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I Jorge Mourão Endocrinologia pan-hipopituitarismo Objetivos 1- Revisar a fisiologia e as interações da glândula pituitária 2- Estudar a fisiopatologia do pan-hipopituitarismo, seus sinais e sintomas, diagnósticos e tratamentos O que é? → Glândula “mestre”, controla as outras glândulas endócrinas, mas ela é controlada pelo hipotálamo → Secreta 7 tipos de hormônios → Possui um tamanho de 1 a 1,5cm → Localiza-se na fossa hipofisial da sela turca do esfenoide → É dividida em duas partes, chamadas de adeno- hipófise e neuro-hipófise Hormônios: Produz cinco tipos de hormônios através de cinco células, sendo eles: Células • Somatotrofos • Corticotrofos • Tireotrofos • Gonadotrogos • Lactotrofos Hormônio do crescimento humano (hGH) ‒ Estimula o crescimento do corpo; estimula a secreção de IGF-1; estimula a lipólise; inibe as ações da insulina no metabolismo dos carboidratos e dos lipídios Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) ‒ Estimula a produção de glicocorticoides e de androgênios pelo córtex adrenal; ‒ Cortisol, aldosterona e androgênios (testosterona) Hormônio tireoestimulante (TSH) ‒ Estimula a produção dos hormônios tireoidianos pelas células foliculares da tireoide; ‒ Inibe o GH Hormônio gonadotrópico ‒ FSH - Estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos; regula a espermatogênese nos testículos ‒ LH - Dá origem à ovulação e à formação do corpo lúteo no ovário; estimula a produção de estrogênio e progesterona pelos ovários; estimula a produção de testosterona pelos testículos Prolactina (PRL) ‒ Estimula a produção e a secreção de leite A ula 0 1 II Jorge Mourão Controle hipotalâmico na liberação de hormônios adeno-hipofisários: → Quase toda a secreção hipofisária é controlada por sinais hormonais e nervosos, vindos do hipotálamo A secreção efetuada pela região posterior da hipófise é controlada por sinais neurais que têm origem no hipotálamo e terminam na região hipofisária posterior. Por outro lado, a secreção da região anterior da hipófise é controlada por hormônios, chamados hormônios liberadores e hormônios hipotalâmicos inibidores, secretados pelo próprio hipotálamo e então levados, para a região anterior da hipófise por minúsculos vasos sanguíneos chamados vasos portais hipotalâmico hipofisários Sistema porta-hipofisários: Hormônio Secretado por Horm. hipotalâmico liberador Hormônio hipotalâmico inibidor Somatotrofina (GH) Somatotrofos Libera somatocrinina Inibe o GH liberando somatostatina Tireotrofina (TSH) Tireotrofos Libera TRH - FSH e LH Gonadotrofos Libera a gonadotrofina ( - Prolactina (PRL) Lactotrofos liberador de prolactina Dopamina Corticotrofina (ACTH) Corticotrofos Hormônio liberador de corticotrofina - Melanocitoestimulante (MSH) Corticotrofos Hormônio liberador de corticotrofina Dopamina III Jorge Mourão É dividida em duas partes • Supraóticos • Paraventricular Cada um desses núcleos é capaz de sintetizar cerca de um sexto tanto do segundo hormônio como do hormônio primário Hormônios: Secreta dois hormônios hipofisários posteriores: Hormônio antidiurético (ADH), também chamado vasopressina − O ADH é formado, primeiramente, nos núcleos supraópticos Ocitocina − A ocitocina é formada, primeiramente, nos núcleos paraventriculares. → O hipopituitarismo, ou deficiência de hormônios da adeno-hipófise, pode ocorrer com a perda ou a ausência de 75% ou mais do parênquima hipofisário anterior. → Pode ser congênito (raro) ou adquirido. OBS- As deficiências isoladas de GH e de gonadotrofinas são as mais comuns. → De forma menos frequente, também existe os distúrbios que interferem no envio de fatores de liberação hormonal hipofisários pelo hipotálamo, como, por exemplo, os tumores hipotalâmicos, também podem provocar hipofunção da hipófise anterior → A causa mais frequente de insuficiência hipofisária consiste em traumatismo, como aquele associado a cirurgia, lesão penetrante ou acidente automobilístico. OBS- O hipopituitarismo acompanhado por evidências de disfunção hipofisária posterior sob a forma de diabetes insípido quase sempre é de origem hipotalâmica. Causas → Adenomas hipofisários não funcionantes → Ablação da hipófise por cirurgia ou irradiação → Lesões inflamatórias, como a sarcoidose ou a tuberculose → Trauma → Neoplasias metastáticas envolvendo a hipófise. → Necrose isquêmica da hipófise anterior, importante causa de insuficiência hipofisária Manifestações clinicas: Dependem dos hormônios específicos que estão ausentes Sintomas comuns • Fraqueza, • Mal-estar, • Letargia, frio, • Perda de peso, • Perda de apetite, • Dor abdominal, Em casos de Tumores − Perda visual, paralisias de nervos periféricos e cefaleia. Em crianças Deficiência de GH − Retardo no crescimento (nanismo hipofisário) – Deficiência de hormônio do crescimento (GH) Hipogonadismo − No período neonatal, pode ocorrer deficiência gonadotrofina ou do hormônio de liberação causando criptorquidia e micropênis. − Em crianças, ocorre atraso no desenvolvimento puberal e na idade óssea Adultos Hipogonadismo − Deficiência de gonadotrofina ou do hormônio de liberação das gonadotrofinas (GnRH) − Em mulheres, pode ocorrer amenorreia, redução da libido, infertilidade, redução da massa óssea/osteoporose e sintomas climatéricos. IV Jorge Mourão − Em homens, pode ocorrer disfunção erétil, hipotrofia testicular e redução da libido, queda de pelos corporais, infertilidade, redução da massa muscular e óssea e osteoporose. Hipotireoidismo − As deficiências de TSH e de ACTH resultam em sintomas de hipotireoidismo e hipossuprarrenalismo, − Redução da velocidade de crescimento e de aprendizado em crianças, depressão, déficit cognitivo, intolerância ao frio, pele seca, bradicardia, rouquidão, ganho de peso, edema, sonolência e constipação intestinal. Deficiência de PRL − A deficiência de prolactina resulta em insucesso da lactação pós-parto Insuficiência adrenal (IA) − Deficiências de ACTH − Perda de peso, anorexia, fraqueza, náuseas, vômitos, dor abdominal e febre. Em situações de estresse, ocorre piora ou surgimento desses sintomas, além de hipotensão e choque (crise adrenal), devido à ausência de glicocorticoides necessários para a reatividade vascular. − IA pode ainda aumentar o risco de hipoglicemia de jejum, que pode ser agravada pela deficiência de GH. − Pode haver redução da pilificação corporal pela falta de estímulo do ACTH na secreção dos andrógenos adrenais, que pode ser agravado pela deficiência de gonadotrofinas. − Despigmentação e redução do bronzeado pela redução do ACTH. Diferente da IA primária, a zona glomerular e o sistema renina angiotensina aldosterona estão íntegros nos casos de IA por hipopituitarismo, por isso não se observa desidratação, depleção de sódio ou hiperpotassemia. Diagnostico Laboratorial: → Níveis de hormônios hipofisários: TSH, prolactina, LH, FSH, → Níveis de hormônios em órgãos-alvo: tiroxina livre (T4), testosterona (em homens) ou estradiol (em mulheres) e níveis de cortisol mais testes provocativos do eixo hipófise-adrenal Devem-se pesquisar evidências de anormalidades estruturais da hipófise e deficiências hormonais utilizando exames de imagem e teste laboratoriais. → Teste curto de estímulo com ACTH → Teste de tolerância à insulina → Hormônio de liberação de corticotrofina Diagnostico de imagem: ➢ TC ou Ressonância magnética Para excluir alterações estruturais, como adenomas hipofisários V Jorge Mourão Raio-x lateral pode identificar macroadenomas hipofisários maior que 10cm Tratamento: 1. Tratamento da causa 2. Reposição hormonal Deste modo, por exemplo, na presençade um macroadenoma provocando a falência hipofisária, a ressecção do tumor é essencial. Síndrome de Sheehan: A síndrome de Sheehan, ou necrose pós-parto da hipófise anterior, é a forma mais comum de necrose isquêmica clinicamente significativa da hipófise anterior. Durante a gravidez, a hipófise anterior aumenta consideravelmente, em grande parte devido ao aumento do tamanho e do número de células secretoras de prolactina. Esse aumento fisiológico não é, contudo, acompanhado por aumento da irrigação sanguínea proveniente do sistema venoso portal de baixa pressão. A glândula aumentada é, portanto, vulnerável à lesão isquêmica, especialmente nas mulheres que experimentam hemorragia e hipotensão significativas durante o período periparto. A hipófise posterior, por receber o seu sangue diretamente de ramos arteriais, é muito menos suscetível à lesão isquêmica e, portanto, não é geralmente afetada. Uma necrose hipofisária clinicamente significativa também pode ser encontrada em outras condições, incluindo coagulação intravascular disseminada, anemia falciforme, pressão intracraniana elevada, lesão traumática e choque de qualquer origem. A glândula residual se torna contraída e cicatricial.