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1 CONFORTO AMBIENTAL - LUMÍNICO TÓPICO 15 PROFESSORA MESTRA JULIANA MARA B.M. HYBINER 2 INTRODUÇÃO No tópico 2 apresentei a vocês as quatro grandes famílias de lâmpadas, que se diferem principalmente pela forma que geram a luz artificial (seja por incandescência, por uma descarga elétrica ou por fotoluminescência). Vimos também as características de cada grupo, sendo importante nos atentarmos para esses detalhes quando formos especificar o tipo de iluminação na arquitetura. Figura 1: Arco do Triunfo, Paris. Fonte: https://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotoDirectLink-g187147-d188709-i74649300- Arc_de_Triomphe-Paris_Ile_de_France.html Mas qual a quantidade de lâmpadas ideal para um determinado tipo de ambiente? Como fazer esse cálculo? Esse próximo tópico irá auxiliar vocês nessa questão. Vamos em frente! 3 • Cálculo de Iluminação Geral: Método dos Lúmens: Determina a quantidade de fluxo luminoso para determinado ambiente, de acordo com tipo de atividade desenvolvida, índices de refletância e tipo de lâmpada-luminária. O SISTEMA DE LUZ ARTIFICIAL Tópico 15 – Cálculo De Iluminação Geral Para Um Ambiente Interior Esse tópico será destinado ao cálculo de iluminação geral para um ambiente interior. Lembrando que, esse cálculo está diretamente relacionado ao sistema de iluminação artificial (uma vez que, para sabermos qual período do dia uma edificação receberá a incidência solar, devemos nos atentar ao uso da carta solar, específica para cada região do país). Os métodos mais utilizados são o Método dos Lúmens, para iluminação geral, e o Método ponto a ponto, para o cálculo da iluminância em um ponto específico sob uma superfície. Daremos enfoque ao Método dos Lúmens e posteriores considerações relacionadas a cálculos serão explanadas. Em todo catálogo de lâmpada que você vier a pesquisar, existe a informação não apenas do fluxo luminoso dela, mas características como: tipo de base, eficiência luminosa, intensidade luminosa, ângulo de abertura, etc. Confira um exemplo abaixo: Figura 2: Modelo de especificação de lâmpadas. Fonte: https://www.stella.com.br/produto/mini-dicroica-25w 4 Figura 3: Modelo de especificação de lâmpadas. Fonte: https://www.stella.com.br/produto/mini-dicroica-25w A informação referente a quantidade de lux necessária para determinado tipo de ambiente ou tarefa encontra-se na ABNT NBR ISO8995-1. Sabendo dessas informações, o Método dos Lúmens pode ser realizado em 06 etapas. Vamos começar? Exemplo Calcule o número de luminárias necessárias e dimensione-as no ambiente em questão, considerando as informações abaixo: Marcenaria Dimensões: 10,5 x 42,0 metros. Pé direito 4,60m. Altura área de tarefa: 1m Teto: superfície branca Paredes: superfícies médias Piso: superfície escura Ambiente sujo, com manutenção a cada 5.000h Lâmpada utilizada: HPI250W – BU (Philips) Luminária utilizada: MDK500 (Philips) 5 1) O primeiro passo consiste no cálculo do índice local (K). Utilizando os dados anteriormente fornecidos, obtemos o valor de K. Onde: C = comprimento do local; L= largura do local Hm=altura de montagem da luminária (distância da fonte de luz ao plano de trabalho) K = 42 x 10,5 2,80* x (42 +1) * Calcular Hm = pé direito – altura da área de trabalho – altura da montagem da luminária Ou seja: Hm = 4,60 – 1,0 – 0,80 (vamos considerar 0,80 a altura de instalação da fonte luminosa) 2) Para o segundo passo, precisaremos analisar 2 tabelas: uma com relação ao índice de reflexão dos materiais de teto, paredes e piso e outra tabela do fornecedor da lâmpada que contenha o chamado Fator de Utilização. Para a tabela de índice de reflexão dos materiais, podemos considerar: 6 Para o ambiente em questão, temos: Teto 70; Paredes 30; Piso 10. Com a tabela do fabricante em mãos, temos que cruzar os valores APROXIMADOS de teto, paredes e piso (SEMPRE NESSA ORDEM) com o valor aproximado de K. Temos então, o fator de utilização equivalente a .77. 3) Qual a iluminância exigida por norma? Ao pegarmos essa informação na norma ABNT NBR ISO 8995-1, temos: 4) Cálculo do fluxo luminoso total para o ambiente: 7 Para isso, consideramos a tabela de fator de depreciação abaixo: No referido exemplo, o ambiente é limpo a cada 5.000h e é considerado sujo devido ao pó de uma marcenaria. Logo, o fator de depreciação equivale a 0,66. Uma segunda fórmula será necessária para sabermos quanto de fluxo luminoso precisamos para iluminar essa marcenaria: o fluxo luminoso total é o resultado da divisão da área do recinto multiplicada por quanto de iluminância o ambiente deve ter pelo fator de utilização multiplicado pelo fator de depreciação. Vejam. Ou seja, para essa marcenaria ser bem iluminada, de acordo com a norma técnica e com as lâmpadas e luminárias indicadas, precisamos de 441.000 lúmens! 5) Ok, eu preciso então de 441mil lumens... quantas luminárias serão necessárias para isso? Esse é o quinto passo. Para isso, temos que ter em mãos o catálogo com os dados de fluxo luminoso da lâmpada escolhida. 8 Logo, serão necessárias 26 luminárias para eu obter um bom nível de iluminância na marcenaria. Conseguiram compreender essas etapas? 6) Por fim, precisamos instalar essas luminárias no teto, não é? A última etapa serve apenas para orientá-los em como fazer isso. É preciso que as luminárias localizadas próximas aos cantos das paredes tenham a METADE da distância entre as demais luminárias. E, no exemplo que fizemos, para ficar esteticamente alinhado, fazemos 04 carreiras com 07 luminárias, totalizando 28 luminárias no total. Vejam abaixo: 9 EXERCÍCIOS COMENTADOS 1) Por que devemos utilizar a norma ABNT NBR ISO8995-1 em nossos projetos? 2) Por que devemos nos atentar às informações dos fabricantes de lâmpadas e de luminárias? 3) Por que devemos fazer a distribuição simétrica de luminárias? Apenas por questões estéticas? Fig.: Luz artificial. Fonte: https://projetoecoescola.wordpress.com/author/projetoecoescola/ Respostas 1) A norma sugere níveis de iluminância adequados para vários tipos de projetos arquitetônicos e atividades a eles relacionados. Além disso prevê outras informações importantes, como índice de ofuscamento e qualidade da luz a ser aplicada nas diversas situações. 2) Para garantir um bom projeto de iluminação. A indicação de fluxo luminoso e outras características relacionadas a um sistema de iluminação artificial são confiáveis quando especificamos produtos de qualidade, que passam por diversos tipos de ensaios, colaborando para sua eficiência e durabilidade. 10 3) Não. A simetria na distribuição das luminárias também é fundamental para a uniformidade da luz distribuída no ambiente. PESQUISA Refaça o cálculo de iluminância visto nesse tópico para a seguinte situação: Sala de aula Largura = 4,00 Profundidade = 5,00 Pé direito = 3,00 Altura da área de tarefa = 0,75 Altura da montagem da luminária = 2,90 Manutenção: normal, 2500 h Teto: branco Paredes: claro Piso: médio 11
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