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Lesões de erosão: -Erosão é a perda da estrutura dentária em decorrência de ação química. -É uma condição multifatorial e pode ser classificada de várias maneiras. No entanto, a classificação mais comum é aquela feita de acordo com a etiologia, subdividida em fatores extrínsecos, intrínsecos e idiopáticos. As lesões cervicais não cariosas são caracterizadas pela perda de tecido dental duro na região próxima à junção cemento-esmalte e, ao promover a exposição de dentina, podem desenvolver sensibilidade dolorosa. Hipersensibilidade dentinária (HD) é definida como uma dor curta e aguda, surgindo em resposta a estímulos térmicos, evaporativos, táteis, osmóticos ou químicos, que não podem ser atribuídos a qualquer outra patologia dentária, assim, a hipersensibilidade dentinária é por definição uma situação clínica determinada por exclusão. INTRODUÇÃO HIPERSENSIBILIDADE DENTÁRIA LESÕES CERVICAIS NÃO CARIOSAS O conhecimento da etiologia dessas lesões é importante para prevenir o desenvolvimento de novas lesões, interromper a progressão de outras já existentes e determinar o tratamento adequado. As lesões podem ser classificadas em: Lesões de abrasão: -A abrasão caracteriza-se pela perda de estrutura dentária por um processo mecânico repetitivo que envolve objetos ou substâncias, podendo ser difusa ou localizada. -Alguns fatores estão envolvidos, como: técnica, força aplicada e frequência de escovação; rigidez das cerdas da escova dental; abrasividade do dentifrício usado; uso abusivo de palito e/ou escova interdental; e local onde é iniciada a escovação. Clínica II-Louise Lesões por abfração: -Abfração é a flexão do dente que ocorre principalmente na junção cemento -esmalte, ocasionada por sobrecarga oclusal. -Há formação de trincas na estrutura dentária, causando seu enfraquecimento por fadiga devido à tensão local existente, o que provoca, também, superfícies desestruturadas e perda gradual de esmalte, dentina e cemento. -Essas lesões apresentam-se em forma de cunha e com término cavitário nítido. A hipersensibilidade dentinária (HD) baseada na teoria da hidrodinâmica, estabelece que a movimentação dinâmica dos fluidos nos canalículos dentinários é comum para estímulos mecânicos, térmicos e osmóticos. Esses movimentos de fluidos resultam na dor dentinária, e isso pode ser devido a ligeiros deslocamentos físicos dos odontoblastos e ou nervos adjacentes no interior da pré-dentina. Então, desse modo, a estimulação mecânica libera potássio intracelular dos odontoblastos, os quais podem despolarizar as membranas dos nervos e gerar impulsos nervosos. Para que a hipersensibilidade dentinária se desenvolva, dois aspectos etiológicos essenciais devem ser observados: a dentina deve estar exposta ao meio bucal e os túbulos dentinários devem estar abertos. A hipersensibilidade dentinária tem sido considerada um desafio na prática clínica odontológica por apresentar uma etiologia multifatorial, envolvendo a associação dos fatores biocorrosão, tensão e fricção. ETIOLOGIA Clínica II-Louise Fator biocorrosão É definida como o processo de degradação química, bioquímica e eletroquímica das estruturas dentais em organismos vivos, proveniente do contato frequente e prolongado dos dentes com ácidos de origem intrínseca(endógenos) ou extrínseca(exógenos). Fator tensão Ocorre quando o dente recebe uma força e a transmite como energia chamada de tensão para as estruturas dentais força/ área. Fator fricção Caracterizado pelo desgaste mecânico por atrito anormal da estrutura dentária, que pode ocorrer por mecanismos exógenos como objetos ou substâncias externas repetidamente introduzidas em contato com os dentes causando abrasão pela escovação e/ ou endógenos, como por exemplo o contato entre os próprios dentes. Os principais objetivos do tratamento da hipersensibilidade dentinária são a eliminação da sintomatologia dolorosa e a prevenção para que esta condição não ocorra ou recorra. O tratamento da hipersensibilidade dentinária baseia-se em dois aspectos: na remoção dos fatores etiológicos e consequente prevenção de futuras situações semelhantes. Com base no tratamento multifatorial de que as lesões cervicais não carioras necessitam, acompanhadas ou não por HD, deve-se recomendar ao paciente: TRATAMENTO Clínica II-Louise Após a adequação do paciente à sua etiologia e controle, realiza-se o planejamento do tratamento, e este pode estar baseado em dessensibilização dentinária, recobrimento gengival ou restauração. Os diversos trabalhos apresentando comparações e resultados diferentes inviabilizam a discussão de qual método seria mais eficaz ou ainda inviabilizam a definição de um protocolo ideal. Assim, várias opções de produtos/ substâncias ativas utilizadas para o tratamento, contudo, podemos citar como alternativas de tratamento: Reduzir a quantidade e a frequência de ingestão de alimentos ácidos, evitar escovação imediatamente após o consumo de alimentos ácidos, fazer bochecho com água após alimentação ácida para neutralização do pH bucal, realizar as técnicas de escovação adequadas, utilizando escova macia e dentifrício pouco abrasivo, fazer visitas periódicas ao cirurgião-dentista e procurar tratamento médico no caso de doenças sistêmicas que envolvam redução do fluxo salivar e aumento da acidez bucal. Laserterapia Tanto o laser de alta quanto o de baixa intensidade tem sido utilizados para o tratamento da hipersenibilidade dentinária. Procedimentos restauradores As lesões cervicais não cariosas, que se caracterizam muitas vezes por HD, podem apresentar-se no formato de cunha ou pires, com uma grande superfície dentinária exposta. Nessas condições, os procedimentos restauradores utilizando os cimentos de ionômero de vidro ou a associação dos sistemas adesivos às resinas compostas constituem recursos terapêuticos eficientes. Clínica II-Louise
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