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Psicologia Existencial Humanista - Estudo Dirigido

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1. Qual a diferença da noção de consciência da fenomenologia de Husserl para a noção de espírito na 
filosofia Cartesiana? 
Husserl - vai partir dessa noção de que existe uma “contaminação” das coisas pelo sujeito. As coisas se adaptam 
ao sujeito de forma que a consciência já não tem acesso as coisas mesmas. Husserl vai tentar instituir um 
método para tentar recuperar a nossa relação com as coisas, ou seja, purificar a relação entre sujeito e objeto. 
Censura as ciências humanas – especialmente a psicologia – por terem tomado os seus métodos das ciências da 
natureza e aplicá-los sem discernir que seu objetivo é diferente. 
Husserl combate a presunção de as ciências empíricas de se estabelecerem como único fundamento de todo 
conhecimento: há uma região do conhecimento na qual as ciências empíricas não têm capacidade de operar. Tal 
região carece de uma nova postura e de um novo método: a fenomenologia. • Preocupa-se muito mais com o 
rigor radical do conhecimento, do que com a exatidão característica das ciências empíricas. 
A fenomenologia husserliana, aponta para a correta distinção entre as ciências naturais e as ciências filosóficas, 
colocando fora de circuito a tese da orientação natural e lançando a pergunta sobre a possibilidade. • Sobre a 
origem do conhecimento, traz à luz a essência do conhecimento, não como única Verdade absoluta, mas como 
uma manifestação possível desta. 
Husserl demonstrou que a preocupação da filosofia deve ser com o rigor, e não com a exatidão. Com isso, 
estabeleceu a diferença entre ciências empíricas, que trabalham com fatos, das ciências eidéticas ou ciências 
puras, que se ocupam com idealidades. A exatidão é própria das ciências empíricas e busca a abstração do tipo 
matemático, que possibilita chegar sem equívoco ao resultado pretendido. É um resultado calculado, 
comprovado, exato. O rigor é próprio das ciências descritivas ou eidéticas. A fenomenologia como ciência 
eidética que se ocupa da descrição das vivências, dos atos e correlatos da consciência é, por natureza, inexata. A 
sua preocupação é com o rigor, com a fidelidade ao real, superando os preconceitos, as aparências, o 
imediatismo. Essa inexatidão é em função da própria natureza do objeto da filosofia, o mundo humano, que é 
complexo, plural e inconcluso. Por isso, não pode ser tratado em termos de causa e efeito. Nesse sentido, para 
Husserl, a autêntica filosofia é a fenomenologia 
Esse é um ponto importante da fenomenologia: a ideia de que os fenômenos e a consciência humana estão 
sempre correlacionados, em constante movimento. Isso significa que originariamente cada consciência ou modo 
de consciência é correlato com o mundo e tem seus objetos e, ainda, que o mundo e cada objeto têm seus 
modos peculiares de ser dados à consciência. 
Notório que Husserl manteve a ideia geral de intencionalidade e a considerou como um grande avanço filosófico 
desde Descartes; porém, diferentemente de Brentano, revisitou esse conceito, mostrando que a consciência 
intencional, em verdade, não é única e exclusivamente psicológica, mas é constituída por uma multiplicidade de 
atos intencionais, ou seja, que cada modo de consciência tem seus objetos (fenômenos) e vice-versa, indo para 
além da atribuição psicologista de Brentano (Goto, 2012). Ainda, a intencionalidade não é apenas uma ligação ou 
conexão com o objetivo, mas é um ato que visa possuir o objeto que acontece por muitos atos. Nas 
"Investigações", Husserl (1900-1901/2007) descreve a consciência em vários sentidos, indo além do significado 
psicologista-empírico dado na época, sendo a consciência entendida como unidade de vivências (fluxo de 
vivências), como percepção interna das vivências (o ser-consciente) e, por fim, como vivência intencional. 
Os dois componentes do método fenomenológico: 
O movimento negativo consiste em suspender o juízo sobre qualquer coisa que possa nos impedir de atentar às 
“coisas em si mesmas” (a famosa epochē, ou suspensão da “atitude natural”, que assume, por exemplo, que 
existe um mundo exterior). 
O movimento positivo supõe um “retorno” ao modo específico de aparição do fenômeno e requer algum tipo de 
busca pelas essências (tecnicamente chamado uma redução eidética) 
 
2. Segundo a fenomenologia de Husserl, o que é o fenômeno? A partir da noção de fenômeno explique o que 
Husserl quis dizer com sua proposta de “retornar às coisas mesmas”. 
De acordo com a fenomenologia de Husserl, fenômeno é a manifestação da própria consciência, por essa razão, 
todo conhecimento é também conhecimento de si. O sujeito e o objeto se tornam uma unidade inseparável de 
uma mesma coisa. 
“Coisa mesma” é compreendida como fenômeno, ou seja, integra a consciência e o objeto através do ato de 
significação, enquanto o caminho “de volta às coisas mesmas” é retornar ao mundo da experiência vivida. 
Tudo que acontece é observado e entendido a partir de um ponto de vista subjetivo, dessa forma, a 
fenomenologia tem como objetivo aprender a ver o mundo novamente através de uma “atitude 
fenomenológica”. Esse reaprendizado seria responsável pela substituição da atitude natural, que toma como 
verdade apenas o que é comprovado empiricamente, pela antinatural, abandonando qualquer interpretação 
pré-definida. 
 
3. O que Sartre quis dizer com a sua famosa frase “a existência precede a essência”. 
A existência humana é admirável pois estamos sempre a frente de nós mesmo, com aspirações e planos, nos 
caminhando para o futuro. Primeiro existimos e depois definimos nossa essência pela forma que vivemos. Uma 
das principais consequências dessa fala de Sartre, é que a existência humana é completamente livre. 
O existencialismo afirma que a identidade não é determinada por status biológico e social, mas sim que ela é 
criada de forma constante com foco na nossa liberdade. Isso significa que os seres humanos não possuem alma, 
natureza, eu ou essência que os torne o que são. Somos o que somos, sem qualquer moderação que nos faça 
existir de qualquer modo específico, e é somente mais a frente que atribuímos qualquer essência a nossa 
existência. 
Com isso, Sartre quer dizer que o nosso comportamento e nossas como reagimos a nossas experiências, moldam 
nossa essência. 
 
4. Explique como o conceito de liberdade de Sartre influenciou a Psicologia Existencial-Humanista. 
Para Sartre, por não termos essência nos definindo, somos livres para perseguir a que desejarmos. Essa ideia 
sobre liberdade é a mais marcante de Sartre na história da filosofia. Ainda nessa teoria, o ser humano está 
condenado a ser livre – o que significa que a liberdade não pode ser obtida ou perdida, tampouco renunciada. 
Essa concepção existencialista de Sartre permite refletir sobre a atuação da Psicologia a partir de uma concepção 
histórico-dialética de homem, segundo a qual o sujeito só pode ser compreendido mediante sua história 
individual e seu contexto social e cultural. Para tanto, tem-se como fundo de sustentação a noção de que o 
sujeito se faz e é feito no/ por esse conjunto de fatores (Sartre, 1978b), sendo possível, por isso mesmo, alterar 
sua personalidade conforme os acontecimentos que vivencia. Em muitos casos, porém, a alteração da 
personalidade apenas ocorre por meio de intervenções qualificadas, e o processo psicoterapêutico é uma delas. 
Visando atingir tal objetivo, a psicoterapia busca localizar o sujeito, isto é, situá-lo do modo como vivencia sua 
própria história, assim como pretende elucidar o contexto histórico-social em que está inserido e no qual vem 
constituindo sua personalidade. A partir disso, o sujeito terá condições de compreender como chegou a ser 
quem é naquele momento e, principalmente, que pode agir de forma a alterar o seu futuro, considerando que 
os sujeitos se caracterizam, fundamentalmente, pelo que ainda não são e, portanto, pela liberdade de se 
modificarem e modificarem o curso de suas vidas (Sartre, 1997). Isso ocorre na medida emque o psicoterapeuta 
utiliza instrumentos e técnicas – como a descrição dos eventos ocorridos ao longo da história do sujeito e a 
reflexão sobre ela – para assessorar o indivíduo nas mudanças desejadas. 
 
5. Qual era a principal crítica dos Gestaltistas ao estruturalismo e à Psicologia Experimental de Wundt? 
Inclua em sua resposta uma explicação sobre a famosa frase que ficou associada à Psicologia da Gestalt “o 
todo é diferente da soma de suas partes”. 
A Psicologia Experimental de Wundt deveria estudar processos mentais através de análises sistemáticas de suas 
próprias sensações, realizadas por observadores treinados, relatando da forma mais objetiva possível dentro de 
um contexto padronizado. Essa técnica é chamada de introspecção e é considerada tendenciosa para a maioria 
dos psicólogos atuais. 
A fenomenologia contesta a ideia de que o sujeito e o objeto são passíveis de separação e reforça a ideia dos 
processos mentais como objeto de estudo, descartando o conteúdo da consciência. 
Etrut Mesmo antes de Titchener, um filósofo alemão Immanuel Kant declarou que qualquer tentativa de 
introspecção alterava necessariamente a experiência consciente observada, porque introduziria uma variável de 
observação no conteúdo da experiência consciente. 
A crítica positivista era baseada na acusação de que não se poderia estudar processos mentais de forma 
objetiva. Nessa perspectiva, o método da introspecção não seria considerado científico 
Mais ou menos no mesmo momento em que a revolução behaviorista tomava forma nos Estados Unidos, a 
revolução da Gestalt tomava conta da Psicologia na Alemanha. As diferenças entre a psicologia da Gestalt e o 
behaviorismo logo ficaram evidentes. Os psicólogos da Gestalt admitiam o valor da consciência, embora 
criticassem a tentativa de reduzi-la a elementos ou átomos, enquanto os psicólogos behavioristas recusavam-se 
a reconhecer o valor do conceito de consciência na psicologia científica. 
Ademais, os psicólogos da Gestalt insistiam no fato de que, quando os elementos sensoriais são combinados, 
eles formam um novo padrão ou configuração. Se juntarmos um grupo de notas musicais individuais (elementos 
da música), por exemplo, uma melodia ou um tom surge dessa combinação, formando algo novo, que não 
existia em nenhuma das notas enquanto elementos individuais. Um modo popular de se afirmar essa noção é a 
ideia de que o todo é diferente da soma das partes. 
Valoriza a consciência e os processos mentais (em oposição ao behaviorismo). 
Critica a ideia de separar um todo complexo em partes mais simples argumentando que “o todo é diferente da 
soma de suas partes” (em • oposição ao estruturalismo). 
As estruturas da percepção dependem mais da relação entre os estímulos do que do simples somatório das 
partes elementares. 
 
6. Cite as principais influências do campo da filosofia e da psicologia sobre a Gestalt-Terapia. 
O movimento ocorrido na filosofia e na psicologia alemãs, conhecido como fenomenologia, doutrina baseada na 
descrição imparcial da experiência imediata na forma como ela ocorre foi uma importante influência da 
Psicologia da Gestalt. 
Na fenomenologia, a experiência não é analisada nem reduzida a elementos ou abstraída de alguma forma 
artificial. Ela envolve uma experiência praticamente ingênua de senso comum, e não uma experiência relatada 
por um observador treinado, dotado de orientação ou tendência sistemática

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