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U N ID A D E IV Professor Esp. Erick Seiti Tsuneto Professor Esp. Maílson José da Silva O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Objetivos de Aprendizagem ■ Entender os conceitos de sequenciamento de ordens de produção. ■ Entender os conceitos de programação puxada da produção. ■ Apresentar as funções de emissão, liberação e acompanhamento e controle da produção. ■ Sequenciar as atividades de um projeto. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Sequenciamento e Programação da Produção ■ Programação Puxada da Produção - Sistema Kanban ■ Ordens de produção e Acompanhamento da Produção ■ Sequenciamento de Projetos Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 179 INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), se acompanharmos um profissional que trabalha no setor de PCP, provavelmente, iremos observar que ele realiza seu trabalho ora dentro de um escritório, ora no chão-de-fábrica. E o que ele faz lá no chão-de-fábrica? Ele não é um operário que trabalha em uma máquina, por exemplo, mas ele vai até aquela área da fábrica para transmitir e receber informações. São nessas ativi- dades que ocorre o planejamento operacional da produção. Conforme explicado no início do livro, o planejamento e controle da pro- dução é realizado, basicamente, em três níveis hierárquicos. Já foram estudados os níveis estratégico e tático que envolvem o plano de produção e o plano mes- tre de produção. Agora, chegou a vez de estudarmos o planejamento e controle no nível operacional, ou seja, no nível mais próximo de planejamento e controle antes de, efetivamente, iniciar a produção. Talvez você se pergunte: mas é possível planejar as atividades quando a pro- dução já está acontecendo? A tendência é planejar menos no nível operacional, porém ainda é possível realizar atividades de planejamento, que envolvem o sequenciamento e programação da produção, acompanhamento da produção e sequenciamento de projetos, quando for o caso, mas o enfoque maior no nível operacional são as atividades de controle. Os planejamentos a níveis estratégico e tático darão suporte ao planejamento operacional. Nesses níveis, foram tomadas as decisões sobre a obtenção de recur- sos para que, no nível operacional, tudo ocorra da melhor forma possível. Porém, durante a execução da produção, é preciso fazer o ajuste fino de planejamento e controle, pois eventos não esperados podem ocorrer, como o cancelamento de pedidos, antecipação de pedidos por parte do cliente, falta de matéria-prima, falta de mão de obra, quebra de equipamentos, acidentes etc. Assim, é vital que o PCP realize o planejamento e controle a nível opera- cional para que a empresa obtenha bons níveis de atendimento ao cliente e de utilização de recursos. Vamos em frente. Bons estudos! ©shutterstock O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E180 SEQUENCIAMENTO E PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), a programação da produção acontecerá logo após o plane- jamento, sendo que, nesse momento, o objetivo não será mais a avaliação dos custos, mas sim de outros fatores, principalmente operacionais, como diminuir os atrasos, redução de estoque e minimização do tempo ocioso. Para que as tarefas da programação da produção sejam bem definidas, é necessário definir e decidir sobre as seguintes questões: quando, onde e por quem cada uma das tarefas serão executadas ou realizadas. Considerando que o produto precisa ser entregue ao cliente no tempo combinado, as tarefas preci- sam ser realizadas dentro do prazo planejado e, ao mesmo tempo, deve haver a redução dos estoques que estão em processo e a minimização do tempo ocioso. Você já deve ter percebido na sua rotina de trabalho algum desses pontos citados, não é mesmo? Ou até mesmo deve ter passado por essa situação. Sequenciamento e Programação da Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 181 Sabendo que a programação da produção é uma atividade que envolve o nível tático de uma organização, ou seja, são atividades operacionais, isso não quer dizer que são atividades irrelevantes e que não haverá interferência no resultado ou apresentação da empresa. Muito pelo contrário, cada uma dessas ativida- des operacionais são extensões do plano estratégico definido pela organização. Vamos analisar o seguinte exemplo: você possui uma empresa de estamparia para camisetas e sua produção é considerada alta diariamente, porém você não trabalha com apenas um tipo de estampa, ou seja, há um mix de produtos que, ao final da produção, resultará em modelos de camisetas completamente dife- rentes, isto é, cada modelo de camiseta terá o seu próprio sequenciamento de produção. Isso é um ponto importante que deve ser destacado na sua estratégia. Como há uma variedade de modelos, o sequenciamento na linha de produção e a programação das ordens de produção são essenciais e acabam tornando-se muito mais complexas. Toda empresa visa a minimização dos custos, porém o objetivo estratégico, nesse caso, é oferecer variedade, então, para que não ocorra paradas desnecessárias na linha de produção ou para que não seja necessário ter um elevado estoque intermediário, precisa-se contar com um eficiente sistema de programação de ordem de produção. E se mudarmos o contexto do exemplo para uma empresa que possua a carac- terística de produção por projeto? Cada produto será um projeto, ou seja, haverá características exclusivas, especificações e recursos específicos etc. Normalmente, o projeto se inicia logo após o fechamento do contrato. Haverá um planejamento no qual os objetivos mais destacados serão: data de entrega e custo. Para que você possa atender esses objetivos, será necessário realizar a programação da produção por meio do cronograma e sequenciamento de ativi- dades (já que os projetos são compostos por fases), considerando sempre suas restrições técnicas e financeiras. Consegue pensar em um exemplo para esse caso? Se você pensou em obras de engenharia civil, projetos de arquitetura ou softwares complexos, está correto. O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E182 Se, no item “Reflita”, você disse não, vamos ajudá-lo! Como o produto nas pres- tadoras de serviços não pode ser estocado, a utilização da capacidade deve ser obtida por meio da sincronização da demanda com a produção. Pense em um consultório médico. O agendamento de pacientes é uma ati- vidade comum, não é mesmo? Então, ao realizar esse procedimento, é possível sincronizar a demanda com o ritmo do serviço prestado, portanto minimiza- mos o tempo ocioso do profissional e tempo de espera do cliente. Tubino (2009) diz que as regras em tomadas de decisões poderão variar em um período específico ou serão decisões diferentes devido à mudança do objetivo ou da estratégia. Por exemplo, o PCP da sua empresa realiza o sequenciamento da produção, no início do mês, buscando a redução de estoques e a melhoria na eficiência das taxas de produção dos recursos. Após entrar na segunda quinzena do mês, o PCP altera a sua estratégia e toma a decisão em priorizar ordens que geram maior faturamento e carrega recursos que não são eficientes, mas que estão disponíveis para terminar rapidamente o lote, uma vez que gerarão fluxo de caixa. Corrêa e Corrêa (2008) afirmam que o conjunto de decisões poderá ser muito complexo quando se trata de gestão de produção e operações, uma vez que se obtém um problema combinatório tão grande que as soluções intuitivas tornam- -se inadequadas pela nossa limitação que temos em administrar informações. Por isso, definemque sequenciamento de operações é definir quais ativida- des são prioritárias baseadas nas atividades que devem acontecer em um sistema de produção, e programação é a alocação das atividades no tempo, considerando o sequenciamento já definido e todas as restrições envolvidas. Os exemplos citados são de empresas que produzem bens materiais. Você consegue pensar em uma empresa prestadora de serviço? Sequenciamento e Programação da Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 183 Há alguns fatores que afetam o sequenciamento e programação da produção: Quadro 1- Fatores que afetam o sequenciamento e programação da produção Ordem de Produção • Datas de entrega divergentes. • Status. • Setups com tempos e atividades variáveis. • Roteiros alternativos. • Equipamentos alternativos. • Importância do cliente. Recursos • Equipamentos quebrados. • Matéria-prima indisponível. • Ferramentas indisponíveis. • Mão de obra indisponível. Operação • Retrabalho. • Demanda de tempo variável. • Definição do tamanho de lote. • Recursos gargalos. • Utilização simultânea de diversos recursos. Fonte: os autores. SISTEMAS DE SEQUENCIAMENTO Conforme dito anteriormente, deve-se definir qual tarefa será executada primeiro e qual será a próxima atividade e, assim, sucessivamente, ou seja, determinar as prioridades. Existem algumas regras que precisam ser levadas em consideração ao definir o sequenciamento de atividades. Tubino (2009) afirma que podemos classificá-las segundo diversas óticas: O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E184 Quadro 2 - Regras de sequenciamento 1. Regras estáticas Quando ocorrem mudanças no sistema produtivo e as prioridades não são alteradas. Regras dinâmicas Quando ocorrem mudanças no sistema produtivo e as prioridades são alteradas. 2. Regras locais Quando considera-se apenas a situação da fila de trabalho de um recurso. Regras globais Quando considera-se informações de outros recursos, principalmente do antecessor e do sucessor. 3. Regras de prioridades simples Baseia-se em uma característica específica do trabalho a ser executado. Combinação de regras de prioridades simples Aplica-se diferentes regras, conforme o conjunto de lotes que se pretende sequenciar num determinado momento. Regras com índices ponderados Adota-se pesos para diferentes regras que formam um índice composto definindo as prioridades. Regras heurísticas sofisticadas Determinam as prioridades as quais são incorporadas informações não associadas ao trabalho específico. Fonte: os autores. De acordo com Lustosa et al. (2008), as regras de sequenciamento mais utiliza- das na prática são: • FIFO - First In, First Out. Primeiro a Entrar será o Primeiro a Sair (PEPS). Conforme o próprio nome indica, a prioridade será dada para a primeira ordem de produção que chega à fábrica, depois, para a segunda ordem de produção, em seguida, será a terceira e, assim, sucessivamente. Essa regra busca minimizar a variância do tempo de permanência na fábrica. Podemos exemplificar essa situação com os produtos do ramo de alimentação, pois, devido ao prazo de validade, o primeiro lote pro- duzido será o primeiro lote vendido. • SPT ou SOT - Shortest Processing Time or Shortest Operating Time. Menor tempo de processamento (MTP). A prioridade dessa regra é dada para as ordens de menor tempo, assim, busca-se reduzir as filas e Sequenciamento e Programação da Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 185 aumentar o fluxo. Nesse caso, por exemplo, podemos citar um processo de prestação de serviço que há nos supermercados, ou seja, os caixas rápidos que são para os clientes que possuem pequenos volumes. • EDD - Earliest Due Date. Menor data de entrega (MDP). De acordo com a data de entrega prometida ao cliente, nesse caso, é a prioridade da regra, visando a redução de atrasos. Como exemplo, temos a apli- cação dessa regra em uma oficina mecânica quando um cliente furioso liga na quarta-feira exigindo a entrega de seu veículo para o próximo final de semana. • LS - Least Slack. Menor folga (MF). A prioridade dessa regra é dada de acordo com as folgas (em ordem crescente). A folga é correspondente à data de entrega prometida menos o tempo total de processamento. • MFD - Menor folga dinâmica. Essa regra é parecida com a anterior (LS - Least Slack - Menor Folga), porém leva-se em consideração apenas o tempo total restante de processamento. • MFA - Menor fila adiante. Nessa regra, a prioridade é identificar a pró- xima ordem de produção que possui a menor fila naquele momento, buscando evitar a parada de um processo que virá na sequência. • CR - Critical Ratio - Razão crítica (RC: tempo remanescente). Essa regra é uma combinação das regras MDP (menor data de entrega) e MTP (menor tempo de processamento) que leva em consideração a data de entrega prometida e o tempo de processamento, respectivamente. A prioridade é dada pela execução da tarefa que possui o menor tempo remanescente (RC). Ressalta-se que, se o valor de RC for negativo, então, se executa a tarefa atrasada de menor tempo de processamento. Tubino (2009, p. 116) alerta que “cada uma das regras apresentadas tem sua apli- cabilidade restrita à determinada situação de fábrica, pois não existem regras de sequenciamento que sejam eficientes em todas as situações”. O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E186 SISTEMAS DE PROGRAMAÇÃO Considera-se o sequenciamento de atividades definidas anteriormente e suas res- trições para, então, inserir cada uma dessas atividades no tempo ideal. Corrêa e Corrêa (2008) apresentam os diferentes sistemas de programação de operações: 1. Carregamento infinito dos recursos X carregamento finito dos recursos. Quadro 3 - Carregamento infinito versus carregamento finito CARREGAMENTO INFINITO DOS RECURSOS CARREGAMENTO FINITO DOS RECURSOS As atividades são programadas conside- rando que os recursos são infinitos, ou seja, não há restrições de capacidade e é baseada na necessidade de atender os prazos. As atividades são programadas consi- derando que os recursos são finitos, ou seja, há restrições de capacidade. Caso não haja recursos disponíveis em um de- terminado período, então, não haverá a programção da ordem ou a atividade será realocada. Fonte: os autores. 2. Programação para trás no tempo X Programação para frente no tempo. Quadro 4 - Programação para trás versus programação para frente PROGRAMAÇÃO PARA TRÁS NO TEMPO PROGRAMAÇÃO PARA FRENTE NO TEMPO Conhecido também como backward. A programação das atividades é definida de acordo com o último momento possí- vel para finalização dessas atividades, fa- zendo com que não haja folga e que não acarrete atraso. Conhecido também como forward. A programação das atividades é definida o mais cedo possível, fazendo com que haja uma possível folga e defina-se a sua data de término. Fonte: os autores. Vamos exemplificar. Considerando que você, caro(a) aluno(a), seja o responsável pela programação da produção de uma indústria. Para as ordens de produção das cinco próximas semanas, tem-se a seguinte situação: você possui a disponibili- dade de apenas 2 recursos por semana, ou seja, o limite da sua capacidade é de 2 pessoas por semana, sendo que cada atividade é realizada por, apenas, 1 pessoa. Sabendo que a atividade A possui duração de 3 semanas, a atividade B possui duração de 2 semanas, a C possui duração de 1 semana e a D possui duração de Sequenciamento e Programação da Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e Lei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 187 2 semanas. Considerando que a data de entrega prometida da atividade A é final da quarta semana. A data da atividade B é final da segunda semana. A data da atividade C é final da segunda semana. A data da atividade D é final da quinta semana. Com base nessas informações, se você utilizar o sistema de programa- ção por carregamento infinito, obtém-se o seguinte resultado: Atividade A Datas prometidas Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Semana 5 Tempo Limite de capacidade Atividade B Atividade C Atividade D Carregamento in�nito duração = 3 semanas 2 semanas 2 semanas 1 semana Carregamento excede capacidade B, C A D Figura 1 - Carregamento infinito Fonte: adaptado de Corrêa e Corrêa (2008). Repare que, na segunda semana, a sua programação não conseguirá atender as necessidades da produção devido ao limite excedido, visto que você tem, ape- nas, duas pessoas para realizar as atividades, porém sua programação exige três pessoas. Agora, se você utilizar o sistema de programação por carregamento finito, obtém-se o seguinte resultado: O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E188 Atividade A Datas prometidas Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Semana 5 Tempo Limite de capacidade Atividade B Atividade C Atividade D Carregamento �nito duração = 3 semanas 2 semanas 2 semanas 1 semana ACB D Carregamento nunca excede capacidade Figura 2 - Carregamento finito Fonte: adaptado de Corrêa e Corrêa (2008). Veja que, para esse sistema de programação, você consegue realocar ou reorga- nizar as suas atividades. Vamos supor que a 1ª semana já tenha se passado e que as atividades A e B já tenham sido iniciadas na 2ª semana. Então, você precisou reorganizar suas atividades devido a não-disponibilidade de capacidade, por isso, a atividade C passou para a 3ª semana, assim, você conseguirá atender a demanda com a quantidade de recursos disponíveis, mas não no tempo prometido. Vamos analisar o sistema de programação para trás, conforme ilustração que segue: Sequenciamento e Programação da Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 189 Atividade A Datas prometidas De�ne data de início A partir da data de término “Desconta” para trás a duração da atividade Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Semana 5 Tempo Atividade B Atividade C Atividade D duração = 3 semanas 2 semanas 2 semanas 1 semana B, C A D 3 2 1 Figura 3 - Programação para trás Fonte: adaptado de Corrêa e Corrêa (2008). Observe que, nesse caso, a programação irá tomar como ponto de partida a data de entrega prometida. Acompanhe pelos números 1, 2 e 3 indicados. Veja na ilustração que segue o sistema de programação para frente: O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E190 Atividade A Datas prometidas De�ne data de término A partir da data mais cedo possível Acresce, para frente, a duração da atividade Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Semana 5 Tempo Atividade B Atividade C Atividade D duração = 3 semanas “folga” 2 semanas 2 semanas 1 semana B, C A D 3 2 1 Figura 4 - Programação para frente Fonte: adaptado de Corrêa e Corrêa (2008). Você percebeu a diferença? Acompanhando pelos números 1, 2 e 3 indicados, vemos que o ponto de partida é outra data, ou seja, é uma data bem antecipada. Nesse caso, quanto antes, melhor! PROGRAMAÇÃO PUXADA DA PRODUÇÃO - SISTEMA KANBAN Caro(a) aluno(a), não confunda Sistema Kanban com o Just-in-Time, haja vista que o JIT é uma filosofia que visa melhorar a produtividade e a qualidade total, proporcionando uma produção com custo efetivo, entrega apenas de produ- tos/materiais necessários com qualidade, na quantidade certa, no tempo certo e no local certo, considerando sempre a eliminação de perdas e minimização de recursos. Já o sistema Kanban é uma técnica de “puxar a produção” que é utili- zada dentro do conceito JIT. Programação Puxada da Produção - Sistema Kanban Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 191 Moura (2003) apresenta duas definições para o Kanban. Na definição geral, o autor diz que o Kanban é um método de redução do tempo de espera, diminui- ção de estoque, melhoria na produtividade e interligação de todas as operações envolvidas em um fluxo uniforme ininterrupto, por isso, o seu principal objetivo é transformar a matéria-prima em produto acabado com tempo de espera igual ao tempo de processamento, eliminando, então, o tempo em fila e estoque ocioso. Já na definição restrita apresentada por Moura (2003, p. 26), diz que “Kanban é um procedimento que utiliza cartões para operar um ‘sistema de puxar’ de con- trole de material”. Esse procedimento faz a interligação de todas as operações de suprimento envolvidas na linha de montagem final. De acordo com Moura (2003), a principal vantagem dos cartões Kanban no processo de produção de uma fábrica é que os funcionários não precisam adivinhar qual é o programa de produção, mas, sim, apenas seguir os pontos de partida e a sequência mostrada nos cartões. Mas de que forma o Sistema Kanban funciona? Antes, será necessário conhecermos a função de cada um dos componen- tes que fazem parte desse sistema que, geralmente, é aplicado nas indústrias: • Cartões Kanban: são os cartões de autorização. Existem dois tipos: o kanban de movimentação e o kanban de produção. O de movimenta- ção irá autorizar a transferência de uma quantidade definida de peças de um local a outro. Já o de produção irá autorizar a fabricação de uma quantidade também definida de peças. • Contenedor padrão: é um recipiente padronizado que possa estocar uma determinada quantidade de peças ou componentes. • Centro de trabalho (célula de produção): é o local ou o setor em que são realizadas as atividades específicas do produto. • Painel de Kanban ou Porta Kanban: é um painel que coleta e autoriza o processamento dos cartões Kanban de produção, apenas. • Área de entrada: é um espaço reservado em que são estocadas as peças em contenedores e que são fornecidas ao centro de trabalho para fabri- cação do produto necessário. O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E192 • Área de saída: é um espaço reservado no qual são estocados os pro- dutos em contenedores, sendo que esses produtos já passaram pelo processo de transformação de determinado centro de trabalho. O con- tenedor será mantido nessa área até o momento em que for requisitado por outro processo. Segundo Moura (2003), os cartões de movimentação, em sua essência, realizam as atividades de processamento de informações. Um determinado processo não pode liberar nenhum contenedor sem o seu respectivo cartão de movimenta- ção, e o processo subsequente não poderá retirar nenhum contenedor sem que realmente seja necessário utilizar a peça. As principais informações (de acordo com cada empresa) que devem estar disponíveis nesses cartões de movimentação são: descrição da peça, tamanho do contenedor, número de liberação do Kanban, centro de trabalho anterior a movimentação e centro de trabalho seguinte a movimentação. Cód. do item Nome do item Tamanho do lote Nº de emissão Centro de trabalho fornecedor Centro de trabalho cliente Localização no estoque Localização no estoque Tipo de contenedor Figura 5 - Modelo de Cartão Kanban de Movimentação Fonte: Tubino (2009, p. 144). O cartão Kanban de Produção tem como finalidade autorizar o centro de tra- balho anterior a produzir um contenedor de peças para reporo que foi retirado do estoque, ou seja, o cartão serve como um dispositivo de controle da produ- ção. “Cada vez que um contenedor é transportado para o processo subsequente, ele pode começar a produzir um novo item tal como um kanban de produção independente”, afirma Moura (2003, p. 44). Programação Puxada da Produção - Sistema Kanban Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 193 As principais informações (de acordo com cada empresa) que devem estar disponíveis nesses cartões de produção são: descrição da peça, tamanho do con- tenedor, descrição do centro de trabalho, local de estocagem, necessidades de materiais e informações opcionais. Nome do item Nº do item Processo Nº de emissão Centro de trabalho Nº prateleira estocagem Tipo de contenedor Capacidade do contenedor Materiais necessários código locação Figura 6 - Modelo de Cartão Kanban de Produção Fonte: Tubino (2009, p. 143). É importante destacar que o cartão Kanban de movimentação deve apenas cir- cular entre duas estações de trabalho, já o cartão Kanban de produção é somente utilizado no determinado centro de trabalho, no qual estará disponível, tam- bém, o painel de kanban. Segundo Tubino (2009), o porta Kanban ou painel de Kanban são utilizados em conjunto com os cartões de produção para sinalizar e sequenciar as necessi- dades de reposição de determinada peça. Em cada painel de Kanban, podemos observar que em cada coluna é projetada a necessidade de produção de um item ou uma peça. Cada uma dessas colunas são subdivididas em linhas ou células em que serão fixados os cartões Kanban. Na capa do livro “Kanban - A simplicidade do Controle da Produção”, escrito por Reinaldo A. Moura, podemos observar que a ilustração é de um painel de cartões com alguns Kanban fixados. O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E194 Figura 7 - Capa do livro Kanban Fonte: IMAM Livraria (on-line)1 . De acordo com a capa desse livro, é possível verifi car que são utilizadas 3 cores no painel, são elas: vermelha, amarela e verde. Como a necessidade de produ- ção de cada item irá variar de acordo com a demanda, já que a programação é puxada, você deve ter percebido que a cor branca indica que aquela célula, no momento, não é necessário ser utilizada. Já o signifi cado das demais cores é ilus- trado na imagem a seguir (vide versão colorida no AVA): Peça 1 Peça 2 Peça 3 Peça 4 Peça n Cor vermelha: indica urgência, pois o estoque de segurança está sendo utilizado. Cor amarela: indica atenção. É necessário produzir para que a produção consiga atender a demanda. Cor verde: indica que a produção da peça encontra-se em condições normais de operação. Figura 8 - Prioridade de cores Fontes: os autores. Programação Puxada da Produção - Sistema Kanban Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 195 Então, percebemos que o objetivo do painel é ser bem visual para todos os envol- vidos no processo, entendemos qual é a finalidade de cada uma das três cores e concluímos que, quanto mais perto da cor vermelha os cartões estiverem, a urgência de reposição desse item será prioritário. Mas como irá funcionar o fluxo dos cartões? Toda vez que alguém retirar um contendedor de determinado item do esto- que, o cartão correspondente será fixado (da cor verde para a cor vermelha) no painel de Kanban para informar que é necessário produzir mais um lote desse item que foi utilizado. O responsável pelo pelo centro de trabalho irá retirar o cartão (da cor ver- melha para a cor verde) do painel de Kanban de acordo com as prioridades de produção que cada item do painel estiver informando. É importante evitar que o cartão esteja na cor vermelha, contudo, caso isso aconteça, o senso de urgência e prioridade precisa ser maior, uma vez que o seu estoque de segurança já está sendo utilizado. Ou seja, se o estoque desse item não estiver preparado quando a próxima demanda puxar a produção, não será possível atender por falta de recursos. Peça 1 Peça 2 Peça 3 Peça 4 Peça n RETORNO DO CARTÃO AO PAINEL RETIRADA DO CARTÃO PARA PRODUÇÃO Figura 9 - Fluxo dos cartões no painel Fontes: os autores. O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E196 Caro(a) aluno(a), agora, compreender o funcionamento do sistema Kanban por meio de um exemplo. Vamos supor a seguinte situação fictícia: você tem uma empresa que produz canetas esferográficas simples nas cores: azul, preto, verme- lho e verde. Vamos imaginar e analisar somente a linha de produção de canetas azuis, pois a sua demanda é a maior do que qualquer outra. Cada caneta é com- posta por: tampas plásticas (superior e inferior), corpo (tubo transparente), refil de tinta e ponteira. Para melhor compreensão, os itens tampas plásticas e refil de tinta são aque- les que sofrerão alterações por causa da cor do produto final, ou seja, se a minha produção atual for de caneta azul, então, as cores das tampas e do refil deverão ser azuis. Da mesma forma, acontecerá com as cores vermelha, preta e verde. O setor de planejamento definiu que o estoque de segurança desse produto acabado serão, apenas, 3000 unidades, ou seja, 3 contenedores com 1000 peças cada. Portanto, inicialmente, nosso painel está da seguinte forma: Caneta vermelha Caneta verde Caneta azul Caneta preta Outro Figura 10 - Painel de Kanban (início do exemplo) Fontes: os autores. Como a nossa produção é puxada, a análise começará do final para o início da produção. Certo? O setor de vendas efetuou a venda de 1000 canetas azuis para uma escola da cidade, e a entrega foi imediata. Ou seja, no estoque de produto acabado já não há 3000 peças, mas sim 2000 peças. Programação Puxada da Produção - Sistema Kanban Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 197 No momento que foi efetuada a venda, gerou-se uma ordem de produção de 1000 canetas azuis, e essa ordem de produção transformou-se em um cartão Kanban de produção, o qual foi disposto no painel, conforme a seguir. Caneta vermelha Caneta verde Caneta azul Caneta preta Outro Figura 11 - Painel de Kanban Fontes: os autores. Isso quer dizer que a demanda por canetas azuis está grande comparado ao nível de estocagem. A produção por esse item precisará suprir essa necessidade rapi- damente, já que foi atingido o estoque de segurança. Para iniciar a produção do item, basta retirar o cartão do painel, de acordo com os critérios já apresenta- dos (de cima para baixo). Agora, vamos observar como ficará o fluxo de movimentação do nosso exem- plo. Você pode reparar que o cartão Kanban de movimentação sempre estará acompanhado de um contenedor, seja ele cheio ou vazio. O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E198 Vendas tampas plásticas re�l de tinta tubo plástico produto �nal ponteira tampas plásticas re�l de tinta tubo plástico ponteira Área de estocagem em processo (inicial) produto �nal Área de estocagem em processo (�nal) Almoxa- rifado Expedição Painel kanban Linha de montagem do centro do trabalho (imagem ilustrativa) (imagem ilustrativa) P Kanban deprodução M Kanban demovimentação A F Contenedor vazio (aberto) Contenedor cheio (fechado) M M A M A F M Pedido F P F P M Figura 12 - Fluxo de movimentação do exemplo Fontes: os autores. Provavelmente, alguém irá perguntar: professor, mas essa é a única forma de aplicar o sistema Kanban em uma empresa ou setor? A respostaé não! Como a tradução da palavra japonesa Kanban é cartão ou placa visível, temos como as seguintes definições do conceito desse sistema: a) cartões utilizados como um meio de comunicação e meio de transmissão de dados e informações; b) cartões utilizados para autorizar a movimentação de materiais ou a produção; c) cartões utilizados como um sistema de controle de fluxo de materiais e informações; d) cartões permitem que o sistema de controle de materiais funcionem adequada- mente a fim de que se obtenha melhorias nos métodos de produção. Por isso, podemos aplicar o Kanban ou os cartões em diversas situações, em diversos contextos e de diversas maneiras. Moura (2003) apresenta, na próxima imagem, outros tipos de aplicações para o sistema Kanban. Programação Puxada da Produção - Sistema Kanban Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 199 1) Kanban Ordem de Produção (supermercado <-> painel) 2) Kanban de Movimentação (processo posterior ao anterior) 3) Kanban de Disparo (”pula” processos) 4) Kanban Expresso (falta de peças, Erros, etc.) 5) Kanban Extra (picos de demanda) 6) Kanban Descartável (peça não repetitiva) 7) Kanban “2 Quadrados” (sobre bancadas/esteiras ou no piso) 10) Kanban Contenedor (2 botijões) 11) Kanban Fone, Telex, FAX (entre fábricas ou com fornecedor) 12) Kanban Eletrônico (interruptor, código de barras, etc.) 7) Kanban de Gravidade (bola, pregador, etc.) 9) Kanban Rótulo (etiquetas ou embalagens) Calha ou �o para guia Tubo ou calha Calha ou �o para deslizar Caixa coletora ou (Embalagem vazia) Só �ui material quando há um quadrado vazio Figura 13 - Diversos tipos de Kanban Fonte: Moura (2003, p. 56). O sistema dos cartões Kanban foi apresentado somente para a área indus- trial em uma empresa, porém podemos utilizar esse mesmo conceito na nossa gestão de atividades pessoais? É possível aplicar a ferramenta no nos- so dia-a-dia? O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E200 Caro(a) aluno(a), se sua resposta for positiva para o último “Reflita”, você está certo! Podemos sim aplicar o conceito do Kanban de uma maneira bem visual e simples para controlar o nosso fluxo de atividades diários. Você poderá montar um quadro com as seguintes colunas: To do (ativida- des para fazer), Doing (atividades que você está fazendo) e Done (atividades já feitas, concluídas). To Do Doing Done Assim, você poderá definir suas atividades do dia a dia, preencher o seu quadro, acompanhar e controlar as atividades. Além disso, você poderá definir as priori- dades de acordo com as cores disponíveis. Que tal você tentar aplicar? Aluno(a), com o avanço da tecnologia, surgiram ferramentas on-line que aplicam essa metodologia. Para saber mais acesse os links a seguir: Kanban- Flow disponível em: <https://kanbanflow.com> e Trello disponível em: <https://trello.com>. Fonte: os autores. Ordens de Produção e Acompanhamento da Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 201 ORDENS DE PRODUÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), seguindo com a programação da produção a nível operacional, temos a etapa final para iniciar a produção. Trata-se da emissão e liberação das ordens de fabricação, montagem, produção, compras, entre outras, conforme a nomenclatura adotada pelo sistema de produção da empresa. Essa etapa é a que antecede o início da produção física de um item. É por meio de uma ordem de produção que o posto de trabalho está autorizado a iniciar a produção de deter- minado item, ou seja, a ordem de produção formaliza o início da produção física (TUBINO, 2000). Uma estação de trabalho pode iniciar a produção de determinado item caso ela tenha uma autorização. O meio de comunicação formal que autoriza a produção é a ordem de produção. Ela deve ser emitida pelo setor de PCP que direcionará as ordens para os responsáveis de sua execução. Podemos agrupar as ordens em três grupos: ordens de fabricação, para peças produzidas interna- mente; ordens de montagem, para a montagem de conjuntos e subconjuntos; e ordens de compra, para a aquisição de matéria-prima e componentes. Uma ordem pode ser impressa no papel e encaminhada para os setores da fábrica ou então ela pode aparecer em um terminal eletrônico dentro da fábrica. Ainda, a ordem pode ir diretamente para máquinas de comando numérico (TUBINO, 2000). Que informações devem existir em uma ordem? Ela deve conter, basica- mente, os dados necessários para que o setor realize as atividades sem erros e dentro do tempo e quantidade esperados. Assim, uma ordem de produção ou de compra pode conter: código e descrição do item a ser produzido ou comprado; datas de início e conclusão do lote; tamanho do lote; desenhos técnicos do item; procedimentos operacionais para a produção do item; materiais necessários para produzir a ordem de produção; outras informações que forem julgadas necessárias. O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E202 Quadro 5 - Modelo de ordem de produção ORDEM DE PRODUÇÃO - CORTE AFIADO LTDA Nº 00100 / CÓDIGO DO ITEM:S01 / DESCRIÇÃO: PLACA LATERAL ESBOÇO: ESTAÇÃO DE TRABALHO: CORTE A LASER DATA DE EMISSÃO PRAZO DE ENTREGA QUANTIDADE UNIDADE 04/01/01 05/01/01 100 Unidade MATERIAIS NECESSÁRIOS CÓDIGO DESCRIÇÃO QUANTIDADE DEPÓSITO MP001 Chapa de aço inox AISI 304 2000x1000MM #6MM 15 kg ALM CENTRAL PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO 01 - Programar máquina 02 - Cortar 03 - Conferir medidas 04 - Se corte for aprovado, estocar peças na caixa de madeira Fonte: os autores. Antes do PCP emitir as ordens, ele deve fazer uma análise da exequibilidade de cada ordem, verifi cando os materiais em estoque e disponibilidade de ferra- mentas. O material no estoque pode ser reservado para a ordem de produção ou então ele pode ser retirado do estoque no momento da produção. Particularmente para sistemas produtivos sob projeto ou repetitivos em lotes, com materiais bem específi cos para cada produto, a reserva de material no estoque pode fazer-se necessária para evitar que outras ordens de produção utilizem o material. Ordens de Produção e Acompanhamento da Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 203 O sequenciamento e emissão de ordens e o consequente acompanhamento, possuem características distintas conforme o processo de produção, quais sejam: processos contínuos, processos repetitivos em massa, processos repetitivos em lotes e processos por projeto. Para os processos contínuos, nos quais há baixa variabilidade de produtos e grande volume de produção, o foco do acompanhamento pode estar na veloci- dade do processo e quantidade produzida. Devido aos altos custos das instalações, um pequeno período de tempo sem produção pode representar um grande pre- juízo para as operações. Assim, o acompanhamento da produção é feito quase em tempo real para identificar rapidamente quaisquer desvios em termos de qualidade, quantidade e volume. Para os processos repetitivos em massa, como linhas de montagem de veí- culos, a ênfase pode ser na manutenção da velocidade da esteira para atender à meta de produção. Os dados podem não ser coletados em tempo real, mas cole- tados de hora em hora. Os processos repetitivos em lotes possuem produtos mais variáveis e em volumes menores. A ênfase do acompanhamento pode ser dada na qualidade dos lotes e na manutenção de seu fluxo entre as estações de trabalho, coletando informações sobre início e término de lotes de produção. Já nos processos por projeto, cada produtoirá utilizar um determinado recurso da empresa por um período geralmente maior de tempo. A ênfase do acompanhamento estará na utilização ótima dos recursos, evitando que máqui- nas e mão de obra fiquem subutilizados e que o tempo de execução do projeto seja reduzido. Juntamente à emissão das ordens de produção para cumprir com o pro- grama de produção desejado, realiza-se a análise da exequibilidade das ordens. Analisa-se a existência de estoques, ferramentas, disponibilidade de máquinas, bem como de demais recursos auxiliares para a execução das ordens. Caso haja falta de algum deles, o PCP deve providenciar o seu suprimento e realizar a cor- reção do programa. O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E204 Basicamente, as funções de acompanhamento da produção compreendem (TUBINO, 2000): coletar e registrar dados sobre o estágio das atividades pro- gramadas; comparar o programado e o executado; identificar desvios; tomar ações corretivas; emitir novas diretrizes baseadas nas ações corretivas; fornecer informações produtivas aos setores interessados dentro da empresa; e preparar relatórios de análise de desempenho do sistema produtivo. Vamos apresentar essas funções por meio de um exemplo de uma indústria que fabrica máquinas para a reciclagem de plástico. Um de seus produtos é um triturador de embalagens plásticas. Entre seus vários componentes, ele é com- posto de uma placa lateral feita em aço inoxidável. A peça é obtida por meio do corte de uma chapa de aço em uma máquina de corte a laser. Após o corte, a peça é encaminhada para o setor de montagem em que ela será unida com os demais componentes do triturador. Após emitir uma ordem de produção para 100 placas laterais, o PCP deve cole- tar e registrar os dados de produção. Essa coleta e registro podem ser realizados por meio de planilhas com preenchimento manual ou então pelo apontamento automatizado de dados. Os próprios operadores podem fazer o apontamento dos dados, informando, por exemplo, os tempos de início e término da ordem de produção, as quantidades produzidas, refugo de materiais, tempo para pre- paração da máquina etc. De posse dos dados coletados e registrados, o PCP pode verificar se a pro- gramação das 100 peças está sendo executada. Caso identifique algum desvio, seja de quantidades, problemas de qualidade, aumento do consumo de mate- riais, atrasos na execução da ordem e paradas não programadas, O PCP pode tomar as ações corretivas para permitir a execução do plano de produção. Por exemplo, o PCP pode identificar que, das 100 peças programadas, foram produ- zidas 98 peças boas e 2 peças com erro de medidas e a ordem de produção não foi finalizada dentro do prazo programado. A partir dessa informação, o PCP pode auxiliar na investigação das causas do erro de medida e propor novas dire- trizes de controle. Ordens de Produção e Acompanhamento da Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 205 Na determinação das novas diretrizes de controle, pode-se utilizar os concei- tos do Controle Total da Qualidade, em inglês, Total Quality Control (TQC). Ele envolve ferramentas da qualidade, como o uso do diagrama de Ishikawa, ciclo PDCA (do inglês, Plan, Do, Check, Action, ou seja, Planejar, Executar, Verificar e Agir) e o 5W1H ( esponder às perguntas o quê, por que, quem, quando, onde e como) para realizar a atividade de acompanhamento. Estudamos essas ferra- mentas da qualidade em outra matéria específica do curso de Engenharia de Produção, mas podemos utilizá-las também no PCP. Para o caso de nosso exemplo, o PCP identificou as seguintes causas para o efeito de atraso na entrega da ordem de produção. Máquina Mão-de-obra Medida Matéria-prima Método Meio ambiente Atraso da ordem de produção Atraso na entrega da chapa no posto de trabalho Ausência de supervisor no setor Posto de trabalho desorganizado Baixa velocidade de corte Parada para manutenção corretiva Falta de motivação de trabalhadores Trabalhadores recém-contratados Regulagem da potência Figura 14 - Diagrama de Ishikawa para atraso de ordem de produção Fonte: os autores. O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E206 O tempo de entrega da ordem de produção pode ser considerado um item de controle, ou seja, um item que o PCP quer controlar. Pode-se definir outros itens de controle relacionados à qualidade, entrega, serviço e custo. Cabe ao PCP da empresa definir os itens de interesse para serem controlados. Os itens de controle e medidas de desempenho do sistema produtivo devem ser estabelecidos conforme os objetivos de cada empresa. Cada tipo de sistema produtivo possui um enfoque maior em termos de cada dimensão de desem- penho. De forma geral, os itens de controle devem (TUBINO, 2000): ser fáceis de ser visualizados e interpretados pelo PCP e pelos demais setores da empresa; conter informações agregadas; apresentar valores mais oportunos do que exa- tos, suficientes para a tomada rápida de ações corretivas. O PCP também pode aplicar o ciclo PDCA para emitir novas diretrizes de controle. Para o nosso exemplo, o PCP pode realizar o seguinte ciclo PDCA. Figura 15 - Ciclo PDCA para controle do tempo de entrega das OP Fonte: os autores. • Identificação de novos fatores do atraso de ordens de produção • Verificação do tempo de entrega das ordens de produção e comparação com o planejado • Realizar organi- zação, motivação, treinamento e plano de manutenção • Meta: tempo máximo de atraso de 5 horas • Método: organizar posto de trabalho; reduzir distância do estoque até a máquina; treinar e motivar operadores; implantar manutenção preventiva e Sequenciamento de Projetos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 207 Além de emitir novas diretrizes de controle, tanto para a solução de problemas identificados como para a melhoria de padrão da qualidade, o PCP precisa prepa- rar relatórios com a análise de desempenho do sistema produtivo. Esses relatórios fornecem informações para a tomada de decisão. Eles podem conter informações sobre tempo de entrega de ordens de produção, quantidade de itens fabricados, consumo de mão de obra e horas máquina para a execução das ordens, consumo de materiais por ordem de produção, tempo de setup, capacidade ocupada e dis- ponível de máquinas, custos de armazenagem, custos de setup etc. SEQUENCIAMENTO DE PROJETOS Caro(a) aluno(a), chegamos no último tópico da unidade IV que trata do sequen- ciamento de projetos. Separamos esse assunto, pois os sistemas de produção por projetos possuem características especiais devido aos próprios produtos que são praticamente únicos e diferentes uns dos outros. Os projetos possuem como características a alocação de recursos para cada atividade com possibilidades de aceleração e desaceleração conforme o total de recursos empregados. Assim, neste tópico, vamos apresentar uma técnica e metodologia para analisar os tem- pos de execução de um projeto, identificando oportunidades para acelerar ou desacelerar uma atividade com os melhores resultados em termos de tempo de conclusão do projeto e custo total. Para realizar a programação detalhada de processos produtivos por proje- tos, utilizamos as técnicas da rede PERT (do inglês, Program Evaluation Review Technique) e CPM (do inglês, Critical Path Method). Isso envolve as seguintes atividades (TUBINO, 2000): montagem da rede PERT/CPM; cálculo dos tem- pos para a conclusão da rede; adequação da rede aos fatores de custo; definição dos tempos probabilísticos da rede. A seguir, vamos detalhar as três primeiras atividadesanteriores por meio de exemplo de uma empresa que fabrica elementos de comunicação visual para uma rede de shopping centers. O projeto em questão é referente à produção de três conjuntos de elementos: placas de sinalização interna feitas em aço galvanizado; letreiro em acrílico; pórtico de entrada em estrutura metálica com acabamento em alumínio composto. O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E208 MONTAGEM DA REDE PERT/CPM Uma rede PERT/CPM representa as atividades para a execução de um projeto e a dependência entre elas. Utilizamos nós e setas para fazer a sua montagem. Cada nó significa um evento e cada seta significa uma atividade do projeto. Para montar uma rede, o primeiro passo é identificar as atividades. Para o nosso exemplo da empresa que fabrica comunicação visual para uma rede de shoppings centers, foram identificadas as seguintes atividades para a entrega final dos três conjuntos de elementos de comunicação visual. Tabela 1 - Lista de atividades e dependências ATIVIDADE DEPENDÊNCIA NÓS DURAÇÃO (DIAS) A - Especificação dos modelos de placas de sinalização interna - 1-2 10 B - Desenho das placas de sinalização interna A 2-5 2 C - Fabricação das placas de sinalização interna B 5-8 4 D - Especificação do letreiro em acrílico - 1-3 3 E - Desenho do letreiro em acrílico D 3-6 2 F - Fabricação do letreiro em acrílico E 6-8 2 G - Especificação do pórtico de entrada - 1-4 8 H - Desenho do pórtico de entrada G 4-7 4 I - Fabricação do pórtico de entrada H 7-8 9 J - Carregamento do material para as instalações do shopping center B, E e H 8-9 5 Fonte: os autores. Os tempos de cada atividade foram baseados com a experiência passada da empresa na execução desse tipo de projeto, juntamente com o total de recursos físicos, humanos e financeiros que a empresa possui no momento. De posse das atividades e dependências, bem como da duração prevista de cada atividade, podemos montar a rede, conforme mostrado na figura. Sequenciamento de Projetos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 209 1 A 10 I 9 D 3 E 2 B 2 H 4 F 2 J 5 G 8 C 4 3 6 2 5 4 7 8 9 Figura 16 - Rede PERT/CPM para o projeto de comunicação visual Fonte: os autores. Na rede, escrevemos o nome da atividade sobre a seta e a sua duração na parte inferior. Os eventos são numerados da esquerda para a direita e de baixo para cima. Conforme vemos na figura, as atividades iniciais A, D e G partem do mesmo evento inicial número 1. Ou seja, essas atividades não dependem de outra para a sua realização, podendo ser realizadas simultaneamente. Já a atividade B, por exemplo, depende da realização da atividade A para iniciar. A atividade J depende da finalização das atividades C, F e I para iniciar. Pode existir, também, o caso em que duas atividades possuem o mesmo nó de início e o mesmo nó final. Ou ainda duas atividades possuem o mesmo nó final e uma atividade posterior possui dependência de apenas uma das duas atividades anteriores. Nesses casos, para representar esse tipo de de- pendência, utilizamos o conceito de atividade fantasma. Fonte: os autores. O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E210 CÁLCULO DOS TEMPOS PARA CONCLUSÃO DA REDE Quando precisamos realizar uma atividade, podemos decidir quando devemos iniciar para terminar dentro do prazo. Por exemplo, se alguém pede a você para que você faça o almoço até às 12 horas, você pode avaliar qual é o melhor horá- rio para iniciar o preparo dessa refeição. Se você demora 2 horas para preparar todo o almoço, você deve então iniciar, no mínimo, às 10 horas. Você, ainda, pode iniciar às 8 horas, terminando o almoço às 10 horas (posteriormente, você poderia esquentar a comida próximo das 12 horas). Nesse caso, você teria 2 horas de folga. Existem, ainda, outras possibilidades para você iniciar o almoço, desde que às 12 horas tudo esteja pronto! No cálculo dos tempos para a conclusão do projeto, seguimos essa mesma lógica. Inicialmente, precisamos determinar os chamados cedos e tardes de cada evento. O cedo de um evento é o resultado da soma do cedo de um evento ini- cial da atividade de maior duração mais o valor do tempo de sua execução, ou seja, cedo = cedo inicial maior + duração da maior atividade que parte do evento. O tarde de um evento é igual ao último tempo em que uma atividade que parte desse evento pode iniciar sem atrasar a conclusão do projeto. Para deter- minar o seu valor, fazemos o seguinte cálculo: tarde = tarde do evento posterior - duração da atividade. Os valores de cedo e tarde de um evento são representados por meio de uma fração que é colocada próxima ao evento. O numerador indica o valor de cedo e o denominador indica o valor de tarde. A figura a seguir mostra a rede de nosso exemplo com os valores de cedos e tardes das atividades. Sequenciamento de Projetos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 211 1 A 10 I 9 D 3 0 0 10 16 8 8 3 17 12 17 12 12 5 19 21 21 26 26 E 2 B 2 H 4 F 2 J 5 G 8 C 4 3 6 2 5 4 7 8 9 Figura 17 - Rede PERT/CPM com o cálculo dos cedos e tardes das atividades Fonte: os autores. A lógica do cálculo dos cedos de cada atividade é da esquerda para a direita. Inicialmente, consideramos que o tempo mais cedo para iniciar as atividades A, D e G é o tempo zero. Para calcular o cedo do evento 2, somamos o cedo do evento 1 com a duração da atividade A (0+10) resultando em 10. Para calcular o cedo do evento 3, somamos o cedo do evento 1 com a duração da atividade D (0+3), resultando em 3. Para calcular o cedo do evento 4, somamos o cedo do evento 1 com a duração da atividade G (0+8), resultando em 8. Para calcular o cedo do evento 5, somamos o cedo do evento 2 com a duração da atividade B (10+2), resultando em 12. Para calcular o cedo do evento 6, somamos o cedo do evento 3 com a duração da atividade E (3+2), resultando em 5. Para calcular o cedo do evento 7, somamos o cedo do evento 4 com a duração da atividade H (8+4), resultando em 12. Para calcular o cedo do evento 8, somamos o cedo ini- cial maior dos eventos 5, 6 e 7 com a duração da atividade que parte do evento com o maior cedo, considerando também o maior valor de duração (12+9), resultando em 21. Para calcular o cedo do evento 9, somamos o cedo do evento 8 com a duração da atividade J (21+5), resultando em 26. A lógica do cálculo dos tardes de cada atividade é da direita para a esquerda. Inicialmente, consideramos que o o tarde para a conclusão do projeto, ou seja, o tarde do evento 9 é igual ao seu cedo, isso porque queremos terminar o projeto O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E212 sempre o mais rápido possível. Para calcular o tarde do evento 8, subtraímos a duração da atividade J do valor do tarde do evento 9 (26-5) resultando em 21. Para calcular o tarde do evento 5, subtraímos a duração da atividade C do valor do tarde do evento 8 (21-4), resultando em 17. Para calcular o tarde do evento 6, subtraímos a duração da atividade F do valor do tarde do evento 8 (21-2), resultando em 19. Para calcular o tarde do evento 7, subtraímos a duração da atividade I do valor do tarde do evento 8 (21-9), resultando em 12. Para calcu- lar o tarde do evento 2, subtraímos a duração da atividade B do valor do tarde do evento 5 (17-2) resultando em 15. Para calcular o tarde do evento 3, subtra- ímos a duração da atividade E do valor do tarde do evento 6 (19-2), resultando em 17. Para calcular o tarde do evento 4,subtraímos a duração da atividade H do valor do tarde do evento 7 (12-4), resultando em 8. Para calcular o tarde do evento 1, obtemos o valor do menor tarde possível das três possibilidades de tar- des, que, nesse caso, seria de 0 (15-10=5; 17-3=14; 8-8=0). O cálculo dos tempos da rede PERT/CPM permite a visualização das pos- sibilidades de início e término das atividades de um projeto. Por exemplo, por meio da figura, podemos observar que a fabricação da sinalização interna (ati- vidade C) pode iniciar tanto no 12º como no 17º dia sem atrasar o projeto. Já quanto às atividades referentes ao desenho dos elementos de comunicação visual (atividades B, E e H), a prioridade é iniciar o desenho do pórtico de entrada (ati- vidade H) que possui o menor tarde (8) em comparação com as atividades B e E. Assim, por meio da rede, nós podemos encontrar o caminho crítico do pro- jeto. Ele é definido como sendo o caminho de atividades com o maior tempo de execução e ele determina o tempo de conclusão do projeto. Para o nosso exem- plo, o caminho crítico é o das atividades G-H-I-J, com tempo total de 26 dias. Além dos tempos referentes aos cedos e tardes de cada evento e atividade, nós podemos calcular outros tempos referentes às datas de início e término das atividades e as folgas em cada atividade. Sobre as datas de início e término das atividades, podemos calcular as seguintes datas: Sequenciamento de Projetos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 213 • Primeira data de início (PDI): data mais cedo para iniciar, desde que as atividades precedentes iniciaram-se nas suas datas mais cedo. • Primeira data de término (PDT): data mais cedo para que uma ativi- dade seja concluída. • Última data de início (UDI): data mais tarde para iniciar uma ativi- dade sem atrasar a data de conclusão do projeto. • Última data de término (UDT): data mais tarde para terminar uma ati- vidade sem atrasar a data de conclusão do projeto Assim, quais são os valores de PDI, PDT, UDI e UDT da atividade F? Observando a nossa rede, é fácil ver que a PDI da atividade F é igual a 5 e a sua PDT é de 7 (5+2). Sobre as últimas datas, observamos que UDI é igual a 19 e UDT é igual a 21 (19+2). Ainda, definimos tempo disponível (TD) como sendo o intervalo entre a PDI e UDT. Por exemplo, para a atividade F, o TD é igual a 16 (21-5). Sabendo os valores das datas de início e término das atividades, podemos calcular as folgas possíveis das atividades: • Folga total (FT) = TD - duração da atividade. • Folga livre (FL) = (cedofinal - cedoinicial ) - duração da atividade. • Folga dependente (FD) = (tardefinal - tardeinicial ) - duração da atividade. • Folga independente (FI) = (cedofinal - tardeinicial ) - duração da atividade. Vamos, então, calcular as folgas para a rede do nosso exemplo utilizando as fór- mulas de folga. O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E214 Tabela 2 - Cálculo de folgas das atividades ATIVIDADE T CEDO TARDE FT FL FD FI i f i f A 10 0 10 0 15 5 0 5 0 B 2 10 12 15 17 5 0 0 -5 C 4 12 21 17 21 5 5 0 0 D 3 0 3 0 17 14 0 14 0 E 2 3 5 17 19 14 0 0 -14 F 2 5 21 19 21 14 14 0 0 G 8 0 8 0 8 0 0 0 0 H 4 8 12 8 12 0 0 0 0 I 9 12 21 12 21 0 0 0 0 J 5 21 26 21 26 0 0 0 0 Fonte: os autores. Caro(a) aluno(a), por meio do cálculo das folgas, também conseguimos identifi- car o caminho crítico. Ele é formado pelo conjunto de atividades com folga total igual a zero (atividades G, H, I e J). Um atraso em qualquer uma dessas ativida- des irá acarretar no atraso do projeto. Porém alguns atrasos nas demais atividades são toleráveis, não impactando na data de conclusão do projeto. Por exemplo, se houver atrasos de até 5 dias nas atividades de especificação dos modelos de placas de sinalização interna (atividade A) e especificação do letreiro em acrí- lico (atividade D), o tempo de conclusão do projeto não será alterado. Assim, montar a rede e calcular os tempos e folgas é essencial para o PCP monitorar a execução do projeto, sabendo quais atividades poderão receber menos recursos para sua conclusão e quais atividades deverão ser priorizadas quanto à alocação de recursos. No subitem a seguir, vamos tratar da adequação da rede aos fatores de custo, tomando decisões para atrasar e adiantar algumas tarefas com o obje- tivo de obter melhor efetividade. Sequenciamento de Projetos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 215 ADEQUAÇÃO DA REDE AOS FATORES DE CUSTO Para executar um projeto, precisamos de recursos. Os recursos físicos podem ser máquinas, equipamentos, ferramentas e instalações. Para a produção dos elementos de comunicação visual do nosso exemplo, os recursos físicos são os veículos dos engenheiros para ir ao local do shopping para fazer as medições e as máquinas da fábrica que produzem as placas de sinalização interna, o letreiro em acrílico e o pórtico de entrada. Os recursos humanos são representados pelos trabalhadores que participam do projeto: engenheiros, projetistas e operários da fábrica. Já os recursos finan- ceiros são representados pela total investido na execução do projeto. Quando queremos acelerar a execução de um projeto, é comum aumentar- mos a quantidade de recursos, seja comprando novos equipamentos, contratando novos trabalhadores, realizando horas extras e aumentando o número de turnos de trabalho. Quando aceleramos o prazo para realizar um projeto, há benefícios, como a proteção contra multas contratuais por quebra de condições de entrega, menos gastos com supervisão e disponibilidade de tempo para conduzir outros projetos. O aumento na quantidade de recursos tem um custo que irá ser con- trabalanceado pelos benefícios da aceleração do projeto. Assim, vamos ver como podemos acelerar um projeto de tal forma que haja uma compensação de custos. Inicialmente, precisamos determinar quais atividades poderiam ser realizadas de forma mais rápida com a inclusão de recursos, bem como quais são os custos extras por unidade de tempo reduzida na atividade. A tabela a seguir mostra os tempos e custos de aceleração para os dados do nosso exemplo. O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E216 Tabela 3 - Tempos e custos de aceleração das atividades ATIVIDADE TEMPO NORMAL TEMPO ACELERADO CUSTO POR UNID. DE TEMPO REDUZIDO A 10 9 R$ 100 B 2 1 R$ 200 C 4 2 R$ 300 D 3 2 R$ 100 E 2 1 R$ 200 F 2 2 R$ 300 G 8 7 R$ 100 H 4 2 R$ 200 I 9 7 R$ 500 J 5 3 R$ 400 Fonte: os autores. Como o caminho crítico é formado pelas atividades G, H, I e J, começamos nosso trabalho de otimização do prazo de entrega do projeto avaliando a aceleração dessas atividades. Dentre elas, a atividade G é a de menor custo para a acelera- ção, e podemos acelerar uma unidade de tempo. Com essa aceleração, o tempo de conclusão do projeto cai de 26 dias para 25 dias com um aumento de custo total de R$ 100. A seguir, podemos acelerar a atividade H em até duas unida- des de tempo. Com essa aceleração, o tempo de conclusão do projeto cai de 26 dias para 23 dias com um aumento de custo total de R$ 500. A seguir, podemos acelerar a atividade I em até duas unidades de tempo. Com essa aceleração, o tempo de conclusão do projeto cai de 26 dias para 21 dias com um aumento de custo total de R$ 1500. Com essa otimização inicial, o custo extra total é de R$ 1500 em recursos. Precisamos avaliar se as vantagens dessa aceleração compensam esse custo extra. Para isso, precisamos saber quanto se economizaria com a redução do prazo de entrega do projeto em uma unidade. Para o nosso exemplo, vamos consi- derar que, para cada unidade de tempo reduzida, háuma economia de R$ 200. Conforme apresentamos, quando aceleramos o projeto em 3 unidades (de 26 para 23 dias), o custo extra total foi de R$ 500. Como benefícios, teríamos uma Sequenciamento de Projetos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 217 economia de R$ 600 (3 x R$200). Assim, compensa fazer essa aceleração. Já para o caso de acelerar o projeto em 5 dias (de 26 para 21 dias), o custo extra total seria de R$ 1500, sendo a economia de R$ 1000 (5 x R$200). Portanto essa ace- leração não compensaria. Devemos observar que quando aceleramos um projeto reduzindo o tempo das atividades críticas (que pertencem ao caminho crítico), outros caminhos críticos podem surgir. Por exemplo, se acelerarmos as atividades G, H e I obte- ríamos uma nova rede, conforme a Figura 18. Figura 18 - Rede para o projeto com nova data de conclusão Fonte: os autores. Podemos observar na fi gura que, agora, existem dois caminhos críticos: A-B-C-J e G-H-I-J. Quando temos mais de um caminho crítico, signifi ca que necessita- mos reduzir uma unidade de tempo em cada caminho para obter a redução de uma unidade de tempo na conclusão do projeto. O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E218 Nos subtópicos anteriores, tratamos sobre o prazo das atividades como sen- do determinados, ou seja, consideramos que os tempos das atividades são determinísticos. Porém, de forma geral, as atividades possuem uma incer- teza quanto a sua duração. Assim, podemos utilizar tempos probabilísticos para montar a rede. Fonte: os autores. Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 219 CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) aluno(a), após o PCP realizar os planejamentos e controle a níveis estratégico (plano de produção) e tático (plano mestre de produção), é pre- ciso executar a produção, não deixando o planejamento e controle de lado. Os recursos já foram dimensionados para atender a uma demanda prevista, resta ao sistema produtivo executar a produção de forma operacional. Isso envolve a emissão das ordens de compra e produção. Vimos que, no sequenciamento e programação da produção, as decisões envolvidas estão relacionadas a sequenciar as ordens de produção e programar as datas de entrega. Conhecemos as regras de sequenciamento e os tipos de pro- gramação possíveis. Ao contrário da programação empurrada da produção, na qual cada setor ou estação de trabalho recebe uma ordem para fabricar e montar, a programa- ção puxada promove maior autonomia dentro dos setores de produção. No tópico sobre ordens de produção e acompanhamento da produção, vimos algumas das informações que devem ser transmitidas ao chão de fábrica para iniciar a produção. O acompanhamento é fundamental para que o plano de pro- dução seja cumprido. No tópico sobre sequenciamento de projetos, vimos que um projeto possui atividades com diferentes tempos de execução e que estão relacionadas entre si. Estudamos a rede PERT/CPM, que é usada para representar graficamente as atividades e a relação entre elas. Calculamos os tempos relacionados a cada ativi- dade. Por meio da rede e dos tempos de cedo e tarde, podemos calcular as folgas das atividades. Esse cálculo permite determinar o caminho crítico do projeto que é definido pelo conjunto de atividades que definem o tempo de conclusão do projeto. Vimos uma metodologia para acelerar o prazo de execução do pro- jeto, considerando os custos e benefícios da aceleração. Para obter bons resultados em termos de custo e tempo de entrega, o PCP utiliza técnicas e conceitos de sequenciamento e programação. No contexto atual, muitos softwares de gestão baseiam-se nesses conceitos. 220 1) Uma empresa de pequeno porte está lhe contratando para estruturar o setor de PCP. Em visita à empresa, você levantou as seguintes informações: • A empresa produz mais de 40 modelos de cintos de couro para diferentes grifes da moda, com lotes de tamanho médio de 20 peças. • Os clientes priorizam os fatores de qualidade do cinto e prazo de entrega, pois não podem atrasar os lançamentos de coleções de roupas. • Devido às irregularidades na matéria-prima do couro, há uma geração de resíduos relativamente grande no setor de corte. Com base nessas informações, responda às seguintes perguntas: a. Qual é o tipo de processo produtivo da empresa? b. Quais serão as prioridades na realização das atividades de acompanhamen- to e controle da produção? 2) Pedro e Marcos tiveram a ideia de realizar um churrasco com os ex-colegas de classe de um curso de engenharia. Atualmente, os 50 colegas moram em diferentes cidades e a ideia é reunir toda a turma em um salão alugado. Pedro levantou a se- guinte lista de atividades para a realização do churrasco: ATIVIDADE DURAÇÃO ESTIMADA A - Convidar todos os ex-colegas da turma 2 dias B - Alugar salão 4 dias C - Enviar opções de cardápio para os ex-colegas decidirem 2 dias D - Comprar os ingredientes 1 dia E - Realizar o churrasco 1 dia De posse dessa lista, Pedro a apresenta a Marcos. Esse logo conclui que a preparação e realização do churrasco terá uma duração total de 11 dias (ele somou a duração estimada de cada atividade). Mas Pedro contesta, dizendo que eles conseguem pre- parar e realizar o churrasco em menos de 11 dias. Sabendo também das seguintes informações adicionais: • Todas as atividades iniciarão só após a confirmação de presença dos cole- gas. 221 • A compra de ingredientes ocorrerá após a decisão dos colegas sobre o car- dápio do churrasco. • O aluguel do salão pode ser feito assim que os colegas confirmarem a pre- sença. Considerando todas as informações anteriores, responda: a. Qual será a duração de realização desse projeto, considerando o tempo de sua realização sendo a duração do caminho crítico? b. Que atividades não podem, de maneira alguma, atrasar de tal modo que o projeto seja concluído dentro da duração prevista no item a) ? c. Sobre a duração do projeto, quais dos dois colegas está correto? 3. Com a expansão da sua cidade, houve a necessidade de abrir uma empresa cuja produção é de portas e batentes. Atualmente, essa empresa não dispõe de mui- tos recursos. Considerando que você seja o responsável pela programação da produção e tem a seguinte situação para o próximo mês (4 semanas): • Há disponibilidade de apenas 6 recursos por semana, ou seja, o limite da sua capacidade é de 6 pessoas por semana, sendo que cada atividade é realizada por 2 pessoas. • A atividade A possui duração de 3 semanas, a atividade B possui duração de 2 semanas, a atividade C de 1 semana e a atividade D de 3 semanas. a. Suponha que a data de entrega prometida da atividade A é final da quarta semana, a data da atividade B é final da terceira semana, a data da C é final da segunda semana e a data de entrega da atividade D é final da terceira semana. Represente graficamente o carregamento infinito e comente se houve ou não excesso de capacidade. b. Considerando as mesmas datas de entregas que foram informadas na letra “a)”. Agora, represente graficamente o carregamento finito e faça duas pro- postas de readequação ao problema. 222 4. Diante da dificuldade da economia, Maria precisou complementar sua renda com trabalhos manuais. Então, ela se juntou com mais uma amiga para realizar essas atividades e, consequentemente, fazerem a divulgação. De acordo com as encomendas já recebidas, tem-se a seguinte situação para os próximos dois meses (8 semanas): • A atividade A possui duração de 4 semanas. • A atividade B possui duração de 2 semanas. • A atividade C possui duração de 5 semanas. • A atividade D possui duração de 2 semanas. • A atividade E possui duração de 3 semanas. • A atividadeF possui duração de 1 semana. Suponha que: • A data de entrega prometida da atividade A é final da sexta semana. • A data de entrega prometida da atividade B é final da oitava semana. • A data de entrega prometida da atividade C é final da oitava semana. • A data de entrega prometida da atividade D é final da segunda semana. • A data de entrega prometida da atividade E é final da quarta semana. • A data de entrega prometida da atividade F é final da primeira semana. Represente graficamente a programação para trás e a programação para frente. Em sua opinião, qual é a melhor opção de programação? Quais fatores podem interferir na sua decisão? 5. (ENADE/2012) O sistema de programação Kanban utiliza o método de controle de estoque de ponto de pedido para determinar lotes padronizados de produ- ção-compra, funcionando com custos muito baixos de planejamento e tempos de reposição reduzidos. No que refere às características que garantem a eficiên- cia do Kanban como sistema just-in-time, avalie as afirmações abaixo. I. Os modelos no programa mestre de produção são repetidos continuamen- te e comparados com uma programação construída para tirar proveito das economias de escala. II. Os tempos de reposição tornam-se altamente previsíveis porque são cur- tos. 223 III. Os lotes de pedidos são pequenos porque os custos de preparação e obtenção são mantidos baixos. IV. Um alto nível de cooperação entre fabricante e fornece- dor surge para garantir a obtenção do desejado nível do desempenho do produto e da logística. São corretas as características: a. I e II, apenas. b. I e IV, apenas. c. II e III, apenas. d. III e IV, apenas. e. I, II, III e IV. 224 HOSPITAL WALFREDO GURGEL DESENVOLVE SOFTWARE QUE GERENCIA ATENDIMENTOS Continuando a incrementar seu parque tecnológico, o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG), desde novembro passado, vem aperfeiçoando a utilização do software Kanban, desenvolvido pela Divisão de Informática do Hospital. O programa, que ainda passa por pequenas modificações, já se tornou um instrumento essencial para o ge- renciamento, em tempo real, das demandas diárias de internações, altas e pacientes atendidos, por exemplo. Acessível por todos os setores assistenciais do hospital, o programa tem garantido tam- bém identificar os bairros e cidades de origem dos pacientes que dão entrada no Pronto Socorro Clóvis Sarinho (PSCS), além de identificar a demanda diária de cada especiali- dade. A diretora geral do HMWG, Maria de Fátima Pereira Pinheiro, aponta o Kanban como uma ferramenta essencial para a gerência do hospital. “O primeiro modelo que utiliza- mos foi o proposto pelo Ministério da Saúde (MS), após a adesão do Walfredo Gurgel ao Programa SOS Emergências. A partir daí, nossa Divisão de Informática começou a melhorar essa ferramenta e adequá-la de acordo com nossas necessidades. Hoje é um instrumento essencial para enxergarmos o hospital e suas necessidades”, explicou. Um dos desenvolvedores do Kanban eletrônico, o consultor em tecnologia da informa- ção, Lucas Gurgel, explica que apesar de já estar em uso, o software sempre estará em constante processo de melhorias. “O Walfredo Gurgel é um hospital imenso e as necessi- dades mudam de tempos em tempos. A prova disso é que atualmente temos uma lista de pedidos para monitorar dados de interesse do hospital e que, gradativamente, serão devidamente implantados”. O consultor ainda diz que, levando em consideração essa perspectiva, o programa estará sempre em uso, porém, nunca realmente finalizado. Armazenado por meio da tecnologia em nuvem, no datacenter do próprio hospital, o sistema ainda pode ser acessado a partir de celulares, tablets ou de qualquer computa- dor conectado à internet. Essa facilidade permite que os gestores visualizem a situação do hospital, mesmo quando, por algum motivo, não puderem estar presentes na uni- dade. Outra vantagem do kanban é a visualização de gráficos que se atualizam, a cada cinco segundos, e mostram a taxa de ocupação nos setores assistenciais como Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) e Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), o número de internações por especialidade e o número de pacientes em cada setor, através de um sistema de cores (verde, amarelo e vermelho) que alerta para o tempo de permanência do paciente. 225 ”Dessa forma podemos identificar com mais agilidade o porquê de um paciente estar a três dias internado no hospital, ou se ele está esperando por algum exame fora do Walfredo, e tentar resolver com maior rapidez esse problema. Com isso, conseguimos melhorar a assistência ao paciente e aumentar a rotatividade dos leitos, refletindo inclu- sive na diminuição do número de pacientes no corredor”, afirma Fátima. Fonte: SESAP/ASSECOM (on-line)2. MATERIAL COMPLEMENTAR O sistema Toyota de produção - Do ponto de vista da Engenharia de Produção Shigeo Shingo Editora: Bookman Sinopse: Shigeo Shingo propõe uma guerra sistemática, objetivando descobrir, analisar e eliminar as perdas nas fábricas. Mostra os aspectos conceituais básicos para a construção dos Sistemas Produtivos de forma geral e do Sistema Toyota de Produção de forma particular. REFERÊNCIAS 227 CORRÊA, H.; CORRÊA, C. Administração de Produção e Operações. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2008. LUSTOSA, L. et. al. Planejamento e Controle da Produção. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda., 2008. MOURA, R. A. Kanban - A simplicidade do controle da produção. São Paulo: Editora: Instituto IMAM, 2003. TUBINO, D. Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática. São Paulo: Edito- ra Atlas S.A., 2000. _______. Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2009. REFERÊNCIA ON-LINE 1 Em: <http://www.imam.com.br/livraria/livros/lean-manufacturing-just-in-time/ kanban-simplicidade-controle-producao.html>. Acesso em 18 out. 2016. 2 Em: <http://www.idema.rn.gov.br/Conteudo.asp?TRAN=ITEM&TARG=33132&AC- T=null&PAGE=null&PARM=null&LBL=Materia>. Acesso em: 18 out. 2018. GABARITO 1. a. Com base na informação que a empresa produz mais de 40 modelos dife- rentes de cinto e em pequenos lotes, podemos deduzir que ela possui um processo do tipo repetitivo por lote. b. Como o processo é do tipo repetitivo por lote e com base nas informações coletadas inicialmente, as atividades de acompanhamento e controle da produção devem priorizar o atendimento da qualidade do produto e lead time reduzido. O PCP deve criar e monitorar indicadores de qualidade e lead time de entrega dos lotes de produção, minimizando as esperas de lotes entre estações de trabalho. Como há uma taxa relativamente alta de resíduos gerados no setor de corte, o PCP deve programar os lotes conside- rando o melhor aproveitamento da matéria-prima. Pode-se criar um indica- dor de quantidade de cintos produzidos dentro da qualidade programada. 2. a. Para calcular a duração do caminho crítico, precisamos montar a rede PERT/CPM do projeto. De posse das informações, podemos montar, primei- ramente, a seguinte tabela: ATIVIDADE DEPENDÊNCIA DURAÇÃO (DIAS) A - Convidar todos os ex-colegas da turma - 2 B - Alugar salão A 4 C - Enviar opções de cardápio para os ex-colegas decidirem A 2 D - Comprar os ingredientes C 1 E - Realizar o churrasco B, D 1 Agora, podemos montar a rede PERT/CPM: 1 A 2 B 4 C 2 D 2 E 5 2 3 4 5 Por meio dessa rede, observamos que o caminho crítico é o A-B-E com duração total de 7 dias. Assim, a duração desse projeto é de 7 dias. GABARITO 229 b. Para que o projeto não atrase e termine dentro de 7 dias, não podem atra- sar as atividades pertencentes ao caminho crítico, ou seja, as atividades A, B e E. c. Pedro está correto, pois ele afirma que a preparação e realização do chur- rasco pode ocorrer em menos de 11 dias. Como vimos, a duração do pro- jeto é de 7 dias. Assim, Marcos pensou de forma linear, considerando que uma atividade é dependente da outra, enquanto Pedro considerou a possi- bilidade de
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