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Aula 7 – Argamassas INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 90 Aula 7: Argamassas Argamassas são materiais de construção, com propriedades de aderência e endurecimento, obtidos a partir da mistura homogênea de um ou mais aglomerantes, agregado miúdo (areia) e água, podendo conter ainda aditivos e adições minerais. 1. Classificação das Argamassas Argamassa é uma mistura composta basicamente por cimento, areia, cal hidratada e água, mas conforme a influência de características regionais, outros materiais têm sido utilizados na sua composição, como o saibro, o barro e o caulim, entre outros. As argamassas têm como principais aplicações: • Assentamento de tijolos, blocos, azulejos, cerâmicas, tacos, ladrilhos, etc; • Revestimento de paredes, pisos e tetos; • Impermeabilização; • Regularização de superfícies (buracos, ondulações, desníveis, etc); A tecnologia das argamassas tem se desenvolvido bastante, colocando à disposição do mercado o produto ideal para cada aplicação acima. No momento de construir é sempre bom consultar as opções, verificar os custos e os benefícios de cada uma destas soluções. É bom lembrar, neste caso, que a mistura de cimento e água gera uma série de reações químicas durante o processo de pega e endurecimento. Elementos existentes em materiais de origem duvidosa podem interferir nestas reações, prejudicando a argamassa no momento da aplicação, do acabamento ou quanto a sua resistência. 1.1. Critérios de Definição A classificação das argamassas se dão sob vários critérios. Os quadros a seguir resumirão as distinções e o detalhamento de onde estão inseridas. Aula 7 – Argamassas UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 91 Porém, a classificação mais pertinente das argamassas é aquela que as distingue pelas funções, e são aquelas usuais que as caracterizam em seu emprego: Aula 7 – Argamassas INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 92 1.2. Materiais Constituintes 1.2.1. Cimento Portland O cimento Portland possui propriedade aglomerante desenvolvida pela reação de seus constituintes com a água, sendo assim denominado aglomerante hidráulico. A contribuição do cimento nas propriedades das argamassas está voltada, sobretudo, para a resistência mecânica. Além disso, o fato de ser composto por finas partículas contribui para a retenção da água de mistura e para a plasticidade. Se, por um lado, quanto maior a quantidade de cimento presente na mistura, maior é a retração, por outro, maior também será a aderência à base. 1.2.2. Cal Hidratada Numa argamassa onde há apenas a presença de cal, sua função principal é funcionar como aglomerante da mistura. Neste tipo de argamassa, destacam-se as propriedades de trabalhabilidade e a capacidade de absorver deformações. Entretanto, são reduzidas as suas propriedades de resistência mecânica e aderência. Em argamassas mistas, de cal e cimento, devido a finura da cal há retenção de água em volta de suas partículas e consequentemente maior retenção de água na argamassa. Assim, a cal pode contribuir para uma melhor hidratação do cimento, além de contribuir significativamente para a trabalhabilidade e capacidade de absorver deformações. 1.2.3. Água A água confere continuidade à mistura, permitindo a ocorrência das reações entre os diversos componentes, sobretudo as do cimento. A água, embora seja o recurso diretamente utilizado pelo pedreiro para regular a consistência da mistura, fazendo a sua adição até a obtenção da trabalhabilidade desejada, deve ter o seu teor atendendo ao traço pré-estabelecido, seja para argamassa dosada em obra ou na indústria. Considera-se a água potável como a melhor para elaboração de produtos à base de cimento Portland. Não devem ser utilizadas águas contaminadas ou com excesso de sais solúveis. Em geral, a água Aula 7 – Argamassas UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 93 que serve para o amassamento da argamassa é a mesma utilizada para o concreto e deve seguir a NBR NM 137. 1.2.4. Areia As areias utilizadas na preparação de argamassas podem ser originárias de Rios, Cavas e Britagem (areia de brita, areia artificial). O agregado miúdo ou areia é um constituinte das argamassas de origem mineral, de forma particulada, com diâmetros entre 0,06 e 2,0 mm. A granulometria do agregado tem influência nas proporções de aglomerantes e água da mistura. Desta forma, quando há deficiências na curva granulométrica (isto é, a curva não é contínua) ou excesso e finos, ocorre maior consumo de água de amassamento, reduzindo a resistência mecânica e causando maior retração por secagem na argamassa. 2. Definição pelas Funções - Assentamento A seguir, serão expostos os principais tipos de Argamassas de acordo com suas funções, que é o tipo de classificação mais utilizado na construção civil. 2.1. Argamassa de Assentamento de Alvenaria A argamassa de assentamento de alvenaria é utilizada para a elevação de paredes e muros de tijolos ou blocos. As principais funções das juntas podem ser definidas como: • Unir as unidades de alvenaria de forma a constituir um elemento monolítico, contribuindo na resistência aos esforços laterais; • Distribuir uniformemente as cargas atuantes na parede por toda a área resistente dos blocos; • Selar as juntas garantindo a estanqueidade da parede à penetração de água das chuvas; • Absorver as deformações naturais, como as de origem térmica e as de retração por secagem (origem higroscópica), a que a alvenaria estiver sujeita. As propriedades para manter um bom desempenho das funções se resumem à trabalhabilidade (consistência e plasticidade adequadas ao processo de execução, além de uma elevada retenção de água), aderência solicitada, resistência mecânica e sua capacidade de absorver deformações, propriedade importante muito comum e relacionada às patologias. A imagem a seguir mostra um esquema de interação entre a argamassa e o bloco. Aula 7 – Argamassas INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 94 2.2. Argamassa Adesiva para assentamento de Revestimentos Cerâmicos Com o advento das argamassas industrializadas, é válido destacar o comportamento deste tipo de que geralmente são adquiridas prontas devido sua constituição estar baseada em produtos químicos que conferem propriedades adesivas à argamassa, como se demonstrará adiante. A fachada é um dos ambientes que mais solicita a atuação de uma argamassa colante. Características como tempo em aberto, resistência à aderência e ao deslizamento, são maiores quando para aplicação em fachadas. À argamassa colante dá-se a definição de mistura constituída de aglomerantes hidráulicos, agregados minerais e aditivos que possibilitam, quando preparada em obra com adição exclusiva de água, a formação de uma massa viscosa, plástica e aderente, empregada no assentamento de peças cerâmicas para revestimento ou pedras de revestimento. É aplicada em camada relativamente fina comparada com as espessuras das argamassas comuns. Sua aplicação só é possível com a utilização de desempenadeiras denteadas. 2.2.1. Tempo e Aberto O tempo em aberto de uma argamassa colante refere-se ao intervalo de tempo disponível entre o momento em que a argamassa é estendida sobre o substrato e o momento em que a argamassa perde sua capacidade de proporcionar uma aderência adequada. As características das argamassas colantes, determinadas conforme as normas, são somente um referencial de qualidade. As condições de aplicação em obra, principalmente as condições ambientais, é que definirão realmente o desempenho da argamassa colante. Os limites de tempo em aberto são importantes pois indicam o período que o assentadordispõe para aplicar a cerâmica, contando a partir do momento que a argamassa é aplicada na parede. Dessa forma, com um tempo de abertura muito reduzido haverá Aula 7 – Argamassas UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 95 prejuízo da produtividade do serviço, já que o assentador não poderá abrir panos grandes para a aplicação da cerâmica. Caso insista em abrir panos maiores, a qualidade do serviço será prejudicada, uma vez que a cerâmica assim assentada poderá descolar-se facilmente 2.2.2. Classificação das Argamassas Adesivas São classificadas em: • AC-I - Interior: Argamassas com características de resistência às solicitações mecânicas e termoigrométricas típicas de revestimentos internos, com exceção daqueles aplicados em saunas, churrasqueiras, estufas e outros revestimentos especiais. • AC-II - Exterior: Argamassa com características de adesividade que permitem absorver os esforços existentes em revestimentos de pisos e paredes externas decorrentes de ciclos de flutuação térmica e higrométrica, da ação da chuva e/ou vento, da ação de cargas como as decorrentes do movimento de pedestres em áreas públicas e de máquinas ou equipamentos leves sobre rodízios não metálicos. • AC-III - Alta Resistência: Argamassa que apresenta propriedades de modo a resistir as altas tensões de cisalhamento na interface substrato/adesivo (substrato sendo considerado aqui como o emboço) e placa cerâmica/adesivo, juntamente com uma aderência superior entre as interfaces em relação às argamassas dos tipos I e II: é especialmente indicada para uso em saunas, piscinas, estufas e ambientes similares. • AC-III-E - Especial: Argamassa similar ao tipo III, com tempo em aberto estendido. 3. Definição pelas Funções – Revestimento Argamassa de revestimento é utilizada para revestir paredes, muros e tetos, os quais, geralmente, recebem acabamentos como pintura, revestimentos cerâmicos, laminados, etc. Principais funções de um revestimento de argamassa de parede: • Proteger a alvenaria e a estrutura contra a ação do intemperismo, no caso dos revestimentos externos; • Integrar o sistema de vedação dos edifícios, contribuindo com diversas funções, tais como: isolamento térmico (~30%), isolamento acústico (~50%), estanqueidade à água (~70 a 100%), segurança ao fogo e resistência ao desgaste e abalos superficiais; Aula 7 – Argamassas INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 96 Esta modalidade de argamassa se desdobra nos sub-tópicos a seguir. 3.1. Camadas 3.1.1. Chapisco Camada de preparo da base, aplicada de forma contínua ou descontínua, com finalidade de uniformizar a superfície quanto à absorção e melhorar a aderência do revestimento. 3.1.2. Emboço Camada de revestimento executada para cobrir e regularizar a base, propiciando uma superfície que permita receber outra camada, de reboco ou de revestimento decorativo (por exemplo, cerâmica). Geralmente é aditivado de adesivo para melhor fixação. 3.1.3. Reboco Camada de revestimento utilizada para cobrimento do emboço, propiciando uma superfície que permita receber o revestimento decorativo (por exemplo, pintura) ou que se constitua no acabamento final. Atualmente, em metodologias modernas muitas empresas estão suprimindo esta fase devido a evolução tecnológica dos materiais e aplicando as etapas de pintura diretamente sobre o emboço com excelentes resultados. 3.1.4. Capa Única Revestimento de um único tipo de argamassa aplicado à base, sobre o qual é aplicada uma camada decorativa, como, por exemplo, a pintura; também chamado popularmente de “massa única” ou “reboco paulista” é atualmente a alternativa mais empregada no Brasil. Aula 7 – Argamassas UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 97 3.1.5. Monocapa Trata-se de um revestimento aplicado em uma única camada, que faz, simultaneamente, a função de regularização e decorativa, muito utilizado na Europa. A argamassa de RDM é um produto industrializado, ainda não normalizado no Brasil, com composição variável de acordo com o fabricante, contendo geralmente: cimento branco, cal hidratada, agregados de várias naturezas, pigmentos inorgânicos, fungicidas, além de vários aditivos (plastificante, retentor de água, incoporador de ar, etc.). 4. Propriedades Os revestimentos de argamassa, para cumprir adequadamente as suas funções, devem possuir características e propriedades que sejam compatíveis com as condições a que estarão expostos, com as condições de execução, com a natureza da base, com as especificações de desempenho, e com o acabamento final previsto. As principais propriedades que o revestimento de argamassa deve apresentar, para que possa cumprir adequadamente as suas funções, estão descritas a seguir. 4.1. Capacidade de Aderência Conceitua-se aderência como a propriedade que possibilita à camada de revestimento resistir às tensões normais e tangenciais atuantes na interface com a base. O mecanismo de aderência se desenvolve principalmente: pela ancoragem da pasta aglomerante nos poros da base, ou seja, parte da água de amassamento contendo os aglomerantes é succionada pelos poros da base onde ocorre o seu endurecimento; e por efeito de ancoragem mecânica da argamassa nas reentrâncias e saliências macroscópicas da superfície a ser revestida. Aula 7 – Argamassas INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 98 4.2. Trabalhabilidade da argamassa e técnica de execução do revestimento Tendo trabalhabilidade adequada, a argamassa poderá apresentar contato mais extenso com a base através de um melhor espalhamento. A técnica executiva de aplicação, em função das operações de compactação e prensagem contra a base, tende a ampliar a extensão de contato. A trabalhabilidade é resultante da conjunção de diversas outras propriedades, tais como: • Consistência; • Plasticidade; • Retenção de água e de consistência; • Coesão; • Exsudação; • Densidade de massa; • Adesão inicial. Aula 7 – Argamassas UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 99 4.3. Natureza e características do substrato O diâmetro, a natureza e a distribuição dos tamanhos dos poros determinam a rugosidade superficial e a capacidade de absorção da base, podendo ampliar ou não a extensão de aderência e a ancoragem do revestimento. A extensão de aderência é comprometida pela existência de partículas soltas ou de grãos de areia, poeira, fungos, concentração de sais na superfície (eflorescências), camadas superficiais de desmoldante ou graxa, que representam barreiras para ancoragem do revestimento à base. 4.4. Resistência Mecânica A resistência mecânica é a capacidade dos revestimentos de suportar esforços das mais diversas naturezas que resultam em tensões internas de tração, compressão e cisalhamento. Esforços de abrasão superficial, cargas de impacto e movimentos de contração e expansão dos revestimentos por efeitos de umidade, são exemplos destas solicitações. Um método usual de avaliação da resistência, embora ainda empírico para servir de base para especificações, é o tradicional risco com prego ou objeto pontiagudo similar, adotado em obra para qualificar a resistência superficial dos revestimentos. Os ensaios normalizados internacionais adotam esferas de impacto, escovas elétricas de desgaste superficial, ou preconizam o uso de fitas adesivas para determinação da massa de revestimento descolada. Para nenhum dos métodos são especificados valores de referência. Aula 7 – Argamassas INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 100 4.5. Capacidade de absorver deformações É a propriedade que o revestimentopossui de absorver deformações intrínsecas (do próprio revestimento) ou extrínsecas (da base) sem sofrer ruptura, sem apresentar fissuras prejudiciais e sem perder aderência. Esta capacidade de absorver deformações é governada pela resistência à tração e pelo módulo de deformação do revestimento. Um dos principais fenômenos que provocam deformações de retração ocorre tão logo a argamassa é aplicada, devido à perda de água por sucção da base e por evaporação para o ambiente. A retração gera tensões internas de tração. O revestimento pode ou não ter capacidade de resistir a essas tensões, o que regula o grau de fissuração nas primeiras idades. Uma boa técnica de aplicação permite que se trabalhe uma argamassa com menos água, o que certamente diminui a retração. 4.6. Teor e natureza dos aglomerantes e agregados Os aglomerantes devem ser de baixa a média reatividade (normalmente conseguida com baixo teor de aglomerantes, principalmente o cimento) resultando em argamassa cuja resistência à tração nãos seja elevada e permitindo maior capacidade de deformação. Já para agregados, a granulometria deve ser contínua para reduzir o volume de vazios entre os agregados, diminuindo a quantidade de pasta necessária para o preenchimento e, portanto, minimizando o potencial de retração. Além disso, o teor de finos deve ser adequado, uma vez que o excesso destes irá aumentar o consumo de água de amassamento e com isto, levar a uma maior retração de secagem do revestimento. 4.7. Capacidade de absorção de água da base, condições ambientais e capacidade de retenção de água São fatores que podem regular a perda de água do revestimento durante seu endurecimento e o desenvolvimento inicial de resistência à tração. Quanto mais lentamente a argamassa perder água, tanto melhor será para a resistência mecânica do revestimento. 4.8. Técnica de execução Estabelece o grau de compactação do revestimento e os momentos de sarrafeamento e desempeno. Estes parâmetros determinam o teor de umidade remanescente no revestimento, ou seja, executar o sarrafeamento e o desempeno em momento inadequado resulta em excesso de água que pode ser prejudicial ao revestimento comprometendo sua aderência à base. Aula 7 – Argamassas UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 101 “Para que ocorra a penetração da água da chuva em uma edificação são necessárias três condições: água na superfície da parede, uma abertura através da qual a água possa passar e uma força para mover a água através da abertura. Teoricamente, se qualquer uma destas condições é eliminada, a penetração de chuva será forçosamente reduzida”. A fissuração dos revestimentos é uma situação que deve ser evitada, uma vez que, além do revestimento perder a sua capacidade de estanqueidade, a capacidade de aderência pode ficar comprometida no entorno da região fissurada. Tensões tangenciais surgem na interface base/ revestimento, na região próxima às fissuras, podendo ultrapassar o limite de resistência ao cisalhamento da interface, possibilitando o descolamento do revestimento. Além disso, as fissuras podem comprometer a durabilidade e o acabamento final previsto. 4.9. Estanqueidade A estanqueidade é uma propriedade dos revestimentos relacionada com a absorção capilar de sua estrutura porosa e eventualmente fissurada da camada de argamassa endurecida. Sua importância está no nível de proteção que o revestimento oferece à base contra as intempéries. Diversos fatores influem na estanqueidade do revestimento, como as proporções e a natureza dos materiais constituintes da argamassa, a técnica de execução, a espessura da camada, a natureza da base e a quantidade e o tipo de fissuras existentes. Por outro lado, a permeabilidade ao vapor d’água é uma propriedade sempre recomendável nos revestimentos de argamassa, por favorecer a secagem de umidade acidental ou de infiltração. Evita também os riscos de umidade de condensação interna em regiões de clima mais frio. 4.10. Propriedades da Superfície A rugosidade e porosidade superficiais são importantes por estarem relacionadas com as funções estéticas e com a compatibilização do revestimento de argamassa com o sistema de pintura ou outro revestimento decorativo, além de influírem decisivamente na estanqueidade, na resistência mecânica e na durabilidade do revestimento. A rugosidade superficial pode variar de lisa a áspera sendo basicamente resultado do tipo de agregado, sua granulometria, do teor de agregado e da técnica de execução do revestimento. Deve também haver compatibilidade química entre o revestimento e o acabamento final previsto. No caso de tintas a óleo ou revestimentos em laminados melamínicos, por exemplo, sabe-se que não há compatibilidade com revestimentos à base de argamassa de Aula 7 – Argamassas INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 102 cal. A obtenção da rugosidade superficial dos revestimentos deve ser feita em função do acabamento final previsto. Devem também ser consideradas as condições de exposição a que estará submetido o revestimento. Para revestimentos externos deve-se dar preferência para texturas mais rugosas. Obtêm se assim, superfícies que dissimulam melhor os defeitos do próprio revestimento. Contudo, em regiões com maior índice de poluição atmosférica deve-se preferir revestimentos com acabamentos lisos. Estes, quando associados a uma superfície pouco porosa, dificultam a fixação de poeiras e micro-organismos conservando, desta forma, mais eficientemente as características estéticas da fachada. No caso de revestimento de múltiplas camadas, deve-se adotar para as camadas internas uma rugosidade áspera, possibilitando uma melhor ancoragem das camadas subsequentes. Outro aspecto importante da superfície é sua regularidade geométrica, principalmente como elemento intangível da percepção de qualidade da edificação como um todo. 4.11. Durabilidade No caso de revestimento de múltiplas camadas, deve-se adotar para as camadas internas uma rugosidade áspera, possibilitando uma melhor ancoragem das camadas subsequentes. Outro aspecto importante da superfície é sua regularidade geométrica, principalmente como elemento intangível da percepção de qualidade da edificação como um todo. • Movimentações de origem térmica, higroscópica ou imposta por forças externas: Podem causar fissuração, desagregação e descolamento dos revestimentos; • Espessura dos revestimentos: Sendo excessiva intensifica a movimentação higroscópica nas primeiras idades, podendo ocasionar fissuras de retração, que podem comprometer a capacidade de aderência e a impermeabilidade do revestimento. A técnica de execução pode, quando inadequada, provocar e ou agravar o aparecimento de tais fissuras; • Cultura e proliferação de microrganismos: Provocam manchas escuras que ocorrem geralmente em áreas permanentemente úmidas dos revestimentos. Os fungos e líquens que se proliferam na superfície do revestimento produzem ácidos orgânicos que reagem e destroem progressivamente os aglomerantes da argamassa endurecida. Baseado em materia l de Helena Carasek (IBRACON) e Hargi Argamassas . Edições sem prejuízo de conteúdo.
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