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CA-L_T10

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CONFORTO 
AMBIENTAL - 
LUMÍNICO 
TÓPICO 10 
 
PROFESSORA MESTRA JULIANA MARA B.M. HYBINER 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
Olá pessoal! 
No tópico anterior, vimos as fontes de luz natural que estão a nossa disposição para 
utilizarmos em nossos projetos! Viram só quantas fontes!? Provavelmente, alguns de 
vocês, antes de começarem a cursar essa disciplina, poderiam achar que o sol era a 
única fonte de luz natural que tínhamos, não é mesmo? 
Pois bem, agora sabemos todas as formas de captarmos essa luz tão boa para a 
nossa saúde, para a arquitetura e para o planeta! Após o conteúdo do tópico 1, podemos 
compreender melhor aqueles fenômenos ópticos anteriormente mencionados: reflexão; 
absorção; transmissão e refração da luz! Caso ainda tenha dúvidas, volte nas aulas 
anteriores e reveja o conteúdo, ok? 
Nesse próximo tópico daremos continuidade ao estudo da luz natural, com enfoque 
na trajetória solar ao longo do ano...vocês já viram esse conteúdo no Ensino Fundamental 
e Médio, entretanto, agora iremos estudá-lo com a percepção de futuros arquitetos! 
Preparados? 
 
 
 
 
 
 
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Figura 1: Estudo de insolação e ventilação em Arquitetura 
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-5779/sap-global-service-center-eduardo-de-almeida-shundi-
iwamizu-arquitetos-associados/esquema_insolacao_ventilacao-copy/ 
 
 
 
 
 
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GEOMETRIA SOLAR 
Tópico 10 – Estudo Da Luz Natural 
Iniciemos esse tópico com uma pergunta: qual das imagens abaixo nos transmite 
mais ‘frescor’? 
A primeira (um por do sol em meio à vegetação)? Ou a segunda (um trabalhador em 
pleno céu escaldante de verão?). 
 
Figura 2: Cair da tarde e ‘sol a pino’. 
Fonte: Notas de aula. 
 
Facilmente você responderá que a primeira imagem é, digamos, mais ‘refrescante’ 
do que a primeira, não é? Mas agora vamos raciocinar o por que desse fato, analisando 
como funciona a trajetória solar ao longo do dia. Observe a imagem abaixo: 
 
Figura 3: Análise sobre a pergunta introdutória. 
Fonte: Notas de aula. 
 
 
 
 
 
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O sol no cair da tarde é menos quente devido à sua inclinação com relação à 
superfície. Já o sol do meio-dia, popularmente conhecido como ‘sol a pino’, leva esse 
‘apelido’ devido realmente à sua posição com relação à superfície. 
Sabendo desse fato, que a inclinação do sol e sua altura variam de acordo com o dia 
e com o ano, agora podemos relembrar os conceitos já vistos no Ensino Médio e 
Fundamental sobre a trajetória solar. Você se lembra do que são os solstícios e os 
equinócios e o que são os movimentos de rotação e translação da Terra? 
A Terra tem o seu eixo ligeiramente inclinado (em torno de, aproximadamente, 23°) 
e os movimentos de rotação e translação permitem que ‘ocorram’ os dias e noites e as 
estações do ano. 
O movimento da Terra em torno de si própria é denominado ROTAÇÂO e dura, 
aproximadamente, 24 horas. Esse movimento que é responsável pelos dias e noites. 
Já o movimento de TRANSLAÇÂO, é quando a Terra percorre ao redor do Sol... 
essa trajetória, por ‘demorar mais um pouquinho’, é responsável pelas estações do ano. 
 
Figura 4: Rotação e Translação. 
Fonte: Adaptado de https://aluatristonha.wordpress.com/2015/03/27/movimentos-da-terra-rotacao-
translacao-e-estacoes-do-ano/ 
 
E é devido àquela ligeira inclinação do eixo da Terra e ao movimento de translação 
que temos as estações do ano bem definidas nos Hemisférios Norte e Sul! 
 
 
 
 
 
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Figura 5: As estações do ano de acordo com o movimento de Translação. 
Fonte: https://aluatristonha.wordpress.com/2015/03/27/movimentos-da-terra-rotacao-translacao-e-estacoes-
do-ano/ 
 
De modo resumido, temos: 
 
Figura 6: Solstícios e Equinócios. 
Fonte:Notas de aula. 
 
Pois bem, ao falarmos de dias e estações do ano estamos, automaticamente, 
compreendendo que o Sol atua em diversas alturas ao longo do dia e em inclinações 
diferentes ao longo das estações do ano. 
Outras definições que precisamos compreender para o estudo da iluminação natural 
estão relacionadas com a imagem esquemática abaixo: 
 
 
 
 
 
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Figura 7: Altura e Azimute solar 
Fonte: Bittencourt (2004). 
 
 Altura solar: é o ângulo formado pelo sol e pelo plano horizontal do observador. 
Varia de 0° a 90°. 
 Azimute: é ângulo formado pela projeção horizontal solar com uma direção 
estabelecida (geralmente o norte geográfico). Medido no sentido horário, variando 
entre 0° a 360°. 
 
Entenderam? Não? Vamos lá: imagine um ventilador, daqueles de parede, 
localizado em algum ponto de uma sala. Imagine também que ele seja o SOL. Ele está a 
uma determinada altura com relação ao piso, não é? 
Pois bem, o ângulo que é formado entre a altura do ventilador/ Sol, você e o piso é 
chamado de altura solar. Já o azimute, seria planificar esse ponto que o sol ‘ocupa’ no 
piso (como se estivéssemos fazendo uma planta baixa) e medir esse ângulo até na 
posição do norte geográfico. Ficou mais fácil assim? 
Falaremos sobre isso em nossos encontros! 
Enquanto a altura solar varia de 0° a 90°, o azimute, por sua vez, varia de 0° a 360°. 
E por que precisamos saber disso? Para compreendermos a CARTA SOLAR! 
E o que é a carta solar, você sabe? 
 A Carta Solar é a projeção do percurso do sol, ao longo do ano, e nas diversas 
horas do dia, num plano horizontal. 
 
 
 
 
 
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 É o estudo gráfico da trajetória solar representando períodos próximos aos 
solstícios e ao equinócio. 
 Associando as informações da carta solar com o desenho técnico da arquitetura, é 
como se estivéssemos planificando as informações da ‘leitura do percurso solar’ na 
forma de uma ‘planta baixa’. 
 As projeções mais usadas são as estereográficas. 
 
Explicando melhor a ‘cara’ de uma carta solar, temos no esquema abaixo as três 
diferentes inclinações do Sol ao longo dos solstícios de verão, inverno e no equinócio 
(primavera e outono possuem a mesma inclinação). 
 
Figura 8: Inclinação solar ao longo dos solstícios e equinócios. 
Fonte: Lamberts et al. (2004). 
 
Planificando essa trajetória e inclinação solares, tem-se outro desenho esquemático, 
como se estivéssemos ‘fatiando’ a Terra pelo eixo do Equador e observando ainda as três 
inclinações do sol: 
 
 
 
 
 
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Figura 9: Percurso solar 
Fonte: Bittencourt (2004). 
 
Logo, a carta solar terá a ‘cara’ abaixo: 
 
Figura 10: Modelo de carta solar 
Fonte: Notas de aula. 
 
 
 
 
 
 
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No próximo tópico falaremos um pouco mais sobre como utilizarmos a carta solar em 
nossos projetos e o porquê de compreendermos o que é azimute, altura solar, solstícios, 
equinócios e horas do dia! Um passo de cada vez! 
 
 
 
EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
1) Analise a imagem abaixo. O que tem de errado com ela? 
 
Fig.1: análise. 
Fonte: BITTENCOURT(2004) 
 
2) Ainda sobre a imagem anterior, como fazer um correto estudo? 
3) Qual (quais) a(s) vantagens do uso da carta solar em Arquitetura? 
 
Fig.2: Carta Solar. 
Fonte: Pinterest. 
 
 
 
 
 
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Respostas 
1) A imagem apresenta um estudo incorreto de insolação, uma vez que o sol mais 
‘quente’ do verão não possui área para sombreamento (fazendo com que a 
edificação fique exposta à raios diretos). Já o sol mais ‘ameno’ do inverno é 
bloqueado pela vegetação, o que não teria necessidade e até prejudicaria a 
edificação em dias muito frios. 
 
2) O uso da carta solar é um instrumento de projeto utilizado para resolver esse tipo 
de situação, pois através da carta solar da cidade onde será implantada a 
edificação é possível ter a trajetória solar ao longo dos dias e do ano em um local. 
 
3) Um estudo adequado do sol poderá evitar desconforto visual e térmico aos seus 
projetos, além do estudo da implantação de espécies vegetais para propiciar 
sombreamento (ou insolação) em passeios e edificações. 
 
 
 
PESQUISA 
 
O tópico 2 foidestinado ao estudo da trajetória solar propriamente dita. Agora 
compreendemos melhor aqueles conceitos que nos foram passados lá no colégio, quando 
estudamos rotação e translação da Terra! A pesquisa dessa vez possui um caráter 
prático, para vocês compreenderem um pouco mais a dinâmica da luz natural. 
1) Tenha em mãos algum objeto retangular pequeno (pode ser uma caixa de 
remédios, um estojo, uma caixa de óculos). 
2) Coloque-a em uma superfície plana, de preferência clara (em cima de uma mesa). 
3) Ligue a lanterna do seu celular ou utilize uma pequena lanterna. 
4) Considere que o objeto retangular seja uma maquete de uma edificação e a sua 
lanterna o Sol. Realize os movimentos do Sol ao longo de um dia e com os três 
tipos de inclinação dos solstícios e equinócios em cima da sua ‘maquete’. 
5) Perceba o comportamento das sombras ao longo dos movimentos e anote seus 
registros.

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