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LESOES PIGMENTADAS DE CAVIDADE ORAL

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MARIANNE MOURA 
ESTOMATOLOGIA 
LESÕES PIGMENTADAS DA CAVIDADE 
ORAL 
As lesões não sendo esbranquiçadas, são 
caracterizadas como pigmentadas sendo elas: 
✓ Pigmentação racial 
✓ Doença de Addison 
✓ Hiperplasia Papilar 
✓ Tatuagem por amálgama 
✓ Peutz-Jeghers 
✓ Nevo pigmentado 
✓ Hemangioma 
✓ Eritematosa 
✓ Kaposi 
✓ Melanoma 
Enquanto suas classificações enquanto 
coloração temos LESÕES COM MELANINA 
(efélides, nevo pigmentado, doença de Addison, 
Síndrome de Peutz-Jeghers, Pigmentação racial 
e melanoma), LESÕES SEM MELANINAS ( 
pela presença de corpos estranhos, como 
tatuagem por amálgama e as não classificadas 
anteriormente como, eritroplasia, mucosite, 
candidíase eritematosa, sarcoma de Kaposi e 
lesões causadas por ingestão de drogas). 
PIGMENTAÇÃO RACIAL 
Não é rara de ser observada, apresenta natureza 
fisiológica em localidades de gengiva, palato e 
língua. 
O aumento do número de melanócitos auxilia no 
aumento de produção de melanina quando 
induzidos por trauma, seja ele físico, mecânico 
ou térmico. 
 
Paciente onde observamos presença de 
pigmentação por melanina em decorrência de 
trauma por prótese. É interessante observar que 
o restante da mucosa encontra-se com uma 
coloração mais clara. 
 
Lesão pigmentada em ponta de língua. Embora 
tenha aspecto de lesão vascular, podemos sim 
fazer diagnóstico diferencial com pigmentação 
racial. 
 
Nesse caso acima, vemos uma lesão mais 
característica de pigmentação racial, pois 
apresenta características semelhantes ao tecido 
subjacente. Não requer tratamento por não ser 
considerada uma patologia. 
DOENÇA DE ADDISON 
Apresenta ,geralmente, etiologia auto-imune, 
onde autoanticorpos destroem o córtex da 
adrenal, porém também pode de desenvolver 
por infecções fúngicas profundas, por exemplo, 
ou tumor metastático, onde um tumor primário 
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ESTOMATOLOGIA 
em outra região dá metástase na suprarenal, 
quando ocorre destruição do córtex da adrenal 
em mais de 90%, pode dar como consequência 
o surgimento da doença de Addison. 
DESENVOLVIMENTO 
Temos no eixo da pituitária um hormônio que se 
chama MSH (hormônio estimulante dos 
melanócitos) e na suprarenal temos os 
hormônios característicos como 
mineralocorticóides, por exemplo, e alguns 
desses hormônios apresentam feedback 
negativo com o MSH, logo, quando deixa-se de 
produzir esses hormônios na suprarenal, deixa-
se de ter o mecanismo de controle do MSH, o 
qual começa a produzir melanina de forma 
descontrolada, tendo pigmentação oral difusa 
mesmo em pacientes com pele mais clara. 
A interferência dos hormônios glico e 
mineralocorticóides causam também sintomas 
como fadiga, hipotensão, depressão, náuseas e 
anorexia. 
TATUAGEM POR AMÁLGAMA 
O amalgama é uma mistura de prata com liga de 
metais diversos e é considerada uma argirose 
localizada. Seu diagnóstico pode ser dado de 
forma clínica e/ou radiográfica. 
 
NEVO PIGMENTADO 
Apresenta natureza congênita. É importante 
diferenciar de uma tatuagem por amálgama e 
um melanoma. 
CLASSIFICAÇÃO 
✓ Nevo juncional (tem capacidade de 
malignização) 
✓ Nevo intradérmico 
✓ Nevo composto 
 
SISTEMA ABCD 
A- Assimetria (melanoma) 
B- Bordas (irregulares em melanoma) 
C- Coloração (uniforme ou em matrizes) 
D- Diâmetro ( + ou – que 0,5 cm) 
Se essa lesão é simétrica feito na imagem acima, 
com bordas regulares, coloração uniforme e 
menor que 0,5 cm é considerada Nevo 
Pigmentado. 
TRATAMENTO 
Remoção cirúrgica para diferenciação dos nevos 
através de avaliação histopatológica. 
MELANOMA 
Neoplasia de origem melanocítica com 
prognóstico sombrio. Apresenta assimetria, 
bordas irregulares, cores em matrizes e 
diâmetro maior que 0,5 cm. 
 
SINDROME DE PEUTZ-JEGHERS 
É uma herança autossômica dominante. Pode 
estar relacionada a polipose intestinal, quando 
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ESTOMATOLOGIA 
também observamos essa pigmentação oral 
difusa no paciente. Esses pólipos no intestino 
apresentam a possibilidade concreta de 
transformação para adenocarcinoma. Dessa 
forma, o dentista pode auxiliar em termo de 
diagnóstico precoce da patologia. 
 
Presença de pigmentação oral e perioral (boca e 
pele). Pode ser confundida com efélides(sardas), 
porém essas são mais concentradas. 
CANDIDÍASE ERITEMATOSA 
Enquanto a candidíase pseudomembranosa 
necessita ter uma doença pré-existente (AIDS, 
Diabetes etc) ou fazer uso de antibióticos por 
tempo prolongado, a eritematosa o paciente 
pode ter sem nenhuma alteração sistêmica. 
O estado imunológico pode ser normal. A 
microbiota oral possui a cândida, só que ela não 
causa problemas, exceto em caso de perda de 
equilíbrio entre o saprofitismo. É comum 
vermos higienização inadequada, 
principalmente em casos de prótese, mostrando 
quadros de ardência, halitose e, em alguns 
casos, dor. 
 
Estomatite induzida por dentadura. Paciente faz 
uso de prótese total porosa sem higienização 
correta, havendo instalação do fungo e 
aparecimento de áreas avermelhadas, as quais 
podem ser localizadas ou mais difusas. 
 
TRATAMENTO 
Paciente deve dormir com a prótese fora da 
boca, em solução de hipoclorito de sódio (água 
sanitária), enxaguando pela manhã com pasta 
de dente e água. Muitas vezes precisamos 
utilizar antifúngicos como gel de miconazol 
(dactarin). 
Não o prescrevemos de imediato, pois não 
saberemos se o paciente estará fazendo a 
higienização correta da boca. 
HIPERPLASIA PAPILAR INFLAMATÓRIA 
Normalmente associada à prótese com cândida 
albicans. Falamos que é uma progressão da 
candidíase eritematosa. 
NÃO CONFUNDIR COM A HIPERPLASIA 
FIBROSA INFLAMATÓRIA!! 
 
Podemos observar na imagem acima um quadro 
semelhante ao de candidíase eritematosa. 
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ESTOMATOLOGIA 
Porém, as papilas além de encontrarem-se 
eritematosas, estão com aumento de volume. 
Em pacientes soropositivos não adianta fazer 
uso de antifúngicos ou higienização, pois ela se 
apresenta em caso extremo. 
HEMANGIOMA 
Alteração comum de ser observada. É uma 
anomalia de desenvolvimento (também 
considerada como tumor benigno). Pode ser 
classificada como Hemangioma capilar e 
Hemangioma cavernoso. 
Quando aplicamos uma pressão ele desaparece, 
facilitando no diagnóstico. Quando pequena 
podemos fazer uma biópsia excisional, em casos 
de lesões maiores se utiliza 
embolização/escleroterapia (etamolina, 
glicose). 
A etamolina também é utilizada em pacientes 
com varizes. 
 
SARCOMA DE KAPOSI 
É a neoplasia mais frequente em pacientes HIV. 
É classificada de quatro formas: CLÁSSICO, 
ENDÊMICO, LATROGÊNICO E EPIDÊMICO. 
O CLÁSSICO foi descoberto no final do século 
XIX, atingindo um grupo de judeus, atinge 
pacientes mais velhos não sendo muito 
agressiva. Já o ENDÊMICO é extremamente 
agressivo e pode ocorrer em qualquer idade. O 
IATROGÊNICO surgiu a partir da década de 50 
com o uso dos transplantes de órgãos sólidos, 
onde associado ao transplante você deveria 
fazer uma terapia de imunossupressão para 
evitar rejeição do transplante e o EPIDÊMICO a 
partir da descoberta do HIV, no inicio da década 
de 90. Nas quatro formas temos em comum a 
imunossupressão, no clássico idade, endêmico 
desnutrição, iatrogênico corticóides ou algum 
outro imunossupressor e o epidêmico com 
imunossupressão ao HIV. 
Possui etiologia viral do oitavo vírus da família 
Herpes. E como característica clinica 
hemorragias, dor e ulceração. 
TRATAMENTO 
Depende do tipo. Podemos utilizar: 
✓ Radioterapia (mais utilizada) 
✓ Quimioterapia (mais utilizada) 
✓ Cirurgia (em casos de disseminação 
maior) 
✓ HAART 
 
Pode se assemelhar ao granuloma piogênico, 
porém, diferentemente o sarcoma de Kaposi se 
desenvolve bem mais rápido, principalmente 
pelo tamanho da imagem e também invasão de 
outros tecidos, como lábio inferior. 
 
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MARIANNE MOURAESTOMATOLOGIA 
Nesse caso descarta-se pigmentação racial, pois 
apresenta áreas tumefadas, já demonstrando 
formação nodular. 
 
 
Evolução do quadro em menos de dois meses. 
LESÕES RELACIONADAS A INGESTÃO DE 
DROGAS 
São causadas por drogas anti-maláricas, 
tranquilizantes, agentes quimioterápicos e AZT. 
 
Pigmentação por uso de AZT.

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