. 
 
Att., 
 
 
Lucas Calrissian 
Product Director LatAm 
Mr. Tangerine, Inc. 
 
 
14 
 
ANEXO 7 
 A NAÇÃO 
Quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010 
 
CRISE NO MERCADO GREGO 
AFETA EMPRESAS BRASILEIRAS 
Empresários brasileiros lutam contra quedas nas exportações 
 
O mercado brasileiro ainda digere os impactos da 
eminente crise do mercado grego, seguida do corte 
do rating de longo prazo da dívida grega de "CCC" 
para "C" pela agência Fitch Ratings. Os impactos da 
crise já são sentidos nos principais mercados 
internacionais, com as principais bolsas de Europa, 
Ásia e Américas operando em baixa. 
A forte crise econômica enfrentada por Atenas 
elevou a taxa de desemprego do país a 12,5% e a 
inflação à marca histórica de 4,7% após o anúncio 
de corte no orçamento anunciado pelo primeiro 
ministro Georgios Papandreou. 
Os reflexos da recessão já são sentidos pelos 
empresários brasileiros, sobretudo os do mercado 
de exportação de frutas e sucos, que representa 
mais de 27% das exportações brasileiras para o 
mercado grego. 
A subsidiária grega do conglomerado de sucos Aunt 
Claudia’s Juices, a Χυμοί θεία Κλαυδία Εταιρεία, 
anunciou queda de 60% do faturamento projetado 
para 2010, enquanto especula-se sobre a demissão 
de mais de 3000 funcionários. 
O mercado reagiu com apreensão ao 
desenvolvimento da crise e ao anúncio da 
subsidiária grega do grupo Aunt Claudia. As ações 
da companhia, negociadas na Bolsa de Nova 
Iorque, caíram 5,7% após rumores do 
cancelamento de metade dos carregamentos 
destinados ao mercado grego pela subsidiária 
brasileira do grupo. Não se sabe ainda o destino de 
tais carregamentos,em vista à baixa aceitação do 
mercado consumidor brasileiro pelo sabor dos 
sucos destinados ao mercado internacional. 
 
GOVERNO INAUGURA O COMPLEXO 
PRISIONAL DE CORREGO DAS CHUVAS 
No último dia 2 de fevereiro foi inaugurado pelo 
governador do estado de Vila Rica, Joaquim José da Silva 
Xavier, o Complexo Prisional de Córrego das Chuvas, 
pioneiro na utilização do modelo de Parcerias Público-
Privada (PPP). O governador anunciou ainda a 
transferência imediata de 815 presos para a unidade. 
De acordo com o contrato, a Concessionária BACAMASO 
Gestão Prisional S/A será encarregada da gestão do 
Complexo “dos muros para dentro”, o que significa que 
todas as atividades de gestão interna do Complexo, como 
manutenção da segurança e fornecimento de serviços de 
saúde, educação e alimentação dos detentos. 
Ainda é cedo para especular sobre o sucesso ou fracasso 
dessa iniciativa do Governo de Vila Rica, que demonstra 
total confiança em seu novo modelo de administração 
prisional. 
GRUPO COLORADO ANUNCIA 
RECORDE DE FATURAMENTO 
O grupo brasileiro Colorado, um dos maiores prestadores 
de serviços de auditoria, consultoria e outros serviços 
acessórios da América Latina, anunciou em coletiva de 
imprensa faturamento recorde para o ano de 2009, 
terminando o ano com faturamento de R$ 201,3 milhão, 
superando em 20% o faturamento do ano de 2008. 
De acordo com o conselheiro sênior do grupo, Peter 
Colorado, quase “um terço do faturamento total do grupo 
provém de mercados emergentes". Segundo ele, em cinco 
anos, os emergentes devem representar 40% da receita 
total, impulsionado especialmente pelo aumento na 
demanda por serviços relacionados à contabilidade e 
adequação tributárias. 
Ano XXXXIV – nº 47 – Todos os Diretos Reservados 
 
 
 
15 
 
ANEXO 8 
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE VILA RICA 
1ª VARA DE FALÊNCIAS E RECUPERAÇÕES JUDICIAIS DE BEAGÁ 
PROCESSO Nº 2012.2012.2012.2012 
CLASSE: AUTO-FALÊNCIA 
AUTORA: SUCOS DA TIA CLÁUDIA BRASIL S/A 
 
 Vistos, etc... 
Cuida-se de pedido de auto-falência, com fulcro no art. 105 da Lei 11.101/05, 
requerido por SUCOS DA TIA CLÁUDIA BRASIL S/A. Sustenta a autora que ao 
passar por crise econômico-financeira, diante da ausência de fluxo de caixa para 
cobrir suas despesas, e com vistas a proteger o remanescente de seu patrimônio, 
decidiu requerer sua própria falência, julgando não preencher os requisitos 
legais para a recuperação judicial. 
O pedido foi acompanhado dos documentos de que trata os incisos I a VI do 
artigo supracitado e foi assinado por sua representante legal/administradora 
Sra. Catarine Gastadora. 
(...) 
Posto isto e considerando estarem presentes todos os requisitos a que alude a lei 
11.101/05, acolho o pedido formulado pela Autora, pelo o que DECRETO A 
FALÊNCIA DE SUCOS DA TIA CLÁUDIA BRASIL S/A, pessoa jurídica de direito 
privado, com atuação no comércio, importação e exportação de gêneros 
alimentícios, inscrita no CNPJ sob o n. 00.000.000/0001-00, sem filiais. 
O termo legal da falência fica fixado no 30º dia anterior à data de distribuição do 
pedido de falência, tendo os eventuais credores prazo de 15 (quinze) dias para 
distribuir as respectivas habilitações de crédito. 
Nomeio, como administrador judicial, o administrador de empresas, contador e 
empresário PETER COLORADO, com CPF n. 500.500.500-50, com domicílio 
profissional na Rua Dindin, 100, bairro Sucesso, Beagá, Vila Rica, fixando seus 
honorários em 10% do valor de venda dos bens da falida, observando, contudo a 
reserva disciplinada por lei. 
Ordeno a suspensão de todas as ações ou execuções movidas contra a falida, 
ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 1º e 2º do art. 6º da lei de falências. 
Expeça-se ofício à Junta Comercial do Estado de Vila Rica, a fim de que a falência 
seja anotada no registro do devedor, constando a expressão FALIDO, a data de 
decretação da falência e a inabilitação de que trata a lei de falências. 
Designo o dia 28/3/2011 para tomar por termo as declarações dos sócios da ora 
falida, às 15:30h. 
Publique-se, registre-se, intime-se, cumpra-se. 
Beagá, 3 de março de 2011. 
 
16 
 
ANEXO 9 
 
FREITAS, MACHADO E ROSA – SOCIEDADE DE ADVOGADOS 
 
ILMO. SR. SECRETÁRIO GERAL DA CÂMARA DE ARBITRAGEM 
EMPRESARIAL – CAMARB (BRASIL) 
 
MASSA FALIDA DE SUCOS DA TIA CLÁUDIA BRASIL S/A, pessoa 
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n. 00.000.000/0001-00, 
com sede na Avenida General Radamantis, 815, 4o Andar, Beagá, Vila Rica, 
vem solicitar a instauração de arbitragem em face de MR. TANGERINE, 
INC., sociedade empresária constituída de acordo com as leis da República 
Federativa de Bespin, com sede em 475 Lando Lane, Cloud City, 1423, 
Bespin conforme convenção de arbitragem acordada entre as partes nos e-
mails ora anexados. 
 
(i) Resumo das Pretensões 
 
1. A Requerente é exportadora de gêneros alimentícios e iniciou relação 
jurídica com a Requerida, por meio da troca de mensagens 
eletrônicas, pela qual ficou acertada a venda de 100.000 (cem mil) 
caixas de tangerina pela Requerida a Requerente pelo preço total de 
R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). O valor foi pago 
pela Requerente em 9/3/2010 e as mercadorias entregues em 
11/3/2010. 
 
2. Verificando a inadequação das tangerinas fornecidas pela Requerida 
ao uso a que se destinava, a Requerente logo manifestou sua 
insatisfação e requereu à ora Requerida que (i) reembolsasse o valor 
pago à Requerente ou (ii) substituísse as tangerinas pokan por 
mexericas ou tangerinas murcote, tudo com fulcro no disposto na 
Convenção das Nações Unidas sobre Compra e Venda Internacional 
de Mercadorias – CISG. 
 
3. Sem qualquer justificativa plausível, contudo, a Requerida não atendeu 
ao pedido da Requerente, o que não deixou alternativas senão iniciar 
procedimento arbitral, diante de clara violação ao previsto na CISG, lei 
aplicável ao mérito da disputa. 
 
17 
 
FREITAS, MACHADO E ROSA – SOCIEDADE DE ADVOGADOS 
 
(ii) Pedidos 
 
4. Pleiteia a Requerente: 
 
(a) seja o juízo arbitral considerado válido para o julgamento da 
controvérsia, conforme ajustado pelas partes, mesmo diante do fato 
de a Requerente ser massa falida; 
(b) seja a CISG considerada como lei aplicável ao mérito da 
controvérsia; e 
(c) seja a Requerida condenada pela violação contratual por ela 
cometida, com os devidos efeitos daí advindos. 
 
(iii) Valor da Causa 
 
5. Estima-se o valor de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil 
reais) 
 
Pede deferimento. 
 
Beagá, 17 de setembro de 2011 
 
_____________________________________ 
Augusto Teixeira de Freitas 
 
 
 
18 
 
ANEXO 10 
 
 
Belo Horizonte, 26 de outubro de 2011 
À Mr. Tangerine, Inc 
475 Lando Lane 
Cloud City, 1423 
Bespin 
 
REF.: PROCEDIMENTO ARBITRAL Nº 13/11 
 
Prezado Senhor, 
 
 
A CAMARB – Câmara de Arbitragem Empresarial – Brasil recebeu de 
MASSA FALIDA DE SUCOS DA TIA CLÁUDIA BRASIL S/A pedido de 
SOLICITAÇÃO DE INSTITUIÇÃO DE ARBITRAGEM para a solução 
extrajudicial de litígios por meio de Arbitragem, indicando como parte 
contrária MR. TANGERINE, INC. A arbitragem recebeu o número 13/11. 
 
O valor do litígio foi estimado pelas Requerentes em R$ 1.500.000,00. 
 
Em conformidade com o Regulamento de Arbitragem desta entidade, 
estamos encaminhando, em anexo, cópia da referida Solicitação de 
Instituição de Arbitragem e de seus anexos, bem como o Regulamento de 
Arbitragem, Lista de Árbitros e Taxa de Administração e Honorários dos 
Árbitros da CAMARB. 
 
Nos termos do item 3.4 do referido Regulamento de Arbitragem, 
Vossas Senhorias terão o prazo de 15 (quinze) dias, contado do 
recebimento da presente, para apresentar manifestação sobre a Solicitação 
de Instituição de Arbitragem e eventual interesse em reconvir, ocasião em 
que poderão, desde logo, indicar árbitro para atuar no Procedimento Arbitral. 
 
A Secretaria Geral da CAMARB estará à disposição para prestar 
informações adicionais a VossasSenhorias ou a advogado munido de 
procuração, na Rua Paraíba, nº 1.000, 16º andar, Funcionários, Belo 
Horizonte, telefone (31) 3213-0310, entre 09:00 e 18:00 horas. 
 
 
Atenciosamente, 
 
 
Felipe Ferreira M. Moares 
Secretário Geral 
CAMARB - CÂMARA DE ARBITRAGEM EMPRESARIAL – BRASIL 
 
19 
 
ANEXO 11 
OLAVO BEVILÁQUA E ADVOGADOS ASSOCIADOS 
 
 
À CAMARB - CÂMARA DE ARBITRAGEM EMPRESARIAL – BRASIL 
 
 
 MR. TANGERINE, INC., apontada como REQUERIDA no procedimento nº 
13/11, em que figura como MASSA FALIDA DE SUCOS DA TIA CLÁUDIA BRASIL 
S/A, vem apresentar Manifestação à Solicitação de Arbitragem. 
 
 A REQUERENTE, ao solicitar o presente procedimento arbitral, invoca a 
cláusula compromissória contida no Contrato de Compra e Venda (“Contrato”) 
firmado entre as partes em 13 de fevereiro de 2010. No entanto, é necessário 
reconhecer que, devido à falência de SUCOS DA TIA CLÁUDIA S/A, a controvérsia 
não é arbitrável e, consequentemente, o juízo arbitral não é o juízo competente para 
solucioná-la. 
Ademais, ainda que o Tribunal Arbitral decida contrariamente, a 
REQUERIDA entende que a Convenção das Nações Unidas sobre Compra e Venda 
Internacional de Mercadorias não é aplicável à presente controvérsia, cabendo ao 
Tribunal Arbitral decidir com base na lei brasileira, conforme determina o Decreto-Lei 
nº 4.657/42 - Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. 
Não obstante, a REQUERIDA solicita seja juntado aos autos deste 
procedimento parecer elaborado pelo especialista em tangerinas, Prof. Dr. Gabriel 
Carvalho, que comprova que as mercadorias entregues cumprem as obrigações 
contratadas pela REQUERIDA, bem como qualquer disposição legal aplicável, seja 
o Código Civil Brasileiro ou a CISG. 
 
 
 
20 
 
OLAVO BEVILÁQUA E ADVOGADOS ASSOCIADOS 
 
 Diante dos fatos expostos, a REQUERIDA vem solicitar que o Tribunal 
Arbitral reconheça que não tem jurisdição para resolver esta disputa. Caso se 
admita a jurisdição, solicita seja, no mérito, reconhecido que: 
 
(i) a lei brasileira é a lei aplicável à controvérsia; 
(ii) não houve violação contratual conforme o Código Civil Brasileiro; e 
(iii) alternativamente, caso seja admitida a aplicação da CISG, não houve 
violação contratual segundo tal convenção. 
 
Rio de Janeiro, 9 de novembro de 2011. 
 
(Assinado) 
Olavo Beviláqua 
Advogado da Requerida 
 
21 
 
ANEXO 12 
Prof. Dr. Gabriel Carvalho 
Pesquisador 
Universidade Federal de Vera Cruz 
 
PARECER TÉCNICO 
 
Prof. Dr. Gabriel Carvalho, graduado em Agronomia pela Universidade Federal de 
Vera Cruz; mestre em Fitotecnia pela Universidade Nacional de Bespin; doutor em 
Fruticultura pela Universidade Federal de Vera Cruz; Professor Titular da 
Universidade Federal de Vera Cruz e pesquisador na área de Fruticultura, 
especificamente em poda, raleio de frutos e uso de fitorreguladores em tangerinas; 
apresenta seu parecer técnico conforme segue: 
 
1 - Finalidade 
Atendendo a solicitação feita pela empresa Mr. Tangerine, Inc., este parecer 
técnico tem por finalidade descrever as principais características da tangerina, 
diferenciar algumas de suas variedades mais comuns (em especial, aquelas conhecidas 
como “mexerica”, “pokan” e “murcote”), com o objetivo de esclarecer qual variedade 
pode ser utilizada para a produção de sucos. 
 
2 – Relatório 
2.1 – Classificação Científica 
Reino: Plantae 
Divisão: Magnoliophyta 
Classe: Magnoliopsida 
Ordem: Sapindales 
Família: Rutaceae 
Gênero: Citrus 
Espécie: C. reticulata 
 
2.2 – Principais Características 
A tangerina (normalmente representada pela espécie Citrus reticulata) é uma 
fruta cítrica também conhecida pelos nomes laranja-mimosa, mandarina, bergamota e 
mexerica e tem sua origem na Ásia, em países de clima subtropical e úmido. 
Os frutos da tangerineira são de tamanho médio, forma oblata, base com 
pescoço pequeno e ápice pouco deprimido. A polpa é de cor laranja, sucosa e 
aromática. Possui poucas sementes. A árvore é de porte mediano, com espinhos nos 
galhos e flores brancas e aromáticas. 
A casca é fina, firme, mas fácil de remover. A superfície é lisa, de cor laranja 
a vermelha, com 9 a 13 segmentos, facilmente separáveis e eixo médio e aberto. 
Possui concentrações elevadas de vitaminas A, B1, B2, Niacina, Vitamina C, cálcio e 
fósforo. 
 
 
 
22 
 
2.3 – Produção e Utilização 
A safra de tangerinas no Brasil se estende, normalmente, de abril a setembro, 
com concentração nos meses de maio a agosto. Freqüentemente, os produtores 
enfrentam forte queda nos preços no pico da safra. Diversas pesquisas tentam 
aumentar o período de colheita da fruta, com vistas à antecipação para o primeiro 
trimestre do ano, mas o mercado ainda apresenta baixa oferta da fruta nessa época. 
Os frutos são utilizados para consumo ao natural e para industrialização, de 
onde são obtidos diferentes produtos processados, como sucos, óleos essenciais, 
pectina e rações. 
 
2.4 - Variedades 
As variedades mais conhecidas da tangerina são a monte-negrina, a mexerica, 
murcote, a pokan e a mandarina. Dado o escopo desde parecer, atenção especial será 
concedida às tangerinas pokan, mexerica e murcote. 
Apesar de ambas serem tangerinas, com sabor, aroma e aspecto bem 
parecidos, estas duas variedades são de espécies diferentes. A pokan, como a maioria 
das tangerinas, é da espécie Citrus reticulata, enquanto a mexerica vem de uma planta 
diferente, a Citrus deliciosa. A murcote, por sua vez, é uma fruta híbrida, nascida do 
cruzamento da tangerina com a laranja. 
2.4.1 - Tangerina Pokan 
A variedade de tangerina mais famosa no Brasil é a pokan, que tem gosto mais 
doce em comparação com as outras tangerinas. O fruto é maior que o da 
variedade mexerica e normalmente é vendido para consumo ao natural. 
2.4.2 - Mexerica 
São frutos menores e ligeiramente mais ácidos que os da variedade pokan. Se 
adapta bem a climas tropicais. A mexerica possui em sua casca muito mais 
óleos essenciais do que a pokan e servem como aroma de suco na indústria. 
2.4.3 - Murcote 
Em comparação com as demais variedades, a murcote tem mais sementes, 
possui um gosto mais próximo do da laranja e sua casca não se solta com tanta 
facilidade. É a principal matéria-prima para sorvetes de tangerina. 
 
3 – Conclusões 
Todas as três variedades descritas acima, sendo as mais procuradas pelo 
consumidor final pelo seu sabor, podem ser e são utilizadas na produção de sucos, 
sorvetes e produtos relacionados. 
Produtores de suco podem, portanto, utilizar qualquer uma das três variedades 
de tangerina, optando, no momento da escolha, pelo sabor que desejam alcançar com 
o suco. Por exemplo, caso queira sabor mais cítrico, optará pela mexerica. 
Atualmente, devido à sua característica mais cítrica, decorrente da acidez 
natural da espécie, a mexerica é, certamente, a variedade de tangerina mais utilizada 
na produção de sucos de tangerina no Brasil, seguida da tangerina murcote. Por fim, a 
pokan é mais utilizada para a produção caseira de sucos, por ser a variedade mais 
acessível ao consumidor final. 
 
23 
 
ANEXO 13 
 
TERMO DE ARBITRAGEM 
ARBITRAGEM Nº 13/11 
 
 
I - IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES 
 
1.1 As Partes adiante identificadas resolvem celebrar o presente Termo de Arbitragem, nos 
termos e para os efeitos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, que se regerá pelas 
regras e condições adiante estabelecidas. 
 
 
A) REQUERENTE: 
 
MASSA FALIDA DE TIA CLÁUDIA BRASIL S/A 
Advogados: Augusto Teixeira de Freitas 
 
 
B) REQUERIDA: 
 
MR. TANGERINE, INC. 
Advogados: Olavo Beviláqua 
 
 
 
II – ÁRBITROS 
 
2.1 Foram indicados para compor o Tribunal Arbitral os profissionais abaixo qualificados: 
 
A) Pela REQUERENTE: 
 
Dr. Marco Antonio 
Profissão: Professor 
 
B) Pela REQUERIDA: 
 
Dra. Cleópatra Filopator 
Profissão: Advogada 
 
C) Pelos árbitros indicados pela REQUERENTE e pela REQUERIDA, para presidir o Tribunal 
Arbitral:Dr. Caius Julius Ceasar 
Profissão: Advogado 
 
2.2 As Partes declaram não ter qualquer oposição aos árbitros indicados, tendo tomado 
conhecimento das respostas aos questionários e declarações de não-impedimento enviadas 
pelos árbitros. 
 
 
CAMARB - CÂMARA DE ARBITRAGEM EMPRESARIAL – BRASIL 
 
24 
 
III - MATÉRIA OBJETO DA ARBITRAGEM 
 
3.1 Constituem objeto da arbitragem os pleitos abaixo relacionados, oriundos do Contrato de 
Compra e Venda de Mercadorias, firmado entre as partes em 13 de fevereiro de 2010, para a 
venda de “2.200 (duas mil e duzentas) toneladas métricas de tangerina pelo valor de R$ 
1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais)”. 
 
3.1.1 – Pleitos da Requerente: 
 
A) Cabe ao juízo arbitral o julgamento da causa. 
B) A lei aplicável à controvérsia é a CISG. 
C) Houve violação contratual, conforme a CISG, e mesmo segundo o 
Código Civil Brasileiro, caso se admita sua aplicação. 
 
3.1.2 – Pleitos da Requerida: 
 
A) O julgamento da causa cabe ao Poder Judiciário Brasileiro. 
B) A lei aplicável à controvérsia é a lei brasileira. 
C) Não houve violação contratual conforme o Código Civil Brasileiro, e 
mesmo segundo a CISG, caso se admita sua aplicação. 
 
 
IV - REGULAMENTO APLICÁVEL AO PROCEDIMENTO ARBITRAL 
 
4.1 As Partes decidiram submeter a controvérsia descrita no Item III acima à solução arbitral, 
de conformidade com o Regulamento de Arbitragem da Câmara de Arbitragem 
Empresarial – Brasil (CAMARB), em sua versão de 1º/11/2010, registrado no 2º Ofício de 
Registro de Títulos e Documentos, protocolado, registrado, microfilmado e digitalizado sob o 
nº 1036012, em 1º/12/2010, ao qual se acrescerá o disposto nesta convenção. 
 
4.2 A CAMARB, órgão institucional de solução extrajudicial de controvérsias, tem sede em 
Belo Horizonte, Minas Gerais, na Rua Paraíba, nº 1.000, 16º andar, Funcionários, e seu 
Estatuto encontra-se registrado no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas de Belo 
Horizonte, sob o nº 35, no registro 105.736, livro A, em 23/11/2009. 
 
4.3 Todas as peças processuais e documentos apresentados pelas partes devem ser 
enviadas à Secretaria Geral da CAMARB no endereço eletrônico 
competicao@camarb.com.br, que serão remetidas aos árbitros e aos procuradores das 
partes. 
 
4.4 Os prazos regimentais e aqueles fixados pelo Tribunal Arbitral terão início no dia útil 
subseqüente à data do recebimento da correspondência que for enviada pela Secretaria 
Geral da CAMARB, constante do Aviso de Recebimento ou do comprovante de entrega 
pessoal que acompanhará a mesma. Feriados e dias não úteis são excluídos do cálculo do 
prazo inicial. Caso o último dia do prazo for feriado ou dia não útil, o prazo vencerá no 
primeiro dia útil seguinte. 
 
4.4.1 Não obstante o início da contagem dos prazos dar-se a partir do primeiro dia útil 
subseqüente à data do recebimento da correspondência acima referida, as partes e a 
Secretaria Geral da CAMARB se comprometem a enviar, por mensagem eletrônica (e-mail), 
as peças processuais (petições, intimações, decisões etc), simultaneamente ao envio do 
documento original. 
 
4.5 As partes, procuradores e árbitros deverão informar à CAMARB eventual mudança de 
endereço, sob pena de ser considerado válido, para todos os efeitos, o endereço declinado 
no presente instrumento. 
 
4.6 Exceto no que for necessário para cumprir as exigências legais decorrentes do processo 
de falência a que está sujeita a parte Requerente, as partes se comprometem a cumprir a 
obrigação de confidencialidade disposta no Regulamento de Arbitragem da CAMARB. 
 
25 
 
 
4.7 O presidente do Tribunal Arbitral fica autorizado a firmar isoladamente as ordens 
processuais, após consulta aos co-árbitros. 
 
4.8 As partes ratificam o teor da cláusula arbitral constante do contrato, ressalvando apenas 
a impugnação da jurisdição do juízo arbitral relativa ao pedido A) feito pela parte Requerida 
no item 3.1.2 acima. 
 
 
V - LOCAL DA ARBITRAGEM 
 
5.1 O procedimento arbitral terá lugar na cidade do Rio de Janeiro, em local previamente 
comunicado às partes. 
 
5.2 A sentença arbitral será proferida na sede da CAMARB - Câmara de Arbitragem 
Empresarial - Brasil. 
 
 
VI - PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DA SENTENÇA ARBITRAL 
 
6.1 A sentença arbitral será proferida no prazo de até 60 (sessenta) dias, a contar do término 
do prazo para apresentação das alegações finais das partes, podendo esse prazo ser 
prorrogado por mais 30 (trinta) dias por decisão do Tribunal Arbitral, sem prejuízo dos 
demais prazos estabelecidos para o procedimento arbitral no Regulamento de Arbitragem. 
 
 
VII - IDIOMA 
 
7.1 O procedimento arbitral será conduzido em idioma português. 
 
 
VIII - DESPESAS E HONORÁRIOS DA ARBITRAGEM 
 
8.1 O valor do litígio foi estimado pela Requerente em R$ 1.500.000,00 (um milhão e 
quinhentos mil reais). Não houve demanda reconvencional. Nos termos do Regulamento de 
Arbitragem e da Tabela de Taxa de Administração e Honorários dos Árbitros da CAMARB, 
as despesas da arbitragem referentes à Taxa de Administração serão de R$ 16.550,00 
(dezesseis mil quinhentos e cinquenta reais). Os Honorários dos Árbitros serão no valor de 
R$ 136.565,00 (cento e trinta e seis mil quinhentos e sessenta e cinco reais), cabendo R$ 
43.815,00 (quarenta e três mil oitocentos e quinze reais) ao Árbitro Presidente e R$ 
38.100,00 (trinta e oito mil e cem reais) a cada co-árbitro. 
 
8.2 Os honorários dos árbitros poderão ser liberados a estes à razão de 30% no início do 
procedimento, 30% na conclusão da instrução do procedimento e 40% na entrega da 
sentença arbitral. 
 
8.3 As despesas da arbitragem, compreendendo a taxa de administração, os demais gastos 
necessários e os honorários dos árbitros, estabelecidos em conformidade com o 
Regulamento e a Tabela de Despesas e Honorários da Câmara de Arbitragem Empresarial 
– Brasil (CAMARB), serão adiantadas pelas partes, em frações iguais, para cada pólo 
processual. 
 
8.4 A CAMARB emitirá recibos de caução relativos ao pagamento dos honorários dos 
árbitros, valores estes que ficarão sob sua guarda. Posteriormente, quando do efetivo 
pagamento aos árbitros dos respectivos honorários, documentos comprobatórios desse 
pagamento serão emitidos, em nome das partes, por aqueles árbitros ou sociedades de que 
façam parte, fazendo-se, no ato, as retenções que forem pertinentes. 
 
8.5 As despesas de viagens, honorários de perito, tradutores e outras que forem necessárias 
à condução do procedimento arbitral não se incluem no valor da Taxa de Administração, 
 
26 
 
devendo ser pagas pelas partes, em frações iguais, para cada pólo processual. Ao final do 
procedimento arbitral, o Tribunal decidirá, por ocasião do proferimento da sentença arbitral 
final, acerca da responsabilidade das Partes por tais despesas. 
 
8.6 As partes concordam que o valor econômico real e definitivo do litígio será determinado 
pelo Tribunal Arbitral, com base nos elementos produzidos durante a arbitragem. Na 
hipótese do referido valor ser superior ao valor estimado pelas partes no início do 
procedimento, proceder-se-á à respectiva correção, devendo as partes responsáveis, se for 
o caso, complementar a taxa de administração e os honorários dos árbitros, inicialmente 
depositados, conforme os valores estabelecidos na Tabela de Taxa de Administração e 
Honorários dos Árbitros da CAMARB. 
 
8.7 Caberá ao Tribunal Arbitral determinar na sentença arbitral a responsabilidade das partes 
pelas despesas com a arbitragem, bem como a condenação em honorários sucumbenciais. 
 
 
IX – CONCILIAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS ALEGAÇÕES INICIAIS 
 
9.1 Por ocasião da presente audiência foi tentada, sem sucesso, a conciliação entre as 
partes, em observância ao artigo 21, parágrafo 4º da Lei de Arbitragem (Lei 9.307/96). Se as 
partes, a qualquer momento, chegarem a uma composição amigável, poderão requerer ao 
Tribunal Arbitral que a homologue mediante sentença arbitral, nos termos do artigo 28 da Lei 
de Arbitragem. 
 
9.2 Restando frustrada a tentativade conciliação, ficou definido o prazo até 14 de maio de 
2012, para as partes apresentarem alegações iniciais. Em seguida, as partes terão prazo até 
dia 18 de junho de 2012 para apresentarem as respectivas impugnações. 
 
 
X – DISPOSIÇOES FINAIS 
 
10.1 As partes comprometem-se, neste ato, a cumprir fiel e tempestivamente a sentença 
arbitral a ser proferida pelo Tribunal Arbitral, tomando a sentença arbitral como decisão final. 
 
10.2 Secretariou a audiência de assinatura do Termo de Arbitragem Felipe Ferreira M. 
Moraes, secretário nomeado para a presente arbitragem e Secretário Geral da CAMARB. 
 
 
Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 2011 
 
REQUERENTE: 
 
MASSA FALIDA DE TIA CLÁUDIA BRASIL S/A 
 
PROCURADOR: 
 
 
_________________________________________ 
Augusto Teixeira de Freitas 
 
REQUERIDA: 
 
MR. TANGERINE, INC. 
 
 
PROCURADORES: 
 
 
27 
 
 
_________________________________________ 
Olavo Beviláqua 
 
 
TRIBUNAL ARBITRAL: 
 
 
Caius Julius Ceasar 
ÁRBITRO PRESIDENTE 
 
 
 
 
 Cleópatra Filopator Marco Antonio 
 ÁRBITRA ÁRBITRO 
 
 
 
 
CAMARB – CÂMARA DE ARBITRAGEM EMPRESARIAL – BRASIL: 
 
 
 
 
Felipe Ferreira M. Moraes 
SECRETÁRIO GERAL 
 
 
Testemunhas: 
 
1) ____________________________ 2) ___________________________ 
 Nome: Nome: 
CPF: CPF: 
Endereço: Endereço: 
 
 
 
 
 
28 
 
ANEXO 15 
SS --- BANK 
 
5 de abril de 2012 
 
Ao Tribunal Arbitral do Procedimento 13/11 
Câmara de Arbitragem Empresarial Brasil – CAMARB 
 
Prezados árbitros, 
 
Na qualidade de credor da Massa Falida de Sucos da Tia Cláudia Brasil S/A, o Solo & 
Skywalker Bank vem informar o que se segue: 
1. Tomamos ciência, por meio de comunicação protocolada em juízo pelo 
administrador judicial Peter Colorado, de que a referida massa falida iniciou 
procedimento arbitral em face de Mr. Tangerine, Inc., cujo objeto é a 
discussão de relação contratual firmada entre as partes, com relevante valor 
econômico. 
 
2. No entanto, considerando que os bens até então arrecadados não são 
suficientes para a quitação integral do débito que a Requerente do 
procedimento arbitral possui com o SSB e que uma eventual sentença 
favorável à massa falida certamente levaria à quitação deste débito, sentimo-
nos obrigados a nos manifestar. 
 
3. É que, em primeiro, o juízo arbitral que ora se constitui não é competente para 
julgar a controvérsia, que deve ser levada ao Poder Judiciário, a quem cabe 
fiscalizar todos os casos em que a massa falida seja parte, conforme dispõe os 
princípios norteadores da falência. 
 
4. Contudo, caso o Tribunal Arbitral considere ter jurisdição sobre o feito, o SSB 
alerta sobre a limitação de provas prevista na convenção de arbitragem. De 
fato, referida limitação prejudicaria gravemente o direito da massa falida nesta 
arbitragem, já que, conforme noticiado pelo Sr. Lucas Calrissian, antigo 
diretor de produtos da Mr. Tangerine, há circunstâncias ocorridas durante o 
fechamento do negócio que solucionariam o caso em favor da Requerente. 
 
 
29 
 
5. Dessa forma, considerando que o Sr. Lucas Calrissian participou das 
negociações, deve ele ser ouvido pelo Tribunal Arbitral, ainda que haja 
vedação expressa à oitiva de testemunhas na convenção de arbitragem. Trata-
se de matéria de ordem pública que ultrapassa a autonomia das partes. 
 
6. Caso tal medida não seja adotada, forçoso concluir que a produção de prova 
neste procedimento arbitral será viciada, culminando, inevitavelmente, na 
nulidade de sua sentença. Caso o banco SSB acredite que seu direito está 
sendo ameaçado devido a essa limitação que não encontra qualquer 
fundamento no Direito, este tomará as medidas judiciais adequadas para 
garantir que tal direito não seja ferido. 
 
Sendo o que se apresenta para o momento, subscrevemo-nos. 
 
Cordialmente, 
 
 
Peter Honnold 
Diretor Júridico 
SS --- BANK 
 
30 
 
ANEXO 16 
 
OLAVO BEVILÁQUA E ADVOGADOS ASSOCIADOS 
 
AOS SRS. ÁRBITROS DO TRIBUNAL DO PROCEDIMENTO CAMARB Nº 13/11 
 
MR. TANGERINE, INC., apontada como REQUERIDA no procedimento nº 
13/11, em que figura como MASSA FALIDA DE SUCOS DA TIA CLÁUDIA BRASIL 
S/A, vem se manifestar sobre a manifestação do Banco Solo & Skywalker Bank. 
 
Em 5 de abril de 2012 o Solo & Skywalker Bank (“SSB”) apresentou perante 
este Tribunal manifestação solicitando que o Tribunal desconsidere a vontade das 
partes de limitar a produção de provas neste procedimento arbitral. 
Ainda que louvável seu reconhecimento de que este não é o juízo 
competente para julgar a controvérsia entre as partes, desnecessário apontar que a 
manifestação, por si só absurda, não pode sequer ser admitida pelo Tribunal: o 
banco SSB não é parte da relação jurídica concluída pelas partes; não é signatário 
da convenção de arbitragem por elas adotada; e não é parte neste procedimento 
arbitral. Inadmissível, portanto, que o Tribunal considere o pedido feito pelo banco, 
cuja presença no procedimento não é recepcionada pela lei e regras aplicáveis. 
Entretanto, caso o Tribunal decida analisar o pedido referente à 
desconsideração da limitação de provas, a Requerida desde já se opõe a tal 
hipótese, requerendo seja concedido prazo adicional para que se manifeste 
oportunamente. 
 
Rio de Janeiro, 5 de abril de 2012. 
 
(Assinado) 
Olavo Beviláqua 
Advogado da Requerida 
 
 
31 
 
ANEXO 17 
 
FREITAS, MACHADO E ROSA – SOCIEDADE DE ADVOGADOS 
 
AO TRIBUNAL ARBITRAL DE PROCEDIMENTO 13/11 DA CAMARB - 
CÂMARA DE ARBITRAGEM EMPRESARIAL – BRASIL 
 
 
MASSA FALIDA DE SUCOS DA TIA CLÁUDIA BRASIL S/A, parte 
REQUERENTE do procedimento em referência, vem se manifestar quanto à 
Manifestação do Banco Solo & Skywalker Bank. 
 
 
O Banco SSB, credor habilitado no processo de falência da sociedade Sucos 
da Tia Cláudia Brasil S/A, apresentou manifestação solicitando seja 
reconsiderada pelo Tribunal a limitação da produção de provas, a fim de 
garantir a devida solução deste litígio. 
 
De fato, o Banco SSB é o credor mais interessado neste procedimento, tendo 
em vista que seu crédito só poderá ser quitado caso a REQUERENTE tenha 
sucesso com seus pleitos. 
 
Ademais, a mera perspectiva de ter o Poder Judiciário intervindo neste 
procedimento e impedindo que este tenha seu devido curso é de grande 
preocupação para todos os envolvidos nesta controvérsia. 
 
Assim sendo, ainda que não seja possível concordar com o Banco SSB quanto 
à ausência de jurisdição do Tribunal Arbitral para julgar esta controvérsia, a 
REQUERENTE desde já discorda do posicionamento da REQUERIDA, 
entendendo que o Tribunal pode desconsiderar a limitação da produção de 
provas para garantir a devida solução desta controvérsia, e solicita a este 
Tribunal igual prazo para se manifestar adequadamente. 
 
 
Pede deferimento. 
 
Beagá, 6 de abril de 2012 
 
(Assinado) 
Augusto Teixeira de Freitas 
 
 
32 
 
ANEXO 18 
CÂMARA DE ARBITRAGEM EMPRESARIAL – BRASIL (CAMARB) 
PROCEDIMENTO ARBITRAL 13/11 
 
 
Requerentes: MASSA FALIDA DE TIA CLÁUDIA BRASIL S/A 
Requerida: MR. TANGERINE, INC. 
 
 
ORDEM PROCESSUAL Nº 01 
 
 
O Tribunal Arbitral constituído para dirimir as controvérsias referentes ao 
Procedimento Arbitral nº 13/11, 
 
1. CONSIDERANDO que: 
 
a. em 12/12/2011, foi realizada a Audiência Inaugural deste 
procedimento, ocasião em que foram produzidas as provas 
documentais submetidas pelas Partes; 
b. em 5/4/2012, Solo & Skywalker Bank (“SSB”) apresentou 
Manifestação na Secretaria da CAMARB solicitando ao Tribunal 
Arbitral que reconheça inadmissível a limitação da produção deprovas pelas partes; 
c. o banco SSB não solicitou sua inclusão neste procedimento 
arbitral, atendo-se ao pedido mencionado acima; 
d. o banco SSB não é parte signatária da convenção arbitral; 
e. as partes apresentaram Manifestações divergentes quanto ao 
pedido feito pelo banco SSB, solicitando prazo adicional para 
apresentarem suas razões. 
 
2. DECIDE prorrogar, para o dia 27/08/2012, o prazo para que as Partes 
apresentem suas alegações iniciais, expondo ainda, em tal oportunidade, 
as razões que fundamentam suas posições a respeito do pedido do banco 
SSB sobre a limitação da produção de provas pelas partes. 
 
3. DECIDE, por fim, designar audiência para os dias 11 a 14 de outubro de 
2012, na qual as partes terão, cada uma, prazo de 30 minutos para 
apresentar suas alegações orais, relativas aos pontos discutidos nas 
alegações iniciais. 
 
Esta Ordem Processual foi objeto de deliberação conjunta e unânime dos 
membros do Tribunal Arbitral. 
 
Rio de Janeiro, 7 de maio de 2012 
 
(Assinado) (Assinado) (Assinado) 
 Marco Antonio Caius Julius Ceasar Cleópatra Filopator 
 Árbitro Presidente Árbitra

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