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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP EAD PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO COMERCIAL RELATÓRIO PIM III SOROCABA/2021 Nº. NOME RA 01 DAIANE BEATRIZ LEMES 02 ELISÂNGELA RAMOS MORAES 03 GILBERTO XAVIER DA COSTA 2 INTRODUÇÃO O presente trabalho trata-se de um projeto de pesquisa técnico-acadêmico, que tem por objetivo explorar qualitativamente as características e práticas empresariais utilizadas pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). Busca através da realização de um estoque de caso o desenvolvimento prático dos conhecimentos teóricos adquiridos no estudo das disciplinas de Fundamentos de Marketing, Contabilidade e Dinâmica das Relações Interpessoais, a partir da integração multidisciplinar. A CBA se destaca por ser a única empresa do setor no Brasil a atuar de forma integrada em toda a cadeia de produção de alumínio. A empresa atua desde a mineração da bauxita, que se transforma em óxido de alumínio, passa pelo estágio de alumínio líquido até se transformar em produtos primários e transformados. 3 1. ANÁLISE MERCADOLÓGICA DA COMPANHIA BRASILEIRA DE ALUMÍNIO (CBA) 1.1 Descrição organizacional Nome Fantasia - Razão Social: CBA - Companhia Brasileira de Alumínio. CNPJ: 61.409.892/0003-35. Tipo da Empresa: Sociedade Anônima (S.A.) com capital aberto. Porte: Grande porte, com cerca de 5.549 empregados próprios e R$ 5,4 bilhões de reais de receita líquida. Market Share: A CBA 2º maior produtora de alumínio primário do Brasil (307 mil toneladas de alumínio primário em 2020). 1.1.1 Breve histórico A Companhia Brasileira de Alumínio, CBA, controlada pela Votorantim S.A., é atualmente a única companhia integrada de alumínio do Brasil, o que significa que atua desde a mineração de bauxita até a produção de um portfólio completo de produtos primários e transformados de alumínio, desempenhando também atividades de reciclagem. A CBA possui geração de energia 100% renovável, suprindo praticamente a totalidade de seu consumo de energia elétrica, o que garante alta competitividade em custos (o custo de energia representa, na média da indústria, aproximadamente 33% do custo total de produção do alumínio líquido), além de garantir melhor previsibilidade, segurança de fornecimentos e possibilita a produção de um alumínio de baixo carbono. A integração vertical, com autossuficiência de bauxita, alumina e energia, possibilita à empresa suprimento a baixo custo, flexibilidade operacional para se ajustar às dinâmicas do mercado, além de colaborar para menor volatilidade do fluxo de caixa. A CBA tem como foco estratégico os produtos de valor agregado, possuindo participação relevante nos principais segmentos que atua no mercado de alumínio no Brasil. O início da cadeia integrada se dá pela mineração de bauxita. A CBA possui atualmente três unidades para essa etapa, localizadas em Barro Alto (GO), com 4 capacidade produtiva de 1,4 milhão de toneladas por ano, Zona da Mata (MG), com capacidade produtiva de 1,3 milhão de tonelada por ano e Poços de Caldas (MG), com vida útil prevista para encerrar em 2025, somando um potencial para garantir a autossuficiência no suprimento do minério para a produção do alumínio por um período acima de 20 anos. A bauxita é então transportada por ferrovia até a unidade industrial localizada em Alumínio (SP), planta totalmente integrada desde o processamento da bauxita até a fabricação de produtos primários e transformados no mesmo local, que além de próxima da mineração, está estrategicamente posicionada para atender à região Sudeste do Brasil, principal polo consumidor de alumínio do país. A CBA possui também duas outras plantas industriais complementares, a Metalex (Araçariguama-SP), planta de reciclagem de alumínio para produção de tarugos; e Itapissuma (Itapissuma-PE), planta de produção de folhas e chapas de alumínio. A principal planta da CBA está localizada em Alumínio (SP), responsável por 83% das vendas de alumínio da CBA em 2020, com capacidade de 800 mil toneladas de refino de alumina; 430 mil toneladas de alumínio primário; 440 mil toneladas de fundição; 115 mil toneladas por ano de folhas e chapas; 55 mil toneladas de extrudados e 162 mil toneladas por ano de reciclagem. A fábrica de Itapissuma (PE) possui capacidade de 50 mil toneladas por ano para a produção de folhas e chapas, que representaram aproximadamente 11% das vendas de alumínio da CBA no ano de 2020. A unidade está localizada próxima ao porto de Suape. A estratégia da Companhia é concentrar as exportações de produtos transformados nesse site e atender o mercado local a partir do site de Alumínio (SP). A Metalex, localizada em Araçariguama (SP), é responsável pela reciclagem de sucata de alumínio para a produção de tarugos, com uma capacidade de produção de 65 mil toneladas por ano de tarugo. O portfólio de produtos da Companhia é amplo, com destaque para: ✓ Produtos primários, que considera os produtos lingote, alumínio líquido e produtos fundidos de valor agregado, como tarugo, vergalhão e lingote liga. ✓ Produtos transformados, que considera os produtos folhas, chapas e extrudados. Todos são de valor agregado. 5 A Companhia ainda produz placas e bobinas casters, que são consumidos internamente para produção de folhas e chapas. A CBA desenvolve também produtos de engenharia e soluções em parceria com seus clientes, de acordo com suas necessidades. Os principais mercados de atuação da CBA são: Transportes, Construção Civil, Embalagens, Energia, entre outros. 1.2 Diagnóstico do ambiente de marketing O ambiente de marketing é formado pela união de forças externas (macroambiente) e internas (microambiente) à empresa que interferem, direta ou indiretamente, nas decisões e nos resultados das ações de marketing realizadas (COBRA, 2003). Para Kotler (2006), o macroambiente é formado por forças tecnológicas, econômicas, político-legais, naturais, demográficas, culturais e sociais. Cabe ressaltar que a empresa não pode controlar essas forças, e é de responsabilidade do gerente de marketing analisar, avaliar e entender o histórico e a evolução dessas forças, bem como as possíveis tendências de evolução futura, de modo a elaborar cenários que minimizem os riscos das decisões e ações de marketing. Segundo Cobra (2003), as empresas precisam atrair clientes e retê-los por meio da construção de um relacionamento estruturado, baseado na entrega de valor e satisfação. Para tal, é necessário administrar diversas variáveis no seu microambiente, que é formado por forças que a empresa pode controlar, tais como: fornecedores, concorrentes, clientes, intermediários, colaboradores e empresa (processos, políticas e códigos internos). Na CBA o segundo trimestre de 2021 foi marcado pela continuidade do crescimento da demanda global de alumínio, reflexo da recuperação econômica nas principais regiões consumidoras. Essa recuperação foi sustentada por pacotes de estímulos, políticas fiscais e monetárias globais e abertura das economias em decorrência da vacinação em massa (EUA, Europa e China, principalmente), que alavancaram a confiança dos mercados e mantiveram os patamares de preços suportados pelo sentimento positivo. Como resultado, o a LME do alumínio teve uma alta consistente, com média de US$ 2.400/tonelada no trimestre, um aumento significativo em relação à média de US$ 1.497/tonelada do segundo trimestre de 6 2020. Válido ressaltar que no mês subsequente ao fechamento do 2T21, a LME seguiu em alta, finalizando julho com o preço de US$ 2.478/tonelada do alumínio. A China continuou a ser uma importadora líquida de alumínio durante o trimestre, impactando a dinâmica de oferta e demanda no resto do mundo inclusivea CBA e suportando os preços e prêmios regionais. O balanço do mercado global (oferta vs demanda) passou de um superávit de 127 mil toneladas no segundo trimestre de 2020 para um déficit de 482 mil toneladas no segundo trimestre de 2021 e os estoques caíram para 65 dias de consumo no segundo trimestre de 2021 em comparação com 74 dias no mesmo período do ano passado, influenciados principalmente pela recuperação da economia global e pela demanda das indústrias automotiva e de construção civil. Após anos de relativa sobre oferta de alumínio no mercado global, o cenário futuro poderá ser diferente devido a duas principais forças: aumento da demanda atrelada à Descarbonização (energia renovável, veículos elétricos, entre outros) e maior restrição de oferta de alumínio pela China, uma vez que o governo poderá intensificar a fiscalização sobre os smelters chineses visando o cumprimento das metas de redução de emissões. Segundo Garcia (2020), a análise SWOT é uma ferramenta estratégica que serve para conhecer melhor a organização e seu ambiente. Quando se fala em análise de marketing, é a primeira ferramenta que ajuda a compreender as variáveis que envolvem o negócio. A partir dela, os empresários conseguem encontrar os elementos-chave de seu negócio. SWOT, da abreviatura das palavras, em inglês, strengths, weakness, opportunities, threats é traduzida como Pontos Fortes e Pontos Fracos, Oportunidades e Ameaças. Também são abreviadas como matriz PFOA ou FOFA por alguns autores. As forças e as fraquezas são fatores internos. As oportunidades e as ameaças são fatores externos. Segundo Bonifácio (2010), as forças e as fraquezas podem ser exemplificadas conforme abaixo. Uma força pode ser: ✓ sua estratégia de marketing; ✓ um produto ou um serviço novo, inovador; ✓ posição de seu negócio frente aos concorrentes; ✓ processos e procedimentos da qualidade; 7 ✓ algum outro aspecto de seu negócio que adicione valor ao produto ou serviço. Uma fraqueza pode ser: ✓ falta de perícia de marketing; ✓ produtos ou serviços sem diferenciais (isto é, com relação a seus concorrentes); ✓ posição de seu negócio; ✓ bens ou serviços com pouca qualidade; ✓ reputação ou imagem deteriorada. O autor aponta as oportunidades e as ameaças vindas do ambiente externo e as exemplifica da seguinte forma: ✓ Como um novo mercado, uma nova forma de distribuição, a exemplo da internet, ou um novo nicho no seu atual mercado; ✓ Como mudanças de perfil do consumidor, riscos comuns ou alianças estratégicas; ✓ Como a movimentação em segmentos de mercado novos, que oferecem melhores lucros; ✓ Como um mercado internacional novo; ✓ Como um mercado a ser explorado por um concorrente ineficaz. As ameaças podem ser: ✓ Concorrente novo em seu mercado principal; ✓ Guerras de preço com os concorrentes; ✓ Concorrente que tem um produto ou um serviço novo ou inovador; ✓ Concorrentes que têm acesso superior às cadeias de distribuição; ✓ Taxação em seu produto ou serviço. 1.3 Segmentação de mercado Segundo Palmer (2006), o processo de segmentação de mercados organizacionais é muito semelhante, em princípio, ao aplicado aos mercados de consumo. Alguns quesitos, como a frequência de compra e os benefícios procurados, aplicam-se igualmente às compras de consumidores individuais e às compras corporativas. 8 Em contrapartida, os critérios de demografia e psicografia têm pouco a contribuir para a segmentação de compradores organizacionais, em especial os de empresas de grande porte. Agora vamos observar, ainda conforme o autor, algumas bases de segmentação adicionais comumente utilizadas em mercados business to business: ✓ Tamanho de empresa – de acordo com o tamanho da empresa, é possível compor um segmento, pois as encomendas irão variar de acordo com seu porte. Uma grande rede de varejo, por exemplo, comprará diretamente do fabricante, enquanto os pequenos varejistas dependem de atacadistas, em alguns casos, em função do seu volume de pedido de compra, consequência do seu tamanho. ✓ Formalidade do processo de compra – é possível usar o critério do processo de compra porque as empresas tendem a formalizá-lo de acordo com o seu crescimento. Em grandes organizações estatais, por exemplo, os procedimentos de encomendas são lentos e complicados, ao passo que em algumas organizações privadas, de tamanho semelhante, é possível encontrar maneiras de delegar as compras aos escritórios locais, aumentando a velocidade do processo. E a complexidade do processo de compra de uma empresa a leva a impor maior complexidade a seus fornecedores. ✓ Setor de atividade – um setor específico pode usar um volume maior de determinado produto. Nele podem aparecer nichos com necessidades ainda mais específicas. Por isso, diversos fornecedores de bens e serviços determinam como público-alvo alguns setores e subsetores. Perceba o exemplo de equipamentos de tecnologia da informação (TI). A Fujitsu ICL delimitou como alvo as necessidades específicas do segmento varejista, enquanto a NCR buscou atender o segmento bancário. 9 2. COMPOSTO DE MARKETING 2.1 Produto É preciso entender que tudo o que existe para satisfazer uma necessidade ou um desejo de alguém pode ser chamado de produto, mesmo que seja um serviço como a conta de banco. Kotler (2006) classifica produtos em: ✓ Bens físicos; ✓ Serviços; ✓ Experiências e eventos; ✓ Pessoas; ✓ Lugares; ✓ Organizações; ✓ Informações e ideias. Os produtos da CBA são classificados em bens físicos. 2.1.1 Níveis de produto A maioria dos autores apresenta o entendimento do produto em cinco níveis, a partir de seus benefícios, como segue: ✓ Potencial; ✓ Ampliado; ✓ Esperado; ✓ Básico; ✓ Benefício central. Se os produtos são escolhidos a partir das necessidades e dos desejos dos clientes, é correto afirmar que as pessoas estão à procura do benefício que eles oferecem, o benefício central. A partir dele, delineiam-se os outros níveis do produto: ✓ Produto potencial - é o que o produto pode vir a ser, considerando as melhorias sugeridas pelos clientes, ou seja, a empresa se antecipa para atender aos desejos e necessidades deles. No produto potencial, aparece a diferenciação do produto, o esforço para torná-lo único. Deve-se levar em 10 consideração que cada ampliação do produto agrega um custo e, rapidamente, esse produto ampliado passará a ser um produto esperado, o cliente vai sempre esperar mais da empresa; ✓ Produto ampliado ou diferenciado - este excede as expectativas do cliente, é um “algo a mais” que ele nem esperava receber. A ideia é satisfazer os desejos que o cliente ainda nem sabe que tem; ✓ Produto real ou esperado - são os benefícios que o cliente espera receber ou já esteja acostumado a receber. A diferença entre o produto real e o esperado é que neste se incluem os benefícios extras que fazem parte de uma compra e os consumidores esperam dele. Por exemplo: a compra de uma geladeira traz como benefício básico a capacidade de gelar alimentos; já a televisão pode trazer benefícios extras, como a possibilidade de gravar programas em diversos horários, sem a presença do proprietário por perto. Ainda como exemplo, a garantia para conserto de defeitos da televisão e uma empresa idônea que faça esse serviço fazem parte do produto esperado; ✓ Produto básico - é o que se espera, num primeiro momento, que o produto realize para nós, ou seja, uma televisão deve permitir assistir à programação escolhida, um telefone deve fazer chamadas, pelo menos. 2.1.2 Ciclo de vida do produto A análise do ciclo de vida do produto mostra o seu desempenho ao longo do tempo. Nesse tipo de análise não dá para estudar um único produto, mas uma categoria de produtos ou um segmento deles. Por exemplo, não dá para saberqual a fase do ciclo de vida do carro Gol, mas sim dos automóveis de sua categoria, os carros populares. Apesar disso, segundo Serrano (2006), muitas empresas têm utilizado esse modelo de análise para produtos individuais, de forma a encontrar o momento para lançamentos, revitalizações e até reposicionamento de produtos. No modelo clássico, se consideram quatro fases na vida de um produto: a introdução do produto no mercado, o crescimento desse mercado, a maturidade e o declínio. Muitos estudiosos preferem considerar uma quinta fase: a Saturação do mercado, que culmina com a representação abaixo, a mais aceita atualmente (SERRANO, 2006). 11 Imagem 1 – Ciclo de vida do produto Fonte: Livro texto 2.1.3 Matriz BCG Segundo Serrano (2006), “a matriz BCG é uma ferramenta desenvolvida pelo Boston Consulting Group para analisar o posicionamento e as possibilidades de cada unidade de negócios de uma empresa”. É composta por quatro quadrantes localizados em um diagrama com o eixo “X” representando a participação relativa de mercado da Unidade de Negócios (da maior para a menor) e o eixo “Y” com a taxa de crescimento do mercado em que a unidade atua. O autor explica que: o quadrante inferior esquerdo compreende os produtos chamados de Vacas Leiteiras ou Geradores de caixa. O quadrante inferior direito engloba os produtos chamados de Abacaxis, ou Cachorros (recentemente tem surgido a expressão “bichos de estimação - Pets” para não dar uma ideia pejorativa). Produtos no quadrante superior direito são chamados de Oportunidades ou Interrogação. Já os posicionados no quadrante superior esquerdo são denominados de Estrela. 12 Imagem 2 – Matriz BCG Fonte: Livro texto 2.1.4 Elemento do produto Os elementos possíveis de diferenciar uma oferta são: ✓ Forma; ✓ Características; ✓ Qualidade de desempenho e de conformidade; ✓ Durabilidade; ✓ Confiabilidade; ✓ Facilidade de reparo; ✓ Estilo; ✓ Embalagem; ✓ Rótulo; ✓ Serviço de apoio; ✓ Marca. 2.2 Preço Segundo Kotler (2000), o preço, por muito tempo tido como definidor da compra, deve levar em conta o elemento de percepção do consumidor em relação ao produto. Que valores o consumidor atribui ao produto, e não só valores numéricos, em reais, mas também valores que não se vê, como o carinho que tem 13 com determinada marca, ou a credibilidade percebida em relação à empresa. Não só atrelado aos custos, com margem de lucro em cima, os preços são tratados e gerenciados por meio dos elementos de marketing devido a sua importância. Além disso, o preço é a única variável do composto de marketing que proporciona receitas à empresa. Os outros três (produto, praça e promoção) operam apenas como custos. O alumínio é uma commodity. Ele é transacionado no mercado mundial. Quem define o preço é a bolsa de mercadorias de Londres, conhecida como LME. A CBA segue está métrica mundial. As condições físicas do mercado de alumínio também se mantiveram favoráveis a CBA em função da redução nos estoques na China e no resto do mundo, levando a um aumento nos prêmios regionais. Nos EUA, prêmio Midwest Duty Paid, por exemplo, passou de US$ 195/tonelada no segundo trimestre de 2020 para US$ 517/tonelada no segundo trimestre de 2021. Na Europa, o prêmio Rotterdam Duty Paid também apresentou alta expressiva, de US$ 79/t no segundo trimestre de 2020 para US$ 195/t no segundo trimestre de 2021. O impulso nos prêmios regionais reflete principalmente o aperto na disponibilidade de alumínio e dificuldades logísticas, com escassez de contêineres e atrasos nos portos. A evolução da oferta na China desempenhou um papel significativo no sentimento do mercado e nos preços no segundo trimestre: em Inner Mongolia, o governo local ordenou que smelters de alumínio reduzissem o consumo de energia, o que impactou a produção de metal. Na sequência, a província de Yunnan sofreu com a escassez de energia elétrica (tanto na geração de termoelétricas a carvão quanto hidrelétricas) que forçou algumas plantas de alumínio a interromperem as operações. Apesar de serem volumes menores em relação à produção total, a preocupação do mercado com a escassez futura de alumínio foi um dos fatores relevantes que sustentou os preços nos últimos meses. 2.3 Praça Segundo a American Marketing Association, chegar ao lugar certo, na hora certa e para a pessoa certa. Estas são funções abarcadas pelo P de praça, 14 distribuição em marketing. De nada adianta um bom produto com preço adequado se ele não estiver na prateleira na hora em que o consumidor procurá-lo. Para isso, deve-se ter formas para assegurar que isso aconteça de modo eficiente e que o consumidor final tenha acesso à oferta anunciada. A exigência do consumidor é ter os produtos que deseja no local que lhe seja mais acessível e conveniente. Não existe mais aquela história do consumidor ter que atravessar a cidade para buscar determinado item. Os produtos devem estar onde quer que o consumidor queira ou esteja. Na CBA os produtos não são vendidos a clientes finais, os produtos primários (lingotes, rolos caster, placas e tarugos) são adquiridos por empresa que fazem a industrialização, o mesmo conceito se aplica aos produtos transformados (folhas e perfis). 2.4 Promoção (comunicação) Segundo Keller (2006), desenvolver ofertas que atendam às necessidades do consumidor, aliadas a bons preços e disponibilização no local certo e na hora certa. Estas três tarefas contemplam os três primeiros Ps do marketing: produto, preço e praça, como vimos no início deste livro-texto. A comunicação, o P de promoção, vem completar este composto para facilitar a chegada do produto às mãos do consumidor. Por meio da comunicação, as empresas buscam informar, persuadir e lembrar os consumidores – direta ou indiretamente – de seus produtos e marcas disponíveis no mercado. Na CBA ao vender o alumínio, é preciso retirá-lo desses armazéns para enviá-lo ao porto de destino, respeitando a fila de comercialização da LME. Nessa etapa, surge outra variável conhecida como prêmio, que inclui o custo (frete) e a disponibilidade imediata do metal. Esse prêmio pode ser maior se quem comprou quiser antecipar o seu lugar na fila, ou mesmo se o porto de destino não tiver muita oferta do metal. 15 3. MARCA CBA A personalidade da nossa marca se traduz nas formas e cores do nosso logo. O símbolo, criado a partir da soma das letras c, b e a, representa o respeito e a valorização do elo com os nossos clientes. As letras têm como base a tipografia Votorantim e, em caixa baixa, trazem a proximidade que desejamos para inspirar, gerar envolvimento e identificação com os nossos públicos. Manifesto da marca da CBA: Acreditamos que o melhor do Alumínio, vai além do Alumínio. Temos orgulho do nosso passado e para onde ele pode nos levar. Nossa história traduz o compromisso de quem sempre confiou no desenvolvimento da indústria e, acima de tudo, do país. Com um jeito só nosso, criamos parcerias valiosas com as pessoas ao nosso redor: nossos clientes, nossos empregados e as comunidades onde atuamos. Estamos sempre por perto, sempre prontos para atender às mais diferentes demandas, inclusive as mais desafiadoras. Isso porque trabalhamos pensando na resposta certa para as perguntas mais difíceis. Na janela da casa, no carro, no trabalho. Estamos em tudo. Buscando inspirar novos caminhos, provocar novas ideias, descobrir novas formas, soluções e aplicações. Um ciclo que se renova a cada dia. Propósito da marca da CBA: Criar a liga ideal entre o mundo do alumínio e o mundo das pessoas. Buscando inspirar novos caminhos, provocar novas ideias, descobrir novas formas. Buscamos deixar o mundo das pessoas mais inovador, moderno, leve, belo e sustentável. Afinal, estamos na janelade casa, no carro, no trabalho. Estamos em tudo. 16 Valores da marca da CBA: Acreditamos na força do trabalho. Temos orgulho de onde viemos. Fazemos com o DNA Votorantim. 17 4. CONTABILIDADE A contabilidade, na sua condição de ciência social, cujo objeto é o patrimônio, busca, por meio da apreensão, da quantificação, da classificação, do registro, da eventual sumarização, da análise e do relato das mutações sofridas pelo patrimônio da entidade particularizada, a geração de informações quantitativas e qualitativas sobre ela, expressas tanto em termos físicos quanto monetários. Balanço patrimonial Em resumo, os componentes patrimoniais são apresentados em um demonstrativo contábil denominado balanço patrimonial. Imagem 3 – Balanço Patrimonial Ativo da CBA Fonte: <https://ri.cba.com.br/Default.aspx 18 Imagem 4 – Balanço Patrimonial Passivo da CBA Fonte: <https://ri.cba.com.br/Default.aspx Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) A DRE surge em função da dinâmica das atividades desenvolvidas pelas empresas entre a data de um balanço patrimonial e a de outro. Durante esse período, a empresa realiza diversas operações que alteram o seu patrimônio (compras, vendas, pagamentos, recebimentos). Essas operações praticadas pelas empresas, quer sejam operacionais ou não operacionais, alteram para mais ou para menos o patrimônio líquido da empresa e 19 contêm os elementos indispensáveis para a elaboração da DRE, que são as receitas – que aumentam o patrimônio líquido – e as despesas, que diminuem o patrimônio líquido. Imagem 5 – DRE da CBA Fonte: <https://ri.cba.com.br/Default.aspx Segundo Zanluca (2008), Os índices de liquidez avaliam a capacidade de pagamento da empresa frente a suas obrigações. Sendo de grande importância para a administração da continuidade da empresa, as variações destes índices devem ser motivos de estudos para os gestores. As informações para o cálculo destes índices são retiradas unicamente do Balanço patrimonial, demonstração contábil que evidência a posição patrimonial da entidade, devendo ser atualizadas constantemente para uma correta análise. Atualmente estuda-se 4 índices de liquidez: Liquidez corrente, geral, seca e imediata. 20 No que se refere à gestão financeira, no 2T21 a CBA reduziu su alavancagem, medida pelo índice Dívida Líquida/EBITDA Ajustado dos últimos doze meses, de 3,53x no 1T21 para 2,36x no 2T21, mantendo robusta a sua posição de liquidez. As disponibilidades e aplicações financeiras atingiram R$ 0,7 bilhão em junho de 2021, sendo 82% denominados em reais. Além disso, a CBA faz parte de uma linha de crédito rotativo da Votorantim S.A. de US$200 milhões, a qual fortalece a posição de liquidez da Companhia. O Real (R$) é a moeda funcional da CBA, e todos os esforços do processo de gestão de riscos de mercado têm como objetivo a proteção da volatilidade do fluxo de caixa nesta moeda, a redução da exposição cambial, a preservação da capacidade de pagamento de obrigações financeiras e a manutenção de níveis de liquidez e endividamento definidos pela Administração. Essa proteção é contratada acompanhando-se a exposição cambial líquida. Como vimos acima, este grau de endividamento nada mais é do que um indicador que mostra a saúde financeira de uma empresa. Ou seja, basicamente, trata-se da relação entre o capital de terceiros, o capital próprio de uma empresa e o resultado que ela através de sua operação. Imagem 6 – Endividamento e Liquidez da CBA Fonte: <https://ri.cba.com.br/Default.aspx 21 5. DINÂMICA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS As pessoas são diferentes entre si e dotadas de personalidade própria, com uma história pessoal particular e diferenciada, possuidoras de habilidades e conhecimentos, destrezas e competências.” (CHIAVENATO, 2009, p. 3). A liderança é a capacidade de influenciar uma pessoa ou um grupo para alcançar metas e objetivos. Uma pessoa influencia a outra por causa dos relacionamentos que existem entre elas. A influência é uma transação interpessoal em que um indivíduo age para modificar ou provocar o comportamento de outro, de maneira intencional. Esse conceito está ligado ao controle, ao poder e à autoridade abrangendo todas as maneiras pelas quais se introduzem as mudanças no comportamento de pessoas ou de grupos de pessoas (ROBBINS, 2008). O conceito que predomina é a capacidade do líder de exercer influência sobre a sua equipe, representando uma forma de poder (FIORELLI, 2004). Na CBA por causa da pandemia processo de avaliação individual, conhecido pela sigla SDV (Sistema de Desenvolvimento Votorantim), foi revisado para ficar mais ágil. Apenas os novos empregados e aqueles que foram promovidos durante o ano passaram pelo processo completo, com comitês, em que várias pessoas discutem sobre o trabalho de cada profissional. Todos os outros passaram por um processo adaptado e mais curto de avaliação. Apesar de o SDV ter sido simplificado, todos os empregados puderam usar amplamente o sistema Sucess Factors para realizar e solicitar feedbacks de pessoas de diferentes níveis da organização, contribuindo para seu desenvolvimento individual. A CBA realiza anualmente, a pesquisa de clima organizacional, com seus empregados. 22 CONSIDERAÇÕES FINAIS A realização desta pesquisa foi bastante proveitosa, pois com as explorações práticas dos conteúdos estudados nas disciplinas (Fundamentos de Marketing; Contabilidade e Dinâmica das Relações Interpessoais), o entendimento e visão crítica a respeito dos conceitos foram fortalecidos e consolidados, isto é, o objetivo principal foi atingido com louvor. Outro ponto relevante é a integração multidisciplinar com foco em uma organização (empresa) fica mais evidente. Nota-se que a CBA é uma empresa robusta no que diz respeito as aplicações dos conceitos estudados, estamos bem a frente do mercado, o que dificulta a proposição de melhorias. 23 REFERÊNCIAS ARTEN, Tatiana Felipe Candido. Dinâmica das Relações Interpessoais. São Paulo: Editora Sol, 2020. COMPANHIA BRASILEIRA DE ALUMÍNIO. Relatório Anual 2020. 2021. Disponível em: <https://relatorioanual2020.cba.com.br, acesso em 15/09/2021. COMPANHIA BRASILEIRA DE ALUMÍNIO. Relações com Investidores. 2021. Disponível em: <https://ri.cba.com.br/Default.aspx, acesso em 16/10/2021. GARCIA, Solimar. Fundamentos do Marketing. São Paulo: Editora Sol, 2020. SANTOS, Edson Mota dos. Contabilidade. São Paulo: Editora Sol, 2020.
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